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Tribunal do júri (Resumo Geral) - Resumo de Direito - DireitoNet

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20/04/2021 Tribunal do júri (Resumo Geral) - Resumo de Direito - DireitoNet
https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/246/Tribunal-do-juri-Resumo-Geral 1/13
RESUMOS
Tribunal do júri (Resumo Geral)
Princípios, características, organização do júri, jurados
(requisitos, obrigatoriedade, isenção, vantagens,
responsabilidade) e procedimento.
Revisão geral. Este material não sofreu alterações até esta data.
(21/mai/2020)
 Salvar como favorito Receber atualizações Perguntas & Respostas (2)
O Tribunal do Júri é composto de um juiz de direito (presidente), que
sorteará vinte e cinco jurados para a reunião periódica e extraordinária (art.
433 do Código de Processo Penal), e é regido por princípios previstos
especialmente no art. 5º, XXXVIII, da Constituição Federal, dentre os quais
podemos citar:
a) plenitude da defesa: no procedimento do júri, a autodefesa e a defesa
técnica são exercidas de forma plena;
b) sigilo das votações: os votos dos jurados são secretos;
c) soberania dos veredictos: cabe apenas aos jurados decidirem pela
condenação ou absolvição do acusado; decisão essa que, em regra, não pode
ser modi�cada pelos Tribunais, salvo nas hipóteses do art. 593, inciso III,
alíneas "a", "b", "c" e "d", do Código de Processo Penal (apelação); ou dos
arts. 621 a 631 do mesmo diploma (revisão criminal);
d) competência para julgar crimes dolosos contra a vida: o tribunal do júri é
competente para julgar homicídio doloso, infanticídio, aborto, auxílio,
induzimento ou instigação ao suicídio, em suas formas tentadas ou
consumadas. Esse rol de crimes pode ser ampliado por meio de leis

PROCESSO PENAL | 24/JUN/2008
  
https://www.direitonet.com.br/resumos
https://www.direitonet.com.br/areas/11/Processo-Penal
20/04/2021 Tribunal do júri (Resumo Geral) - Resumo de Direito - DireitoNet
https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/246/Tribunal-do-juri-Resumo-Geral 2/13
infraconstitucionais. Cabe também ao júri julgar os crimes comuns que são
conexos aos crimes dolosos contra a vida (art. 78, I, do CPP);
e) oralidade: prevalecem os atos orais no dia do julgamento pelo júri.
Organização e composição do júri
O sorteio do júri será realizado de portas abertas entre o décimo quinto e
décimo dia útil antecedente à reunião, sendo que os jurados sorteados serão
convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil para que
compareçam no dia e hora designados para a reunião. Feito isso, serão
�xados na porta do Tribunal as referências sobre o processo (nome dos
jurados, nome do acusado, dos procuradores, assim como dia, hora e local
das sessões de instrução e julgamento - art. 435 do CPP).
A notória idoneidade e a idade mínima de dezoito anos são os requisitos para
os jurados, sendo que o serviço é obrigatório, incorrendo em multa aquele
que se recusar a prestar tal função injusti�cadamente. Porém, "estão isentos
do serviço do júri:
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;
II – os Governadores e seus respectivos Secretários;
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das
Câmaras Distrital e Municipais;
IV – os Prefeitos Municipais;
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria
Pública;
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública;
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;
VIII – os militares em serviço ativo;
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa;
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X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento" (art. 437
do CPP).
Os jurados convocados que comparecerem à sessão do júri não terão
desconto de seus salários nem de seus vencimentos, ao passo que aqueles
que deixarem de comparecer à sessão incorrerão em multa de um a dez
salários mínimos, �xada a critério do juiz (art. 442 do CPP). Os jurados
convocados responderão criminalmente nos mesmos termos em que os
juízes, nos termos do art. 445 da referida Lei.
Estão impedidos de servir como jurados marido e mulher (inclusive os que
mantiverem união estável reconhecida), ascendente, descendente, sogro,
genro, nora, irmãos, cunhados (durante o cunhadio), tio, sobrinho,
padrasto, madrasta ou enteado (art. 448 do diploma legal em questão). As
demais regras de impedimento e suspeição relativas aos juízes também
serão aplicadas aos jurados.
Também não poderá exercer a função de jurado aquele que tenha funcionado
no julgamento anterior do mesmo processo, que tenha participado do
conselho de sentença como acusado da prática de mesmo crime ou que tenha
manifestado prévia disposição de absolver ou condenar o réu. No entanto,
mesmo que excluídos do júri, tais jurados serão considerados para a
composição do número legal necessário à sessão. Quando o conselho
conhecer mais de um processo no mesmo dia seus componentes deverão
prestar compromisso (art. 452 do CPP).
Sendo assim o jurado, além da idoneidade e idade mínima de dezoito anos,
deve ser capaz (perfeita faculdade mental) e ser cidadão, ou seja, estar em
gozo de seus direitos políticos, ter residência na comarca e ser alfabetizado.
Procedimento
O rito do júri é o mesmo para todos os crimes de sua competência,
independente de serem apenados com detenção ou reclusão, sendo que seu
procedimento é chamado de escalonado ou bifásico, por ser dividido em duas
fases, quais sejam:
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1ª fase: sumário de culpa ou judicium accusationis: é realizada pelo juiz
singular e segue procedimento semelhante ao dos crimes apenados com
reclusão (rito ordinário até o art. 405 CPP - instrução criminal). Tem a
�nalidade de formar o juízo de admissibilidade da acusação (juízo de
prelibação). Inicia-se com o recebimento da denúncia ou queixa e termina
com a decisão de pronúncia, impronúncia, desclassi�cação ou absolvição
sumária.
2ª fase: juízo da causa ou judicium causae: é realizada pelo juiz presidente e
pelo conselho de sentença (7 jurados que irão julgar o acusado). Tem a
�nalidade de julgar o mérito do pedido (juízo de delibação). Inicia-se com o
trânsito em julgado da sentença de pronúncia, quando o juiz  determina a
intimação do Ministério Público e do defensor para apresentarem,
respectivamente, o rol de testemunhas. Termina com o trânsito em julgado
da decisão do Tribunal do Júri.
1. Sumário de culpa - 1ª fase
Esta primeira etapa, que vai do art. 406 ao art. 412 do CPP, é semelhante ao
procedimento ordinário de competência do juiz singular. Oferecida a
denúncia pelo órgão acusatório o juiz poderá recebê-la ou rejeitá-la. Em
recebendo ele ordenará a citação do réu para responder a acusação, no prazo
legal de 10 (dez) dias, ocasião em que deverá arguir preliminares além de
alegar qualquer tese que interesse a sua defesa, oferecendo documentos,
justi�cações bem como especi�cando as provas que pretende produzir e
arrolando testemunhas, no número máximo de 08 (mesmo número de
testemunhas permitido a acusação). Em oferecendo exceções estas deverão
ser processadas em apartado.
Se o acusado trouxer alguma preliminar ou juntar algum documento, o órgão
acusador deverá ser ouvido, no prazo legal de 05 (cinco) dias.
O juiz ouvirá as testemunhas arroladas pelas partes, bem como praticará as
diligências necessárias para elucidar o ocorrido. Na audiência de instrução,
será ouvido primeiramente o ofendido, em havendo, após as testemunhasapós 
arroladas pela acusação e pela defesa, eventuais esclarecimentos de peritos,
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acareações, reconhecimentos de pessoas e coisas e, por �m, interrogará o
acusado.
Frise-se que as provas serão produzidas em uma só audiênciae que as
alegações serão orais, concedendo-se primeiro a palavra à acusação e depois
à defesa, pelo prazo igual de vinte minutos, prorrogáveis por mais dez.
Depois disso, será ouvido o assistente do Ministério Público pelo prazo de
dez minutos, prorrogáveis pelo mesmo tempo. Terminados os debates o juiz
proferirá a sentença na própria audiência ou no prazo de dez dias (art. 411 e
§§ do CPP).
Desta forma, pode-se observar que, diferentemente do que ocorre no
procedimento ordinário comum, na primeira fase do procedimento do júri
não existe a possibilidade de absolvição sumária após o oferecimento daapós 
resposta escrita pelo acusado.
Outra diferença está no prazo para conclusão do procedimento. Com efeito,
a�rma o artigo 412, do CPP, que o procedimento será concluído no prazo
máximo de 90 (noventa) dias, ao passo que no procedimento ordinário
comum o prazo para instrução do processo é de 60 (sessenta) dias.
Finda essa primeira fase o juiz poderá proferir uma das seguintes decisões: 
A - Pronúncia
Se o juiz se convencer da existência do crime e de indícios su�cientes de que
o réu seja o autor, deverá pronunciá-lo. A pronúncia consiste em decisão
interlocutória mista não terminativa, ou seja, não julga o mérito, nem põe
�m ao processo e deverá conter o dispositivo legal em que julgar ser o réu
incurso, bem como especi�car as circunstâncias quali�cadoras e as causas
de aumento da pena.
Proferida a sentença de pronúncia, e preclusa a via impugnativa, não poderá
mais ser alterada, salvo se ocorrerem circunstâncias supervenientes que
modi�quem a classi�cação do delito (art. 421 c.c. art. 384, parágrafo único,
do CPP), caso em que deverá remeter os autos ao Ministério Público.
- Efeitos da pronúncia
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1. submete o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri; 
2. interrompe a prescrição (art. 117, II, do CP); 
3. se o réu estiver preso, será mantido na prisão em que se encontrar; se
estiver solto, será expedido mandado de prisão, salvo se for primário e de
bons antecedentes (hipótese em que poderá deixar de ser expedido mandado
de prisão, ou, se preso, revogar a prisão).
- Intimação da pronúncia
A intimação da pronúncia será feita pessoalmente ao acusado, ao defensor
nomeado, ao Ministério Público e, na forma do art. 370, §1º, do CPP, para o
assistente do Ministério Público, ao defensor constituído e ao querelante. Se
o réu estiver solto e não for encontrado será intimado por edital.
- Recurso
Contra a decisão de pronúncia cabe recurso em sentido estrito, previsto no
art. 581, IV, do CPP.
- Despronúncia
A despronúncia pode ocorrer em razão da interposição do recurso em sentido
estrito, em que o juiz se retrata e impronúncia o réu, ou quando o juiz
mantém a sentença de pronúncia e o Tribunal dá provimento ao recurso em
sentido estrito, impronunciando o réu.
B - Impronúncia
Se o juiz não se convencer da existência do crime ou de indícios su�cientes
de autoria, será proferida decisão de impronúncia, que também é uma
decisão interlocutória mista terminativa, sendo que os crimes conexos serão
remetidos ao juízo competente. Lembra-se que, "enquanto não ocorrer a
extinção da punibilidade poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se
houver prova nova" (art. 414, parágrafo único do CPP). Contra a decisão de
impronúncia cabe apelação.
Dispõe ainda o art. 417 da Lei em pauta que "se houver indícios de autoria ou
de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao
pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao
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Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80
deste Código".
C - Desclassi�cação
O juiz, com base nas provas produzidas nos autos, convencendo-se de que
não se trata de crime de competência do júri, deverá proferir a sentença de
desclassi�cação e remeterá os autos ao juízo competente para julgá-lo. Da
decisão de desclassi�cação cabe recurso em sentido estrito.
De acordo com o art. 492, §§ 1º e 2º do CPP "se houver desclassi�cação da
infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do
Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando
o delito resultante da nova tipi�cação for considerado pela lei como infração
penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei
n 9.099, de 26 de setembro de 1995. § 2   Em caso de desclassi�cação, o
crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz
presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no §
1 deste artigo".
D - Absolvição sumária
A absolvição sumária ocorre quando for comprovada a existência de
excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Ela faz coisa julgada material.
Prevê o art. 415, do CPP, que "o juiz, fundamentadamente, absolverá desde
logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime".
A inimputabilidade, via de regra, não será aplicada neste caso, salvo quando
for a única tese defensiva. Da decisão de absolvição sumária cabe apelação.
Na existência de crimes conexos deve o juiz apenas remeter os autos ao juízo
competente.
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2. Juízo da causa - 2ª fase
Determina o art. 422, do CPP, que "ao receber os autos, o presidente do
Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou
do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco)
dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o
máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e
requerer diligência".
Depois de decidido sobre as provas a serem produzidas o Juiz ordenará as
"diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que
interesse ao julgamento da causa e fará relatório sucinto do processo,
determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri" (art.
423, I e II do CPP).
Desaforamento
Segundo estabelece o art. 427, do CPP, "se o interesse da ordem pública o
reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança
pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do
assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz
competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra
comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se
as mais próximas".
O desaforamento somente terá efeito suspensivo se os motivos forem
consideravelmente relevantes, devendo o relator fundamentar sua decisão.
Cumpre ressaltar que ele poderá também ser requerido em caso de
comprovado excesso de serviço, quando o julgamento não puder ser
realizado dentro de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão de
pronúncia, sendo que, neste caso, o juiz presidente e a parte contrária
deverão ser ouvidos (art. 428 da lei em questão).
Também não será admitido o desaforamento quando houver pendência de
recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento,
porém, nesta última hipótese, haverá admissão se o fato tiver ocorrido
durante ou após a realização de julgamento anulado.após 
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Sorteio e convocação dos jurados
Depois da organização de pautas, em que terão preferência os presos e
dentre eles os que tiverem maior tempo de prisão, o juiz presidirá o sorteio
dos jurados a serrealizado de portas abertas até que se complete o número
de vinte e cinco jurados. Tal sorteio será realizado entre o 15 (décimo
quinto) e o 10 (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião (art.
433, §1º do CPP), e será acompanhado pelo Ministério Público, pela OAB e
pela Defensoria Pública.
Vale lembrar que o jurado que não for sorteado pode ter seu nome incluído
em reuniões futuras. Ademais, os jurados sorteados serão convocados pelo
correio ou por qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e hora
designados para a reunião, sob pena de multa.
Sessões do Tribunal do Júri
O julgamento só será adiado pelo não comparecimento do Ministério Público
ou do advogado do acusado. Não haverá adiamento do julgamento se não
comparecerem o assistente e advogado do querelante, e o acusado solto, se
devidamente intimados. Quando a testemunha intimada falta na sessão o
juiz suspenderá os trabalhos até que a mesma seja conduzida, ou adiará o
julgamento.
O juiz declarará instalados os trabalhos com a presença de, pelos menos,
quinze jurados. Caso contrário realizar-se-á o sorteio dos suplentes
necessários e designar-se-á data pata nova sessão (art. 464 do CPP).
Durante a sessão os jurados não poderão se comunicar entre si e com outras
pessoas, nem dar opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do
conselho e multa (art. 466 do CPP).
Serão sorteados sete jurados para compor o Conselho de Sentença, sendo que
pode a defesa e depois o Ministério Público recusarem três dos jurados, cada
um, sem motivar a recusa. Depois de formado o Conselho de Sentença o juiz
entregará aos jurados cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões
posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo
(art. 472, parágrafo único do CPP).
o
o
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Instrução em plenário
Dispõe o art. 473, do CPP, que "prestado o compromisso pelos jurados, será
iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público,
o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e
diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as
testemunhas arroladas pela acusação". Tanto as partes como os jurados
poderão inquirir as testemunhas (este último por intermédio do juiz), e
requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas. Feito isto, o
acusado será interrogado, sendo que o Ministério Público, o assistente, o
querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente,
perguntas a ele, conforme disposição do art. 474, § 1º, do CPP. Já as
perguntas formuladas pelos jurados se darão por intermédio do juiz. 
Os depoimentos e o interrogatório serão registrados pelos meios ou recursos
de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, devendo
ser transcritos e juntado aos autos. 
Debates
Encerrada a instrução será concedida a palavra ao Ministério Público, que
fará a acusação nos limites da pronúncia (art. 476 do CPP). O assistente
falará em seguida, sendo que se se tratar de ação penal privada falará
primeiro o querelante e depois o Ministério Público. Logo depois, a defesa se
pronunciará, e a acusação terá direito a réplica e a defesa a tréplica,
admitindo-se a reinquirição de testemunhas (art. 476, § 4º da mesma lei).  
O tempo concedido às partes é de uma hora e meia para cada, e uma hora
para réplica e outro tanto para a tréplica. Quando houver mais de um
acusador o tempo será dividido entre eles de comum acordo, ou pelo juiz. No
caso de haver mais de um acusado, o tempo para a defesa será acrescido de
uma hora e elevado em dobro para a réplica e tréplica.
Não é permitido que as partes façam menção "à decisão de pronúncia, às
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação
do uso de algemas como argumento de autoridade que bene�ciem ou
prejudiquem o acusado; ou  ao silêncio do acusado ou à ausência de
interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo" (art. 478 do
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diploma legal em questão); assim como não será permitida a leitura de
documento ou exibição de objeto que não tenham sido juntados aos autos
com antecedência de pelo menos três dias.
Concluídos os debates o juiz indagará aos jurados se já estão habilitados para
o julgamento ou se ainda necessitam de outros esclarecimentos, caso em que
serão prestados à vista dos autos, os quais poderão ser fornecidos aos
jurados. Se houver necessidade de veri�cação de algum fato imprescindível
ao julgamento, que não puder ser realizada na hora, o juiz designará as
diligências cabíveis para o caso.
Votação
O Conselho de Sentença deverá responder alguns quesitos sobre a matéria de
fato e sobre a possibilidade de absolvição do acusado. "Os quesitos serão
redigidos em proposições a�rmativas, simples e distintas, de modo que cada
um deles possa ser respondido com su�ciente clareza e necessária precisão.
Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou
das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do
interrogatório e das alegações das partes" - art. 482, parágrafo único, do
CPP.
Se houver mais de três respostas negativas para os quesitos que indagaram
sobre a materialidade do fato e da autoria e participação, o acusado será
absolvido. Já se as resposta forem a�rmativas, os jurados deverão responder
se absolvem ou não o acusado. Se os jurados optarem pela condenação,
deverão responder os quesitos formulados sobre as causas de diminuição da
pena alegada pela defesa e circunstância quali�cadora ou causa de aumento
de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que
julgaram admissível a acusação (art. 483, § 3º).
Serão formulados quesitos sobre a desclassi�cação do crime, quando
sustentada, e sobre a possível ocorrência do crime na forma tentada. Quando
houver mais de um acusado os quesitos serão formulados de forma distinta.
Feito isto, o juiz perguntará às partes se têm algum requerimento ou
reclamação para fazer. "Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz
presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o
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defensor do acusado, o escrivão e o o�cial de justiça dirigir-se-ão à sala
especial a �m de ser procedida a votação" - art. 485 da lei. Posteriormente, o
juiz distribuirá cédulas aos jurados que serão utilizadas para a votação,
sendo que a decisão será tomada por maioria de votos.
Sentença
Depois da votação, o juiz proferirá a sentença. "I - No caso de condenação:
a) �xará a pena-base;
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos
debates;
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas
admitidas pelo júri;
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se
encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva;
f) estabelecerá os efeitos genéricos e especí�cos da condenação;
II – no caso de absolvição:
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver
preso;
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível" (art. 492 do CPP).
Referência bibliográ�ca
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 14ª edição. São Paulo: Editora
Saraiva, 2007.
 
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Voltar ao topoPerguntas & Respostas (2)
 
 
A participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do
mesmo processo gera a nulidade do julgamento ulteriorpelo júri?
Sim, conforme o entendimento da Súmula nº 206 do Supremo Tribunal Federal:
"É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que
funcionou em julgamento anterior do mesmo processo".
Respondida em 09/04/2020
Quais crimes são julgados pelo tribunal do júri?
Crimes dolosos contra a vida (artigos 121 a 126 do Código Penal), sejam eles
homicídios, induzimentos, instigação, auxílio ao suicídio, infanticídio, aborto
provocado pela gestante com ou sem seu consentimento.
Respondida em 09/09/2018

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