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Diagnostico e avaliação pedagogica

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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
2 
www.soeducador.com.br 
Sumário 
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO ..................................................................................... 3 
PRIMEIRO CONTATO (AGENDAMENTO) ............................................................................... 4 
ANAMNESE ................................................................................................................................ 6 
DEVOLUTIVA E ENCAMINHAMENTO ................................................................................... 12 
INFORME PSICOPEDAGÓGICO ............................................................................................ 16 
Informe Psicopedagógico ......................................................................................................... 21 
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO ........................................................................ 24 
TRANSTORNO, DISTÚRBIO, DIFICULDADE OU DOENÇA? ............................................... 54 
RECURSOS PSICOPEDAGÓGICOS E AMBIENTE DE TRABALHO ................................... 54 
OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS ................................................. 55 
Pauta de observação de sala de aula ...................................................................................... 58 
Avaliação comportamental ....................................................................................................... 62 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
3 
www.soeducador.com.br 
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO 
 
 O diagnóstico psicopedagógico é o ponto de partida do trabalho do 
psicopedagogo. Por isso, precisa ser realizado de maneira séria e atenta aos detalhes 
de todo o processo, desde o primeiro contato telefônico até a devolutiva, ou seja, a 
divulgação do diagnóstico. 
Segundo Weiss (1994), para que tenhamos uma visão global do cliente durante 
a abordagem do fracasso escolar, precisamos levar em consideração os seguintes 
aspectos: 
1. Aspectos orgânicos – são os relacionados à estrutura biofisiológica do 
sujeito que aprende. Quaisquer alterações nessas estruturas irão prejudicar o acesso 
ao conhecimento. Atentar também para o fato de que, na maioria das vezes, crianças 
portadoras de alterações orgânicas recebem uma educação diferenciada por parte da 
família, podendo ocasionar problemas emocionais em diversos níveis, gerando 
dificuldades na aprendizagem escolar. 
 Aspectos cognitivos – são os ligados basicamente ao desenvolvimento e 
funcionamento das estruturas cerebrais que permitem a aprendizagem, entre eles a 
memória, atenção, antecipação, entre outros. 
2. Aspectos emocionais – são os aspectos ligados ao desenvolvimento 
afetivo e sua relação com a construção do conhecimento e a expressão deste por 
meio da produção escolar (WEISS, 1994, p. 23). Isto porque o não aprender pode ter 
uma relação com um problema familiar, por exemplo, num caso de não conseguir bom 
desempenho em matemática a partir da separação dos pais e a constituição de novas 
famílias (não consegue dividir, subtrair, somar, multiplicar porque isto remete às novas 
organizações familiares). 
3. Aspectos sociais – como o próprio nome diz, trata-se de tudo o que 
interfere socialmente naquela família, como a sua cultura, sua situação econômica, 
entre outros. 
4. Aspectos pedagógicos – são os aspectos ligados à metodologia de 
ensino, à avaliação, à dosagem de informações, à estruturação das turmas, enfim, à 
organização geral da escola, que influem diretamente na qualidade de ensino e 
interferem no processo de ensino-aprendizagem (WEISS, 1994, p. 24). 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
4 
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Diante desses aspectos, é importante lembrar que o bom diagnóstico 
psicopedagógico não é medido pela quantidade de instrumentos utilizados, mas, sim, 
que os instrumentos utilizados sejam capazes de auxiliar no entendimento do 
funcionamento desses cinco aspectos do cliente em questão. 
 
PRIMEIRO CONTATO (AGENDAMENTO) 
 
 
O primeiro contato telefônico para agendamento de uma consulta com o 
profissional de psicopedagogia deve ser cercado de alguns cuidados, pois é o primeiro 
movimento da família em busca de uma mudança. É o reconhecimento de que algo 
não vai bem, e aceitar isso muitas vezes é difícil para toda a família ou para alguns 
dos membros. 
Quando há uma secretária/recepcionista para realizar esse agendamento, é 
necessário que o profissional a instrua sobre como agir nessas situações. Deve ser 
simpática e reservada ao mesmo tempo; explicar de forma sucinta e clara as 
informações pertinentes, como horários de atendimento, duração das sessões, 
valores e o que mais for solicitado pelo cliente, porém, algumas questões serão 
respondidas apenas pelo profissional. Caso seja o próprio psicopedagogo a receber 
os contatos telefônicos, além dessas informações, pode-se passar também a forma 
de trabalho. É importante que se tire as dúvidas, mas que não deixe o futuro cliente 
se alongar neste contato, deixando para o momento da entrevista inicial os detalhes 
sobre a queixa. Podemos perceber o nível de ansiedade se há pedidos de urgência, 
número exagerado de sessões ou horários inadequados. 
 
 
QUEIXA 
 
Quando recebemos os responsáveis pela criança no consultório, existe uma 
ansiedade, algumas vezes até do próprio profissional, que precisa ser controlada para 
não afetar o encontro. Como exemplo, os responsáveis podem chegar muito antes do 
horário combinado, podem começar a falar e não parar mais, ou apenas se deter em 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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responder as questões realizadas pelo profissional. 
O ideal, nesses momentos, é receber os responsáveis de forma cordial, 
mostrando-lhes o espaço do consultório, falando um pouco sobre sua experiência e 
perguntando-lhes em que pode ajudá-los. Aí se evidencia a queixa explícita, que pode 
ser uma para a mãe, outra para o pai e outra para a criança; pode ser uma para os 
pais e outra para a criança, ou ainda, pode ser a mesma para todos, mas não a queixa 
verdadeira, a qual chamamos de implícita, e só irá aparecer no decorrer das sessões, 
quando os envolvidos criarem mais confiança no psicopedagogo. 
Este primeiro momento com os responsáveis é importante para avaliarmos se 
o casal comparece, se somente um deles, ou ainda se levam a criança junto. Há 
autores que defendem que este primeiro atendimento seja com a presença da criança, 
outros, que seja somente para os responsáveis. Porém, a vivência de consultório 
possibilita viver as duas situações e, na segunda, os pais se sentem mais tranquilos 
para responder às questões, costumam reconhecer erros na criação dos filhos, 
mostram-se frágeis diante de alguns assuntos, além de que, com a presença da 
criança, os responsáveis não conseguirem dar atenção devida ao profissional, pois 
ficam preocupados com a criança na recepção, e logo querem ir embora, marcando 
outro momento no qual possam comparecer sozinhos, ou ainda, se a criança está 
dentro do consultório, realizando alguma atividade, costumam falar por gestos, ou 
realizar ligações telefônicas posteriormente para complementar dados que no 
consultório não quiseram dizer pela presença da criança/adolescente. 
São muito úteis todas essas percepções, pois nestes casos percebemos que 
não há um diálogo livre entre os membros da família, o tipo de vínculo entre o casal, 
e mãe/filho, pai/filho. Muitas vezes, um dos pais sempre se nega a ir; é importante que 
ambos compareçam num determinado momento, mesmo que na devolutiva, para que 
as orientações sejam executadas pelo casal e todos “falem a mesma língua” dentro 
de casa. 
Quando marcam outrohorário, podem desmarcar por causa de algum 
imprevisto. Cabe ao profissional registrar essas situações para serem retomadas num 
período oportuno, pois caracterizam resistência ao acompanhamento. 
Ainda neste momento com os responsáveis, após a explicitação da queixa, é 
importante que haja uma entrevista semiestruturada, ou seja, que os pais tragam para 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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a sessão o que julgarem importante para eles. Às vezes, faz-se necessária mais de 
uma sessão para este momento. O psicopedagogo vai colocando algumas perguntas 
ocasionalmente, quando houver término do assunto ou quando os responsáveis 
solicitarem essa intervenção (daí o nome da entrevista ser semiestruturada). 
Quando essa etapa for totalmente esgotada, então parte-se para a anamnese, 
que é uma entrevista estruturada. Porém, pode acontecer dos responsáveis 
“travarem” no primeiro encontro, ou serem muito fechados. Para não haver 
constrangimento, nesses casos, inicia-se com a anamnese e, quando os pais se 
sentirem à vontade, vão adicionando mais informações. 
 
ANAMNESE 
 
 A anamnese é uma entrevista estruturada que contém dados da história do 
cliente desde sua concepção até os dias atuais. Existem diversos modelos de 
anamnese, mas a melhor é aquela que é adaptada pelo próprio psicopedagogo para 
seu uso clínico após pesquisar vários modelos. É importante que não seja maçante, 
em forma de questionário, mas que ofereça as informações necessárias para o seu 
trabalho, principalmente num caso de avaliação psicopedagógica, na qual existem 
prazos para a execução e devolutiva (normalmente, de oito a dez sessões) e propicie 
aos responsáveis uma oportunidade de falar sobre os problemas e dificuldades que 
estão enfrentando. Muitas vezes, ao final da entrevista inicial e anamnese, o 
psicopedagogo já percebe que a queixa é outra. É importante conversar com os pais 
sobre isso, pois já se inicia um processo de mudança neles próprios como também do 
planejamento da atuação do psicopedagogo junto da criança. 
No momento da anamnese, são enfatizadas situações em detrimento de 
outras; é importante que o psicopedagogo esteja atento a essas ênfases e perceba, a 
todo o momento, sua postura, se está sendo acolhedor, fazendo com que os pais 
possam ser espontâneos e diminuírem suas defesas. 
O modelo a seguir é uma adaptação do citado por Weiss (1994) e utilizado para 
entrevistas iniciais com os pais ou responsáveis e posterior planejamento das 
estratégias para atendimento ao cliente. 
 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA 
Data: ___/___/_____ 
 
Dados pessoais (ideal que sejam recolhidos no contato telefônico) 
 
Nome do responsável:_________________________________________________ 
Telefones de contato: _________________________________________________ 
Nome do paciente: ___________________________________________________ 
Idade: ______________________ Data de Nascimento: ______________________ 
Escolaridade: ________________________________________________________ 
Escola: _____________________________________________________________ 
Quem solicitou a avaliação: _____________________________________________ 
Por qual razão a fez (queixa): ___________________________________________ 
Quem indicou o profissional:_____________________________________________ 
Está em atendimento com outros profissionais? _____________________________ 
Se sim, quais? _______________________________________________________ 
O paciente concorda em fazer a avaliação? ________________________________ 
Valores da sessão e duração: ___________________________________________ 
Agendamento e prazo para desistência:____________________________________ 
 a. História das primeiras aprendizagens 
 
não escolares: 
(abrange todo o desenvolvimento infantil; muitas vezes os pais têm dificuldade 
de lembrar com quantos anos estava a criança nessas ocasiões; é importante deixá-
los à vontade e, caso não se lembrem, perguntar se foi normal, como as crianças da 
mesma idade na época ou se foi tardio ou precoce). 
a) Uso da mamadeira. 
b) Uso da colher. 
c) Uso da canequinha. 
d) Engatinhar. 
e) Andar. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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f) Andar de velocípede. 
g) Controle dos esfíncteres. 
h) Aquisição da fala. 
i) Outros. 
(deve-se acrescentar o que mais surgir de importante no que diz respeito às 
aprendizagens: se elas foram estimuladas pela família, se ocorreram naturalmente ou 
tiveram um forte nível de exigência). 
 
escolares: 
a) Adaptação à escola. 
b) Idade de ingresso. 
c) Alfabetização. 
d) Mudança de escola. 
e) Aulas extras. 
f) Outros. 
 
b. Evolução geral 
 
a) Desenvolvimento físico. 
b) Aquisição de hábitos (da casa e da família). 
c) Interiorização de normas (da família e da escola). 
d) Alimentação (come bem?, tem restrições?, gosta de beliscar?). 
e) Sono (normal ou agitado? Tem sono fora de hora?). 
f) Sexualidade (demonstra curiosidade? Já perguntou?). 
g) Ocorreram problemas neurológicos ou acidentes? 
h) Houve defasagens significativas? (de qualquer ordem). 
i) Foi estimulado a novas aprendizagens? (situação socioeconômica). 
j) Foi desejado? 
k) Como se deu a gravidez? 
l) Outros. 
 
 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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c. História clínica 
 
(problemas de saúde em geral, acompanhamentos com especialistas, 
cirurgias, internações, atitude da família). 
 
d. História da família nuclear 
 
a) Fatos marcantes dos pais e irmãos antes, durante e depois da entrada 
do paciente na família. 
b) As famílias provenientes dos novos casamentos dos pais (perspectiva 
socioeconômica e cultural). 
c) Alterações familiares (nascimento de irmãos, mudanças, mortes, 
desemprego, separações). 
d) Houve, para a criança, oportunidade de elaborar a perda? (Se a perda 
ocorrida estava ligada a um castigo prometido e eventualmente acontecido 
– por exemplo, “o papai vai embora para sempre se você não se comportar”; 
ou se estava relacionada com a vontade de conhecer, curiosidade sobre os fatos). 
 
e. História da família ampliada 
(relações com familiares paternos e maternos, como tios, primos e avós). 
 
 
6.4 CONTRATO E SESSÕES DE AVALIAÇÃO 
 
 
Mesmo que os dados solicitados no primeiro contato telefônico sejam 
informados pelo psicopedagogo, é imprescindível que o mesmo retome esses dados 
para que seja firmado o contrato de trabalho. Os itens necessários para esse contrato 
constam na primeira parte da anamnese sugerida. Nesse momento, o psicopedagogo 
já sabe se pode atender esse caso ou não, o valor das sessões a serem cobradas, se 
concederá ou não desconto, a duração das sessões, os horários disponíveis para 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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atendimento e os prazos para desmarcar as sessões em caso de imprevistos. 
Não há necessidade de contrato em papel, mas caso queira realizar, também 
é possível. O não cumprimento do contrato por parte dos clientes também é 
terapêutico, pois conseguimos ver, por meio dessas atitudes, outras que são tomadas 
no dia a dia do indivíduo, trazendo outras dificuldades. Também é importante sempre 
passar o feedback dessas situações, para que sejam ocasionados momentos de 
reflexão. 
Os pais, às vezes, apresentam alguma decepção quando falamos do período 
de avaliação diagnóstica. Eles querem que imediatamente olhemos para seus filhos e 
digamos o que os impede de aprender. Para aliviar essa ansiedade é necessário que 
o psicopedagogo diga a eles que o processo de avaliação é terapêutico, ou seja, 
durante esse processo, mesmo sem saber o que a criança ou adolescente tem como 
dificuldade de aprendizagem, algumas posturas serão modificadas, pois a criança ou 
adolescente vê queseus pais estão preocupados com essa dificuldade e enxergam 
uma possibilidade de sanar ou amenizar seus problemas. 
 
 
FIGURA – Processo de Avaliação. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/fotosdoacre/>. Acesso em: 25 ago. 2010. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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Da mesma forma, o contrato deverá ser elaborado com a criança no primeiro 
dia de atendimento. Após recebê-la de forma afetuosa, pergunte se sabe por que está 
ali. Normalmente elas sabem, pois os pais já foram orientados a dizer, mas querem 
ouvir a versão do terapeuta; outras vezes, os pais não dizem o porquê de a criança 
estar indo ao consultório, falam que vão brincar um pouco. Independente se houve ou 
não informação, o terapeuta deve perguntar à criança ou adolescente porque ele acha 
que está ali. Esta é a queixa proveniente do cliente. Após esse momento, devem ser 
colocadas as informações pertinentes à criança ou adolescente no que se refere ao 
contrato realizado com a família (horários, duração da sessão) e também as regras 
para as sessões, ou seja, como será a forma de trabalho, se o psicopedagogo sempre 
dirá o que deve ser feito (período de avaliação) ou se existem momentos nos quais o 
cliente poderá escolher (acompanhamento psicopedagógico), quais os objetivos e a 
importância de sua colaboração no processo. 
 
 
FIGURA – Contrato. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/ana_cotta/>. Acesso em: 25 ago. 2010. 
 
 
As primeiras sessões são muito importantes para a criação do vínculo entre 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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psicopedagogo e cliente, pois é preciso que este veja o adulto como alguém que 
poderá ajudá-lo em suas dificuldades. Uma forma de facilitar o processo é utilizar uma 
linguagem próxima da faixa etária, no que diz respeito à temática e ao vocabulário. 
Dessa forma, o atendimento flui de forma gostosa e os resultados aparecem 
rapidamente. Caso haja resistência, verifique junto ao cliente o que ele estaria fazendo 
neste horário caso não tivesse que ir à sessão. Às vezes, descobrimos que a família 
está utilizando o recurso psicopedagógico de forma punitiva, tirando a criança de uma 
aula de esporte a qual ela gostava, por exemplo. Faz-se necessário, diante de 
situações como essa, reunir os pais e a criança para que seja discutida essa atitude 
e novas opções de horário colocadas à disposição. 
Após as sessões com a criança, segundo Weiss (1994), temos como chegar 
ao “Modelo de Aprendizagem”: 
 
Entendo como Modelo de Aprendizagem o conjunto dinâmico que estrutura os 
conhecimentos que o sujeito já possui, os estilos usados nessa aprendizagem, o ritmo 
e áreas de expressão da conduta, a mobilidade e o funcionamento cognitivo, os 
hábitos adquiridos, as motivações presentes, as ansiedades, defesas e conflitos em 
relação ao aprender, as relações vinculares com o conhecimento em geral e com os 
objetos de conhecimento escolar, em particular, e o significado da aprendizagem 
escolar para o sujeito, sua família e a escola. 
Quando o terapeuta consegue chegar ao esboço do Modelo de 
Aprendizagem do sujeito, ele já atingiu um nível de integração dos dados 
obtidos que lhe permite refletir e levantar hipóteses sobre a causalidade do problema 
de aprendizagem e/ou fracasso escolar e traçar direções do que fazer para mudar a 
problemática existente, sempre considerando os diferentes níveis de orientação à 
escola, à família, e de tratamentos especializados (psicopedagógicos ou outros). 
Dessa integração de dados é que surge o Prognóstico e o conteúdo para a entrevista 
de Devolução. 
 
 
DEVOLUTIVA E ENCAMINHAMENTO 
 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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A devolutiva é o momento onde tudo o que se foi recebido do cliente e de seus 
responsáveis é “devolvido” em forma de diagnósticos e/ou orientações. Caso a escola 
seja a solicitante da queixa, é importante que o psicopedagogo faça uma visita no 
início da avaliação e após a sua realização para levar os resultados ao conhecimento 
de quem for de direito (professores, coordenação e direção). Neste momento, é 
importante ter cuidado com o sigilo ético, levando informações necessárias ao bom 
desenvolvimento escolar do cliente e desprezando os fatos íntimos, que podem 
“vazar” dentro de uma instituição escolar, trazendo constrangimentos ao cliente. 
Esses dados só serão passados aos pais do cliente se este autorizar. Por isso é tão 
importante a devolutiva com a criança, que deve ocorrer antes das realizadas à família 
e à escola. 
Imagine a criança ao passar por um atendimento psicopedagógico, quantas 
coisas não passam por sua cabeça: os momentos frustrantes, nos quais não 
conseguiu realizar uma atividade ou completá-la; os momentos em que ganhou jogos 
e que foram divertidos realizá-los. Tudo isso confunde a cabeça da criança, que passa 
por um conflito: se eu continuar vindo aqui será sinal de que não sou inteligente; 
porém, se eu deixar de vir aqui, vou ficar triste, porque gosto deste momento. 
 
 
FIGURA – Pensamento. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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FONTE: Disponível em: < http://www.flickr.com/photos/marlisee/>. Acesso em: 25 ago. 2010. 
 
 
Por isso, é muito importante que o contrato sempre seja retomado quando 
necessário. Deixar claro que o cliente está ali de passagem dure quanto tempo for 
necessário. É importante também passar aos pais os momentos de descontração da 
criança dentro do consultório, pois muitas vezes, devido ao excesso de trabalho que 
ocasiona falta de tempo junto dos filhos, os pais não sabem ao certo do que eles 
gostam. A reprodução destes momentos em família faz com que os clientes não se 
vinculem mais do que o necessário para a efetivação do acompanhamento. 
No momento da devolutiva à criança é importante que se diga seu diagnóstico 
com cuidado, utilizando palavras que ela entenda, passando orientações quanto ao 
seu prognóstico, ou seja, o que ela será ou não capaz de realizar se tomar algumas 
medidas (acompanhamentos com outros profissionais, como fonoaudiólogo ou 
psicólogo, por exemplo). Explica-se que tudo o que se está dizendo a ela agora será 
dito aos seus pais, se tem alguma restrição. Em caso afirmativo, escuta-se o que a 
criança ou adolescente não quer que conte. Se for algo irrelevante, concorda-se; se 
for algo importante para a continuidade do acompanhamento e melhora no 
desenvolvimento da criança, tentar convencê-la da importância de contar o fato. 
Colocar opções caso haja resistência, por exemplo: se quer contar primeiro em casa, 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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num momento oportuno, se quer estar presente no dia da devolutiva, ou se quer que 
o profissional diga como irá contar aos pais. 
Ainda segundo Weiss (1994, p. 133-4), existem diferentes formas de se fazer 
a devolução: 
 
No consultório: 
Inicialmente só o paciente e depois os pais: comumente ocorre com os 
adolescentes, que desejam discutir seu próprio caso sozinhos e depois que se 
converse com os pais; 
Inicialmente só o paciente e depois novamente o paciente junto com os pais; 
A entrevista transcorre desde o início com o paciente e seus pais; 
No caso de pais separados, as situações variam de acordo com o nível de 
entendimento ou conflito deles e a existência ou não de novo companheiros que 
estejam envolvidos com o paciente. 
 
Na escola: 
Somente com o elemento da equipe escolar; 
Com o paciente e o elemento da equipe escolar; 
Com o paciente, seus pais e o elemento da equipe escolar; Com os pais e o 
elemento da equipe escolar. 
 
Em acompanhamentos mais longos, há a necessidade de devolutivas parciais 
para passar informações aos pais proporcionando mudanças efetivas e imediatas 
para o bom andamento do processo e também para tirar algumas dúvidasque 
porventura tenham surgido nesse espaço de tempo. Mas tanto as devolutivas parciais 
quanto as finais obedecem ao seguinte esquema: 
1. Retomada da queixa – inicia-se esse momento, também carregado de 
expectativa e ansiedade, pela retomada da queixa (explícita na entrevista, e a 
implícita, que se aflorou no decorrer do processo; se houve divergências entre as 
queixas, etc.). 
2. Retomada do processo – o psicopedagogo retoma o processo desde o 
início, falando sobre suas impressões de como a família chegou ao consultório, as 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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técnicas utilizadas no atendimento à criança, se houve ou não cumprimento do 
contrato, entre outros. 
3. Pontos positivos do paciente – aqui são retomados todos os êxitos do 
paciente, suas conquistas, o que foi melhorado e/ou superado. 
4. Pontos a serem trabalhados – são passadas as orientações e 
recomendações gerais à família e à escola. 
5. Encaminhamentos – por fim, realizam-se encaminhamentos quando 
necessários para profissionais de saúde, educação, esporte, enfim, o que for 
necessário para a criança melhorar seu desenvolvimento global. 
Após o encaminhamento, quando solicitado pela família o nome de 
profissionais para indicação, é importante levar em conta a situação econômica da 
família para que se faça o encaminhamento para profissionais particulares ou de 
órgãos públicos. Ter esse conhecimento aumenta as possibilidades do 
encaminhamento realmente se efetivar. Outro cuidado é com o número de 
profissionais envolvidos no encaminhamento, o que pode levar a uma sobrecarga de 
atendimentos que nem sempre trarão resultados à criança. Primar pelos mais 
emergenciais para que, quando sanados alguns problemas, possam ser trabalhados 
outros. 
 
 
INFORME PSICOPEDAGÓGICO 
 
 O informe psicopedagógico é o documento que o psicopedagogo elabora ao 
término da avaliação ou de um acompanhamento psicopedagógico. Por meio dele é 
possível passar informações sobre o processo que foi realizado com o cliente, 
encaminhamentos para profissionais e orientações à escola e aos pais. Caso haja 
necessidade, fazer dois tipos de informe: um mais completo para os pais e outro 
somente com as informações pertinentes à escola ou outro órgão solicitante. 
O informe é importante também para sistematizar o trabalho do psicopedagogo, 
além de facilitar o planejamento das sessões subsequentes. Segue o modelo de 
informe com dados de um estudo de caso pautado em observações e seu respectivo 
programa de trabalho, ou seja, planejamento das sessões. Na sequência, temos outro 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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informe, este já baseado numa avaliação psicopedagógica realizada em consultório, 
na qual a solicitante foi a escola. 
 
FIGURA– Trabalho do Psicopedagogo. 
 
http://www.flickr.com/photos/fotosdoacre. 
 
Informe Psicopedagógico 
 
I. Dados Pessoais Nome: G.B. 
Sexo: feminino 
Data de nascimento: 15/07/1987 
Idade na avaliação: 12 anos 
Escolaridade: 6ª série (atual 7º ano) de escola pública 
 
II. Motivo da avaliação – Encaminhamento 
Constantes encaminhamentos para reforço pedagógico em sua vida escolar. 
 
III. Período de Avaliação 
Foram observados os cadernos de 1999 e o seu comportamento em casa e em 
sala de aula no primeiro bimestre de 2000. 
 
IV. Instrumentos Utilizados 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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1. Observação de cadernos; 
2. Observação na escola; 
3. Observação em casa. 
 
V. Análise dos resultados na diferentes áreas 
1. Na pasta plástica que encapa o caderno há um adesivo que apresenta 
números e a palavra “difícil” (referência à matemática). 
Caderno bem cuidado, apresentando desenhos, mudança de cores de caneta, 
adesivos. 
Erros ortográficos: omissão de acentos; troca, omissão e adição de letras 
(exemplos: “esprosão” – explosão; “gradora” – geradora; “...cada aveis se 
espande porc causa da esplosão” – ...cada vez se expande por causa da explosão). 
Não usa borracha, apenas corretivo e em algumas situações esquece-se de 
completar a palavra. 
Repassa as palavras escritas com a própria caneta ou escreve à caneta por 
cima de uma palavra escrita a lápis (principalmente na correção de questionários e 
exercícios). 
Quando não pula a linha entre as respostas de um questionário, passa um traço 
à caneta, separando duas respostas. 
Anota os recados passados pela professora como datas de entrega de 
trabalhos, páginas de textos a serem lidos, entre outros. 
Letra de adulto no caderno de ciências (definição de agricultura orgânica). 
Questionários incompletos, assim como textos copiados da lousa. Devido a 
isso, deixa espaços em branco no caderno, mas algumas vezes não os preenche, 
outras vezes falta ou sobra espaço. 
Em alguns trechos, falta de pressão no lápis. 
Lição de casa sem fazer, principalmente em português e ciências. 
Desorganização: matéria de português na primeira folha do caderno de 
matemática; contas efetuadas em espaços muito pequenos, fazendo com que os 
resultados sejam alterados. 
Presença de vistos e correções de professores. 
Cola outras folhas por cima de erros ou desenhos que não tenha gostado do 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
19 
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resultado. 
Não usa régua. 
Repetição de frases e incoerência em outras (principalmente em redação). 
Dificuldade em interpretação de texto. 
Em geometria, os desenhos são borrados pelo uso da caneta, do corretivo ou 
da borracha: falta de material adequado, gerando falta de exatidão nos desenhos. 
 
2. Em sala, copia lição e depois conversa. Brinca com colegas, mas não fala 
alto. Às vezes escreve e fala ao mesmo tempo. Reclama que não consegue enxergar 
quando bate claridade na lousa e pega caderno do amigo. Senta nas primeiras 
carteiras e se está do lado esquerdo da sala e a lição está do lado direito, muda de 
carteira para copiar e depois volta para o lugar anterior. Erra muito e tem a letra feia 
quando copia rápido. Por isso, esse ano, passa a limpo as lições porque tem fichário. 
Durante a aula, pergunta como se escreve as palavras (exemplos: 
“pessoas é com s ou ç?”, “cozinha é com s ou z?”. 
No recreio, fica com amigas sentada conversando. Não leva nem compra 
lanche. Caso ofereçam, não pega. 
A relação com os professores e funcionários é boa e quando é chamada a 
atenção, obedece. 
 
3. Em casa não tem hora fixa para fazer lição devido a atividades extras: 
teatro e artesanato (oficinas municipais); inglês (particular) e catequese (igreja 
católica). (Essas atividades não foram observadas). 
Quando a mãe sai, G.B. cuida dos irmãos mais novos (menina de sete anos e 
menino de nove anos). Diz que os irmãos obedecem e não dão trabalho, pois ficam 
no computador brincando. 
 
VI. Hipótese Diagnóstica 
De acordo com o processo de investigação da aluna, por meio da observação 
de seu material didático, seu desempenho escolar e sua rotina familiar e social, é 
possível que haja defasagem ortográfica e dificuldade visual. 
 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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VII. Encaminhamentos e orientações 
Encaminha-se ao oftalmologista para comprovar ou descartar o problema 
visual e ao psicopedagogo para desenvolvimento de programa para sanar a 
defasagem ortográfica. 
VIII. Prognóstico 
Após a realização e efetivação dos encaminhamentos e procedimentos 
propostos, é possível que G. B. tenha um aumento de sua autoestima, facilitando o 
processo de autonomia e autoconfiança, hoje em estágio aquém do esperado para 
sua idade. 
 
 
Programa Psicopedagógico 
 
Objetivo terminal: a criança deverá desenvolver a ortografia corretamente. 
I. Objetivo intermediário: a criança deverá ser capaz de perceber a 
omissão, adição e as trocas de letras. 
 
Atividade 1: Apresenta-se à criança exercíciosde discriminação visual nos 
quais ela irá perceber quais as figuras são idênticas de acordo com formas, 
comprimentos, quantidades, tamanhos, orientações e situações. 
Material utilizado: folhas com exercícios, lápis, borracha e lápis de cor. 
 
Atividade 2: Jogo “Palavra Cruzada” ou revistas que contenham passatempos 
diversos. 
Material utilizado: próprios jogos ou revistas, papel, lápis e borracha. 
 
Atividade 3: Pede-se à criança que escreva um texto referente a uma gravura 
de uma revista à sua escolha. 
Material utilizado: papel, lápis, borracha e revistas diversas. 
 
II. Objetivo Intermediário: a criança deverá desenvolver a acentuação 
gráfica das palavras de forma correta. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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- Atividade 1: apresenta-se à criança uma história breve, onde todas as 
palavras estão sem acentuação. Em seguida, a criança lerá a história em voz alta e 
será observado se ela lê as palavras acentuando-as ou conforme foram apresentadas. 
Material utilizado: texto escolhido pelo aplicador, lápis e borracha. 
 
- Atividade 2: Serão ditadas para a criança somente palavras acentuadas. 
Material utilizado: papel, lápis e borracha. 
 
- Atividade 3 – Será trabalhado com a criança CD-ROM com atividades 
de acentuação e jogos de soletração nos quais não se pode esquecer de soletrar os 
símbolos gráficos pertencentes à grafia das palavras. 
Material utilizado: Computador e CD. 
 
 
Este caso teve o seu prognóstico cumprido: G.B. não foi mais encaminhada ao 
reforço escolar, começou a se destacar nas atividades escolares e, após o término do 
Ensino Médio, ainda em escola pública, conseguiu ingressar numa universidade 
pública de ponta. 
 
Informe Psicopedagógico 
 
1. Dados Pessoais Nome: N. F. 
Data de nascimento: 11/11/2003 Idade na avaliação: 6 anos 
Escola: Fictícia Ltda. Ano: 1º EF 
 
2. Motivo da avaliação – Encaminhamento 
Falta de concentração nos estudos, desmotivação. Retenção escolar no ano 
anterior. 
 
3. Período da avaliação e número de sessões Março a maio de 2010, 
num total de 8 sessões. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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4. Instrumentos usados 
Foram utilizados como recursos para avaliação: jogos, desenhos, questionários 
e testes. 
5. Análise dos resultados nas diferentes áreas, recomendações e 
indicações 
Foi realizada com N. F. uma sondagem completa das habilidades para 
alfabetização. A seguir, apresento os resultados para cada habilidade: 
- Avaliação da motricidade fina e geral: bom desempenho, porém suas 
habilidades correspondem a uma criança de cinco anos e meio. Precisa ser 
constantemente estimulada a colocar e tirar roupas e calçados, abotoar, amarrar, 
correr, dançar e realizar atividades de educação física correspondentes à sua faixa 
etária para desenvolvimento de seu equilíbrio estático e dinâmico. 
- Avaliação dos exercícios gráficos: seu desempenho foi regular, 
correspondendo a uma criança de cinco anos. É preciso desenvolver atividades de 
percepção e discriminação que envolvam conceitos como grosso/fino, estreito/largo, 
grande/médio/pequeno, direita/esquerda, entre outros. O recorte, a colagem e a 
pintura são atividades nas quais N. F. precisa ter supervisão para que aprenda a 
realizar trabalhos mais precisos. 
- Avaliação de vocabulário, estruturas e verbos: obteve ótimo 
desempenho, mostrando que seu universo conceitual está de acordo com sua idade, 
deixando a desejar apenas em sua pronúncia, que muitas vezes omite o R no meio 
ou no final das palavras e realiza trocas do L pelo R em outras. Omite algumas sílabas 
e letras das palavras, mas, neste caso, parece ser vício de linguagem e não 
dificuldade. 
- Avaliação das formas geométricas: esses conceitos não foram 
internalizados completamente por N. F., tendo um desempenho abaixo do esperado 
para sua faixa etária. 
- Avaliação das cores: muito bom desempenho, dentro de sua faixa etária, 
deixando a desejar novamente na pronúncia. 
- Afetividade/socialização: N. F. mostra-se bastante extrovertida, porém 
reclama de que na escola suas colegas a rejeitam, conseguindo brincar somente com 
um menino durante as atividades livres. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
23 
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Seus desenhos são bem criativos, apresentando noções corporais e de espaço 
corretas. Em todas as atividades, seu ritmo de trabalho é bom, oscilando de acordo 
com as dificuldades que apresenta. Sua atenção e concentração também são boas, 
mas devemos tomar cuidado para manter um clima de tranquilidade e garantir sua 
autoestima na execução das atividades, pois quando ansiosa, N. F. tende a gaguejar, 
apresentar tremores nas mãos e sua concentração cai. 
É preciso que N. F. desenvolva independência, pois o “fazer por ela” tem 
dificultado seu desenvolvimento, fazendo com que, em seu desempenho global, esteja 
um ano aquém do esperado em suas habilidades para alfabetização. 
Diante do exposto, faz-se necessário uma avaliação fonoaudiológica para 
reparar falhas na pronúncia de F. e a continuidade do acompanhamento 
psicopedagógico para desenvolvimento das habilidades necessárias à alfabetização. 
 
N.F. ainda encontra-se em atendimento psicopedagógico, obtendo grandes 
progressos. 
 
 
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DA CRIANÇA DE 6 A 11 ANOS E DO 
ADOLESCENTE 
 
A avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11 anos e do adolescente se 
dá com diversos tipos de recursos, desde que o psicopedagogo saiba o porquê está 
aplicando aquele instrumento, quais seus objetivos, se estão dentro da faixa etária da 
criança/adolescente e se o quê o instrumento pretende medir trará dados necessários 
para responder as perguntas eliciadas pela hipótese diagnóstica. Sem esses 
requisitos, o instrumento perde seu valor e o psicopedagogo, seu tempo, pois poderia 
estar utilizando outro recurso dentro da avaliação, onde o tempo é precioso, visto que 
tem previsão de sessões para realização do trabalho. 
Um dos recursos mais utilizados na avaliação das crianças de 6 a 11 anos são 
as Provas do Diagnóstico Operatório, de Jean Piaget (WEISS, 1994, anexo 1). Elas 
são utilizadas para verificação do estágio no qual a criança se encontra, se está apta 
ou não para o processo de alfabetização, por exemplo. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
24 
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Segundo Piaget, por meio de seus estudos e investigações, a capacidade da 
criança de pensar e raciocinar progredia por meio de uma série de estágios 
qualitativos distintos. Dividiu o desenvolvimento cognitivo em quatro estágios centrais 
(e em diversos subestágios dentro de cada um). São eles: sensório-motor (do 
nascimento até 2 anos); pré-operatório (dos 2 aos 7 anos); operatório-concreto (dos 7 
aos 11 anos) e operatório formal (dos 11 anos em diante). 
 
 
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO 
 
 
Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos 
 
Nas provas de conservação, o objetivo é a verificação deste conceito com 
diversos materiais (líquidos, massa plástica, fios), verificando outros conceitos como 
volume, massa e comprimento. Por exemplo, mesmo havendo o espaçamento das 
fichas, resultando em uma ocupação de espaço maior, a criança deverá perceber que 
o número de fichas continua o mesmo. Esse conceito é muito necessário em seu 
desenvolvimento escolar, sobretudo na matemática. Veja os procedimentos a seguir. 
 
Material: 
Vinte fichas do mesmo formato e tamanho, sendo dez de cada cor. Podem ser 
tampinhas de garrafa pet ou recortes de papelão colorido. 
 
Desenvolvimento: 
Primeira situação: Pedir para que a criança escolha uma coleção de fichas. O 
examinador alinha sobre a mesa sete de suas fichas e pede que a criança faça uma 
coleção de igual número com suas próprias fichas. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica25 
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TAMPINHAS ALINHADAS 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Registrar o que é feito pela criança em todas as provas. 
 
 
Segunda situação: O examinador espaça ou aproxima as fichas de sua 
coleção, sem mexer na outra fileira de fichas e pergunta se tem o mesmo número de 
fichas, onde tem mais, onde tem menos, e como a criança chegou a essa conclusão. 
 
 
 
 
TAMPINHAS ESPAÇADAS 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Contra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança 
afirmando o contrário de sua resposta inicial. Para resposta conservativa, diz: “Veja, 
esta linha está mais comprida, terá mais fichas?” Para a não conservativa: “Você se 
lembra, antes as duas fileiras tinham a mesma quantidade de fichas, o que você acha 
agora?” 
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26 
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TAMPINHAS AGRUPADAS 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Pergunta de quantidade: “Conte as vermelhas que sobraram com você”, ao 
mesmo tempo em que esconde as que têm na própria mão e pergunta: “Quantas eu 
tenho na mão? Como sabe?” 
 
3ª situação: Depois de reunir todas as fichas, o examinador coloca seis fichas 
azuis em círculo, procedendo daí em diante como nas situações anteriores e fazendo 
o mesmo tipo de pergunta. 
 
TAMPINHAS DISPOSTAS EM OUTRA CONFIGURAÇÃO 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
Acesso em: 25 ago. 2010. 
 
Procedimentos avaliativos 
1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente 4 ou 5 
anos) – Nível 1. 
Nas duas situações, a criança pode fazer uma contagem, uma correspondência 
termo a termo ou global ou qualquer disposição figural. Essas respostas são não 
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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conservativas. Poderá ou não resolver corretamente a questão da quantidade. 
 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
As coleções (primeira e segunda situações são constituídas por 
correspondência termo a termo de forma correta). As perguntas do examinador dão 
margem às seguintes condutas: 
a) resposta conservativa para uma situação e não para outra. 
b) vacilações no julgamento durante cada situação: “Tem mais azuis... não, 
vermelhas... não é igual?” 
Não justifica com argumentos claros e precisos as respostas de conservação. 
Resolve corretamente a questão da quantidade. 
 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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Nível 3. 
 
Condutas conservativas (esperadas desde aproximadamente 5 anos) – 
Quando a criança apresenta condutas conservativas, ela deverá justificar com 
um ou vários argumentos: 
a) de identidade – “tem a mesma coisa, você não tirou nem botou nada... 
você só apertou... você só afastou.” 
b) de reversibilidade – “se você botou as vermelhas do jeito do azul fica 
igual... se você encolher ou esticar de novo os azuis vai ficar igual de novo.” 
c) de compensação – “você fez mais comprido, mas as fichas estão mais 
longe umas das outras (ou estão mais perto).” 
 
Conservação das quantidades de líquidos 
 
Também conhecida como transvasamento, que é a passagem de líquidos de 
um recipiente para o outro. 
 
Material: 
- 2 vasos iguais A1 e A2; 
- 1 vaso mais fino e alto B; 
- 1 vaso mais largo e baixo C; 
- 4 vasinhos iguais D1, D2, D3, D4; 
- 2 copos contendo líquidos de cores diferentes. 
 
PEQUENOS VASOS UTILIZADOS NA CONSERVAÇÃO DAS QUANTIDADES 
DE LÍQUIDOS 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Desenvolvimento: 
1. O examinador faz a criança constatar que os dois recipientes (A1 e A2) 
são iguais. Despeja água em A1. Pede à criança que despeje água em A2 na mesma 
quantidade que está em A1. A seguir: “Se você beber o que está em A1 e eu o que está em 
A2, será que vamos beber a mesma quantidade?” 
 
VASOS PARA VERIFICAR QUANTIDADE DE LÍQUIDO 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
2. Primeiro transvasamento – Despeja-se a água de A1 no vidro B: “Será 
que agora vamos beber a mesma quantidade? Um tem mais que o outro? Um tem 
menos que o outro?” Pedir uma explicação: “Como sabe? Como descobriu? Pode me 
mostrar?” 
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PRIMEIRO TRANSVASAMENTO 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Contra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança 
afirmando sempre o contrário de sua resposta, como na primeira parte da prova. 
Retorno empírico: “Se eu puser o que está em B de volta no A1, será que vai 
ter a mesma coisa para beber?” Se a criança não acertar, fazer o retorno empírico, 
igualando A1 e A2. 
Segundo transvasamento: Despejar a água de A1 em C e proceder como no 
primeiro transvasamento quanto à contra-argumentação e ao retorno empírico. 
 
SEGUNDO TRANSVASAMENTO 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Terceiro transvasamento: Despejar o líquido de A1 em quatro vidrinhos e 
proceder como nos transvasamentos anteriores. 
 
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TERCEIRO TRANSVASAMENTO 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Procedimentos avaliativos: 
1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente cinco ou 
seis anos) – Nível 1. 
Em cada transvasamento a criança considera um dos vidros como tendo mais 
líquidos. Diante da contra-argumentação, mantém a resposta ou troca para outro 
vidro. O problema do retorno empírico pode ser resolvido corretamente ou não. 
 
2. Condutas intermediárias – julgamentos oscilando entre conservação e 
não conservação – Nível 2. 
No mesmo transvasamento, a criança julga as mesmas quantidades ora como 
iguais, ora como diferentes. Os julgamentos se alternam de um transvasamento para 
o outro, ora conservando, ora não conservando. Isto se deve à contra-argumentação. 
As justificativas são pouco claras e incompletas. O problema do retorno empírico é 
resolvido corretamente. 
 
3. Condutas conservativas (esperadas a partir de aproximadamente sete 
anos) – Nível 3. 
Para cada transvasamento, as quantidades de líquidos são consideradas 
iguais, sendo a criança capaz de dar uma ou mais justificativas. O julgamento de 
conservação é mantido apesar das contra-argumentações. 
 
 
 
 
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Conservação da quantidade de matéria (quantidade contínua) 
Material: 
Duas bolas de massa plástica de cores diferentes (diâmetro aproximado de 
Desenvolvimento: 
O examinador pede que a criança faça duas bolas que tenham a mesma 
quantidade de massa. “Se fossem bolinhos, e a gente pudesse comê-los, seria preciso 
que houvesse a mesma quantidade para comer. O que você deve fazer para ficarem 
iguais? Para uma não ter mais nem menos massa que a outra?” 
 
MASSAS DEVEM SER FEITAS EM TAMANHOS IGUAIS
 
rimeira transformação: transforma-se uma das bolas (a do examinador) em 
uma salsicha. “Será que agora tem a mesma quantidade de massa na bola e na 
salsicha ou tem mais na bola ou mais na salsicha? Como você sabe? Vocêpode me 
explicar? Você pode me mostrar isso?” 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Contra-argumentação: Mesmo procedimento das provas anteriores. 
Retorno empírico: Mesmo procedimento das provas anteriores. 
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Segunda transformação: transforma-se a mesma bola (do examinador) em uma 
bolacha e procede-se como na primeira transformação quanto à contra- 
argumentação, terminando com o retorno empírico. 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Terceira transformação: fragmenta-se a bola inicial em cinco pedacinhos e 
procede-se como nas outras transformações. 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Procedimentos avaliativos: 
1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente cinco ou 
seis anos) – Nível 1. 
Em cada transformação, uma das duas quantidades é julgada maior: “Tem mais 
na salsicha porque é mais comprida. Ou tem mais na bola porque é mais alta.” Ante 
as contra-argumentações do examinador, a criança ou mantém o seu julgamento, ou 
troca, de modo a que a outra quantidade seja maior. O retorno empírico pode ser 
resolvido corretamente ou não. 
 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
Os julgamentos das crianças oscilam entre conservação e não conservação, 
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aparecendo de diferentes maneiras: 
a) por uma mesma transformação, a criança julga alternadamente as 
quantidades como iguais e diferentes; 
b) por diversas transformações, os julgamentos se alternam ora
 de conservação ora de não conservação; 
c) a contra-argumentação do examinador provoca vacilação e alternância de 
julgamentos; 
d) as justificativas de conservação são pouco explícitas e incompletas. o 
problema do retorno empírico é resolvido corretamente. 
 
3. Condutas conservativas (esperadas aproximadamente a partir de sete 
anos) – Nível 3. 
Em todas as transformações, as quantidades são sempre julgadas iguais. A 
criança mantém o julgamento de conservação apesar da contra-argumentação do 
examinador. 
 
Conservação do comprimento 
 
– Material: 
Dois fios flexíveis (barbante ou lã) de comprimentos diferentes (cerca de 10 e 
15 centímetros). 
 
– Desenvolvimento: 
A criança é levada a constatar e a afirmar a desigualdade dos fios A e B e fazer 
o julgamento de que A é maior que B. Os fios podem ser comparados a estradas: 
“Este caminho A é do mesmo comprimento, mais comprido ou menos comprido que 
B?” 
 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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FIOS DE TAMANHOS DIFERENTES USADOS NO PROCEDIMENTO 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
 PRIMEIRA TRANSFORMAÇÃO 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
 SEGUNDA TRANSFORMAÇÃO
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao 
desenvolvimento, contra-argumentação, retorno empírico e procedimentos 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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avaliativos. 
 
Conservação de peso 
 
Material: 
Duas bolas de massa plástica de cores diferentes e uma balança com dois 
pratos. 
 
Desenvolvimento: 
O examinador verifica se a criança conhece as relações de peso indicadas pela 
balança, usando objetos diversos (pedra, apontador, bolas de massa, etc.). O 
examinador pede que a criança faça duas bolas que tenham o mesmo peso, para isso 
usando a balança. 
 
BALANÇA USADA PARA QUE A CRIANÇA MOSTRE AS RELAÇÕES DE 
PESO 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao 
desenvolvimento, contra-argumentação, retorno empírico e procedimentos 
avaliativos. 
 
Conservação do volume 
 
I. Material: 
Dois vidrinhos iguais com água até o mesmo nível, duas bolas de massa 
plástica. 
 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
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http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
Classes – mudança de critério (dicotomia) 
 
Nesta prova, são avaliados quais critérios a criança consegue perceber para 
separar as peças apresentadas (cor, tamanho, forma, etc.), sempre em dois grupos 
(dicotomia). 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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– Material: 
- 5 círculos vermelhos de 2,5 cm de diâmetro; 
- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro; 
- 5 círculos vermelhos de 5 cm de diâmetro; 
- 5 círculos azuis de 5 cm de diâmetro; 
- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado; 
- 5 quadrados azuis de 2,5 cm de lado; 
- 5 quadrados vermelhos de 5 cm de lado; 
- 5 quadrados azuis de 5 cm de lado; 
- 2 caixas planas de mais ou menos 4 a 5 cm de altura e uns 12 cm de lado. 
 
 
<99TTP://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
– Desenvolvimento: 
Primeira fase: O examinador coloca as fichas em desordens sobre a mesa e 
pede que a criança as descreva: “Você pode me dizer o que está vendo?” 
Segunda fase (classificação espontânea): “Você pode pôr juntas todas as 
fichas que combinam?” Após terminar perguntar à criança porque separou daquela 
forma. 
 
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
40 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Dicotomia: “Agora gostaria que você fizesse apenas dois grupos e os colocasse 
nessas duas caixas”. Após o término, perguntar por que executou daquela forma. 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Primeira mudança de critério: “Será que você poderia arrumar em dois grupos 
diferentes?” Se a criança repetir o primeiro critério, pedir para que crie uma nova forma 
de separação. Se for preciso, o examinador pode iniciar uma nova classificação para 
a criança continuar. 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
41 
www.soeducador.com.brSegunda mudança de critério: “Será que você ainda poderia separar de um 
modo diferente fazendo dois novos grupos?” 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
– Procedimentos avaliativos: 
1. Coleções figurais (esperadas desde quatro ou cinco anos) – Nível 1. 
As crianças arrumam as fichas, estruturando figuras de trens, casas, bonecos, 
etc. Podem também arrumar as fichas que tenham alguma semelhança, mudando 
sempre de critério e não utilizando todas. 
 
2. Início de classificação (esperadas aproximadamente a partir de cinco ou 
seis anos) – Nível 2. 
As crianças conseguem fazer pequenos grupos não figurais, segundo 
diferentes critérios, mas são coleções justapostas, sem ligação entre si. Num 
desenvolvimento maior, as crianças podem conseguir um começo de reagrupamento 
dos subgrupos em classes gerais, sem conseguirem uma antecipação de critérios. 
 
3. Dicotomia segundo os três critérios – Nível 3. 
As crianças iniciam a tarefa já antecipando as possibilidades, conseguem fazer 
e recapitular corretamente duas dicotomias sucessivas, segundo dois critérios, o 
terceiro critério só sendo descoberto com incitação do examinador. Num 
desenvolvimento maior, os três critérios são antecipados e utilizados 
espontaneamente. 
 
Quantificação da inclusão de classes 
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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Nesta prova, verificamos a capacidade da criança em perceber grupos (flores) 
e subgrupos (rosas e margaridas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
I– Material: 
Ramos de margarida e rosas. 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
II– Desenvolvimento: 
1. O examinador verifica se a criança conhece o nome das flores e se 
conhece o termo genérico “flores”. 
2. Perguntas: 
a) Neste ramo tem mais margaridas ou mais flores? Como é que você sabe? 
b) Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas e você vai fazer um ramo 
com todas as flores. Quem vai fazer o ramo maior? Como é que você sabe? 
 
III-Procedimentos avaliativos: 
1. Ausência de quantificação inclusiva (esperadas até aproximadamente 
cinco ou seis anos) – Nível 1. 
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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A criança faz sistematicamente a comparação das duas subclasses e responde 
então que há mais margaridas do que flores. Costuma errar sobre a subtração de 
subclasses. 
 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
Observa-se hesitação na resposta à pergunta 1. 
 
3. Existência da quantificação inclusiva (esperada aproximadamente a partir 
de sete ou oito anos) – Nível 3. 
A criança responde corretamente às perguntas. 
 
 
Intersecção de classes 
 
Nesta prova, verificamos a capacidade da criança em classificar e relacionar 
características semelhantes. 
 
II– Material: 
- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro. 
- 5 círculos vermelhos também de 2,5 cm de diâmetro. 
- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado. 
- 1 folha de cartolina ou papel E.V.A. com dois círculos em intersecção, 
sendo que um preto e outro amarelo. 
Observação: os cinco círculos devem poder entrar na intersecção. 
 
II– Desenvolvimento: 
1. O examinador dispõe as fichas nos círculos em intersecção. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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Pede-se para que a criança observe a disposição, descreva as fichas e 
pergunta: “Por que você acha que eu pus as redondas vermelhas no meio?” 
2. Perguntas feitas pelo examinador: 
a) “Há mais fichas vermelhas do que fichas azuis?” 
b) “Há mais fichas quadradas ou fichas redondas?” 
c) “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas redondas do que fichas 
vermelhas?” 
d) “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas quadradas do que vermelhas?” 
e) (Perguntas da intersecção) 
f) Após cada resposta da criança, o examinador diz: “Como é que você 
sabe?”, “Você pode me mostrar?” 
 
I – Procedimentos avaliativos (esperados aproximadamente desde 
quatro ou cinco anos) 
1. As perguntas feitas sobre classes separadas são respondidas com acerto. 
As de inclusão e intersecção não são compreendidas nessa faixa de idade. As 
perguntas suplementares também revelam erros. Nível 1. 
 
2. A partir de seis anos a criança faz acertos nas perguntas suplementares, 
mas hesita nas respostas de inclusão e intersecção, faz repetições e pode dar 
algumas respostas corretas. Nível 2. 
 
3. Crianças a partir de sete ou oito anos dão respostas corretas desde a 
primeira vez. Nível 3. 
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Seriação de bastonetes 
 
O conceito de seriação é importante para desenvolvimento de antecessor, 
sucessor. 
 
I – Material: 
Dez palitos com aproximadamente 1 cm de largura com uma diferença de 0,6 
mm de altura entre um e outro, sendo que o primeiro tem aproximadamente 11,5 cm. 
 
II– Desenvolvimento: 
O examinador dá à criança os dez bastonetes em desordem para que tome 
conhecimento do material. 
Seriação a descoberto: “Você vai fazer uma escadinha com todos esses 
pauzinhos, colocando-os em ordem do menor para o maior”. Se a criança não 
conseguir, o examinador pode, eventualmente, fazer a demonstração de uma série 
inicial com três pauzinhos. 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
Verificação da exclusão: se o sujeito acertar a seriação a descoberto, o 
examinador pode pedir que feche os olhos e, ao abri-los, descubra o local, a posição, 
em que estava o bastonete retirado pelo examinador da “escadinha” feita pelo sujeito. 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Seriação oculta atrás do anteparo: Se o sujeito acertou a seriação, pode-se 
fazer também de outra forma: “Agora sou eu quem vou fazer a escadinha atrás dessa 
papelão, você vai me dando os pauzinhos um a um e eu vou colocando aqui, na 
ordem. Registra-se a maneira de escolher e a ordem que foi dada ao examinador. 
 
III– Procedimentos avaliativos 
 
1. Ausência de seriação – Nível 1. 
O sujeito fracassa nas suas tentativas de ordenar. 
 
2. Ausência de séries (três a quatro anos). 
A criança não entende a proposta e coloca os bastões em qualquer ordem, 
justapondo-os. 
3. Esboço de séries (quatro ou cinco anos): a criança faz tentativas diversas; 
pares (grandes e pequeno), séries de três ou quatro bastões, mas não coordena as 
diferentes séries entre si, ou não consegue intercalar os outros. 
Faz uma escada sem considerar o tamanho dos bastões, mas só a arrumação 
da parte superior, imitando uma escadinha. 
 
4. Conduta intermediárias (aproximadamente cinco ou seis anos) – Nível 2. 
Em que o sujeito vai, por ensaio e erro, compondo a série; compara cada 
bastão com todos os demais até achar o que serve. É uma seriação intuitiva por 
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
47 
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regulações sucessivas. 
 
5. Êxito obtido por método operatório (aproximadamente seis ou sete anos) 
– Nível 3. 
O sujeito antecipa com facilidade a escada, fazendo metodicamente a sua 
construção, colocando primeiro os bastões menores e a seguir em graduação até o 
final. Neste nível faz a descoberta, atrás do anteparo, exclui ou inclui bastões e 
constrói espontaneamente a linha de base. 
 
 
Combinação de fichas duplas para pensamento formal 
 
Para verificar a capacidade de pensar logicamente sobre proposições abstratas 
e testar hipóteses sistematicamente. É aplicada a partir dos 11 anos. 
 
Material:Seis fichinhas de plástico ou cartolina de cores diferentes . 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Desenvolvimento: 
O examinador pede que o sujeito faça com as seis fichas o maior número 
possível de duplas, sem repetir. É preciso que se veja se o sujeito entendeu bem a 
atividade que irá fazer. É válido fazer a demonstração inicial com um par. O 
examinador deve observar e registrar o método de trabalho e quais critérios usou para 
chegar ao resultado, assim como todas as verbalizações. 
 
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Procedimentos avaliativos: 
1. Ausência de capacidade combinatória – Nível 1. 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
3. Condutas operatórias revelando capacidade combinatória – Nível 3. 
O sujeito antecipa a possibilidade combinatória, mediante um sistema completo 
e metódico, chegando a descobrir as 30 duplas. Além disso, deixa evidente um critério 
para estabelecer o total de combinações. 
 
 
Permutações com um conjunto determinado de fichas 
 
Para o pensamento formal. Aplicada a partir de 11 anos. 
Material: 
Fichinhas de cores diferentes 
Desenvolvimento: 
O examinador pede ao sujeito que faça o maior número de permutações com 
as fichas, usando sempre 4 fichas, em ordem diferente. Como na prova 11, verificar a 
compreensão do pedido e registrar o método de realização e todas as falas do sujeito. 
 
 
Procedimentos avaliativos: 
1. Ausência da capacidade de permuta – Nível 1. 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
3. Condutas de realizações de todas as permutações possíveis – Nível 3. 
 
O sujeito realiza permutações, antecipando as possibilidades de um processo 
sistemático, ordenado. Realiza de forma ordenada as permutações. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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Outro recurso utilizado para avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11 
anos são os blocos lógicos. Constitui-se de 48 peças, que combinam quatro atributos 
em cada uma sendo tamanho (grande e pequeno), espessura (grosso e fino), cor 
(vermelho, azul e amarelo) e forma (quadrado, círculo, retângulo e triângulo). 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Existem diversos jogos realizados com esse material, porém as formas mais 
comuns dentro da avaliação psicopedagógica são, em primeiro lugar, deixar a 
criança explorar o material de forma livre, criando casinhas e figuras diversas. Num 
segundo momento, pede-se à criança que separe as peças como achar melhor. 
Caso ela divida só por cores, por exemplo, perguntar se há outra forma de 
separação, e assim por diante até ela responder que não ou até completar todos os 
critérios. 
Como objetivos, temos a organização do pensamento, assimilação de 
conceitos básicos de cor, forma e tamanho, e realização de atividades mentais de 
seleção, comparação, classificação e ordenação. 
Outro instrumento é a Escala Cuisenaire. É constituída de barras de cores e 
tamanhos diferentes. A menor tem 1 centímetro e representa 1 unidade; a segunda 
tem 2 centímetros e representa o número 2 e assim por diante, até a maior, que tem 
10 centímetros e representa o número 10. As cores que correspondem a cada 
número são: madeira (1), vermelho (2), verde (3), lilás (4), 
amarelo (5), verde-escuro (6), preto (7), marrom (8), azul (9) e laranja (10). É 
utilizado com crianças de 3 a 11 anos, e, de acordo com cada idade, há um 
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
50 
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procedimento: brincar com as barras para construir objetos diversos, reconhecer as 
cores, comparar os tamanhos, associação de números, tamanhos e cores, realização 
de adição, subtração, divisão e multiplicação. Por meio dele conseguimos avaliar se 
a criança possui capacidade de generalizar, analisar, sintetizar, inferir, formular 
hipóteses, deduzir, refletir e argumentar. 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
O Material Dourado também permite trabalhar os conceitos e operações 
matemáticas no concreto, permitindo à criança a passagem para o pensamento 
abstrato. 
Sequências Lógicas de qualquer material e tema são sempre interessantes 
para o trabalho psicopedagógico. Existem as sequências simples, com apenas duas 
figuras e perguntamos à criança “o que vem antes e o que vem depois?”. Existem as 
sequências lógicas mais elaboradas, com três ou quatro figuras para compor a 
sequência. Pode-se aproveitar esta atividade para solicitar à criança que verbalize 
essa sequência, ou seja, que conte o que está acontecendo. Partindo daí podemos 
perceber se a criança tem uma postura descritiva, se ela cria história sobre a 
sequência ou se atém aos fatos de uma forma simples. 
Para aprofundar essas questões, temos o desenho livre com história, que pode 
ser aplicado em crianças e adolescentes de qualquer idade. É solicitado à criança que 
faça um desenho livre; quando o desenho ficar pronto, pedimos que conte uma 
história. Os dados que forem interessantes para a prática pedagógica devem ser 
explorados por meio de perguntas para complemento de informação. Podemos 
perceber, nesta atividade, questões psicológicas, conflitos emocionais, que não 
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Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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devem ser aprofundados caso não sejam pertinentes à área psicopedagógica, mas 
deve constar no encaminhamento ao psicólogo quando da entrega do informe 
psicopedagógico. 
Outro desenho que pode ser solicitado à criança ou ao adolescente é o Par 
Educativo, sistematizado por Malvina Oris e Pichona Ocampo. Solicitamos que a 
criança/adolescente desenhe uma pessoa que aprende e uma que ensina, sugere- se 
que ela formule uma história envolvendo esses dois personagens; pode ser oral ou 
por escrito. É possível interpretar como caminham essas relações entre professor e 
aluno, o papel vivido na escola, em turma, as rejeições às situações escolares, 
ameaça da figura do professor, entre outros. 
A Coleção Método Horizontes, do autor Neda Lian Branco Martins é um 
instrumento padronizado bastante completo para crianças de seis a oito anos. Tem 
como objetivo avaliar as seguintes características: motricidade fina, motricidade geral, 
motricidade especifica, nível de percepção e discriminação, universo conceitual e 
vivencial, equilíbrio estático e dinâmico, ritmo de trabalho, oscilação de sua atenção e 
concentração, universo vivencial, nível de independência, nível de linguagem 
semântica, fonológico, estrutural, domínio dos verbos e circunstâncias e 
conhecimentos das formas, reconhecimento das cores. Foi com base na aplicação 
desse material que o Informe Psicopedagógico de N. F. (Módulo III) foi elaborado, 
juntamente com a aplicação de desenho livre com história. 
Especificamente para os adolescentes temos os seguintes instrumentos: 
Entrevista livre – na qual o adolescente falará sobre o motivo que o levou até 
ali e depois discorrerá sobre os temas pertinentes ao atendimento psicopedagógico: 
seus conflitos, ambições, projetos, dúvidas, prazeres, etc. Tem como objetivo levantar 
dados do dia a dia do adolescente, seus comportamentos benéficos e atitudes que 
precisam ser modificadas. 
Desenho da figura humana – traz muito da configuração do adolescente, seu 
corpo, como se coloca socialmente, etc. Pode ser solicitado que escreva uma história 
sobre essa figura, trazendo mais informações que poderão ser úteis para o processo 
de avaliação. 
Desenho da família prospectiva e visão de futuro – são dois tipos de 
desenho que possuem objetivos semelhantes. No primeiro, queremos ver como o 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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adolescente se imagina, juntamentecom os membros de sua família, daqui a cinco ou 
dez anos. O segundo é o mesmo procedimento, porém sozinho, com suas conquistas, 
opções profissionais, etc. Tem como objetivo visualizar as aspirações do adolescente, 
e conflitos atuais sejam familiares ou intrínsecos. 
Técnica das frases incompletas (Boholavsky) – as frases podem sofrer 
variações de acordo com o que se quer perguntar. Consiste num excelente 
instrumento para se conhecer o jovem, bem como para seu próprio autoconhecimento. 
Segue modelo abaixo: 
 
Técnica das frases para completar 
1. Eu sempre gostei de... 
2. Me sinto bem quando... 
3. Se estudasse .........................seria... 
4. Às vezes acho melhor... 
5. Meus pais gostariam que eu... 
6. Me imagino no futuro fazendo... 
7. No Ensino Médio sempre... 
8. Quando criança queria... 
9. Quando penso no vestibular... 
10. Meus professores pensam que eu... 
11. No mundo em que vivemos, vale mais a pena... do que... 
12. Se não estudasse.................seria... 13. Prefiro..........................a... 
14. Comecei a pensar no futuro... 
15. Não consigo me ver fazendo... 
16. Quando penso na universidade... 
17. Minha família... 
18. Escolher sempre me fez... 
19. Uma pessoa que admiro muito é... por... 
20. Minha capacidade é... 
21. Meus colegas pensam que eu... 
22. Estou certo de que... 
23. Se eu fosse... poderia... 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
53 
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24. Sempre quis... , mas não poderei fazer... 
25. Quanto ao mercado de trabalho... 
26. O mais importante na vida... 
27. Tenho mais habilidade para... 
28. Quando criança meus pais queriam... 
29. Acho que poderei ser feliz se... 
30. Eu... 
 
 
Nome: Escolaridade: Data: 
 
 
Técnica do curtograma – uma técnica simples de autoconhecimento, que 
proporciona ao adolescente reconhecer seus gostos e interesses. Consiste em quatro 
quadrantes, cada qual com uma proposta: Gosto e faço; gosto e não faço; não gosto 
e faço; não gosto e não faço. Em cada um deles deve-se colocar três a cinco coisas 
que se encaixem na proposta: namoro, esporte, escola, lazer, etc. 
Técnica das colagens – de acordo com um tema dado pelo psicopedagogo, o 
adolescente deve realizar um quadro com colagens de revistas que se relacionem 
com o tema. O momento final, onde o adolescente tem que explicar porque relacionou 
as figuras com o tema é um momento rico em informações. Tudo deve ser levado em 
consideração: a escolha das imagens, se colorida ou preto e branco, se com objetos 
e/ou pessoas, etc. Essa colagem pode ser feita também em um papel grande em 
metro: pede-se para que o adolescente deite-se sobre o papel, passamos uma caneta 
em seu contorno e depois ele irá preencher esse contorno com colagens e desenhos. 
Facilita a formação e aceitação da nova imagem corporal e a organiza mentalmente. 
Avaliação do desempenho escolar – acompanhar o desempenho do aluno 
na sala de aula, as lições de casa, avaliações e trabalhos escolares. Levar em conta 
a aquisição de conteúdos, a compreensão de instruções orais e escritas, 
compreensão de textos, fundamentação de raciocínios e procedimentos, resolução 
das tarefas, tipo de erro, atitude frente ao erro, produções escritas e atitude frente à 
dúvida. (VINOCOUR apud OLIVEIRA e BOSSA, 1998). Após o diagnóstico, passar as 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
54 
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orientações necessárias para melhor desempenho, como vimos anteriormente. 
Sempre que for lidarmos com adolescentes, precisamos estar cientes de todas 
as características dessa fase, que se caracteriza por uma verdadeira transformação 
biopsicossocial. Não conseguiremos realizar uma abordagem realmente eficiente se 
deixarmos de lado questões como sexualidade, autoestima devido às mudanças 
corporais, a importância de pertencer a um grupo, as testagens que realiza com os 
adultos em busca de sua própria identidade. 
 
TRANSTORNO, DISTÚRBIO, DIFICULDADE OU DOENÇA? 
 
 
Transtornos mentais são concebidos como síndromes, padrões 
comportamentais ou psicológicos clinicamente importantes que ocorrem num 
indivíduo e estão associados a sofrimento ou incapacitação, ou com um risco 
significativamente aumentado de sofrimento, morte, dor, deficiência ou perda 
importante da liberdade. 
A distinção feita entre os termos dificuldades e distúrbios está baseada na 
concepção de que o termo “dificuldade” está mais relacionado a problemas de ordem 
psicopedagógica e/ou socioculturais; ou seja, o problema não está centrado apenas 
no aluno, sendo que essa visão é mais frequentemente utilizada em uma perspectiva 
preventiva. 
Por outro lado, o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na medida em 
que sugere a existência de comprometimento neurológico, sendo mais utilizado pela 
perspectiva clínica ou remediativa. 
Doença é um processo negativo de adaptação da pessoa ao meio ambiente 
manifestado pela preponderância dos fatores desfavoráveis em interação com os 
mecanismos de defesa do organismo. 
 
RECURSOS PSICOPEDAGÓGICOS E AMBIENTE DE TRABALHO 
 
 
Quando se trabalha com crianças, faz-se necessário um local adequado com 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
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recursos diversificados para que a criança se utilize deles para melhor se comunicar. 
Os recursos mais adequados para se obter uma situação lúdica – ou seja, uma 
situação onde, por meio do brincar, a criança se comunica e entra em contato com 
seus conflitos, medos, angústias e dificuldades – são os jogos. A utilização adequada 
de jogos e brincadeiras existentes na mídia, tanto impressa quanto televisiva, nas 
papelarias, lojas, internet, enfim, qualquer recurso lúdico, quando bem utilizado e com 
o enfoque adequado para a faixa etária, trazem inúmeros resultados benéficos. 
Para isso, o psicopedagogo deve ter uma boa noção das fases de 
desenvolvimento humano, suas mudanças físicas e emocionais; além de conhecer a 
cultura de seu cliente, o que influenciará em seus gostos e interesses, como também 
na faixa econômica que essa família se encontra, pois se for apresentados recursos 
muito elaborados, a criança poderá ficar deslumbrada com o recurso, não o utilizando 
da forma correta e sendo um recurso inútil para o quê se propôs. 
Por esse motivo, é necessário que haja um equilíbrio na aquisição de materiais 
escolares dentro do consultório: lápis de cor e preto, cola, tesoura, apontador, 
borracha, devem ser materiais simples, para que a criança não se disperse e faça do 
recurso um brinquedo (WEISS, 1999). 
Atualmente, um obstáculo que tem chegado aos consultórios é a dificuldade de 
a criança criar. Mas, se observarmos à nossa volta, as crianças de hoje tem tudo 
pronto, não precisam imaginar. Para trabalhar essa capacidade da criança de “viajar”, 
um dos recursos são os jogos confeccionados com sucata e o livre uso desse material 
pela criança para criações diversas. E também os contos de fada: Chapeuzinho 
Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela, O Gato de Botas, Alladin, Ali-
Babá e os Quarenta Ladrões, Os Três Porquinhos, histórias que as crianças da 
atualidade muitas vezes não sabem contar. Além da questão da criatividade, podem-
se trabalhar também os valores morais por meio dessas histórias, o reconto e a 
dramatização com fantoches ou fantasias, entre outros. 
 
OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS 
 
 Veja um exemplo de questionário para os registros das sessões relativo às 
atividades lúdicas. 
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 
 
56 
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Paciente: Data: 
 
1. A escolha do material e da brincadeira (atividade) 
 
- Atividade e material que repetem a situação escolar, sem criatividade: 
ler livros, desenhar ou escrever algo, repetir dobraduras que aprendeu na escola, 
recortar e colar como pesquisa escolar, escrever contas automaticamente, etc.

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