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3 Microeconomia_Elasticidade

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Prévia do material em texto

Microeconomia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Bruno Leonardo Silva Tardelli
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Elasticidade
5
•	 A	elasticidade	no	cotidiano
•	 A	elasticidade	no	meio	econômico
•	 O	conceito	de	elasticidade
•	 Os	tipos	de	elasticidade
•	 Bens	substitutos
•	 Bens	complementares
•	 Considerações	Finais
 · O objetivo principal desta unidade é trazer a você o conhecimento acerca 
das sensibilidades envolvidas nas curvas de oferta e demanda, com enfoque 
na demanda. 
A sensibilidade é calculada a partir do conceito de elasticidade, sendo que, 
 nesta unidade, será dada maior atenção à elasticidade-preço da demanda, 
 elasticidade-renda da demanda, elasticidade-preço cruzada da demanda e 
 elasticidade-preço da oferta.
Nesta orientação de estudos, há informações gerais para lhe direcionar a respeito das 
atividades a serem desempenhadas, até mesmo para que o estudo tenha o rendimento ideal. 
Siga os seguintes passos na ordem:
1) Observe o esquema gráfico, pois ele apresenta o tema principal da unidade: a elasticidade 
 e as linhas de elasticidade.
2) No tópico de contextualização, observe as imagens apresentadas e reflita sobre o que 
 podem ter em comum.
3) Ao longo do material teórico, observe algumas das diferentes formas de elasticidade que 
 podem estar envolvidas no estudo das curvas de oferta e demanda.
Além do material teórico, assista à apresentação de Power Point narrado sobre o texto.
4) Acompanhe a aula em vídeo ligada a esta unidade. Ela poderá auxiliar em algum ponto 
 específico que ainda tenha dúvida.
5) Realize a atividade de aprofundamento, que está no formato de fórum de discussão. 
 Nessa atividade, há um texto para ser discutido sobre uma mulher que recebe um prêmio 
 da associação comercial de sua cidade.
6) Na atividade de sistematização, responda ao que será pedido, com o intuito de fixar 
 o conteúdo.
7) Verifique o material complementar da unidade, o qual contém uma reportagem sobre a 
 queda nos preços do petróleo. O texto aplica o conceito de elasticidade.
Elasticidade
6
Unidade: Elasticidade
Contextualização
Observe a imagem a seguir. Ela apresenta um exemplo de elasticidade, dado que a sensibilidade 
da garota da imagem foi provocada pela atitude do animal. Cada pessoa poderia ter uma 
elasticidade (ou sensibilidade) diferente diante de um animal entrando pela janela do carro.
7
A elasticidade no cotidiano
Para falar de elasticidade, podemos ilustrar a seguinte situação. Imagine que você está sem 
ter o que fazer e resolve tentar assustar seus colegas, pregando sempre a mesma técnica, qual 
seja, gritar: “Aaah!”. Ao final do dia, você percebeu 3 grupos de pessoas separadas pela reação:
Grupo 1) Pessoas que tiveram a reação de saltarem de susto;
Grupo 2) Pessoas que sofreram apenas um leve estremecimento;
Grupo 3) Pessoas que não se assustaram.
A constatação final é a de algumas pessoas são mais sensíveis que outras à tentativa de 
susto. Nesse caso, economicamente, diríamos que as pessoas que se assustam mais seriam 
mais elásticas em relação às pessoas que se assustam menos. Pelo exemplo, portanto, as 
pessoas do grupo 1 seriam mais elásticas do que as dos grupos 2 e 3; e as pessoas do grupo 
2 seriam mais elásticas em comparação ao grupo 3. Além disso, poderíamos dizer que as 
pessoas que se encaixam no grupo 3 seriam perfeitamente inelásticas, pois não esboçaram 
qualquer reação em função da tentativa de susto aplicada.
8
Unidade: Elasticidade
A elasticidade no meio econômico
A elasticidade é um tópico extremamente importante no estudo econômico, pois trata de 
forma quantitativa algumas relações econômicas. No caso da situação cotidiana apresentada 
anteriormente, podemos perceber que as reações de cada grupo de pessoas evidenciaram a 
“quantidade” de susto que cada uma delas apresentou.
Restringindo ao estudo microeconômico básico, ao tratar desse assunto, temos a possibilidade 
de conhecer sensivelmente como ocorrem as relações de oferta e demanda. 
Por exemplo, se o cenário econômico aponta para um “susto” nos preços (ou, em termos 
econômicos, um choque nos preços) com o aumento dos preços do arroz e do queijo parmesão 
ralado nos supermercados, uma pergunta pertinente seria: se a teoria econômica aponta que 
quando os preços de um determinado bem ou serviço aumentam, a quantidade demandada 
tende a diminuir, qual é o montante que deixará de ser comprado de cada um destes itens?
Um dos objetivos do estudo da elasticidade é apresentar quantitativamente a sensibilidade 
entre um aumento de preços e quantidade demandada. Entretanto, se o exemplo dado é o 
do aumento dos preços do arroz e do queijo parmesão ralado, outra pergunta pode surgir: 
qual dos dois bens é mais sensível a um aumento de preço? A questão que surge é, será que 
podemos antever em qual dos dois itens a quantidade demandada pelos consumidores sofreria 
maior queda? A resposta é: pela teoria econômica, sim.
Para pensar
Analisando as refeições realizadas pela família brasileira, qual dos bens seria 
mais essencial? Obviamente, o arroz. Assim, por uma questão de essencialidade, 
mesmo que o arroz sofresse um aumento percentual de preços igual ao do 
queijo parmesão ralado, podemos esperar que os consumidores deixariam 
de comprar mais queijo parmesão, do que arroz, pois este último seria mais 
importante na mesa das famílias brasileiras. 
Tecnicamente, dizemos que a demanda por queijo parmesão ralado seria mais 
sensível do que a de arroz. Colocando em outros termos, a demanda de queijo 
parmesão ralado seria mais “elástica” do que a de arroz, pelo fato de esperarmos 
que, mediante um aumento de preços nos dois bens (com o mesmo percentual) 
haveria maior efeito negativo sobre a quantidade demandada no caso do queijo 
parmesão do que no arroz. 
A seguir, você verá um exemplo numérico da situação anterior ao considerar o consumo de 
arroz e queijo parmesão ralado da população de uma pequena cidade, no mês de janeiro, nos 
anos 2014 e 2015 (Tabelas 1 e 2).
9
Tabela 1 – Preço e quantidade demandada de Arroz (2014 – 2015)
Preço do arroz em janeiro de 2014 (por quilo) R$ 2,00
Quantidade demandada de arroz em janeiro de 2014 (em quilos) 1.000
Preço do arroz em janeiro de 2015 (por quilo) R$ 2,02
Quantidade demandada de arroz em janeiro de 2015 (em quilos) 995
Tabela 2 – Preço e quantidade demandada de pacotes de queijo parmesão ralado (2014 – 2015)
Preço do pacote de queijo parmesão ralado em janeiro de 2014 (100 gramas) R$ 4,00
Quantidade demandada de pacotes de queijo parmesão ralado em janeiro de 
2014 (100 gramas) 300
Preço do pacote de queijo parmesão ralado em janeiro de 2015 (100 gramas) R$ 4,04
Quantidade demandada de pacote de queijo parmesão ralado em janeiro de 
2015 (100 gramas) 270
Nas tabelas do exemplo numérico, podemos observar que a variação percentual do preço 
do arroz e do queijo parmesão foi a mesma para efeito de comparação (igual a 1%).
Atenção
Variação percentual? Como se calcula? 
Veja a fórmula de cálculo de variação percentual, também representada 
por ∆%: Variação percentual (∆%): 
 
 
Número Final Número Inicial
Número Inicial
−
No caso do preço do arroz, a variação percentual entre janeiro de 2014 e 2015 foi de 1%, 
como mostra o cálculo a seguir:
Variação percentual do preço do quilo arroz
 
 
Número Final Número Inicial
Número Inicial
−
=
2,02 2,00 0,02 0,01 1 
2,00 2,00
−
= = = = %
O cálculo a seguir mostra a variação percentual do queijo parmesão ralado, que foi de 1%, 
assim como o arroz.
Variação percentual do preço do pacote de queijo parmesão ralado
 
 
Número Final Número Inicial
Número Inicial
−
=
4,04 4,00 0,04 0,01 1 
4,00 4,00
−
= = = = %
10
Unidade: ElasticidadeObviamente, a variação percentual dos preços de um período para outro, envolvendo 
comparação entre bens não precisa, não é igual, como no exemplo. Entretanto, a situação 
apresentada com os mesmos percentuais se deve a poder entender melhor o conceito de 
elasticidade. É como se fosse realizado um comparativo com o exemplo do susto nas pessoas, 
em que a tentativa de susto é a mesma (e, no exemplo econômico, são os preços variando com 
o mesmo percentual). No caso da tentativa de susto, a grande diferença ocorreu na reação das 
pessoas à tentativa. Da mesma forma, apesar de, no caso econômico, simularmos uma situação 
na qual a variação percentual dos preços dos dois bens é a mesma, a seguir, apresentaremos 
a reação na quantidade demandada diferente entre o arroz e o queijo parmesão.
Observe os cálculos de variação percentual da quantidade demandada de quilos e arroz e 
pacotes de queijo ralado de 100 gramas, seguindo a mesma fórmula.
No caso do arroz:
Variação percentual da quantidade demandada de quilos de arroz 
 
 
Número Final Número Inicial
Número Inicial
−
=
995 1.000 5 0,005 0,5 
1000 1.000
− −
= = = − = − %
Já para o caso do queijo parmesão ralado:
Variação percentual da quantidade demandada de pacotes de queijo parmesão ralado
 
 
Número Final Número Inicial
Número Inicial
−
=
270 300 30 0,10 10 
300 300
− −
= = = − = − %
Para analisar os resultados, é possível verificar que a quantidade demandada de quilos 
de arroz foi reduzida em 0,5%, em função do aumento de 1% no preço do quilo do arroz. 
Por outro lado, verificamos que, diante do aumento de 1% no preço do pacote de queijo 
ralado, a quantidade demandada diminuiu 10%. 
A partir dos resultados, a conclusão é a de que o queijo parmesão ralado seria um bem 
mais sensível a um aumento de preços do que o arroz. Enquanto, o queijo ralado teve sua 
quantidade demandada reduzida em 10%, o arroz teve reação de queda de apenas 0,5%. 
Em termos econômicos, poderíamos dizer que a demanda de queijo parmesão ralado é mais 
elástica do que a de arroz. 
Até o presente momento somente foi alvo de nossa análise a elasticidade (ou sensibilidade) 
que relaciona o preço e a quantidade demandada. Entretanto, existem outras formas de trabalho 
com a elasticidade que abordaremos ao longo desta unidade. Por exemplo, podemos tentar 
entender em quanto um aumento ou diminuição da renda da população afeta a quantidade 
demandada por um determinado bem ou analisar quanto a quantidade ofertada pode ser 
alterada em função de alguma alteração de preços de um bem qualquer.
11
O conceito de elasticidade
A partir da exposição anterior, tornou-se mais simples nosso entendimento do conceito de 
elasticidade. Vasconcellos e Garcia (2008) explicam a elasticidade da seguinte forma:
Cada produto tem uma sensibilidade específica com relação às 
variações dos preços e da renda. Essa sensibilidade ou reação pode 
ser medida a partir do conceito de elasticidade. Genericamente a 
elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável 
quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus. 
(VASCONCELLOS E GARCIA, 2008, p. 68).
De outra forma, a elasticidade seria a “medida da resposta da quantidade demandada ou 
da quantidade oferecida a variações em seus determinantes” (MANKIW, 2001, p. 94). Nesse 
sentido, ao se falar em “variações em seus determinantes”, Mankiw (2001) refere-se aos 
preços e à renda, que, ao alterarem, podem revelar efeitos, tanto na quantidade demandada 
quanto na quantidade ofertada (ou oferecida) ao mercado.
12
Unidade: Elasticidade
Os tipos de elasticidade
A elasticidade apresenta outras formas além de ser a medida da sensibilidade entre preço e 
quantidade demandada. Vasconcellos e Garcia (2008) elencam alguns dos principais tipos de 
elasticidade presente no mundo econômico.
São eles:
A) Elasticidade-preço da demanda;
B) Elasticidade-renda da demanda;
C) Elasticidade-preço cruzada da demanda; 
D) Elasticidade-preço da oferta.
Vamos à explicação e exemplo de cada um deles.
A)	Elasticidade	-	preço	da	demanda
A elasticidade-preço da demanda foi a abordagem utilizada nos exemplos até este momento. 
O conceito formal poderia ser anunciado como:
[...] resposta relativa da quantidade demandada de um bem X às 
variações de seu preço, ou, de outra forma, é a variação percentual 
na quantidade procurada do bem X em relação a uma variação 
percentual em seu preço, coeteris paribus” 
(VASCONCELLOS E GARCIA, 2008 ).
O conceito apresentado explicita exatamente o que abordamos desde o início desta 
unidade. A elasticidade-preço da demanda é uma relação entre variações percentuais de preço 
e quantidade demandada.
A equação completa da elasticidade-preço da demanda pode ser anunciada como:
 
 
d
pd
variação percentual emQE
variação percentual em P
=
Onde: 
Qd é a quantidade demandada; 
P é o preço.
A tabela 3 apresenta os valores calculados no exemplo do arroz e do queijo parmesão ralado.
Tabela 3 – Valores da variação percentual quantidade demandada e preços de arroz e queijo parmesão ralado
Variação percentual na quantidade demandada de arroz (em Kg) - 0,005 ou - 0,5%
Variação percentual no preço do quilo do arroz 0,01 ou 1%
Variação percentual na quantidade demandada de pacotes de queijo parmesão ralado - 0,10 ou 10%
Variação percentual no preço do pacote de queijo parmesão ralado 0,01 ou 1%
13
A partir desses valores, é possível calcular a elasticidade-preço da demanda (ou Epd ) de cada 
um dos bens.
No caso do arroz, a Epd seria calculada da seguinte forma:
 0,005 0,5 
 0,01
d
pd
variação percentual emQE
variação percentual em P
−
= = =−
Já para o caso do queijo parmesão ralado, o cálculo seria:
 0,10 10
 0,01
d
pd
variação percentual emQE
variação percentual em P
−
= = =− 
A partir dos valores de elasticidade-preço da demanda encontrados em cada um dos dois 
bens analisados, a pergunta que surge é: o que significam os valores –0,5 e –10? A resposta 
é que existe uma regra para podermos analisar tais valores, que abordaremos na sequência.
Podemos dividir a demanda de um bem em relação ao seu preço em três terminologias:
1) Demanda elástica: quando | Epd > 1|;
2) Demanda inelástica: ocorre quando | Epd < 1|;
3) Demanda de elasticidade-preço unitária: ocorre quando | Epd = 1|.
Atenção
O uso de módulo (simbolizado por | |) implica que não importa 
se o resultado é positivo ou negativo; o que interessa é a distância 
do número encontrado até o zero. Por exemplo, o módulo de -0,56 
é igual a 0,56, pois a distância do número - 0,56 até o 0 é igual a 
0,56. Da mesma forma, o módulo de 0,56 é o próprio 0,56. Por isso, 
popularmente, dizemos que o módulo “transforma” o número negativo 
em positivo, apesar de ser uma definição errônea.
A partir dos resultados encontrados do já bastante abordado exemplo do arroz e do queijo 
ralado, podemos inferir que a demanda por arroz é inelástica, pois a |Epd| do arroz é igual a 
0,5 e, portanto, é menor que 1. Por outro lado, a |Epd| do queijo parmesão ralado é igual a 
10 e, portanto, maior que 1, de modo que consideramos como demanda elástica.
Os resultados apontam para o que já era anunciado. A quantidade demandada de arroz reage 
menos a uma mudança de preço em relação à quantidade demandada de queijo parmesão.
Mesmo com o exemplo trabalhado de forma bastante minuciosa, ainda pode restar a 
seguinte dúvida: e se houver queda de preços? 
Mediante uma redução no preço de um bem, simplificadamente, podemos realizar uma 
análise similar àquela da situação de aumento de preços. 
14
Unidade: Elasticidade
Veja a transformação no exemplo do arroz a partir de uma queda de preços, de R$ 2,00 
para R$ 1,60 (Tabela 4).
Tabela 4 – Preço e quantidade demandada de arroz (2014- 2015)
Preço do arroz em janeiro de 2014 (por quilo) R$ 2,00
Quantidade demandada de arroz em janeiro de 2014 (em quilos) 1.000
Preço do arroz em Janeiro de 2015 (por quilo) R$ 1,60
Quantidade demandada de arroz em Janeiro de 2015 (em quilos) 1.100
Nos cálculos de variação percentual de quantidade demandada e preço para o arroz, 
verificamos que os valores são, respectivamente, 10% e –20%, conforme tabela 5, de modo que 
a |Epd| continuará sendo 0,5. Assim, simplificadamente, a economia trabalha normalmente 
como se, independentemente de ocorrerem aumentos ou quedas nos preços, a sensibilidade 
(ou elasticidade) fosse a mesma.
Tabela 5 – Valores da variação percentual quantidade demandada e preços de arroz
Variação percentual na quantidade demandada de arroz (em Kg) 0,10 ou 10%
Variação percentual no preço do quilo do arroz –0,20 ou –20%
Devemos salientar, entretanto, que o valor da |Epd| poderia ser igual a 1. O significado 
desse resultado seria que a variação percentual no preço foi igual à variação percentual na 
quantidade demandada.
Se levarmos em consideração a tabela 6, o cálculo da |Epd| apontará para o valor 1, dado 
que as variações percentuais de preço e quantidade demandada foram iguais (mesmo que 
com sinais contrários). A variação percentual do preço do arroz seria de –10%, enquanto a 
quantidade demandada de arroz seria de +10%.
Tabela 6 – Preço e quantidade demandada de arroz (2014 – 2015)
Preço do arroz em janeiro de 2014 (por quilo) R$ 2,00
Quantidade demandada de arroz em janeiro de 2014 (em quilos) 1.000
Preço do arroz em janeiro de 2015 (por quilo) R$ 1,80
Quantidade demandada de arroz em janeiro de 2015 (em quilos) 1100
Por fim, devemos responder a um último detalhe: o que define a natureza da elasticidade 
de um bem? 
Mesmo com alguma imprecisão se um bem possuiria demanda elástica, inelástica, ou 
se um bem seria mais elástico que outro, devemos considerar três fatores, de acordo com 
Vasconcellos e Garcia (2008):
1º) Existência de bens substitutos;
2º) Essencialidade do bem;
3º) Importância do bem no orçamento do consumidor.
15
A tabela 7 exemplifica cada um dos fatores apontados.
Tabela 7 – Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda
1º
Existência de bens 
substitutos
Se um bem possui muitos substitutos, a demanda por ele será mais elástica. 
Por exemplo, caso o preço do bem 1 aumente, e o do bem 2 (bem 
substituto) permanecer constante, o consumidor pode optar pelo bem 2, 
de modo a diminuir expressivamente a quantidade demandada pelo bem 
1. Da mesma, forma, se o bem 2 tiver um aumento de preço e o preço do 
bem 1 (substituto do bem 2) permanecer constante, muitos consumidores 
podem passar a consumir mais do bem 1. Ou seja, a sensibilidade em 
mercados com bens substitutos podem ser maiores que em mercados sem 
substituto próximo.
2º
Essencialidade do 
bem
A essencialidade do bem representa a importância do bem para os 
consumidores. No caso do exemplo do arroz e do queijo parmesão ralado, 
a demanda por arroz apresentou-se inelástica. Por outro lado, a demanda 
por queijo ralado mostrou-se elástica. A conclusão que se chega é a de 
que bens mais essenciais seriam menos sensíveis (menos elásticos) em 
comparação a bens menos essenciais; quanto maior a essencialidade do 
bem, portanto, menos elástica seria a demanda por este bem.
3º
Importância do bem 
no orçamento do 
consumidor
Se o gasto em determinado bem for elevado dentro do orçamento da 
família, uma variação de preço, mesmo que pequena, pode comprometer a 
situação financeira dela. Desse modo, quanto maior a importância do bem 
no orçamento, maior seria a elasticidade-preço da demanda em relação a 
ele. Por exemplo, se uma família mora de aluguel (no valor de $1000) e a 
renda familiar é de $1500, um aumento de 50% “engoliria” toda a renda, 
de modo que, possivelmente, teriam de sair do local em que moram para 
outro mais barato. Por outro lado, se o preço de uma determinada bala, que 
custa $0,10 sobe 50%, ou seja, para $0,15, a sensibilidade (ou o “susto”) 
da família seria bem menor, pois, provavelmente, somente algumas balas 
seriam compradas ao longo mês, não comprometendo significativamente 
ao orçamento familiar e a elasticidade-preço da demanda seria inferior à 
situação do aluguel.
Até o presente momento, o estudo da elasticidade envolveu somente o caso da elasticidade-
preço da demanda. Entretanto, outros tipos de elasticidade podem ser explorados, como 
dissemos anteriormente. Na sequência, abordaremos a elasticidade-renda da demanda.
B)	Elasticidade-renda	da	demanda
A elasticidade pode ser pensada do ponto de vista da renda. A pergunta que surge é: se a 
renda de um indivíduo ou de uma população se eleva, qual será o resultado sobre o consumo 
de bens ou serviços?
Por exemplo, se a sua renda aumentar de R$ 1.000 para R$ 8.000, o que ocorrerá com a 
sua demanda por carros? E por equipamentos eletrônicos? E por carne “de segunda”? E em qual 
quantidade seria a modificação? Para responder a essas perguntas, precisamos, primeiramente, 
analisar a questão da natureza do bem, ou seja, verificar se é um bem normal ou inferior. 
16
Unidade: Elasticidade
Observando se um bem é normal ou inferior, devemos realizar o seguinte raciocínio: 
a partir de um aumento de renda, é esperado elevar o consumo de determinado bem ou 
reduzir? Se o consumo se eleva, o bem é dito normal. Por outro lado, se o consumo diminui, 
o bem é dito inferior.
A partir do exemplo de um aumento de renda de R$ 1.000 para R$ 8.000, provavelmente 
os bens considerados normais seriam os carros e equipamentos eletrônicos, enquanto o 
consumo de carne de segunda seria reduzido, sendo, assim, considerado um bem inferior 
nesses níveis de renda, em detrimento de consumo maior de carne de melhor qualidade.
Após identificarmos a natureza do bem em relação a ser normal ou inferior, a pergunta que 
segue é: em quanto a demanda será aumentada, no caso dos bens normais, e em quanto a 
demanda será reduzida para os bens inferiores com o aumento da renda? A resposta a essas 
perguntas depende da elasticidade-renda da demanda. 
A elasticidade-renda da demanda mede a sensibilidade na demanda de bens ou serviços 
em função de uma variação na renda. Os cálculos são realizados de forma semelhante aos da 
elasticidade-preço da demanda.
A estrutura parte do cálculo da variação percentual:
Variação percentual (∆%)
 
 
Número Final Número Inicial
Número Inicial
−
=
Os cálculos de variação percentual para o caso da elasticidade-renda da demanda são 
aplicados da seguinte forma:
 
 
d
rd
variação percentual emQE
variação percentual em R
=
Onde: Qd é a quantidade demandada; R é a renda.
Para entendimento do cálculo da elasticidade-renda da demanda de forma mais clara, 
observe o exemplo a seguir.
Imagine que você possuía, em 2013, uma renda de R$ 1.600, consumia 
cinco quilos de carne de “segunda”, trinta pães e dois equipamentos 
eletrônicos em casa, um televisor e um celular. Após um ano, 
recebeu uma promoção na empresa que trabalha e sua renda subiu, 
espetacularmente, para R$ 4.000. Ao saber da notícia e ao começar a 
receber este salário, começou a consumir somente um quilo de carne de 
“segunda”, quatro quilos de carne de “primeira”, quarenta pães e passou 
a ter dez equipamentos eletrônicos. Qual a sua elasticidade-renda da 
demanda por carne de segunda, pães e equipamentos eletrônicos?
Conforme a estrutura apresentada sobre os cálculos da elasticidade-renda da demanda, 
inicialmente, calculamos a variação percentual da quantidade demandada e da renda (Tabela 8) 
para, posteriormente, podermos encontrar o resultado da equação Erd (Tabela 9).
17
Tabela 8 – Variação percentual na renda e na quantidade demandada por carne de segunda, eletrônicos e pães
Variação percentualna Qd por carne de segunda 
1 5 4 
5 5
− −
= = = –0,8 ou – 80%
Variação percentual na Qd por eletrônicos 
10 2 8 
2 2
−
= = = 4 ou 400%
Variação percentual na Qd por pães 
40 30 10 
30 30
−
= = ≅ 0,33 ou 33%
Variação percentual na R 4000 1600 2400 
1600 1600
−
= = = 1,5 ou 150%
Tabela 9 – Elasticidade-renda da demanda por carne de segunda, pães e eletrônicos
Erd por carne de segunda 
0,8 0,53
1,5rd por carne de segunda
E −= ≅ −
Erd por pães 
0,33 0,22
1,5rd por pães
E ≅ ≅
Erd por eletrônicos 
4 2,67
1,5rd por eletrônicos
E = ≅
Para efeito de análise dos resultados, devemos interpretar que quanto maior o valor da 
elasticidade – independentemente de positivo ou negativo –, mais sensível é a variação 
percentual na quantidade demandada em relação à variação percentual na renda. 
Para saber se o bem é considerado normal, superior (de luxo) ou inferior, devemos obedecer 
à seguinte regra básica:
I) se 0 < Erd < 1, então o bem é normal; 
II) se Erd > 1, então o bem é superior (ou de luxo);
III) se Erd < 0, então o bem é inferior. 
A partir da regra, podemos concluir que, para o consumidor:
a) a carne de segunda é um bem inferior;
b) o eletrônico é um bem superior (ou de luxo);
c) o pão é um bem normal.
Para finalizar o exemplo, a constatação de que a carne de segunda seria um bem inferior é um 
resultado razoável para a variação nos níveis de renda. Com uma renda que salta de R$ 1.600 
para R$ 4.000, é de se esperar que o consumo de carne de segunda poderia ser reduzida.
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Unidade: Elasticidade
C)	Elasticidade-preço	cruzada	da	demanda
A lei da demanda apresenta que a quantidade demandada de um bem reage de forma 
inversamente proporcional com o preço deste. Entretanto, os preços de outros produtos 
também podem afetar a quantidade demandada de um determinado mercado. É por esse 
tipo de relação que se apresenta a elasticidade-preço cruzada da demanda. Ela “mede a 
mudança percentual na quantidade demandada do bem x quando se modifica percentualmente 
o preço de outro bem” (VASCONCELLOS e GARCIA, 2008, p. 74).
A análise da elasticidade-preço cruzada da demanda se apresenta entre bens que possam 
ser substitutos ou complementares. Veremos os dois casos a seguir.
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Bens substitutos
Existem determinados bens que podem ser considerados substitutos, enquanto outros 
podem ser ditos complementares.
Os bens substitutos possuem a característica de competirem entre si. Um exemplo 
clássico, apesar de muitos discordarem, seria a manteiga e a margarina. Se o preço da 
manteiga aumentar, pode ocorrer de os consumidores passarem a consumir mais margarina 
e vice-versa. 
Tomando dois bens substitutos, a manteiga e margarina, por exemplo, o raciocínio da 
elasticidade-preço cruzada da demanda seria o seguinte: se o preço da manteiga aumentar, 
quanto haverá de acréscimo na quantidade demandada de margarina? De outro modo, 
se o preço da manteiga diminuir, quanto haverá de redução na quantidade demandada 
por margarina?
Para aprofundamento do raciocínio, tomamos o exemplo do efeito de um aumento no 
preço da manteiga sobre a quantidade demandada por margarina. 
Suponhamos os valores de 2013 e 2014 para os preços e quantidades demandadas 
dos bens em questão (Tabela 10). Se forem observados os preços, notamos que o preço 
da manteiga elevou-se de 2013 para 2014, enquanto o preço da margarina manteve-se 
constante. Adicionalmente, podemos observar que a quantidade demandada por manteiga 
teve queda, esperada em função da lei da demanda, enquanto a quantidade demandada por 
margarina apresentou aumento.
Tabela 10 – Preço e quantidade demandada por manteiga e margarina (2013 – 2014)
2013 2014
Preço da manteiga (em reais por 300 gramas) 4,00 5,20
Preço da margarina (em reais por 500 gramas) 3,00 3,00
Quantidade demandada de manteiga (tabletes de 300 gramas) 3.000 2.000
Quantidade demandada de margarina (potes de 500 gramas) 2.000 4.000
A partir dos valores enunciados na tabela 10, qual o valor da elasticidade-preço cruzada da 
demanda por margarina?
A elasticidade preço-cruzada da demanda por margarina irá identificar a variação percentual 
da quantidade demandada de potes de margarina em relação a uma variação percentual dos 
preços da manteiga (coeteris paribus). O termo em latim implica, entre outras coisas, que 
para efeito de análise é interessante imaginar que o preço da margarina se manteve constante, 
de modo a se concentrar no efeito da variação no preço da manteiga sobre a quantidade 
demandada de margarina.
20
Unidade: Elasticidade
Tabela 11 – Variação percentual no preço da manteiga e na quantidade demandada por margarina
Variação percentual no preço da manteiga (em tabletes de 300 grs)
5,20 4,00 1,20 0,3 30%
4,00 4,00
ou−= = =
Variação percentual na quantidade demandada por margarina 
(em potes de 500 grs)
4.000 2.000 2.000 1 1 00%
2.000 2.000
ou−= = =
A tabela 11 apresenta as variações percentuais no preço da manteiga e na quantidade 
demandada por margarina. O cálculo da elasticidade-preço cruzada da demanda (Epc ) é análogo 
a qualquer outro tipo de elasticidade.
 100% 3,33 
 30%
d
pc
variação percentual emQ margarinaE
variação percentual em P manteiga
= = ≅
A seguir, você verá a elasticidade-preço cruzada da demanda para o caso de bens 
complementares.
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Bens complementares
Se os bens forem considerados complementares, a característica mais marcante é a 
dependência entre eles. Por exemplo, ao analisarmos dois bens, combustível e carros, se 
o preço do combustível aumentar, possivelmente, a quantidade de carros demandada pelos 
consumidores sofrerá modificação. Portanto, a pergunta para aplicar a elasticidade-preço da 
demanda no caso dos bens complementares seria: se o preço do combustível aumentar, em 
quanto a quantidade demandada por carros será reduzida?
A tabela 12 apresenta os valores de preços e quantidade demandada por combustível e 
carros do exemplo e a tabela 13 mostra a variação percentual das variáveis importantes para 
o cálculo da elasticidade-preço cruzada da demanda.
Tabela 12 – Preço e quantidade demandada por combustível e carros (2013- 2014)
2013 2014
Preço do combustível (em reais por litro) 2,70 2,97
Preço do carro (em reais) 30.000 30.000
Quantidade demandada de carros (em unidades) 4.500 3.600
Quantidade demandada do combustível (em litros) 100.000 95.000
* Para efeito de simplificação o tipo de carro e combustível não será discriminado.
Tabela 13 – Variação percentual no preço do combustível e na quantidade demandada por carros
Variação percentual no preço do combustível
2,97 2,70 0,27 0,1 1 0%
2,70 2,70
ou−= = =
Variação percentual na quantidade demandada por carros
3.600 4.500 900 0, 2 20%
4.500 4.500
ou− −= = =− −
Analogamente ao caso dos bens substitutos, o cálculo da elasticidade é feito da seguinte 
forma:
 20% 2 
 10%
d
pc
variação percentual emQ carrosE
variação percentual em Pcombustível
−
= = =−
Uma diferença fundamental entre bens complementares e substitutos em relação à 
elasticidade-preço cruzada da demanda é que para bens substitutos o valor desta elasticidade é 
positivo, enquanto que para bens complementares a relação apresenta valor negativo.
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Unidade: Elasticidade
D)	Elasticidade-preço	da	oferta
A elasticidade da oferta não é tão explorada nos livros básicos de economia quanto as 
elasticidades que envolvem a demanda (elasticidade-preço, elasticidade-renda e elasticidade-
cruzada da demanda). A elasticidade da oferta mais utilizada é aquela que se refere aos preços, 
ou seja, a elasticidade-preço da oferta. A ideia dessa elasticidade é verificar a sensibilidade da 
quantidade ofertada quando ocorrem modificações nos preços, ou seja: 
 
 
o
po
variaçãopercentual emQE
variação percentual em P
=
Onde: Qo é a quantidade ofertada; P é o preço.
A ideia fundamental da elasticidade-preço da oferta é verificar como os produtores reagem 
a uma modificação dos preços dos seus produtos.
Considerações Finais
A partir da presente unidade, você conferiu uma série de formas que a elasticidade pode 
assumir. O estudo da elasticidade potencializou em você a capacidade de entender que as 
informações advindas das relações econômicas são muito valiosas quando analisadas sob o 
aspecto quantitativo.
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Material Complementar
Sites:
No link abaixo, você pode acompanhar como a queda nos preços do petróleo podem afetar 
as exportações brasileiras para outros países, devido à elasticidade-renda da demanda deles. 
http://www.anba.com.br/noticia/21866315/especiais/a-nova-realidade-do-petroleo/
Verifique que a elasticidade para bens supérfluos deverá ser diferente dos alimentos, de 
modo a afetar menos a demanda por alimentos do que dos bens de luxo. 
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Unidade: Elasticidade
Referências
MANKIW, N. G. Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Campus, 2001.
VASCONCELLOS, M. A. S.; ENRIQUEZ, G. M. Fundamentos de Economia. 4. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2008.
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Anotações

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