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Desenho da familia - Corman

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DESENHO DA FAMILIA
1
: METODOLOGIA DE APLICAÇÃO 
A técnica de aplicação do teste é simples. Numa sala adequada e com a criança sentada confortavelmente, 
dar-lhe uma folha A4, em branco, e um lápis de carvão
2
. 
1. Instrução 
Depois de a criança estar familiarizada com a situação de avaliação, explicar-lhe brevemente que se vai 
solicitar um desenho. Se necessário for, tranquilizá-la relativamente às aptidões para o desenho. Depois, 
dizer: 
“Desenha uma família” ou “Imagina uma família e desenha-a”
3
 
O psicólogo deve estar tão atento ao processo de realização do desenho, como ao seu produto final. Deve 
registar qual o lado da folha escolhido pela criança para iniciar o desenho e qual a ordem pela qual é 
desenhada cada uma das personagens, bem como o tempo de desenho de cada uma delas. É também 
importante estar atento aos comportamentos verbais e não-verbais durante a prova e à sua eventual 
associação a personagens específicos. 
Caso se opte pelo uso de lápis de cor, é nesta fase que eles devem ser introduzidos. 
2. Inquérito 
Terminado o desenho, pede-se à criança para caracterizar as personagens: quem são, que idades têm, que 
relações têm umas com as outras. Independentemente da qualidade do desenho realizado, dizer: 
“Muito bem. Agora fala-me desta família. Quem são estas pessoas? Onde estão? O que é que elas 
estão a fazer? Descreve-me todas as pessoas, a começar pela primeira que desenhaste.” 
Para todas as personagens, deverá obter-se, como informação mínima, sexo, idade e o seu papel na família. 
3. Exploração Complementar 
Nesta fase, a criança é convidada a expressar as suas preferências ou antipatias em relação às personagens 
e, posteriormente, a identificar-se com uma delas. Seguir o Método das Preferências-Identificações. 
“Nesta família, qual é o mais bondoso de todos?” Após a resposta, perguntar “Porquê?” 
“Nesta família, qual é o menos bondoso de todos?” Após a resposta, perguntar “Porquê?” 
“Nesta família, qual é o mais feliz de todos?” Após a resposta, perguntar “Porquê?” 
“Nesta família, qual é o menos feliz de todos?” Após a resposta, perguntar “Porquê?” 
“Nessa família, de quem é que tu gostas mais?” Após a resposta, perguntar “Porquê?” 
Outras questões possíveis: 
“O pai propõe um passeio de automóvel, mas não há lugar para todos. Quem é que vai ficar em casa?” 
“Um dos filhos não teve boas notas na escola. Qual foi?” “Recebeu algum castigo?” “Qual?” 
Figura de Identificação 
“Se tu fizesses parte desta família, quem serias tu?” 
 Ou 
“Vamos fazer um jogo; vamos jogar a ser desta família. Qual destas pessoas é que tu queres ser? 
Após a escolha da personagem de identificação, o psicólogo questiona a razão dessa escolha. No final, 
avaliar se a criança está satisfeita, ou não, com o desenho. Perguntar à criança, por exemplo, se ela fizesse 
de novo o desenho, se modificaria alguma coisa nele, se acrescentava algo ou alguém, se retirava algum 
dos elementos ou dos pormenores. 
Nota. A análise e interpretação destes dados exige que se conheça a composição real da família da criança. 
 
1
 Corman, L. (1982). Le test du dessin de famille (4e éd.) Paris: Presses Universitaires de France. 
2 Embora o autor sugira o uso de lápis de carvão, é comum a utilização de lápis de cor. Considera-se favorável o uso inicial do lápis de carvão, 
podendo, numa segunda fase, dar-se a liberdade à criança para acrescentar pormenores, a seu gosto, com lápis de cor, ou pedir-lhe para 
assinalar, com cores específicas, atributos de cada personagem seguindo indicações do examinador (e.g., usa a tua cor preferida para colorir a 
pessoa mais bonita). Assim, mantém-se a técnica de base e obtém-se informação qualitativa complementar. 
3 Não usar a expressão “Desenha a tua família” pois ela faz apelo direto à realidade objetiva da criança, o que é pouco adequado face à 
realidade de algumas crianças e é, em todos os casos, contrário à situação projetiva.

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