INTERPRETAÇÃO HTP

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Autora: Odette Lourenção van Kolck 
Título do Livro: Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico 
 
 
1. Avaliação e interpretação 
 
• Linha básica de interpretação 
o Análise dos aspectos gerais do desenho: posição da folha, 
localização na página, tamanho; 
o Análise dos aspectos estruturais ou formais do desenho: 
traços gráficos; 
o Análise de conteúdo. 
 
 
2. Linha básica de interpretação 
 
• Aspecto adaptativo: 
 
a) adaptação ao tema: se o produto apresentado está de acordo com 
o solicitado ou proposto e se a realização é convencional, original 
ou francamente fantasiosa; 
b) adaptação gráfica: se o desenho está de acordo com a evolução 
geral do grafismo, com a realização própria do sexo e do nível 
sócio-econômico-cultural e eventualmente com a de determinados 
grupos patológicos; 
 
• Os aspectos expressivos e projetivos estão inter-relacionados: 
 
o Expressivos: são vistos através da forma particular do sujeito 
desenhar; 
o Projetivos: através do conteúdo e da maneira de tratar o tema (o 
simbolismo do que foi desenhado, a análise das partes integrantes 
do tema). 
 
• O desenho representa a pessoa e a folha de papel, o ambiente. 
 
 
3. Aspectos gerais do desenho 
 
• Posição da folha: indica como a pessoa se coloca diante do ambiente 
e o manipula. 
o Modificação na posição: liberdade em relação à ordem dada e, 
portanto, indício de espírito curioso e cheio de iniciativa; possível 
oposição e negativismo. 
 
• Localização na folha: o lugar que a pessoa coloca seu desenho revela 
muito de sua orientação geral no ambiente e consigo próprio. 
o Centro: segurança, autovalorização, emotividade, comportamento 
emocional e adaptativo, equilíbrio, pessoa centrada em si mesma 
e autodirigida; 
o 1º quadrante: conato ativo com a realidade, rebelião e ataque, 
projetos para o futuro. 
o 2º quadrante: força dos desejos, impulsos e instintos; obstinação e 
teimosia. 
o 3º quadrante: conflitos, egoísmo, regressão, fixação em estágio 
primitivo. 
o 4º quadrante: passividade, atitude de expectativa diante da vida, 
inibição, reserva, nostalgia; desejos de retornar ao passado e /ou 
permanecer absorto em fantasia. 
o Metade superior: espiritualidade, misticismo, energia, objetivos 
muito altos, possivelmente inatingíveis, satisfação na fantasia, 
“estar no ar”. 
o Metade inferior: materialismo, fixação à terra e ao inconsciente, 
orientação para o concreto, insegurança e inadequação, com 
depressão. 
o Metade direita: extroversão, altruísmo, atividade, socialização, 
relação com o futuro, progresso. 
o Metade esquerda: introversão, egoísmo, predomínio da 
afetividade, do passado e do esquecido, comportamento 
compulsivo. 
o Em diagonal: projeção da perda de equilíbrio. 
 
 
4º 
quadrante 
 
 
1º 
quadrante 
 
Metade superior 
 
 
Metade 
esquerda 
 
 
Metade 
direita 
3º 
quadrante 
 
 
2º 
quadrante 
 
Metade inferior 
 
 
 
• Tamanho em relação à folha: exprime a relação dinâmica do sujeito 
com seu ambiente; como está reagindo às pressões do mesmo: se 
com sentimentos de inadequação e inferioridade, em um extremo, se 
com fantasias compensatórias de supervalorização, em outro. 
o Saindo do papel: sentimento de constrição por parte do ambiente, 
com fantasia supercompensatória, o que lembra aspectos 
paranóides. Possível indício de organicidade. 
o Muito grande: evidência de agressividade e descarga motora. 
o Grande (2/3 e metade da folha): sentimento de expansão e 
agressão; falta de controle e de inibição; narcisismo e ideias de 
grandeza que podem encobrir sentimentos de inadequação. 
o Pequeno (1/16 e 1/32): inferioridade, inibição, constrição e 
depressão, comportamento emocionalmente dependente e 
ansioso. 
o Muito pequeno (1/64 e 1/128): sentimento de inadequação e 
mesmo rejeição pelo ambiente; tendências ao isolamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Aspectos estruturais ou formais do desenho 
 
• Qualidades do grafismo: tipo de linha e consistência do traçado. 
o Linha média: nada a interpretar. 
o Linha grossa: energia, vitalidade, decisão, constância, confiança 
em si, possivelmente agressão e hostilidade para com o ambiente, 
esforço para manter o equilíbrio da personalidade, falta de 
adaptação. 
o Linha fina: insegurança, timidez, sentimento de incapacidade, falta 
de energia e de confiança em si, mas também personalidade 
hipersensível e artística. 
o Traço contínuo: decisão, rapidez, energia, esforço dirigido, 
autoafirmação. 
o Traço muito contínuo: falta de sensibilidade e de vida, medo de 
iniciativas. 
o Traço de avanços e recuos: emotividade, ansiedade, falta de 
confiança em si, timidez, hesitação ao encontrar novas situações, 
mas também sentido artístico, intuição, sensibilidade. 
o Traço interrompido: incerteza, temor, angústias e, possivelmente, 
tendências psicóticas. 
o Traço trêmulo: medo, insegurança, sensibilidade. Se presente em 
todo o desenho: intoxicação por alcoolismo ou fadiga extrema; 
traços involutivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: John N. Buck 
Manual e guia de interpretação. 
 
 
Roteiro de interpretação do H-T-P 
 
 
▪ Características normais de tempo, latência, rasuras, simetria, esboço ou 
reforço de linhas: aceitação dos próprios limites. p. 22 e 23 manual. 
 
▪ Observações gerais 
 
▪ Proporção: revela os valores atribuídos aos objetos, situações e 
pessoas. 
 Tamanho: normal de 1/3 a 2/3. 
 Simetria 
 Distorção 
 
▪ Perspectiva: indica a capacidade do indivíduo para compreender e reagir 
com sucesso a aspectos mais complexos, mais abstratos e mais 
exigentes da vida. É uma medida da compreensão do indivíduo. 
 Localização do desenho no papel 
 Rotação da folha 
 Uso das margens do papel 
 Relação do desenho com o observador 
 Posição 
Linha de solo 
 Transparência 
Movimento 
Consistência entre os três desenhos 
 
▪ Detalhes: revelam o índice de reconhecimento, de interesse e de reação 
aos elementos da vida diária. 
 Essenciais, não essenciais e irrelevantes 
 Excessivos: não essenciais e irrelevantes 
 Bizarros 
 Omissões de detalhes essenciais 
 Dimensão do detalhe 
 Sombreamento 
 Sequência do detalhe 
 Ênfase no detalhe 
 Qualidade da linha: ângulos; traços fortes ou leves; traços 
interrompidos ou muito contínuos 
 
▪ Inquérito: esclarece aspectos obscuros dos desenhos e proporciona ao 
indivíduo oportunidade de projetar sentimentos, necessidades, objetivos 
e atitudes. 
 
 
CASA 
 
▪ Antropomórfica: Narcismo, característica de psicose 
▪ Proporção 
 Telhado: grande, 
Parede: dimensão horizontal ou vertical enfatizada 
Porta: pequena, grande 
Janela: do banheiro maior 
Chaminé: muito grande, muito pequena 
 Caminho muito estreito 
 
▪ Perspectiva 
 Dupla: deficientes (paredes laterais são menores que a do centro); 
esquizofrênicos (paredes laterais são maiores que a do centro) 
 Quatro lados aparecendo 
 Margens da página 
 Relação com o observador: visão de minhoca ou de pássaro 
 Distância aparente do observador 
 Posição: perfil parcial ou completo 
 Transparências 
 Movimento: fumaça da chaminé 
 
▪ Detalhes essenciais 
 Telhado e paredes: representam o ego do indivíduo 
 Ênfase nas linhas periféricas 
 Linhas periféricas fracas e inadequadas 
 Telhado até o chão 
Ênfase no beiral do telhado por reforçamento ou extensão 
 Portas e janelas: acessibilidade 
 Ênfase no revestimento, fechadura e/ou dobradiça 
 Ênfase na maçaneta 
Janela sem vidraça 
Janela com grades 
Fechadura nas janelas 
Muitas janelas descobertas 
Portas ou janelas abertas em casa desocupada 
 Chaminé com muita fumaça; como símbolo fálico 
 
▪ Detalhes não essenciais 
 Veneziana, cortina e sombreamento na janela 
Material do telhado 
 Desenhado meticulosamente 
 Canos e calhas para escoamento de água 
 
▪ Detalhes irrelevantes 
 Arbustos, árvore ou flores perto da casa 
Caminho longo 
Linha no meio da parede 
Degraus 
Detalhes degradantes 
Sem linha do solo ou casa flutuando 
Nuvens 
Montanhas 
▪ Sombreamentodo detalhe 
▪ Sequência do detalhe 
 
ÁRVORE 
▪ Proporção 
 Pequena ou grande 
 Tronco fino, pequeno, com grande estrutura de galhos ou copa 
Tronco grande com pequena estrutura de copa 
Tronco com base larga e que estreita logo a seguir 
Tronco mais estreito na base 
 
▪ Perspectiva 
 Localização vertical na página 
Margens da página 
Relação com o observador 
Posição: perfil 
Transparências 
Movimento 
 Vento forte 
 Folhas caindo 
Galhos caídos ou caindo 
 
▪ Detalhes essenciais 
 Tronco: sentimento básico de poder do indivíduo 
 Galhos recursos para obtenção de satisfação do indivíduo 
 Parcialmente bidimensionais 
 Dirigindo-se para o centro da árvore 
Grossos e curtos 
Quebrados ou mortos 
Reforçados 
 Fálica 
 
▪ Detalhes não essenciais 
 Folhagem 
 Folhas como enfeite ou desenhadas meticulosamente 
 Casca desenhada com linhas muito pesadas e consistentes 
 Casca meticulosamente desenhada 
Cicatrizes 
Trepadeira no tronco 
Frutas 
Estrutura da raiz 
 Penetrando fácil no solo 
Raízes como garras 
 
▪ Detalhes irrelevantes 
 Pássaros ou animais nos galhos ou na grama ao redor 
 Linha de solo em formato convexo; em formato de caixa 
 Árvore de Natal 
 Pessoa desenhada perto da árvore 
 Face humana desenhada na estrutura de galhos 
 
▪ Dimensão do detalhe 
 Tronco e galhos unidimensionais 
 Galhos unidimensionais 
Galhos desenhados como dedos 
Galhos bidimensionais fálicos 
Galhos bidimensionais, mas sem fechamento nas extremidades 
Árvore com forma de buraco de fechadura; nigg’s 
 
▪ Sombreamento do detalhe: sombras brancas 
 
▪ Sequência do detalhe 
Dois galhos bidimensionais desenhados um abaixo do outra à 
esquerda e depois à direita, mas que não se unem entre si ou ao 
tronco 
Ênfase no detalhe: no lado esquerdo ou direito 
 
PESSOA 
▪ Proporção 
 Diferença na proporção entre o lado esquerdo e o direito 
 Cabeça grande; pequena 
Olhos pequenos 
Boca grande 
Pescoço longo e fino 
Tronco muito grande; muito pequeno 
Tronco comprido e estreito 
Ombros grandes; pequenos 
Desigualdade no tamanho dos ombros 
Braços longos; curtos 
Braços largos; finos 
Mãos grandes; pequenas 
Pernas longas; curtas 
Disparidade no tamanho das pernas 
Pés grandes; pequenos 
 
▪ Perspectiva 
 Margens da página: pernas cortadas 
Relação com o observador 
Posição: totalmente de frente, sem sugestão de profundidade com 
braços estendidos em ângulo reto com o tronco. 
Perfil parcial; perfil completo 
Desvio da cabeça 
Braços tensos e colados ao corpo 
Braços cruzados no tórax 
Braços cruzados com as mãos sobre a pélvis 
Braços para trás 
Mãos nos bolsos 
Pernas abertas ou fortemente unidas 
Ponta dos pés 
Pés apontando em direções opostas 
 
▪ Transparências 
 
▪ Movimento 
 
▪ Detalhes essenciais 
 Cabeça: área da inteligência, controle e fantasia 
 Olhos como buracos ocos 
Omissão dos olhos 
Dentes 
Queixo 
 Tronco: sede das necessidades e impulsos físicos básicos 
 Ombros quadrados 
 Omissão dos braços 
 Dificuldade para desenhar a parte inferior do corpo 
 Ausência de pernas 
 
▪ Detalhes não essenciais 
 Omissão de uma linha do queixo 
 Omissão do pescoço 
 Representação dos genitais 
 Ausência das mãos 
 Dedos pontiagudos 
 Dedos em pétalas 
 Ausência dos pés 
 
▪ Detalhes irrelevantes 
 Objetos (vários significados) 
 
▪ Dimensão do detalhe 
 Figura palito 
 Dedos unidimensionais encerrados por uma linha 
 
▪ Sombreamento do detalhe 
 
▪ Sequência do detalhe 
 Adiamento da representação das características faciais 
 
▪ Ênfase no detalhe 
 Ênfase exagerada no nariz 
 Ênfase nas orelhas 
 Pouca ênfase nas orelhas 
Ênfase exagerada no queixo 
Ênfase na linha da cintura 
Ênfase nos joelhos ou nas nádegas 
Ênfase na roupa 
 No cinto; na gravata; botões 
Ênfase nas linhas periféricas da cabeça 
 
 
 
Autor: John N. Buck 
Manual e guia de interpretação. 
 
Interpretação do H-T-P. Por Desenhos 
 
CASA 
 
Significados 
• Telhado: área da fantasia. 
• Paredes: estrutura do ego / segurança 
• Porta: principal via de contato com o mundo / acesso a contato íntimo 
• Janela: via secundária de contato com o mundo / exposição 
• Linha do solo: grau de contato que o sujeito mantém com a realidade. 
 
 
PROPORÇÃO 
• Telhado grande: busca satisfação na fantasia 
• Telhado pequeno: contenção da fantasia. 
• Ausência de telhado: personalidade reprimida e com orientação concreta. Indivíduos 
com rebaixamento intelectual. 
• Parede horizontal grande: indivíduo pode estar funcionando de forma ineficiente, 
porque o passado ou o futuro interferem em sua atenção. 
• Parede vertical grande: satisfação obtida na fantasia, evita, o máximo possível, o 
contato com a realidade. 
• Portas pequenas: sentimentos de inadequação e relutância em fazer contatos. 
• Portas grandes: super dependência dos outros. 
• Janela do banheiro maior: conflitos na função sexual ou excretora. 
• Janela da sala menor: rejeição a relações sociais. 
• Chaminé grande: preocupação sexual 
• Chaminé pequena: sentimento de falta de calor na situação do lar. Dúvida sobre a 
masculinidade (homens). 
• Caminho estreito na junção com a casa: desejo de se manter distante, mas com 
aparente amabilidade. 
 
PERSPECTIVA 
• Dupla: paredes laterais menores que a do centro – indivíduos mentalmente 
deficientes. Paredes laterais maiores que a do centro – indivíduos esquizofrênicos: 
elas protegem a parede central ou principal. 
• Quatro lados simultaneamente: forte exposição debilitante a pressões ambientais e 
preocupação com o que os outros pensam. 
• Esquema ou planta: conflitos severos no lar. 
• Margens da página: superior – necessidade patológica de procurar satisfação na 
fantasia. Lados – insegurança generalizada. 
• Relação com o observador: visão de minhoca – sentimento de rejeição e 
inferioridade na situação familiar. Visão de pássaro – rejeição da situação familiar e 
dos valores pertinentes a ela. 
• Distância do observador: necessidade de manter-se distante. Sentimento de 
incapacidade para lidar com a situação familiar. 
• Posição: perfil completo – forte retraimento e tendência oposicionista. 
• Transparências: séria perturbação ou retardo. Falha no teste de realidade. 
• Movimento: indica patologia e colapso concomitante do ego sob ataque das 
pressões extra e intrapessoais. 
 
DETALHES ESSENCIAIS (telhado, parede, uma janela e uma porta) 
• Ênfase nas linhas periféricas do telhado e parede: esforço consciente para manter 
o controle. 
• Linhas periféricas fracas e inadequadas: sentimento de colapso iminente e fraco 
controle do ego. 
• Telhado até o chão: indica esquizofrenia – o mundo é uma grande fantasia. 
• Ênfase no beiral do telhado por reforçamento ou extensão para além das paredes: 
atitude de desconfiança usual excessivamente defensiva. Indivíduo tentando se 
defender da ameaça de perda do controle da fantasia. 
• Ênfase na fechadura e/ou dobradiça: sensibilidade defensiva. 
• Ênfase na maçaneta: afastamento e/ou preocupação fálica. 
• Janela sem vidraça: tendência negativista, atitude de controle do ambiente. 
• Muitas janelas: comportamento áspero e direto. 
• Abundância de fumaça na chaminé: tensão interna. 
• Casa antropomórfica: indivíduo regredido. 
 
DETALHES NÃO ESSENCIAIS – na casa 
• Venezianas, sombreamento e cortinas não totalmente fechadas: interação 
controlada com o ambiente e alguma ansiedade. Os três juntos – sujeito defensivo. 
• Materiais do telhado: meticulosamente desenhados – obsessividade. 
• Canos e calhas: esforço para canalizar estímulos desagradáveis. 
 
DETALHES IRRELEVANTES – fora da casa 
• Arbustos e caminho: barreiras defensivas do ego ou estabelecimento de contato de 
maneira formal. Árvores representam pessoas com forte valência positiva ou 
negativa. 
• Cercas: defesa. 
• Longo caminho: acessibilidade diminuída. 
• Linha no meio da parede: sugere uma compartimentalização indesejável da 
personalidade com ênfase somática. 
• Nuvens: ansiedadegeneralizada. 
• Montanha: atitude defensiva. 
• Chuva: pressão ambiental forte e opressiva. 
 
ÁRVORE 
 
Significados: 
• Tronco: representa o sentimento básico de poder e força interna (força de ego) do 
indivíduo. 
• Galhos: indicam os recursos de obtenção de satisfação do ambiente, para chegar 
aos outros e buscar realização. 
• Copa: forma a área de contato com o ambiente, a área de relação e troca entre o 
que é de dentro e o que é de fora. 
• Raízes: ligação com a realidade. 
• Organização do desenho como um todo: reflete o sentimento de equilíbrio 
intrapessoal do sujeito. 
 
PROPORÇÃO 
• Árvore pequena: sentimentos de inadequação para lidar com o ambiente. 
• Árvore grande: implica busca de satisfação compensatória ou fantasia, conota, na 
melhor das hipóteses, hipersensibilidade. 
 
PERSPECTIVA 
• Localização vertical na página: normalmente a árvore é desenhada mais para cima 
no eixo vertical da folha do que a casa ou a pessoa. 
• Margens da página: superior – tendência agressiva, reprimida ou não, reativa à 
constrição de espaço. Inferior – sujeito inseguro que sofre de sentimentos de 
inadequação; ou sujeito depressivo. 
• Relação com o observador: abaixo do observador – simboliza sentimento de 
depressão ou derrota. Parcialmente no alto de uma montanha – sentimento de 
esforço ou uma necessidade de proteção e segurança, o que é parcialmente 
fornecido pelo lado da montanha. No topo de uma montanha – sentimento de 
isolamento concomitante a uma luta por autonomia. 
• Transparências: raízes abaixo do solo, mas que são visíveis – falha patológica no 
contato com a realidade. 
• Movimento: com vento soprando ou curvada – indivíduo pode estar sob fortes 
pressões ambientais, mas ainda resiste e luta para manter o equilíbrio. 
o Folhas caindo: indivíduo sente-se psicologicamente despido, perdendo a 
capacidade para ocultar pensamentos, emoções e fortes sentimento de 
culpa. Perda da capacidade de fazer ajustamentos mais refinados e 
delicados no ambiente. 
o Galhos caídos ou caindo: certeza do indivíduo de que ele está perdendo 
a capacidade para lidar com as pressões ambientais. 
 
DETALHES ESSENCIAIS (tronco e pelo menos um galho ou copa) 
• Galhos que se dirigem para o centro da árvore: egocentrismo, tendências 
introvertidas e ruminativas. São vistos em desenhos de obsessivos-compulsivos. 
• Galhos grossos e curtos: como se fossem cortados perto do tronco podem indicar 
tendências suicidas / isolamento. 
• Galhos quebrados ou mortos: eventos traumáticos vividos pelo indivíduo. 
• Galhos reforçados: sentimento de inadequação na busca de satisfação. 
• Galhos envoltos em bolas semelhantes a nuvens: sujeito intrapunitivo que mascara 
sua agressividade (ele não descarrega sua agressividade nem interna nem 
externamente). 
• Estrutura de galhos alta e estreita: voltadas para cima e pouco para os lados, sujeito 
temeroso de obter satisfação no e a partir do ambiente, voltam-se exageradamente 
para a fantasia para conseguir gratificação substitutiva. 
• Copa achatada: negação ou rejeição da fantasia – necessidade de negar ou conter 
os conteúdos ameaçadores que querem invadir o ego. 
• Tronco fino / pequeno / com uma grande estrutura de galhos (ou copa): equilíbrio 
precário da personalidade por causa da excessiva busca de satisfação. 
• Tronco grosso / grande / com pequena estrutura de galhos (ou copa): equilíbrio 
precário da personalidade por causa da frustração gerada pela incapacidade de 
satisfazer necessidades básicas. 
• Tronco com base larga: ambiente anterior sem estimulação calorosa e saudável. 
• Tronco mais estreito na base: indicação de patologia – sugere um esforço além das 
forças do indivíduo, com uma implicação concomitante de possível colapso do 
controle do ego. 
• Linha do solo: em arco convexo – dependência materna, com isolamento e 
desamparo. Em forma de caixa – contato inadequado com a realidade. 
• Árvore de Natal: narcisismo, tendência regressiva e forte necessidade de cuidado e 
proteção. 
• Árvore em forma de fechadura: forte tendência oposicionista. 
• Árvore “Nigg’s”: indica uma personalidade rígida e compartimentalizada. 
• Árvore cindida: claro sinal de esquizofrenia. 
• Árvore fálica: indivíduo desajustado sexualmente. 
 
DETALHES NÃO ESSENCIAIS – na árvore 
• Casca: desenhada facilmente – interação equilibrada com o ambiente. Desenhada 
meticulosamente – indivíduo muito preocupado com sua relação com o ambiente. 
Cicatrizes – presença de traumas. 
• Folhas: desenhadas meticulosamente – sinal de características obsessivo-
compulsivas. 
• Trepadeira no tronco: sentimento de que o indivíduo está perdendo ou já perdeu o 
controle de impulsos constrangedores. 
• Estrutura da raiz: representa a fonte de satisfação elementar e a estabilidade das 
forças da personalidade. Raízes que penetram fácil e delicadamente no solo – bom 
contato com a realidade. Raízes como garras – revelam a presença de fortes 
atitudes agressivas e paranóicas. 
 
DETALHES IRRELEVANTES – fora da árvore 
• Pássaros ou animais: geralmente têm forte valência para o indivíduo. O indivíduo 
sente que um segmento de sua personalidade está patologicamente fora de 
controle, ou se identifica mais com o animal indicando necessidades regressivas de 
uma existência protegida. 
• Pessoa perto da árvore: indicador de patologia. 
• Face humana na estrutura de galhos: normalmente tem significado negativo para o 
indivíduo. 
 
 
• Dimensão dos detalhes 
o Tronco e galhos unidimensionais: recursos para buscar satisfação são 
ineficientes (ego fraco), sentimento de inadequação. Suspeita de organicidade. 
o Galhos bidimensionais como dedos: forte hostilidade. 
o Galhos bidimensionais como farpas: ou que parece ter espinhos – impulsos 
intensos de hostilidade e agressão. 
o Galhos bidimensionais fálicos: temor de castração; preocupação sexual ou 
esforço para conquistar virilidade. 
o Galhos bidimensionais sem fechamento nas extremidades: indicam falta de 
controle na expressão dos impulsos. 
 
• Sequência do detalhe 
o Dois galhos bidimensionais desenhados, um abaixo do outro (à esquerda) 
começando do topo da árvore: seguido de galhos parecidos à direita, mas que 
não se unem entre si ou ao tronco: indicador de patologia. 
 
• Ênfase no detalhe 
o No lado esquerdo da árvore: desequilíbrio da personalidade ocasionado por uma 
forte tendência de busca de satisfação emocional direta e imediata. 
o No lado direito da árvore: desequilíbrio da personalidade ocasionado por 
tendência a evitar ou adiar satisfação emocional e procurar satisfação através 
do esforço intelectual. 
o Linhas periféricas do tronco reforçadas: refletem necessidade de manter a 
integridade da personalidade, o indivíduo usa de defesas compensatórias para 
ocultar e combater seu medo de difusão e desintegração da personalidade. 
o Linhas débeis ou serrilhadas no tronco: estado avançado de colapso iminente 
da personalidade ou perda da identidade. 
o Árvore toda em linhas débeis: esgotamento de energia e motivação do 
depressivo. 
 
 
PESSOA 
 
Significados: 
• Cabeça: área do controle, da inteligência e da fantasia. 
• Traços fisionômicos: identificação 
• Corpo: área das necessidades e impulsos físicos básicos. 
• Ombro: força básica ou poder. 
• Braços: controle do ambiente. 
• Pernas: autonomia de mobilidade 
• Pescoço: coordenação entre impulso e fantasia. 
• Mãos: ações ofensivas ou defensivas, contatos íntimos e imediatos. 
 
PROPORÇÃO 
• Margem da página: pernas cortadas pela margem do papel – sentimento de falta de 
autonomia. 
• Relação com o observador: acima do observador – desejo de manter-se afastado 
do convívio social ou sente-se oprimido e dominado pela pessoa representada. 
• Posição: de frente – sem sugestão de profundidade; indivíduo rígido e intransigente 
que necessita ocultar sentimentos de inadequação e insegurança. Sugere prontidão 
para enfrentar tudo direta e firmemente. Perfil completo – forte retraimento e 
tendência oposicionista.De costas – afastamento esquizo-paranóico; rejeição do 
convívio psicossocial e da realidade. Desvio de cabeça – indica séria evasão e 
afastamento. 
o Braços: colados ao corpo – rigidez. Cruzados no tórax – desconfiança e atitudes 
hostis. Desenhados atrás do corpo – relutância em conhecer outros caminhos. 
Cruzados sobre a pélvis – frequente em mulheres melancólicas em processo 
involutivo e desajustadas sexualmente. Compulsivos – indivíduo sente-se 
atuando de forma descontrolada. Mãos nos bolsos – evasão controlada. 
o Pernas: abertas – desafio ou forte necessidade de segurança. Fortemente 
unidas – desajustamento sexual. 
o Pés: pessoa na ponta dos pés – tênue contato com a realidade ou um forte 
desejo de fuga. Apontando em direções opostas – sentimentos ambivalentes. 
 
• Transparências: de órgãos – presença de patologia. 
• Movimento: pode indicar sentimentos de ajustamento satisfatória do indivíduo. 
Corrida controlada – necessidade de realização. Corrida cega – indivíduo vítima de 
pânico em alguns momentos. 
 
DETALHES ESSENCIAIS (cabeça, tronco, duas pernas e dois braços. Traços faciais: 
dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas) 
• Olhos como buracos ocos: evitação de estímulos visuais desagradáveis. Omissão 
dos olhos: suspeita de alucinações visuais. 
• Dentes: agressão. 
• Tronco: é a sede das necessidades e impulsos físicos básicos. Ausência: negação 
de impulsos corporais. 
• Ombros: força básica ou poder. Quadrados: atitude hostil e defensiva. 
• Braços: instrumentos de controle ou para fazer mudanças no ambiente. Omissão: 
sentimento de inadequação; tendências suicidas; temor de castração. 
• Parte inferior do tronco: local dos impulsos sexuais. Dificuldade de fechar a base da 
pélvis: indicador de patologia. 
• Pernas: autonomia do indivíduo no ambiente. Ausência: fortes sentimentos de 
constrição e temor de castração. 
 
DETALHES NÃO ESSENCIAIS – na pessoa 
• Pescoço: considerado um indicador de coordenação entre área de controle e área 
dos impulsos. 
o Omitido: impulsos corporais ameaçam dominar o indivíduo. 
o Omissão da linha do queixo: fluxo livre dos impulsos básicos do corpo 
com uma provável falta de controle adequado. 
• Genitais: indicador de patologia severa 
• Mãos: são instrumentos de ações defensivas ou ofensivas no ambiente. 
o Ausência: sentimento de inadequação. 
o Dedos pontiagudos: hostilidade. 
o Dedos como pétalas: infantilização. 
• Pés: omissão – fortes sentimentos de constrição. 
 
DETALHES IRRELEVANTES – fora da pessoa ou na pessoa 
• Coisas na boca: podem indicar erotismo oral moderado. 
• Coisas nas mãos: tendências agressivas ou associações fálicas. 
 
Dimensão do detalhe 
• Figura palito: deficientes mentais ou lesionados orgânicos. 
• Dedos unidimensionais: encerrados por uma linha – esforços conscientes para 
suprimir impulsos agressivos. 
 
Sequência do detalhe: 
• Adiamento da representação das características faciais: pode refletir tendência para 
negar um contato com o ambiente ou postergar a identificação. 
• Dedos ou mãos desenhadas por último: relutância em estabelecer contatos íntimos 
e imediatos com o ambiente. 
 
Ênfase no detalhe 
• Nariz: preocupação fálica e temor de castração. 
• Orelhas: indivíduos paranóicos. 
• Queixo com muita ênfase: domínio social. Pouca ênfase: impotência social. 
• Cintura: coordenadora dos impulsos de poder e sexuais. Ênfase: conflito entre a 
expressão e o controle dos impulsos sexuais. 
• Pés: sentimento narcisista-exibicionista. 
 
Qualidade da linha 
• Ênfase nas linhas periféricas da cabeça: forte esforço para manter o controle frente 
a fantasias perturbadoras e ideação obsessiva ou alucinatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: Emanuel F. Hammer 
Aplicações clínicas dos desenhos projetivos 
Capítulo 8: A técnica projetiva do desenho da Casa-Árvore-Pessoa: interpretação 
do conteúdo 
 
 
CASA 
 
• Significado geral: associação referente à vida doméstica e a relações 
intrafamiliares. 
 
• Telhado: simboliza a área de fantasia da vida 
o Grande 
o Ausência de telhado 
o Reforçado por uma linha forte e grossa, ou por repetidas linhas em seu 
contorno 
 
• Paredes: força do ego 
o Desabando 
o Reforço das paredes 
o Linha frágil e inadequada 
o Paredes transparentes 
 
• Porta: contato com o ambiente / acesso a contato íntimo 
o Pequena 
o Grande 
o Acima da linha de solo 
o Porta aberta 
o Ênfase em fechaduras e/ou dobradiças 
 
• Janelas: interação secundária com o ambiente / ver e ser visto (preocupação 
com a exposição). 
 
o Ênfase na fechadura das janelas 
o Persianas ou cortinas 
o Janelas completamente nuas 
o Reforço dos contornos 
o A janela do banheiro é a maior 
o Janelas em alturas diferentes 
 
• Chaminé: sexualidade 
o Fumaça 
o Com a parte superior ausente 
o Tombada 
o Transparente 
o Mais de uma 
o grande 
 
• Perspectiva da casa 
o Visão de pássaro ou de minhoca (forma como se relaciona com o conflito) 
o Como algo longe 
o Perfil absoluto 
o Vista dos fundos 
• Linha do solo 
• Contato com a realidade. 
 
• Acessórios 
o Caminho longo e tortuoso 
o Excessivamente largo na parte voltada para o observador e que vai em 
linha reta, e estreitando, até a porta 
o Cercas 
 
 
ÁRVORE 
 
• Significado geral: reflete os sentimentos mais profundos da personalidade e os 
sentimentos acerca do self que se encontram em um nível mais primitivo da 
personalidade. 
 
• Com a base na borda do papel 
 
• Tronco: representa o sentimento de poder básico e força interna (força de ego) 
o Linhas periféricas reforçadas 
o Linhas débeis, rascunhadas e serrilhadas 
o Buracos 
o Buracos com animais dentro 
o Cicatrizes 
o Raízes 
 
• Estrutura dos galhos: demonstra o sentimento de habilidade para obter 
satisfação a partir do ambiente 
o Estrutura alta e estreita 
o Ultrapassando os limites da folha 
o Copa achatada 
o Galhos unidimensionais 
o Galhos com as pontas afiadas 
o Galhos bidimensionais sem fechamento na extremidade distal 
o Galhos quebrados ou cortados 
o Galhos voltados para dentro 
o Estrutura de galhos exageradamente grande 
o Estrutura pequena num tronco exageradamente grande 
o Galhos com bolas parecendo “nuvens” nas pontas 
 
• Organização do desenho como um todo: sentimento de equilíbrio intrapessoal 
do sujeito 
o Árvore em forma de fechadura 
o Árvore cindida 
o Temática 
o Desenhada como morta 
 
PESSOA 
 
• Significado geral: expressa a visão de si mesmo mais próxima da consciência e a 
relação com o ambiente além da perspectiva de como estabelece as relações 
sociais 
 
• Tema 
o Autorretrato: o que o sujeito sente ser 
o Self ideal: a pessoa projeta um ideal de ego 
o Representação de uma pessoa significativa do ambiente passado ou 
presente 
 
 
 
No desenho da figura humana está implícito o conceito de “imagem corporal”. 
“(...) cada um de nós leva consigo em seu aparelho psíquico uma imagem, física em sua 
estrutura e em grande parte inconsciente, do tipo de pessoa que é. Além do mais, esta 
imagem se baseia em parte na convenção, em parte nas sensações e estrutura 
somática e em parte na transposição simbólica das atitudes em características 
somáticas”. (HAMMER, p. 63)