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GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO 1 Considerações iniciais A célula neoplásica se origina de uma célula normal e é resultado de várias alterações genéticas (dano genético não letal); OBS: A alteração genética produz ganhos de função, criando um ambiente propício para a neoplasia crescer e se desenvolver. Lesões benignas também podem ser causadas por alterações genéticas; Surgimento de uma neoplasia: 1. Ocorre uma alteração genética em uma célula previamente normal que tem possui capacidade proliferativa; 2. Ocorre um dano genético inicial; 3. A célula se divide. Características desse dano: Dano é não letal (genes letais causam apoptose); O dano é permanente (a alteração genética tem memória); O dano é não randômico (não aleatório, pois não é qualquer classe de gene que sofre alteração que dará origem a neoplasia. São genes que constituem uma pequena proporção do genoma inteiro. O dano é específico, passa despercebido e pode ser transmitido para outras células por meio da divisão celular. Classes de genes Existem duas classes de genes que, juntas, constituem apenas uma pequena proporção do nosso genoma inteiro, mas tem papeis importantíssimos no desencadeamento do câncer. São elas: Proto-oncogênese e Genes supressores de tumor (anti- oncogeneses). OBS: Normalmente, fazem parte do ciclo vital da célula. Proto-oncogenes São genes normais; 2 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO São responsáveis por desencadear o câncer; São os genes responsáveis por regular (através dos seus produtos): O crescimento e a divisão celular (mitose); A diferenciação celular; A tradução proteica (normais). Após sofrer uma mutação gênica somática (perda de controle sobre seu ciclo mitótico), um proto-oncogene torna-se um oncogene (proto-oncogene ativado); 1. Esses genes sofrem mutações; 2. A maneira que esses genes tem seus produtos expressos é alterada (a célula cresce e se reproduz em velocidade maior, sem nenhum tipo de regulação inibitória); 3. Inicia a formação de um tumor. OBS: As alterações de desregulação dos proto- oncogenes vão favorecer o crescimento de tumor, já as alterações do tipo mutação dos genes supressores de tumor irão favorecer o crescimento das neoplasias. Produtos dos proto-oncogenes Ex: Fator de crescimento, receptor de fator de crescimento, proteína transdutora de sinal, fatores de transcrição; Em situações normais, eles são regulados, com hora de ser expresso ou de ser desligado. OBS: Sempre que for falado de “função do gene” ou “expressão genica”, está relacionado com o produto do gene, uma proteína que terá uma função específica. Mecanismos que ativam a proto-oncogenes Mutação pontual: São substituições de substâncias moleculares que podem transformar-se em um oncogene; Também se percebe isso em outras doenças que não tem relação com o câncer, como na anemia falciforme; Tem uma proteína hiperativa. Amplificação genética: Aumento do número de cópias dos proto-oncogenes, o que acarreta uma superexpressão dos seus produtos; Esse fatores causam perda de expressão regulada. Translocação cromossômica: Leva à superexpressão de um proto- oncogenes ou à formação de um gene quimérico; Fazendo com que produza substâncias diferentes. Podendo acarretar alteração da função bioquímica dos proto-oncogenes; Tem o surgimento de uma proteína anormal ou uma translocação. Ativação Retroviral: Os retrovírus são capazes de transcrever o RNA em DNA. Eles inserem seus genes do DNA da célula hospedeira, adquirem o oncogene do 3 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO hospedeiro e o integram no seu genoma (viral). Ongcogenes É a denominação dada aos proto-oncogenes que sofreram mutações ativadoras, estes passaram a ter ganho de função ou hiperexpressão; Por terem como característica serem de efeito dominante, um único alelo mutado é suficiente para alterar o fenótipo de uma célula normal para tumoral (célula cancerosa); A alteração genética não é do tipo que vai impedir que o gene seja expresso, a tendência é que o gene seja expresso de maneira desregulada; Todos os produtos dos proto-oncogenes trazem alguma vantagem para o desenvolvimento das neoplasias; São responsáveis por aumentar a proliferação celular ao mesmo tempo em que inibem a apoptose, eventos estes que podem dar início a uma neoplasia; Raramente são associados com mutações hereditárias (síndromes de câncer familiar), mas sim com mutações somáticas (ganho de função que causam cânceres esporádicos); Uma única cópia é capaz de desencadear um processo de múltiplas etapas na formação de um tumor. OBS: As células tumorais não são idênticas, não são homogêneas. A cada mutação adicional que vai surgindo, vai tendo um reflexo e tendo uma alteração de fenótipo. Imagem: Estágios de desenvolvimento de um tumor. Ao contrário dos oncogenes onde o ganho de função leva a um aumento da proliferação celular há um mecanismo com efeito oposto, ou seja, pela perda da função de um determinado gene. Células displásicas: Célula que possui alteração na diferencicação e crescimento anormal. Não é um câncer, mas pode se tornar um. Pode ser graduada em: Displasia leve; Displasia moderada; Displasia acentuda; Carcinoma in situ: O máximo de displasia que pode ser encontrado em uma lesão 4 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO sem que ela inavda e nem sofra metástase. OBS: Para que um carcinoma in situ se transforme em um câncer invasivo é necessário que ele invada e degrade a membrana basal, o tecido conjuntivo e a parede dos vasos, alcançando os vasos sanguíneos para transporte e provocar a metástase. Genes supressores de tumor São conhecidos também como anti- oncogenes; São genes cujos produtos são necessários para o funcionamento de uma célula normal e cuja perda de função leva à formação de tumores São genes que têm a expressão para evitar o surgimento de tumores; Sua perda leva à formação de tumores; Codificam componentes que evitam o surgimento de tumores por meio da expressão dos seus genes, codificando um componente/proteína do citocelular ou enzima de reparo do DNA; Codificam proteínas que inibem a progressão em estágios específicos do ciclo celular, são proteínas que levam à parada do ciclo celular. Principais genes Rb: Associado aos tumores de mutações herdadas, como o retinoblastoma; P53: É ativado quando ocorre alguma coisa de errado no ciclo celular, fazendo com que ele interrompa. A maioria dos tumores agressivos resulta de sua perda; APC: Associado a síndromes do câncer familiar, como o câncer de cólon e de intestino; WT-1: Representa o tumor de Wilms/ Nefroblastoma, identificado em crianças com poucos meses que possuem abaulamento na região lombar; DCC: Está ligado ao carcinoma de cólon; NF: Representa a neurofibromatose, associado à um tumor maligno da bainha de mielina periférico e meningiomas; VHL: Ligado à síndrome de Von-Hippel- Landau e outras síndromes. OBS: Ao contrário dos proto-oncogenes, para que ocorra essas mutações desses genes é necessário perder os dois alelos, ou seja, a manifestação da perda desse gene é autossômica recessiva. Proteínas codificadas Principais funções: Supressão de genes: Essenciais para a ocorrência do ciclo celular. Se os genes não forem expressos o ciclo celular é interrompido, inibindo a divisão celular; A maior parte dos cânceres, há um gene supressor de tumor deletado ou mutado impedindo a produção de uma proteína ou levando à produção de uma proteína não funcional; 5 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO O câncer tem mutações de proto-ocogenes,e de genes supressores de tumor. Relação ciclo celular X dano ao DNA Quando uma célula apresenta dano em seu DNA, ela não se divide; Se o dano for reparado o ciclo celular pode continuar; Se o dano celular não puder ser reparado, a célula sofre apoptose para eliminar uma possível ameaça ao organismo. Proteínas supressoras Supressoras de metástase: Proteínas envolvidas com adesão celular impede a metástase de células tumorais. Supressoras de Tumor: Mutações nos genes que codificam as proteínas aumentam o risco de câncer. O aumento na taxa de mutação decorrente de uma diminuição no reparo do DNA leva a uma maior inativação de outros supressores de tumor e ativação de oncogenes. Teoria dos dois eventos Desenvolvida em 1971 (antes do genoma humano ser sequenciado e do gene RBI ser descoberto) por Alfred Knudson em seus estudos sobre casos de Retinoblastoma; Prediz que duas mutações (uma germinativa e outra somática) devem inativar cada alelo de um gene para desenvolvimenento de um câncer; Para as pessoas que não apresentam a mutação germinativa, são necessárias duas mutações somáticas adquiridasao longo da vida para que o tumor se manifeste (tumores esporádicos ou não-hereditários); Esclare como algumas doenças hereditárias não se manifestam em todos os indivíduos da família, uma vez que a segunda mutação (somática) ocorre ao acaso; Ex: Os indivíduos que herdam o gene para uma doença qualquer (forma hereditária) tem a primeira mutação (germinativa) num dos alelos desse gene em todas as suas células. Entretanto, para que se manifeste, deve ocorrer outra mutação (somática) adquirida ao longo da vida. Câncer esporádicos e herditários A polipose adenomatosa familiar; O câncer de mama; O retinoblastoma. OBS: Câncer esporádicos é aquele ocorre em pessoas sem uma história familiar. Aspectos clínicos Na imagem: Colonoscopia (exame que avalia a mucosa do intestino grosso); 6 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Observa-se lesões que faz pensar em um polipo ou um adenoma. Na imagem: Do lado esquerdo: Cripta intestinal (epitelio colonico) com células caliciformes preservadas; Do lado direito: Tem neoplasia leve ou de baixo grau. As glândulas estão com menos células caliciformes, tendo menos diferenciação, tem células núcleos basais, camada estratificada, não tem células em mitoses; Não é câncer pois ainda não invadiu. Na imagem: Colon intestinal rececado e aberto; Lesão circunferencial, mal delimitada, vai de uma ponta a outra; Lesão vergetante e escada, com áreas de necrose, e lesões ulceradas; Possui lesões invasivas, ou seja, com caracteristicas de malignidade. Presença de camada muscular da mucosa; Abaixo da imagem encontra-se glândulas que se apresentam pelo somatório das anormalidades genéticas; Essas glândulas podem cair em vasos linfáticos ou na corrente sanguínea Na imagem: Mulher jovem com aumento de volume e massa na região parótida; Neoplasia de parótida: Lesão bem delimitada; Precisa de cirurgia. Na imagem: Adenoma pleomórfico; Presença de matriz cartilagenosa, células epiteliais; É considerada uma lesão benigna. 7 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Lesão do tipo teratoma; A célula sofre alteração neoplásica, mas é uma célula tão primitiva que ela se diferencia dos três folhetos embrionários, em uma mesma lesão; Tem o máximo de diferenciação. Lesão cerosa do intestino delgado, amarelada, bem delimitada; É um lipoma, tumor benigno de tecido adiposo; Cresce lentamente, não infiltra, as células são maduras e diferenciadas. Liposarcoma (tumor maligno de adipócitos); Células pouco diferenciadas; Imagem 1: Também se observa coloração amarela, mas é uma lesão bem maior, de contornos mal definidos e áreas de necrose; Imagem 2: Células pequenas com vacúolos e células que tem uma proporção maior de núcleo em relação ao citoplasma, chamadas de lipoblasto. Bases moleculares do câncer Características das oncoproteínas: Ausência de elementos regulatórios; Sua produção independe de fatores de crescimento e sinais externos. Tipos de oncoproteínas: Fatores de crescimento; Receptores de fator de crescimento; Proteínas transdutoras de sinal; Fatores de transcriação; Ciclinas e quinases depenentes de ciclinas. Ativação dos oncogenes: Alterações estruturais nos genes; Alterações na regulação da expressão gênica; Mecanismos específicos: Mutações de ponto; Rearranjos cromossômicos (translocações e inversões); Ampliação gênica. Genes supressores de tumor: Hipótese “two hit” de Knudson e o gene Rb. Produtos dos genes supressores de tumor: 8 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Moléculas que regulam a transcrição nuclear e o ciclo celular; Ex: Rb, p53, WT-1. Moléculas que regulam a transdução de sinal; Ex: APC. Genes que regulam a apoptose: Superexpressão de bcl-2; Sobrevivência de células com ativação c-myc. Telômeros e câncer: Regulam a senescência celular; Atividade da telomerase em células germinativas. Fenótipo maligno Características: 1. Autossuficiência dos sinais de crescimentos; Quando não produz, ela pode, ainda, expressar um receptor do fator de crescimento que é constantemente ativado, sem necessidade de um ligante; 2. Insensibilidade aos sinais inibidores; 3. Evasão de apoptose; Em muitos tumores malignos há a super expressão da BCL-2, uma proteína anti-apoptose, o que acaba por fazer das células do local quase imortais, sendo considerada uma grande vantagem. 4. Potencial de replicação ilimitado; 5. Angiogênese mantida; 6. Capacidade de invadir e metastatizar; 7. Defeitos no reparo de DNA. Fenótipo benigno Características das neoplasias benignas: 1. Ter crescimento contínuo; 2. Não infiltrar; 3. Serem compressivas. OBS: Geralmente não fazem metástase, não escapam da apoptose e não possuem autossuficiência de sinais de crescimento. Cinética do crescimento tumoral É dada por um equilíbrio entre a quantidade de células ganhas em um determinado espeço de tempo e a quantidade de células que são perdidas; O ciclo celular, na maioria dos casos é idêntico ao da célula não transformada; Conceito de fração de crescimento: Alta nas fases iniciais; Com a progressão as células: Morrem; Entram em Go ou G1; Se diferenciam. Equilíbrio entre crescimento e perda; Geralmente os tumores malignos se proliferam mais rapidamente que os benignos; Nas fases iniciais da proliferação tumoral, há poucos subclones do tumor, fazendo com que as células se proliferem mais rapidamente no início; 9 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Fração de crescimento alta: Linfomas; Leucemias; Tumor de pequenas células pulmonar. Fração de crescimento baixa: Carcinoma de cólon; Mais susceptibilidade à quimioterapia. Angiogênese tumoral É um fator limitante para o crescimento tumoral, que é dado pelo estroma da neoplasia; OBS: É a partir do estroma que o tumor vai obter o estímulo trófico (oxigênio e nutrientes), fatores de crescimento, vasos neoformados. Fator decisivo para malignidade tumoral; Provê oxigênio e nutrientes; O endotélio estimula a neoplasia: PDGF, GM-CSF, IL-1 –Desenvolvem novos vasos. Via metastática. Fatores angiogênicos. O tumor precisa de fator de crescimento, nutrientes, precisa da via metastática do vaso que termina sendo uma via para o escoamento da neoplasia no seu trânsito em direção ao destino da metástase. Progressão tumoral e heterogeneidade Progressão tumoral: Processo contínuo aonde a célula transformada evolui decomponente de uma lesão pré-maligna, para uma lesão com todas as característica de agressividade; É um processo gradativo, sequencial de aquisição de características genotípicas e consequentemente fenotípicas, que irão desembocar em uma neoplasia plenamente desenvolvida. Aquisição sequencial de subclones com características distintas; Papel da instabilidade genética: Exerce uma pressão para que haja ao longo do tempo mais anormalidades genéticas, que vão se somando as primeiras e formando subclones de células. Mecanismo de invasão e metástase Os mecanismos de invasão e metástase vão estar associados ao comportamento maligno. Invasão da matriz extracelular 10 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Destacamento da célula, através de moléculas de adesão de destacamento: E-caderin; Catenins. Para que a neoplasia possa invadir, infiltrar os tecidos e destruir os tecidos adjacentes, é preciso que haja a adesão a matriz extracelular r e, de forma engenhosa, expressar receptores de laminina e fibronectina, que são componentes da matriz extracelular. Adesão a componentes da matrix extracelular: Receptores de laminina e fibronectina em toda a célula; Integrinas de superfície celular. Degradação da matriz extracelular Liberação e indução da liberação de enzimas proteolíticas: Serina-proteases: Ativador do plasminogênio tipo uroquinase; Cisteína-proteases: Catepsina D; Metaloproteinas da matriz: Colagenase do tipo IV (MMP-2). Migração das células tumorais: Fatores de motilidade derivados do tumor: Timosina beta15; HGF e seu receptor (protocogene mef). Produtos da degradação da matriz: Quimiotaxia; Angiogênese; Promoção do crescimento. Disseminação vascular Agregado celular na circulação: Homotípico; Heterotípico. Adesão ao endotélio: Ligação de CD44 ao hialuronato. Agentes carcionogênicos Provocam as mutações iniciais, o dano não- randômico e não-letal; 3 principais classes de agentes carcinogênicos: 1. Carcinógenos químicos: Substâncias presentes nos alimentos e no ambiente de trabalho (importância ocupacional); 2. Energia radiante: Radiação UV do sol, radiação ionizante emitida por aparelhos de Raio X, bombas atômicas, energia radiante oriunda da radiação natural do solo; 3. Agentes microbianos: Sobretudo os vírus que vão participar do surgimento das neoplasias. Promotores de carcinogênese: Induzem a proliferação celular: Hormônios; Fenóis; Ésteres de Forbol (Ex: TPA). Carcinogênese química Primeira fase –Iniciação: Contrato com agentes carcinogênico; Célula com DNA irreversivelmente alterado (célula iniciada); 11 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO OBS: Só a célula iniciada não é suficiente para ocorrer a neoplasia, é necessário que haja a promoção também. Segunda fase –Promoção: Não causam mutação e são reversíveis; Estimula a divisão celular, predispondo a mutações adicionais com o passar do tempo; A célula não entra em contato com substâncias mutagênicas. Alvos moleculares dos carcinógenos químicos: DNA, geralmente dano não randômico; Cada classe tende a causar um padrão limitado; Nem toda mutação é carcinogênica; Mutação do genes ras. Exemplos: Agentes alquilantes e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Agentes químicos iniciadores Ação direta: A própria substância/molécula é em si mutagênica – agentes alquilantes e agentes acilantes; Muitas dessas substâncias químicas são empregadas no tratamento do câncer, são agentes quimioterápicos. Ação indireta: É necessário uma metabolização prévia da substância; Metabolização: Visa obter compostos menores para serem facilmente eliminados. Nesse processo de quebra de compostos é originado substâncias com efeitos mutagênicos; Metabolização é feita por oxidases dependentes do Citocromo p-450; Muita influência de polimorfismos; CYP1A1, Benzopireno, GST e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos também participam. OBS: A diferença entre ação direta e ação indireta reside tão somente na questão da necessidade de metabolização prévia para que o efeito da carcinogênese seja observado. Agentes alquilantes Podem induzir cânceres linfoides; Carcinógenos fracos, são usados para o tratamento de cânceres: Ciclofosfamida; Clorambucil. 12 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos A maioria dos agentes carcinogênicos conhecidos; Ex: Fumaça de cigarro e fumaça da carne assando na churrasqueira; Produzem tumores quando aplicados localmente. Aminas aromáticos e azocorantes Efeito exercido com maior intensidade no fígado: Acetominoflureno; Beta-naftilamina; Amarelo-manteiga. Presentes em alimentos industrializados. Carcinógenos de ocorrência natural Produzidos por plantas e agentes microbianos: Aflatoxina B1 (amendoins e cereais). Nitrosamonas e amidas Podem ser formados no TGI; Ex: Conservante nitrato (alimentos embutidos); Relacionados aos cânceres gástricos e do TGI. Agentes diversos Asbestos; Cloreto de vinila; Cromo; Niquel. Agentes promotores Fumaça de cigarro; Vírus: Ex. Hepatite B; Hormônios; Sais biliares. Carcinogênese radioativa Raios Ultravioleta: Importante no câncer de pele; Fatores geográficos, culturais e pigmentação da pele; Forma dímeros de pirimidina; Mutações em ras e P53; Xeroderma pigmentoso: É um defeito genético das enzimas de reparo do DNA, gerando neoplasia. O paciente se torna incapaz de reparar qualquer dano causado pela radiação ultravioleta. Radiação ionizante: Raios gama, X, prótons, nêutrons; Leucemias, câncer de tireoide. Carcinogênese microbiana Está relacionada à infecção do vírus onde ele insere uma sequência do seu DNA no genoma celular, podendo ativar a proto- oncogênese como genes supressores de tumores. Vírus DNA: 13 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Causam associações estáveis com o genoma celular; HPV: Causa câncer de colo uterino; HBV: Vírus causador da hepatite B; KSHV: Herpes vírus associado ao Sarcoma de Kaposi. Vírus RNA: HTLV-1: Leucemia de células T em humanos. Efeitos clínicos das neoplasias Exemplos de efeitos locais e hormonais: Obstrução Luminal; Insuficiência hormonal quando a neoplasia atinge uma glândula; Secreção hormonal anômala: exemplo quando uma neoplasia ocorre na cabeça do pâncreas podendo causar um efeito hormonal; Crescimento erosivo e destrutivo. Caquexia Perda de peso; Fraqueza, anorexia e anemia; Resulta de fatores solúveis; TNF-alfa, IL-1, Interferon gama; Demanda nutricional do tumor; Obstrução mecânica do TGI; Anormalidades no paladar e no centro da saciedade; Aumento do metabolismo basal. Síndromes Síndromes paraneoplásicas: Síndrome de Cushing: Câncer de pulmão; POMC e ACTH. Hipercalemia: Destruição óssea; Substâncias hipercalêmicas: Mama, rim, ovário e pulmão; PTHrP, TGF- alfa, IL-1, TNF-alfa e dihidroxvitamina D. Síndromes neuromiopáticas: Neuropatias periféricas, polimiopatias; Degeneração do córtex cerebelar; Papel dos anticorpos. Acantose Nigricans; Osteoartropatia hipertrófica: Reação periosteal; Baqueamento digital; Artrite. Tromboflebite migratória: Carcinomas de pulmão e pâncreas. CIVD Leucemia, tumores prostáticos. Gradação e estadiamento 14 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Estadiamento clínico: Informações colhidas antes do início do tratamento definitivo ou dentro de 4 meses da data do diagnóstico; Estadiamento patológico: Informações colhidas sobrea extensão do tumor após o tratamento cirúrgico ou identificado no período de 4 meses da data do diagnóstico. O estadiamento baseia-se em: Tamanho da lesão primária; Extensão ou não a linfonodos; Presença de metástases hematógenas. Union Internationale Contre Cancer (UICC): Sistema TNM: T: Tamanho e extensão do tumor primário; N: Presença de metástase linfonodal; M: Presença de metástase à distância. American Joint Comitee (AJC) Estadiamento de 0 a IV. Fator chave na escolha de um tratamento e de um prognóstico; Avaliação de resultados e trials; Intercâmbio de informações; Uniformização de dados para a pesquisa; Estadiamento pós terapia; Classificação de retratamento; Classificação de autópsia Na imagem: Câncer de colon Estágio 0 para a lesão displasica; Estágio 1: A lesão invade a submucosa; Estágio 2: A lesão invade a camada muscular da mucosa, mas os linfonódos continuam livres; Estágio 3: A lesão invade a camada muscular da mucosa e tem metástase linfonodal. Grupos TNM TIS: tumor in situ; T1: tumor pequeno, minimamente invasivo e localizado em órgão primário; T2: é um tumor maior e mais invasivo, dentro também de órgãos primários; T3: é maior, pouco invasivo e situado além das margens; T4: uma lesão muito maior; N0: ausência de envolvimento linfonodal; N1: envolvimento de linfonodo regional; N2: comprometimento extensivo dos linfonodos regionais; N3: metástase linfonodais à distância; M0: ausência de metástase à distância; 15 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO M1: presença de metástase à distância. OBS: O paciente pode ser, por exemplo, TIs+N0+M0 ou T2+N1+M0 ou T3+N2+M1, colocando essa informação ao final do laudo. pT (tumor primário) -pTx significa que não pode ser avaliado; -pT0 ausência de evidência de tumor primário; -pTis displasia de alto grau; -pT1 tumor invade a lâmina própria, musculada mucosa ou submucosa; -pT1a também invade a lâmina própria ou musculada mucosa; -pT1b tumor invade a submucosa. OBS: pT1a e pT1b são divisões de pT1. pN (presença ou não de metástases linfonodais): -pNX significa que não pode ser avaliado em relação ao linfonodo, já que o cirurgião não fez a retirada do linfonodo; -pN0 tem linfonodo, mas não tem metástase; -pN1 há envolvimento de 1 ou 2 nódulos; -pN2 há de 3 à 6 nódulos. Diagnóstico laboratorial Histopatologia e citopatologia: Informação clínica adequada; Amostra representativa, adequada e preservada: Biópsias incisionais e excisionais; Esfregaços; Punçaão aspirativa. Identificação e estudos das margens. Na imagem: Um preparado citológico/ preventivo corado pela técnica Papa Nicolau. Tem células com núcleo hipercromado e com aumento na relação núcleo-citoplasma, se tratando de uma displasia de alto grau (não é um carcinoma invasivo). Imunohistoquímica e imunocitoquímica: Caracterização de histogênese; Categorização de leucemias e linfomas; Origem de tumores metastáticos; Detecção de moléculas com valor prognóstico e terapêutico. 16 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO
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