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Recursos Educacionais Abertos

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Recursos Educacionais Abertos(REA)
projetos de educação aberta na cultura digital.
Módulo1
Contexto e relevânciaHistórico dos Recursos Educacionais Abertos no Brasil e no Mundo
Uso das tecnologias na educação
Você já deve ter ouvido falar sobre o uso das tecnologias na educação, não é mesmo?
A ideia de que o uso das tecnologias poderia aprimorar a educação esteve presente nas principais propostas de reforma educacional por todo o século XX, século vinte,envolvendo desde os meios de comunicação de massa até as tecnologias digitais e a Internet.
Foram vários os projetos e políticas que – com mais ou menos sucesso – buscaram explorar usos educacionais do cinema, rádio, televisão e, recentemente, dos computadores e Internet.
Anos 80
Ocorrem as primeiras iniciativas de uso pedagógico das tecnologias digitais de informação e comunicação (TIC) no Brasil, especialmente com experiências de programação para crianças e jovens a partir de uma linguagem especificamente desenvolvida para o uso pedagógico.
Tratava-se do LOGO, criada pelo professor Seymour Papert, no Massachussets Institute of Technology (MIT) e inspirada nos princípios do construtivismo e da matética.
Anos 90
As primeiras políticas de educação com tecnologia tiveram como ênfase, principalmente no meio acadêmico, do caráter transformador do uso das tecnologias digitais no contexto da escola.
Foi na década de 90 que vimos algumas iniciativas surgirem e se expandirem ao mesmo tempo em que se iniciava a abertura da Internet para usos comerciais (até 1995 a rede se restringia ao meio acadêmico).
Todo esse processo foi marcado por um grande otimismo em relação às novas tecnologias e ainda pela crença de que a apropriação delas, em estratégias de ensino e de aprendizagem, levaria à melhoria da qualidade educativa.
Anos 2000
Com a popularização da Internet, compreendida como uma biblioteca infinita de conteúdos e que permite a comunicação em tempo real, materializou a ideia de produção colaborativa e da educação centrada no estudante, como pregava os pesquisadores da linguagem LOGO.
Nesse contexto, a educação foi bastante influenciada, principalmente pela atmosfera de “inovação” que a “cultura de participação” da internet trazia.
Essa nova cultura possibilitaria reduzir barreiras para a expressão artística, participação política e fortes incentivos à criação e a colaboração. Haveria, portanto, uma necessidade de inovar nas práticas pedagógicas da escola tradicional.
Internet
A Internet é a rede que conecta computadores ao redor do mundo, que inclui uma infraestrutura física e uma série de protocolos que permite a comunicação entre as máquinas.
Web
Já a Web (ou World Wide Web) é uma forma de acessar diferentes tipos de documentos (incluindo vídeos, sons, imagens, etc.) e dados por meio da internet.
A Web facilitou e democratizou o acesso à informação via internet ao permitir a disponibilização de conteúdos de forma gráfica e interativa nos navegadores (ou browsers).
A Web foi desenvolvida a partir de uma lógica não proprietária, ou seja, livre de conteúdos protegidos por direitos autorais ou patentes.
Tim Berners-Lee foi um dos idealizadores da Web e defende até hoje que sua função primordial é permitir aos usuários e usuárias criar e colaborar entre si. Segundo ele, a Web não foi concebida para ser um instrumento meramente técnico, mas sim para apoiar e melhorar a existência humana.
Atualmente, observamos a crescente popularização dos telefones celulares para usos que vão além de ligações telefônicas. O celular vem sendo o principal meio de acesso à Internet entre crianças, jovens e professores, como vem mostrando a pesquisa TIC Educação, realizada anualmente pelo CETIC.br.
Para conhecer mais sobre o assunto, assista ao vídeo Pesquisa TIC Educação 2019.
JOÃO DOMINIUS (pai da didática) – DIDATICA MAGNA 
As tecnologias digitais e a Internet facilitaram a emergência de um novo modelo de produção de cultura, informação e conhecimento. Ele se constrói a partir da colaboração e da produção não comercial. São muitos os exemplos que indicam uma mudança de paradigma na relação entre criação e consumo de cultura, informação e conhecimento na atualidade.
Hoje estamos acostumados a acessar fotos, livros, filmes e outros conteúdos de forma livre on-line. Praticamente naturalizamos a ideia de que se algo está na Internet é de livre uso para todas as pessoas, mas nem sempre foi assim. Houve muitos embates para garantir a circulação desses materiais!
No início dos anos 2000, a indústria cultural moveu milhares de dólares para processar qualquer pessoa que compartilhasse conteúdos protegidos por direito autoral.
O objetivo era controlar ainda mais os usos desses conteúdos, mas sem garantir as liberdades básicas de acesso aos cidadãos e cidadãs, de modo a manter o monopólio sobre sua produção e circulação.
Com isso, a lei de direito autoral, originalmente idealizada para proteger as editoras e estimular a circulação dos materiais produzidos, passou a ser usada para impedir que a rede cumprisse com seu maior potencial: democratizar o acesso à informação, conhecimento e cultura e manter o monopólio da produção nas mãos de poucos.
O problema com as novas tecnologias é que elas ao mesmo tempo permitem mais acesso e mais controle. Como assim? Veja esse exemplo:
Se você compra um livro, gosta muito dele e decide emprestá-lo para um amigo, isso não se caracterizava uma violação de direito autoral. O mesmo valeria para um CD ou DVD.
Agora, se você comprou esse livro on-line e quer emprestá-lo, você não precisa se desfazer do seu livro para enviá-lo ao seu colega, não é?
Acontece que isso se caracterizaria em uma cópia da obra original, o que é restringido pela lei de direito autoral.
Ao enviar a cópia do livro (ou CD ou DVD), você deixa uma série de rastros on-line que permitem a uma autoridade identificar a violação, caso você venha a ser processado por isso. Ou seja, mesmo tendo comprado o livro on-line – do mesmo jeito que o físico – sua possibilidade de uso dele (no caso o empréstimo) fica restrita justamente quando ela se torna muito mais fácil!
Em resposta a essa situação contraditória, diversos grupos ao redor do mundo se organizaram em defesa da ideia de que todo conhecimento deveria ser livre ou o menos restrito possível, de forma a possibilitar seu compartilhamento, distribuição, cópia e uso. Isso passou a ser chamado de “cultura livre”.
A cultura livre ao mesmo tempo protege os autores e autoras e limita o alcance dos seus direitos, garantindo a circulação dos conteúdos, sua apropriação e adaptação (e remix!), motores da criação.
Conheça, a seguir, a história do jovem Aaron Schwartz e como ele se tornou um ícone do movimento em prol do conhecimento livre em todo o mundo.
Clique no botão para acessar o conteúdo.
Saiba mais
Muitos conteúdos on-line continuam protegidos por direitos autorais.
· Como usá-los sem correr o risco de sofrer um processo judicial?
· Como garantir que novos conteúdos possam circular livremente se a lei de direito autoral normalmente se aplica de forma automática a eles?
A criação das licenças alternativas do tipo Creative Commons foi fundamental para o desenvolvimento da cultura e do conhecimento livre e os Recursos Educacionais Abertos se beneficiaram muito delas!
Vamos conhecer um pouco mais sobre as licenças Creative Commons?
Licenças Creative Commons
A criação da organização sem fins lucrativos Creative Commons, em 2001, e a publicação de suas licenças, em 2002, são consideradas marcos da ampliação da resistência às políticas de maximização dos direitos autorais.
As licenças Creative Commons oferecem flexibilidade aos criadores e criadoras, permitindo que decidam quais liberdades de interação e uso de seus conteúdos desejam oferecer ao público e sob quais condições. Com isso, elas garantem aos usuários segurança na utilização dos conteúdos encontrados on-line.
As licenças CC, como costumam ser chamadas, foram cruciais para a cultura livre, pois, até então, não havia uma maneira de se identificar quais obras estavam disponíveis para usoe sob quais condições.
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Origem dos REA
Como educadores ou profissionais de qualquer área do conhecimento, estamos constantemente criando conteúdos e podemos fazer parte da promoção da cultura e do conhecimento livre sem abrir mão dos nossos direitos.
Com a disseminação da ideia de cultura e do conhecimento livre, diversos movimentos pela liberdade de usar, compartilhar e adaptar trabalhos e obras criativas ganharam força. Um deles se organiza ao redor da proposta de Educação Aberta e de Recursos Educacionais Abertos (REA). A ideia é simples: o conhecimento é um bem da humanidade e deve, portanto, estar acessível a todos.
Os REA estão intimamente ligados à ideia de fomentar novos olhares, novas apropriações, inovação e uma visão dos professores e professoras como autores e colaboradores.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o Acesso Aberto.
Acesso Aberto
O meio acadêmico foi um dos primeiros a se beneficiar das novas possibilidades de compartilhamento e produção em rede propiciadas pela Internet. Isso permitiu que cientistas das diversas áreas do conhecimento fossem desenvolvendo práticas que buscavam utilizar as novas tecnologias para difundir artigos científicos na rede de maneira gratuita ou a baixo custo.
O surgimento pioneiro dessas iniciativas, que ficaram conhecidas pelo nome de “acesso aberto”, também pode ser explicado pela necessidade de circulação de conhecimento intrínseca ao desenvolvimento da ciência. Elas também consistiam em uma resposta ao aumento dos preços dos periódicos científicos mais relevantes e que estavam forçando bibliotecas a cancelar suas assinaturas.
O movimento de acesso aberto se consolida em 2002, com a publicação da Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto, que representou a convergência das diversas iniciativas existentes e, até então, desconectadas sob um mesmo conceito.
As primeiras iniciativas de disponibilização de materiais e cursos on-line aconteceram no âmbito do ensino superior.
Uma das mais conhecidas foi anunciada em 2001: o OpenCourseWare (OCW), do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que inspirou diversas instituições ao redor do mundo e deu origem, em 2005, a um consórcio internacional com a missão de difundir iniciativas de publicação de materiais livres organizados em cursos: o OpenCourseWare Consortium.
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
O MIT OCW consistia na publicação on-line de materiais como notas de classe, exercícios, problemas, bibliografia, simulações, exames e testes e videoaulas.
Observando o rápido avanço desse tipo de projeto, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) organizou, em 2002, um fórum de discussão sobre o impacto do OCW para a educação superior em países em desenvolvimento.
O fórum buscou descrever o fenômeno de compartilhamento aberto de recursos educacionais e, na ocasião, foram apresentadas iniciativas que demonstravam seu potencial para aumentar o acesso a uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade.
O evento reuniu representantes de diversos países que, em sua declaração final, expressaram o desejo de desenvolver um recurso educacional universal, disponível para toda a humanidade.
Na ocasião, a expressão Recursos Educacionais Abertos foi utilizada pela primeira vez para se referir a esses materiais. Ela seria oficializada em 2007 em um encontro que culminou na Declaração da Cidade do Cabo sobre Educação Aberta.
Dez anos depois, em 2012, a Unesco promoveu o I Congresso Mundial de REAPrimeiro Congresso Mundial de REA, que resultou na Declaração de Paris, um documento construído a partir de seis fóruns realizados anteriormente em todas as regiões do mundo: Caribe, África, América Latina, Europa, Ásia e Oriente Médio e que tem como objetivo ajudar governos e instituições a adotarem políticas de REA.
Em 2017, a Unesco realiza o II Congresso Mundial de REASegundo Congresso Mundial de REA, que resultou no Plano de Liubliana, que convoca os países membros a implementar práticas e políticas educacionais baseadas em REA. E, em novembro de 2019, a Conferência Geral da Unesco aprova a Recomendação para REA.
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O que são os REA?
No âmbito da educação básica, a multiplicação das políticas que incentivavam o uso das tecnologias digitais nas escolas demandou a produção e disponibilização de conteúdos educativos.
Depois da fase inicial marcada pelas experiências com o LOGO, eles passaram a ser, em geral, produzidos por empresas de software educativo ou editoras de livros didáticos.
Uma das soluções propostas foram os chamados “objetos de aprendizagem”, pequenas unidades de conteúdos que podem ser utilizados e reutilizados para a educação auxiliada por tecnologias. Eles podem ser, por exemplo, jogos, vídeos, simulações, etc.
O problema é que esses materiais são pouco adaptáveis às diferentes realidades de cada região ou escola, já que são produzidos de forma centralizada e normalmente por pessoas distantes do ambiente escolar.
Enquanto a produção desses objetos segue a lógica proprietária característica da indústria de massas, o conceito de REA surge em diálogo com a ideia de cultura livre e de participação, ao compreender que o conhecimento é um bem coletivo e social que deve estar acessível para todas as pessoas.
Com essa mudança de concepção, os materiais educativos passam a ser considerados como bens públicos e comuns dos quais todos podem se beneficiar.
A definição mais difundida de REA foi construída colaborativamente a partir de diversos fóruns de discussão e afirma que Recursos Educacionais Abertos são:
“materiais de ensino, aprendizado, e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Os REA podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.”
Autoria: Unesco e Commonwealth of Learning
A novidade dos REA, portanto, não está na digitalização ou na distribuição gratuita de conteúdos educacionais pela rede.
A questão central nesse conceito é a possibilidade de cópia, distribuição e adaptação oferecida pelas licenças abertas e formatos abertos que, junto com o avanço das novas tecnologias digitais, oferecem novas possibilidades de interação com os conteúdos.
Com eles, qualquer pessoa pode contextualizar um conteúdo para sua realidade, traduzi-lo para seu idioma ou atualizá-lo de acordo com os mais recentes avanços científicos!
Estudos recentes indicam que as abordagens baseadas em “ambientes colaborativos e conteúdo aberto” são uma das tendências que mais vão afetar a educação nos próximos anos.
A colaboração é cada vez mais percebida como uma habilidade primária no mundo todo e desencadeou uma demanda crescente para que alunos, professores e escolas encontrem formas criativas de desenvolver essas habilidades dentro das atividades de aprendizado.
Caso você queira saber mais sobre esses estudos, disponibilizamos o acesso ao relatório completo.
Características dos REA
Um Recurso Educacional Aberto se diferencia de outros recursos digitais disponibilizados na internet basicamente por três princípios básicos: é composto por conteúdos de aprendizagem; utiliza formatos técnicos abertos e licenças abertas. Ou seja, são conteúdos educativos que possuem porpadrão uma autorização para uma série de usos legais e que podem ser facilmente modificados.
Em resumo, há três elementos principais nos quais os REA se baseiam.
Conteúdos, que podem ser desde um curso completo até um plano de aula ou um recurso para ser utilizado em aula ou de forma pedagógica, como um jogo, um livro, uma foto, entrevista, áudio, vídeo ou, ainda, a combinação de vários desses elementos.
Ferramentas tecnológicas que permitem a disponibilização do conteúdo para a livre utilização e adaptação em qualquer programa de computador.
Recursos legais de implementação, que são as licenças que efetivam os usos que serão permitidos do recurso e circulação.
A ideia principal dos REA é que qualquer recurso que você publique pode ser utilizado e recombinado por outras pessoas, aumentando o conhecimento de todos.
Eles funcionam como blocos, que podem ser livremente conectados por diferentes pessoas, em diferentes locais e de modos diferentes para satisfazer necessidades diferentes.
Para saber mais sobre o assunto, observe o destaque a seguir.
Considerando que os REA nada mais são do que materiais que visam apoiar o aprendizado, sua principal diferença são as licenças de uso, que explicitam de que modo outras pessoas poderão interagir com eles, e também a abertura técnica, ou seja, o uso de formatos que sejam fáceis de abrir e modificar em qualquer programa de computador.
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Direitos autorais no Brasil
Como vimos, a produção de cultura e conhecimento no século XXséculo vinte foi marcada por uma lógica proprietária e comercial e as leis de direito autoral foram utilizadas para sustentar a indústria por trás dessa produção.
Com a cultura livre, foram desenvolvidas formas de flexibilizar esses direitos de uso exclusivo de recursos para garantir a livre circulação da informação, respeitando a autoria.
Os REA usufruem dessas licenças alternativas de direitos autorais para permitir que possam ser livremente reutilizados, revisados, recombinados, redistribuídos e retidos.
Para entender importância das licenças para os REA e saber como identificá-los e distribui-los, precisamos compreender um pouco melhor o que é o direito autoral e como ele opera.
Os direitos autorais são reconhecidos pela Declaração Universal de Direitos Humanos e por legislações nacionais. Eles garantem aos criadores e criadoras de obras intelectuais que:
· Tenham sua autoria reconhecida de modo permanente em qualquer uso da obra (chamado de direito moral) e
· Possam usufruir de quaisquer benefícios econômicos resultantes do uso de suas criações (chamado de direito patrimonial).
No Brasil, o direito moral assegura a autoria da criação ao autor da obra intelectual e é considerado intransferível e irrenunciável.
Já o direito patrimonial garante ao seu titular o aproveitamento econômico da obra protegida e pode ser transferido ou cedido a outras pessoas.
Por exemplo, o autor poderá conferir seus direitos relacionados à exploração econômica da obra a uma pessoa física ou a uma pessoa jurídica (uma editora, por exemplo), que a partir da celebração do contrato exercerá tais direitos.
De modo a equilibrar a proteção de criadores e a necessidade de circulação da informação, os direitos autorais patrimoniais são limitados no tempo.
Segundo o jurista Lawrence Lessig, até 1978 o prazo de vigência dos direitos autorais não superava 30 anos. Desde então, esse período vem crescendo em muitos países.
Atualmente, no Brasil esse prazo se estende por 70 anos após a morte do autor ou autora.
Ao fim deste prazo, o uso da obra é livre, respeitando-se os direitos morais de atribuição de autoria.
No Brasil, os direitos autorais duram por setenta anos contados a partir de 1° de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor. Passado esse prazo, a obra passa a ser considerada de domínio público e fica livre de toda limitação de uso e adaptação.
Além das obras para as quais o prazo de duração dos direitos excedeu, pertencem ao domínio público aquelas de autores falecidos que não tenham deixado sucessores e as de autoria desconhecida – com exceção dos conhecimentos étnicos e tradicionais, que gozam de proteção legal específica.
No Brasil, não é possível fazer uma doação ao domínio público como é possível em países como os Estados Unidos. Então, caso você queira conceder mais liberdades de uso de uma obra de sua criação, a solução é adotar a licença mais flexível, como as Creative Commons.
Existe também uma série de exceções e limitações aos direitos autorais que visam, por exemplo, garantir o uso educativo de obras protegidas.
No Brasil é a Lei 9.610/98 que regula os direitos de autor.
Ela foi considerada várias vezes por grupos internacionais como uma das leis mais restritivas do mundo, por prever poucas exceções e limitações.
Sua elaboração ocorreu antes da explosão da Internet e do fenômeno da cultura livre e, na primeira década dos anos 2000, houve tentativas de atualizá-la que não tiveram sucesso até o momento.
A Lei de Direito Autoral (LDA) determina que cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar e dispor suas obras como quiser.
Ela também frisa a necessidade de autorização prévia e expressa do autor ou detentor dos direitos autorais para a utilização da obra, por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral.
Segundo a lei, a produção comercial ou a reprodução (mesmo parcial) não autorizada são passíveis de punição nas esferas cível e criminal.
Entre as obras protegidas estão textos de obras literárias, artísticas ou científicas, composições musicais com ou sem letra, obras audiovisuais, obras fotográficas, obras de desenho, pintura, gravura, escultura, ilustrações, entre outras.
A LDA também determina os usos que não ofendem os direitos do autor.
Não infringe a lei, por exemplo:
· A citação de passagens de qualquer obra para fins de estudo, crítica ou polêmica, desde que mencionado o nome do autor e a origem da obra.
· Também é permitida a representação artística de peças de teatro, músicas para fins didáticos, desde que não haja intenção de lucro.
· Obras literárias, artísticas ou científicas podem ser reproduzidas para uso exclusivo de deficientes visuais, mediante o sistema Braille ou outro suporte, desde que sem fins comerciais.
· A lei permite ainda a reprodução de pequenos trechos de obras de qualquer natureza para uso privado e sem fins de lucro. Essa redação da lei, porém, contém uma série de indefinições, inclusive sobre o que consistiria em um “pequeno trecho”, o que vem causando uma série de disputas jurídicas.
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· REA e o direito à educação
· A possibilidade de troca permanente, de copiar, remixar e recriar é um dos pilares fundamentais dos processos educacionais na sociedade contemporânea.
· O uso de REA e a introdução das práticas de colaboração e abertura no ensino contribuem de diversas formas com a efetivação do direito à educação.
· Em primeiro lugar, permitem a otimização dos investimentos na área ao reduzir custos relacionados à compra de novos materiais didáticos.
· Desse modo, contribui com a expansão do acesso à educação para populações excluídas ou marginalizadas.
· Quando o governo adquire material didático com restrições de direitos de uso e ele apresenta algum problema ou se torna obsoleto, é necessário se investir mais dinheiro na compra de novos materiais.
· Caso houvesse a possibilidade de adaptação, a comunidade escolar, a academia ou pessoas comuns poderiam fazer as correções necessárias para o que material continuasse a ser utilizado. Com os REA, os materiaisdidáticos se tornam bens públicos e podem beneficiar a sociedade como um todo.
· Conheça como ocorreu implementação do programa de Livros Didáticos Abertos nos Estados Unidos.
· Nos Estados Unidos, um programa de Livros Didáticos Abertos, implementado durante o governo de Barak Obama, permitiu a redução dos gastos com livros e materiais didáticos comerciais.
· O projeto começou em Faculdades Comunitárias, nas quais os alunos não tinham condições financeiras de comprar os materiais indicados.
· Segundo pesquisas, os livros didáticos representam um dos maiores custos para o governo estadunidense e para os alunos.
· A educação foi reconhecida como direito humano fundamental há mais de 50 anos com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas somente nas últimas décadas, os países assumiram compromissos internacionais com o seu cumprimento por meio de tratados como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, de 1990, e o Marco de Ação de Dakar, de 2000, que estabelecem objetivos e metas específicas nesse sentido.
· O cumprimento do direito à educação, ao contrário do que se pode imaginar, vai muito além do acesso à escola: envolve a disponibilidade de materiais escolares e a garantia de condições socioeconômicas para a permanência no sistema escolar.
· Uma preocupação atual tem a ver com a necessidade de ampliar esse direito aos grupos que estiveram tradicionalmente excluídos deles, como mulheres, minorias étnicas e linguísticas, pessoas afetadas por conflitos, fome ou problemas de saúde, pessoas com necessidades especiais de aprendizagem, etc.
· Nesse sentido, os REA também podem contribuir com a efetivação do direito humano à educação ao permitir a adaptação dos conteúdos aos mais variados contextos e realidades educativas.
Buscar e UsarLicenças de direito autoral e Creative Commons, formatos abertos e formatos fechados
Licenças
Existem dois critérios fundamentais para identificar um REA em uma busca na internet.
O primeiro deles é a licença de direito autoral que precisa ser claramente explicitada. Como vimos no módulo 1, ao usar uma licença, a pessoa criadora de uma obra já define quais usos permite que outras pessoas façam sobre usa obra.
A licença garante também aos usuários dessa obra algumas liberdades que não necessariamente estariam protegidas caso a licença não fosse explicitada. A licença muda o padrão “todos os direitos reservados” para “alguns direitos reservados”.
Conheça mais sobre Licenças Abertas.
As licenças abertas protegem os direitos do autor ao mesmo tempo que permitem o acesso à cultura e o exercício da criatividade das pessoas interessadas em usar a obra!
Vamos conhecer, agora, o modelo mais conhecido de licenciamento aberto de conteúdos autorais, o Creative Commons (CC), que pode ser utilizado em diversos tipos de conteúdo, como textos, áudios, vídeos, imagens, etc.
As licenças Creative Commons são estruturadas em três níveis.
· Legível por humanos
Texto simples que explica os usos permitidos e restritos para o usuário comum.
· Legível por máquinas
Linguagem legível por máquinas, que permitirá a busca automatizada de diferentes tipos de conteúdos, de acordo com suas licenças.
· Texto jurídico
Documento que descreve a licença em termos legais, de acordo com as leis internacionais de direito autoral.
As licenças Creative Commons são também definidas por meio da combinação de quatro condições básicas:
· atribuição da autoria (BY)
· compartilhamento pela mesma licença (SA)
· uso não comercial (NC)
· vedação a criação de obras derivadas (ND)
As siglas correspondem aos termos em inglês e é como uma licença Creative Commons deve ser lida.
Veja os quadros abaixo:
A combinação das quatro condições apresentadas gera seis possibilidades de licenciamento que o titular dos direitos autorais indica, prévia e expressamente à sociedade, de que modo sua obra pode ser utilizada. Observe, a seguir, o quadro:
Um recurso encontrado on-line, mesmo sendo “gratuito”, não pode ser classificado como REA se não possuir uma licença aberta explicitada que permita o compartilhamento e a adaptação.
As diversas as opções de licenças Creative Commons disponíveis permitem apenas o uso dos conteúdos, no caso dos REA é necessário fazer uma reflexão importante.
Uma licença que restrinja a criação de obras derivadas, por exemplo, seria insuficiente para a definição de REA como uma possibilidade de incentivo a adaptações, criatividade e autoria dos atores educacionais.
Para compreender um pouco mais sobre as licenças Creative Commons, assista ao vídeo “Introdução às licenças Creative Commons”, que disponibilizamos a seguir.
Quando você encontra um material em uma determinada licença e pretende utilizá-lo em outro site, livro, etc. precisa estar atento para a compatibilidade entre as licenças.
Veja a tabela abaixo:
	
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Formatos
O segundo critério para identificar um REA é o uso de formatos abertos que facilitem o reuso e o remix. Mas o que são formatos abertos e por que são tão importantes para os REA?
Em computação, formato é um modo específico de codificar a informação para o seu armazenamento e recuperação em um arquivo de computador. Ele é implementado por um programa de computador ou software.
Os formatos de computador ou formatos digitais podem ser fechados e proprietários. Isso quer dizer que o código que contém as instruções para o computador salvar e recuperar as informações não é acessível a todas as pessoas. Isso significa que aquele arquivo – ou conteúdo de informações – não poderá ser decodificado por qualquer software.
Quando o formato tem sua codificação aberta e não está submetido a bloqueios legais de uso é chamado de formato aberto.
Um conteúdo está em formato aberto quando pode ser processado por diferentes programas de computador. Por exemplo, para ouvir um áudio em seu dispositivo, é necessário um programa que seja capaz de executá-lo.
Se esse áudio estiver em um formato fechado, ele só poderá ser reproduzido em determinados programas, alguns de acesso restrito ou pago, o que dificulta a sua reprodução livre.
Conheça mais sobre o assunto no destaque a seguir.
Um dos formatos mais comuns para conteúdos de texto é o .pontoDOC (e derivados, como .pontoDOCX), do pacote Microsoft Office, que é um formato “fechado” ou proprietário.
Atualmente, ele pode ser aberto por outros programas além do Word, da Microsoft, como o Libre Office, mas não há garantia, por exemplo, de que a formatação seja mantida e de que o documento será igual em todas as máquinas.
Pode ser, inclusive, que o documento não possa ser aberto em determinadas máquinas no futuro, já que as versões mais novas dos softwares não necessariamente abrem os formatos proprietários das versões anteriores dos mesmos softwares.
O OpenDocument Format (ODF) é um padrão aberto mundial reconhecido desde 2006 pela ISO e ABNT (Norma ISO/IEC 26.300) e pode ser utilizado em documentos de escritório, como textos, planilhas eletrônicas, apresentações e gráficos e apresentações. Ele possui o .pontoODT, que é uma alternativa ao .pontoDOC que pode ser utilizada em diversos programas de processamento de texto.
Um educador ou educadora não tem completa autonomia para decidir sobre sua própria criação quando utiliza formatos proprietários.
Certos formatos, por exemplo, não permitem a edição, ampliação, remix, recombinação e nem a melhoria dos conteúdos.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o formato PDF?
Portable Document Format (PDF)
O PDF, em português, Formato Portátil de Documento, é um formato aberto, ou seja, qualquer desenvolvedor tem acesso às suas especificações e pode escrever aplicativos que leiam o seu padrão. Entretanto, materiais didáticos distribuídos em PDF não podem ser retrabalhados, embora possam ser lidos por diversos softwares.
O formato PDF não permite edição, tornadifícil a cópia de trechos e dificulta sua utilização direta na criação de obras derivadas.
Desse modo, docentes que gostariam de complementar o material didático e adequá-lo à sua realidade local, por exemplo, ficam obrigados a digitar novamente o texto distribuído em PDF, ou ficar “copiando e colando” pequenas partes dele em um outro texto com formato de arquivo editável.
Por conta disso é que não é suficiente a liberação de conteúdos em licenças abertas, se o formato do recurso bloquear efetivamente o uso pleno da criação. A mesma linha de pensamento vale para outros tipo de mídia como imagens, áudios e vídeos.
Basicamente, os formatos e padrões abertos possibilitam a interoperabilidade entre diversos aplicativos e plataformas; permitem aplicação sem quaisquer restrições ou pagamentos; podem ser implementados por múltiplos fornecedores de programas de computador, em múltiplas plataformas, sem quaisquer ônus relativos à propriedade intelectual.
Assim como as licenças abertas, os formatos abertos garantem o livre fluxo do conhecimento, bem como os esforços para assegurar a adaptação e o compartilhamento dos recursos educacionais, para avançar a construção do conhecimento como bem comum e para expandir a diversidade cultural. São essenciais ao ecossistema de criação e disponibilização de Recursos Educacionais Abertos.
A seguir, assista ao vídeo “O que são Recursos Educacionais Abertos?”, e verifique como utilizar os diversos materiais disponibilizados na Internet, licenças de uso, recursos com licenças abertas, sites, etc. em suas produções, mesmo que sejam para fins educacionais.
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Fontes
Agora que entendemos os dois critérios que identificam um REA, licenças e formatos, surge uma pergunta bastante pertinente: se encontro um conteúdo on-line com licença especificada, mas que está em um site ou plataforma proprietária fechada, esse conteúdo é um REA?
E a resposta é: depende!
Se a sua intenção for apenas utilizar aquele material em outro site e você puder fazer isso facilmente ou mesmo quiser adaptá-lo para um uso específico, de acordo com o que a licença permitir, sim, ele pode ser considerado um REA, mesmo se tiver sido disponibilizado em um site ou plataforma proprietária.
Isso porque, no caso de plataformas, é possível que licenças diferentes estejam em um mesmo ambiente, conforme o conteúdo disponibilizado. Por isso, é importante ler os “Termos de Uso” dos sites e plataformas e, em caso de dúvida, entrar em contato e solicitar a autorização.
Além das obras licenciadas em Creative Commons (CC), as obras em Domínio Público e licenciadas em Copyleft também permitem as liberdades mínimas previstas na definição de REA.
Por outro lado, conteúdos que venham acompanhados do símbolo do Copyright, ©, ou que não tenham nenhuma informação sobre licença de uso, necessitam de autorização expressa do autor ou detentor dos direitos patrimoniais para serem usados em situações que não se enquadrem nas exceções previstas na lei de direito autoral brasileira.
Atualmente, vemos uma expansão da oferta de REA, porém, encontrá-los ainda não é tarefa fácil, pois podem estar em sites pessoais e blogs dos próprios autores. Felizmente, existem algumas estratégias de busca on-line que podem ajudar. A seguir veremos algumas dicas de como encontrar REA on-line.
Plataformas comerciais
O Google é um dos buscadores mais usados e conhecidos mundialmente e oferece em suas opções avançadas, a possibilidade de filtrar a busca de conteúdos por “Direitos de Uso”. Ela funciona para textos, imagens e outros formatos.
Ao final da página, você encontra a opção de escolher os “direitos” (ou liberdades) que você deseja no conteúdo buscado. Essa opção tem uma correspondência direta com as permissões concedidas pelas licenças Creative Commons – atribuição da autoria (BY), compartilhamento pela mesma licença (SA), uso não comercial (NC) e vedação a criação de obras derivadas (ND).
Para acessar a busca avançada do Google, você pode fazer uma busca comum e, quando aparecer a página de resultados, clicar em “Configurações”, logo abaixo da caixa de diálogo onde você inseriu os termos da sua busca inicial. Lá você clica em “Pesquisa Avançada”.
Você também pode acessar a página de busca avançada do Google em ˂https://www.google.com/advanced_search˃. Caso queira buscar imagens, você pode fazer sua busca em ˂https://www.google.com/advanced_image_search˃.
É importante ter em mente que essa é uma busca automática feita pelo Google e não é exatamente certeira. É uma boa maneira de começar e filtrar recursos por licenças mais abertas. Depois de receber os resultados da busca do Google, entre na página do recurso encontrado e verifique mais uma vez a licença do material selecionado.
Existem outros buscadores comerciais, como o Bing, da Microsoft, e o Yahoo Search, mas eles não possuem opções de filtro de conteúdos por licença.
Licenças abertas do Creative Commons também foram incorporadas às opções de upload por empresas que oferecem hospedagem de conteúdo criado pelos usuários, caso por exemplo, do Youtube e Vimeo para vídeos, Slideshare para apresentações, Flickr para imagens, Soundcloud para áudio e outros. Muitos deles, como o Flickr, permitem a realização de buscas avançadas a partir dos direitos de uso.
Das plataformas listadas, apenas o Youtube traz uma versão reduzida de opções.
Enquanto todos os outros serviços oferecem a possibilidade de seis licenças Creative Commons, o Youtube optou por integrar apenas a licença CC-BY, que preconiza que o crédito seja dado ao autor, permitindo reuso, remix, uso comercial e redistribuição.
Agregadores
Um agregador muito conhecido é o CC Search ˂https://search.creativecommons.org˃.
Ele permite a busca, em uma única página, de recursos licenciados com licenças abertas do tipo Creative Commons.
Por meio do CC Search, você pode escolher fazer a sua busca pelo Google Web, Google Imagens, Flickr (imagens), Europeana (multimídia), Jamendo (músicas), Open Clip Art Library (imagens), SpinXpress (imagem e som), Youtube (vídeo), Pixabay (imagem), ccMixter (música), SoundCloud (música) e o MediaWiki Commons, que contém inúmeros arquivos de áudio, vídeo, e texto licenciados abertamente.
Você pode optar por buscar material para fazer uso comercial, e para modificar, adaptar e criar sobre a obra original. Após ter realizado a busca, sempre é necessário verificar a licença de cada material que você for usar na página do original.
Referatórios e repositórios
Diferentemente de um repositório, que armazena recursos, um referatório apenas organiza e indica recursos. Nos dois casos é possível encontrar REA a partir de uma busca avançada.
Observe o quadro a seguir e verifique os diversos materiais e recursos oferecidos em plataforma, portal e institutos com sugestões de REAs.
Referatórios e repositórios	Descrição
Plataforma Integrada MEC - RED	
Repositório e referatório do MEC lançado em 2018, como parte do compromisso 6 do 3º Plano de Ação da Parceria Governo Aberto.
Oferece materiais e recursos do acervo do MEC, especialmente do antigo Portal do Professor, TV Escola e Banco Interamericano de Objetos Digitais, além de indicar plataformas de instituições parceiras.
Portal Domínio Público	
Repositório que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada.
Iniciativa Educação Aberta	
Lançada pelo Instituto Educadigital e a Cátedra UNESCO de Educação Aberta da Unicamp.
Inclui uma ferramenta que auxilia criadores na definição e uso de uma licença Creative Commons ao permitir a verificação da compatibilidadede diferentes licenças.
Recursos Educacionais com Licenças Abertas (REliA)	
Iniciativa do Instituto Educadigital e a Cátedra UNESCO de Educação Aberta da Unicamp, reúne sugestões de REA devidamente licenciados de forma aberta.
Os materiais e objetos digitais disponíveis on-line são organizados por tipo de mídia, área do conhecimento, disciplina, nível escolar, idioma e as condições de licença.
Criar e compartilhar Criação colaborativa com ferramentas abertas em diferentes formatos
Produção em rede
Neste módulo vamos aprender como criar e compartilhar produções como REA e, assim, fazer parte de um movimento de produção em rede que beneficia toda a sociedade.
Ao criar e compartilhar REA, contribuímos para:
· Fomentar a liberdade, a criatividade e a disseminação de conhecimento produzido (na escola, entre educadores e estudantes);
· Aprimorar conteúdos existentes e permitir que sejam atualizados, aprimorados e adaptados a realidades locais e amplamente compartilhados – local, nacional e globalmente – apoiando a aprendizagem;
· Incentivar a colaboração entre instituições, acadêmicos e comunidades;
· Permitir o acesso a conteúdos e oportunidades de formação a quem está inserido em ambientes formais e não formais de ensino.
Um dos grandes desafios no uso educacional de tecnologias e recursos digitais é a busca por inovação em relação às metodologias de ensino.
Frente às transformações observadas na cultura digital e a naturalização das práticas de produção e compartilhamento de informações, reproduzir situações de mero consumo passivo de conteúdos não apenas pode limitar o potencial da interação com essas tecnologias, como freia o potencial de aprimoramento de práticas e modelos.
Com o advento da internet, especialmente a concepção de cultura livre, cocriar e compartilhar em rede nossas produções antes limitadas aos grupos de especialistas e bibliotecas físicas surge como um avanço importante.
No entanto, a colaboração em rede não ocorre de forma automática apenas pela conexão à internet, uma vez que fomos acostumados a ser consumidores passivos de cultura e conhecimento durante anos.
Com a internet, passamos não só a sermos autores de novas obras, mas a interagir com as informações disponíveis e criar em diálogo e em conjunto com pessoas com as quais temos diferenças e afinidades diversas.
Criar e compartilhar, no entanto, segue sendo um grande desafio.
Veja um exemplo no quadro abaixo.
Ele traz dados da pesquisa TIC Educação, realizada anualmente pelo CETIC.pontobr, que analisa os usos da tecnologia digital por professores e alunos, em escolas urbanas e rurais:
Embora tenhamos uma quantidade expressiva de educadores que dizem utilizar e adaptar recursos educacionais que encontram na internet, somente 24% dizem que compartilham o que criam. Entre os motivos destacados, está o receio em relação à Lei de Direito Autoral (DA) e também em relação ao desconhecimento sobre como e onde publicar.
O professor Nelson Pretto, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), costuma ressaltar que estamos diante de novas oportunidades para melhorar a forma como trabalhamos, consumimos e inovamos! Ao conhecer a potencialidade dos REA, é possível envolver tanto educadores e educadoras, como estudantes, tornando-os também protagonistas no processo de aprendizagem e construção de conhecimento.
Para isso é fundamental criar novas formas de organização e, por vezes, regras de convivência em prol do bem comum. Nesse sentido, não basta dar acesso, mas sim estruturação, coordenação e liderança para que essa nova forma de interação com o conhecimento e a cultura seja possível.
Conheça, a seguir, o grande marco de uma revolução nos espaços possíveis para a democratização do conhecimento, a Wikipédia.
Criada em 2001 por Jimmy Wales e Larry Sanger, a Wikipédia foi o grande marco de uma revolução nos espaços possíveis para a democratização do conhecimento. Trata-se de uma enciclopédia on-line que construída de forma permanente por seus próprios usuários e está em constante crescimento e transformação. Qualquer pessoa que se interesse pode criar e adaptar conteúdos nos verbetes da Wikipédia.
Apesar de ainda haverem críticas quanto a sua credibilidade, ao contrário do que se pode imaginar, a Wikipédia possui um exército de voluntários que buscam verificar os verbetes e garantir que eles sejam baseados em referências válidas. Além disso, há uma série de normas e itens a serem cumpridos para que uma informação permaneça no ar.
Mais do que revolucionar o modo como o conhecimento é construído e compartilhado, a Wikipédia propõe uma transformação no modo como as referências são lidas: a cada verbete, os leitores são incentivados a checar e validar continuamente as informações apresentadas. Ela trouxe, ainda, a possibilidade de aprimoramento constante por meio de uma prática social, já que cada verbete estará sempre em processo de revisão.
Dessa forma, ela materializa a ideia de que o saber já não se restringe ao meio acadêmico ou a especialistas: por meio da internet, pessoas comuns que dispõem de tempo e algum conhecimento para compartilhar também podem se tornar editoras de uma enciclopédia!
Outro projeto interessante foi iniciado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Um projeto de escrita colaborativa de material didático sobre métodos numéricos com foco em curso de graduação nas áreas das ciências exatas e da terra, denominado Cálculo Numérico - Um Livro Colaborativo, com licença CC-BY-SA e em vários formatos (PDF, HTML, EPUB e Slides).
Trata-se de uma iniciativa que visa disponibilizar um material de excelente qualidade para estudo e aplicação de métodos numéricos nos mais diversos ramos da ciência, por meio de tecnologia de acesso livre que permite colaboração entre professores e alunos de universidades, institutos de educação e demais interessados na análise.
Implementar modelos abertos de criação e adaptação pode oferecer novas oportunidades de colaboração e integração entre autores, que podem utilizar plataformas e ferramentas em padrões técnicos abertos, sugere uma inovação importante de formação continuada. Os autores podem optar por produzir diversos tipos de conteúdos e mídias, como ensaios, animações, vídeos e atividades diversas em pares, de forma que se ajudem mutuamente.
Em vez de depender somente de um livro texto, os professores podem aproveitar uma grande variedade de recursos educacionais, assumindo uma postura autoral nos aspectos de construção da aprendizagem.
Conheceremos, a seguir, algumas ferramentas abertas que permitem essa produção em rede. No entanto, também é possível licenciar uma produção individual para que ela se torne um REA. Não é preciso intermediários, nem registrar em um órgão específico. Como autor/aautora, você só precisa indicar claramente a licença em seu recurso ou no site onde o recurso esteja disponível.
Você não precisa de intermediários para escolher e usar uma licença CC (Creative Commons). Basta acessar o site ˂https://br.creativecommons.org/˃, clicar em “publique seu conteúdo” e responder a duas perguntas para obter a sua licença. Depois, você pode copiar a imagem ou o código, se for usar em algum meio digital.
ma vez escolhida a licença, como disponibilizar a informação sobre licença?
Basta colocar em um espaço de créditos ou ficha técnica o seguinte:
1. 1Título da obra/produção
2. 2Autoria - nome de todos os autores, colaboradores e editores
3. 3Fonte da obra - endereço do site onde ela pode ser encontrada
4. 4Licença - especificar a licença Creative Commons que você escolheu incluindo a versão (por exemplo, 3.0, ou 4.0), com o nome e link
Como exemplo: A não ser que indicado ao contrário a obra “Ciência Aberta: questões abertas” de Sarita Albagli, Maria Lucia Maciel e Alexandre Adbo, disponível em: ˂https://livroaberto.ibict.br/handle/1/1060˃, está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Mais informações em: ˂https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR˃.
Sempre que usar recursos abertos emsuas obras, inclua o título, autoria, fonte e licença para cada obra utilizada (em suas referências, por exemplo), garantindo que os leitores possam encontrar os recursos originais.
A escolha da licença deve ser baseada na obra que você quer compartilhar e quais as permissões que você quer oferecer.
Muitas instituições, portais e repositórios definem o uso de licenças específicas. Por exemplo, a Wikipédia só permite a inserção de conteúdos que sejam compatíveis com a licença CC-BY-SA. Outros sites, como o Flickr (fotos) ou Vimeo (vídeos) permitem a seleção de qualquer uma das licenças CC.
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Conhecendo ferramentas abertas
Que tal criar e compartilhar REA utilizando ferramentas abertas? Vamos conhecer algumas delas aqui.
· Videoconferência
Videoconferência
Jitsi
Para criar videoconferências de forma simples, sem necessidade de baixar nenhum programa. Basta nomear uma sala e mandar o link para os participantes, funciona no navegador. Tem um bom aplicativo para celular. Permite várias pessoas. Acesse: ˂meet.jit.si˃, ˂calls.disroot.org˃, ˂framatalk.org˃.
Elos – Mconf
Permite quatro pessoas no formato grátis. Brasileiro e baseado no mconf, um software livre. Durante a pandemia COVID-19, abriu para 15 pessoas gratuitamente.
· Documentos
Documentos
LibreOffice
Para criar planilhas, textos e apresentações de maneira off-line, baixe o LibreOffice, pacote de serviços em código aberto e que permite gravar documento nos formatos proprietários como .pontodocx, .pontoxlsx e .pontopptx. Acesse: ˂https://pt-br.libreoffice.org/˃.
OnlyOffice
Mesma funcionalidade do LibreOffice, mas permite trabalho on-line, compartilhar arquivos e criar documentos de forma colaborativa. Alternativa robusta ao Google Drive/Office 365. Acesse: ˂http://personal.onlyoffice.com/˃.
· Mensagem Instantânea
Mensagem Instantânea
Signal
Substitui o Whatsapp - para grupos e chat. Funciona no computador e em aplicativos no celular. Criptografia de ponta a ponta, considerado o mais seguro da categoria
Telegram
Tem bem mais funcionalidades que o Whatsapp e funciona na web, no computador e no celular, mesmo sem precisar mostrar o número de telefone. Permite criação de canais, que só distribuem conteúdo. Veja um exemplo de um grupo de alunas da Pedagogia.
· Criação de Palestras
Criação de Palestras
OBS
Programa de streaming e gravação gratuito e de código aberto mantido pelo OBS Project. Bom para criar aulas on-line, apresentações, etc. Acesse: ˂https://obsproject.com/pt-br/download˃.
· Edição de Áudio
Edição de Áudio
Audacity
Software livre de edição digital de áudio disponível principalmente nas plataformas: Windows, Linux e Mac e ainda em outros Sistemas Operacionais. O código fonte do Audacity está sob a licença GNU General Public License. Acesse: ˂https://www.audacityteam.org/˃.
· Criação de Cursos
Criação de Cursos
Moodle
Software livre para criação de ambientes de aprendizagem on-line, como cursos, formações em EaD. Possui uma versão gratuita. Acesse: ˂https://moodle.org/˃.
· Edição de Imagem
Edição de Imagem
Gimp
Programa de código aberto voltado principalmente para criação e edição de imagens raster e, em menor escala, também para desenho vetorial. Acesse: ˂https://www.gimp.org/˃.
· Criação de Jogos e Animações
Criação de Jogos e Animações
Scratch
Desenvolvido pelo MIT nos anos 80, é ainda hoje um dos principais programas em software livre utilizados com crianças e adolescentes. Tem uma comunidade grande de educadores que trocam experiências de forma constante. Acesse: ˂http://www.scratchbrasil.net.br/˃.
Referências
· EDUCAÇÃO ABERTA. Recursos Educacionais Abertos (REA): Um caderno para professores. Campinas, 2013. Disponível em: ˂http://educacaoaberta.org/cadernorea˃.
· Sebriam, Débora; Markun, Pedro; Gonsales, Priscila. Como implementar uma política de Educação Aberta e Recursos Educacionais Aberto (REA): guia prático para gestores. – São Paulo: Cereja Editora, 2017. Disponível em: ˂http://educadigital.org.br/guiaEA˃.
· Educação Aberta. In: Wikiversidade. Wikimedia, 2020. Disponível em: ˂https://pt.wikiversity.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_Aberta/Aberta_para_EaD˃.
· SHUTTERSTOCK. Disponível em ˂https://www.shutterstock.com˃. Acesso em: jul. 2020.
Você finalizou o Módulo 3 do curso Recursos Educacionais Abertos.
Você pode retornar às páginas de conteúdo para rever alguns temas ou pode prosseguir seus estudos, acessando o Módulo 4.
s REA no Brasil
O movimento em torno da causa dos REA chegou ao Brasil em 2008, com a formação de uma comunidade de pessoas de distintas áreas do conhecimento que começou a questionar o modelo tradicional de compartilhamento de recursos educacionais.
Se o mundo digital estava em ascensão, era preciso que mais pessoas pudessem ter acesso a materiais com potencial de uso educativo, especialmente aqueles financiados com fundos públicos, provenientes dos nossos impostos.
Um marco nessa comunidade foi o surgimento do Projeto Brasileiro sobre Recursos Educacionais Abertos: Desafios e Perspectivas (Projeto REA.pontobr), que foi atuante até 2016 e buscou promover o conceito de REA entre gestores públicos e sociedade civil por meio de iniciativas de conscientização e formação.
A partir de 2017, o Projeto REA.pontobr passou a ser denominado Iniciativa Educação Aberta (coordenado pelo Instituto Educadigital e Cátedra UNESCO de Educação Aberta da Unicamp).
Com a atuação crescente da comunidade REA no país, os projetos começaram a se multiplicar, principalmente por iniciativa das universidades públicas e pela produção de literatura específica sobre o tema.
Vejamos algumas das principais atividades:
· Em 2011, foi lançado o Caderno REA para Professores, elaborado para professores de educação básica.
· Em 2012, com apoio do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.pontobr), foi lançado o primeiro livro sobre REA em língua portuguesa: Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas, composto por onze artigos e cinco entrevistas trazendo uma percepção bastante ampla do tema.
· Em 2014 foi produzida a primeira vídeo-animação em língua portuguesa sobre Recursos Educacionais Abertos.
· Em 2017 foi lançado pela Iniciativa Educação Aberta o livro-guia sobre Como Implementar uma Política de Educação Aberta e de Recursos Educacionais Abertos.
· Em 2019, como um remix do livro-guia, a Iniciativa Educação Aberta lança o Jogo da Política de Educação Aberta, para apoiar gestores no diagnóstico de políticas educacionais.
Políticas de REA
O avanço do movimento em favor dos REA no Brasil também motivou a adoção políticas específicas para o desenvolvimento desse tipo de material.
Também no âmbito internacional avançam compromissos que exigem dos Estados a promoção desses recursos de forma direta ou indireta.
As seguintes declarações internacionais ressaltam a importância de os governos disponibilizarem, de forma aberta e gratuita, materiais e recursos adquiridos ou subsidiados com recursos públicos.
Declaração de Educação Aberta da Cidade do Cabo, 2007
Resultado da Conferência de Educação Aberta realizada na Cidade do Cabo, África do Sul.
Defende que todas as pessoas devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir recursos educacionais sem restrições.
É assinada por diversos indivíduos e organizações brasileiras comprometidas em tornar a educação mais acessível e mais eficaz.
Declaração REA de Paris, 2012
Principal documento de referência sobre políticas de Recursos Educacionais Abertos.
Resultou do I Congresso Internacional de REAPrimeiro Congresso Internacional de REA da Unesco, que teve como objetivo incentivar os governos a adotarem políticas que promovam o uso de REA e contou com a participação de representantes do governo e sociedade civil brasileiros.
Declaração de Quingdão, 2015
Resultado da Conferência Internacional sobreTIC e Educação pós-2015 realizada no Quingdão, China, pela Unesco em parceria com o governo chinês.
Ressalta que os REA proporcionam oportunidades de melhorar a qualidade e expandir o acesso aos conteúdos de aprendizagem, catalisar o uso inovador de conteúdo e estimular a criação de conhecimento.
Plano de Ação de Liubliana, 2017
Resultado do II Congresso Internacional de REASegundo Congresso Internacional de REA da Unesco, realizado em Liubliana, capital da Eslovênia.
Enfatiza a importância de implementação prática de políticas de educação aberta nos governos dos países membros e relaciona REA com o 4º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Recomendação REA UNESCO, 2019
Instrumento normativo oficial que determina que os estados-membros promovam e reportem avanços realizados nessa área.
Compromissos internacionais
Há uma série de documentos internacionais que definem e promovem os Recursos Educacionais Abertos.
Trata-se de compromissos concretos assumidos pelo Brasil no âmbito internacional no sentido da promoção de uma educação de qualidade para todos e todas.
Vejamos dois deles:
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
Com a participação de representantes de governos do mundo todo, a Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) firmou, em setembro de 2015, um novo compromisso denominado “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
Composto de 17 objetivos conhecidos como os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS), a ONU optou por manter a educação como elemento fundamental rumo à sustentabilidade do planeta no ODS 4, que estabelece como objetivo para os países:
“Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos”
Esse objetivo também destaca o papel das tecnologias em impulsionar o progresso humano, eliminar a exclusão digital e fomentar o desenvolvimento de sociedades do conhecimento.
Parceria para Governo Aberto
Em 2011, o Brasil e outros sete países lançaram a Parceria para Governo Aberto (OGP, pelo nome em inglês) visando fortalecer práticas relacionadas à transparência dos atos governamentais, prevenir e combater a corrupção, melhorar a prestação dos serviços públicos e promover a participação social e o acesso à informação pública. Atualmente, mais de 75 países integram esta iniciativa internacional.
A OGP tem por base quatro princípios:
· Transparência Pública
· Prestação de Contas e Responsabilização (Accountability)
· Participação Cidadã
· Tecnologia e Inovação
Em seu 3º Plano de Ação Nacional, que entrou em vigência no final de 2016, o Brasil elencou 16 compromissos, desenhados e discutidos de forma participativa por meio de oficinas com membros das diversas esferas do governo (federal, estadual e municipal) e da sociedade civil.
Um dos compromissos foi sobre Recursos Educacionais Digitais, que incorporou os princípios de REA ao destacar como objetivo:
“Incorporar na política educacional o potencial da cultura digital, de modo a fomentar a autonomia para uso, reuso e adaptação de recursos educacionais digitais, valorizando a pluralidade e a diversidade da educação brasileira”
Compromissos nacionais
Plano Nacional de Educação (PNE)
Lei n.número 13.005/2014, que estabelece diretrizes, metas e estratégias no âmbito da educação para um prazo de dez anos a contar da data de sua aprovação.
O PNE está previsto na Constituição Federal (art.artigo 214) e orienta a criação de planos estaduais e municipais.
O Plano possui 20 metas, cada qual com um detalhamento de estratégias que visam seu cumprimento.
Em muitas das estratégias há uma preocupação clara com a diversidade metodologias e tecnologias educacionais.
As metas 5 e 7 fazem menção explícita aos REA:
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.
5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas, devendo ser disponibilizadas, preferencialmente, como recursos educacionais abertos;
Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb: [...]
7.12) incentivar o desenvolvimento, selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio e incentivar práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, com preferência para softwares livres e recursos educacionais abertos, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas;
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular é o documento que define os conhecimentos, competências e habilidades que todos os alunos e alunas devem desenvolver ao longo da Educação Básica.
A BNCC dialoga com muitos dos princípios e potenciais do uso de REA por professores e estudantes.
Algumas das competências gerais da Educação Básica que podem ser desenvolvidas e estimuladas por meio da produção e compartilhamento de REA em sala de aula são:
· Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
· Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
Marco Civil da Internet
A Lei 12.965/2014 estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.
A ideia de uma norma que garantisse direitos aos usuários e usuárias de internet, em resposta às propostas de criminalização de certos usos – inclusive o compartilhamento de conteúdos – que ocorriam no Legislativo, partiu de uma grande coalizão de entidades acadêmicas e da sociedade civil.
A lei estabelece que o acesso à internet é fundamental ao exercício da cidadania e determina como diretrizes para a atuação do Poder Público no desenvolvimento da internet no Brasil:
· A adoção de tecnologias e formatos abertos
· O desenvolvimento de ações de capacitação para o uso da internet
· A publicidade e disseminação de dados e informações públicas de forma aberta
· A acessibilidade
Além disso, o Marco Civil determina o dever do Estado de promover a educação inclui a capacitação para o uso seguro, consciente e responsável da internet, como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico.
 Educacionais Abertos (REA)Módulo 4
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Academia e terceiro setor
Iniciativas acadêmicas
Conheça um pouco mais sobre essas iniciativas.
· Educapes ˂https://educapes.capes.gov.br/˃
Portal de recursos educacionais abertos para uso de alunos e professores da educação básica, superior e pós-graduação que estão buscando aprimorar seus conhecimentos.
· Laboratório de Objetos de Aprendizagem ˂http://www.loa.sead.ufscar.br/˃
Mantido pela Universidade Federal de São Carlos, disponibiliza jogos nas diversas áreas do conhecimento que podem ser utilizados ou adaptados.
· E-Unicamp ˂https://ggte.unicamp.br/wp/?page_id=647˃
Disponibiliza vídeos, animações, simulações, ilustrações e aulas, materiais criados pelos próprios professores da Unicamp para acesso livre.
Terceiro setor
Iniciativa Educação Aberta
Lançada pelo Instituto Educadigital e a Cátedra UNESCO de Educação Aberta da Unicamp.
Inclui uma ferramenta que auxilia criadores na definição e uso de uma licença Creative Commons ao permitir a verificação da compatibilidade de diferentes licenças. Acesse: ˂http://aberta.org.br/˃.
REliA – Recursos Educacionais com Licenças Abertas
relia – Recursos Educacionais com Licenças Abertas
Reúne sugestões de REA devidamente licenciados de forma aberta e compatível com as liberdades de REA, organizados por tipo de mídia, área do conhecimento, disciplina, nível escolar, idioma e as condições de licença. Acesse: ˂https://relia.org.br/˃.
Criada em 2015 com o apoio da Unesco Brasil, busca promover uma cultura de experimentos práticos em escolas públicas no Brasil por meio de atividades “mão na massa”, os alunos reforçam habilidades, competências essenciais e vivenciam o fascínio pela pesquisa científica. Acesse: ˂https://www.ciensacao.org˃.
Índio Educa
Índio Educa
Tem o objetivo de levar a todos a verdadeira história e cultura dos povos indígenas através das mais variadas formas, especialmente via internet.
São os próprios povos indígenas que produzem vídeos, imagens e livros contando a sua história. Acesse: ˂http://www.indioeduca.org/˃.
Design Thinking para Educadores
Disponibiliza gratuitamente para download o material sobre Design Thinking para Educadores, traduzido e adaptado pelo Instituto Educadigital. Acesse: ˂http://www.dtparaeducadores.org.br/˃.
Edukatu
É uma rede de aprendizagem que visa incentivar a troca de conhecimentos e práticas sobre consumo consciente entre professores e alunos do Ensino Fundamental de escolas em todo o Brasil. Acesse: ˂http://edukatu.org.br/˃

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