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Fármacos anti-histamínicos

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Farmacologia 
Tammi Ráisla 
Histamina 
A histamina é um mensageiro químico gerado 
principalmente nos mastócitos. Por meio de 
sistemas receptores múltiplos, ela medeia uma 
ampla quantidade de respostas celulares, 
incluindo as reações alérgicas e inflamatórias, a 
secreção de ácido gástrico e a neurotransmissão 
em algumas regiões do cérebro. A histamina não 
possui aplicações clínicas, mas os fármacos que 
interferem na sua ação (anti-histamínicos ou 
bloqueadores do receptor da histamina) têm 
importantes aplicações terapêuticas. 
Modulador de diversos processos: 
✓ Alérgicos e inflamatórios; 
✓ Proliferação celular; 
✓ Angiogêneses; 
✓ Permeabilidade vascular 
✓ Anafilaxia; 
✓ Secreção gástrica 
✓ Neurotransmissão – estado de vigília. 
As ações da histamina são mediadas pela sua 
ligação a 4 subtipos de receptores: todos são 
receptores acoplados a proteína G (H1, H2, H3 E H4). 
Ações da histamina: 
✓ Broncoconstrição – Receptor H1 
✓ Vasodilatação: arteríolas e vênulas pós-
capilares – Receptor H1 (NO); choque 
anafilático – hipotensão grave ↓perfusão 
sanguínea e hipóxia. 
✓ Venoconstrição – Receptor H1 (Ca2+-
calmodulina) - ↓ retorno venoso. 
✓ Contração e separação das células endoteliais 
– edema – Receptor H1. Ex.: edema de glote. 
✓ Sensibilização terminação aferentes – 
Receptor H1. Dor e urticária. 
✓ Aumenta secreção gástrica – Receptor H2 
✓ Pequeno aumento da F.C. e contração – 
Receptor H2 
✓ Neurotransmissão (vigília) – Receptor H3. 
 
✓ Papel proeminente na reação de 
hipersensibilidade mediada por IgE. 
Diaminoxidase – enzima liberada na corrente 
sanguínea que metaboliza a histamina, diminuindo 
a alergia/inflamação. 
 
Anti-histamínicos 
Os anti-histamínicos são denominados segundo o 
receptor para histamina com o qual interagem. 
Agem como agonistas inversos, inativando os 
receptores. Mesmo na ausência de histamina 
endógena, os agonistas inversos reduzem a 
atividade constitutiva do receptor. 
 
Assim, aqueles que atuam preferencialmente em 
receptores H1, H2, H3 e H4 são chamados 
respectivamente: Anti-H1; Anti-H2 (tratamento de 
refluxo); Anti-H3; Anti-H4. 
Os receptores H1 parecem coexistir em 2 estados 
de conformação – as conformações inativa e ativa. 
 
 Classificação dos anti-histamínicos: 
Na atualidade, os anti-histamínicos H1 são 
divididos em duas categorias: os de primeira 
geração e de segunda geração. 
Também podem ser denominados clássicos ou 
sedante e não clássicos ou não sedante no que 
diz respeito à sua atividade no SNC. 
Farmacologia 
Tammi Ráisla 
1. Primeira geração: sedantes. 
✓ Altamente lipofílicos: conseguem atravessar a 
barreira hematoencefálica. 
✓ H1 cerebrais – sedação. 
✓ Atuam em outros receptores (reações 
adversas) – agem antagonizando receptores 
de serotonina (apetite) e de acetilcolina = ↓ 
produção de saliva, contenção urinária e 
constipação. 
✓ Rapidamente absorvidos (interações 
medicamentosas) e metabolizados (3-4 
doses/dia – maiores reações adversas). 
2. Segunda geração: não sedantes. 
✓ Menos lipofílicos, ligam-se a albumina 
(dificulta passagem pela barreira 
hematoencefálica). 
✓ Ionizados em pH fisiológico (dificuldade de 
atravessar membranas). 
✓ Baixo potencial sedativo. 
✓ Tem alta afinidade e seletividade pelo receptor 
H1 periférico. 
✓ Efeito manifestado por 24 horas, podendo ser 
empregado uma vez ao dia. 
 Efeitos farmacológicos e usos clínicos: 
Os anti-histamínicos H1 são mais úteis: rinite, 
conjuntivite, urticária e prurido, mas não são úteis 
no controle da obstrução nasal. 
Os anti-H1, são ineficazes como medicação única 
na asma, na anafilaxia ou angioedema grave com 
edema de laringe (Adrenalina é o tratamento de 
escolha – é um antagonista fisiológico da 
histamina, promove a broncodilatação, 
vasoconstricção, inverte o edema, além de impedir 
que os mastócitos liberem mais histamina) 
As propriedades anti-inflamatórias são atribuíveis 
à supressão da via do NF-kβ (fator nuclear capa). 
 Efeitos adversos: 
1. Anti-histamínicos de primeira geração 
✓ Baixa especificidade em receptores H1; 
✓ Agem em receptores muscarínicos 
colinérgicos, alfadrenérgicos e 
serotoninégicos. 
✓ Sedação: ação em receptores do SNC 
✓ Efeitos anticolinérgicos: ressecamento nasal, 
xerostomia, retenção urinária 
✓ Estimulante de apetite: antagoniza serotonina 
no centro do apetite (Ex.: Ciproeptadina) 
2. Anti-histamínicos de segunda geração: 
✓ Mais comum é a cefaleia. 
✓ Os mais antigos causam cardiotoxicidade: 
prolongam o intervalo QT em pacientes com 
disfunção cardíaca preexistente (foram 
retirados do mercado). 
✓ Devido aos efeitos sedativos limitados, esses 
anti-H1 de segunda geração são preferidos 
para uso prolongado. 
✓ A Loratadina, Desloratadina e Fexofenadina 
são os únicos aprovados para uso por pilotos 
de aeronaves. 
 
Anti-histamínicos de efeito antialérgico e 
anti-inflamatório. 
• DEXCLORFENIRAMIN: Polaramine®, 
Histamin®, polaryn® 
Anti-histamínico de 1ª geração. Efeito antialérgico 
e anti-inflamatório. Categoria B – pode ser usado 
durante a gestação. 
Indicação: 
✓ Rinite alérgica 
✓ Urticária 
✓ Alergia medicamentosa 
Reação: Causa sonolência 
Também associado a betametasona: Asma grave, 
rinite, afecções alérgicas. 
Formas medicamentosas: disponível solução 
oral: associado a descongestionante 
(pseudoefedrina) nasal + guaifenesin 
(expectorante) 
• LORATADINA: Claritin®, Histadin®, 
Alergaliv® 
Anti-histamínico de 2ª geração. Efeito antialérgico 
e anti-inflamatório. Categoria B. 
Indicação: 
✓ Rinite alérgica 
✓ Urticária e outras alergias da pele 
Farmacologia 
Tammi Ráisla 
Formas medicamentosas: Disponível xarope: 
associado a descongestionante (pseudoefedrina) 
nasal (Claritin D® - associação não indicável para 
crianças, pois pode causar taquicardia). 
Associado a corticoide – casos mais graves de 
alergia. 
Metabolização hepática (interações) e excreção 
renal. Pode causar alterações cardíacas (evitar 
em cardiopatas) 
• DESLORATADINA: Desalex®, Deslin®, 
Aviant® 
Anti-histamínico de 2ª geração. Efeito antialérgico 
e anti-inflamatório. Categoria C. 
É um metabolito ativo da Loratadina 
Indicação: 
✓ Rinite alérgica 
✓ Urticária e outras alergias da pele 
Formas medicamentosas: Disponível 
comprimido: associado a descongestionante 
(pseudoefedrina) nasal (Desalex D12® - não 
indicável para crianças). Xarope, solução oral. 
Parece causar menos interações. Não 
demonstraram alterações cardíacas (mais 
segura). 
• FEXOFENADINA: Allegra®, Fexoliv®, Altiva® 
Anti-histamínico de 2ª geração. Efeito antialérgico 
e anti-inflamatório. Categoria C. 
Indicação: 
✓ Rinite alérgica 
✓ Urticária 
Formas medicamentosas: Disponível 
comprimido: associado a descongestionante 
(pseudoefedrina) nasal (Allegra D® - cuidado em 
crianças e cardiopatas). Também disponível em 
suspensão oral. 
Parece causar menos interações. Janela 
terapêutica ampla (mais seguro). Segurança 
cardiovascular (indicável para cardiopatas). 
• CETIRIZINA (Zyrtec®, Cetirtec®) e 
LEVOCETIRIZINA (Zyxem®) 
Anti-histamínicos de 2ª geração. Efeito 
antialérgico e anti-inflamatório. Categoria B. 
Indicações: rinite e urticária. 
Levocetirizina é o R-enantiômero ativo da 
cetirizina. Duas vezes mais afinidade pelo receptor 
H1 que a cetirizina. É rápida e extensamente 
absorvida e minimamente metabolizado. 
Formas medicamentosas: Disponíveis em 
comprimido e solução oral. 
• AZELASTINA, EMEDASTINA E 
CETOTIFENO.
 
Anti-histamínicos de efeitos antieméticos 
Inibem os sinais histaminérgicos para o centro do 
vômito. 
• DIMEDIDRINATO: Dramin®, Dramin B6®, 
Nausicalm B6® 
Primeira geração. Pode ser associado ou não a 
piridoxina. Categoria B – porém pode causar 
muita sonolência nas grávidas, sendo mais 
indicável Dramin B6. 
Formas medicamentosas: Comprimido, cápsula, 
solução oral (permiteuso pediátrico). 
Indicação: 
- Cinetose, náusea, vômito 
• PROMETAZINA: Fenergan®, Parmegan® 
Primeira geração. Maior uso em ambiente 
hospitalar. Categoria C. 
Indicação: 
✓ Náusea, vômito 
✓ Urticária 
✓ Anafilaxia 
✓ Causa sedação. 
Formas medicamentosas: Comprimido, sol. 
Injetável. 
• DIFENIDRAMINA: Difenidrin® 
Primeira geração. Categoria B. 
Indicação: 
✓ Cinetose (enjoo com movimento), náusea, 
vômito; 
Farmacologia 
Tammi Ráisla 
✓ Anafilaxia associado a adrenalina; 
✓ Alergias durante cirurgias. 
Formas medicamentosas: injetável. 
• MECLIZINA: Meclin® 
Primeira geração. Muito utilizado durante a 
gestação, pois não causa muita sonolência e não 
causa fenda palatina, como o Vonal. 
Indicação: 
✓ Profilaxia e tratamento – Cinetose, náusea, 
vômito associado a distúrbios vestibulares 
(pode ser usado em pacientes com labirintite) 
Casos Clínicos 
1. Seu vizinho conta que usa um anti-histamínico 
H1 de venda livre e que lhe causa acentuada 
sonolência e boca seca, além de mais sono do 
que de costume. Qual é mais provavelmente o 
fármaco que está usando? 
a) Loratadina. 
b) Levocetirizina. 
c) Difenidramina. 
d) Fexofenadina. 
e) Desloratadina. 
 
R: O de primeira geração – Difenidramina 
(injetável) 
 
2. Um operador de máquinas pesadas, de 43 
anos, queixa-se de alergia sazonal. Qual dos 
seguintes fármacos seria o mais apropriado 
para o tratamento dos seus sintomas 
alérgicos? 
a) Ciclizina. 
b) Doxilamina. 
c) Hidroxizina. 
d) Fexofenadina. 
R: Recomendável prescrever o de segunda 
geração – menor efeito sedativo: Fexofenadina. 
3. Qual das seguintes afirmativas sobre os 
agonistas inversos da histamina é a mais 
correta? 
a) A maioria dos anti-histamínicos tem efeitos 
antimuscarínicos. (O de 1º geração) 
b) Os efeitos α-adrenérgicos dos anti-
histamínicos podem causar hipertensão. 
c) Os anti-histamínicos de primeira geração não 
têm efeito colateral sedativo. 
d) Devido às propriedades colinérgicas, os anti-
histamínicos podem não ser eficazes no alívio 
da vertigem associada com a doença do 
movimento. 
e) A cefaleia pode estar associada com alguns 
anti-histamínicos de segunda geração. 
 
R: Cefaleia pode ser uma reação adversa dos anti-
histamínicos de secunda geração. 
 
4. Paciente com alergia intensa toma um anti-
histamínico, porém após 40 minutos não 
apresenta melhora. Qual é a prescrição? 
 
R: Corticoide – efeito imunossupressor; vai 
impedir a liberação de histamina pelos mastócitos. 
Caso mais grave – adrenalina.

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