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Embriologia do Sistema Cardiovascular

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Embriologia 
Tammi Ráisla 
Desenvolvimento cardíaco 
- O primeiro sistema que começa a se desenvolver 
no embrião é o sistema cardíaco, no final da 3ª 
semana. Até essa etapa, o embrião faz nutrição por 
difusão, não necessitando ainda de um processo 
circulatório que bombeie sangue para o corpo. 
- Final da 3ª semana: surgimento dos dois cordões 
angioblásticos, que surgem na camada média, no 
mesoderma (região epiblástica), anterior ao 
encéfalo, e começam a migrar para dentro do 
endoderma. Com o crescimento do embrião, estes 
cordões vão migrando para dentro do corpo e para 
o centro, afim de nutrir as partes que estão com 
falta de nutrientes. 
- Os cordões angioblásticos começam a se 
desenvolver da 3ª até a 4ª semana. Nesse período, 
temos 2 dobramentos: 
✓ Craniocaudal: o coração desde para a caixa 
torácica. 
✓ Latero-lateral: os tubos cardíacos se fundem, 
formando apenas um. 
- Na 4ª semana, há formação do tubo cardíaco 
devido à migração dos cordões. 
✓ O revestimento interno do endotélio dá origem 
ao endocárdio. 
✓ A massa do mesoderma dá origem ao 
miocárdio (juntamente com a geleia cardíaca) 
✓ As lâminas do pericárdio visceral (revestimento 
externo) dão origem ao epicárdio (que recobre 
o miocárdio) e ao pericárdio. 
- Ao mesmo tempo em que ocorre a formação do 
tubo cardíaco, ocorrem as sinalizações por 
mediadores químicos através dos genes da família 
T-BOX, auxiliando nas possíveis septações e no 
posicionamento do coração. 
✓ Serotonina – lateralidade do coração, ajuda na 
fusão dos septos e na transição do tubo 
cardíaco do coração para o lado esquerdo. 
- Na 4ª semana surge um segundo campo cardíaco 
que dá mais ênfase a parte vascular (tronco 
arterioso, artéria aorta e artéria pulmonar). 
 
Importância da 4ª semana 
✓ Defeito do septo interventricular: problema 
durante a fusão, não detectável durante a 
gestação. 
✓ Defeito do septo interatrial: problemas durante 
a fusão. 
✓ Isomeria cardíaca: átrios similares e ventrículos 
similares; pode causar um ventrículo direito 
mais espesso, o que pode gerar hipertensão 
pulmonar. 
✓ Dextrocardia: posição inversa do coração; pode 
ser inicial (até a 4ª semana), quando ocorre a 
inversão do ápice do coração para a direita, 
sem problema fisiológico; pode ser avançada 
(depois da 4ª semana), com a sobreposição de 
grandes vasos, causando maiores problemas. 
✓ Inversões atriais ou ventriculares: ocorre 
problema de bombeamento pois o lado 
esquerdo precisa de um músculo mais forte e 
resistente para conseguir bombear o sangue 
para todo o corpo. 
Dobramentos Cardíacos (22-28 dias) 
- Necessário para o crescimento e alongamento do 
tubo cardíaco. 
- Todas as partes vasculares vão para a base do 
coração. 
- O coração fica dividido em: região do tronco e 
bulbo cardíaco; região ventricular; região do seio 
venoso. 
- Geleia cardíaca + miocárdio = septações 
- Nesse período o fluxo sanguíneo é unidirecional. 
A nutrição do bebê vem da placenta da mãe, a veia 
umbilical leva sangue arterial, o qual é distribuído 
pelas veias cardinais. O sangue é eliminado pelas 
artérias umbilicais. 
Septos Cardíacos (27-37 dias) 
✓ Atrioventricular: 
- Coxins endocárdico – crescimento por expansão; 
- Há primeiro a divisão entre átrio comum e 
ventrículo comum, evitando comunicações entre 
eles → formação das valvas atrioventriculares pela 
fusão dos coxins. 
✓ Átrio primitivo: 
- Surge através do septo primário, na tentativa de 
fechar o forame primário, que vai migrar em direção 
ao coxin atrioventricular para fechar o canal (não 
completamente). 
Embriologia 
Tammi Ráisla 
- A parede vai sofrendo apoptose, abrindo um 
segundo canal, o forame secundário, para manter 
a comunicação entre AD e AE, pois o VD não tem 
funcionalidade na vida fetal para fazer a circulação 
pulmonar. 
- Surgirá no AD o septo secundário, mais rígido e 
anterior ao septo primário, migrando para fechar o 
espaço, de maneira sobreposta. 
- Como a formação do septo secundário é 
incompleta, ocorre a formação da válvula do 
forame oval. Assim, o septo secundário divide 
incompletamente o AD, e a parte distal do septo 
primário funciona como a válvula do forame oval. 
- A fossa oval é um vestígio do forame oval. 
Antes do nascimento → mais pressão no lado 
direito; o sangue para do átrio direito para o átrio 
esquerdo. 
Após o nascimento → o sangue que sai do átrio 
direito começa a entrar no ventrículo direito; o 
pulmão começa a realizar trocas gasosas; há o 
início da fusão da válvula com o septo primário, 
fechando o forame. 
Obs.: A persistência do forame oval é comum em 
bebês prematuros, causando baixo fluxo no lado 
esquerdo e baixa oxigenação dos tecidos. 
 
✓ Septação ventricular: 
- Até então, tinha-se um único ventrículo, que faz a 
comunicação com o cone arterioso. 
- Antes da septação ventricular (que ocorre de 
baixo para cima, até o coxin), há a septação dos 
grandes vasos, dividindo-os em dois: a artéria aorta 
vai para dentro do VE e a artéria pulmonar parte do 
VD. Caso não ocorra essas septações, surgirão 
várias comunicações: 
→ A. Aorta e A. Pulmonar saindo do VD: quando a 
septação dos ventrículos ocorre antes da 
separação dos vasos; 
→ Comunicação interventricular: houve a septação 
dos grandes vasos, mas não a separação dos 
ventrículos; 
→ Tetralogia de Fallot: 4 alterações estruturais; 
→ Atresia e estenose pulmonar: na septação 
ocorre a formação de uma grande artéria aorta, que 
comprime a artéria pulmonar. 
→ Dextrocardia: na septação errônea dos grandes 
vasos ocorre a inversão, artéria pulmonar do lado 
esquerdo e artéria aorta no lado direito. 
Obs.: Todas as septações ocorrem no intervalo da 
4ª-8ª semana. 
Tetralogia de Fallot 
1. Defeito do septo interventricular. 
2. Dextroposição da aorta: mais centralizada; 
3. Estenose pulmonar: obstrução causada pela 
sobreposição da artéria aorta. 
4. Hipertrofia do miocárdio direito: resulta de 
uma maior força de contração executada pelo 
VD para compensar a obstrução da artéria 
pulmonar. 
Circulação Fetal 
- Existem três estruturas vasculares importantes na 
transição da circulação fetal para a neonatal: ducto 
venoso, forame oval e ducto arterial. 
• Forame oval: o sangue que chega no AD é 
direcionado através desse canal para o AE. 
• Ducto arterioso: faz a comunicação entre a 
artéria pulmonar e a artéria aorta. 
- Parte do sangue que entra no AD cai no VD, esse 
sangue segue em direção aos pulmões, nutrindo-
os para seus desenvolvimentos. O excesso do 
sangue volta para a circulação geral entrando na 
aorta através do ducto arterioso. 
- Após o nascimento esse canal deve se fechar, 
uma vez que os pulmões começam a funcionar e o 
sangue que cai no VD será utilizado na circulação 
pulmonar. Por falta de uso, o ducto começa a sofrer 
apoptose. 
- A persistência desse ducto vai fazer com que o 
sangue arterial que está passando pela aorta caia 
de volta para o pulmão, causando hipertensão 
pulmonar, edema pulmonar e insuficiência 
respiratória.

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