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Karl Marx e Émile Durkheim
A sociologia surgiu em meio à grandes transformações sociais (a Revolução
Industrial e a Revolução Francesa) com objetivo de explicar os fatos sociais.
Conforme nos relatam Mendonça e Pacheco (2006, p.24),
Esse quadro de frustrações provocou uma série de
revoltas, apro-fundou o caos social e o conflito aberto
entre a burguesia e a classe operária. É nesse ambiente
de lutas pela direção da sociedade entre a burguesia e o
proletariado que cresceu o interesse pelo estudo da vida
social. Então, surgiram dois grupos opostos de
intelectuais.
Os pioneiros da Sociologia e os adeptos dos ideais da
nova classe dominante, a burguesia, dirigiram seus
estudos para preservar a nova ordem, reorganizar a
sociedade e manter o controle social. Não lhes
interessavam novas revoluções que ameaçassem o
poder burguês.
Já os pensadores socialistas, alinhados com a classe
operária, buscavam, por meio da Sociologia e de outras
ciências humanas, entender o funcionamento da
sociedade capitalista para superá-la e, conforme seus
ideais, conduzir a humanidade para uma so-ciedade
justa, livre da exploração do homem pelo homem. (Brasil.
MEC. SEB. Educação, sociedade e trabalho : abordagem
sociológica da educação. Ricardo Gonçalves Pacheco e
Erasto Fortes Mendonça. Brasília : Universidade de
Brasília, Centro de Educação a Distância, 2006). 
Podemos verificar neste período o surgimento de duas vertentes de pensamento
que procuravam compreender e explicar a realidade apresentando novas visões: A Teoria
do Funcionalismo de Emile Durkheim e a Teoria do Materialismo Dialético de Karl Marx.
Para Durkheim, os fatores causadores das crises sociais eram relacionados ao
aspecto moral, pois como a sociedade industrial ainda se apresentava em fase de
formação, os grupos sociais não haviam tido tempo para se adaptarem ao novo modelo
econômico. 
Este teórico comparava a sociedade a um organismo vivo subdividido em várias
partes complementares que deveriam funcionar em harmonia. Sua maior preocupação
era com o funcionamento harmonioso da sociedade onde deveriam estar garantidos a
ordem e o controle social.
Seguindo esta linha de raciocínio, os fatos sociais possuíam três características: a
coerção social (através da qual o indivíduo não possuía qualquer controle), a
exterioridade (os fatos existem e atuam sobre o indivíduo independente de sua vontade) e
a generalidade (o fato social é comum a maioria das pessoas, representa a vontade geral
da sociedade).
Durkheim tinha como sociedade ideal ou sadia aquela em que os indivíduos
fossem incapazes de efetuar mudanças e se adequassem ao sistema estável, organizado
e imposto pela Educação e por outras formas de coerção social.
De acordo com Mendonça e Pacheco (2006, p.31), “a teoria funcionalista
interessava, principalmente, à burguesia.”
Já Karl Marx (1818-1883), com a teoria do materialismo dialético, estava
preocupado com os efeitos da Revolução Industrial sobre as pessoas e buscava
encontrar uma alternativa para a humanidade baseado nas relações sociais que deveriam
cooperar umas com as outras e na distribuição igualitária da riqueza (socialismo).
Nesta teoria o indivíduo tanto modifica quanto é modificado pela sociedade. Quatro
princípios fundamentam esta teoria:
1º) Totalidade – Tudo se relaciona dentro de um conjunto;
2º) Mudança Qualitativa – Pequenas mudanças podem dar origem a uma grande
mudança marcada por transformações radicais;
3º) Contradição Universal – As mudanças ocorrem porque a realidade é formada
por forças contrárias que se unem e se opõem;
4º) Movimento – Tudo está em constante transformação.
Para Marx, a sociedade não é harmônica e nem equilibrada, antes, é demarcada
pelo constante conflito de forças opostas que provocam mudanças constantes.
Esta teoria tem como principais interessados os trabalhadores (classe proletariada)
e os defensores do socialismo.
Com relação a educação, Durkheim têm uma visão coercitiva, para ele, a educação
possui um caráter uno que visa dar uma base comum (saber, idéias, sentimentos e
práticas condizentes com o que a sociedade exige) que deveria ser transmitida pela
educação moral; e, caráter múltiplo no sentido de que, em determinado ponto, esta
educação deveria ser diversificada para atender as necessidades da sociedade, como por
exemplo, para atender as especialidades profissionais. 
Nesta concepção, a educação existe em função da manutenção da sociedade. A
sociedade através da educação é quem constrói a moral, quem permite o
desenvolvimento intelectual do indivíduo de acordo com o que é melhor para a
“coletividade”. Já Karl Marx via na educação uma forma de conduzir a humanidade para
uma so¬ciedade justa, livre da exploração do homem pelo próprio homem.
Mendonça e Pacheco (2006, p.39) destacam “Na visão de Durkheim, as pessoas
têm incorporadas em si dois seres. O primeiro é o ser individual, que se caracteriza pelos
estados mentais de cada um e pelos aspectos de sua vida pessoal. O segundo é o ser
social, voltado para os comportamentos relacionados à sociedade em que vivemos.”. 
O primeiro é livre para fazer o que quiser, mas deverá ter a consciência que estará
submetido às sanções da consciência social que está presente também no próprio
indivíduo e o segundo, corresponde a consciência coletiva que é imposta pela sociedade
e dita as regras do que pode ou não ser feito, delimitando os direitos e deveres éticos,
morais e legais da sociedade a qual este indivíduo esta inserido e deve obediência cega.
Enquanto Marx defendia noções liberais de educação e perseguia um ideal de
educação universal, que visava o desenvolvimento abstrato de todas as faculdades
individuais, a formação do homem tanto manualmente como intelectualmente, como ser
globalizado, completo e crítico e, a escola era a instituição central desta educação que
deveria valorizar a experimentação, motivando o indivíduo; Durkheim via a educação
como forma de moldar o indivíduo, de socializá-lo metodicamente de acordo com os
interesses da “sociedade” de forma ditatorial, regrada e inquestionável.
Concluindo, tanto a Teoria de Durkheim quanto a de Marx tem muito a contribuir
para a Educação Moderna. Durkheim tinha a educação focada na figura do mestre
(professor) que era a autoridade máxima e deveria repassar aos alunos os conhecimentos
pré-estabelecidos pela sociedade e deveria ser respeitado por isso, Marx focava a
educação no desenvolvimento global do individuo em seu aspecto intelectual, no
desenvolvimento físico e no aprendizado profissionalizante.
Percebemos a herança destas duas teorias no mundo atual, em nosso dia a dia.
Infelizmente a figura do professor não é mais valorizada e nem respeitada, o próprio
Estado foca sua atenção apenas no aluno e esquece de quem também representa um
papel fundamental na educação, o professor, que hoje enfrenta a triste realidade de
conteúdos impostos, regras duras e não maleáveis em sua práxis pedagógica, sistemas
educacionais impostos e teorias que “fulano de tal” ou “beltrano” que não entendem nada
a respeito da Educação, acham mais “bonitinhas” ou “aplicáveis”, não respeitando as
diferenças individuais dos alunos e muito menos as diferenças sociais e regionais, vendo
a educação como uma fórmula matemática única e esquecendo-se que lidamos com
seres humanos pensantes, com realidades diferenciadas e necessidades distintas.
“Podemos ensinar os mesmos conteúdos, porém não da mesma forma em diferentes
realidades e contextos” (Andréa Vidal), podemos ainda constatar outra dificuldade no dia
a dia de nossas escolas, com professores sendo “xingados”, “agredidos” por alunos e
“coagidos” pela direção escolar, mas isso é assunto para outra ocasião.Com relação a Teoria de Marx vemos o Ensino Profissionalizante e Acadêmico
sendo valorizado, o investimento em projetos e o incentivo a uma educação globalizadora,
a interdisciplinaridade, dentre outros benefícios.
Andréa Vidal Tomé da Silva

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