Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 2 www.soeducador.com.br Sumário DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO ..................................................................................... 3 PRIMEIRO CONTATO (AGENDAMENTO) ............................................................................... 4 ANAMNESE ................................................................................................................................ 6 DEVOLUTIVA E ENCAMINHAMENTO ................................................................................... 12 INFORME PSICOPEDAGÓGICO ............................................................................................ 16 Informe Psicopedagógico ......................................................................................................... 21 PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO ........................................................................ 24 TRANSTORNO, DISTÚRBIO, DIFICULDADE OU DOENÇA? ............................................... 54 RECURSOS PSICOPEDAGÓGICOS E AMBIENTE DE TRABALHO ................................... 54 OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS ................................................. 55 Pauta de observação de sala de aula ...................................................................................... 58 Avaliação comportamental ....................................................................................................... 62 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 71 Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 3 www.soeducador.com.br DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO O diagnóstico psicopedagógico é o ponto de partida do trabalho do psicopedagogo. Por isso, precisa ser realizado de maneira séria e atenta aos detalhes de todo o processo, desde o primeiro contato telefônico até a devolutiva, ou seja, a divulgação do diagnóstico. Segundo Weiss (1994), para que tenhamos uma visão global do cliente durante a abordagem do fracasso escolar, precisamos levar em consideração os seguintes aspectos: 1. Aspectos orgânicos – são os relacionados à estrutura biofisiológica do sujeito que aprende. Quaisquer alterações nessas estruturas irão prejudicar o acesso ao conhecimento. Atentar também para o fato de que, na maioria das vezes, crianças portadoras de alterações orgânicas recebem uma educação diferenciada por parte da família, podendo ocasionar problemas emocionais em diversos níveis, gerando dificuldades na aprendizagem escolar. Aspectos cognitivos – são os ligados basicamente ao desenvolvimento e funcionamento das estruturas cerebrais que permitem a aprendizagem, entre eles a memória, atenção, antecipação, entre outros. 2. Aspectos emocionais – são os aspectos ligados ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a construção do conhecimento e a expressão deste por meio da produção escolar (WEISS, 1994, p. 23). Isto porque o não aprender pode ter uma relação com um problema familiar, por exemplo, num caso de não conseguir bom desempenho em matemática a partir da separação dos pais e a constituição de novas famílias (não consegue dividir, subtrair, somar, multiplicar porque isto remete às novas organizações familiares). 3. Aspectos sociais – como o próprio nome diz, trata-se de tudo o que interfere socialmente naquela família, como a sua cultura, sua situação econômica, entre outros. 4. Aspectos pedagógicos – são os aspectos ligados à metodologia de ensino, à avaliação, à dosagem de informações, à estruturação das turmas, enfim, à organização geral da escola, que influem diretamente na qualidade de ensino e interferem no processo de ensino-aprendizagem (WEISS, 1994, p. 24). Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 4 www.soeducador.com.br Diante desses aspectos, é importante lembrar que o bom diagnóstico psicopedagógico não é medido pela quantidade de instrumentos utilizados, mas, sim, que os instrumentos utilizados sejam capazes de auxiliar no entendimento do funcionamento desses cinco aspectos do cliente em questão. PRIMEIRO CONTATO (AGENDAMENTO) O primeiro contato telefônico para agendamento de uma consulta com o profissional de psicopedagogia deve ser cercado de alguns cuidados, pois é o primeiro movimento da família em busca de uma mudança. É o reconhecimento de que algo não vai bem, e aceitar isso muitas vezes é difícil para toda a família ou para alguns dos membros. Quando há uma secretária/recepcionista para realizar esse agendamento, é necessário que o profissional a instrua sobre como agir nessas situações. Deve ser simpática e reservada ao mesmo tempo; explicar de forma sucinta e clara as informações pertinentes, como horários de atendimento, duração das sessões, valores e o que mais for solicitado pelo cliente, porém, algumas questões serão respondidas apenas pelo profissional. Caso seja o próprio psicopedagogo a receber os contatos telefônicos, além dessas informações, pode-se passar também a forma de trabalho. É importante que se tire as dúvidas, mas que não deixe o futuro cliente se alongar neste contato, deixando para o momento da entrevista inicial os detalhes sobre a queixa. Podemos perceber o nível de ansiedade se há pedidos de urgência, número exagerado de sessões ou horários inadequados. QUEIXA Quando recebemos os responsáveis pela criança no consultório, existe uma ansiedade, algumas vezes até do próprio profissional, que precisa ser controlada para não afetar o encontro. Como exemplo, os responsáveis podem chegar muito antes do horário combinado, podem começar a falar e não parar mais, ou apenas se deter em Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 5 www.soeducador.com.br responder as questões realizadas pelo profissional. O ideal, nesses momentos, é receber os responsáveis de forma cordial, mostrando-lhes o espaço do consultório, falando um pouco sobre sua experiência e perguntando-lhes em que pode ajudá-los. Aí se evidencia a queixa explícita, que pode ser uma para a mãe, outra para o pai e outra para a criança; pode ser uma para os pais e outra para a criança, ou ainda, pode ser a mesma para todos, mas não a queixa verdadeira, a qual chamamos de implícita, e só irá aparecer no decorrer das sessões, quando os envolvidos criarem mais confiança no psicopedagogo. Este primeiro momento com os responsáveis é importante para avaliarmos se o casal comparece, se somente um deles, ou ainda se levam a criança junto. Há autores que defendem que este primeiro atendimento seja com a presença da criança, outros, que seja somente para os responsáveis. Porém, a vivência de consultório possibilita viver as duas situações e, na segunda, os pais se sentem mais tranquilos para responder às questões, costumam reconhecer erros na criação dos filhos, mostram-se frágeis diante de alguns assuntos, além de que, com a presença da criança, os responsáveis não conseguirem dar atenção devida ao profissional, pois ficam preocupados com a criança na recepção, e logo querem ir embora, marcando outro momento no qual possam comparecer sozinhos, ou ainda, se a criança está dentro do consultório, realizando alguma atividade, costumam falar por gestos, ou realizar ligações telefônicas posteriormente para complementar dados que no consultório não quiseram dizer pela presença da criança/adolescente. São muito úteis todas essas percepções, pois nestes casos percebemos que não há um diálogo livre entre os membros da família, o tipo de vínculo entre o casal, e mãe/filho, pai/filho. Muitas vezes, um dos pais sempre se nega a ir; é importante que ambos compareçam num determinado momento, mesmo que na devolutiva, para que as orientações sejam executadas pelo casal e todos “falem a mesma língua” dentro de casa. Quando marcam outrohorário, podem desmarcar por causa de algum imprevisto. Cabe ao profissional registrar essas situações para serem retomadas num período oportuno, pois caracterizam resistência ao acompanhamento. Ainda neste momento com os responsáveis, após a explicitação da queixa, é importante que haja uma entrevista semiestruturada, ou seja, que os pais tragam para Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 6 www.soeducador.com.br a sessão o que julgarem importante para eles. Às vezes, faz-se necessária mais de uma sessão para este momento. O psicopedagogo vai colocando algumas perguntas ocasionalmente, quando houver término do assunto ou quando os responsáveis solicitarem essa intervenção (daí o nome da entrevista ser semiestruturada). Quando essa etapa for totalmente esgotada, então parte-se para a anamnese, que é uma entrevista estruturada. Porém, pode acontecer dos responsáveis “travarem” no primeiro encontro, ou serem muito fechados. Para não haver constrangimento, nesses casos, inicia-se com a anamnese e, quando os pais se sentirem à vontade, vão adicionando mais informações. ANAMNESE A anamnese é uma entrevista estruturada que contém dados da história do cliente desde sua concepção até os dias atuais. Existem diversos modelos de anamnese, mas a melhor é aquela que é adaptada pelo próprio psicopedagogo para seu uso clínico após pesquisar vários modelos. É importante que não seja maçante, em forma de questionário, mas que ofereça as informações necessárias para o seu trabalho, principalmente num caso de avaliação psicopedagógica, na qual existem prazos para a execução e devolutiva (normalmente, de oito a dez sessões) e propicie aos responsáveis uma oportunidade de falar sobre os problemas e dificuldades que estão enfrentando. Muitas vezes, ao final da entrevista inicial e anamnese, o psicopedagogo já percebe que a queixa é outra. É importante conversar com os pais sobre isso, pois já se inicia um processo de mudança neles próprios como também do planejamento da atuação do psicopedagogo junto da criança. No momento da anamnese, são enfatizadas situações em detrimento de outras; é importante que o psicopedagogo esteja atento a essas ênfases e perceba, a todo o momento, sua postura, se está sendo acolhedor, fazendo com que os pais possam ser espontâneos e diminuírem suas defesas. O modelo a seguir é uma adaptação do citado por Weiss (1994) e utilizado para entrevistas iniciais com os pais ou responsáveis e posterior planejamento das estratégias para atendimento ao cliente. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 7 www.soeducador.com.br ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA Data: ___/___/_____ Dados pessoais (ideal que sejam recolhidos no contato telefônico) Nome do responsável:_________________________________________________ Telefones de contato: _________________________________________________ Nome do paciente: ___________________________________________________ Idade: ______________________ Data de Nascimento: ______________________ Escolaridade: ________________________________________________________ Escola: _____________________________________________________________ Quem solicitou a avaliação: _____________________________________________ Por qual razão a fez (queixa): ___________________________________________ Quem indicou o profissional:_____________________________________________ Está em atendimento com outros profissionais? _____________________________ Se sim, quais? _______________________________________________________ O paciente concorda em fazer a avaliação? ________________________________ Valores da sessão e duração: ___________________________________________ Agendamento e prazo para desistência:____________________________________ a. História das primeiras aprendizagens não escolares: (abrange todo o desenvolvimento infantil; muitas vezes os pais têm dificuldade de lembrar com quantos anos estava a criança nessas ocasiões; é importante deixá- los à vontade e, caso não se lembrem, perguntar se foi normal, como as crianças da mesma idade na época ou se foi tardio ou precoce). a) Uso da mamadeira. b) Uso da colher. c) Uso da canequinha. d) Engatinhar. e) Andar. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 8 www.soeducador.com.br f) Andar de velocípede. g) Controle dos esfíncteres. h) Aquisição da fala. i) Outros. (deve-se acrescentar o que mais surgir de importante no que diz respeito às aprendizagens: se elas foram estimuladas pela família, se ocorreram naturalmente ou tiveram um forte nível de exigência). escolares: a) Adaptação à escola. b) Idade de ingresso. c) Alfabetização. d) Mudança de escola. e) Aulas extras. f) Outros. b. Evolução geral a) Desenvolvimento físico. b) Aquisição de hábitos (da casa e da família). c) Interiorização de normas (da família e da escola). d) Alimentação (come bem?, tem restrições?, gosta de beliscar?). e) Sono (normal ou agitado? Tem sono fora de hora?). f) Sexualidade (demonstra curiosidade? Já perguntou?). g) Ocorreram problemas neurológicos ou acidentes? h) Houve defasagens significativas? (de qualquer ordem). i) Foi estimulado a novas aprendizagens? (situação socioeconômica). j) Foi desejado? k) Como se deu a gravidez? l) Outros. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 9 www.soeducador.com.br c. História clínica (problemas de saúde em geral, acompanhamentos com especialistas, cirurgias, internações, atitude da família). d. História da família nuclear a) Fatos marcantes dos pais e irmãos antes, durante e depois da entrada do paciente na família. b) As famílias provenientes dos novos casamentos dos pais (perspectiva socioeconômica e cultural). c) Alterações familiares (nascimento de irmãos, mudanças, mortes, desemprego, separações). d) Houve, para a criança, oportunidade de elaborar a perda? (Se a perda ocorrida estava ligada a um castigo prometido e eventualmente acontecido – por exemplo, “o papai vai embora para sempre se você não se comportar”; ou se estava relacionada com a vontade de conhecer, curiosidade sobre os fatos). e. História da família ampliada (relações com familiares paternos e maternos, como tios, primos e avós). 6.4 CONTRATO E SESSÕES DE AVALIAÇÃO Mesmo que os dados solicitados no primeiro contato telefônico sejam informados pelo psicopedagogo, é imprescindível que o mesmo retome esses dados para que seja firmado o contrato de trabalho. Os itens necessários para esse contrato constam na primeira parte da anamnese sugerida. Nesse momento, o psicopedagogo já sabe se pode atender esse caso ou não, o valor das sessões a serem cobradas, se concederá ou não desconto, a duração das sessões, os horários disponíveis para Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 10 www.soeducador.com.br atendimento e os prazos para desmarcar as sessões em caso de imprevistos. Não há necessidade de contrato em papel, mas caso queira realizar, também é possível. O não cumprimento do contrato por parte dos clientes também é terapêutico, pois conseguimos ver, por meio dessas atitudes, outras que são tomadas no dia a dia do indivíduo, trazendo outras dificuldades. Também é importante sempre passar o feedback dessas situações, para que sejam ocasionados momentos de reflexão. Os pais, às vezes, apresentam alguma decepção quando falamos do período de avaliação diagnóstica. Eles querem que imediatamente olhemos para seus filhos e digamos o que os impede de aprender. Para aliviar essa ansiedade é necessário que o psicopedagogo diga a eles que o processo de avaliação é terapêutico, ou seja, durante esse processo, mesmo sem saber o que a criança ou adolescente tem como dificuldade de aprendizagem, algumas posturas serão modificadas, pois a criança ou adolescente vê queseus pais estão preocupados com essa dificuldade e enxergam uma possibilidade de sanar ou amenizar seus problemas. FIGURA – Processo de Avaliação. FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/fotosdoacre/>. Acesso em: 25 ago. 2010. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 11 www.soeducador.com.br Da mesma forma, o contrato deverá ser elaborado com a criança no primeiro dia de atendimento. Após recebê-la de forma afetuosa, pergunte se sabe por que está ali. Normalmente elas sabem, pois os pais já foram orientados a dizer, mas querem ouvir a versão do terapeuta; outras vezes, os pais não dizem o porquê de a criança estar indo ao consultório, falam que vão brincar um pouco. Independente se houve ou não informação, o terapeuta deve perguntar à criança ou adolescente porque ele acha que está ali. Esta é a queixa proveniente do cliente. Após esse momento, devem ser colocadas as informações pertinentes à criança ou adolescente no que se refere ao contrato realizado com a família (horários, duração da sessão) e também as regras para as sessões, ou seja, como será a forma de trabalho, se o psicopedagogo sempre dirá o que deve ser feito (período de avaliação) ou se existem momentos nos quais o cliente poderá escolher (acompanhamento psicopedagógico), quais os objetivos e a importância de sua colaboração no processo. FIGURA – Contrato. FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/ana_cotta/>. Acesso em: 25 ago. 2010. As primeiras sessões são muito importantes para a criação do vínculo entre Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 12 www.soeducador.com.br psicopedagogo e cliente, pois é preciso que este veja o adulto como alguém que poderá ajudá-lo em suas dificuldades. Uma forma de facilitar o processo é utilizar uma linguagem próxima da faixa etária, no que diz respeito à temática e ao vocabulário. Dessa forma, o atendimento flui de forma gostosa e os resultados aparecem rapidamente. Caso haja resistência, verifique junto ao cliente o que ele estaria fazendo neste horário caso não tivesse que ir à sessão. Às vezes, descobrimos que a família está utilizando o recurso psicopedagógico de forma punitiva, tirando a criança de uma aula de esporte a qual ela gostava, por exemplo. Faz-se necessário, diante de situações como essa, reunir os pais e a criança para que seja discutida essa atitude e novas opções de horário colocadas à disposição. Após as sessões com a criança, segundo Weiss (1994), temos como chegar ao “Modelo de Aprendizagem”: Entendo como Modelo de Aprendizagem o conjunto dinâmico que estrutura os conhecimentos que o sujeito já possui, os estilos usados nessa aprendizagem, o ritmo e áreas de expressão da conduta, a mobilidade e o funcionamento cognitivo, os hábitos adquiridos, as motivações presentes, as ansiedades, defesas e conflitos em relação ao aprender, as relações vinculares com o conhecimento em geral e com os objetos de conhecimento escolar, em particular, e o significado da aprendizagem escolar para o sujeito, sua família e a escola. Quando o terapeuta consegue chegar ao esboço do Modelo de Aprendizagem do sujeito, ele já atingiu um nível de integração dos dados obtidos que lhe permite refletir e levantar hipóteses sobre a causalidade do problema de aprendizagem e/ou fracasso escolar e traçar direções do que fazer para mudar a problemática existente, sempre considerando os diferentes níveis de orientação à escola, à família, e de tratamentos especializados (psicopedagógicos ou outros). Dessa integração de dados é que surge o Prognóstico e o conteúdo para a entrevista de Devolução. DEVOLUTIVA E ENCAMINHAMENTO Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 13 www.soeducador.com.br A devolutiva é o momento onde tudo o que se foi recebido do cliente e de seus responsáveis é “devolvido” em forma de diagnósticos e/ou orientações. Caso a escola seja a solicitante da queixa, é importante que o psicopedagogo faça uma visita no início da avaliação e após a sua realização para levar os resultados ao conhecimento de quem for de direito (professores, coordenação e direção). Neste momento, é importante ter cuidado com o sigilo ético, levando informações necessárias ao bom desenvolvimento escolar do cliente e desprezando os fatos íntimos, que podem “vazar” dentro de uma instituição escolar, trazendo constrangimentos ao cliente. Esses dados só serão passados aos pais do cliente se este autorizar. Por isso é tão importante a devolutiva com a criança, que deve ocorrer antes das realizadas à família e à escola. Imagine a criança ao passar por um atendimento psicopedagógico, quantas coisas não passam por sua cabeça: os momentos frustrantes, nos quais não conseguiu realizar uma atividade ou completá-la; os momentos em que ganhou jogos e que foram divertidos realizá-los. Tudo isso confunde a cabeça da criança, que passa por um conflito: se eu continuar vindo aqui será sinal de que não sou inteligente; porém, se eu deixar de vir aqui, vou ficar triste, porque gosto deste momento. FIGURA – Pensamento. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 14 www.soeducador.com.br FONTE: Disponível em: < http://www.flickr.com/photos/marlisee/>. Acesso em: 25 ago. 2010. Por isso, é muito importante que o contrato sempre seja retomado quando necessário. Deixar claro que o cliente está ali de passagem dure quanto tempo for necessário. É importante também passar aos pais os momentos de descontração da criança dentro do consultório, pois muitas vezes, devido ao excesso de trabalho que ocasiona falta de tempo junto dos filhos, os pais não sabem ao certo do que eles gostam. A reprodução destes momentos em família faz com que os clientes não se vinculem mais do que o necessário para a efetivação do acompanhamento. No momento da devolutiva à criança é importante que se diga seu diagnóstico com cuidado, utilizando palavras que ela entenda, passando orientações quanto ao seu prognóstico, ou seja, o que ela será ou não capaz de realizar se tomar algumas medidas (acompanhamentos com outros profissionais, como fonoaudiólogo ou psicólogo, por exemplo). Explica-se que tudo o que se está dizendo a ela agora será dito aos seus pais, se tem alguma restrição. Em caso afirmativo, escuta-se o que a criança ou adolescente não quer que conte. Se for algo irrelevante, concorda-se; se for algo importante para a continuidade do acompanhamento e melhora no desenvolvimento da criança, tentar convencê-la da importância de contar o fato. Colocar opções caso haja resistência, por exemplo: se quer contar primeiro em casa, Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 15 www.soeducador.com.br num momento oportuno, se quer estar presente no dia da devolutiva, ou se quer que o profissional diga como irá contar aos pais. Ainda segundo Weiss (1994, p. 133-4), existem diferentes formas de se fazer a devolução: No consultório: Inicialmente só o paciente e depois os pais: comumente ocorre com os adolescentes, que desejam discutir seu próprio caso sozinhos e depois que se converse com os pais; Inicialmente só o paciente e depois novamente o paciente junto com os pais; A entrevista transcorre desde o início com o paciente e seus pais; No caso de pais separados, as situações variam de acordo com o nível de entendimento ou conflito deles e a existência ou não de novo companheiros que estejam envolvidos com o paciente. Na escola: Somente com o elemento da equipe escolar; Com o paciente e o elemento da equipe escolar; Com o paciente, seus pais e o elemento da equipe escolar; Com os pais e o elemento da equipe escolar. Em acompanhamentos mais longos, há a necessidade de devolutivas parciais para passar informações aos pais proporcionando mudanças efetivas e imediatas para o bom andamento do processo e também para tirar algumas dúvidasque porventura tenham surgido nesse espaço de tempo. Mas tanto as devolutivas parciais quanto as finais obedecem ao seguinte esquema: 1. Retomada da queixa – inicia-se esse momento, também carregado de expectativa e ansiedade, pela retomada da queixa (explícita na entrevista, e a implícita, que se aflorou no decorrer do processo; se houve divergências entre as queixas, etc.). 2. Retomada do processo – o psicopedagogo retoma o processo desde o início, falando sobre suas impressões de como a família chegou ao consultório, as Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 16 www.soeducador.com.br técnicas utilizadas no atendimento à criança, se houve ou não cumprimento do contrato, entre outros. 3. Pontos positivos do paciente – aqui são retomados todos os êxitos do paciente, suas conquistas, o que foi melhorado e/ou superado. 4. Pontos a serem trabalhados – são passadas as orientações e recomendações gerais à família e à escola. 5. Encaminhamentos – por fim, realizam-se encaminhamentos quando necessários para profissionais de saúde, educação, esporte, enfim, o que for necessário para a criança melhorar seu desenvolvimento global. Após o encaminhamento, quando solicitado pela família o nome de profissionais para indicação, é importante levar em conta a situação econômica da família para que se faça o encaminhamento para profissionais particulares ou de órgãos públicos. Ter esse conhecimento aumenta as possibilidades do encaminhamento realmente se efetivar. Outro cuidado é com o número de profissionais envolvidos no encaminhamento, o que pode levar a uma sobrecarga de atendimentos que nem sempre trarão resultados à criança. Primar pelos mais emergenciais para que, quando sanados alguns problemas, possam ser trabalhados outros. INFORME PSICOPEDAGÓGICO O informe psicopedagógico é o documento que o psicopedagogo elabora ao término da avaliação ou de um acompanhamento psicopedagógico. Por meio dele é possível passar informações sobre o processo que foi realizado com o cliente, encaminhamentos para profissionais e orientações à escola e aos pais. Caso haja necessidade, fazer dois tipos de informe: um mais completo para os pais e outro somente com as informações pertinentes à escola ou outro órgão solicitante. O informe é importante também para sistematizar o trabalho do psicopedagogo, além de facilitar o planejamento das sessões subsequentes. Segue o modelo de informe com dados de um estudo de caso pautado em observações e seu respectivo programa de trabalho, ou seja, planejamento das sessões. Na sequência, temos outro Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 17 www.soeducador.com.br informe, este já baseado numa avaliação psicopedagógica realizada em consultório, na qual a solicitante foi a escola. FIGURA– Trabalho do Psicopedagogo. http://www.flickr.com/photos/fotosdoacre. Informe Psicopedagógico I. Dados Pessoais Nome: G.B. Sexo: feminino Data de nascimento: 15/07/1987 Idade na avaliação: 12 anos Escolaridade: 6ª série (atual 7º ano) de escola pública II. Motivo da avaliação – Encaminhamento Constantes encaminhamentos para reforço pedagógico em sua vida escolar. III. Período de Avaliação Foram observados os cadernos de 1999 e o seu comportamento em casa e em sala de aula no primeiro bimestre de 2000. IV. Instrumentos Utilizados Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 18 www.soeducador.com.br 1. Observação de cadernos; 2. Observação na escola; 3. Observação em casa. V. Análise dos resultados na diferentes áreas 1. Na pasta plástica que encapa o caderno há um adesivo que apresenta números e a palavra “difícil” (referência à matemática). Caderno bem cuidado, apresentando desenhos, mudança de cores de caneta, adesivos. Erros ortográficos: omissão de acentos; troca, omissão e adição de letras (exemplos: “esprosão” – explosão; “gradora” – geradora; “...cada aveis se espande porc causa da esplosão” – ...cada vez se expande por causa da explosão). Não usa borracha, apenas corretivo e em algumas situações esquece-se de completar a palavra. Repassa as palavras escritas com a própria caneta ou escreve à caneta por cima de uma palavra escrita a lápis (principalmente na correção de questionários e exercícios). Quando não pula a linha entre as respostas de um questionário, passa um traço à caneta, separando duas respostas. Anota os recados passados pela professora como datas de entrega de trabalhos, páginas de textos a serem lidos, entre outros. Letra de adulto no caderno de ciências (definição de agricultura orgânica). Questionários incompletos, assim como textos copiados da lousa. Devido a isso, deixa espaços em branco no caderno, mas algumas vezes não os preenche, outras vezes falta ou sobra espaço. Em alguns trechos, falta de pressão no lápis. Lição de casa sem fazer, principalmente em português e ciências. Desorganização: matéria de português na primeira folha do caderno de matemática; contas efetuadas em espaços muito pequenos, fazendo com que os resultados sejam alterados. Presença de vistos e correções de professores. Cola outras folhas por cima de erros ou desenhos que não tenha gostado do Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 19 www.soeducador.com.br resultado. Não usa régua. Repetição de frases e incoerência em outras (principalmente em redação). Dificuldade em interpretação de texto. Em geometria, os desenhos são borrados pelo uso da caneta, do corretivo ou da borracha: falta de material adequado, gerando falta de exatidão nos desenhos. 2. Em sala, copia lição e depois conversa. Brinca com colegas, mas não fala alto. Às vezes escreve e fala ao mesmo tempo. Reclama que não consegue enxergar quando bate claridade na lousa e pega caderno do amigo. Senta nas primeiras carteiras e se está do lado esquerdo da sala e a lição está do lado direito, muda de carteira para copiar e depois volta para o lugar anterior. Erra muito e tem a letra feia quando copia rápido. Por isso, esse ano, passa a limpo as lições porque tem fichário. Durante a aula, pergunta como se escreve as palavras (exemplos: “pessoas é com s ou ç?”, “cozinha é com s ou z?”. No recreio, fica com amigas sentada conversando. Não leva nem compra lanche. Caso ofereçam, não pega. A relação com os professores e funcionários é boa e quando é chamada a atenção, obedece. 3. Em casa não tem hora fixa para fazer lição devido a atividades extras: teatro e artesanato (oficinas municipais); inglês (particular) e catequese (igreja católica). (Essas atividades não foram observadas). Quando a mãe sai, G.B. cuida dos irmãos mais novos (menina de sete anos e menino de nove anos). Diz que os irmãos obedecem e não dão trabalho, pois ficam no computador brincando. VI. Hipótese Diagnóstica De acordo com o processo de investigação da aluna, por meio da observação de seu material didático, seu desempenho escolar e sua rotina familiar e social, é possível que haja defasagem ortográfica e dificuldade visual. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 20 www.soeducador.com.br VII. Encaminhamentos e orientações Encaminha-se ao oftalmologista para comprovar ou descartar o problema visual e ao psicopedagogo para desenvolvimento de programa para sanar a defasagem ortográfica. VIII. Prognóstico Após a realização e efetivação dos encaminhamentos e procedimentos propostos, é possível que G. B. tenha um aumento de sua autoestima, facilitando o processo de autonomia e autoconfiança, hoje em estágio aquém do esperado para sua idade. Programa Psicopedagógico Objetivo terminal: a criança deverá desenvolver a ortografia corretamente. I. Objetivo intermediário: a criança deverá ser capaz de perceber a omissão, adição e as trocas de letras. Atividade 1: Apresenta-se à criança exercíciosde discriminação visual nos quais ela irá perceber quais as figuras são idênticas de acordo com formas, comprimentos, quantidades, tamanhos, orientações e situações. Material utilizado: folhas com exercícios, lápis, borracha e lápis de cor. Atividade 2: Jogo “Palavra Cruzada” ou revistas que contenham passatempos diversos. Material utilizado: próprios jogos ou revistas, papel, lápis e borracha. Atividade 3: Pede-se à criança que escreva um texto referente a uma gravura de uma revista à sua escolha. Material utilizado: papel, lápis, borracha e revistas diversas. II. Objetivo Intermediário: a criança deverá desenvolver a acentuação gráfica das palavras de forma correta. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 21 www.soeducador.com.br - Atividade 1: apresenta-se à criança uma história breve, onde todas as palavras estão sem acentuação. Em seguida, a criança lerá a história em voz alta e será observado se ela lê as palavras acentuando-as ou conforme foram apresentadas. Material utilizado: texto escolhido pelo aplicador, lápis e borracha. - Atividade 2: Serão ditadas para a criança somente palavras acentuadas. Material utilizado: papel, lápis e borracha. - Atividade 3 – Será trabalhado com a criança CD-ROM com atividades de acentuação e jogos de soletração nos quais não se pode esquecer de soletrar os símbolos gráficos pertencentes à grafia das palavras. Material utilizado: Computador e CD. Este caso teve o seu prognóstico cumprido: G.B. não foi mais encaminhada ao reforço escolar, começou a se destacar nas atividades escolares e, após o término do Ensino Médio, ainda em escola pública, conseguiu ingressar numa universidade pública de ponta. Informe Psicopedagógico 1. Dados Pessoais Nome: N. F. Data de nascimento: 11/11/2003 Idade na avaliação: 6 anos Escola: Fictícia Ltda. Ano: 1º EF 2. Motivo da avaliação – Encaminhamento Falta de concentração nos estudos, desmotivação. Retenção escolar no ano anterior. 3. Período da avaliação e número de sessões Março a maio de 2010, num total de 8 sessões. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 22 www.soeducador.com.br 4. Instrumentos usados Foram utilizados como recursos para avaliação: jogos, desenhos, questionários e testes. 5. Análise dos resultados nas diferentes áreas, recomendações e indicações Foi realizada com N. F. uma sondagem completa das habilidades para alfabetização. A seguir, apresento os resultados para cada habilidade: - Avaliação da motricidade fina e geral: bom desempenho, porém suas habilidades correspondem a uma criança de cinco anos e meio. Precisa ser constantemente estimulada a colocar e tirar roupas e calçados, abotoar, amarrar, correr, dançar e realizar atividades de educação física correspondentes à sua faixa etária para desenvolvimento de seu equilíbrio estático e dinâmico. - Avaliação dos exercícios gráficos: seu desempenho foi regular, correspondendo a uma criança de cinco anos. É preciso desenvolver atividades de percepção e discriminação que envolvam conceitos como grosso/fino, estreito/largo, grande/médio/pequeno, direita/esquerda, entre outros. O recorte, a colagem e a pintura são atividades nas quais N. F. precisa ter supervisão para que aprenda a realizar trabalhos mais precisos. - Avaliação de vocabulário, estruturas e verbos: obteve ótimo desempenho, mostrando que seu universo conceitual está de acordo com sua idade, deixando a desejar apenas em sua pronúncia, que muitas vezes omite o R no meio ou no final das palavras e realiza trocas do L pelo R em outras. Omite algumas sílabas e letras das palavras, mas, neste caso, parece ser vício de linguagem e não dificuldade. - Avaliação das formas geométricas: esses conceitos não foram internalizados completamente por N. F., tendo um desempenho abaixo do esperado para sua faixa etária. - Avaliação das cores: muito bom desempenho, dentro de sua faixa etária, deixando a desejar novamente na pronúncia. - Afetividade/socialização: N. F. mostra-se bastante extrovertida, porém reclama de que na escola suas colegas a rejeitam, conseguindo brincar somente com um menino durante as atividades livres. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 23 www.soeducador.com.br Seus desenhos são bem criativos, apresentando noções corporais e de espaço corretas. Em todas as atividades, seu ritmo de trabalho é bom, oscilando de acordo com as dificuldades que apresenta. Sua atenção e concentração também são boas, mas devemos tomar cuidado para manter um clima de tranquilidade e garantir sua autoestima na execução das atividades, pois quando ansiosa, N. F. tende a gaguejar, apresentar tremores nas mãos e sua concentração cai. É preciso que N. F. desenvolva independência, pois o “fazer por ela” tem dificultado seu desenvolvimento, fazendo com que, em seu desempenho global, esteja um ano aquém do esperado em suas habilidades para alfabetização. Diante do exposto, faz-se necessário uma avaliação fonoaudiológica para reparar falhas na pronúncia de F. e a continuidade do acompanhamento psicopedagógico para desenvolvimento das habilidades necessárias à alfabetização. N.F. ainda encontra-se em atendimento psicopedagógico, obtendo grandes progressos. AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DA CRIANÇA DE 6 A 11 ANOS E DO ADOLESCENTE A avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11 anos e do adolescente se dá com diversos tipos de recursos, desde que o psicopedagogo saiba o porquê está aplicando aquele instrumento, quais seus objetivos, se estão dentro da faixa etária da criança/adolescente e se o quê o instrumento pretende medir trará dados necessários para responder as perguntas eliciadas pela hipótese diagnóstica. Sem esses requisitos, o instrumento perde seu valor e o psicopedagogo, seu tempo, pois poderia estar utilizando outro recurso dentro da avaliação, onde o tempo é precioso, visto que tem previsão de sessões para realização do trabalho. Um dos recursos mais utilizados na avaliação das crianças de 6 a 11 anos são as Provas do Diagnóstico Operatório, de Jean Piaget (WEISS, 1994, anexo 1). Elas são utilizadas para verificação do estágio no qual a criança se encontra, se está apta ou não para o processo de alfabetização, por exemplo. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 24 www.soeducador.com.br Segundo Piaget, por meio de seus estudos e investigações, a capacidade da criança de pensar e raciocinar progredia por meio de uma série de estágios qualitativos distintos. Dividiu o desenvolvimento cognitivo em quatro estágios centrais (e em diversos subestágios dentro de cada um). São eles: sensório-motor (do nascimento até 2 anos); pré-operatório (dos 2 aos 7 anos); operatório-concreto (dos 7 aos 11 anos) e operatório formal (dos 11 anos em diante). PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos Nas provas de conservação, o objetivo é a verificação deste conceito com diversos materiais (líquidos, massa plástica, fios), verificando outros conceitos como volume, massa e comprimento. Por exemplo, mesmo havendo o espaçamento das fichas, resultando em uma ocupação de espaço maior, a criança deverá perceber que o número de fichas continua o mesmo. Esse conceito é muito necessário em seu desenvolvimento escolar, sobretudo na matemática. Veja os procedimentos a seguir. Material: Vinte fichas do mesmo formato e tamanho, sendo dez de cada cor. Podem ser tampinhas de garrafa pet ou recortes de papelão colorido. Desenvolvimento: Primeira situação: Pedir para que a criança escolha uma coleção de fichas. O examinador alinha sobre a mesa sete de suas fichas e pede que a criança faça uma coleção de igual número com suas próprias fichas. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica25 www.soeducador.com.br TAMPINHAS ALINHADAS <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Registrar o que é feito pela criança em todas as provas. Segunda situação: O examinador espaça ou aproxima as fichas de sua coleção, sem mexer na outra fileira de fichas e pergunta se tem o mesmo número de fichas, onde tem mais, onde tem menos, e como a criança chegou a essa conclusão. TAMPINHAS ESPAÇADAS <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Contra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança afirmando o contrário de sua resposta inicial. Para resposta conservativa, diz: “Veja, esta linha está mais comprida, terá mais fichas?” Para a não conservativa: “Você se lembra, antes as duas fileiras tinham a mesma quantidade de fichas, o que você acha agora?” http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 26 www.soeducador.com.br TAMPINHAS AGRUPADAS <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Pergunta de quantidade: “Conte as vermelhas que sobraram com você”, ao mesmo tempo em que esconde as que têm na própria mão e pergunta: “Quantas eu tenho na mão? Como sabe?” 3ª situação: Depois de reunir todas as fichas, o examinador coloca seis fichas azuis em círculo, procedendo daí em diante como nas situações anteriores e fazendo o mesmo tipo de pergunta. TAMPINHAS DISPOSTAS EM OUTRA CONFIGURAÇÃO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Acesso em: 25 ago. 2010. Procedimentos avaliativos 1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente 4 ou 5 anos) – Nível 1. Nas duas situações, a criança pode fazer uma contagem, uma correspondência termo a termo ou global ou qualquer disposição figural. Essas respostas são não http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 27 www.soeducador.com.br conservativas. Poderá ou não resolver corretamente a questão da quantidade. 2. Condutas intermediárias – Nível 2. As coleções (primeira e segunda situações são constituídas por correspondência termo a termo de forma correta). As perguntas do examinador dão margem às seguintes condutas: a) resposta conservativa para uma situação e não para outra. b) vacilações no julgamento durante cada situação: “Tem mais azuis... não, vermelhas... não é igual?” Não justifica com argumentos claros e precisos as respostas de conservação. Resolve corretamente a questão da quantidade. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 28 www.soeducador.com.br Nível 3. Condutas conservativas (esperadas desde aproximadamente 5 anos) – Quando a criança apresenta condutas conservativas, ela deverá justificar com um ou vários argumentos: a) de identidade – “tem a mesma coisa, você não tirou nem botou nada... você só apertou... você só afastou.” b) de reversibilidade – “se você botou as vermelhas do jeito do azul fica igual... se você encolher ou esticar de novo os azuis vai ficar igual de novo.” c) de compensação – “você fez mais comprido, mas as fichas estão mais longe umas das outras (ou estão mais perto).” Conservação das quantidades de líquidos Também conhecida como transvasamento, que é a passagem de líquidos de um recipiente para o outro. Material: - 2 vasos iguais A1 e A2; - 1 vaso mais fino e alto B; - 1 vaso mais largo e baixo C; - 4 vasinhos iguais D1, D2, D3, D4; - 2 copos contendo líquidos de cores diferentes. PEQUENOS VASOS UTILIZADOS NA CONSERVAÇÃO DAS QUANTIDADES DE LÍQUIDOS Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 29 www.soeducador.com.br <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Desenvolvimento: 1. O examinador faz a criança constatar que os dois recipientes (A1 e A2) são iguais. Despeja água em A1. Pede à criança que despeje água em A2 na mesma quantidade que está em A1. A seguir: “Se você beber o que está em A1 e eu o que está em A2, será que vamos beber a mesma quantidade?” VASOS PARA VERIFICAR QUANTIDADE DE LÍQUIDO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 2. Primeiro transvasamento – Despeja-se a água de A1 no vidro B: “Será que agora vamos beber a mesma quantidade? Um tem mais que o outro? Um tem menos que o outro?” Pedir uma explicação: “Como sabe? Como descobriu? Pode me mostrar?” http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 30 www.soeducador.com.br PRIMEIRO TRANSVASAMENTO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Contra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança afirmando sempre o contrário de sua resposta, como na primeira parte da prova. Retorno empírico: “Se eu puser o que está em B de volta no A1, será que vai ter a mesma coisa para beber?” Se a criança não acertar, fazer o retorno empírico, igualando A1 e A2. Segundo transvasamento: Despejar a água de A1 em C e proceder como no primeiro transvasamento quanto à contra-argumentação e ao retorno empírico. SEGUNDO TRANSVASAMENTO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Terceiro transvasamento: Despejar o líquido de A1 em quatro vidrinhos e proceder como nos transvasamentos anteriores. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 31 www.soeducador.com.br TERCEIRO TRANSVASAMENTO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Procedimentos avaliativos: 1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente cinco ou seis anos) – Nível 1. Em cada transvasamento a criança considera um dos vidros como tendo mais líquidos. Diante da contra-argumentação, mantém a resposta ou troca para outro vidro. O problema do retorno empírico pode ser resolvido corretamente ou não. 2. Condutas intermediárias – julgamentos oscilando entre conservação e não conservação – Nível 2. No mesmo transvasamento, a criança julga as mesmas quantidades ora como iguais, ora como diferentes. Os julgamentos se alternam de um transvasamento para o outro, ora conservando, ora não conservando. Isto se deve à contra-argumentação. As justificativas são pouco claras e incompletas. O problema do retorno empírico é resolvido corretamente. 3. Condutas conservativas (esperadas a partir de aproximadamente sete anos) – Nível 3. Para cada transvasamento, as quantidades de líquidos são consideradas iguais, sendo a criança capaz de dar uma ou mais justificativas. O julgamento de conservação é mantido apesar das contra-argumentações. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 32 www.soeducador.com.br Conservação da quantidade de matéria (quantidade contínua) Material: Duas bolas de massa plástica de cores diferentes (diâmetro aproximado de Desenvolvimento: O examinador pede que a criança faça duas bolas que tenham a mesma quantidade de massa. “Se fossem bolinhos, e a gente pudesse comê-los, seria preciso que houvesse a mesma quantidade para comer. O que você deve fazer para ficarem iguais? Para uma não ter mais nem menos massa que a outra?” MASSAS DEVEM SER FEITAS EM TAMANHOS IGUAIS rimeira transformação: transforma-se uma das bolas (a do examinador) em uma salsicha. “Será que agora tem a mesma quantidade de massa na bola e na salsicha ou tem mais na bola ou mais na salsicha? Como você sabe? Vocêpode me explicar? Você pode me mostrar isso?” <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Contra-argumentação: Mesmo procedimento das provas anteriores. Retorno empírico: Mesmo procedimento das provas anteriores. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 33 www.soeducador.com.br Segunda transformação: transforma-se a mesma bola (do examinador) em uma bolacha e procede-se como na primeira transformação quanto à contra- argumentação, terminando com o retorno empírico. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Terceira transformação: fragmenta-se a bola inicial em cinco pedacinhos e procede-se como nas outras transformações. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Procedimentos avaliativos: 1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente cinco ou seis anos) – Nível 1. Em cada transformação, uma das duas quantidades é julgada maior: “Tem mais na salsicha porque é mais comprida. Ou tem mais na bola porque é mais alta.” Ante as contra-argumentações do examinador, a criança ou mantém o seu julgamento, ou troca, de modo a que a outra quantidade seja maior. O retorno empírico pode ser resolvido corretamente ou não. 2. Condutas intermediárias – Nível 2. Os julgamentos das crianças oscilam entre conservação e não conservação, http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 34 www.soeducador.com.br aparecendo de diferentes maneiras: a) por uma mesma transformação, a criança julga alternadamente as quantidades como iguais e diferentes; b) por diversas transformações, os julgamentos se alternam ora de conservação ora de não conservação; c) a contra-argumentação do examinador provoca vacilação e alternância de julgamentos; d) as justificativas de conservação são pouco explícitas e incompletas. o problema do retorno empírico é resolvido corretamente. 3. Condutas conservativas (esperadas aproximadamente a partir de sete anos) – Nível 3. Em todas as transformações, as quantidades são sempre julgadas iguais. A criança mantém o julgamento de conservação apesar da contra-argumentação do examinador. Conservação do comprimento – Material: Dois fios flexíveis (barbante ou lã) de comprimentos diferentes (cerca de 10 e 15 centímetros). – Desenvolvimento: A criança é levada a constatar e a afirmar a desigualdade dos fios A e B e fazer o julgamento de que A é maior que B. Os fios podem ser comparados a estradas: “Este caminho A é do mesmo comprimento, mais comprido ou menos comprido que B?” Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 35 www.soeducador.com.br FIOS DE TAMANHOS DIFERENTES USADOS NO PROCEDIMENTO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. PRIMEIRA TRANSFORMAÇÃO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. SEGUNDA TRANSFORMAÇÃO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao desenvolvimento, contra-argumentação, retorno empírico e procedimentos http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 36 www.soeducador.com.br avaliativos. Conservação de peso Material: Duas bolas de massa plástica de cores diferentes e uma balança com dois pratos. Desenvolvimento: O examinador verifica se a criança conhece as relações de peso indicadas pela balança, usando objetos diversos (pedra, apontador, bolas de massa, etc.). O examinador pede que a criança faça duas bolas que tenham o mesmo peso, para isso usando a balança. BALANÇA USADA PARA QUE A CRIANÇA MOSTRE AS RELAÇÕES DE PESO <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 37 www.soeducador.com.br <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao desenvolvimento, contra-argumentação, retorno empírico e procedimentos avaliativos. Conservação do volume I. Material: Dois vidrinhos iguais com água até o mesmo nível, duas bolas de massa plástica. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 38 www.soeducador.com.br <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Classes – mudança de critério (dicotomia) Nesta prova, são avaliados quais critérios a criança consegue perceber para separar as peças apresentadas (cor, tamanho, forma, etc.), sempre em dois grupos (dicotomia). http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 39 www.soeducador.com.br – Material: - 5 círculos vermelhos de 2,5 cm de diâmetro; - 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro; - 5 círculos vermelhos de 5 cm de diâmetro; - 5 círculos azuis de 5 cm de diâmetro; - 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado; - 5 quadrados azuis de 2,5 cm de lado; - 5 quadrados vermelhos de 5 cm de lado; - 5 quadrados azuis de 5 cm de lado; - 2 caixas planas de mais ou menos 4 a 5 cm de altura e uns 12 cm de lado. <99TTP://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. – Desenvolvimento: Primeira fase: O examinador coloca as fichas em desordens sobre a mesa e pede que a criança as descreva: “Você pode me dizer o que está vendo?” Segunda fase (classificação espontânea): “Você pode pôr juntas todas as fichas que combinam?” Após terminar perguntar à criança porque separou daquela forma. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 40 www.soeducador.com.br <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Dicotomia: “Agora gostaria que você fizesse apenas dois grupos e os colocasse nessas duas caixas”. Após o término, perguntar por que executou daquela forma. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Primeira mudança de critério: “Será que você poderia arrumar em dois grupos diferentes?” Se a criança repetir o primeiro critério, pedir para que crie uma nova forma de separação. Se for preciso, o examinador pode iniciar uma nova classificação para a criança continuar. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 41 www.soeducador.com.brSegunda mudança de critério: “Será que você ainda poderia separar de um modo diferente fazendo dois novos grupos?” <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. – Procedimentos avaliativos: 1. Coleções figurais (esperadas desde quatro ou cinco anos) – Nível 1. As crianças arrumam as fichas, estruturando figuras de trens, casas, bonecos, etc. Podem também arrumar as fichas que tenham alguma semelhança, mudando sempre de critério e não utilizando todas. 2. Início de classificação (esperadas aproximadamente a partir de cinco ou seis anos) – Nível 2. As crianças conseguem fazer pequenos grupos não figurais, segundo diferentes critérios, mas são coleções justapostas, sem ligação entre si. Num desenvolvimento maior, as crianças podem conseguir um começo de reagrupamento dos subgrupos em classes gerais, sem conseguirem uma antecipação de critérios. 3. Dicotomia segundo os três critérios – Nível 3. As crianças iniciam a tarefa já antecipando as possibilidades, conseguem fazer e recapitular corretamente duas dicotomias sucessivas, segundo dois critérios, o terceiro critério só sendo descoberto com incitação do examinador. Num desenvolvimento maior, os três critérios são antecipados e utilizados espontaneamente. Quantificação da inclusão de classes http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 42 www.soeducador.com.br Nesta prova, verificamos a capacidade da criança em perceber grupos (flores) e subgrupos (rosas e margaridas). I– Material: Ramos de margarida e rosas. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. II– Desenvolvimento: 1. O examinador verifica se a criança conhece o nome das flores e se conhece o termo genérico “flores”. 2. Perguntas: a) Neste ramo tem mais margaridas ou mais flores? Como é que você sabe? b) Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas e você vai fazer um ramo com todas as flores. Quem vai fazer o ramo maior? Como é que você sabe? III-Procedimentos avaliativos: 1. Ausência de quantificação inclusiva (esperadas até aproximadamente cinco ou seis anos) – Nível 1. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 43 www.soeducador.com.br A criança faz sistematicamente a comparação das duas subclasses e responde então que há mais margaridas do que flores. Costuma errar sobre a subtração de subclasses. 2. Condutas intermediárias – Nível 2. Observa-se hesitação na resposta à pergunta 1. 3. Existência da quantificação inclusiva (esperada aproximadamente a partir de sete ou oito anos) – Nível 3. A criança responde corretamente às perguntas. Intersecção de classes Nesta prova, verificamos a capacidade da criança em classificar e relacionar características semelhantes. II– Material: - 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro. - 5 círculos vermelhos também de 2,5 cm de diâmetro. - 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado. - 1 folha de cartolina ou papel E.V.A. com dois círculos em intersecção, sendo que um preto e outro amarelo. Observação: os cinco círculos devem poder entrar na intersecção. II– Desenvolvimento: 1. O examinador dispõe as fichas nos círculos em intersecção. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 44 www.soeducador.com.br <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Pede-se para que a criança observe a disposição, descreva as fichas e pergunta: “Por que você acha que eu pus as redondas vermelhas no meio?” 2. Perguntas feitas pelo examinador: a) “Há mais fichas vermelhas do que fichas azuis?” b) “Há mais fichas quadradas ou fichas redondas?” c) “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas redondas do que fichas vermelhas?” d) “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas quadradas do que vermelhas?” e) (Perguntas da intersecção) f) Após cada resposta da criança, o examinador diz: “Como é que você sabe?”, “Você pode me mostrar?” I – Procedimentos avaliativos (esperados aproximadamente desde quatro ou cinco anos) 1. As perguntas feitas sobre classes separadas são respondidas com acerto. As de inclusão e intersecção não são compreendidas nessa faixa de idade. As perguntas suplementares também revelam erros. Nível 1. 2. A partir de seis anos a criança faz acertos nas perguntas suplementares, mas hesita nas respostas de inclusão e intersecção, faz repetições e pode dar algumas respostas corretas. Nível 2. 3. Crianças a partir de sete ou oito anos dão respostas corretas desde a primeira vez. Nível 3. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 45 www.soeducador.com.br Seriação de bastonetes O conceito de seriação é importante para desenvolvimento de antecessor, sucessor. I – Material: Dez palitos com aproximadamente 1 cm de largura com uma diferença de 0,6 mm de altura entre um e outro, sendo que o primeiro tem aproximadamente 11,5 cm. II– Desenvolvimento: O examinador dá à criança os dez bastonetes em desordem para que tome conhecimento do material. Seriação a descoberto: “Você vai fazer uma escadinha com todos esses pauzinhos, colocando-os em ordem do menor para o maior”. Se a criança não conseguir, o examinador pode, eventualmente, fazer a demonstração de uma série inicial com três pauzinhos. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Verificação da exclusão: se o sujeito acertar a seriação a descoberto, o examinador pode pedir que feche os olhos e, ao abri-los, descubra o local, a posição, em que estava o bastonete retirado pelo examinador da “escadinha” feita pelo sujeito. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 46 www.soeducador.com.br <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Seriação oculta atrás do anteparo: Se o sujeito acertou a seriação, pode-se fazer também de outra forma: “Agora sou eu quem vou fazer a escadinha atrás dessa papelão, você vai me dando os pauzinhos um a um e eu vou colocando aqui, na ordem. Registra-se a maneira de escolher e a ordem que foi dada ao examinador. III– Procedimentos avaliativos 1. Ausência de seriação – Nível 1. O sujeito fracassa nas suas tentativas de ordenar. 2. Ausência de séries (três a quatro anos). A criança não entende a proposta e coloca os bastões em qualquer ordem, justapondo-os. 3. Esboço de séries (quatro ou cinco anos): a criança faz tentativas diversas; pares (grandes e pequeno), séries de três ou quatro bastões, mas não coordena as diferentes séries entre si, ou não consegue intercalar os outros. Faz uma escada sem considerar o tamanho dos bastões, mas só a arrumação da parte superior, imitando uma escadinha. 4. Conduta intermediárias (aproximadamente cinco ou seis anos) – Nível 2. Em que o sujeito vai, por ensaio e erro, compondo a série; compara cada bastão com todos os demais até achar o que serve. É uma seriação intuitiva por http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 47 www.soeducador.com.br regulações sucessivas. 5. Êxito obtido por método operatório (aproximadamente seis ou sete anos) – Nível 3. O sujeito antecipa com facilidade a escada, fazendo metodicamente a sua construção, colocando primeiro os bastões menores e a seguir em graduação até o final. Neste nível faz a descoberta, atrás do anteparo, exclui ou inclui bastões e constrói espontaneamente a linha de base. Combinação de fichas duplas para pensamento formal Para verificar a capacidade de pensar logicamente sobre proposições abstratas e testar hipóteses sistematicamente. É aplicada a partir dos 11 anos. Material:Seis fichinhas de plástico ou cartolina de cores diferentes . <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Desenvolvimento: O examinador pede que o sujeito faça com as seis fichas o maior número possível de duplas, sem repetir. É preciso que se veja se o sujeito entendeu bem a atividade que irá fazer. É válido fazer a demonstração inicial com um par. O examinador deve observar e registrar o método de trabalho e quais critérios usou para chegar ao resultado, assim como todas as verbalizações. http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 48 www.soeducador.com.br Procedimentos avaliativos: 1. Ausência de capacidade combinatória – Nível 1. 2. Condutas intermediárias – Nível 2. 3. Condutas operatórias revelando capacidade combinatória – Nível 3. O sujeito antecipa a possibilidade combinatória, mediante um sistema completo e metódico, chegando a descobrir as 30 duplas. Além disso, deixa evidente um critério para estabelecer o total de combinações. Permutações com um conjunto determinado de fichas Para o pensamento formal. Aplicada a partir de 11 anos. Material: Fichinhas de cores diferentes Desenvolvimento: O examinador pede ao sujeito que faça o maior número de permutações com as fichas, usando sempre 4 fichas, em ordem diferente. Como na prova 11, verificar a compreensão do pedido e registrar o método de realização e todas as falas do sujeito. Procedimentos avaliativos: 1. Ausência da capacidade de permuta – Nível 1. 2. Condutas intermediárias – Nível 2. 3. Condutas de realizações de todas as permutações possíveis – Nível 3. O sujeito realiza permutações, antecipando as possibilidades de um processo sistemático, ordenado. Realiza de forma ordenada as permutações. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 49 www.soeducador.com.br Outro recurso utilizado para avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11 anos são os blocos lógicos. Constitui-se de 48 peças, que combinam quatro atributos em cada uma sendo tamanho (grande e pequeno), espessura (grosso e fino), cor (vermelho, azul e amarelo) e forma (quadrado, círculo, retângulo e triângulo). <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. Existem diversos jogos realizados com esse material, porém as formas mais comuns dentro da avaliação psicopedagógica são, em primeiro lugar, deixar a criança explorar o material de forma livre, criando casinhas e figuras diversas. Num segundo momento, pede-se à criança que separe as peças como achar melhor. Caso ela divida só por cores, por exemplo, perguntar se há outra forma de separação, e assim por diante até ela responder que não ou até completar todos os critérios. Como objetivos, temos a organização do pensamento, assimilação de conceitos básicos de cor, forma e tamanho, e realização de atividades mentais de seleção, comparação, classificação e ordenação. Outro instrumento é a Escala Cuisenaire. É constituída de barras de cores e tamanhos diferentes. A menor tem 1 centímetro e representa 1 unidade; a segunda tem 2 centímetros e representa o número 2 e assim por diante, até a maior, que tem 10 centímetros e representa o número 10. As cores que correspondem a cada número são: madeira (1), vermelho (2), verde (3), lilás (4), amarelo (5), verde-escuro (6), preto (7), marrom (8), azul (9) e laranja (10). É utilizado com crianças de 3 a 11 anos, e, de acordo com cada idade, há um http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 50 www.soeducador.com.br procedimento: brincar com as barras para construir objetos diversos, reconhecer as cores, comparar os tamanhos, associação de números, tamanhos e cores, realização de adição, subtração, divisão e multiplicação. Por meio dele conseguimos avaliar se a criança possui capacidade de generalizar, analisar, sintetizar, inferir, formular hipóteses, deduzir, refletir e argumentar. <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. O Material Dourado também permite trabalhar os conceitos e operações matemáticas no concreto, permitindo à criança a passagem para o pensamento abstrato. Sequências Lógicas de qualquer material e tema são sempre interessantes para o trabalho psicopedagógico. Existem as sequências simples, com apenas duas figuras e perguntamos à criança “o que vem antes e o que vem depois?”. Existem as sequências lógicas mais elaboradas, com três ou quatro figuras para compor a sequência. Pode-se aproveitar esta atividade para solicitar à criança que verbalize essa sequência, ou seja, que conte o que está acontecendo. Partindo daí podemos perceber se a criança tem uma postura descritiva, se ela cria história sobre a sequência ou se atém aos fatos de uma forma simples. Para aprofundar essas questões, temos o desenho livre com história, que pode ser aplicado em crianças e adolescentes de qualquer idade. É solicitado à criança que faça um desenho livre; quando o desenho ficar pronto, pedimos que conte uma história. Os dados que forem interessantes para a prática pedagógica devem ser explorados por meio de perguntas para complemento de informação. Podemos perceber, nesta atividade, questões psicológicas, conflitos emocionais, que não http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/ Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 51 www.soeducador.com.br devem ser aprofundados caso não sejam pertinentes à área psicopedagógica, mas deve constar no encaminhamento ao psicólogo quando da entrega do informe psicopedagógico. Outro desenho que pode ser solicitado à criança ou ao adolescente é o Par Educativo, sistematizado por Malvina Oris e Pichona Ocampo. Solicitamos que a criança/adolescente desenhe uma pessoa que aprende e uma que ensina, sugere- se que ela formule uma história envolvendo esses dois personagens; pode ser oral ou por escrito. É possível interpretar como caminham essas relações entre professor e aluno, o papel vivido na escola, em turma, as rejeições às situações escolares, ameaça da figura do professor, entre outros. A Coleção Método Horizontes, do autor Neda Lian Branco Martins é um instrumento padronizado bastante completo para crianças de seis a oito anos. Tem como objetivo avaliar as seguintes características: motricidade fina, motricidade geral, motricidade especifica, nível de percepção e discriminação, universo conceitual e vivencial, equilíbrio estático e dinâmico, ritmo de trabalho, oscilação de sua atenção e concentração, universo vivencial, nível de independência, nível de linguagem semântica, fonológico, estrutural, domínio dos verbos e circunstâncias e conhecimentos das formas, reconhecimento das cores. Foi com base na aplicação desse material que o Informe Psicopedagógico de N. F. (Módulo III) foi elaborado, juntamente com a aplicação de desenho livre com história. Especificamente para os adolescentes temos os seguintes instrumentos: Entrevista livre – na qual o adolescente falará sobre o motivo que o levou até ali e depois discorrerá sobre os temas pertinentes ao atendimento psicopedagógico: seus conflitos, ambições, projetos, dúvidas, prazeres, etc. Tem como objetivo levantar dados do dia a dia do adolescente, seus comportamentos benéficos e atitudes que precisam ser modificadas. Desenho da figura humana – traz muito da configuração do adolescente, seu corpo, como se coloca socialmente, etc. Pode ser solicitado que escreva uma história sobre essa figura, trazendo mais informações que poderão ser úteis para o processo de avaliação. Desenho da família prospectiva e visão de futuro – são dois tipos de desenho que possuem objetivos semelhantes. No primeiro, queremos ver como o Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 52 www.soeducador.com.br adolescente se imagina, juntamentecom os membros de sua família, daqui a cinco ou dez anos. O segundo é o mesmo procedimento, porém sozinho, com suas conquistas, opções profissionais, etc. Tem como objetivo visualizar as aspirações do adolescente, e conflitos atuais sejam familiares ou intrínsecos. Técnica das frases incompletas (Boholavsky) – as frases podem sofrer variações de acordo com o que se quer perguntar. Consiste num excelente instrumento para se conhecer o jovem, bem como para seu próprio autoconhecimento. Segue modelo abaixo: Técnica das frases para completar 1. Eu sempre gostei de... 2. Me sinto bem quando... 3. Se estudasse .........................seria... 4. Às vezes acho melhor... 5. Meus pais gostariam que eu... 6. Me imagino no futuro fazendo... 7. No Ensino Médio sempre... 8. Quando criança queria... 9. Quando penso no vestibular... 10. Meus professores pensam que eu... 11. No mundo em que vivemos, vale mais a pena... do que... 12. Se não estudasse.................seria... 13. Prefiro..........................a... 14. Comecei a pensar no futuro... 15. Não consigo me ver fazendo... 16. Quando penso na universidade... 17. Minha família... 18. Escolher sempre me fez... 19. Uma pessoa que admiro muito é... por... 20. Minha capacidade é... 21. Meus colegas pensam que eu... 22. Estou certo de que... 23. Se eu fosse... poderia... Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 53 www.soeducador.com.br 24. Sempre quis... , mas não poderei fazer... 25. Quanto ao mercado de trabalho... 26. O mais importante na vida... 27. Tenho mais habilidade para... 28. Quando criança meus pais queriam... 29. Acho que poderei ser feliz se... 30. Eu... Nome: Escolaridade: Data: Técnica do curtograma – uma técnica simples de autoconhecimento, que proporciona ao adolescente reconhecer seus gostos e interesses. Consiste em quatro quadrantes, cada qual com uma proposta: Gosto e faço; gosto e não faço; não gosto e faço; não gosto e não faço. Em cada um deles deve-se colocar três a cinco coisas que se encaixem na proposta: namoro, esporte, escola, lazer, etc. Técnica das colagens – de acordo com um tema dado pelo psicopedagogo, o adolescente deve realizar um quadro com colagens de revistas que se relacionem com o tema. O momento final, onde o adolescente tem que explicar porque relacionou as figuras com o tema é um momento rico em informações. Tudo deve ser levado em consideração: a escolha das imagens, se colorida ou preto e branco, se com objetos e/ou pessoas, etc. Essa colagem pode ser feita também em um papel grande em metro: pede-se para que o adolescente deite-se sobre o papel, passamos uma caneta em seu contorno e depois ele irá preencher esse contorno com colagens e desenhos. Facilita a formação e aceitação da nova imagem corporal e a organiza mentalmente. Avaliação do desempenho escolar – acompanhar o desempenho do aluno na sala de aula, as lições de casa, avaliações e trabalhos escolares. Levar em conta a aquisição de conteúdos, a compreensão de instruções orais e escritas, compreensão de textos, fundamentação de raciocínios e procedimentos, resolução das tarefas, tipo de erro, atitude frente ao erro, produções escritas e atitude frente à dúvida. (VINOCOUR apud OLIVEIRA e BOSSA, 1998). Após o diagnóstico, passar as Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 54 www.soeducador.com.br orientações necessárias para melhor desempenho, como vimos anteriormente. Sempre que for lidarmos com adolescentes, precisamos estar cientes de todas as características dessa fase, que se caracteriza por uma verdadeira transformação biopsicossocial. Não conseguiremos realizar uma abordagem realmente eficiente se deixarmos de lado questões como sexualidade, autoestima devido às mudanças corporais, a importância de pertencer a um grupo, as testagens que realiza com os adultos em busca de sua própria identidade. TRANSTORNO, DISTÚRBIO, DIFICULDADE OU DOENÇA? Transtornos mentais são concebidos como síndromes, padrões comportamentais ou psicológicos clinicamente importantes que ocorrem num indivíduo e estão associados a sofrimento ou incapacitação, ou com um risco significativamente aumentado de sofrimento, morte, dor, deficiência ou perda importante da liberdade. A distinção feita entre os termos dificuldades e distúrbios está baseada na concepção de que o termo “dificuldade” está mais relacionado a problemas de ordem psicopedagógica e/ou socioculturais; ou seja, o problema não está centrado apenas no aluno, sendo que essa visão é mais frequentemente utilizada em uma perspectiva preventiva. Por outro lado, o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na medida em que sugere a existência de comprometimento neurológico, sendo mais utilizado pela perspectiva clínica ou remediativa. Doença é um processo negativo de adaptação da pessoa ao meio ambiente manifestado pela preponderância dos fatores desfavoráveis em interação com os mecanismos de defesa do organismo. RECURSOS PSICOPEDAGÓGICOS E AMBIENTE DE TRABALHO Quando se trabalha com crianças, faz-se necessário um local adequado com Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 55 www.soeducador.com.br recursos diversificados para que a criança se utilize deles para melhor se comunicar. Os recursos mais adequados para se obter uma situação lúdica – ou seja, uma situação onde, por meio do brincar, a criança se comunica e entra em contato com seus conflitos, medos, angústias e dificuldades – são os jogos. A utilização adequada de jogos e brincadeiras existentes na mídia, tanto impressa quanto televisiva, nas papelarias, lojas, internet, enfim, qualquer recurso lúdico, quando bem utilizado e com o enfoque adequado para a faixa etária, trazem inúmeros resultados benéficos. Para isso, o psicopedagogo deve ter uma boa noção das fases de desenvolvimento humano, suas mudanças físicas e emocionais; além de conhecer a cultura de seu cliente, o que influenciará em seus gostos e interesses, como também na faixa econômica que essa família se encontra, pois se for apresentados recursos muito elaborados, a criança poderá ficar deslumbrada com o recurso, não o utilizando da forma correta e sendo um recurso inútil para o quê se propôs. Por esse motivo, é necessário que haja um equilíbrio na aquisição de materiais escolares dentro do consultório: lápis de cor e preto, cola, tesoura, apontador, borracha, devem ser materiais simples, para que a criança não se disperse e faça do recurso um brinquedo (WEISS, 1999). Atualmente, um obstáculo que tem chegado aos consultórios é a dificuldade de a criança criar. Mas, se observarmos à nossa volta, as crianças de hoje tem tudo pronto, não precisam imaginar. Para trabalhar essa capacidade da criança de “viajar”, um dos recursos são os jogos confeccionados com sucata e o livre uso desse material pela criança para criações diversas. E também os contos de fada: Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela, O Gato de Botas, Alladin, Ali- Babá e os Quarenta Ladrões, Os Três Porquinhos, histórias que as crianças da atualidade muitas vezes não sabem contar. Além da questão da criatividade, podem- se trabalhar também os valores morais por meio dessas histórias, o reconto e a dramatização com fantoches ou fantasias, entre outros. OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS Veja um exemplo de questionário para os registros das sessões relativo às atividades lúdicas. Diagnóstico e Avaliação Pedagógica 56 www.soeducador.com.br Paciente: Data: 1. A escolha do material e da brincadeira (atividade) - Atividade e material que repetem a situação escolar, sem criatividade: ler livros, desenhar ou escrever algo, repetir dobraduras que aprendeu na escola, recortar e colar como pesquisa escolar, escrever contas automaticamente, etc.
Compartilhar