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Introdução e terminologias

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Nathália Gomes Bernardo 
Aula 1- Agrostologia – 02/03/2021 
Introdução e Terminologias 
 
O aumento do consumo de carne no mundo, desde 2013, foi muito crescente. O principal mercado de 
importação de carne do Brasil é a China. O Chinês tem aumentado o consumo de carne, mas ainda comparado 
ao brasileiro eles consumem menos que nós devido ao valor do produto. 
O Brasil também exporta carne para EUA, que também é um produtor. 
A média de consumo diário por pessoa por dia no Brasil é 120g. Se comparado a China e Oceania, a 
carne no Brasil é relativamente barata. E o consumo desse alimento vem aumentando porque a renda per capita 
do país vem aumentando por ser um país em desenvolvimento. 
 Via de regra, os brasileiros preferem a carne bovina. Mas dependendo do valor desse produto, a 
população começa a substituir esse produto por carne de frango e suína por exemplo, e, até mesmo, por outras 
fontes de proteína. Aumento da renda per capita-> aumento do consume per capita. 
 
Origem da Produção de Carne Brasileira: 
- 90% dos animais produzidos e abatidos são criados a pasto: animal nasce > recria e engorda no pasto> 
abate. 
- 4,8% dos animais produzidos são provenientes de semi-confinamento: animal continua a pasto, 
porém recebe ração. 
- 4,9% dos animais produzidos e abatidos são provenientes de confinamento, onde ficam cerca de 90 
a 120 dias. 
O tempo médio de abate de um bovino, desde o nascimento ao abate, é de 36 meses. Sendo assim, esse 
animal de confinamento passa a maior parte da vida dele no pasto. 
Então, pode se dizer que 100% dos animais do Brasil em algum momento são mantidos a pasto. 
Ainda assim, o pasto ainda é muito negligenciado. 
Quando aumenta a produtividade, aumenta a preservação; porque se está produzindo mais por área e 
consequentemente diminui o desmatamento. 
O custo de um animal a pasto é ½ do custo de outras fontes de alimento como silagem, feno e 
concentrado. Mas isso não significa que confinamento não é válido, confinamento é utilizado principalmente 
na época da seca. 
 
Forrageiras: 
Produção de forragem para alimentação animal. A forragem tem que ser tratada como cultura para 
responder em qualidade e quantidade. 
No Brasil utiliza gramíneas tropicais e subtropicais. 
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As pastagens de gramíneas tropicais necessitam basicamente de 5 fatores para produzir forragem: 
- Temperaturas altas: no mês de maio e junto, por exemplo, em Udia tem temperaturas mais baixas -> 
no frio as gramíneas crescem menos. 
- Fotoperíodo acima de 12 hrs: todos os dias do ano não tem a mesma quantidade de horas de dia -> 
para as gramíneas produzirem massa necessitam fazer fotossíntese. 
- Luminosidade intensa luz direta do sol -> em dias nublados ocorre menos fotossíntese; então e épocas 
de menos luminosidade as gramíneas crescem menos. 
- Fertilidade do sol: pode ser natural do solo ou corrigida com adubação. 
- Água em quantidade: região do triângulo mineiro por exemplo tem de novembro a fevereiro ou março 
mais chuvosos, já junho a agosto tem menos água. 
 
Mesmo com luminosidade se a planta não tiver fertilidade de solo e água ela n faz fotossíntese. 
Junho, julho e agosto o dia é mais curto, temperatura mais baixa e chove menos. 
Na primavera e verão tem maior 
disponibilidade de forragem. 
Já no outono e no inverno tem menos 
disponibilidade de forragem (menores Tº; menos 
luminosidade e água) 
80% da produção de forragem é de outubro 
a abril e os outros 20% de maio a novembro. 
Durante todo o ano, caso seja mantido na 
fazenda mais ou menos a mesma quantidade de 
animais, pode-se dizer que a demanda por 
alimento durante todo esse período é semelhante. Entretanto a produção de forragem não é a mesma ao longo 
do ano. Então jun, jul e agosto tem falta de alimento. Tanto a falta é um problema quanto a sobra, porque 
esperdiçar também é ruim. Nem sempre ocorre sobra, depende do tamanho da fazenda e da quantidade de 
animais. 
Efeito boi sanfona: primavera e verão ganha peso, mas no outono e inverno perde peso. É normal vaca 
de leite perder peso no período de lactação, mas isso é fisiológico; já boi de corte não deve perder peso; A 
média é de ganho de 3-5@/ha/ano. Quanto maior a média de ganho de @/ha/ano do produtor, mais ele lucra 
e, consequentemente, mais carne tem disponível no merca e mais barata. 
 
 
 
 
 
 
Toda atividade agropecuária causa danos ao meio 
ambiente; até mesmo, por exemplo, uma horta orgânica, 
porque anteriormente tinha uma biodiversidade 
(ecossistemas). 
O intuito é produzir causando o mínimo de danos 
possíveis ao meio ambiente. 
O confinamento bem planejado ocupa menos espaço; 
acaba que isso é uma forma de preservação do meio ambiente. 
Área bem manejada: emissão de carbono pelos 
animais, mas também tem sequestro de carbono pelo pasto 
através da fotossíntese, em que consiste na planta pegar o 
CO2 atmosférico (em altas concentrações é toxico para nós) 
transformar em tecido vegetal, depois tecido animal (e carne e leite). Em pastos bem planejados o balanço é 
positivo. 
Porém no BR tem muito pasto degradado em que o balanço é negativo. 
O intuito é aumentar a produção em um determinado espaço e manter o balanço positivo. 
 
 
Nosso país tem 70% das áreas preservadas. 
 
TERMINOLOGIAS 
▪ Agrostologia: ciência que estuda as plantas forrageiras. 
▪ Forragicultura: ciência que estuda as plantas forrageiras e a interação com o solo, animal e meio 
ambiente. 
▪ Planta forrageira: planta apropriada para a alimentação animal. 
▪ Forragem: partes comestíveis das plantas, que podem servir na alimentação dos animais em pastejo, 
ou colhidas e fornecidas no cocho. Geralmente é a parte que se encontra a cima do solo e é fornecido 
ao animal. 
▪ Perfilho: unidade básica de formação das gramíneas. 
 
▪ Pasto: espécie, ou, cultivar de planta forrageira que o animal encontra na pastagem; então animal não 
come pastagem, come pasto. 
▪ Pastagem: área com pasto, geralmente circundada por uma cerca e utilizada para produção de 
forragem a ser consumida primariamente pelo animal em pastejo. Toda infraestrutura existente: 
cochos, cercas, saleiros, sombra, etc. 
▪ Pasto nativo: pasto com plantas forrageiras que se estabelecem sem interferência do homem. Ex.: 
gramíneas nativas no Pantanal, pampas no RS. 
▪ Pasto cultivado: pasto com plantas forrageiras adaptadas e de alta produção, estabelecidas com o uso 
de técnicas agronômicas apropriadas; suporta alta produção 
Ex.as gramíneas que utilizamos tem origem africana -> o maior mamífero do BR é a anta que 
não anda em grande numero de animais; Já na África os animais que compõe a fauna (elefantes, girafas, 
etc) andam em conjunto e, por isso, as gramíneas são mais resistentes. 
▪ Piquete: uma subdivisão de uma área de pastagem, quando manejo sob lotação rotativa. 
▪ Massa de foragem: é a quantidade – em massa ou peso seco- total de forragem presente por unidade 
de área acima do nível do solo. Medida de caráter pontual, normalmente expressa em kg de MS/há. 
Basicamente é a quantidade de alimento disponível ao animal. 
▪ Matéria seca: é o peso do material livre de água (peso seco). Geralmente é expresso em teor de matéria 
seca ou percentual de matéria seca (% de MS). 
▪ Forragem disponível ou estrato pastejável: é a massa de forragem que os animais tem disponível 
para pastejo em lotação rotativa. 
▪ Resíduo de forragem ou forragem residual: é a massa de forragem remanescente numa dada área, 
como consequência do corte ou do pastejo. 
▪ Produção de forragem: balanço entre os processos de fotossíntese e respiração de um pasto. 
▪ Senescência de forragem: é o processo de morte das células, tecidos e órgãos de plantas forrageiras, 
ao final da sua vida útil; ‘envelhecimento da planta’. 
▪ Acúmulo de forragem: variação (incremento) da massa de ferragem entre duas medidas de massainstantâneas consecutivas em uma pastagem. É o resultado do balanço entre os processos de produção 
de foragem e de senescência de forragem. 
▪ Rebrotação: processo de crescimento das plantas após a desfolhação. 
▪ Desfolhação: remoção de uma porção ou toda parte área da planta. 
▪ Índice de área foliar (IAF): área de folha/área de solo 
Quanto maior a área foliar mais ocorre fotossíntese. 
Quanto mais alto o pasto, mais se tem área foliar. 
▪ Manejo de pastejo: é a manipulação do processo de remoção da forragem pelo animal no ecossistema 
pastagem. 
▪ Pastejo: colheita da forragem pelo animal. 
▪ Pastoreio: ato de conduzir os animais na pastagem> quem faz isso é o homem ou cachorros por 
exemplo. 
▪ Método de pastejo: alocação de rebanho na pastagem. 
▪ Lotação contínua: método de pastejo em que o rebanho tem acesso irrestrito e ininterrupto a toda a 
pastagem, durante um longo período- por exemplo uma estação do ano. 
▪ Lotação rotativa: método de pastejo que usa períodos recorrentes de rebrotação (descanso) e de 
ocupação (pastejo) entre duas ou mais subdivisões (piquetes) numa pastagem. 
▪ Taxa de lotação: relação entre o numero de animais ou de unidade de animal (U.A.) e a área da 
unidade de manejo por eles ocupada, durante um período especifico de tempo (uma estação de pastejo, 
um verão, etc). 
Geralmente expressa em U.A./há 
1UA= 450kg de peso vivo 
1vaca de 450 kg=1UA 
2 bezerros de 225kg cada= 1UA 
▪ Taxa de lotação fixa: uso de uma relação constante entre o número de animais (ou U.A.) e a área 
pastejada. 
▪ Taxa de lotação variável: variação planejada e controlada na relação entre o número de animais (ou 
U.A.) e a área pastejada. Pode ser feita variando o numero de animais ou variando a área de pastejo 
▪ Valor nutritivo: relacionado a composição química, digestibilidade e desempenho animal. Os 
parâmetros avaliados são: 
o Proteína bruta: teor de nitrogênio x6,25 
o FDN: fibra e detergente neutro -> fibra+ detergente 
o FDA: fibra e detergente ácido 
o DIVMS: digestibilidade in vitro da matéria seca 
o NDT: nutrientes digestivos totais 
▪ Palatabilidade: é a medida que descreve a qualidade de ser agradável ao paladar. Esse termo deve ser 
evitado porque não é possível avaliar, é melhor usar o termo ‘preferência’. 
▪ Preferência: discriminação pelos animais entre as diversas áreas ou localidades da pastagem ou entre 
os componentes do pasto. Por determinada preferência o animal faz seleção. 
▪ Seleção: remoção pelo animal de alguns componentes do dossel/pasto ou de uma amostra de forragem 
em detrimento de outros. É uma função de preferência modificada pela oportunidade de seleção. 
▪ Ganho médio de peso por animal: quantidade de peso ganho por um animal durante um período -
normalmente expresso por dia. 
GMS= ganho médio diário 
(kg/animal/dia) 
▪ Produção média de leite por animal: quantidade de leite produzida por um animal durante um 
período. 
(kg/animal/dia) 
▪ Ganho de peso (produtividade) por área: quantidade de peso ganho por um grupo de animais 
durante um período em um hectare. 
GPV= ganho de peso vivo (kg/há) 
▪ Produção de leite (produtividade) por área: quantidade de leite produzido por um grupo de animais 
durante um período em um hectare. 
PL= Produção de leite (kg/há) 
▪ Feno: alimento volumoso e seco resultante da desidratação da forragem verde. 
▪ Silagem: alimento volumoso produto do processo de conservação de forragem mediante fermentação 
controlada em ausência de ar. 
Silagem não perde água

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