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PITÁGORAS SISTEMA DE ENSINO EAD CONECTADO SERVIÇO SOCIAL Lucineide Batista Mota Reisinger “A INVISIBILIDADE SOCIAL DO VÍRUS” Guarapari – Es 2020 2 Lucineide Batista Mota Reisinger “A INVISIBILIDADE SOCIAL DO VÍRUS” Produção Textual de Serviço Social apresentado à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral do 1º semestre das disciplinas de Filosofia, Ética, Política e Cidadania, Psicologia Social, Sociologia Ética, Política e Cidadania Jose Adir Lins Machado Psicologia social Mayra Campos Francica dos Santos Sociologia Altair Ferraz Neto Tutoria à Distância: Aline Marcele Salvadego Perez Universidade Nortedo Paraná -UNOPAR/PITÀGORAS 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3 DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 8 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 9 INTRODUÇÃO No presente trabalho abordaremos a invisibilidade social do novo vírus através de análises filosóficas, sociais e da psicologia. De favelas a vilas, os traços de desigualdade agravam o desafio de prevenir e controlar a Covid-19 e exigem estratégias adaptadas a diferentes situações. O uso de álcool, luvas de borracha e máscaras, a higienização das mãos e até o distânciamento social, essas medidas são contrárias à realidade brasileira, ou na ausência de direitos básicos como saúde, emprego e moradia. Garantir a proteção social para os desfavorecidos durante uma pandemia também é uma forma de promover a saúde. Pois, muitas destas pessoas já estavam desempregadas ou trabalhando de maneira informal, o que implica a exposição diária e pouca remuneração, o que dificulta a compra de materiais de higiene adequados para o enfrentamento da pandemia. Explanaremos essas questões da atual realidade brasileira trazendo a reflexão de como o profissional do serviço social pode fazer a diferença nesta época. 4 DESENVOLVIMENTO O novo corona vírus foi trazido ao Brasil por pessoas de classe alta que viajaram internacionalmente e tiveram contato com pessoas infectadas no exterior. Um dos primeiros casos no país foi o de um homem de 61 anos, de São Paulo, que passou duas semanas na Itália em fevereiro. Ele foi diagnosticado no Hospital Albert Einstein em 26 de fevereiro e foi curado duas semanas depois. O vírus caiu rapidamente na hierarquia social e está se espalhando para as classes mais baixas. Nas áreas centrais das grandes cidades, a doença causada pelo novo corona vírus, covid-19, causou mais mortes do que nas áreas centrais. Com pouquíssimos conhecimentos a respeito dos seus direitos, a invisibilidade funciona como um projeto para o não exercício da cidadania por parte dessas pessoas, pois não se veem como sujeitos, e como uma forma de negligência do Estado ao se desresponsabilizar de garantir direitos dessas populações. A distribuição desigual de renda aumentou a contaminação. Nas áreas circundantes, as condições para alcançar o isolamento social são ainda piores: há mais moradores por domicílio, o fornecimento de água encanada, que é essencial para o saneamento, às vezes inexistente ou intermitente, e a insegurança econômica leva muitas pessoas a deixarem suas casas para conseguir algum dinheiro para viver. Quando alguém se infecta e fica doente, o sistema público de saúde é a única opção, pois em algumas cidades pode estar saturado para atender casos graves. O ponto de partida já é muito desigual: para cada 10.000 residentes, o número de leitos de UTI da rede pública é quase cinco vezes o número de leitos de UTI da rede privada. Logo, é percebido que a quarentena não é possível para todos, pois existe uma enorme discrepância de realidades. Nem todos podem ficar em casa, ou trabalhar home-office (sequer existe a possibilidade para a maior parte dos trabalhos) e quem está em casa enfrenta a dificuldade de ter a liberdade cerceada e o ócio que é um dos maiores vilões deste ano. Entram em cena os problemas interpessoais e familiares que se agravam, já que a maior parte da família está em casa. Já os mais abastados veem a quarentena como férias, período de relaxamento, chance de reformar a casa, redecorar cômodos, fazer cursos online além de estreitar laços com os familiares. 5 Como disse Silver (2005, p. 138) “A exclusão social de um grupo, ou dos indivíduos que pertencem a esse grupo é, antes de tudo, uma negação de respeito, reconhecimento e direitos” . Para determinar a inclusão ou exclusão social deve-se atentar à vulnerabilidade do indivíduo. Alguns fatores clássicos como fome e desemprego ou justiça social se perpetuam até os dias de hoje. Constata-se que os fatores de exclusão social determinados pelo não acesso a oportunidades. O fenômeno de exclusão social é um processo que abrange a todos com condições e níveis diferenciados. Tal processo sugere que a sociedade é suscetível à exclusão social. Além dos recursos financeiros e materiais, a exclusão social engloba aqueles que são limitados por uma causa ou uma diversidade de obstáculos, tais como: a discriminação, a falta de oportunidades de emprego local, baixas qualificações, doença crónica, medo do crime e isolamento geográfico (Barry, 1998; Rodrigues et al., 1999; Wixey et al., 2005). A pobreza, a injustiça e a desigualdade social e econômica causadas pela exploração econômica sempre foram os principais problemas sociais enfrentados por vários países do mundo. Para muitas pessoas, a desigualdade social no mundo começa com a introdução do sistema capitalista, onde existem produtores e trabalhadores, ou exploradores e explorados. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) alerta sobre a necessidade de especial proteção a grupos em situação de vulnerabilidade ou em risco como as pessoas em situação de rua, com sofrimento ou transtorno mental, com deficiência, vivendo com HIV/Aids, LGBTI+, população indígena, negra e ribeirinha e trabalhadores do mercado informal, como catadores de lixo, artesãos, camelôs e prostitutas. Uma das maiores preocupações do sistema nervoso central é a desigualdade de saneamento e condições de moradia diante de uma pandemia. Nesta versão de "Radis", encontram-se algumas reflexões sobre os determinantes sociais que agravam a epidemia e entrevistas com pessoas sobre a realidade das terras indígenas, entorno e favelas e ruas das cidades onde dormem e trabalham. Pessoa muito experiente. "Quando eles começaram a falar no Covid-19 e disseram 'fique em casa', isso partiu nossos corações", lembrou o representante do CNS Vanilson Torres, do Movimento Demográfico da Situação das Ruas Nacionais do CNS. Para ele, durante a pandemia, além de prestar atendimento médico a essas pessoas, é preciso fazer mais. Ações abrangentes devem ser realizadas nas áreas de habitação e 6 assistência social. Aqueles que não conseguem obter uma vida decente e condições de vida e direitos básicos mínimos, ou aqueles que não têm emprego e renda, nunca estiveram tão vulneráveis. Nesse sentido, o conceito de exclusão social está intimamente relacionado à desigualdade. Isso porque potencializa o processo de exclusão social. Causou pobreza, sofrimento, mortalidade, aumento do desemprego, aumento da violência e marginalização de partes da sociedade. Embora a desigualdade social no Brasil tenha diminuído nos últimos anos, o problema daexclusão social ainda é evidente em muitas partes do país. A social democracia é, em sua origem, uma variação do socialismo, surgida dentro do movimento operário ainda no século XIX. Hoje em dia, após mais de um século de evolução, essa corrente diverge do socialismo marxista, que busca substituir o sistema econômico capitalista (no qual os meios de produção estão nas mãos de indivíduos) pelo sistema econômico socialista (no qual os meios de produção são coletivizados). A social democracia aceita o capitalismo, mas tenta usar a política para mitigar o impacto desse sistema que é considerado desfavorável. Para tanto, utiliza intervenções econômicas e sociais e promove reformas parciais do sistema, ao invés de substituí-lo totalmente. Esta é uma ideologia política associada ao centrista de esquerda e seus principais valores são igualdade e liberdade. Ao avaliar o estado de bem-estar social, o governo também visa manter um sistema de pleno emprego e aumentar a renda dos trabalhadores, o que levará ao aumento da demanda doméstica, ao crescimento econômico e à melhoria das condições sociais. Segundo Calgaro (2010), o modelo gerencia lista, prevalente nas atuais organizações de trabalho, é originário do neoliberalismo, inicialmente implantado pelos governos norte-americano e inglês, em meados da década de 1980. Essa forma de gestão, hoje mundialização, prega a economia de mercado como solução para a crise capitalista presente na Pós-Modernidade. Dentro desse contexto, resultados financeiros, lucro e eficiência empresarial passaram a figurar como objetivo principal das práticas de gestão, em detrimento da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida física e psicossocial dos trabalhadores. É nesta situação que questionamos se tal modelo organizacional inviabilizará a posição do trabalhador, pois se destina a atuar como um operador passivo, e a se 7 tornar uma ferramenta integradora da primazia do gestor Recursos para o modelo de gestão característico: lucro. Para os trabalhadores, esse tipo de reificação significa perder sua posição de responsável pelas operações da empresa, levando a uma perda de consciência do próprio trabalho. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com este trabalho concluímos que um país que possui essas dimensões continentais como o Brasil atualmente encara muitos desafios com a pandemia, como por exemplo a descoberta de 46 milhões de brasileiros invisíveis aos olhos do governo, esta descoberta realçou suas desigualdades sociais. A definição de "vulnerabilidade" está se expandindo na era do corona vírus e pode incluir também os próprios profissionais de saúde, que são mais suscetíveis à contaminação pelo vírus e ainda precisam lidar com sentimentos de medo, frustração e incompetência. Para enfrentar tudo isso, em algumas cidades, os profissionais da assistência social estão trabalhando conforme a necessidade e assumindo a equipe, mas ainda de forma pessoal. Isso pode prejudicar a segurança dos trabalhadores e usuários. Por outro lado, em outras cidades, a resposta são as videoconferências com multidões e equipes técnicas. No entanto, muitos usuários não podem acessar a Internet, telefones inteligentes ou computadores. Nesse caso, os assistentes sociais avaliarão a situação real de cada pessoa e farão os ajustes apropriados, se necessário. No entanto, é fundamental que o trabalho dos assistentes sociais pare e forneça serviços ao maior número possível de usuários, buscando atenuar muitas realidades brasileiras. 9 REFERÊNCIAS BARRY, Brian. Social exclusion, social isolation and the distribution of income. Centre for Analysis of Social Exclusion — Case, Londres, p. 1‑24, 1998. Calgaro, J. C. C. (2010). Ensaio sobre os efeitos perversos do gerencialismo no sofrimento do trabalhador: contribuições da sociologia clínica e da teoria crítica. In A. M. Mendes, A. R. C. Merlo, C. F. Morrone & E. P. Facas (Orgs.), Psicodinâmica e clínica do trabalho: temas, interfaces e casos brasileiros. (pp. 179-192). Curitiba: Juruá. Coronavírus. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas- noticias/deutschewelle/2020/04/27/como-o-novo-coronavirus-acentua-as- desigualdades-no-brasil.htm>;<https://portal.fiocruz.br/noticia/desigualdade-social-e- economica-em-tempos-de-covid-19>. Acesso em 12 de Agosto de 2020. Modelo neo-liberal: Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677- 11682018000300016>. Modelo social democrata. Disponível em: <https://www.politize.com.br/social- democracia-o-que-e/>. Acesso em 12 de Agosto de 2020. RODRIGUES, Fernanda. Assistência social e políticas sociais em Portugal. Lisboa: ISSS — Dep. Editorial; CPIHTS — Centro Português de História e Investigação em Trabalho Social, 1999. SILVER, Hilary. Políticas dos países europeus para promover a inclusão social. In: BUVINIC, M.; MAZZA, J.; DEUTSCH, R. (Orgs.). Inclusão social e desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. WIXEY, Sarah et al., Measuring Accessibility as Experienced by Different Socially Disadvantaged Groups, funded by the EPSRC FIT Programme — Transport Studies Group — Universidade de Westminster, 2005. INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
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