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Acolhimento_Clinica Ampliada_2021_Lu (1)

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O QUE É ACOLHIMENTO?
• Diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH). Não tem local 
nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para 
fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço de saúde. 
• O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário 
em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo 
no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela 
resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. 
Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos 
cidadãos que procuram os serviços de saúde.
ACOLHIMENTO COM 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
• A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde
estabeleceu o Acolhimento com Classificação de Risco, como um
instrumento de humanização, que visa estabelecer mudanças na
forma de atendimento aos usuários que procuram os serviços de
saúde, desde a atenção primária à saúde a serviços de urgência e
emergência, sendo capaz de acolher o cidadão, garantindo que
suas necessidades sejam atendidas.
Entre as tecnologias utilizadas para reorganização dos 
processos de trabalho, o Acolhimento com 
Classificação de Risco (ACCR) tem se mostrado um 
dispositivo potente com resultados de maior satisfação 
de usuários e trabalhadores, aumento da eficácia 
clínica e um disparador de outras mudanças, como a 
constituição de equipes de referência, gestão 
compartilhada da clínica, o fortalecimento das RAS e a 
valorização do trabalho em saúde.
ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO 
DE RISCO
• No âmbito de serviços de urgência e emergência, é necessário que o
profissional ofereça uma escuta ativa qualificada aos problemas e
demandas dos usuários, sendo capaz de classificar, mediante protocolo, as
queixas desses pacientes, visando identificar os que necessitam de
atendimento médico mediato ou imediato.
• Nos serviços de atenção primária à saúde, o acolhimento com classificação
de risco facilita a construção de vínculo entre profissional-usuário, e muitas
vezes, fazendo com que tenham melhor direcionamento e solução das
demandas apresentadas, como por meio de um acompanhamento de
saúde longitudinal, e dessa forma, é possível reduzir a procura aos serviços
de urgência e emergência, desnecessariamente.
ACOLHIMENTO COM 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
A Classificação de Risco é um 
processo dinâmico de 
identificação dos pacientes 
que necessitam de 
tratamento imediato, de 
acordo com o potencial de 
risco, agravos à saúde ou 
grau de sofrimento, 
corresponde a priorização do 
atendimento em serviços e 
situações de 
urgência/emergência
E QUEM PRECISA MAIS?
• Os usuários que têm sinais de maior gravidade, aqueles que têm maior risco 
de agravamento do seu quadro clínico, maior sofrimento, maior 
vulnerabilidade e que estão mais frágeis.
• A classificação de risco é feita por enfermeiros, de acordo com critérios pré-
estabelecidos em conjunto com os médicos e os demais profissionais.
• Não tem como objetivo definir quem vai ser atendido ou não, mas define 
somente a ordem do atendimento.
• Todos serão atendidos, mas há atenção ao grau de sofrimento físico e 
psíquico dos usuários e agilidade no atendimento a partir dessa análise.
A proposta de clínica ampliada é ser 
um instrumento para que os 
trabalhadores e gestores de saúde 
possam enxergar e atuar na clínica 
para além dos pedaços fragmentados, 
sem deixar de reconhecer e utilizar o 
potencial dos saberes.
Como propiciar um diálogo interativo com responsabilização e
compartilhamento (em vez de encaminhamento de pacientes) entre
os diversos serviços em diferentes níveis de atenção (atenção básica,
hospital, especialidades), indo além da referência e contrareferência?
Para responder esta questão e criar condições para o aumento da
eficácia das práticas clínicas, apresentamos a discussão de CLÍNICA
AMPLIADA e dois dispositivos de gestão da atenção: as EQUIPES
INTERDISCIPLINARES (ou de REFERÊNCIA) e os PROJETOS TERAPÊUTICOS
SINGULARES (PTS).
• É uma das diretrizes que a PNH propõe para
qualificar o modo de se fazer saúde. Ampliar
a clínica é aumentar a autonomia do usuário
do serviço de saúde, da família e da
comunidade. É integrar a equipe de
trabalhadores da saúde de diferentes áreas
na busca de um cuidado e tratamento de
acordo com cada caso, com a criação de
vínculo com o usuário.
• A vulnerabilidade e o risco do indivíduo são
considerados e o diagnóstico é feito não só
pelo saber dos especialistas clínicos, mas
também leva em conta a história de quem
está sendo cuidado.
CLÍNICA AMPLIADA
Trabalho clínico que visa o sujeito e a doença, a família e o contexto,
tendo como objetivo produzir saúde e aumentar a autonomia do
sujeito, da família e da comunidade.
CLÍNICA AMPLIADA
Utiliza como meios de trabalho
• A integração da equipe multiprofissional;
• A adscrição de clientela e construção de vínculo;
• A elaboração de projeto terapêutico conforme a
vulnerabilidade de cada caso;
• A ampliação dos recursos de intervenção sobre o
processo saúde doença.
Nesse modelo de Clínica Ampliada está expressa a valorização dos diversos
saberes profissionais e do trabalho em equipe, como forma de possibilitar a
complementaridade do tratamento, atendendo todas as necessidades de saúde
do sujeito, ou seja, não só as que foram o motivo da visita do usuário ao serviço.
A clínica ampliada faz uma ligação mais ampla e 
consciente entre o paciente e o profissional da saúde e 
surgiu como uma forma de tentar substituir a fragmentação 
do trabalho clínico decorrente da multiplicação de 
especialidades e de profissões de saúde a fim de valorizar o 
olhar transdisciplinar e reconhecer o outro como sujeito e 
não objeto das intervenções em saúde. 
CLÍNICA AMPLIADA
• O conceito de Clínica Ampliada
pressupõe valorizar a escuta
qualificada, tentar compreender os
diversos saberes/competências que
o paciente desenvolve acerca da
sua doença, discutindo junto com
ele as possibilidades do diagnóstico
e de seu próprio tratamento. Isso
traz autonomia e protagonismo aos
usuários, fortalecendo sua
participação efetiva no processo.
Significa, num primeiro momento, acolher toda queixa ou relato
do usuário mesmo quando aparentemente não interessar
diretamente para o diagnóstico e tratamento.
AS PESSOAS NÃO SE LIMITAM ÀS 
EXPRESSÕES DAS DOENÇAS DE QUE 
SÃO PORTADORAS. 
• Problemas como: baixa adesão a tratamentos, iatrogenias (danos),
pacientes refratários (ou “poliqueixosos”) e a dependência dos
usuários dos serviços de saúde, evidenciam a complexidade dos
sujeitos que utilizam serviços de saúde e os limites da prática clínica
centrada na doença.
• Não basta apenas o diagnóstico para definir todo o tratamento da
pessoa.
EIXOS FUNDAMENTAIS:
Construção compartilhada dos
diagnósticos e terapêuticas
Ampliação do “objeto de trabalho”
A transformação dos “meios” ou
instrumentos de trabalho
Suporte para os profissionais de saúde
O diagnóstico pode ser o mesmo, mas a 
causa pode não ser a mesma e a 
idealização da doença também não, e 
portanto, o tratamento pode ter 
dimensões diferentes.
Exemplos:
Depressão (causa)
Hipertensão (idealização)
Compreensão ampliada do processo saúde-doença
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR – PTS
• O PTS é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas
articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da
discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio
matricial se necessário. Geralmente é dedicado a situações mais
complexas.
O Projeto Terapêutico Singular contém 
quatro movimentos:
Definir hipóteses 
diagnósticas
Definição de 
metas
Divisão de 
responsabilidades 
(profissional de 
referência)
Reavaliação 
ASPECTOS ESSENCIAIS PARA A REALIZAÇÃO DO PTS
• Procurar descobrir o sentido da doença para o usuário; respeitar e ajudar na
construção de relações causais próprias.
• Procurar conhecer as singularidades do sujeito, perguntando sobre os medos,
as raivas, as manias, o temperamento, seu sono e sonhos.
• Procurar avaliar se há negação da doença, quala capacidade de autonomia
e quais os possíveis ganhos secundários com a doença.
• Procurar perceber a chamada contratransferência, ou seja, os sentimentos que
o profissional desenvolve pelo usuário durante os encontros; procurar descobrir
os limites e as possibilidades que esses sentimentos produzem na relação
clínica.
ASPECTOS ESSENCIAIS PARA A 
REALIZAÇÃO DO PTS
• Procurar conhecer quais os projetos de vida e desejos do
usuário.
• Conhecer as atividades de lazer (do presente e do passado) é
muito importante.
• Fazer a “história de vida”, permitindo que se faça uma
narrativa, é um recurso que pode incluir grande parte das
questões propostas acima.
Reunião de equipe
Reunião é um espaço de 
diálogo e é preciso que haja 
um clima em que todos 
tenham direito à voz e à 
opinião. 
Como vivemos numa 
sociedade em que os espaços 
do cotidiano são muito 
autoritários, é comum que uns 
estejam acostumados a 
mandar e outros a calar e 
obedecer. 
Criar um clima fraterno de 
troca de opiniões (inclusive 
críticas), associado à 
objetividade nas reuniões, 
exige um aprendizado de 
todas as partes e é a primeira 
tarefa de qualquer equipe.
REFERÊNCIAS 
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. HumanizaSUS: visita aberta e direito a acompanhante /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de
Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Clínica ampliada e compartilhada /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização
da Atenção e Gestão do SUS. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009.

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