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ATIVIDADE DE DIREITO DE POSSE E PROPRIEDADE E RITOS ESPECIAIS

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ATIVIDADE A2
INSTRUÇÕES: As questões abaixo deverão ser respondidas individualmente e manuscritas, em folha de caderno ou papel ofício. A entrega será através de foto ou documento digitalizado que deverá ser enviado, através do e-mail andre.pinheiro@unp.br, até às 23h59 do dia 26/03/2020. Favor colocar, no corpo do e-mail, nome, matrícula e turma.
QUESTÕES:
01. Tércio toma posse de um terreno rural pertencente a Alexandre que aparentemente está abandonado. Quando toma ciência, cerca de dois anos após a ocupação, Alexandre nada faz para reaver a posse do bem. Passados mais três anos, Tércio lhe procura enquanto jurista para saber qual a natureza da posse do referido bem, em especial se a mesma apresenta algum vício. Responda a consulta de Tércio de maneira fundamentada.
 Inicialmente Sr. Tércio a posse é injusta, mas pode ser convalidada após 3 anos, cessando o vínculo jurídico, pode ser convalidada em posse justa, mansa e pacífica.
 Trazendo para o caso da questão, a posse que é inicialmente injusta e clandestina, pode ser convalidada em posse justa, pela passagem do tempo, sem qualquer iniciativa de Alexandre para reaver o bem.
 É necessário que o tempo vá fluindo. Alexandre terá pelo menos 5 anos para tentar reaver a posse do bem.
 Tanto é que a doutrina considera que a posse convalidada pode tornar a ser injusta caso o legítimo possuidor ingresse com o interdito possessório.
02. Pablo resolve alugar um imóvel para Bruna. Considerando o tamanho do bem, Bruna faz a sublocação de parte do espaço para Fabiana. A situação descrita é compatível com a disciplina possessória do Código Civil? Considere em sua resposta sobre a possibilidade de desdobramento da posse.
 Sim, desde que esteja previsto no contrato a possibilidade da sublocação.
 Desdobramento possessório ocorre quando se tem transferência da posse.
 A posse vai ser dividida entre posse direta e posse indireta.
Posse direta é o contato material com o bem, sendo exercida por quem recebe a posse.
Posse indireta reside no vínculo jurídico que existe com o bem e permanece com quem repassa a posse direta.
Possuidor direto é quem recebe a posse, enquanto possuidor indireto é quem transfere a posse.
É possível sucessivos desdobramentos possessórios, chamada de verticalização da posse direta.
03. Explique, em linhas gerais, qual a diferença entre a eficácia erga-omnes dos Direitos Reais e o dever geral de abstenção. Desenvolva a resposta trazendo a diferença entre ambos os institutos, destacando qual deles se faz presente no Código Civil.
 O dever geral de abstenção é uma obrigação negativa de não fazer direcionada a toda a sociedade, enquanto sujeito passivo universal.
 Trata-se de uma metáfora ou alegoria, que não tem nenhuma aplicabilidade jurídica, tudo em vista que não há consequência para descumprimento, como afirma Lulu Santos, é uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de convencer.
 Já a eficácia-erga-omnes depende da lei, pois será igualmente oponível a toda a sociedade. Como os direitos reais são uma categoria especial, faz necessário uma tutela jurídica refinada de tal maneira que se algum desses direitos for violado, caberá ao cidadão buscar a tutela estatal, eficácia-erga-omnes é adotada pelo CC/2002. 
 Corrente unitarista: Não há diferença entre direitos obrigacionais e direitos reais.
 Corrente unitarista personalista: Existe um dever geral de abstenção que impede as violações aos direitos de posse e propriedade e que é destinada a toda sociedade, protege o titular e não a coisa em si.
 Corrente dualista: Há diferença, quanto a natureza jurídica dos direitos reais e obrigacionais. É adotada pelo CC/2002 que contempla toda uma proteção especial aos direitos reais.
Envolve o princípio da legalidade que irá definir quais são os direitos reais, em rol taxativo e qual será a disciplina jurídica aplicável, proteger a coisa em si.
04. Roberto é proprietário de um imóvel que costuma alugar para Guilherme. Encerrado o prazo contratual, Roberto requer que Guilherme desocupe o imóvel, não obtendo qualquer sucesso. Considerando o caso em tela, Guilherme pode conseguir convalidar a posse do bem? Fundamente sua resposta.
 Não. A posse precária nasce da invertio possessionis ou inversão possessória.
 Há quebra de confiança do então legítimo possuidor que passa a tentar ter a coisa como se fosse dono.
 A grande característica da posse precária é que existe uma posse justa e legítima que, em face da recusa de restituir o bem, se transforma em injusta.
 Por ocorrer a quebra de confiança, não há possibilidade de convalidação para a posse precária.
05. Elaine é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de Natal, residindo no imóvel há cerca de 5 (cinco) anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, Elaine precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Fortaleza, com previsão de retornar dois meses depois a Natal. Elaine comentou a viagem com vários vizinhos, dentre os quais, Neto, Rafaela, Pablo e Alana, pedindo que “olhassem” o imóvel no período. 
Ao retornar da viagem, Elaine encontrou o imóvel ocupado por Neto e Rafaela, que nele ingressaram para fixar moradia, acreditando que Elaine não retornaria a São Paulo. No período, Neto e Rafaela danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Elaine, 15 dias (quinze) após tomar ciência do ocorrido, procura você, como advogado. 
Na qualidade de advogado(a) de Elaine, responda qual a classificação e os efeitos da posse de Neto e Rafaela, observando se são cabíveis eventuais interditos.
 Sra. Elaine, a posse de Neto e Rafaela é posse injusta por clandestinidade, é posse nova e cabível ação de força nova, reintegração de posse por esbulho, é posse de má-fé.
 Neto e Rafaela devem pagar os frutos colhidos, devem pagar R$ 19.000,00 pelas vendas, mas deve ser abatido o custo de produção.
 Neto e Rafaela vão responder pela deterioração da coisa, devem pagar R$ 6.000,00 pelas infiltrações, se a antena não fosse instalada, não teria infiltração, logo não se afasta a indenização.
 Neto e Rafaela faz jus a indenização por benfeitorias necessárias, como não teve nenhuma, não há indenização.
 Não será possível que Neto e Rafaela levantem a antena pirata e nem exerçam qualquer direito de retenção, consoante serem possuidores de má-fé.

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