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Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 1 Genética Doenças monogênicas Primeiramente, é bom salientar que Mendel foi fundamental para o entendimento de como funciona a ideia de dominância e recessividade, que até hoje é muito utilizada. Ao observar a imagem a seguir, por exemplo: na geração parental (geração P), fez-se um cruzamento da ervilha verde com a amarela e obteve-se 100% de ervilhas amarelas na geração F1(geração filial). Porém, o que Mendel não sabia ainda e que hoje nós já sabemos é que essas amarelas não eram puras (pode-se observar que essas amarelas possuem um genótipo diferente das parentais, pois eram heterozigotas). E quando realizou uma autofecundação dessas heterozigotas, houve o aparecimento de uma característica que tinha sumido em F1 (característica verde). Logo, Mendel observou esse salto de geração entre as características recessivas e observou também que parecia existir algum fator de dominância em que a característica amarela prevalecia sobre a verde. DOENÇAS MONOGÊNICAS: São doenças condicionadas e determinadas por apenas um gene (um par de alelos). De acordo com o livro Thompson & Thompson Genética Médica, um distúrbio monogênico é aquele determinado principalmente pelos alelos de um único locus. Uma lista clássica das doenças monogênicas conhecidas, a Mendelian Inheritance in Man, foi elaborada pelo falecido Victor A. McKusick e se tornou indispensável aos médicos geneticistas durante décadas. Essas doenças seguem um padrão clássico de herança nas famílias (autossômica recessiva, autossômica dominante, ligada ao X) e são referidas como mendelianas porque ocorrem em uma proporção aproximadamente fixa e previsível na prole de tipos específicos de cruzamentos, como as ervilhas de jardim estudadas por Gregor Mendel P.s.: a determinação da característica da doença é dada por apenas um par de alelos, porém a forma como ela se expressa fenotipicamente no paciente vai depender de outros fatores, como os ambientais, gênicos e epigenéticos. Existem algumas doenças de caráter recessivo, portanto para que elas se manifestem é preciso que seus dois alelos (o do pai e o da mãe) estejam mutados para que a característica se manifeste. E as de caráter dominante podem se expressar tanto em homozigose (quando não houver casos de genes letais) quanto em heterozigose. Relembrando!! Alelos: são genes que estão no mesmo lugar em cromossomos homólogos e que determinam uma mesma característica. Antes de entrar nas doenças em si, é bom relembrar como a herança recessiva e a dominante se manifestam. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 2 Genética Sabe-se que a recessiva para se manifestar precisa estar em dose dupla, ou seja: precisa da ausência do dominante para se manifestar. Enquanto que a dominante pode se manifestar mesmo na presença do recessivo, ou seja: quando tem um indivíduo heterozigoto, por exemplo, ela acaba se manifestando também. É importante salientar que no indivíduo heterozigoto (Aa) existe a certeza de que o dominante vai se expressar, porém não pode ter a certeza de que o recessivo não vai se expressar. Mendel viu que quando o dominante está presente o recessivo não se expressa, porém hoje sabe-se que não é bem assim. Para algumas características existe o conceito de dominância incompleta. Por exemplo: Ou seja, o “A” é dominante sim, porém não é completamente dominante sobre o “a”, pois o “a” mesmo assim consegui se manifestar e gerar uma cor intermediária. ANÁLISE DE HEREDOGRAMAS: Na análise de heredogramas, os principais indícios para a identificação de um distúrbio autossômico dominante com herança mendeliana são o fato de o fenótipo tender a aparecer em todas as gerações do heredograma e de os pais ou mães afetados transmitirem o fenótipo para ambos os filhos e filhas. CONCEITO-CHAVE: Heredogramas de distúrbios mendelianos autossômicos dominantes demonstram indivíduos dos sexos masculino e feminino afetados em todas as gerações; eles também demonstram homens e mulheres afetados que transmitem a condição para proporções iguais de seus filhos e suas filhas. Os heredogramas familiares de distúrbios autossômicos recessivos tendem a aparentar ser um tanto quanto simples, com poucos símbolos pretos. Uma condição recessiva aparece em grupos de irmãos afetados e as pessoas em gerações anteriores e posteriores tendem a não ser afetadas. Para compreender por que isso é assim, é importante ter alguma compreensão sobre a estrutura genética das populações subjacentes às referidas condições raras. Por definição, se a condição for rara, a maior parte das pessoas não carreia o alelo anormal. Além disso, a maior parte daquelas pessoas que carreia o alelo anormal é heterozigota para ele, em vez de homozigota. O motivo básico de os heterozigotos serem muito mais comuns do que os homozigotos recessivos é que, para ser um homozigoto recessivo, ambos os genitores precisam apresentar o alelo “a”, mas, para ser um heterozigoto, apenas um genitor precisa apresentá-lo. CONCEITO-CHAVE: Em heredogramas humanos, um distúrbio autossômico recessivo em geral é revelado pelo aparecimento do distúrbio na progênie masculina e feminina de pais não afetados. ALBINISMO: Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 3 Genética É uma doença monogênica autossômica (o cromossomo que determina essa doença não é o sexual. O gene que codifica para a tirosinase está no cromossomo 11) e recessiva (é preciso que tanto o alelo da mãe quanto o do pai estejam mutados. Ocorre quando há um erro na enzima tirosinase, que transforma tirosina em melanina (proteína responsável pela pigmentação normal da pele humana). Sendo assim, a pele vai acabar sendo despigmentada (não só a pele, mas também cabelos e olhos e isso vai depender da expressão fenotípica, a qual depende de outras variáveis, como questões ambientais, genéticas e epigenéticas). Existe uma classificação inicial de albinismo em três tipos: Ocular; Cutâneo; Óculo-cutâneo (albinismo completo). Características: Os olhos parecem avermelhados. Mas na verdade o que ocorre para parecer assim é que os olhos dessas pessoas são tão transparentes que os vasos sanguíneos ficam evidentes e o sangue passando ali acaba gerando essa ideia de olho avermelhado; Há uma tendência dessas pessoas ao estrabismo, uma vez que são fotossensíveis e ficam mexendo a todo tempo os olhos por causa dessa sensibilidade, o que pode acabar gerando essa característica; A imagem anterior representa os três genótipos possíveis para albinismo: homozigoto dominante (AA), heterozigoto ou híbrido (Aa) e homozigoto recessivo (aa), respectivamente. Porém, o único que vai causar o albinismo é o último (aa), uma vez que se trata de uma doença autossômica recessiva e na recessividade é preciso que os alelos alterados estejam em dose dupla (tanto o que recebeu do pai quanto o que recebeu da mãe). No caso do AA, os dois alelos são normais. Ou seja: os genes que produzem a tirosinase são normais. Sendo assim, haverá a conversão da tirosina em melanina e fenotipicamente essas células vão ser pigmentadas. No caso do Aa, existe um alelo normal (por exemplo o que recebeu da mãe) e um alelo mutante (o que recebeu do pai). Com isso, vai haver a produção normal da tirosinase, vai haver a conversão da tirosina em melanina através do alelo materno e através do alelo paterno haverá a produção de uma tirosinase mutante (inativa:não consegue fazer a conversão da tirosinase em melanina). Resultado: fenotipicamente esses indivíduos serão normais, pois vai haver um efeito compensatório (o alelo funcional vai trabalhar mais para produzir a melanina e conseguir pigmentar todas a células que precisam dessa pigmentação). Atenção! Fenotipicamente esses indivíduos serão normais, porém, genotipicamente serão portadores do alelo mutante. Sendo assim, esses indivíduos portadores do alelo mutante podem passar isso para os seus descendentes, desde que, no cruzamento, o outro indivíduo seja também portador (Aa X Aa ou Aa X aa). No caso do aa, o indivíduo afetado possui os dois alelos mutados, logo a tirosinase que ele produz tanto de um alelo quanto do outro é uma tirosinase não funcional, que não produz melanina e que, por conseguinte, não terá pigmentação. E é isso que configura o albinismo. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 4 Genética ACONDROPLASIA: É um tipo específico de nanismo. Nanismo acentuado, sem deficiência mental, cabeça grande, testa saliente. Em homozigose essa doença autossômica dominante é letal (alelos letais): Em relação a esse gene, pessoas com estatura normal são genotipicamente d/d e o fenótipo anão em princípio poderia ser D/d ou D/D. Entretanto, acredita-se que as duas “doses” do alelo D no genótipo D/D produzam um efeito tão grave que esse genótipo é letal. Se essa crença em geral for verdadeira, todos os anões são heterozigotos. Nesses pacientes o que acontece é um defeito no processo de ossificação endocondral (cartilagem hialina), que é um processo de ossificação para ossos longos. E isso fica nítido porque esses pacientes apresentam membros mais curtos (braços e pernas mais curtos, os quais, normalmente, são os ossos mais longos do corpo humano). Ao observar as seguintes imagens, percebe- se que essas pessoas possuem a cabeça no tamanho normal, o que a torna desproporcional para o restante do corpo. Isso ocorre porque os ossos da face e do crânio, por exemplo, são ossos que crescem por uma outra ossificação que é, nesse caso, a intramembranar. Sendo assim, eles não possuem defeito nessa ossificação intramembranar, mas sim numa ossificação específica que é a endocondral. Nesse sentido, pode-se afirmar que essas pessoas possuem uma espécie de displasia óssea e uma deficiência no depósito de tecido ósseo dessas cartilagens hialinas, as quais formam o esqueleto primitivo. Como se trata de uma doença autossômica dominante, tem-se, então, os seguintes genótipos: AA ou Aa. Porém, como já foi mencionado anteriormente, em homozigose (AA) é letal. Nesse sentido, o único genótipo possível para o indivíduo com acondroplasia é o Aa. Aproximadamente 80% dos casos (a maioria) aparece como mutações espontâneas (são aquelas mutações provocadas por processos naturais da célula); A aparência característica do nanismo por acondroplasia é visível desde o nascimento, sendo uma doença clinicamente fácil de diagnosticar até mesmo pelos processos de pré-natais com exames de imagem, ultrassom, etc.; Baixa estatura, membros curtos (rizomelia); extremidade proximal (parte superior do braço e coxa), cabeça de aparência grande, pode estar associada a um pé torto e outras anormalidades esqueléticas dos membros; Normalmente esses indivíduos não fazem nenhum tratamento cirúrgico, a não ser Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 5 Genética que apresentem membros muito arqueados (as pernas, por exemplo), o que provoca dor e incômodo no paciente; Mais de 97% dos pacientes apresentam a mesma mutação: uma transição (substituição de purinas) G à A no nucleotídeo 1138 do DNA (G1138A), levando à substituição de uma glicina por arginina no domínio transmembranar do receptor do fator de crescimento fibroblástico 3 (FGFR3). Visto isso, então se trata de uma mutação não silenciosa e além disso, como é um defeito na proteína receptora do fator de crescimento, essa célula não irá desenvolver os processos mitogênicos para o crescimento dos ossos longos e por isso acabam tendo ossos mais curtos; Só para deixar claro: essas pessoas possuem hormônio do crescimento e fator do crescimento fibroblástico adequadamente; o problema real dessas pessoas é no receptor; A segunda mutação, vista em aproximadamente 2,5% dos casos, é uma transversão (troca de uma purina por uma pirimidina ou vice-versa) G à C na mesma posição 1138 (G1138C) levando à mesma substituição de aminoácidos (isso graças ao fato de o código genético ser degenerado); Hipocondroplasia: rozomelia causada pela mutação C1620A também no gene FGFR3. Nesse tipo de mutação há uma transversão com a troca de C por A. A hipocondroplasia também é um tipo de nanismo, porém, o que terá de diferente é que nesse tipo de mutação os indivíduos podem não ter alguns dos sintomas que os indivíduos com acondroplasia apresentam, apresentando uma variação fenotípica de expressão; Explicando a imagem anterior: a acondroplasia se trata de uma mutação no gene FGFR3 (gene que codifica para a proteína receptora de fator de crescimento de fibroblasto do tipo 3. Esse gene está posicionado no braço curto do cromossomo 4. FIBROSE CÍSTICA (Mucoviscosidade): (Vide resumo 04 – Mutações pontuais). Trata-se de uma doença autossômica recessiva. Nela irá haver um distúrbio na secreção (aumento na viscosidade da secreção). É uma doença determinada por um alelo específico (gene CFTR). Análises fisiológicas têm mostrado que a proteína CFTR é um canal de cloreto regulado, localizado na membrana apical das células epiteliais afetadas pela doença. Os pacientes com essa doença apresentam um aumento da viscosidade do muco a nível de sistema respiratório, digestório, etc., por não haver a produção dessa proteína (pelo fato de o gene estar inativo ou bloqueado, ou por produzirem essa proteína de maneira insuficiente ou de maneira inadequada). Como já foi visto detalhadamente no resumo 04, existem algumas situações: 1. A proteína é produzida, exportada para a membrana, porém não é tão funcional; 2. A proteína é produzida em menores quantidades; 3. A proteína não é produzida; 4. A proteína não é exportada para a superfície apesar de ser produzida. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 6 Genética Esses pacientes irão apresentar uma mucoviscosidade aumentada por conta do processo de desequilíbrio eletrolítico. Nesses casos em que a proteína de condutância está ausente, o cloreto não conseguirá sair da célula e então não conseguirá puxar a água para fora da célula. Nesse sentido, o muco presente se tornará mais espesso, o qual forma um biofilme que é propício para a proliferação de microrganismos, bactérias, fungos, vírus, etc. com isso, esses pacientes irão apresentar infecções recorrentes por conta desse aumento da viscosidade. Na maioria dos pacientes com FC, o diagnóstico é inicialmente baseado nos achados clínicos pulmonares ou pancreáticos e num nível elevado de cloreto no suor. Menos de 2% dos pacientes têm concentração de cloreto no suor normal apesar de um quadro clínico típico; nesses casos, a análise molecular pode ser usada para verificar se eles têm mutações no gene CFTR. NEUROFIBROMATOSE TIPO I: Trata-se de uma doença autossômica dominante. É uma doença provocada em um gene específico que estimula a proliferação de célulasprodutoras de colágeno do nosso tecido conjuntivo. Esses fibroblastos em excesso vão apresentar colágeno também em excesso, e isso irá gerar processos de tumoração benigna que não possuem potencial de evasão para outros tecidos. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 7 Genética Essas imagens anteriores demonstram situações mais extremas da patologia, acentuadas talvez pela questão genética e ambientais do indivíduo. É uma doença que apresenta uma expressividade extremamente variável. Cada indivíduo, portanto, pode expressar essa patologia de maneira diferente, como pode ser vista na imagem a seguir. Tudo isso acontece por conta de um defeito em uma proteína que controla um pouco essa proliferação dos fibroblastos. Essa proteína é conhecida como neurofibromina, a qual é codificada pelo gene NF1que está localizado no braço longo do cromossomo 17. Mecanismo de ação da neurofibromina: A neurofibromina funciona como uma proteína supressora de tumor e ela bloqueia uma oncoproteína (proteína RAS: estimula mecanismos de proliferação, transcrição. E normalmente as suas ações são controladas pela neurofibromina). Porém, quando a neurofibromina sofre mutação no gene NF1 no cromossomo 17, acaba se tornando incapaz de bloquear ações da proteína RAS. Nesse sentido, a proteína RAS acaba ficando livre para induzir esses fibroblastos a se multiplicarem e aumentarem a deposição de colágeno no tecido do qual eles fazem parte, que é o tecido conjuntivo ou conectivo. É por isso, portanto, que essas pessoas terão tumorações e manchas hiperpigmentadas, por exemplo. PENETRÂNCIA E EXPRESSIVIDADE: Penetrância: porcentagem de indivíduos de uma população com um determinado genótipo e que exibem um fenótipo associado. Quando a frequência da expressão do fenótipo é menor do que 100% — isto é, quando alguns dos que têm um genótipo relevante falham completamente em expressá‑lo – o distúrbio é dito como tendo penetrância incompleta ou reduzida. A penetrância é um conceito “tudo ou nada”. É o percentual de pessoas em uma determinada idade, com um genótipo de predisposição, que se mostram afetadas, independentemente da gravidade. o Completa: quando o gene produz o fenótipo correspondente sempre que Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 8 Genética estiver presente em condições de se expressar; o Incompleta: quando apenas uma parcela dos indivíduos com o mesmo genótipo expressa o fenótipo correspondente. Um determinado genótipo pode não expressar o fenótipo correspondente devido à genes epistáticos (associados a genes inibitórios ou ao efeito do ambiente, por exemplo. Supõe-se que todos esses indivíduos tenham no seu DNA um gene que codifica para a cor azul. E aí na primeira fileira de indivíduos, observa-se que todos eles apresentam o fenótipo associado ao genótipo azul; logo, pode-se afirmar que 100% desses indivíduos sofreram penetrância do gene (penetrância completa: todos apresentaram o genótipo e todos expressaram o genótipo). Trata-se de uma análise quantitativa. Já na segunda fileira, apesar de alguns indivíduos possuírem o genótipo azul, eles não expressaram esse genótipo azul. Sendo assim, pode-se afirmar que a penetrância foi menor do que 100%, sendo, portanto, incompleta ou variável. Isso acontece em virtude dos fenômenos epistáticos e ambientais. Expressividade: corresponde ao modo de expressão do alelo, que pode ser uniforme ou variável. Trata-se de uma análise mais qualitativa. Em contraste com a penetrância, expressividade não se refere à presença ou à ausência de um fenótipo, mas à gravidade da expressão do fenótipo entre os indivíduos que têm o mesmo genótipo deletério. o Uniforme: ocorre quando um alelo expressa sempre um único tipo de fenótipo, de fácil reconhecimento; o Variável: quando a expressão do alelo resulta no aparecimento de vários padrões de fenótipos ou vários tipos de expressão. Continuando analisando a imagem, na terceira fileira é avaliado como esse genótipo azul se expressa. Então, percebe-se que todos possuem o genótipo azul, mas nem todos apresentam a mesma tonalidade de azul. Sendo assim, a alteração é na expressividade desse azul, o que a torna variável ou não uniforme, diferentemente da primeira fileira que possui uma expressividade uniforme. Exemplo de penetrância e expressividade na espécie humana: POLIDACTILIA: É uma condição de penetrância e expressividade variáveis. Polidactilia: 6 dedos sobre o número normal de dedos (5 dedos). Penetrância incompleta (60%): nem todos os indivíduos que apresentam o genótipo favorável manifestam o fenótipo correspondente (no caso em questão, 60% o manifestam); Expressividade variável: alguns indivíduos possuem dedos extras nas mãos e nos pés; outros, apenas nas mãos ou apenas nos pés; outros, ainda, apenas em uma das mãos ou em um dos pés. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 9 Genética Esse heredograma mostra um pouco de como é construída a árvore genealógica para quando a condição genética da doença é de penetrância incompleta ou de expressividade variável. Quando se fala de uma doença de expressividade variável, pode-se pensar em uma família, por exemplo, com o gene da polidactilia distribuído entre ela. E aí algumas pessoas podem apresentar polidactilia nas mãos e nos pés, ou só nas mãos, ou só nos pés. E quando coloca isso na árvore genealógica, para expressar isso de forma diferente, pinta- se de cores diferentes e vai construindo uma legenda para cada característica associada àquela patologia. Esse heredograma em específico foi construído para a doença dos ossos de vidro, e essa doença possui uma expressividade bem variável, ou seja, os indivíduos podem apresentar todos esses sintomas descritos nas legendas ou esses indivíduos podem apresentar apenas um dos sintomas. Nesse sentido, observa-se que a expressividade acaba sendo bem variável ao longo das gerações. A penetrância, nesse caso, também é incompleta, pois em uma mesma família possui indivíduos que foram afetados e também aqueles que não foram afetados. PLEIOTROPIA: É quando um gene apenas está relacionado com a determinação e a modificação de várias características do indivíduo. Existem algumas doenças que um gene está associado com uma característica, como por exemplo no albinismo que está associado com o gene da tirosinase e isso representa para o indivíduo falta de pigmentação. Já na pleiotropia os indivíduos possuem um gene que, quando alterado, consegue modificar diferentes características nesse indivíduo, por exemplo a síndrome de Marfan. A síndrome de Marfan trata-se de uma doença provocada pelo gene que codifica para uma proteína chamada fibrilina. A fibrilina é uma proteína de tecido conjuntivo, e como esse tipo de tecido está presente em todo o corpo, os problemas podem aparecer por todo ele. Por isso que essa doença é apresentada como uma síndrome, uma vez que é provocada por uma alteração de um gene e que afeta diferentes características em um mesmo indivíduo. ANEMIA FALCIFORME: A anemia falciforme é um exemplo clássico de pleiotropia. Um gene sofre alterações e pode levar a problemas oftalmológicos, hepáticos e principalmente cardiovasculares.
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