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( TUTORIA ) Tut 1/p4 - neoplasias ( 1. ) ( E n t e n d e r a n e o p l a s i a e s u a s n o m e n c l a t u r a s ) · O QUE É NEOPLASIA? ↪ Significa crescimento novo, o termo tumor é usado como sinônimo e foi originalmente usado para os aumentos de volume causados pela inflamação. ↪ Neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro. ↪ Podem ser classificados em malignos ou benignos, porém a palavra câncer é a denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a capacidade de invadir tecidos vizinhos. · CLASSIFICAÇÃO ↪ Benigno: · Tendem a apresentar crescimento lento e expansivo, determinando a compressão dos tecidos vizinhos, o que leva a formação de uma pseudocápsula fibrosa. · Possuem estroma e uma rede vascular adequada, apresentando raramente necrose e hemorragia. · Células bem diferenciadas, são semelhantes e reproduzem o aspecto das células do tecido de origem. · Pouca mitose e aspecto típico. · Não possui capacidade de produzir antígeno. · Não produz metástase. ↪ Maligno: · Crescimento rápido, desordenado, infiltrativo e destrutivo, não permitindo a formação da pseudocápsula. · Apresentam um desproporção entre o parênquima tumoral e o estroma vascularizado, o que acarreta em áreas de hemorragia e necrose, de grau variável com a velocidade do crescimento e a "idade" tumorais. · Células pouco diferenciadas, diferenciando-se das células de origem. · Muitas mitoses e aspecto atípico. · Possui capacidade de produzir antígeno. · Capacidade invasivo-destrutiva local e a produção de metástases. ( diferenciado ) ( for o tumor, ) ( menor será ) ( número ) ( de ) ( mitoses observadas e menor a ) ( agressividade do )❕❕❕Quanto mais o mesmo.❕❕❕ · Componentes básicos dos tumores: ↪ Parênquima: representado pelas células em atividade metabólica ou duplicação e é constituído por células neoplásicas ou transformadas. Determina o comportamento biológico. ↪ Estroma: é constituído por tecido conectivo, vasos sanguíneos e células inflamatórias derivadas do hospedeiro. Crucial para o crescimento da neoplasia, por da suporte e suprimento sanguíneo às células parenquimatosas. · NOMENCLATURA: ↪ Benigno: acrescenta sufixo “-OMA” ao tecido de origem · Ex: condroma, lipoma, adenoma ↪ Maligno: é necessário considerar a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor. · Carcinoma: origem nos tecidos de revestimento externo e interno, células epiteliais. · Adenocarcinoma: epitélio de origem glandular.d · Carcinoma mal diferenciado ou indiferenciado: o tumor mostra pouca ou nenhuma diferenciação. · Carcinoma de células escamosas: produzem células escamosas. · Acréscimo de “sarcoma” ao termo referente ao tecido: originados de tecidos mesenquimais ou conjuntivo. · Sufixo “blastoma”: origem em células blásticas, que ocorrem mais frequentemente na infância. · Leucemia e linfoma: origina de células mesenquimais sanguíneas. ( o que cria os tumores mistos, ou seja, possuem mais de uma )❕❕❕ Em alguns casos incomuns ocorre a diferenciação divergente, célula progenitora. ↪ Ex: tumor misto de glándula salivar, fibroadenoma de mama feminina, teratoma, etc. ❕❕❕ ❕❕❕ EXCEÇÕES Teratomas (podem ser benignos ou malignos, dependendo do seu grau de diferenciação), seminomas, coriocarcinomas e carcinoma de células embrionárias. São tumores malignos de origem embrionária, derivados de células primitivas totipotentes que antecedem o embrião tridérmico. Epônimos: tumores malignos que receberam o nome daqueles que os descreveram pela primeira vez, ex: linfoma de Burkitt, Doença ( de Hodgkin, sarcoma de Ewing, sarcoma de Kaposi, tumor de Wilms (nefroblastoma). )❕❕❕ ( 2. ) ( C o m p r ee n d e r a b i o l o g i a d o s c â n c e r e s e o s m e c a n i s m o s ) ( de carcinogênese ) · Transformação maligna -> crescimento de célula transformada -> invasão local -> metástase · As células cancerígenas começam a se multiplicar de forma incontrolável e não respondem mais às mensagens de células vizinhas. · Acúmulo de manifestações genéticas = mutações ocorridas por agentes ambientais, substâncias químicas, radiação ou vírus. · Tumor = origina-se de uma única célula com alteração genética (tumores monoclonais) · Alterações genéticas de genes reguladores do crescimento, que se alterados provocam desenvolvimento de células com crescimento descontrolado. ↪ Proto-oncogenes: promove o crescimento. (genes normais). ↪ Genes supressores de tumor (anti-oncogene): codificam proteínas que inibem a divisão celular, o crescimento. · Sinais que inibem originam-se de fora da célula e utilizam-se de receptores de membrana, proteínas citoplasmáticas e proteínas nucleares · Oncogenes: apresentam sequências muito semelhantes ao DNA das células normais. · Provoca mudanças na sequência de DNA da célula normal que foram infectadas. (gene anormal). · Pode ser herdado ou causado por exposição a um carcinógeno. · Codificam proteínas chamadas oncoproteínas que participam na transdução de sinais durante várias etapas do ciclo celular · Categorias que são associados a divisão celular e desenvolvimento de câncer: · Fator de crescimento: cadeia beta de PDGF, fatores de crescimento de fibroblastos · Receptor de fator de crescimento: família de receptor EGF e CSF-1 receptor · Proteínas envolvidas na transdução de sinais: ligações de GTP, tirosinoquinase não receptora · Proteínas reguladoras nucleares: ativadora de transcrição · COMO O PROTO-ONCOGENES SE TRANSFORMA EM ONCOGENES? ↪ Mudanças na estrutura do gene, que leva a síntese de oncoproteínas com função aberrante. ↪ Mudança na regulação da expressão do gene, leva ao aumento ou produção inadequada de proteínas que promovem o crescimento das estruturas normais. · Mutação em ponto - erros em algumas bases do cromossomo, gerando uma oncoproteína ex: oncogenes ras. · Translocação cromossômica - rearranjo do material genético que resulta no aumento da expressão do proto-oncogene. · Amplificação gênica - ativação do proto-oncogene associada com aumento da expressão de seus produtos o que resulta na replicação do DNA que vai produzir várias cópias de proto-oncogene nas células tumorais. · MECANISMOS DE INVASÃO E METÁSTASE ↪ Nem todas as células de um mesmo tumor iram ser capazes de produzir metástases. Processo seletivo. ↪ Tumor primário ↪ Invadir e migrar nos tecidos adjacentes: · Alterações nas proteínas de adesão (caderinas) que fazem diminuir a adesão entre as células, facilitam o desprendimento do tumor primário e invasão dos tecidos vizinhos. · Invasão das células metastáticas: · Adesão aos componentes da matriz extracelular. Graças aos receptores de laminina e fibronectina, além de poderem expressar integrinas que medeiam a adesão célula-célula ou de célula com a matriz extracelular. · Migração no tecido conjuntivo: · As células devem ser capazes de secretar colagenases e outras enzimas que vão digerir a matriz extracelular. ↪ Infiltrar e sobreviver na corrente circulatória · Devem atravessar a membrana basal · Aderem a laminina que com a interação dos receptores vai estimular a síntese de colagenase IV, que irá degradar o colágeno IV fazendo com que a membrana basal se desintegre, abrindo caminho para a célula metastática na corrente circulatória. · Quando entram a maior parte das células são destruídas pelos linfócitos NK e neutrófilos, se aderem a plaquetas circulantes (que é um fator importante na metastatização, pois as células tumorais ficam “camufladas” contra os leucócitos). ↪ Aderir e atravessar os capilares sanguíneos · A interação célula tumoral - plaquetas pode formar pequenos trombos que são aprisionados nos pequenos vasos sangüíneos dando origem a novos focos metastáticos. · Aderem a receptores de membrana nas células endoteliais e atravessar os vasos sangüíneos. ↪ Sobreviver em um tecido estranho ao de sua origem ↪ O tropismo para determinados órgãospode estar relacionado a 3 mecanismos: · As células tumorais podem expressar moléculas de adesão as quais se ligam preferencialmente às células endoteliais de órgão alvo. · Alguns órgãos podem liberar agentes quimiotáticos que recrutam células tumorais. · Em alguns casos o órgão alvo parece não ser favorável para a proliferação das células tumorais. ❕❕❕ Apesar de existirem alguns fatores que indiquem a maior probabilidade de desenvolver metástase em determinado local, a ( precisa localização da metástase não pode ser prevista em nenhum tipo de câncer. )❕❕❕ · CARCINOGÊNESE: causa do câncer, fatores de risco. ↪ Estágios: · Iniciação: exposição das células a carcinógenos que provocam alterações permanentes no DNA. · Promoção: ocorre a proliferação das células transformadas. Garante a expressão do câncer. ↪ Químicos: alteram a sequência de nucleotídeos · Ação direta: não há necessidade de transformação química para promover carcinogênese · Ação indireta ou pró-carcinógenos: requer conversão metabólica in vivo para que os produtos finais sejam capazes de transformar as células. ↪ Radiação: raios ultravioleta da luz solar e as radiações eletromagnéticas (raios x, raios gama) e particuladas (partículas alfa, beta, próton e nêutron) podem provocar alterações celulares e desenvolvimento de câncer. ↪ Viral: papilomas vírus (HPV), vírus Epstein-Barr (EBV), vírus da hepatite B (HBV), vírus tipo 1 da leucemia de célula T humana (HTLV-1). ↪ Fatores necessários à carcinogênese: · Auto-suficiência de fatores de crescimento · Proteólise de barreiras teciduais · Angiogênese · Insensibilidade aos fatores inibitórios · Evasão à apoptose · CICLO CELULAR E CÂNCER ↪ G1: A célula faz os preparativos para replicar o material genético. E antes de entrar na fase S (de síntese de DNA) a célula interrompe esse processo para fazer um inventário. · Mecanismos de controle é a proteína retinoblastoma (Rb) ↪ S: Quinases dependentes de ciclina (CDKs) ativadas inativam o controle de retinoblastoma por fosforilação, que vai liberar o fator de transcrição regulador da fase S e os genes necessário à progressão da fase S são expressos. · Quando a célula define que não está pronta para iniciar a replicação do DNA, alguns inibidores conseguem bloquear as ações das CDKs. · Quase todos os cânceres têm um ou mais danos genéticos na etapa de verificação da G1, que permite a progressão para fase S ( 3. ) ( E l u c i d a r o n e u r o b l a s t o m a ( q u a d r o d i a g n ó s t i c o e c o n d u t a t e r a p ê u t i c a ) ) ( clínico, ) ( fi siopatologia , ) ( e p i d e m i o l o g i a , ) · FISIOPATOLOGIA: ↪ É um conjunto de tumores originários de células nervosas indiferenciadas da crista neural que dão origem à parte da adrenal e a todos os gânglios e plexos simpáticos. · glândula adrenal (40%), · abdome (25%), · tórax (15%), · cervical (5%), · gânglios pélvicos simpáticos (5%) ↪ Apresentam capacidade variável de sintetizar e secretar catecolaminas podendo apresentarem qualquer parte do corpo, devido a sua origem histológica. ↪ Os locais mais frequentes de metástases são: · linfonodos, · medula óssea, · osso cortical, · dura-máter, · órbitas (com apresentação clínica conhecida como “olhos de guaxinim”), · fígado · pele. ↪ A classificação de Shimada divide a histologia dos neuroblastomas em favorável e desfavorável, levando em consideração a idade do paciente e as características do estroma do tumor. Atualmente a INPC (International Neuroblastoma Pathology Classification). · Divide o tumores neuroblasticos em três categorias: · neuroblastoma, glioneuroblastoma ou ganglioneuroma ↪ Amplificação do oncogene MYCN pode ser encontrada em até 25% dos tumores primários e representa também um importante fator prognóstico adverso. · É associado a rápida progressão tumoral e pior prognóstico, independentemente da idade do paciente e do estádio da doença ↪ O conteúdo de DNA e ploidia também apresentam valor prognóstico em pacientes com neuroblastoma. Cariótipos hipodiploides foram associados a prognósticos mais favoráveis ↪ Anormalidades da porção 11q do cromossomo 11 foi associada a prognóstico desfavorável em pacientes com neuroblastoma. · EPIDEMIOLOGIA: ↪ Representa 8% a 10% de todas as doenças malignas da infância, com incidência ao redor de 8 por milhão por ano em crianças até 15 anos de idade nos Estados Unidos. A idade média de diagnóstico é de 2 anos. ↪ Há incidência de 600 casos diagnosticados por ano nos EUA sendo que dos pacientes menores de 15 anos, 40% são diagnosticados antes de um ano de idade e 90% antes dos cinco anos. Ou seja, quanto mais velhos a chance de diagnóstico diminui. ↪ No Brasil, em estudo baseado na análise de registro populacional de câncer, que incluiu 12 cidades e o Distrito Federal, a incidência de NB foi de 5,9 por milhão de habitantes com idade inferior a 15 anos, contudo são necessários estudos que incluam registro de todo o território nacional para conclusões definitivas. ↪ O NB ocorre mais comumente em crianças menores de 5 anos de idade, com pequena predominância no sexo masculino. · QUADRO CLÍNICO: ↪ Apresentação clínica bastante diversificada devido a grande variedade de sítios primários e de estádios. ↪ Se associa principalmente ao efeito de massa pelo tumor e à possível presença de síndromes paraneoplásicas. ↪ Manifestações clínicas: · Dor abdominal ou constipação, · Massa abdominal (retroperitoneal ou hepática), · Proptose e equimoses periorbital, · Em conjunto com as síndromes paraneoplásicas, tais como: de Horner (miose, ptose, anidrose), de Kinsbourne (opsoclonia, mioclonia, ataxia) e secreção de peptídeo vasoativo intestinal (PVI), · febre, · dor, · perda de peso, · irritabilidade ↪ Metástases: · Precoce e frequente, ocorrendo por via hematogênica e linfática · Hematogênica atinge: ossos, medula óssea, pele e fígado, podendo se disseminar para o pulmão e parênquima cerebral, , mas ocorrem com maior frequência como manifestação de recidiva ou doença terminal · Envolvimento de linfonodos regionais · Doença disseminada: quando os linfonodos estão envolvidos fora da região de origem. · Queixas decorrentes das metástases: dor óssea difusa, anemia, pancitopenia, irritabilidade, proptose ocular, equimose periorbitária, nódulos em calota craniana etc. A dor óssea pode ser intensa e impedir a criança de deambular · DIAGNÓSTICO: ↪ Confirmação histológica através de biópsia, para diagnóstico definitivo. · A avaliação de medula óssea, obtida por meio de biópsia de crista ilíaca bilateral, também é mandatória para estadiamento. ↪ Aumento dos níveis séricos de catecolaminas séricas e urinárias, ácido vanil mandélico, e ácido homovanílico podem ser obtidos para auxiliar no diagnóstico e monitorização da doença. ↪ Pode haver o aumento de ferritina e LDH que diminuem com tratamento adequado. ↪ A caracterização radiológica dos sítios primários, acometimento linfonodal e presença de metástases realizada por meio de tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética é mandatória ↪ Cintilografia MIBG (metaiodobenzilguanidina), dada a alta sensibilidade e especificidade para essa condição. · CONDUTA TERAPÊUTICA: ↪ Atualmente, a escolha da terapia depende da estratificação em grupos de risco: · idade, estádio da doença, status de MYCN, grau histológico e ploidia / índice de DNA. ↪ Pode haver necessidade do transplante de medula óssea ↪ Terapia‑alvo molecular (anti‑ ‑MYCN, quinase de linfoma anaplástico — ALK, inibidores da via fosfatidilinositol‑3‑quinase/serina‑treonina quinase — PI3K/ proteína‑alvo da rapamicina — mTor e da aurora quinase) e com imunoterapia são desenvolvidos para o tratamento do NB de alto risco. ↪ Pacientes de baixo risco: · excisão cirúrgica · apenas observação · quimioterapia adicional, quando o tumor não pode ser ressecado ↪ Paciente de alto risco: · quimioterapia · radioterapia, · autotransplante de células estaminais · imunoterapia
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