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Natália Silvério RESUMO PARA PROVA DE PATOLOGIA CAUSA DE LESÕES CELULARES 1. HIPÓXIA/ PRIVAÇÃO DE O2 - Interfere com a respiração oxidativa e aeróbica. - Causa mais comum: isquemia. - A falta de O2 pode gerar também na oxigenação inadequada do sangue, como na pneumonia, ou por redução da capacidade do sangue em transportar O2, como na anemia ou envenenamento por monóxido de carbono (CO). - OBS: o CO forma um complexo estável com a hemoglobina que impede a ligação ao oxigênio. - Consequências: ✓ ↓ fosforilação oxidativa (mitocôndrias) ✓ ↓ ATP ✓ ↓ atividade da bomba de sódio/potássio ✓ ↓ glicose ↓ glicogênio (alteração no metabolismo energético) ✓ ↓ síntese de proteínas ↑ lipídeos 2. ISQUEMIA - Perda de suprimento sanguíneo em um tecido devido ao impedimento do fluxo arterial ou à redução da drenagem venosa. - Privação de O2 e substratos metabólicos. - OBS: ↓O2 ↓ENERGIA → LESÃO 3. AGENTES FÍSICOS - Ex: traumas, extremos de temperatura (frio intenso gera vasoconstrição), radiação, choque elétrico, queimaduras e alterações na pressão atmosférica. 4. AGENTES QUIMICOS - DIRETOS: combinados com organelas celulares e provocam efeitos citotóxicos diretos, como o cloreto de mercúrio. - INDIRETOS: substâncias químicas são convertidas em metabólitos tóxicos que atuam sobre as células, como o CCL4 e paracetamol. 5. AGENTES INFECCIOSOS/BIOLÓGICOS - Vírus, bactérias, fungos, protozoários etc. 6. REAÇÕES IMUNOLÓGICAS - Podem também resultar em lesões à célula ou tecido. - Ex: reações autoimunes contra os próprios tecidos, reações alérgicas contra substâncias ambientais, indivíduos geneticamente suscetíveis. 7. DESEQUILIBRIO NUTRICIONAL - Principais causas de lesões celulares. - Ex: deficiências proteico-calóricas, deficiências de vitaminas específicas (A, C, D), anorexia nervosa (bulimia), excesso de lipídeos. Excessos nutricionais também são causas de morbidade e mortalidade. Ex: obesidade ↑ o risco para diabete tipo 2; dietas ricas em gordura animal ↑ risco de aterosclerose, esteatose hepática, câncer, etc. SISTEMAS VULNERÁVEIS À LESÃO CELULAR: ✓ Integridade da membrana celular ✓ Respiração aeróbica e produção de ATP ✓ Síntese de enzimas e proteínas estruturais ✓ Preservação da integridade do dispositivo genético. ACÚMULOS INTRACELULARES – DEGENERAÇÃO 1. ESTEATOSE/DEGENERAÇÃO GORDUROSA - Acúmulo anormal de lipídeos/triglicerídeos no parênquima de um órgão (principalmente no fígado) formando vacúolos de limites nítidos que podem ser pequenos e múltiplos ou coalescentes e volumosos, que deslocam o núcleo para a periferia e dão a célula um aspecto pálido e esponjoso. - Ocorre no fígado, coração, músculos e rins. Causas: → Abuso de álcool (principal): ele induz hepatotoxinas, alterando as funções mitocondriais e microssômicas da célula (↑ da síntese ↓ da degradação dos lipídeos). → Toxinas e desnutrição proteica: tetracloreto de carbono e desnutrição proteica ↓ a síntese de apoproteína (proteína que liga lipídeos formando uma lipoproteína). → Hipóxia: inibe os ácidos graxos por causa da ↓ de ATP. → Obesidade: inanição provoca ↑ da mobilização de ácidos graxos de reserva, fazendo com que a gordura se acumule no parênquima dos órgãos. - OBS: a ingestão de álcool é tóxica para o organismo fazendo com que os hepatócitos tenham dificuldade de metabolizar a gordura gerando um ↑ do fígado. Porém, em etilista social, esse processo é mais facilmente reversível, já em um etilista crônico causa uma ESTEATOSE grave que pode evoluir para uma CIRROSE HEPÁTICA. Esses acúmulos ocorrem principalmente em hipertensos (plasma tem dificuldade em sair da artéria gerando acúmulo) e diabéticos. Natália Silvério - Características microscópicas: núcleos são rechaçados. - Características macroscópicas (esteatose hepática): a esteatose leve pode não afetar a aparência macroscópica do fígado, porém, o acúmulo progressivo ↑ o tamanho do órgão e torna-se amarelo. Em casos extremos: apresenta bordas arredondadas, aparência amarela brilhante, consistência macia e untuosa. 2. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA - Alteração degenerativa que atinge as células parenquimatosas (principalmente do fígado, rim e coração), gera acúmulo de água no citoplasma (mitocôndrias) que se torna volumoso e pálido, com núcleo normalmente posicionado. - Ocorre pelo comprometimento da regulação do volume celular controlado pelas concentrações de sódio/potássio no citoplasma. - Causas: hipóxia, desnutrição grave, hipertermia, intoxicação, infecções agudas, produção endógena de toxinas, hipopotassemia e distúrbios circulatórios. Consequências: ✓ ↓ das oxidações nas mitocôndrias levando a ↓ de energia na membrana célula e perda da capacidade de regular a permeabilidade celular gerando a saída de potássio da célula e entrando o sódio que irá ↑ a pressão osmótica, fazendo com que entre muita água na célula, causando tumefação. ✓ No inicio o liquido se acumula no citoplasma, gerando ↑ de volume e aspecto de citoplasma diluído. Conforme progride, há formação de vacúolos com contornos imprecisos, deixando o citoplasma com aspecto rendilhado. - Características macroscópicas: órgão pálido, com ↑ de volume. - Características microscópicas: núcleo centralizado, gerando uma quantidade variável de grânulos no citoplasma. 3. DEGENERAÇÃO HIALINA Degeneração hialina epitelial/celular - Ocorre dentro das células e abrange componentes importantes: Corpúsculo de Russel → encontrado em processos inflamatórios crônicos ricos em plasmócitos. Está no citoplasma dos plasmócitos ou livres nos tecidos. Apresenta-se de forma esférica hialina. Degeneração hialina goticular do túbulo renal → surgimento de várias gotículas hialinas dentro das células. Ocorre principalmente em DOENÇAS RENAIS onde o glomérulo irá permitir a passagem de proteínas que serão pinocitadas. Há ↑ na reabsorção de proteínas nas vesículas e proteinúria. Degeneração hialina dos hepatócitos (corpúsculo de mallory) → a causa mais comum é o alcoolismo, mas pode também ser causada por hipóxia e choque. É resultante da alteração do citoesqueleto pela ação tóxica do etanol, ocorrendo uma absorção anormal de proteínas pelos hepatócitos. Degeneração hialina conjuntiva Divide-se em degeneração de origem sanguínea e de estrutura conjuntiva. Degeneração hialina de estrutura conjuntiva → encontrada nos glomérulos renais e cicatrizes. o Quando presente nos glomérulos é sinal de HAS, diabetes, glomerulonefrites e arteriosclerose. o Microscopicamente os glomérulos atingidos ↓ de volume e podem transformar-se em bolas hialinas. o Pode ainda ocorrer hialinose, causando estreitamento da luz das arteríolas pouco a pouco, produzindo efeito hialinizante sobre os glomérulos. o Quando encontrada em tecidos fibrosos está relacionada ao processo de cicatrização, decorrente de processos inflamatórios (queloides). A cicatriz recente é vermelha e tumefeita, com vasos sanguíneos, água e tecido conjuntivo jovem. Já a cicatriz antiga é branca amarelada ou levemente vermelha, sem tumefação. ADAPTAÇÕES CELULARES RELACIONADAS AO CRESCIMENTO 1. HIPERPLASIA - ↑ das células de determinado órgão sem que haja alteração do tamanho e funções celulares. - Ocorre em células lábeis (ex: células de origem de epitélio glandular, como a próstata e tireoide) e permanentes. - O volume pode ↑. Podem ser: FISIOLÓGICA a) Compensatória → há crescimento de tecido residual após a remoção ou perda do órgão. Ex: casos de NEFRECTOMIA – retirada de um rim- o outro tende a ↑ seu tamanho ou em retirada de parte do fígado (↑ na produção de hepatócitos). b) Hormonal → ocorre ↑ do número de células por ação dos hormônios. Natália Silvério Ex: proliferação doepitélio glandular da mama feminina na puberdade e gravidez. OBS: no útero é o endométrio que sofre hiperplasia. PATOLÓGICA a) Hormonal → em casos de sobrecarga da adrenal (síndrome de Cushing), hiperplasia nodular da próstata (↑ da próstata por ação da diidrotestosterona). b) Inflamatória → inflamações/irritações crônicas, infecções virais, cicatrização (ex: queloide) e pode ser induzida pelo uso de medicamentos como ciclosporina, fenitoína e nifedipina, sendo uma hiperplasia caracterizada por alterações dos fatores de crescimento. 2. HIPERTROFIA - ↑ do tamanho das células gerando ↑ do tamanho do órgão. - Ocorre em células permanentes ou estáveis, como os músculos. Podem ser: FISIOLÓGICA → Durante a gravidez, o ↑ do útero ocorre como consequência da HIPERTROFIA e HIPERPLASIA do músculo liso, estimulado pelo estrogênio. → Ao contrário, as células musculares estriadas da musculatura esquelética e do coração podem sofrer apenas HIPERTROFIA em resposta ao ↑ da demanda porque, no adulto, elas possuem capacidade limitada de divisão. PATOLÓGICA → Ex: ↑ cardíaco que ocorre com hipertensão ou doença de valva aórtica. 3. ATROFIA/HIPOTROFIA - ↓ do tamanho de células que gera ↓ do tamanho do órgão. - Ocorre pela perda de substância celular. Podem ser: FISIOLÓGICA → Observada em algumas estruturas embrionárias (ex: notocorda), no útero após parto, envelhecimento. PATOLÓGICA → Nos casos de ↓ de carga de trabalho de um órgão (atrofia por desuso), perda de inervação, ↓ no suprimento sanguíneo, nutrição inadequada, perda da estimulação endócrina e compressão (ex: tumores, cistos, aneurismas - ↓ a oxigenação e nutrição celular). ADAPTAÇÕES CELULARES RELACIONADAS À DIFERENCIAÇÃO 1. METAPLASIA - Alteração reversível. - Substituição de um tecido por outro mais resistente da mesma linhagem embrionária. - Ex de metaplasia epitelial: mudança escamosa que ocorre no epitélio respiratório em fumantes habituais de cigarros. 2. DISPLASIA - Lesão neosplásica (quase câncer). - Proliferação celular em excesso que já tem como característica alteração do DNA da célula (elas se multiplicam, mas não se diferenciam). 3. ANAPLASIA - Desdiferenciação celular: células adultas adquirem características mais primitivas/embrionárias). - Indica desvios na normalidade mais acentuados que na displasia e é irreversível. NECROSE → Está associado à perda da integridade da membrana e extravasamento dos conteúdos celulares, gerando dissolução das células, resultante da ação degradativa de enzimas nas células lesadas letalmente. → Os conteúdos celulares que escapam sempre iniciam uma reação local do hospedeiro (inflamação) no intuito de eliminar as células mortas e iniciar o processo de reparo subsequente. → As enzimas responsáveis pela digestão da célula são derivadas dos lisossomos das próprias células que estão morrendo ou dos lisossomos dos leucócitos que são recrutados como parte da reação inflamatória às células mortas. → Destino das células necróticas: podem persistir por algum tempo ou serem digeridas por enzimas e desaparecer. As células mortas são substituídas por figuras de mielina que são fagocitadas por outras células ou, mais tarde, degradadas em ácidos graxos que se ligam a sais de cálcio, resultando em células mortas calcificadas. Evolução das necroses: REPARAÇÃO ↓ FIBROSAMENTO ↓ CALCIFICAÇÃO Natália Silvério 1. NECROSE DE COAGULAÇÃO - Predomínio de desnaturação proteica. - Manutenção do contorno celular. - Ocorre em órgãos de consistência mais firma: coração, rins, baço. Subtipos: Necrose gangrenosa → cor e consistência são modificadas por agentes externos. Tipos: seca, úmida ou gasosa. Necrose gomosa → ocorre por SÍFILIS TERCIÁRIA tendo uma consistência mais dura (como de uma borracha). 2. NECROSE POR LIQUEFAÇÃO. - Predomínio de autólise (digestão enzimática). - Tecido fica viscoso, liquido/mole. - Encontrada na inflamação aguda purulenta (abcessos), causada por bactérias formando pus. - Pode ocorrer no pulmão, cérebro. - OBS: SNC é um tecido que facilmente entra em necrose liquefativa devido a sua consistência flácida (rico em água e lipídeos). - Infecção bacterianas locais ou fúngicas. Subtipo: Esteatonecrose/Necrose enzimárica → ocorre nos adipócitos. Macroscopicamente observa-se áreas esbranquiçadas. É encontrada tipicamente na PANCREATITE AGUDA NECROHEMORRÁGICA. 3. NECROSE CASEOSA - Áreas de necrose se assemelham a um queijo fresco. - Arquitetura tecidual completamente destruída, não mantendo seu contorno e não sendo totalmente liquefeita. - Principalmente em focos de infecção por TUBERCULOSE. - Microscopicamente observa-se transformação das células necróticas em uma massa homogênea, acidófila, com alguns núcleos picnóticas e na periferia núcleos em cariorrexe. APOPTOSE → Morte celular programada para manter o nosso organismo com apenas células boas, eliminando células indesejadas. → OBS: no câncer há uma falha na apoptose. QUANDO DEVE OCORRER A APOPTOSE? ✓ Mecanismo homeostático para manter as populações celulares nos tecidos. ✓ Durante a embriogênese, formando-se tecidos sem utilidade, devendo ser eliminados por apoptose. ✓ Serve como mecanismo de defesa. ✓ Células lesadas por doenças ou agentes nocivos. ✓ No envelhecimento. QUAIS SÃO AS SUAS CAUSAS FISIOLÓGICAS? ✓ Durante a embriogênese: involução de órgãos hormônio-dependentes. ✓ Controle de crescimento celular. QUAIS SÃO AS SUAS CAUSAS PATOLÓGICAS? ✓ Morte celular com tumores. ✓ Morte de células imunes. ✓ Atrofia patológica. ✓ Morte celular por injúria. Etapas da apoptose: RETRAÇÃO CELULAR ↓ CONDENSAÇÃO DA CROMATINA ↓ FORMAÇÃO DE BULHAS CITOPLASMÁTICAS E CORPÚSCULOS APOPTÓTICOS ↓ FAGOCITOSE DOS CORPÚSCULOS APOPTÓTICOS APOPTOSE DESRREGULADA: pode ocorrer alterações benéficas ou não benéficas. a) INIBIÇÃO da apoptose e ↑ da sobrevida celular. ✓ Distúrbios autoimunes: doenças onde o anticorpo fabricado reage contra algum tecido. ✓ Câncer. b) AUMENTO da apoptose e morte celular excessiva. ✓ Doenças neurodegenerativas. ✓ Lesão isquêmica. ✓ Depleção de linfócitos induzida por vírus. APOPTOSE NECROSE Fisiológica/patológica Patológica Sem inflamação Com inflamação Sem danos aos tecidos Lesão tecidual Processo ativo Processo passivo Remoção rápida Remoção lenta Controlável Incontrolável Natália Silvério PIGMENTAÇÃO PATOLÓGICA DANO CELULAR REVERSÍVEL 1. PIGMENTOS ENDÓGENOS I. HEMOGLOBINÓGENOS: derivados da degradação da hemoglobina. A cada 120 dias ocorre o processo de renovação dessas células a partir de sua degradação, gerando um agrupamento de globina (incolor), e um grupo heme (vermelho) que origina um agrupamento férrico que gera HEMOSSIDERINA e BILIVERDINA, originando a BILIRRUBINA. a) HEMOSSIDERINA → Pigmento que aparece através de um grupamento férrico. → Se acumula em tecidos onde tem excesso de ferro, local ou sistêmico. → Normalmente, o ferro é armazenado no interior das células associados com a proteína APOFERRITINA, formando as MICELAS DE FERRITINA. O pigmento hemossiderina representa grandes agregados dessas micelas de ferritina. → O acumulo é geralmente patológico, mas pequenas quantidades desse pigmento são normais nos fagócitos mononucleares da medula óssea e do fígado, onde eritrócitos velhos são normalmente degradados. → O deposito excessivo de hemossiderina é chamado de HEMOSSIDEROSE. → Gera coloração acastanhada. → A hemossiderose pode causar uma pigmentação localizada (ex: hematomas) e difusa (no corpo todo). Causas: ✓ Hemorragias locais ✓ Congestão passiva crônica (acúmulo excessivo de sangue venoso) ✓ Absorção ↑ de ferro alimentar ✓ Anemiashemolíticas (hemácias sofrem lise, liberando pigmento) ✓ transfusões b) BILIRRUBINA → Principal pigmento biliar. → Patologia: icterícia. Causas: ✓ ↑ na formação de bilirrubina. ✓ Dificuldade de conjugação. ✓ Lesão de hepatócito. ✓ Dificuldade de excreção de bile. QUAL É O TRAJETO DA BILIRRUBINA ATÉ SER ELIMINADA? A bilirrubina combina-se no sangue com a ALBUMINA, formando a BILIRRUBINA INDIRETA, complexo que vai pro fígado e é absorvida pelos hepatócitos, onde ocorrerá a separação da bilirrubina e da albumina e conjugação da bilirrubina com o ÁCIDO GLICURÔNICO originando a BILIRRUBINA DIRETA, onde parte dela retorna ao sangue e outra é excretada pela bile, tornando-se UROBILINOGÊNIO FECAL no intestino, sendo parte excretada pelo intestino como ESTERCOBILINA e pelo rim como UROBILINA e outra parte reabsorvida pela circulação porta e reaproveitada pelos hepatócitos. → Problemas nesse ciclo geram um acúmulo de bilirrubina nos tecidos, com quadro de icterícia, o qual pode ser classificada em pré, intra e pós- hepático: Icterícia pré-hepática: ↑ da bilirrubina não conjugada no sangue (↑ hemólise). Como não é possível a conjugação de toda a bilirrubina com a albumina ocorre ↑ da bilirrubina não conjugada. Icterícia intra-hepática: não ocorre absorção da bilirrubina indireta pelos hepatócitos, com consequente não conjugação ao ácido glicurônico gerando ↑ da bilirrubina indireta. Icterícia pós-hepática: problemas na excreção da bilirrubina conjugada – ex: por cálculos biliares- gerando ↑ desta. OBS: Icterícia fisiológica → ocorre em recém- nascidos por não conseguirem conjugar rapidamente a bilirrubina não-conjugada no fígado. OBS: a bilirrubina pode atravessar a barreira hematoencefálica (principalmente em RN) e é tóxica ao SNC. II. II) NÃO HEMOGLOBINÓGENOS: não são derivados da hemoglobina. a) LIPOFUSCINA → É o material intracelular granular, castanho- amarelado, que se acumula em vários tecidos (principalmente no coração, fígado e cérebro). Causas: ✓ Envelhecimento ✓ Atrofia → Constituída de complexos de lipídeos e proteínas que derivam da peroxidação catalisada por radicais livres, dos lipídeos polinsaturados de membranas subcelulares. Natália Silvério → Não é nociva à célula, mas é importante como marcador de lesão antiga por radical livre. → Conhecido como PIGMENTO SENIL ou do “uso e desgaste” por ser observada em células que sofrem alterações regressivas e lentas. b) MELANINA → Preto-acastanhado, produzido pelos melanócitos (epiderme), e atua como protetor contra a radiação ultravioleta prejudicial. → Embora os melanócitos sejam a única fonte de melanina, os QUERATINÓCITOS basais adjacentes da pele podem acumular o pigmento (ex: nas sardas), assim como os macrófagos da derme. QUAIS SÃO OS PROCESSOS PATOLOGICOS QUE PODEM OCORRER DEVIDO AO SEU AUMENTO? Localizado: Cloasma gravidico: ↑ da pigmentação da linha alba em grávidas Lentigo: manchas na pele que aparecem com a idade. Sardas Generalizado: Doença de Addison: hipoadrenocorticismo – endocrinopatia decorrente da destruição do córtex adrenal, com ↑ do ACTH, que ↑ melanina. Melanona: devido à muita exposição ao sol. É um tumor maligno altamente agressivo, aparece como uma lesão escura, sendo extremamente metastático. 2. PIGMENTOS EXÓGENOS - Promovidos por inalação, ingestão, inoculação ou contato de pele com algumas substâncias. I. TATUAGEM: inoculação de substâncias na pele (coloridas ou não). II. ARGIRIA: ingestão ou uso local de medicamentos com sal de prata, ou trabalho com esse metal, conferindo aos tecidos coloração acinzentada. III. SATURNISMO: coloração azulada da pele gerada pelo contato ou ingestão de chumbo. IV. PNEUMOCONIOSE: deposição pulmonar de pigmentos inalados, levando a algumas patologias: Ancatrose: inalação de carvão; recorrente em mineradores. Silicose: deposição de sílica, gera cor acinzentada; está associada à FIBROSE PULMONAR e é recorrente em pedreiros. Siderose: depósito de ferro (cor ocre), associado à FIBROSE PULMONAR. Asbestose: depósito de amianto (asbesto), de cor alaranjada, associado a NEOPLASIAS. CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA METABOLISMO DO CÁLCIO a) Localização ✓ Ossos e dentes ✓ Glândula pineal ✓ Laringe, brônquios e plexos corioides em idosos ✓ Plasma – ligado a proteínas plasmáticas, ligado a citratos e fosfatos, encontrado sob a forma de íons livres (regulação da coagulação sanguínea) b) Mobilização INGESTÃO DE VITAMINA D: ajuda a melhorar a quantidade de cálcio através do ↑ da absorção dele pelo intestino, gerando ↑ da mineralização óssea. HORMÔNIO PARATIREOIDIANO: PTH ou paratormônio. ↑ a reabsorção de cálcio e melhora os níveis sanguíneos do mesmo (↑ calcemia). CALCITONINA: ↓ concentração sanguínea de cálcio quando ele está em excesso. c) Excreção: pelo intestino e rins. Tipos de calcificação patológica: 1. CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA: deposito de cálcio em tecidos necrosados ou degenerados com calcemia normal. Ex: febre reumática acometendo as válvulas cardíacas, paredes, paredes das artérias com aterosclerose, tuberculose, tumores. 2. CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA: deposito de cálcio em tecidos normais quando há ↑ de cálcio no organismo (hipercalcemia). Causas: ✓ Hipervitaminose D ✓ Tumores ósseos ✓ Hiperparatireoidismo (↑ PTH) Locais de depósito: ✓ Rins (túbulos e interstício) ✓ Pulmões ✓ Fígado ✓ Miocárdio 3. CALCIFICAÇÃO IDIOPÁTICA/ESSENCIAL: depósito de cálcio em tecidos normais com calcemia normal. Subdivisão: ✓ Localizada ✓ Generalizada Locais de depósito: ✓ Pele ✓ Tecido subcutâneo Natália Silvério 4. CALCIFICAÇÃO LITÍASE/CALCULOSE: formação de cálculos em vísceras ocas, condutos excretores e/ou secretoras ou vasos sanguíneos. Patogenia: ✓ O excesso na concentração das substâncias que compõem o cálcio causa alterações químicas do fluido e precipitação de matéria orgânica, levando a lesões obstrutivas (ESTASE) e distúrbios metabólicos. Nomenclatura: ✓ Siatolitíase (cálculos em ductos salivares) ✓ Litíase biliar (coletíase) ✓ Urolitíase ✓ Flebolitos (vasos venosos com calcificação) ✓ Fecalitos (calcificação de resíduos intestinais).
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