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Sistema Cardiovascular Paula Toledo O sistema circulatório é caracterizado pela dispersão do sangue advindo do coração pelo corpo. Ele pode ser divido em dois: CIRCULAÇÃO PULMONAR (PEQUENA CIRCULAÇÃO): Começa na chegada de sangue venoso (rico em CO2) ao átrio direito pelas veias cavas e a ejeção ventricular direita do sangue venoso (rico em CO2) para as artérias pulmonares para que ocorra a hematose (troca gasosa) com o ar presente nos alvéolos pulmonares. E, assim, o sangue fica oxigenado (rico em O2) e é mandado de volta ao coração através das veias pulmonares. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA (GRANDE CIRCULAÇÃO): Começa na ejeção ventricular esquerda do sangue oxigenado (rico em O2) para a artéria aorta e continua na troca gasosa nos capilares sanguíneos em cada órgão. Terminando com a chegada de sangue desoxigenado ao átrio direito pelas veias cavas. *as circulações agem simultaneamente. EMBRIOLOGIA CARDÍACA A formação cardíaca começa no Mesoderma Lateral Esplancnico onde há a diferenciação de Angioblastos, os quais geram os Cordões Cardiogênicos. Esses vão se unir ao Tubo Endocárdico, formando uma estrutura constituída por um Tronco Arterial, um Bulbo Cardíaco, Ventrículo e Átrio Primitivos. Essa estrutura vai sofrer um dobramento direcionado para a parte cranial do feto (“dobramento cefálico”) e virar o chamado Tubo Cardíaco. O Tubo Cardíaco possui uma Alça Bulboventricular, que, posteriormente, sofrerá uma septação, a septação do coração primitivo. Podemos separar essa etapa em duas: Atrial e Ventricular Na SEPTAÇÃO DOS ÁTRIOS, são formados os Coxins Endocárdicos, Septo Primário e Forame Primário. Depois há uma morte celular do Septo Primário, então há a formação de um novo septo, o Septo Secundário, e a evolução do Forame Primário para Secundário e, finalmente, para o Oval. Na SEPTAÇÃO DOS VENTRÍCULOS, há a formação do Septo Interventricular e do Septo Aórtico Pulmonar, que irá dividir o vaso sanguíneo que formará a Aorta e o Tronco Pulmonar. CICLO CARDÍACO FETAL A circulação fetal começa no sangue oxigenado vindo da Placenta, que vai chegar ao Seio Venoso pelas veias umbilicais, passa pela Valva Sinoatrial e entra no Átrio Primitivo. Nesse momento, o sangue passa pelos Coxins Endocárdicos, chegando ao Ventrículo Primitivo. Nesse momento o sangue passa para Bulbo Endocárdico e, finalmente chega ao Tronco Aórtico, onde o sangue será direccionado ao Saco Aortico, que vai desemborcar o sangue para as outras estruturas fetais. CARDIOPATIAS CONGÊNITAS O coração fetal pode sofrer algumas patologias que geram mudanças estruturais permanentes no órgão. Tais condições permanentes podem influenciar de forma ruim no funcionamento cardíaco quando influenciam nas câmaras cardíacas, no fluxo sanguíneo ou na separação atrioventricular. Alguns FATORES podem impulsionar o sofrimento por cardiopatias, como: • Patologias maternas gestacionais ou pré- existentes; • Histórico Familiar; • Infecções durante a gravidez; • Uso de drogas terotogênicas. As Cardiopatias Congênitas podem ser detectadas por EXAMES DE IMAGEM/MORFOLÓGICOS, que devem ser feitos ao longo da gravidez durante o pré-natal. Alguns exames que podem detectar esse tipo de patologia: • Ecocardiografia; • Translucência Nucal. Coração O coração é um órgão responsável por bombear o sangue para os órgãos corporais que localizado no Mediastino, cavidade corporal que o guarda, e é envolto por uma película protetora chamada Pericárdio, a qual é separada em Lâminas. O coração possui estruturas internas e externas, além de participar de duas circulações. MEDIASTINO Cavidade entre os pulmões que guarda o coração. Pode ser dividido em duas partes: Superior e Inferior. A PARTE SUPERIOR do Mediastino é delimitada pela vértebra TIV e é constituída pelo Timo Superior, um órgão do sistema linfático, pelas Vias Aéreas Superiores e pela Aorta Ascendente. Já a PARTE INFERIOR do Mediastino é considerada a partir da vértebra TIV, indo até o diafragma; e é constituída pelo Timo Inferior, pelo Pericárdio, Brônquios, Esôfago – órgão que participa do sistema digestório – e pela Aorta Descendente. PERICÁRDIO É um tecido que envolve o coração e tem papel estabilizador do coração, ou seja, possibilita a contração muscular com o mínimo de atrito com os tecidos externos ao órgão. O Pericárdio tem suas DELIMITAÇÕES: Superior - vasos sanguíneos; Inferior - Diafragma; Anterior - osso Externo; Posterior - Esôfago; e Laterais - pulmões O Pericárdio pode ser divido em LÂMINAS: • Lâmina Fibrosa: a mais externa e menos espessa das Lâminas e tem contato direto com os outros tecidos corporais; • Lâmina Serosa Parietal: está em contato com a Lâmina Fibrosa e com o líquido Pericárdico; • Lâmina Serosa Visceral Epicárdica: recebe esse nome por estar em contato com o Epicárdio do tecido do músculo Miocárdico, além de também estar em contato com o líquido Pericárdico. TECIDOS • Epicárdio: está em contato com o Pericárdio; • Miocárdio: tecido muscular responsável pela contração cardíaca através dos discos intercalares localizados entre as fibras/células do miocárdio; • Endocardio: está em contato com as cavidades cardíacas. ANATOMIA CARDÍACA O coração possui estruturas externas e internas associadas a ele. ESTRUTURAS INTERNAS: • Cavidades: átrios e ventrículos; • Valvas (atrioventriculares e semiluares): estruturas feias por válvulas, que são responsáveis pela passagem e o não refluxo sanguíneo entre as cavidades cardíacas; • Bifurcação do Tronco Aórtico. ESTRUTURAS EXTERNAS: • Veias e Artérias Pulmonares: levam e trazem sangue do coração aos pulmões, e vice-versa; • Tronco Pulmonar: direciona o sangue venoso para as artérias pulmonares; • Veias Cavas (inferior e superior): responsáveis por mandar o sangue venoso (rico em CO2) para o coração; • Arco Aórtico: responsável por encaminhar sangue oxigenado para o corpo; • Artérias Coronárias: responsáveis por suprir sangue para o Miocárdio. Ciclo Cardíaco O coração possui um ciclo baseado na sua contração e no seu relaxamento possibilitado pela sua eletrofisiologia. Esses dois estágios do ciclo podem receber o nome de Sístole e Diástole, respectivamente. • Começa na DIÁSTOLE ATRIAL (relaxamento atrial) e é responsável por diminuir a pressão atrial e, assim, mandar passivamente a maior parte do sangue da sua cavidade para os ventrículos. • Depois, há o estágio de SÍSTOLE ATRIAL (contração atrial), responsável pela ejeção do resto de sangue da sua cavidade para os ventrículos. *Terminado a fase de Sístole Atrial, a pressão ventricular é maior que a dos átrios, o que faz com as valvas atrioventriculares se fechem para evitar o refluxo sanguíneo. • Na próxima fase, há uma SÍSTOLE ISOVOLUMÉTRICA VENTRICULAR (contração isovolumétrica ventricular), a qual possibilitada a diminuição de pressão intraventricular e, consequentemente, a abertura das valvas semilunares da Aorta e das Artérias Pulmonares. • Depois, há a SÍSTOLE VENTRICULAR (contração ventricular), que ejeta o sangue da cavidade ventricular para a Aorta e para as Artérias Pulmonares. • Por fim, ocorre uma DIÁSTOLE VENTRICULAR ISOVOLUMÉTRICA (relaxamento isovolumétrico ventricular), responsável por fechar as valvas semilunares dos vasos devido a diminuição da pressão internas dos ventrículos. HIPERTROFIA VENTRICULAR É uma condição em que há um aumento do diâmetro miocárdico pela maior síntese proteica nesse músculo, aumentando o débito cardíaco, a qual pode afetar a ejeção sanguíneapelos ventrículos. Pode ocorrer por causas Patológicas, Fisiológicas (como em atletas) ou genéticas. Suas consequências podem ser negativas ou positivas dependendo da sua forma de expressão e do seu estágio. CONSEQUÊNCIAS: - Crescimento da capacidade de trabalho ventricular; - Normalização do estresse do miocárdio, aumentando as chances de ocorrer um infarto agudo do miocárdio; - Insuficiência Sistólica e Diastólica, pela diminuição das cavidades ventriculares; - Insuficiência das Artérias Coronárias, visto que o músculo aumenta de diâmetro, mas as artérias que o irrigam são as mesmas Valvas Cardíacas As valvas cardíacas são estruturas feitas de um tecido elástico que permite o fechamento a abertura de suas válvulas. Além de ter a função de evitar o refluxo sanguíneo de uma cavidade para outra, produzem um som pela sua vibração quando o sangue passar por elas. As VALVAS CARDÍACAS são 4, 2 atrioventriculares e 2 semilunares: • Tricúspide: fica entre o átrio e o ventrículo direitos; • Mitral: fica entre o átrio e o ventrículo esquerdos; • Aórtica: localizada no seio aórtico e evita o refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo; • Pulmonar: localizada no seio do tronco pulmonar e evita o refluxo sanguíneo para o ventrículo direito. BULHAS CARDÍACAS O som derivado da vibração das valvas cardíacas é chamado de “bulha”, que podem ser percebidas na ausculta cardíaca. Ao total, existem 4 bulhas, a percepção de 2 delas podem estar atreladas à patologia. • 1°Bulha: indica o fechamento das valvas atrioventriculares e é caracterizada pelo som “TUM”; • 2° Bulha: indica o fechamento das valvas semilunares e é caracterizada pelo som “TÁ”; • 3° Bulha: é um som protodiastólico, ou seja, é expresso no começo da segunda bulha e é um som, normalmente, não auscutável em adultos; • 4° Bulha: é um som telediastólico ou pré- sistólico, ou seja, é expresso logo após o término da diástole e não é detectável em adultos normalmente. FOCOS DA AUSCULTA CARDÍACA A ausculta cardíaca é uma técnica usada pelos profissionais de saúde destinada a perceber os sons produzidos pelas valvas cardíacas e possui focos para que haja o melhor aproveitamento e diagnóstico com o uso da técnica. • Foco Aórtico: localizado no 2° espaço intercostal direito; • Foco Pulmonar: localizado no 2° espaço intercostal esquerdo; • Foco Aórtico Acessório: localizado no 3° espaço intercostal esquerdo; • Foco Tricúspide: localizado no 5° espaço intercostal esquerdo; • Foco Mitral: localizado no 5° espaço intercostal esquerdo na linha Hemeclavicular. VALVOPATIAS As valvas podem sofrer patologias que causam a sua deficiência, gerando ruídos e o mal funcionamento cardíaco, são os sopros. Elas podem ser divididas em Diastólicos e Sistólicos de pendendo do momento do ciclo cardíaco em que são detectados. DIASTÓLICAS ->Insuficiência Aórtico ou Pulmonar: é o não fechamento efetivo das valvas e gera um fluxo regurgitante (refluxo sanguíneo). Começa logo no fim da B2 e pode ir até o início da B1 (proto ou telediastólico) e possui uma intensidade decrescente (sopro "aspirativo"). ->Estenose Mitral ou Tricúspide: é uma restrição à abertura valvar que começa após o término da B2 e termina no início da B1 (mesodiastólico) e possui carcterística "ruflar", semelhante ao bater das asas de um pássaro. No Brasil, a Estenose Mitral pode ser secundária ao acometimento por Febre Reumática (FR). SISTÓLICAS: ->Insuficiência Mitral ou Tricúspide: é a falta de coabitação valvular, ou seja, não se fecha com êxito, e é conhecido como “regorgitante”. É um som Holosistólico (de intensidade mantida/contínua que surge no início da B1 e pode ir até o início da B2 e é melhor auscultado no foco mitral ou tricúspide, dependendo da valva deformada. ->Estenose Aórtica ou Pulmonar: restrição da abertura valvar, esse sopro é conhecido como “ejetivo”, causando uma aceleração e um turbilionamento do fluxo sanguíneo devido ao maior débito cardíaco. É um som de intensidade crescente-decrescente
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