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1 Universidade Paulista Polo Caruaru Curso de Licenciatura em Pedagogia Maria Aparecida Bezerra dos Santos Tânia Maria Soares da Silva Ericka Cibele Rosendo Feitosa Letícia Rafaela Ferreira Chagas Rebeca Sabrina do Nascimento Pereira Inclusão da criança autista em sala de aula da educação infantil Caruaru 2020 2 Universidade Paulista Polo Caruaru Curso de Licenciatura em Pedagogia Maria Aparecida Bezerra dos Santos Tânia Maria Soares da Silva Ericka Cibele Rosendo Feitosa Letícia Rafaela Ferreira Chagas Rebeca Sabrina do Nascimento Pereira Inclusão da criança autista em sala de aula da educação infantil Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Paulista (UNIP), para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Orientador: Prof. Doutorando. Filipe Antônio Ferreira da Silva Caruaru 2020 3 Universidade Paulista Polo Caruaru Curso de Licenciatura em Pedagogia Maria Aparecida Bezerra dos Santos Tânia Maria Soares da Silva Ericka Cibele Rosendo Feitosa Letícia Rafaela Ferreira Chagas Rebeca Sabrina do Nascimento Pereira Inclusão da criança autista em sala de aula da educação infantil Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Paulista (UNIP), para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Orientador: Prof. Doutorando. Filipe Antônio Ferreira da Silva Aprovado em: Prof. Doutorando. Filipe Antônio Ferreira da Silva Instituição: UNIP Julgamento: XXXX Assinatura: XXXX Prof. Dr. XXXXXX Instituição: XXXXX Prof. Dr. XXXXXX Assinatura: XXXX Caruaru 2020 4 Agradecimentos Agradecemos a Deus primeiramente em todos os momentos da nossa caminhada acadêmica, esteve conosco, sendo a nossa principal fonte de energia e inspiração, iluminando nossos caminhos e guiando nossos passos sem nunca nos deixar desistir. Obrigada Senhor, por ter colocado pessoas maravilhosas em nosso caminho. Aos mestres agradecemos do fundo do nosso coração pelos ensinamentos, e em especial ao nosso orientador professor doutorando Filipe Antônio por aceitar ser nosso orientador e por acreditar em nosso potencial, não medindo esforços para nos auxiliar. Aos nossos colegas que conquistamos durante esta jornada acadêmica. Obrigada pelo carinho, força e os momentos que partilhamos juntas com vocês. 5 Resumo O nosso TCC é sobre autismo em sala de aula da educação infantil onde tem sido um termo que ainda gera pouca compreensão para grande parte da sociedade, mesmo sendo bastante comentada nos meios de comunicação. Os dados mundiais mostram um grande numero de casos do autismo onde predomina as alterações comportamentais. Nossa metodologia foi de cunho qualitativo, onde utilizamos a pesquisa bibliográfica e a análise do filme Tão Forte e Tão Perto (2011) buscando uma receptividade para o desenvolvimento de múltiplos benefícios que devem ser proporcionado na integração entre as crianças autistas em seu primeiro momento no ambiente escolar. Palavra-Chave: Inclusão. Autismo. Educação Infantil. Abstract Our TCC is about autism in the early childhood classroom where it has been a term that still generates little understanding for much of society, even though it is widely commented on in the media. Worldwide data show a large number of cases of autism where behavioral changes predominate. Our methodology was of a qualitative nature, where we used the bibliographic research and the analysis of the film Tão Forte and Tão Perto (2011) seeking a receptivity for the development of multiple benefits that must be provided in the integration between autistic children in their first moment in the environment school. Keyword: Inclusion. Autism. Child education. 6 Sumário 1. Introdução...........................................................................................................7 Objetivo Geral e Objetivo Específico.............................................................................9 2. Discursão Teórica............................................................................................ 10 2.1.Autismo: Conceito e Prática.......................................................................10 3. A Educação Infantil.........................................................................................13 3.1.Contextos Históricos..................................................................................13 3.2.. Educação Infantil Séculos XIX e XX......................................................14 4. Metodologia.....................................................................................................17 5. Tipo de Estudo.................................................................................................17 6. Método de Pesquisa.........................................................................................187. Análise e Sistematização de Dados.................................................................18 8. Análise e Discursão dos Dados.......................................................................19 Conclusão........................................................................................................22 Referência.......................................................................................................23 7 1. Introdução Qual a importância para o pedagogo saber sobre o autismo? São questionamentos que iremos responder durante nossa pesquisa documental. A importância em trabalhar em sala de aula com crianças autistas e assim conhecer e estudar esse novo “universo azul” que é o autismo na Educação Infantil, ou seja, há uma grande demanda de crianças que iremos receber e atuar em sala de aula nos próximos anos e também por existir uma lacuna em nossos cursos de formação acadêmica os quais não nos preparam para tamanha complexidade que é o transtorno do espectro autista (TEA). Sendo necessário acrescentar nos currículos acadêmicos, matérias de estudos específicos, sobre noções de ao menos diferenciarmos, síndromes e transtorno em crianças e também cursos em formações continuadas dos profissionais da educação para compreenderem melhor as especificidades que poderão chegar á sala de aula. Sendo assim estamos nos preparando para fazer um trabalho de qualidade e com a excelência que estas crianças merecem ao ingressar em nossas salas de aulas, nos utilizando da criatividade, sensibilidade, acuidade estaremos garantindo o direito de aprendizagem e desenvolvimento destes com uma probabilidade bem maior de resultados positivos. Quanto aos desafios são evidentes e bem claros que iremos enfrentar, pois incluir não é tarefa fácil para o docente em nossa sociedade, uma escola inclusiva necessita reconhecer e respeitar as diferenças individuais e suas necessidades múltiplas. Portanto, para ensinar o professor não precisa ser especialista no transtorno. O recomendado é que se procure conhecer todos os alunos de forma individual e se perceba como cada um aprende. Mais do que um conhecimento especifico, a inclusão dessas crianças na educação infantil requer uma mudança no modo como a escola pensa e faz educação, entretanto a criança autista em nossos estudos e pesquisa será evidenciada como aquela que precisa ser compreendida na sua essência e que será capaz de desenvolver habilidades mediantes as estratégias e estímulos adequados e que nossa contribuição como pedagogos é se utilizar da nossa sensibilidade em reconhecer suas capacidades e aptidões, isso tornará as aulas prazerosas e de fundamental importância em nossas carreiras. 8 Para isso iremos utilizar a BNCC e a LDB que são documentos que definem o conjunto de aprendizagens essenciais a que todas as crianças têm direito, com o lema de compromisso do estado brasileiro para favorecer a aprendizagem dos alunos. A BNCC tem sido defendida por especialistas que acreditam que ela pode ajudar a diminuir as desigualdades de aprendizado e de ir buscar na Base referências de como conduzir o processo pedagógico especificamente com essas crianças. Veremos que esse documento pouco tem a nos orientar, já que não define o como, mais sim o que ensinar, além do fato de as nomenclaturas dos transtornos de aprendizagem não ser contemplado no documento, porque as redes de ensino são autônomas para conduzirem seu processo de construção do currículo, tendo liberdade para ensinar além da Base, mas não menos do que ela determina, incluindo conhecimentos regionais ou outros conteúdos relevantes inclusive os que dizem respeito aos alunos com (TEA) em seus Projetos Políticos Pedagógicos. Nessa perspectiva da educação inclusiva, quando pensamos nessas crianças com (TEA) nossa preocupação é com essas crianças da educação infantil com o como ensinar sobrepõe-se à dúvida em relação com o que ensinar, tendo como certo que os conteúdos serão comuns a todos os alunos, mas que, apesar disso, essa criança da educação infantil tende a apresentar dificuldades na aprendizagem, e que as técnicas, recursos e estratégias que serão utilizadas pelos professores tenham relevância para que o processo de aprendizagem se efetive de forma significativa. Veremos que os estudos sobre o autismo tem aumentado nas últimas décadas devido á sua complexidade, ou seja, mesmo sendo recente o movimento sobre inclusão, o conhecimento das diferenças que se apresentam em cada criança torna-se fundamental para esse processo de ensino aprendizagem. Em nossa pesquisa veremos que o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é considerado um distúrbio do desenvolvimento que é apresentado desde os primeiros anos de vida, geralmente, por volta dos dois ou três anos, período este que a criança estabelece mais fortemente relações sociais, que se envolve mais com o outro e frequenta diferentes espaços, incluindo a escola e que são diversas as formas que a criança pode apresentar o autismo, no entanto, geralmente, se concentram nas áreas do desenvolvimento humano, como as áreas de comunicação, interação social, aprendizado e capacidade de adaptação. Portanto, “ensinar na perspectiva inclusiva, significa resinificar o papel do professor, da escola, da educação e de práticas pedagógicas que são usuais no contexto excludente do nosso ensino, em todos os níveis” (MANTOAN, 2003, p. 81). 9 Objetivo Geral: Investigar como a BNCC está articulando as práticas curriculares em torno da questão emergente de crianças autistas na educação infantil. Objetivos Específicos: Sistematizar as produções científicas em torno da questão do autismo; Analisar como a BNCC está articulando as práticas curriculares em torno da questão de crianças com autismo. 10 2. Discursão Teórica 2.1 Autismos: Conceito e Prática A origem da palavra “autismo” segundo Nunes (2013), advém do grego auto, que significa de si mesmo, e ismo, voltado (p. 210). A princípio o termo foi empregado por Bleuler, em 1906, para caracterizar alguns sintomas da esquizofrenia, como a perda de contato com a realidade e o isolamento social. Leo Kanner (1940) definiu o autismo como uma incapacidade de ter contato afetivo e interpessoal com as outras pessoas. Ressaltando também os prejuízos intelectuais, alguns déficits na linguagem, na comunicação e no comportamento. A partir daí ele usou o termo autismo infantil precoce, pois observou a presença de alguns sintomas já na infância (NUNES, 2013). [...] autismo é uma síndrome, portanto um conjunto de sintomas, presente desde o nascimento e que se manifesta invariavelmente antes dos três anos de idade. Ele é caracterizado por respostas anormais a estímulos auditivos e /visuais e por problemas graves na compreensão da linguagem oral. A fala custa a aparecer e, quando isso acontece, podemos observar a ecolalia(repetição das palavras), o uso inadequado de pronomes, estrutura gramatical imatura e grande inabilidade para usar termos abstratos.] Um ano mais tarde Aspeger descreveu alguns casos com características muito parecidas como a de Kanner, porém a inteligência era preservada. Esta síndrome ficou conhecida como Síndrome de Aspeger que só foi reconhecida pela DSM-IV em 1994, quando os artigos escritos por Asperger foram traduzidos para o inglês. (ROTTA; RIESGO, 2005) Rotta, Ohlweiler e Riesgo (2005) afirmam que estes comportamentos, são apresentados pela criança autista tanto na família quanto na comunidade e na escola. A partir dos avanços na área médica e na saúde mental, surgiram os manuais CID 10 e DSM III que mais tarde passou a ser DSM IV e em 2013, o DSM V. Esses manuais tiveram como intuito servir como guia médico para melhor definição e alinhamento do autismo (Silva et al, 2012, p. 114). 11 A criança autista tem mais dificuldade para se comunicar do que para falar, logo a educação da criança autista é um grande desafio para a escola e para a sociedade e é preciso para a escolarização dessas crianças da educação infantil que se faça algumas adaptações curriculares e que se tenha um corpo docente preparado, pois a criança autista tem como característica presente em seus comportamentos à falta de interesse, e as suas rotinas são sempre as mesmas, e essas características poderão ser notada pelos professores em sala de aula. Conforme Surian (2010) crianças autistas mostram uma capacidade muito grande a listas de nomes e fatos, são capacidades que surgem em crianças com menos dificuldades na fala, sendo preciso para a escolarização dessa criança que se faça algumas adaptações curriculares e que se tenha um corpo docente preparado. Nos autistas as características presentes são os seus comportamentos que são repetitivos e a falta de interesses, as suas rotinas sempre são as mesmas, essas características podem ser notadas pelos pais ou por pessoas mais próximas da criança ao acompanhar o seu desenvolvimento. A educação inclusiva precisa está presente no dia a dia delas e refere-se a uma educação que seja para todos, e a escola deve estar pronta para receber essas crianças e conseguir desenvolver o seu cognitivo, e sendo assim crianças com TEA requerem um ambiente bem estruturado e adequado as suas necessidades. A escola, e em especial, o professor pode assumir um papel importante na vida das crianças autistas na educação infantil se informadas corretamente, e também o currículo da escola deve ser adaptado às necessidades das crianças e não o contrário, para isso é preciso proporcionar oportunidades curriculares que sejam apropriadas às crianças com habilidades e interesses diferentes das demais. É importante que tanto a escola quanto a família tenham compreensão de que nem todos os dias tudo vai dar certo e, além disso, os profissionais da escola necessitam observar os progressos que cada criança vai conquistando do ponto de vista da própria criança. Isso significa que não faz sentido utilizar parâmetros inflexíveis de avaliação pedagógica sob o risco dos professores se privarem de alguns dos subsídios para a ação 12 pedagógica apropriada às crianças. Hattge e Klaus (2014, p. 330) afirmam que “é preciso pensar que os processos de inclusão fazem parte da nossa vida social e do sistema educativo", e cabe, portanto: Criar e organizar estratégias que percebam as questões individuais e de grupo, que permeiam o processo de aprendizagem, e utilizá-lo a seu favor, seja como pistas para estudo e pesquisa, seja como produção de práticas pedagógicas que tencionem permanentemente os processos de ensino e aprendizagem implementados em sala de aula. (HATTEGE; KLAUS, 2014, p. 330). O professor precisa ir além de ser um transmissor de conhecimentos, a escola cria significados, promove reflexão, resgata valores e socializa. O papel da escola é também o de usar de todos os recursos possíveis para transformar já que em muitas das situações em sala de aula essas crianças não participam das atividades, é nesse ponto que irá exigir mais atenção e sensibilidade do docente para incluir essas crianças, visto que é no processo de socialização que se constitui o desenvolvimento e a aprendizagem. Conhecendo as dificuldades que abrange esse transtorno, o docente será capaz de planejar ações de modo que na vivência das experiências a criança não seja vítima de discriminação. Sobre isso Orrú (2003, p.1) diz. É imprescindível que o educador e qualquer outro profissional que trabalhe junto à pessoa com autismo seja um conhecedor da síndrome e de suas características inerentes. Porém, tais conhecimentos devem servir como sustento positivo para o planejamento das ações a serem praticadas e executadas [...] Segundo Silva (2012) professor em sua prática pode estar contribuindo no desenvolvimento social de alunos com autismo através da “utilização de recursos disponíveis relacionados à socialização, aquisição de linguagem e comunicação, e adequação de comportamento” (p. 158) a fim de garantir o desenvolvimento das crianças com TEA. Outro aspecto a ser compreendido é a necessidade de um atendimento especializado e direto, tendo em vista que o aprendizado é diferente e dessa forma, as atividades devem ser também diferenciadas. 13 3. A Educação Infantil 3.1. Contextos Históricos Ao mergulharmos no contexto histórico podemos observar a sociedade medieval tradicional onde as crianças não eram bem vistas. Neste tempo não existia a valorização da família; pois só existia para conservar os bens, para praticar um ofício, e as crianças eram postas para trabalhar bem cedo. “[...] para aprender os trabalhos domésticos e valores humanos, mediante a aquisição de conhecimentos e experiências práticas (MEDONÇA, 2012, p17), dessa maneira não havia possibilidades de sentimentos entre pais e filhos”. Também não havia diferenciação entre as crianças a os adultos, usavam os mesmos modelos de roupas e de linguagem; não havia um sentimento em relação aos mais novos. Na educação frequentemente era oferecida a mesma forma de ensinamento para todas as pessoas de todas as faixas etárias. Essa percepção que se tinha sobre as crianças passa a se transformar socialmente e intelectualmente após a Idade Moderna, a Revolução Industrial, o Iluminismo, e a constituição de Estados laicos, mas só as crianças nobres que eram tratadas melhor, e as pobres não tinham. Falemos um pouco de Friedrich Wilhelm August Froebel (1782-1852) foi o pedagogo alemão responsável por inaugurar uma teoria educacional voltada para a criança de 0 a 6 anos de idade, instituindo o primeiro jardim de infância na Alemanha em 1837. Esse nome é arremetido a Froebel porque el comparava as crianças a umas plantas em fase de formação, já que elas exigem cuidados diários para que cresçam saudáveis. “Ele procurava na infância o elo que igualaria todos os homens, sua essência boa e divina ainda não corrompida pelo convívio social”, diz Alessandra Arce, professora da Universidade federal de São Carlos. Outro ponto relevante é que JeanJacques Rousseau (1712-1778), o filósofo em referência inaugurou um novo modo e de pensar e entender a criança que, segundo ele, era dotada de valor positivo e de inocência. Por essa razão, Rousseau considerava o desenvolvimento do espontaneísmo e da atividade própria da criança, como importantes para sua educação. Tanto Froebel quanto o educador suíço Pestalozzi 14 (1746-1827) receberam essa influência rousseauniana, uma vez que defendiam como importantes na educação da criança a atividade e o espontaneísmo infantil, assim como Rousseau, Froebel enfatizou o trabalho com os jogos, os trabalhos manuais, a experiência e o espontaneísmo na primeira fase da vida. Já Pestalozzi destacou a prática do filantropismo e do sentimentalismo, sendo como um pai para os seus educandos, dessa forma, era contra as punições no ensino. As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Não é apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades dos pequenos com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em autoeducação, um conceito que só se difundiria no início do século 20, graças ao movimento da Escola Nova, de Maria Montessori (1870-1952) e Célestin Freinet (1896-1966), entre outros. 3.2. Educação Infantil séculos XIX E XX A evolução da educação infantil foi a passos lentos, admitir a necessidade que as crianças nos primeiros anos de vida tinham suas peculiaridades para desenvolver seu cognitivo com o êxito foi algo bem complicado. Pois os estímulos para o crescimento físico e mental é de alta precisam nessa fase da infância. Além dos enormes graus até os dias atuais entre o que a Lei diz a ser feito e o que a realidade nos apresenta todos os dias em desigualdade, falta de acesso as redes de ensino infantil (creches), falta de condições físicas e de material para o trabalho dos profissionais. Dando início ao estudo aqui no Brasil como foi se desenvolvendo o complexo assunto que é a Educação. Aconteceu em meados de 1930, o presidente Getúlio Vargas cria o MEC (Ministério da Educação e Cultura), um órgão do governo Federal que está encarregado dos assuntos relacionados ao ensino. No ano de 1970 nosso país passa adotar medidas assistencialistas que já eram usadas na Europa e Estados Unidos uma visão voltada para as crianças pobres que por falta de recursos financeiros sofriam privações culturais gerando assim o fracasso escolar. Foi na década de 1980 que as camadas populares conseguem ampliar o acesso a Escola. Porém apenas em 1988 a constituição reconhece a educação em 15 creches e pré-escolas como um direito das crianças e um dever do Estado. A Constituição Federal de 1988 diz: Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 1). No entanto é em 1990 que a concepção de criança passa a ser reconhecida como um ser sócio- histórico, ou seja, onde a aprendizagem se dá pelas interações da criança com o meio social ao qual ela está inserida. Segundo confirma Vygotsky (1998), a criança é um ser social e faz parte de um contexto macrossocial, o qual interfere no seu comportamento através de atividades mediadas entre este ser e a linguagem. Vamos observar também uma grande conquista ainda na década de 1990 que foi a criação da ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) onde teremos as garantias em lei dos Direitos da Criança enquanto Cidadã. Temos ainda a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) que vai contribuir com a Lei 9394/96 – Em incorporar a educação infantil como primeiro nível da Educação Básica e formalizar a municipalização do ensino. Art. 3º. O ensino será com base nos seguintes princípios: igualdade de condição para o acesso a permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço á tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da igualdade e dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar; vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996, p. 1). Já em 1998, foi criado um documento que irá nortear o trabalho da educação com crianças de 0 a 6 anos de idade chamado de RCNEI (Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil). Ele tem em sua base tentar integrar o cuidar o educar o que é um grande desafio da educação infantil. Assim descreve o art. 29 da LDB: 16 Foram destinadas às crianças de até seis anos de idade, com a finalidade de complementar a ação da família e da comunidade, objetivando o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais. Isto nos remete à questão da formação humana [...] mas que ressalta a necessidade de promover o processo humanizado da criança. Esse processo requer e implica em um projeto de educação infantil fundamentado em um conceito de educação para a vida, pois ele dará os recursos cognitivos iniciais para o pleno desenvolvimento da vida da criança. (MENDONÇA, 2012, p. 42).. O conceito de infância tem enorme repercussão no papel da educação infantil, onde a criança irá desenvolver a maior parte de seus estágios cognitivos, por isso a necessidade de tamanho empenho e dedicação a essa faixa etária. Vale ressaltar que essa mudança só aconteceu quando a sociedade observou com um olhar de valorização tanto para criança quanto da falta de profissionais capacitados em atuar nessa modalidade de ensino. Todavia fica bem claro que as políticas públicas aqui citadas voltadas para educação infantil no Brasil infelizmente apenas começam a se desencadear a partir do século XX. A BNCC para a educação infantil indica os princípios éticos, políticos e estéticos na configuração dos projetos político-pedagógicos das instituições e compreendem que são seis os grandes direitos de aprendizagem que devem ser garantidos a todas as crianças brasileiras, quais sejam: conviver, brincar, participar, explorar, comunicar e conhecer-se. Para tanto, o documento não é organizado conforme a estrutura das demais etapas educativas. No lugar de definir essa BNCC tendo como suporte as áreas de conhecimento, o documento da educação infantil é sistematizado a partir da concepção de “campos de experiências de aprendizagens”. De acordo com o documento, os campos de experiências. Colocam, no centro do projeto educativo, as interações, as brincadeiras, de onde emergem as observações, os questionamentos, as investigações e outras ações das crianças articuladas com as proposições trazidas pelos/as professores/as. Cada um deles oferece às crianças a oportunidade de interagir com pessoas, com objetos, com situações, atribuindo-lhes um sentido pessoal. Os conhecimentos aí elaborados, reconhecidos pelo/a professor/a como fruto das experiências das crianças, são por ele/a mediados para qualificar e para aprofundar as aprendizagens feitas. (BRASIL,2015, p. 21). 17 Contudo ainda temos muito que nos enriquecer em estudos, para cada dia melhorarmos nosso trabalho como pedagogos que veem no berço que a educação infantil é dedicação, amor, criatividade, estimulam e que maior parte dos valores que essas crianças irão adquirir vai ser através de nós professores. 4. Metodologia Buscando aprender com a experiência e enriquecer o aprendizado a partir do encontro da teoria com a realidade, da ação com a criatividade, optamos por uma pesquisa mais qualitativa, de modo que os nossos resultados possam contribuir para ampliar o conhecimento sobre as questões centrais deste estudo. Que se comporta como um estudo de natureza documental e bibliográfico. Neste sentido, Deslandes et. al.(1994) diz que a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (DESLANDES, 1994, p. 21). 5. Tipo de Estudo A pesquisa será do tipo exploratório e explicativo. Exploratória, porque será realizada de natureza documental e bibliográfica, a partir de teóricos que se desdobram com pesquisas em nossa área investigar como a BNCC está articulando as práticas curriculares em torno da questão emergente de crianças autistas na educação infantil. Será também explicativa, pois terá a preocupação central de identificar fatores que contribuem para a ocorrência de fenômenos que afetam de forma positiva ou negativa, nossa temática de estudo. Sistematizar as produções científicas em torno da questão do autismo. Analisar como a BNCC está articulando as práticas curriculares em torno da questão de crianças com autismo. 18 6. Método da Pesquisa A nossa pesquisa será documental – bibliográfica. Segundo Gil (2008) as pesquisas bibliográficas são conhecidas como: Base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente mediante fontes bibliográficas. (GIL, 2008, p. 44) Já as pesquisas documentais podem ser elaboradas segundo Gil (2008) como: O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da pesquisa bibliográfica. Apenas cabe considerar que, enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes são constituídas, sobretudo por material impresso localizadas nas bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadas e dispersas. Há, de um lado, os documentos "de primeira mão", que não receberam nenhum tratamento analítico. Nesta categoria estão os documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições privadas, tais como associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos políticos etc. Incluem-se aqui inúmeros outros documentos como cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc. 7. Análise e Sistematização de Dados Para fins desta investigação utilizaremos a técnica de Análise de Conteúdo, enquanto um primeiro exercício de aproximação metodológica. A análise de conteúdo é uma técnica de tratamento de informações. Como técnica pode ser utilizada em vários tipos de pesquisa e servir igualmente os diferentes níveis de investigação empírica tanto das diferentes ciências humanas e sociais. Segundo Vala (2001), “a finalidade da análise de conteúdo será, pois efetuar inferências, com base numa lógica explicitada, sobre as mensagens cujas características foram inventariadas e sistematizadas” (VALLA, 2001, p. 04). 19 7. Análise e Discussão dos dados Análise do Filme: TÃO FORTE E TÃO PERTO Informações sobre o filme Análise do filme: Tão Forte e Tão Perto Título (em português): Tão Forte e Tão Perto Título original: Extremely Loud and Incredobly Close País: EUA Ano: 2011 Gênero: Drama Duração: 129 min. Ficha técnica: Diretor: Stephen Daldry Elenco: Tom Hanks, Sandra Bullook, John Goodman, Max Von Sydow, James Gandolfine, Jeffrey Wright, Thomas Harn, Adrian Martinez, Zoe Caldwell, Gina Varvaro. Produção: Scott Rudin Roteiro: Eric Roth Fotografia: Chisenges Trilha Sonora: Nico Muhly 20 Resumo do filme (contexto histórico e social): Oskar vê seu mundo de expedições, caças, ao tesouro, cartinhas para cientistas famosos e desafios, instigados pelo pai e melhor amigos Thomas Schell cair juntamente com o World Trade Center. Naquele dia, Oskar perdeu o pai na tragédia, e se sentia culpado por ter sido o único a ouvir a voz do pai nos recados da secretária eletrônica e por na última mensagem não ter sido capaz atender ao telefone enquanto seu pai implorava para trocar algumas palavras com o filho, em seus últimos momentos de vida. Oskar escondeu a secretária eletrônica e guardou segredo, não contando nem a sua mãe. Um ano depois, Oskar finalmente criou coragem para mexer nas coisas do pai e encontrou uma chave guardada dentro de um vaso, no closed com a palavra Black escrito em um pedaço de papel, se agarrando à esperança de ser mais uma das brincadeiras que seu pai costumava fazer. Com a chave pendurada no pescoço e uma espécie de pandeiro, Oskar sai à procura do tal Black pelos cinco distritos de Nova York registrando as histórias, numa tentativa de sentir-se próximo do pai. Qual é o tema do filme? O drama de Oskar Schell que perde o pai num atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos. Qual a cena principal? Quando Oskar manda mensagens para as famílias que conheceu em sua busca, agradecendo e relatando o que aprendeu depois desse longo caminho percorrido. Qual o clímax do filme? A cena que Oskar chega em casa e escuta as mensagens do pai morrendo na secretária eletrônica. 21 Quem é a personagem principal? Oskar Schell Como o filme dialoga com as questões do autismo? O filme mostra diversas dificuldades que uma criança autista tem. Como a dificuldade de socialização, reações a diversas situações de estresse, medo, barulho e até alegria. Também mostra que são crianças com capacidade cognitiva bastante aguçada e quando estimuladas alcançam maiores aprendizados. Quais as contribuições do filme para a educação inclusiva brasileira e para a formação do/a pedagogo/a? Ajuda a compreender melhor que as pessoas possuem especificidades e semelhanças; todos têm maneiras diferentes de pensar, mas também estão ligados pela história e pela capacidade de amar. O filme retrata bem o esforço do pai de Oskar (uma criança autista), para que seu filho aprendesse a falar com todo tipo de pessoa e superasse seus medos com coragem. Então desde o início vimos sobre inclusão. É necessário ter um olhar observador e trabalhar com o objeto de interesse da pessoa que precisa ser inclusa, para se obtiver um desenvolvimento eficaz no objetivo do ensino - aprendizagem. Assim como foi ofertado a Oskar, seu pai trabalhou em cima de seus interesses por expedições e investigações, e teve êxito no resultado. Precisamos instigar a criança da educaçãoinclusiva, à desvendar os mistérios do saber, tornando tal conhecimento interessante e satisfatório. Como o filme pode ser trabalhado nas escolas públicas? Como ferramenta para auxiliar o professor no processo de ensino e aprendizagem dos alunos, pois envolve atenção do mesmo, levando-os a refletir sobre o tema abordado. Vale ressaltar que a prática de projeções de filmes em sala de aula deve estar fundamentada sempre que necessário como recurso metodológico, visando sempre à melhoria da qualidade de ensino. 22 Conclusão: O nosso trabalho teve a preocupação em entender de uma forma mais aprofundada, a realidade dos autistas ao ingressar na educação infantil em como as escolas, professores e a família se relacionam, diante dessa primeira abordagem da inclusão. Além de compreender mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como um grande enriquecimento pessoal e profissional para cada uma de nós. As evidências as quais constatamos temos o crescimento da incidência de casos de autismo e a falta de conhecimento sobre o assunto por grande parte da população, sendo este um dos motivos do preconceito que os autistas enfrentam, provém da falta de esclarecimento sobre o assunto, tendo a parte teórica o fornecimento dos conhecimentos sobre a parte histórica a cerca do surgimento, diagnóstico e tratamento, assim como a complexidade de iniciar interações, onde uma das grandes conquistas está nas leis de inclusão relacionadas aos autistas que asseguram o direito da criança a frequentar escolas regulares. Entendendo que a escola é o ambiente ideal para promover a interação com a participação dos pais e educadores devidamente capacitados para realizar um trabalho que minimize as formas de preconceitos que venham a surgir, pois o objetivo principal do nosso estudo foi visar a interação das crianças autistas no início da Educação Infantil, transformando o ambiente escolar num local onde as diferenças sejam devidamente respeitadas buscamos uma receptividade para o desenvolvimento de múltiplos benefícios que devem ser proporcionado na integração entre as crianças autistas em seu primeiro momento no ambiente escolar por meio de jogos e dinâmicas criativas envolvendo todos no contexto participativo utilizando a LDB como base para embasamento como também as normas da BNCC. 23 Referências: BARBOSA, Maria Carmen Silveira (Org.). Práticas cotidianas na educação infantil: bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília, DF: MEC/UFRGS, 2009. BRASIL. Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB), 1996; CAMARGO, S. BOSA, C. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. Psicologia & Sociedade, v. 21, n. 1, p. 65-74, 2009. DIAS, S. O COMPORTE-SE. Autismo – Breve Histórico. Disponível em: http://www.comportese.com/2010/09/autismo-um-breve-historico KLIN, A. Autismo e Síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28 (Supl.1). São Paulo: May, 2006. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília, DF: MEC/SEB, 2010. http://www.comportese.com/2010/09/autismo-um-breve-historico
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