Buscar

AULA 02 - DIREITO PROCESSUAL PENAL I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

AULA 02 – PROCESSO PENAL I
DO PROCESSO EM GERAL: PRINCÍPIO, SISTEMAS E HISTÓRIA.
DIREITO PROCESSUAL PENAL: CONCEITO,
DIREITO PROCESSUAL PENAL: OBJETO,
DIREITO PROCESSUAL PENAL: FINS,
DIREITO PROCESSUAL PENAL: CARACTERÍSTICAS,
DIREITO PROCESSUAL PENAL: POSIÇÃO NO QUADRO GERAL DO DIREITO,
DIREITO PROCESSUAL PENAL: AUTONOMIA,
DIREITO PROCESSUAL PENAL: NOMENCLATURA.
RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS DO DIREITO E COM OUTRAS CIÊNCIAS.
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL.
1 – Porque da existência do PROCESSO:
O art. 1.º, parágrafo único, da Magna Carta, ao estabelecer que “todo o poder emana
do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição”, adotou o entendimento de que o Estado não é um poder institucionalizado,
mas sim o titular de um poder, que decorre da sociedade, pertence a esta e em seu
benefício deverá ser exercido. 
Esse poder, que é inerente ao ente estatal, contudo, não é absoluto, encontrando
limitações no direito, considerado lato sensu como o conjunto de normas jurídicas que
compõem o ordenamento. O direito limita e disciplina o poder do Estado, evitando a prática
de atos arbitrários ou atentatórios às liberdades e garantias individuais consagradas no
próprio texto da Constituição.
Neste contexto é que surge o processo, como o instrumento determinado pelo
direito por meio do qual o Estado poderá exercer o poder jurisdicional que lhe foi
conferido.
Ou seja, o Estado é titular do PODER JURISDICIONAL; O exercício do poder
jurisdicional pelo Estado é limitado pelo direito processual; o direito processual institui o
processo como instrumento por meio do qual o estado exerce poder jurisdicional.
2 – PROCESSO PENAL
Na esfera penal, a trilogia composta pelos elementos poder-direito-processo
apresenta direta relação com o exercício do direito de punir do Estado. O jus puniendi,
enfim, será ao mesmo tempo a decorrência lógica e o objetivo principal do poder estatal,
exercido por meio de um processo disciplinado por normas e princípios jurídicos.
Ou seja, pessoal, uma vez cometida uma infração penal, nasce para o Estado o
poder-dever de punir (pretensão punitiva), consubstanciado na legislação material, com
alicerce no seguinte direito fundamental (princípio da legalidade): não há crime sem prévia
lei que o defina, nem pena sem prévia lei que a comine.
O Direito Penal, formador do corpo de leis voltado à fixação dos limites do poder
punitivo estatal, somente se realiza, no Estado Democrático de Direito, por meio de regras
previamente estabelecidas, com o fim de cercear os eventuais abusos cometidos pelo
Estado.
LOGO, PESSOAL, NÃO SE TRATA DE UM RAMO JURÍDICO
ENCARREGADO unicamente da punição, como pensam alguns. Ao contrário, seus
instrumentos jurídicos constituem o molde ideal do Estado Democrático de Direito para
punir com equilíbrio, visando ao bem-estar da SOCIEDADE E TAMBÉM DAQUELE
QUE SOFREU A SANÇÃO.
O DIREITO PROCESSUAL PENAL é o corpo de normas jurídicas com a
finalidade de regular o modo, os meios e os órgãos encarregados de punir do Estado,
realizando-se por intermédio do Poder Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar
a lei ao caso concreto.
Ou seja, o Direito Processual Penal é o ramo das ciências criminais cuja meta é
permitir a aplicação de vários dos princípios constitucionais, consagradores de garantias
humanas fundamentais, servindo de anteparo entre a pretensão punitiva estatal, advinda do
Direito Penal, e a liberdade do acusado, direito individual.
Portanto, repito, se uma pessoa realizar determinada conduta descrita em um tipo
penal incriminador, a consequência desta prática será o surgimento para o Estado do poder-
dever de aplicar-lhe a sanção correspondente. Essa aplicação não poderá ocorrer à revelia
dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo, sendo necessária a existência de um
instrumento que, voltado à busca da verdade real, possibilite ao imputado contrapor-se à
pretensão estatal.
É nesse contexto, pessoal, que surge o processo penal, como instrumento destinado à
realização do jus puniendi do Estado e cujo desenvolvimento será regido por um conjunto
de normas, preceitos e princípios que compõem o direito processual.
Dito isso, podemos dizer que o Direito Processual Penal, pessoal, é um ramo do
direito público.
1. FINALIDADES DO PROCESSO PENAL:
Há duas finalidades, ditas como clássicas no Direito Processual Penal:
• Finalidade mediada ou indireta: é a manutenção da ordem social, da defesa dos 
interesses jurídicos; Ou seja, é a promoção da proteção da sociedade, da paz social e a 
defesa dos interesses da coletividade. 
• Finalidade imediada ou direta: é a demonstração da força punitiva do Estado, o direito
de punir. Ou seja, é o fazer valer o direito de punir do Estado (jus puniendi). No Estado
democrático de Direito, essa finalidade é levada a efeito, considerando também a tutela dos
direitos fundamentais do cidadão. 
1. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO PENAL:
• Autonomia – O Direito Processual Penal tem seus princípios e regras próprias, não 
sendo subordinado, nem inferior ou superior hieraquicamente ao Direito Penal material.
• Instrumentalidade – É um instrumento de consecução (ação ou efeito de conseguir) do 
Direito Penal material.
• Normatividadde – Codificação própria (Código de Processo Penal –CPP).
3. Conteúdo do Processo Penal
Pessoal, se por um lado, a finalidade do processo é possibilitar ao Estado a
satisfação do jus puniendi e, por outro, a realização desse direito de punir está condicionada
à observância de garantias que permitam ao imputado opor-se à pretensão punitiva estatal,
conclui-se que, para alcançar validamente seu desiderato e atingir o fim a que se destina, o
processo deverá ter desenvolvimento regular, o que compreende:
a) Instauração de uma relação jurídica processual triangularizada pelo juiz (como sujeito
processual imparcial a quem compete a solução da lide) e pelas partes (acusação no polo
ativo e defesa no polo passivo). Define-se, assim, relação jurídica como o vínculo que se
estabelece entre os sujeitos que, no processo, ocupam posições distintas e aos quais
assistem faculdades, direitos e obrigações. (MATERIAL EXTRA - LER)
b) A realização de uma sequência ordenada de atos, chamada de procedimento qual
abrange, necessariamente, a formulação de uma acusação (pública ou privada), o exercício
do direito de defesa, a produção das provas requeridas pelos polos acusatório e defensivo e a
decisão final.
Importante ter em vista que, tanto na relação jurídica estabelecida entre os sujeitos
distintos quanto no procedimento propriamente dito, deverão incidir os princípios
processuais penais constitucionais, assecuratórios de garantias como a do contraditório, da
ampla defesa, do devido processo legal, da publicidade dos atos, de ser julgado o réu por
juiz com competência previamente definida a partir de normas jurídicas gerais (juiz natural)
etc.
Fontes do Direito Processual Penal 
Dizem respeito à origem das normas processuais, que podem ser apreciadas sob dois
ângulos, gerando, assim, a divisão entre as fontes que são criadoras (materiais) e as que são
de expressão da norma (formais) do processo penal.
Das Fontes Materiais 
São as fontes criadoras do Direito, também denominadas de fontes de criação ou de
produção. 
Assim, a fonte material por excelência é o Estado. No caso do direito processual, o
art. 22, I, da Constituição Federal, dispõe que a legislação sobre o assunto compete
privativamente à União, que é, portanto, a fonte material do processo penal. 
O art. 22, parágrafo único, da Carta Magna estabelece que Lei Complementar
(LC) poderá autorizar Estados a legislar sobre matéria processual. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo,aeronáutico, espacial e do trabalho; 
(...) Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo. 
De outro lado, o seu art. 24, IX, ordena que é concorrente a competência da União
com os Estados e o Distrito Federal para legislar a respeito de procedimentos em matéria de
procedimentos processuais. Aqui encontram-se, por exemplo, as normas de organização
judiciária estadual. 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre: 
(…)
XI – procedimentos em matéria processual; 
Por óbvio, a competência dos Estados-membros é residual, no sentido de suprir
omissões ou especificar minúcias procedimentais, posto que a legislação estadual não pode
contrariar a federal, que lhe é superior. Ou seja, a fonte material (criadora) das leis
processuais é a União e, subsidiariamente, os Estados e o Distrito Federal. 
Das Fontes Formais ou de Cognição
São fontes de revelação (de cognição) e dizem respeito aos meios pelos quais o
direito se exterioriza. 
Dividem-se em fontes formais imediatas e mediatas. 
Das Fontes Formais Imediatas 
São as leis em sentido amplo, ou seja, a legislação infraconstitucional, os tratados, as
convenções e as regras de direito internacional aprovados pelo Congresso Nacional. 
Das Fontes Formais Mediatas
1. Costumes: cabedal de práticas sociais reiteradas que são observadas pela sociedade com
uma consciência de obrigatoriedade.
Os costumes podem ser secundum legem (de acordo com a lei), praeter legem
(suprem lacunas da lei) e contra legem (contra a lei), e estes têm aplicação vedada. 
OBS: Não é admitido no ordenamento jurídico brasileiro o costume contra legem
(contra a lei). O costume não afasta a lei: mesmo que em uma determinada região do
Brasil exista um costume que vai de encontro com uma lei, esta será sempre observada.
2. Princípios Gerais do Direito: premissas éticas extraídas do ordenamento jurídico. O
CPP, no seu art. 3º, ordena expressamente que pode ser suplementado pelos princípios
gerais do direito.
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva
e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios
gerais de direito. 
3. Doutrina: opinião dos estudiosos do Direito sobre temas jurídicos. Mesmo não
possuindo força vinculativa, a doutrina exerce forte influência tanto no processo legislativo,
quanto na aplicação da lei.
4. Analogia: Consiste em aplicar a um determinado caso não previsto pela lei o que o
legislador aplicou a um outro caso, quando há igualdade de condições.
Isso, pois devido à infinidade de casuísticas possíveis, nunca será possível ao
ordenamento jurídico estabelecer uma previsão normativa que esgote todas as hipóteses
factuais. 
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva
e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios
gerais de direito. 
5. Jurisprudência: É o entendimento consubstanciado em decisões judiciais reiteradas dos
Pretórios sobre determinados temas levados aos tribunais para pacificação.
Sobre as Súmulas Vinculantes do STF, com previsão no art. 103-A da Carta Magna: 
O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por
provocação, mediante decisão de dois terços de seus membros,
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial,
terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
OBS: LIÇÃO DO PROFESSOR NOBERTO AVENA SOBRE AS SÚMULAS
VINCULANTES:
(...) apesar de vinculante, tal ordem de enunciado não possui
força de lei, devendo ser classificado como fonte formal
mediata, mesmo porque não emana do Poder Legislativo,
apenas retratando a jurisprudência consolidada pela maioria
de dois terços (voto de oito Ministros) do STF. Em que pesem
as divergências, este último entendimento parece dominante na
doutrina.

Outros materiais