OP 2020 INTRODUÇÃO AULAS 1 A 3

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PROF. DR. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO
VOCACIONAL
Objetivo
AULA 02: SABER OUVIR E FALAR
Estágio supervisionado básico I em psicologia
Psicologia da OP/OV:
Área da Psicologia voltada para apoiar pessoas que desejam escolher o que pretendem ser no futuro quanto as que desejam repensar sua escolha profissional e seu projeto de vida através do uso de conhecimentos e recursos da ciência psicológica.
Lição Básica: O que queremos dizer com Orientação Profissional / Vocacional?
No decorrer da história a “Orientação” serviu a uma necessidade inerente ao homem: A de ser aconselhado, em dada situação seja para resolver um problema (existência, ocupação, etc. ) ou tomar uma decisão (momentos difíceis);
Certamente em algum momento da sua vida você já deve ter pedido ou dado orientação a alguém.
Quando falamos de Orientação no âmbito da Psicologia, estamos falando de um auxílio técnico especializado. Não se trata de um “palpite”, do conselho de um “amigo” ou de ainda do “toque” de um curioso. E sim de um profissional que usará da ciência Psicológica (anamnese, testes, dinâmicas, etc.) para uma orientação técnica.
Lição Básica: O que queremos dizer com Orientação Profissional / Vocacional?
ATENÇÃO: Orientar não significa
Decidir e sim auxiliar o outro a decidir;
Escolher por x Esclarecer/ Favorecer
 o outro em seu processo de escolha;
Dar respostas x Favorecer a que o outro encontre respostas;
Em termos de Orientação Vocacional/Profissional: É um erro achar que no final do processo se dirá ao cliente o que ele será, o que fará profissionalmente e que área deverá escolher. A escolha será sempre do cliente, mesmo quando a mesma não for na direção do que o processo sugeriu (Orientação especializada).
Orientação Profissional / Vocacional?
Quando falamos de ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL (OP) /VOCACIONAL (OV) não estamos falando apenas sobre o que alguém vai FAZER no futuro.
Não se trata apenas de escolher um PROFISSÃO ou um TRABALHO, mas sim, fundamentalmente, escolher o que se vai SER no futuro;
Mesmo quando pensamos em profissão,
 estamos contextualizando a mesma dentro 
 de um PROJETO DE VIDA;
Quando pensamos assim entendemos 
 melhor a importância e o papel da 
 Psicologia na OP/OV.
Por isso é tão importante receber uma orientação no momento em que temos que pensar sobre que carreira escolher, ou em que trabalhar;
Em outras palavras, pensar no projeto de vida que pretendemos seguir. Algo que não responda apenas uma necessidade imediata e sim uma realização ao longo da vida;
Definir o que pretendemos ser na vida, como será nosso futuro é uma escolha complexa, que envolve vários fatores a considerar. Poucas coisas nos ajudam em nosso processo de realização, em termos de encontrar o nosso lugar no quebra cabeça da vida como o trabalho;
F 
U
T
UR
O
Dizem equivocadamente: “Felicidade é uma coisa, trabalho é outra”! Será assim mesmo? Será impossível ser feliz no trabalho?
O trabalho permite que conheçamos melhor nossas habilidades e competências; que mostremos o nosso valor; que possamos nos realizar e nos sustentar. 
Não se trata apenas de um ofício, de ganhar dinheiro, mas sim de se realizar como pessoa e ser reconhecido por isso (estima, respeito, etc). Uma dos degraus da pirâmide de Maslow (hierarquia das necessidades).
A felicidade (estado mental, físico e espiritual de bem-estar e plenitude) passa também pela dimensão laboral:
Orgulho de pertencermos a algo (instituição) ou de fazermos/construirmos algo; 
Sensação de liberdade, de autonomia, de ganhar o próprio sustento; Entusiasmo de fazer o que se gosta;
Realização pessoal de se atender a um objetivo ou conquistar algo; Trabalhar para o bem do outro/sociedade; de ser um cidadão ativo, participante;
Crescer no desenvolvimento interpessoal; companheirismo, cooperação, trabalho em equipe x lidar com a competição;
Conquista do seu
 lugar, de respeito.
80% das pessoas que trabalho hoje trabalham exclusivamente pela remuneração (retorno financeiro) e não se sentem realizadas naquilo que fazem;
São pessoas frustradas que não atendem bem o cliente, não o melhor de si no trabalho, apenas fazem o que fazem pela sobrevivência financeira.
Será esse o caminho? Não seria muito melhor ganhar para fazer aquilo que se gosta, que combina conosco, que tem a ver com nossa história, com nossas habilidades e competências, etc. 
A Orientação Vocacional/Profissional possui dois grandes eixos que devem ser considerados no momento presentes:
1º AUTO-CONHECIMENTO: interesses, aptidões, habilidades, mas também ideias, idealizações e fantasias em relação ao momento atual e seu futuro;
2º INFORMAÇÃO OCUPACIONAL: Busca sobre o que os cursos/áreas selecionadas oferecem. Grade curricular, mercado, possibilidades de atuação , etc.;
EIXOS:
MOMENTO PRESENTE
Diferenças entre Orientação Profissional e Orientação Vocacional?
O QUE É VOCAÇÃO?
Parte do princípio de que existe em cada pessoa uma inclinação, uma tendência, uma habilidade que faria com que o indivíduo escolhesse uma profissão. 
Vocação é uma competência que estimula as pessoas para a prática de atividades que estão associadas aos seus desejos de seguir determinado caminho.
É uma capacidade específica para executar algo que vai lhe dar prazer.
A vocação profissional é formada por um conjunto de aptidões naturais, como também interesses específicos do indivíduo que o direcionam na escolha de uma profissão. 
ORIENTAÇÃO VOCACIONAL:
Ajudar alguém a encontrar o seu perfil (auto-conhecimento) e perceber suas áreas de interesse a partir de sua vocação;
Foco no processo de autoconhecimento: personalidade, comportamento, motivações, etc.
Perfil: Mais aplicado aos jovens no final do ensino médio; Pessoas que estão pensando na profissão pela primeira vez.
Entrevista + Bateria de Testes Vocacionais;
Problema: Como definir a vocação com relação as novas ocupações profissionais que surgem o tempo todo. Ex: webdesigner.
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL:
Profissão: Trabalho ou atividade especializada dentro da sociedade que exige um dado conhecimento e/ou experiência.
Não trabalha com a ideia de vocação.
Perfil: Pessoas que estão querendo se colocar no mercado de trabalho e são mais maduras;
Foco no mercado de trabalho = escolha de uma profissão.
Tem como meta ajudar a pessoa que já tem a formação a se preparar para o trabalho em si, de forma a se sentir bem consigo mesmo, a se sentir capaz do desempenho profissional em si, e fazê-lo de modo agradável.
ORIENTAÇÃO VOCACIONAL:
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL:
PROCESSO DE ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL ATUAL
1º PASSO = Enfoque 
mais analítico 
2º PASSO: Enfoque 
mais comportamental
CARREIRA:
Mais amplo que o de profissão e mais relacionado a aspectos da estrada profissional que se deseja seguir. O estilo de vida e o tipo de atuação almejado.
Tem a ver com a trajetória profissional.
Planejamento de carreira = Coaching que pode ser uma atividade do psicólogo ou de outro profissional.
Entretanto é preciso cuidar de abusos. Quando o Coaching vai além disso e realiza processos de análise ou aplicação de testes.
Quem procura orientação para carreira, quer crescer na profissão e saber o que precisa para fazer isso e se destacar na área ou no mercado de trabalho, ou enveredar em outra carreira.
DESAFIOS:
A Orientação Profissional é um campo recente e infelizmente, a orientação profissional e de carreira tem sido pouco abrangido pelas graduações de psicologia. 
Há muitos que atuam sem a devida qualificação, baseando-se em ideias do senso comum. É importante formar mais profissionais qualificados para as demandas que surgem dentro deste contexto, como desemprego, transição de área, necessidade de atualização, insatisfação ocupacional e mudanças de projetos políticos.;
Crescimentodo Coaching e invasão do campo da Psicologia.
UM POUCO DE HISTÓRIA DA OV/OE:
Nesse novo cenário....
No Brasil, a Orientação Profissional tem como marco de origem a criação, em 1924, do Serviço de Seleção e Orientação Profissional (SESOP) para os alunos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, sob responsabilidade do engenheiro suíço Roberto Mange. A Orientação Profissional brasileira nasceu ligada à Psicologia Aplicada, que vinha desenvolvendo-se no país, na década de 1920, junto à Medicina, à Educação e à Organização do Trabalho. Nas décadas de 1930 e 1940, a Orientação Profissional ligou-se à Educação. 
Em 1934, foi introduzida no Serviço de Educação do Estado de São Paulo, por iniciativa de Lourenço Filho. No ano de 1942, a lei Capanema, sobre a organização do ensino secundário, estabeleceu a atividade de Orientação Educacional e atribuiu a ela o auxílio na escolha profissional dos estudantes.
E no Brasil? Criação do SESOP
A OP brasileira deu um grande salto de desenvolvimento a partir da década de 1940. No ano de 1944, foi criada a FGV, no Rio de Janeiro, que estudava a Organização Racional do Trabalho e a influência da Psicologia sobre a mesma. Em 1945 e 1946, ofereceu, com o auxílio do governo brasileiro, o curso de Seleção, Orientação e Readaptação Profissional, ministrado pelo psicólogo e psiquiatra espanhol Emílio Mira y López. O objetivo de tal curso foi a formação de técnicos brasileiros nestas áreas de atuação.
 No ano seguinte, em 1947, foi fundado o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), junto à FGV na cidade do Rio de Janeiro, instituto que reuniu técnicos e estudiosos da Psicologia Aplicada, muitos deles formados pelo curso ministrado por Mira y López, que foi seu primeiro diretor.
ISOP- Inst. Seleção e Orientação Profissional
Criado, em 1947, os objetivos do ISOP eram: o desenvolvimento de métodos e técnicas da Psicologia Aplicada ao Trabalho e à Educação, o que foi feito principalmente através da adaptação e da validação de instrumentos psicológicos estrangeiros e da criação de instrumentos psicológicos brasileiros; o atendimento ao público através dos processos de Seleção e Orientação Profissional; e a formação de novos especialistas .
ISOP- Inst. Seleção e Orientação Profissional
No ano de 1948, foi oferecido o primeiro curso de formação em Seleção e Orientação Profissional pelo ISOP. Entre as décadas de 1940 e 1960, o ISOP foi referência não só para os modelos de Seleção e Orientação Profissional, mas também para o desenvolvimento da Psicologia brasileira, principalmente da Psicometria.
Nas décadas de 1920 e 1930, a Psicologia Diferencial e a Psicometria passaram a influenciar fortemente a prática da OP, o que se deu devido ao grande desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade durante as Primeira e Segunda Guerras Mundiais. 
A OP passou a ser um processo fortemente diretivo, em que o orientador tinha como objetivos fazer diagnósticos e prognósticos do orientando e, com base nesses procedimentos, indicar ao mesmo profissões ou ocupações apropriadas. Até este momento ainda não havia uma teoria propriamente dita que embasasse a prática da Orientação Profissional, mas o modelo acima descrito, preocupado com a adequação do homem à profissão, costuma ser identificado como Teoria do Traço e Fator.
ISOP- Inst. Seleção e Orientação Profissional
Desde o seu nascimento, na década de 1920, a OP brasileira pautou-se pelo modelo da Teoria do Traço e Fator; isto é, pelas ideias de que o processo de OP é diretivo e o papel do orientador profissional é o de fazer diagnósticos, prognósticos e indicações das ocupações certas para cada indivíduo, o que foi feito, desde o início, com base na Psicologia Aplicada, especialmente na Psicometria. 
ISOP- Inst. Seleção e Orientação Profissional
As ideias de Rogers influenciaram enormemente a OP da época, tendo sido um importante marco de transformação das práticas de OP. Na década de 1960, as mudanças ocorridas na OP e as críticas à Teoria do Traço e Fator, que despontavam no ambiente internacional desde a década de 1940, eram conhecidas no Brasil. No entanto, a mudança de paradigma OP brasileira se baseou em referenciais teóricos próprios.
O desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência independente e área de atuação profissional, que culminou com a promulgação da Lei 4.119 de 27 de agosto de 1962 (Brasil, 1962), que criou os cursos de formação em Psicologia e regulamentou a profissão de psicólogo, exerceu importante influência nos rumos da OP no Brasil. 
Em primeiro lugar, o desenvolvimento dos cursos de graduação em Psicologia levou a uma gradativa modificação dos objetivos do ISOP, que, no ano de 1970 teve o nome alterado para Instituto Superior de Pesquisa Psicológica; ampliou seu campo de interesses; parou de prestar atendimento ao público; e passou a realizar a formação de especialistas, docentes e pesquisadores em nível de pós-graduação
ISOP- Inst. Seleção e Orientação Profissional
O surgimento dos cursos de Psicologia e a regulamentação da profissão de psicólogo também influenciaram a OP ao vincular esta atividade à Psicologia Clínica e ao transferir o processo de intervenção para consultórios particulares. A OP brasileira realizada por psicólogos foi influenciada diretamente pela Psicanálise e, especialmente, pela Estratégia Clínica de Orientação Vocacional do psicólogo argentino Rodolfo Bohoslavsky, introduzida no Brasil na década de 1970 por Maria Margarida de Carvalho.
Ela foi a primeira professora da disciplina de Seleção e OP do curso de Psicologia da USP, disciplina que fazia parte do currículo mínimo federal. Além de introduzir as ideias de Bohoslavsky no Brasil, ela foi a grande idealizadora do processo grupal em Orientação Profissional. 
ISOP- Inst. Seleção e Orientação Profissional
O surgimento dos cursos de Psicologia e a regulamentação da profissão de psicólogo também influenciaram a Orientação Profissional ao vincular esta atividade à Psicologia Clínica e ao transferir o processo de intervenção para consultórios particulares. A Orientação Profissional brasileira realizada por psicólogos foi influenciada diretamente pela Psicanálise e, especialmente, pela Estratégia Clínica de Orientação Vocacional do psicólogo argentino Rodolfo Bohoslavsky, introduzida no Brasil na década de 1970 por Maria Margarida de Carvalho.
Ela foi a primeira professora da disciplina de Seleção e Orientação Profissional do curso de Psicologia da USP, disciplina que fazia parte do currículo mínimo federal. Além de introduzir as ideias de Bohoslavsky no Brasil, ela foi a grande idealizadora do processo grupal em Orientação Profissional. 
ISOP- Inst. Seleção e Orientação Profissional
No ano de 1993, foi fundada a Associação Brasileira de Orientadores Profissionais (ABOP) durante o I Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional Ocupacional (Carvalho, 1995; Lisboa, 2001; Melo-Silva & Jacquemin, 2001; Soares, 1999). 
A ABOP foi criada com os objetivos de unificação e desenvolvimento da Orientação Profissional no Brasil. Desde então, vem promovendo simpósios nacionais bienais. . 
ABOP:
http://portalfat.mte.gov.br/wp-content/uploads/2016/07/Cartiha-de-orienta%C3%A7%C3%A3o-profissional.pdf