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Deveres das partes e de seus procuradores

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Deveres das partes e de seus procuradores 1
⚖
Deveres das partes e de seus 
procuradores
Column
Criado
Revisado
Os deveres das partes e dos procuradores decorrem do artigo 77 do CPC, não 
se limitando às partes, mas a todos aqueles que, de alguma forma, estiverem 
envolvidos no processo, como funcionários do tribunal, por exemplo.
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres 
das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de 
qualquer forma participem do processo:
💡 Não incorre neste artigo aquele que, equivocadamente, os trás ao 
processo. O simples discordar do juiz com os fatos não caracteriza 
este inciso àquele que expõe.
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
Apr 26, 2021 918 PM
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💡 Viola este artigo aquele que intencionalmente falseia a verdade. 
Aquele que, sabendo que o fato não é verdadeiro, ainda o trás ao 
processo. Não incorre neste inciso aquele que, equivocadamente, os 
trás ao processo. O simples discordar do juiz com os fatos não 
caracteriza este inciso àquele que expõe.
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando 
cientes de que são destituídas de fundamento;
💡 Refere-se àquele que, intencionalmente, formula pretensão ou 
apresenta defesa destituídos de fundamento.
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou 
desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
💡 Refere-se a provas ou atos completamente procrastinatórios, evitar a 
declaração do direito em favor da parte. Visa a satisfação, por 
exemplo, do princípio da economia processual.
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de 
natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua 
efetivação;
💡 Se ocultar para não ser citado, por exemplo.
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos 
autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão 
intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer 
qualquer modificação temporária ou definitiva; 
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou 
direito litigioso.
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💡 Alienar o bem que é objeto do litígio, por exemplo.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá 
qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua 
conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade 
da justiça.
💡 Qualquer embaraço à satisfação de decisões provisórias ou 
definitivas.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato 
atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem 
prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, 
aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor 
da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
💡 O juiz, no caso concreto, de ofício ou a requeri avaliará a gravidade 
da conduta para fixar a multa, com base no valor dado à causa.
💡 A multa não exclui possível responsabilidade criminal, civil e 
processual cabíveis ao responsável.
§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa 
prevista no § 2º será inscrita como dívida ativa da União ou 
do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, 
e sua execução observará o procedimento da execução 
fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97 .
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💡 Revertida à Fazenda Pública. Se perante a Justiça Federal, revertida 
para a União. Se perante a Justiça Estadual, revertida para o Estado. 
Executada nos moldes da 
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada 
independentemente da incidência das previstas nos arts. 
523, § 1º , e 536, § 1º .
💡 O 523 fala da execução de obrigação de pagamento de quantia 
certa. O 536 fala das obrigações de fazer e não fazer previstas em 
titulo executivo judicial.
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da 
Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o 
disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual responsabilidade 
disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou 
corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
💡 A possibilidade de multa refere-se apenas às partes, não ao 
advogado, ao defensor e o promotor.
💡 Advogado será punido perante a OAB; o MP, perante a Corregedoria.
§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz 
determinará o restabelecimento do estado anterior, 
podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a 
purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º.
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💡 Além da multa, haverá ainda a determinação, pelo juiz, do 
reestabelecimento do estado anterior, podendo a parte ser proibida 
de falar nos autos até o efetivo reestabelecimento.
§ 8º O representante judicial da parte não pode ser 
compelido a cumprir decisão em seu lugar.
💡 Refere-se a advogados, por exemplo.

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