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DEMOCRACIA - SEPARATA PAULO BONAVIDES

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CIÊNCIAS POLÍTICAS E DO ESTADO 
 
 
❖ DEMOCRACIA - 
Deve ser o governo do povo para o povo, busca a utilidade do maior numero e não a 
vantagem de alguns (todos são iguais perante à lei), trata-se da melhor e mais sábia forma 
de organização do poder, conhecida na história política e social de todas as civilizações. 
Marnoco e Sousa escrevia que a melhor justificação do princípio democrático “resulta da 
impossibilidade de encontrar outro que lhe seja superior”. A democracia foi a potente força 
condutora dos destinos da sociedade contemporânea”. Distinguem-se na história das 
instituições políticas, três modalidades básicas de democracia: 
→ Direta (não representativa) 
→ Indireta (representativa) 
→ Semidireta 
 
❖ DEMOCRACIA DIRETA (NÃO REPRESENTATIVA) - 
A democracia antiga era a democracia de uma cidade, de um povo que 
desconhecia a vida civil, que se devotava a vida inteira à coisa pública, que 
fazia de sua assembleia um poder concentrado no exercício da plena 
soberania de seus poderes. O valor que o Estado grego conferia à sua 
democracia estava preso, portanto, ao bem que ele almejava receber e que 
efetivamente recebia da parte do Estado. A democracia é o governo da 
cidadania, daqueles que estão livres para a ação e para a discussão no 
campo das ideias, tal qual perpetuado na noção difundida pelos três 
princípios gregos, que enalteceram a real noção de igualdade na política: A 
isonomia, a isotimia e a isagoria. 
→ ISONOMIA - Consiste na igualdade de todos perante a lei, sem 
distinção de grau, classe ou riqueza, conferindo-lhes iguais direitos. 
→ ISOTIMIA - Abolia a organização democrática da Grécia os títulos e 
funções hereditários, abrindo a todos os cidadãos o livre acesso ao 
exercício da função pública. 
→ ISAGORIA - Direito de palavra, da igualdade reconhecida a todos de 
falar nas assembleias populares, de debater publicamente os negócios 
do governo, “liberdade de imprensa”. 
 
❖ DEMOCRACIA INDIRETA (REPRESENTATIVA) - ATUAL 
 
 
 
 
 
 
Caracteriza-se pela presença do sistema representativo. Segundo 
Montesquieu o povo precisava de representantes que iriam decidir e querer 
em nome do povo. Razões de ordem prática há que fazem do sistema 
representativo condição essencial para o funcionamento no estado Moderno 
que já não é o Estado-cidade, mas o Estado-nação, de larga base territorial. 
 
 
O homem da democracia direta era integralmente político. O 
homem do Estado moderno é homem apenas acessoriamente político. 
Nos sistemas compactos da ordem totalitária, o homem, perante as 
esferas políticas, deixa de ser politicamente “sujeito” ou “pessoa” para 
anular-se por inteiro como “objeto”. O homem moderno precisa prover 
de imediato às necessidades materiais de sua existência, não se pode 
volver ele de todo para análise dos problemas do governo. Só há uma 
saída possível: Um governo democrático de bases representativas. 
A moderna democracia ocidental tem por bases principais a 
soberania popular, como fonte de poder legítimo, que se traduz através 
da vontade geral; com pluralidade de candidatos e partidos; a 
observância constitucional do princípio da distinção de poderes; com 
separação nítida no regime parlamentar; a igualdade de todos perante a 
lei; a manifesta adesão ao princípio da fraternidade social; a 
representação como base das instituições políticas; a limitação de 
prerrogativas dos governantes; O Estado de Direito e da ordem jurídica, 
abrangendo todas as manifestações de pensamento livre: Liberdade de 
opinião, de reunião, de associação e de fé religiosa; a temporariedade 
dos mandatos eletivos e, a existência plenamente das minorias 
políticas, com direito e possibilidades de representação. 
 
❖ DEMOCRACIA SEMIDIRETA - 
Modalidade em que se alteram as formas clássicas da democracia 
representativa para aproxima-la cada vez mais da democracia direta, a 
alienação política da vontade popular faz-se apenas parcialmente. A 
soberania está com o povo, e o governo, mediante o qual essa soberania se 
exerce pertence por igual ao elemento popular nas matérias mais 
importantes da vida pública. Determinadas instituições, a iniciativas, o veto 
e o direito de revogação fazem efetiva a intervenção do povo, garantem-lhe 
um poder de decisão de última instância, supremo, definitivo, 
incontrastável. O povo na democracia semidireta não só elege, como legisla, 
acrescenta-se, portanto, à participação política, certa participação jurídica. 
• A democracia semidireta teve a mais larga proliferação no curso das 3 
primeiras décadas deste século, após a primeira guerra mundial. 
 
 
 
 
 
 
O Estado atual é dominantemente partidário. O partido político é hoje 
o poder institucionalizado das massas. Todo consentimento das 
massas, manifesto ou presumido, há de circular sempre através de um 
órgão ou poder intermediário, onde corre o risco de alienar-se por 
inteiro (partido político). Com a corrupção partidária, o corpo eleitoral, 
sai bastante ferido.

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