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O valor da equoterapia voltada para o tratamento de crianças com paralisia cerebral quadriplégia

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Brazilian Journal of Biomotricity
ISSN: 1981-6324
marcomachado@brjb.com.br
Universidade Iguaçu
Brasil
Marques Do Nascimento, Marcus Vinicius; Silveira Carvalho, Igor da; Souza de Araujo, Rita de Cássia
de; Lima e Silva, Iris; Cardoso, Fabrício; Beresford, Heron
O VALOR DA EQUOTERAPIA VOLTADA PARA O TRATAMENTO DE CRIANCAS COM PARALISIA
CEREBRAL QUADRIPLEGICA
Brazilian Journal of Biomotricity, vol. 4, núm. 1, marzo, 2010, pp. 48-56
Universidade Iguaçu
Itaperuna, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=93012727006
 Como citar este artigo
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Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal
Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
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ARTIGO ORIGINAL (ORIGINAL PAPER) 
 
O VALOR DA EQUOTERAPIA 
VOLTADA PARA O TRATAMENTO DE 
CRIANCAS COM PARALISIA 
CEREBRAL QUADRIPLEGICA 
 
THE VALUE OF EQUOTHERAPY FOR THE TREATMENT OF CHILDREN WITH 
QUADRIPLEGIC CEREBRAL PALSY 
 
Marcus Vinicius Marques Do Nascimento1, Igor da Silveira Carvalho1, Rita de Cássia de 
Souza de Araujo1, Iris Lima e Silva2, Fabrício Cardoso2, Heron Beresford3. 
 
1Universidade Castelo Branco/RJ, 
2Universidade Castelo Branco/RJ Pesquisador do LABFILC 
3 Programa de Pós-Graduação Stricto Senso em Ciência da Motricidade Humana da 
Universidade Castelo Branco – UCB – RJ; Universidade do Estado do Rio de Janeiro – 
UERJ. LABFILC – Laboratório de Temas Filosóficos em Conhecimento Aplicado. 
 
Corresponding author: 
Marcus Vinícius Marques do Nascimento 
Rua Barão do Triunfo Travessa 585, casa 29, Realengo. 
CEP: 22730-390, Rio de Janeiro, RJ. 
E-mail: marcusfisioterapeuta@hotmail.com 
Tel. (21) 9959-5454 
 
Submitted for publication: January 2010 
Accepted for publication: February 2010 
 
RESUMO 
NASCIMENTO, MVM.; CARVALHO, I. S.; ARAÚJO, R. C. S.; SILVA, I. L.; CARDOSO, F.; BERESFORD, H. 
O valor da equoterapia voltada para o tratamento de criancas com paralisia cerebral quadriplegica. Brazilian 
Journal of Biomotricity, v. 4, n. 1, p 48-56, 2010. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da equoterapia 
em 12 crianças com paralisia cerebral que apresentam a dificuldade em estabelecer um controle de cabeça 
durante a realização da tarefa motora de sentar. Este estudo foi desenvolvido por meio de um formato ou 
desenho experimental, tendo sido realizado uma primeira avaliação (avaliação de contexto), que consiste na 
escala de Gross motor Function Classification System (GMFCS) a fim de uniformizar a amostra, logo após 
foi realizado o pré-teste utilizando utilizando a escala de Gross Motor Funnction Mensure (GMFM 88). Esse 
método de avaliação consiste em 88 itens divididos em 5 dimensões : A,B,C,D,E. E cada item contem 
quatro opções de 0 a 3 na qual 0 - não inicia; 1- inicia; 2-completa parcialmente, 3- completa totalmente os 
comandos dos itens. Na qual será utilizada somente as dimensão B, devido a gravidade do quadro motor 
dessas crianças. Após as 30 sessões de intervenção que tiveram a duração de 30 minutos obtendo uma 
melhora significativa das crianças em relação a capacidade de sentar, já que a analise de variância através 
do teste de Friedman, nos revelou um p=0.01. 
Palavras-chave: Valor, Equoterapia, crianças, paralisia cerebral. 
 
 
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ABSTRACT 
NASCIMENTO, MVM.; CARVALHO, I. S.; ARAÚJO, R. C. S.; SILVA, I. L.; CARDOSO, F.; BERESFORD, H. 
The value of equotherapy for the treatment of children with quadriplegic cerebral palsy. Brazilian Journal of 
Biomotricity, v. 4, n. 1, p 48-56, 2010.The objective of this study was to evaluate the effectiveness of the 
equotherapy, in 12 children with cerebral palsy who can’t performing a head control for the realization of the 
motor task of sit. This study was developed by a experimental design Has been carried out a first evaluation 
(context evaluation ), using Gross Motor Function Classification System (GMFCS) to standardize the 
sample. After that Gross Motor Function Measure (GMFM 88) was used. This evaluation method consists in 
88 items. This evaluation method consists in 88 items divided into 5 dimensions: A, B, C, D, E. Each item 
contains four options from 0 to 3 in which 0 - does not start, 1 - start, 2 - partially complete, 3 - complete fully 
the commands of items. Were used only the B dimension, because the motor severity of these children. 
After 30 sessions that lasted 30 minutes achieved a significant improvement of children for the ability to sit, 
as the analysis of variance by Friedman's test revealed a p = 0.01. 
Key words: equotherapy; value; children, cerebral palsy. 
 
INTRODUÇÃO 
Dentre as doenças neurológicas mais comuns encontra-se a Paralisia Cerebral (PC), ou a 
encefalopatia crônica da infância não progressiva, que é conseqüência de uma lesão que 
afeta o sistema nervoso central em fase de maturação estrutural e funcional, ocorrido no 
período pré, peri e pós - natal e suas causas mais prováveis citadas na literatura são: 
genéticas, infecção intra-uterina, baixo peso ao nascimento, hipóxia e isquemia perinatal, 
em que diversos fatores de risco interagem sugerindo que a paralisia cerebral seja um 
acometimento cerebral multifatorial, não se encontrando causa especifica (MANCINI et 
al., 2002; PATO et al., 2002). 
Para Rosenbal et al (2006) Paralisia Cerebral é um grupo de desordem do 
desenvolvimento do movimento e da postura causando limitação da atividade, que são 
atribuídos a um distúrbio não progressivo que ocorre no desenvolvimento fetal e no 
cérebro infantil. 
Entre as classificações utilizadas, a mais aceita é a publicada em 1956 pelo Comitê da 
Academia Americana de Paralisia Cerebral, que leva em conta os tipos de disfunção 
motora presentes e a topografia dos prejuízos e se dividem em: espásticas (hemiplegia, 
diplegia, quadriplegia), discinéticas (extrapiramidal ou coreoatetósica), atáxica, 
hipotônicas e mistas. Considerada a mais grave dentre as paralisias cerebrais, a paralisia 
cerebral quadriplégica, acomete 9 a 43% dos pacientes (PIVESANA, 2002). 
 Segundo Bobath (1990), a quadriplegia compromete todo o funcionamento muscular e 
articular do corpo, nos casos mais severos, dificultam o controle e o ato motor, como 
controlar e sustentar a cabeça e o pescoço. Condição essa conseguida nos primeiros 
meses de vida, fundamental para alcançar novas etapas do desenvolvimento neuromotor 
(LE BOULCH, 2001). 
Na quadriplegia a criança desenvolve a espasticidade geralmente grave de membros 
superiores e inferiores que pode ser associada a uma hipotonia axial e cervical, sendo 
incapazes de retificar a cabeça, manter seu equilíbrio em qualquer posição ou usar os 
braços e as mãos de forma funcional. A criança quadriplégica deste grupo não consegue 
se expressar através da fala, gestos ou movimentos e, eventualmente, ela tende a se 
proteger das alterações posturais assumindo uma posição passiva (MERRIT, 1998). 
Esse controle postural proporciona orientação e equilíbrio corpo e da cabeça, a uma 
manutenção do centro de massa em relação à base de suporte (FRANKEL, 2003). O 
controle postural é obtido por meio do controle motor através de comandosdo sistema 
nervoso central ajustados pelos sistemas vestibulares e cerebelares a neurônios motores 
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inferiores, controlando e organizando numerosos músculos e articulações em movimentos 
funcionais e coordenados que visam o cumprimento de uma tarefa ou suprimento 
(EKMAN, 2008). 
A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma 
abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o 
desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou com 
necessidades especiais (FONSECA e LIMA, 2004). Terapia fundamentada no movimento 
tridimensional da andadura ao passo proporcionando ao corpo do praticante montado 
deslocamentos para frente para trás, para um lado para o outro e para cima e para baixo, 
associado a movimentos de cintura pélvica do praticante (WICKERT, 1999). 
Acrescida a realidade do cavalo nunca está totalmente estático, pois ele realiza a troca de 
apoio das patas, o deslocamento da cabeça ao olhar para os lados, as flexões da coluna, 
o abaixar e o alongar do pescoço, etc., impõem ao cavaleiro um ajuste no seu 
comportamento muscular, a fim de responder aos desequilíbrios provocados por estes 
movimentos (LALLERY, 1988). 
 Auxiliando na aquisição e desenvolvimento das áreas sensório-motoras e das funções 
neuromotoras cerebrais responsáveis pelo desenvolvimento do tônus muscular, controle 
de cabeça, desenvolvimento do equilíbrio de tronco, ativação muscular, normalização do 
tônus muscular, melhora da auto-confiança, auto-estima, iniciativa, integração sensorial, 
flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da 
coordenação motora. Funções neuromotoras, como por intermédio da utilização do cavalo 
como instrumento terapêutico, exigindo da criança planejamento e criação de estratégias, 
desenvolvendo e/ou potencializando as habilidades motoras (MEDEIROS e DIAS, 2002). 
A partir do apresentado anteriormente o objetivo deste estudo foi de avaliar a eficácia da 
equoterapia em crianças com paralisia cerebral que apresentam a dificuldade em 
estabelecer um controle de cabeça durante a realização da tarefa motora de sentar. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
O projeto desta pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo 
Seres Humanos da Universidade Castelo Branco (UCB/RJ) e aprovado sob protocolo nº 
0185/2008 UCB/VREPGPE/COMEP/PROCIMH 
A coleta de dados se deu conforme a resolução 196/96. Assim, inicialmente foi solicitada 
autorização dos pais ou responsáveis para que o estudo fosse desenvolvido, através de 
um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ao qual se anexou uma carta de 
esclarecimentos explicando-se a natureza estudo. 
O presente estudo foi desenvolvido por meio de um formato ou desenho experimental, 
considerando-se que uma pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de 
estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de 
controle e de observação dos efeitos que a variável independente produz diretamente na 
variável dependente, isto sendo realizado em uma avaliação antes (pré-teste), uma 
avaliação durante e uma avaliação após (pós-teste) à aplicação de uma intervenção 
(BARROS e LEHFELD, 2000). 
- Amostra: O universo desta pesquisa foi constituído por um grupo censo composto de 12 
crianças de 3 a 5 anos de idade com Paralisia Cerebral, que realizam tratamento no 
Centro de Equoterapia e Reabilitação da Vila Militar-Rio de Janeiro (CERVIM- RJ ). 
- Procedimentos de Avaliação: Para assegurar consecução deste estudo foi utilizada a 
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escala de Gross motor Function Classification System (GMFCS) a fim de uniformizar a 
amostra na qual as crianças participantes encontran-se no nível 5 desta escala. Como 
Técnica de avaliação utilizando a escala de Gross Motor Funnction Mensure (GMFM 88). 
Esse método de avaliação consiste em 88 itens divididos em 5 dimensões : A,B,C,D,E. E 
cada item contem quatro opções de 0 a 3 na qual 0 - não inicia; 1- inicia; 2-completa 
parcialmente, 3- completa totalmente os comandos dos itens. Na qual será utilizadas 
somente as dimensões B, devido a gravidade do quadro motor dessas crianças. Essa 
escala possibilitará uma avaliação detalhada da função motora de cada criança, 
possibilitando detectar possíveis diferenças no quadro motor dessas crianças após a 
intervenção da equoterapia. 
O item B é composto por 20 itens numerados de 18 a 37. Cada item pode ser pontuado 
de 0 a 3, que correspondem respectivamente a: Na qual 0 - não inicia; 1- inicia; 2-
completa parcialmente, 3- completa totalmente os comandos dos itens. 
 Para a pontuação das dimensões B foi realizada a soma dos itens obtendo assim a 
pontuação total da dimensão. A pontuação máxima para a dimensão B é 60 pontos. 
Desse modo, para cada criança, uma pontuação percentual é calculada para cada 
dimensão, a partir da pontuação individual dessa criança dividida pela pontuação máxima 
vezes 100% melhor visualizada pela formula Dimensão B= (total de pontos/60)x 100. 
- Procedimento de Intervenção: A intervenção fisioterapêutica por meio da equoterapia foi 
desenvolvida durante 30 sessões com duração de 30 minutos, utilizando inicialmente a 
montaria dupla e, logo que a criança consiga o mínimo de controle de cabeça, serão 
passada para a montaria individual. 
- Tratamento Estatístico dos dados: A análise dos dados deste estudo foi realizada com 
base na comparação de resultados estatísticos utilizando-se o programa de estatística 
BIOESTAT 5.0. Os resultados obtidos, isto é, as avaliações do GMFM, foram calculados 
através da estatística descritiva, a média e o desvio padrão. Todos os dados foram 
considerados paramétricos, pelo teste de Shapiro-Wilk. De acordo com os resultados 
obtidos no teste de normalidade, optou-se pelo instrumento paramétrico Análise de 
Variância para a comparação inter-avaliações p valor <0.05. 
 
RESULTADOS 
Na figura 1 pode-se observar que as crianças quando avaliadas em relação a sua 
capacidade funcional de executar tarefas motoras na posição sentada inicialmente 
apresentaram uma variação de resultados entre 0 e 19 pontos e uma média igual a 6.08 
pontos. Na segunda avaliação ou seja, na avaliação de contexto o desempenho das 
crianças apresentou uma variação de resultados entre 2 e 23 pontos com isso a média 
subiu para 9.75 pontos, na ultima avaliação ou seja na avaliação de produto o escore 
mínimo obtidos pelas crianças ficou em 5 pontos e o máximo ficou em 24 pontos, com 
isso a média subiu para 12.41 pontos, o que tendência um efeito positivo da intervenção 
em relação a capacidade executar tarefas motoras destas crianças quando sentadas. 
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As médias obtidas pelas crianças em relação a capacidade funcional de executar tarefas 
motoras sentadas nas três avaliações (Figura 1) tiveram sua evolução testada por meio 
da Análise de Variância por Postos através do teste de Friedman, que permitiu identificar 
o nexo causal de antecedência e de interdependênciaentre as variáveis interveniente e 
dependente analisadas na avaliação proposta por PALISANO et al. (1997) e utilizada 
neste estudo , pois demonstrou um p=0.01 e ainda mostrou que as diferença de 12 
pontos entre a avaliação de processo e de contexto teve significância estatística pois foi 
revelado um p<0.05, também mostrou significância na diferença apresentada entre a 
avaliação de produto e avaliação de contexto de 24 pontos pois revelou um p=0.04 e 
também mostrou que a diferença de 12 pontos entre a terceira avaliação e a segunda 
avaliação também é significante estatisticamente pois foi revelado um p=0.05. 
 
DISCUSSÃO 
A partir dos resultados apresentados anteriormente pode-se dizer que após a intervenção 
com a equoterapia as crianças apresentaram melhoras na variável sentar, 
correspondendo a uma evolução das condições neuromotoras das crianças avaliadas, 
corroborando com as idéias de Fleming (2002) e Mcgibbon et al. (1998), que em seus 
estudos demonstraram aumento significativo dos scores do GMFM nas crianças 
pesquisadas, após tratamento com a equoterapia. . 
Acredita-se então que os estímulos empíricos provocados pela equoterapia que são 
captados pelos órgãos sensoriais das crianças de maneira gradativa, após um tempo são 
decodificados pelo cérebro como se fosse uma sinal rítmico, promovendo uma associação 
e dissociação das áreas cerebrais responsáveis pelas vias neurogênicas do controle 
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motor, o que leva a uma reconfiguração ou no caso a uma configuração das capacidades 
motoras das crianças permitindo que estas consigam a terem uma manutenção da 
postura corporal em posições como sentar, (FLEHMIG,2002, THOMPSON, 2005; 
HAINNES, 2006; LEITE, PRADO, 2004 ). 
Acredita-se que tal fenômeno foi possível por a equoterapia promoveu mudanças 
neurofisiológicas nas regiões articulares, musculares, periarticulares e tendinosas 
responsáveis pela a manutenção da posição sentada, pois foi estimulada na criança a 
região cerebelo, o que pode ter dado as crianças participantes deste estudo a capacidade 
de incorporar gestos motores, uma vez que a intervenção desenvolvida neste estudo 
promoveu uma recepção demasiada de informações de múltiplas formas (visual, 
somatosensorial e vestibular), importantes para o aprendizado dos gestos motores 
simples o que pode permiti-los a realizar com melhor proficiência a tarefa motora de rolar 
(STERBA, 2007). 
Pode-se dizer então que a equoterapia através do movimento tridimensional, promove 
uma melhora destas crianças em relação ao seu controle postural, pois ao gerar um input 
sensorial (retroalimentação) é promovida uma integração sensorial, entre o sistema visual, 
vestibular e proprioceptivo, receptores específicos são ativados, captam e codificam 
estímulos necessários para realização da tarefa (STERBA, 2007). Estes são direcionados 
as áreas correspondentes no córtex, que através do processamento integrado e 
complementar da informação, fornecem subsídios para produzir a resposta desejada, pois 
a estimulação recebida ao cerebelo permitiu que a criança fosse capaz de ir fazendo 
ajustes nos movimentos, possibilitando assim fosse realizando uma comparação entre os 
comandos motores descendentes (movimento pretendido) e as informações obtidas da 
ação motora resultante da equoterapia (EKMAN, 2OO8). 
Assim acredita-se que ao estar sobre o cavalo ao longo de um tempo é promovido um 
crescimento na capacidade dos neurônios motores em se proliferar, e também da 
proliferação dos axônios e dendritos e da sedimentação de mielina ao longo das fibras 
nervosas, o que permite que as áreas corticais 4 e 6 que são responsáveis pelo controle 
motor voluntário, comecem a adentra a um processo de maturação de forma sólida, com 
isso as crianças apresentam ao nível da coluna vertebral, fibras da região aferente da 
medula encontram-se num avançado estado de mielinização (EKMAN, 2OO8). 
Observa-se então que a equoterapia promove num formato em série (serial), que a 
captação do seu “material” do estímulo seja processado de forma seqüencial e também 
de forma paralela, o que faz com que as experiências advindas do cavalo e as advindas 
da propria criança sejam armazendas e processadas ao mesmo tempo. 
Considera-se então que a intervenção deste estudo reduziu a dificuldade que as crianças 
com paralisia cerebral apresentam guardar novas informações, incapacidade esta, 
associada às suas dificuldades de executar tarefas motoras como sentar, deitar e rolar, ou 
seja, existem várias evidências que se podem sustentar que além doas fatores da 
estruturação miogênica da performance motora da criança a equoterapia, por outro lado, 
a intervenção desenvolvida neste estudo também promoveu uma série de potenciais dos 
mecanismos neurais abertos à estimulação, mecanismos que podem marcar uma grande 
diferença na capacidade da criança com paralisia cerebral para superar as várias 
limitações que naturalmente o organismo lhe impõe (MCGIBBO,2006). 
Sobre o cavalo, novas informações, bastante diferentes das habituais que são fornecidas 
aos praticantes da equoterapia, semelhantes a postura de pé e realizando a marcha. 
Essas informações, determinadas pelo passo do cavalo, permitem a criação de esquemas 
motores novos (MACKINNON,1995). Trata-se nesse caso, de uma técnica que merece 
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ser levada em consideração como um dos meios de reeducação neuromuscular 
(LALLERY, 1988). 
A Equoterapia tem como objetivo auxiliar na aquisição e desenvolvimento das funções 
neuromotoras, por intermédio da utilização do cavalo como instrumento terapêutico, 
exigindo do cavaleiro planejamento e criação de estratégias, desenvolvendo e/ou 
potencializando as habilidades motoras e as atitudes conceituais diversas (CHERNG, 
2004). 
As informações proprioceptivas que provêm das regiões articulares, musculares, 
periarticulares e tendinosas provocam, na posição sentada sobre o cavalo, novas 
informações, bastante diferentes das habituais que são fornecidas à pessoa na posição 
em pé. Essas informações, determinadas pelo passo do cavalo, permitem a criação de 
esquemas motores novos. Trata-se nesse caso, de uma técnica que merece ser levada 
em consideração como um dos meios de reeducação neuromuscular (LALLERY, 1988). 
O benefício de ajuste na tonicidade muscular, do movimento automático de adaptação 
corporal e o controle postural da cabeça e do tronco são decorrentes do ritmo de 
deslocamento do cavalo ao passo (BERTOTI,1991). O passo do cavalo sendo regular 
determina um ritmo que se torna para o cavaleiro um embalo; podendo variar numa 
freqüência entre 40 e 78 batidas por minuto (passo muito alongado e muito curto), tendo 
por isto utilização terapêutica, conforme necessidade patológica do praticante. Esta 
adaptação ao ritmo é uma das peças mestras da Equoterapia, promovendo uma 
mobilização ósteo-articular, contração e descontração dos músculos agonistas e 
antagonistas (ANDE-BRASIL, 2002). 
Além do ganho motor a equoterapia proporciona ao portador de Paralisia Cerebral 
melhora psicológica, cognitiva e social (LIMA e FONCECA, 2004). 
O mesmo autor afirma que, a equoterapia é um recurso terapêutico auxiliar em geral 
utilizado no tratamento de crianças portadoras de paralisia cerebral no mundo inteiro. 
Indicada para distúrbios de movimento como hipotonia, hipertonia,ataxia e atetose, em 
variados níveis de gravidade (leve, moderado, grave) e diferentes classificações 
topográficas (quadriplégico, triplégico, hemiplégico, dipléico, monoplégico), 
acompanhadas ou não de déficits cognitivos e ou comportamentais. 
 Entre a primeira e a segunda etapas da avaliação, ocorreu um aumento 
significativo da variável sentar, seguindo de uma melhora um pouco menor mas também 
significativa comparando a segunda e a terceira avaliação. 
Sendo assim, pode-se dizer que, o grupo de crianças avaliadas após a intervenção da 
equoterapia teve uma melhora significativa do item sentar, que traduzem a aquisição do 
controle de cabeça essencial para o desenvolvimento neuromotor de acordo com a visão 
de Bobath e Ferreira, conseguindo assim alcançar outros patamares no seu 
desenvolvimento neuromotor. 
 
APLICAÇÕES PRÁTICAS 
Em crianças com Paralisia Cerebral do tipo quadriplégica, o controle sustentado da 
cabeça é primário para o desenvolvimento neuromotor dos indivíduos. Pode-se observar 
que o programa de equoterapia estabelecido para este estudo obteve resultados 
significativos nos escores do GMFM no item sentar. Nos quais apresentam indicadores 
específicos que sugerem melhora no controle sustentado da cabeça dessas crianças, 
permitindo um aumento do campo visual, melhorando a socialização e a autoestima 
dessas crianças fazendo com que elas alcancem novos patamares no desenvolvimento 
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