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Introdução ao Empreendedorismo

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Prévia do material em texto

Empreendedorismo, Inovação 
e Economia Criativa
Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional 
Luiz Francisco de Assis Salgado
Superintendente Universitário 
e de Desenvolvimento 
Luiz Carlos Dourado
Reitor 
Sidney Zaganin Latorre
Diretor de Graduação 
Eduardo Mazzaferro Ehlers
Diretor de Pós-Graduação e Extensão 
Daniel Garcia Correa
Gerentes de Desenvolvimento 
Claudio Luiz de Souza Silva 
Luciana Bon Duarte 
Roland Anton Zottele 
Sandra Regina Mattos Abreu de Freitas
Coordenadora de Desenvolvimento 
Tecnologias Aplicadas à Educação 
Regina Helena Ribeiro
Coordenador de Operação 
Educação a Distância 
Alcir Vilela Junior
Professores Autores 
Edna Mara Baars 
Juliane Borges Ferreira 
Kênia Cristina G. dos Santos 
Nelson Nogueira 
Schirlei Mari Freder 
Sirlene S. de Amorim Pereira
Revisores Técnicos 
Aline Delmanto Capone 
Donizetti Leonidas de Paiva 
Polise Moreira de Marchi
Revisoras de Texto 
Ana Luiza Candido 
Camila Lins
Técnica de Desenvolvimento 
Carolina Tiemi Sato Komatsu
Coordenadoras Pedagógicas 
Ariádiny Carolina Brasileiro Silva 
Izabella Saadi Cerutti Leal Reis 
Nivia Pereira Maseri de Moraes 
Otacília da Paz Pereira
Equipe de Design Educacional 
Alexsandra Cristiane Santos da Silva 
Ana Claudia Neif Sanches Yasuraoka 
Angélica Lúcia Kanô 
Anny Frida Silva Paula 
Cristina Yurie Takahashi 
Diogo Maxwell Santos Felizardo 
Flaviana Neri 
Francisco Shoiti Tanaka 
Gizele Laranjeira de Oliveira Sepulvida 
Hágara Rosa da Cunha Araújo 
Janandrea Nelci do Espirito Santo 
Jackeline Duarte Kodaira 
João Francisco Correia de Souza 
Juliana Quitério Lopez Salvaia 
Jussara Cristina Cubbo 
Kamila Harumi Sakurai Simões 
Katya Martinez Almeida 
Lilian Brito Santos 
Luciana Marcheze Miguel 
Mariana Valeria Gulin Melcon 
Mônica Maria Penalber de Menezes 
Mônica Rodrigues dos Santos 
Nathália Barros de Souza Santos 
Rivia Lima Garcia 
Sueli Brianezi Carvalho 
Thiago Martins Navarro 
Wallace Roberto Bernardo
Equipe de Qualidade 
Ana Paula Pigossi Papalia 
Josivaldo Petronilo da Silva 
Katia Aparecida Nascimento Passos
Coordenador Multimídia e Audiovisual 
Ricardo Regis Untem
Equipe de Design Audiovisual 
Adriana Mitsue Matsuda 
Caio Souza Santos 
Camila Lazaresko Madrid 
Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo 
Christian Ratajczyk Puig 
Danilo Dos Santos Netto 
Hugo Naoto Takizawa Ferreira 
Inácio de Assis Bento Nehme 
Karina de Morais Vaz Bonna 
Marcela Burgarelli Corrente 
Marcio Rodrigo dos Reis 
Renan Ferreira Alves 
Renata Mendes Ribeiro 
Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti 
Thamires Lopes de Castro 
Vandré Luiz dos Santos 
Victor Giriotas Marçon 
William Mordoch
Equipe de Design Multimídia 
Alexandre Lemes da Silva 
Cristiane Marinho de Souza 
Emília Correa Abreu 
Fernando Eduardo Castro da Silva 
Mayra Aoki Aniya 
Michel Iuiti Navarro Moreno 
Renan Carlos Nunes De Souza 
Rodrigo Benites Gonçalves da Silva 
Wagner Ferri
Empreendedorismo, Inovação e Economia 
Criativa
Aula 01
Empreendedorismo: uma abordagem introdutória
Objetivos Específicos
• Apresentar os conceitos principais da disciplina, iniciando a construção da 
base teórica do aluno.
Temas
Introdução
1 Etimologia
2 Contextualização histórica
3 Definições segundo diferentes autores
4 O empreendedorismo social
Considerações finais
Referências
Nelson Nogueira
Professor Autor
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
3
Introdução
Prezado aluno, iniciamos a nossa disciplina de Empreendedorismo, Inovação e 
Economia Criativa na intenção de estimular seu comportamento empreendedor, munindo-o 
de ferramentas que lhe possibilitem desenvolver habilidades para criar oportunidades de 
negócio inovadoras que farão a diferença na construção da sua carreira profissional.
Nesta disciplina, você será introduzido aos conceitos de empreendedorismo, conhecerá 
o perfil do empreendedor e as diferentes esferas em que encontramos tais iniciativas, assim 
como as motivações que levam o indivíduo a empreender.
Após conhecer as principais dimensões do empreendedor, partiremos para a compreen-
são do envolvimento deste com o ambiente que o cerca, por meio da análise de sua relação 
com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Na sequência, conheceremos melhor os 
conceitos de inovação e a relação desta com o processo empreendedor, e será introduzida a 
noção de economia criativa e apresentadas as oportunidades dela advindas.
Por fim, trataremos de ferramentas para o desenvolvimento de negócios, como design 
thinking, Modelo Canvas, plano de negócios e algumas opções para captação de recursos. 
Complementando, serão apresentadas ideias para aumentar a criatividade e incrementar as 
habilidades do empreendedor.
Nesta primeira aula, vamos conduzir o assunto iniciando pela etimologia, o estudo 
da origem e história da palavra “empreendedorismo”, de onde surgiu e como evoluiu ao 
longo dos anos. Em seguida, vamos para a contextualização histórica, mostrando a trajetória 
do conceito aplicado no ambiente interno e externo da organização. Posteriormente, 
abordaremos as definições que foram sendo aprimoradas e incorporadas com o passar do 
tempo e, por fim, os aspectos do empreendedorismo social, utilizando a mesma trajetória e 
tópicos que utilizamos para falar do empreendedorismo. 
Ao final desta aula, você terá ampliado a sua visão sobre o assunto, compreendendo 
o empreendedorismo, a sua importância, os novos caminhos possíveis para sua carreira 
profissional ou até para a abertura de seu próprio negócio, independentemente da área da 
formação que esteja cursando.
Uma sociedade que passa por constantes processos de reinvenção carece de indivíduos 
criativos que possam contribuir com a transformação demandada, seja criando uma nova 
empresa ou inovando nas organizações em que se inserem. E espero que você seja esse 
agente transformador, capaz de favorecer a mudança por meio de soluções inovadoras.
Assim, o que se espera é que você, aluno, esteja preparado para abrir seus horizontes 
e perceber soluções inovadoras em sua área profissional. Desejamos que esta disciplina 
contribua para o seu desabrochar empreendedor. E você, está motivado para fazer a diferença 
em sua carreira ou no seu próprio negócio? Então vamos lá, iniciar a nossa aula.
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
4
1 Etimologia
O termo “empreendedorismo” tem origem nas palavras entrepreneur e entrepreneurship, 
ambas com problemas de definição em qualquer língua. Assim, entrepreneur poderia ser 
“empresário”, mas, segundo Drucker (1986) e muitos outros autores, o empresário não é 
necessariamente um empreendedor e o empreendedor nem sempre é um empresário. 
Figura 1 – Entrepreneurship
Na palavra entrepreneurship, o sufixo ship,
segundo o dicionário Webster, significa:
Estado, condição.
A
Arte ou habilidade.
C
Cargo, profissão.
B
Em termos gerais, entrepreneurship pode ser traduzido como “empreendimento”, 
entendendo a prática de empreender como difícil, criativa e árdua e também referindo-se 
ao resultado dessa prática. Em complemento, Maximiano (2006, p. 1) traduz o termo latino 
empreendere ou a sua derivação entrepreneur como aquele indivíduo que “realiza tarefa 
difícil e laboriosa” ou a “coloca em execução”.
É curioso observar que, embora o termo “empreendedorismo” venha sendo utilizado 
no Brasil desde o final da década de 1990, não se encontram registros dessa palavra nos 
dicionários de português lançados antes de 2010. Esse fato mostra que o empreendedorismo 
é uma atividade recente no país, embora se perceba que, a cada ano, mais e mais profissionais 
estejam envolvidos com ele (RODRIGUES, 2008, p. 1). 
2 Contextualização histórica
A evolução do termo “empreendedor” ao longo da história pode ser compreendida 
por meio dos apontamentos em relatos e estudos que objetivavam entender esse ator no 
processo de criação de novos negócios e desenvolvimento econômico.
Senac São Paulo – Todosos Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
5
Os primeiros relatos de noções primitivas do empreendedor aparecem após o 
desenvolvimento do capitalismo. Nessa conjuntura econômica, surgia a figura dos negociantes, 
que eram intermediários comerciais responsáveis pelas transações entre os fabricantes de 
mercadorias e os compradores, recebendo parcela de lucro sobre a venda/troca dos produtos.
Nesta noção primitiva, os empreendedores apareciam relacionados a atividades 
comerciais, e já se percebe transversalmente na sua atuação a visão de risco e a visualização 
da oportunidade de ganhos, aspectos presentes nas teorias mais atuais que caracterizam o 
empreendedor.
O intermediário dessa época era caracterizado por vislumbrar uma oportunidade ao 
adquirir um produto. Mesmo incorrendo no risco de não efetivar a venda por não encontrar 
comprador e, assim, perder a mercadoria, realizava a transação, pois acreditava estar diante 
de uma oportunidade concreta, tendo alta expectativa da venda, o que o qualficava como um 
empreendedor. 
Como exemplo de um intermediário da época, Degen (2009, p. 7) aponta Marco Polo, 
comerciante e explorador de Veneza, que viveu aproximadamente entre 1254 e 1354 e 
estabeleceu rotas terrestres de comércio com o Oriente, trazendo e levando mercadorias 
para revender.
Figura 2 – Marco Polo
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
6
Marco Polo desenvolvia novos mercados estabelecendo contratos com comerciantes 
locais e assumia o risco da operação, pois intempéries podiam ocorrer nas viagens, causando 
a perda de barcos, suprimentos ou, inclusive, mercadorias, mas a sua atividade era financiada 
pelos contratantes (precursores dos capitalistas de risco da atualidade).
Degen (2009, p. 7) aponta que esses contratos firmados à época previam pagamento 
de juros em torno de 22% sobre o capital investido. Estima-se que, ao final do período no 
qual o empreendedor realizou suas viagens, o retorno médio dos investidores chegou a 75%, 
ficando Marco Polo com apenas 25%. 
O início dos estudos acerca da atividade empreendedora propriamente dita teve 
grande participação dos economistas, movidos pelo desejo de encontrar explicações para 
o crescimento econômico e a formação de riqueza. Destacam-se as teorias de Richard 
Cantillon, Jean-Baptiste Say e Joseph Schumpeter. Influenciados por suas áreas de formação e 
suas perspectivas de mundo voltadas ao desenvolvimento econômico, apresentam posições 
convergentes sobre a figura do empreendedor e, já àquela época, chamavam a atenção para 
esses indivíduos que marcaram positivamente suas épocas.
Maximiano (2012, p. 2-3) ressalta que, dentre os economistas que se dedicaram ao estudo 
do empreendedorismo, os principais foram Cantillon, Say e Schumpeter, com destaque para 
Cantillon, um dos primeiros a observar a prática de criação de negócios no século XVIII, por 
volta de 1755. O economista é considerado por muitos o criador do termo “empreendedor” 
como se conhece na atualidade.
Cantillon descrevia o empreendedor como o indivíduo que comprava insumos ou matérias-
primas por um preço certo, processava-os e vendia-os a outra pessoa por um preço incerto, que 
cobria despesas e ainda garantia um ganho. Essa definição entende o empreendedor como um 
capitalista – visto que ele aproveitava a oportunidade, assumindo o risco da incerteza a fim de 
obter lucro – e ainda carrega a ideia de que ele é um intermediário de negócios.
O empreendedor, dizia o economista francês Jean-Baptiste Say por volta de 1800, 
transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de 
produtividade mais elevada e de maior rendimento. Porém, a definição de Say não nos diz 
quem é esse empreendedor. 
Em 1942, o economista Joseph Schumpeter consolida seus estudos no tema e 
estabelece seu conceito de empreendedor, incluindo aqueles que inovam, e não somente 
criam invenções; que introduzem, além de novos produtos, novos meios de produção e 
novas formas de organização. Essa visão de descontinuidade dos processos era chamada pelo 
autor de “destruição criativa”, acrescentando-se ao processo empreendedor sua visão do 
desenvolvimento econômico, pois esses empreendedores traziam o progresso e o contínuo 
aprimoramento do padrão de vida da sociedade (DEGEN, 2009, p. 2-3).
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
7
A destruição criativa representa a descontinuidade de um padrão social, a exemplo da 
caneta-tinteiro, que foi substituída pela caneta esferográfica, revolucionando a forma de os 
indivíduos escreverem.
Para Schumpeter, o verdadeiro sentido de desenvolvimento econômico era o rompimento 
do equilíbrio circular da renda na economia, acionando e colocando em marcha o motor da 
economia por meio da criatividade, como apontado por Degen (1989). O desenvolvimento 
não estava relacionado às mudanças que vinham de dentro desse fluxo, mas às que eram 
impostas de forma revolucionária, trazidas por modificações espontâneas e descontínuas nos 
processos produtivos.
Tendo em vista que a sociedade se modifica, modificam-se também seus hábitos, costumes 
e desejos. Os bens e as tecnologias precisam ser adaptados às novas necessidades dos usuários. 
Surge, então, no mercado, espaço para novas oportunidades serem descobertas e exploradas, 
gerando novos produtos e novos serviços. 
Você acredita que é a sociedade que forma o empreendedor, demandando inovações, ou 
é o próprio empreendedor que vem criando essas rupturas econômicas?
Schumpeter, em seu livro Capitalismo, socialismo e democracia (1942), trata da 
destruição criativa, trazendo uma noção de inovação muito difundida na nossa sociedade 
atual. Como já verificado por esse autor, a inovação provocava rupturas que geravam 
novas oportunidades de crescimento econômico a uma nação, além do bem-estar social. A 
destruição criativa promoveria a forma de levar os bens desejados em quantidades e preços 
acessíveis (DEGEN, 1989). Grandes foram as contribuições dos estudos econômicos sobre 
o empreendedorismo, porém, em virtude da complexidade desse fenômeno, a abordagem 
econômica isoladamente não foi suficiente para a compreensão do tema. Ainda mais porque 
a sociedade estava mudando, assim como seu foco estava saindo dos fatores produtivos e 
buscando a compreensão do fator humano por trás desses sistemas.
Assim, os estudos sobre o tema avançam mediados por outras abordagens, que 
auxiliam no melhor entendimento sobre o assunto, enxergando o empreendedor por 
uma perspectiva psicológica, principalmente no que tange ao comportamento desse 
indivíduo. Neste âmbito, surgem os conceitos e as análises que tratam das características 
do comportamento empreendedor, que estudaremos nas aulas a seguir.
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
8
3 Definições segundo diferentes autores
Segundo Maximiano (2006, p. 57), o termo “empreendedorismo”, derivado da 
palavra entrepreneurship, é utilizado para “designar o comportamento do empreendedor”, 
caracterizado pela ação de iniciar um novo negócio. 
Já Sampaio (2014, p. 57) afirma que o empreendedorismo é caracterizado pela ação 
do indivíduo com disposição ou iniciativa de começar algo novo ou transformar projetos já 
existentes. A autora complementa que os empreendedores “[...] são pessoas com propensão 
e habilidade para criar, renovar, modificar e conduzir projetos inovadores”.
Outra definição é a utilizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) (2013, p. 87), 
que conceitua empreendedorismo como: 
[...] qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, 
como, por exemplo: uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de 
um empreendimento existente. Em qualquer das situações a iniciativa pode ser de um 
indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas. 
O Sebrae (2008) entende que empreendedorismoé a ação de criar e também gerenciar 
um negócio, responsabilizando-se pelos riscos e visando ao lucro.
O Senac enxerga o empreendedorismo de uma forma abrangente, incluindo todos 
os tipos de empreendedores. O empreendedorismo seria um caminho ou um modo de 
pensar e agir considerando as oportunidades e utilizando a criatividade e a inovação a 
fim de gerar valor coletivo e individual.
Esta disciplina segue a abordagem defendida por Schumpeter (2000) e Drucker 
(1986) e define que aquele que empreende é, na verdade, um visionário que age, pois 
tem iniciativa, identifica oportunidades e propõe soluções inovadoras; portanto, não se 
limita ao ato de começar um negócio próprio, mas vai além disso. E esse comportamento 
de empreendedor existe nas mais diversas áreas, cargos e momentos da vida.
4 O empreendedorismo social
O empreendedorismo pode se dar em distintos âmbitos da sociedade e com propósitos 
diferenciados, como o empreendedorismo convencional, tradicional ou serial. Este último 
termo foi introduzido por Arantes e Halicki (2014, p. 36 e 85), os quais destacam que a criação 
de novos negócios tem o objetivo de explorar alguma atividade visando ao retorno financeiro 
para os sócios, por vislumbrarem uma oportunidade de mercado.
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
9
Outro âmbito em que o empreendedorismo pode atuar é o da esfera social, fazendo surgir 
o empreendedorismo social com suas variações terminológicas, como empreendedorismo 
sustentável, empreendedorismo de negócios sociais e empreendedorismo de impacto 
(NAKAGAWA, 2013).
Essa dimensão empreendedora configura-se como uma forma do processo criativo, sendo 
diferenciada pelo objeto-fim desse novo negócio, que é a transformação social (promovendo 
o bem-estar da população) ou ambiental (afetando o coletivo). 
Figura 3 – Criatividade
O empreendedorismo social envolve uma motivação centrada no outro, focando o bem-
estar social. Conforme Arantes e Halicki (2014) apontam, é promovido por indivíduos que têm 
como missão construir um mundo melhor. Assim, o empreendedorismo social está sempre 
relacionado a causas humanitárias, que almejam mudar o mundo.
Os autores citados apontam o movimento crescente, nos Estados Unidos, de um tipo 
especial que caracteriza o empreendedorismo social, que é o empreendedor que cria uma 
benefit corporation, também chamada de B corporation. Estas são empresas que desenvolvem 
atividades privadas para benefício dos empreendedores ou acionistas, mas que paralelamente 
geram, por meio do seu negócio, benefício social e, por isso, recebem incentivos do governo.
Nesse sentido, qualquer empreendedor pode criar um negócio de impacto não só para 
si, como para a sociedade e o meio ambiente, contribuindo para a sustentabilidade e ainda 
explorando uma atividade comercial, mas que nesse contexto gera como resultado melhorias 
sociais ou ambientais.
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
10
Pode-se citar um exemplo fictício de uma empresa de desenvolvimento de tecnologias 
de acessibilidade para pessoas surdas. Essa empresa explora uma atividade comercial, sendo 
remunerada pelos seus clientes e gerando resultados financeiros para os empreendedores. 
Do outro lado, esse segmento de clientes, pessoas surdas, carece de atenção do 
mercado, no sentido de que é necessário que sejam desenvolvidos produtos e serviços 
que lhe sejam destinados, e é composto de indivíduos com necessidades comuns a outros 
indivíduos da mesma idade e que, assim, comprariam tais soluções. 
Esse negócio seria positivo para ambos os lados do negócio, gerando a inclusão do 
público-alvo, que tem poder aquisitivo e quer fazer parte do mercado consumidor.
Uma das primeiras organizações voltadas ao empreendedorismo social foi a Ashoka, 
organização mundial sem fins lucrativos que, inclusive, criou o termo “empreendedorismo social”. 
A Ashoka iniciou, em 1980, atividades inovadoras visando ao social, principalmente na Índia e no 
Brasil, dedicando-se também ao desenvolvimento de empreendedores sociais de impacto, ação 
que desempenha até hoje. Visite a nossa Midiateca para ter acesso ao site da empresa.
Considerações finais
Nesta aula você teve a oportunidade de conhecer mais sobre o tema empreende-
dorismo, numa abordagem introdutória. Caracterizado como o processo de criação de 
empresas que promovem a ruptura de padrões sociais e de consumo, o empreendedorismo 
gera emprego e renda, o que, consequentemente, promove o crescimento da economia 
como um todo. 
O fenômeno do empreendedorismo foi estudado pela perspectiva econômica, que o 
entende como propulsor do crescimento econômico e desenvolvimento de uma região. Esses 
estudos tiveram como principais representantes Say, Cantillon e Schumpeter. Este último 
teórico contribuiu inserindo nesse contexto o fator inovação, compreendido como causador 
de rupturas no modelo de fazer ou oferecer produtos, modificando a sociedade por meio da 
quebra de padrões culturais e paradigmas.
Nesta aula, você ainda teve a oportunidade de conhecer brevemente o empreende-
dorismo social, que se volta para a criação de negócios destinados a resolver ou melhorar um 
problema social ou ambiental, motivada pela inquietação do empreendedor em transformar 
o mundo e o ambiente à sua volta.
Em resumo, o empreendedorismo é uma ação sistêmica propiciada pelos negócios que 
vislumbram oportunidades de reconstruir e inovar, levando um novo produto ou serviço ao 
mercado. Esses negócios, criados pelo empreendedor, podem ter o objetivo de causar um 
impacto social, buscando a melhoria de um problema social ou ambiental.
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
11
Esperamos que este texto tenha inspirado você a conhecer mais sobre empreendedorismo, 
inovação e oportunidades da economia criativa. 
Convidamos você a continuar nesta jornada empreendedora!
Referências
ARANTES, E. C.; HALICKI, Z. (org.). Empreendedorismo e realidade social. Curitiba: Intersaberes, 2014.
DEGEN, Ronald J. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2009.
DEGEN, Ronald J. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: Makron 
Books, 1989.
DRUCKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. São Paulo: Thomson 
Pioneira, 1986.
GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo no Brasil: Relatório 
Executivo. [s. l.]: IBQP; Sebrae; FGV, 2014. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/Sebrae/
Portal%20Sebrae/Estudos%20e%20Pesquisas/gem%202014_relat%C3%B3rio%20executivo.
pdf. Acesso em: 21 out. 2016.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e 
da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Empreendedorismo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
NAKAGAWA, M. H. Empreendedorismo: elabore seu plano de negócio e faça a diferença. São 
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.
RODRIGUES, F. Empreendedorismo em amplo debate. O Globo, 23 mar. 2008. Caderno Boa 
Chance.
SAMPAIO, M. Atitude empreendedora: descubra com Alice seu País das Maravilhas. São Paulo: 
Editora Senac São Paulo, 2014.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). O que é 
empreendedorismo? 2008. Disponível em: http://www.mundosebrae.com.br/2008/11/o-que-e-
empreendedorismo. Acesso em: 2 fev. 2015.
Empreendedorismo, Inovação e Economia 
Criativa
Aula 02
Perfil e comportamento empreendedor
Objetivos Específicos
• Entender o comportamento do empreendedor, proporcionando a 
autoavaliação do aluno.
Temas
Introdução
1 Definições
2 Perfil empreendedor
3 Comportamento empreendedor
4 Avalie seu perfil
Considerações finais
Referências 
Nelson Nogueira
Professor Autor
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
2
Introdução
A literaturasobre perfil e comportamento empreendedor é muito vasta e cresce a 
cada dia. É claro que nem toda ela vem do campo da administração, mas também de outros 
campos, como os da psicologia, sociologia e antropologia. 
Algumas empresas, buscando melhorar sua competitividade, depositam em seus 
funcionários a esperança de que vão além de suas obrigações e responsabilidades do dia 
a dia e promovam grandes mudanças nos seus negócios. Elas querem novas ideias e novas 
soluções. Só assim conseguirão capturar as oportunidades do mercado.
Por outro lado, identificam nesses colaboradores características comuns a pessoas 
que abandonam suas carreiras para perseguir o sonho de possuir um negócio próprio: 
criatividade, dinamismo, automotivação, energia, persistência, capacidade de estabelecer 
bons relacionamentos, articulações, inteligência, visão de futuro.
Para os empreendedores, o futuro não é visto como uma continuação do passado, e 
sim como um desencadeamento de novidades, propostas pelo funcionário criativo, cheio de 
ideias, ou pelas pessoas que querem se aventurar a ter um negócio. Esta será a trajetória de 
nossa aula: vamos analisar conceitos importantes relacionados ao perfil do empreendedor 
sob a ótica de grandes autores; realizar uma comparação conceitual entre eles; observar o 
desenvolvimento do comportamento do empreendedor; dar algumas dicas de como se tornar 
um empreendedor; e, por fim, apresentar uma lista de pessoas consideradas empreendedoras 
ao longo de décadas.
Há também, no final de nossa aula, o direcionamento para um teste para medir seu 
potencial empreendedor. Ele serve apenas para a sua reflexão e não deve ser encarado 
como algo definitivo. É importante analisar a importância desse potencial para a sua carreira 
e para seu negócio e pensar nas formas de melhorá-lo!
1 Definições
Tendo em vista que o foco de nossa aula não é uma revisão profunda dos conceitos de perfil 
e comportamento dos indivíduos fora do contexto das empresas, do trabalho e do negócio, e 
sim no contexto do empreendedorismo, as definições adotadas para comportamento e perfil 
seguem as linhas organizacionais de Siqueira (2002).
A todo momento lidamos com pessoas, seja no trabalho, na escola, na família, na 
sociedade como um todo. O perfil comportamental de cada uma é único, cada pessoa é 
diferente da outra. Todos nós temos cultura, personalidade e criação distintas.
Esses perfis são importantes para a escolha de uma carreira, dos negócios, do trabalho, 
dos parceiros e sócios. Conhecê-los é essencial para sabermos quem e como somos: o porquê 
de nossos hábitos e atitudes e do modo como agimos. Já o conceito de comportamento 
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
3
reflete a maneira de reagir, portar-se perante os estímulos externos – essas reações podem 
ser conscientes e inconscientes. 
Para Sampaio (2014, p. 33), é importante “[...] ter consciência de que existe 
comportamento espontâneo, ele é sempre uma ação deliberada, a escolha de uma maneira 
de agir diante de um desafio; outro aspecto é em que momento tomar uma decisão de mudar 
algo, já que o empreendedorismo sugere mudanças”. 
Blaug (2000 apud NAKAGAWA, 2013) comenta que Schumpeter descobriu um papel 
crítico dos empreendedores para o desenvolvimento econômico e social, que chamou de 
“destruição criativa”. O empreendedor criava algo novo que substituía (destruía) a concepção 
antiga. Simplificadamente, o empreendedor, no seu entendimento, era um inovador. E, ao 
inovar, pensava em novas e melhores soluções para os problemas da sociedade, o que era 
fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Em linhas gerais, Schumpeter 
acreditava que sem empreendedores não havia desenvolvimento, pois tudo ficava do 
mesmo jeito. De posse desses conceitos de Schumpeter (2000), podemos afirmar que o 
empreendedor é aquele que introduz um novo bem, que pode ser um produto ou serviço – 
um exemplo marcante no âmbito de produtos é a Apple (que foi comandada por Steve Jobs) 
e, no âmbito de serviços, o Facebook (comandado por Mark Zuckerberg) – ou aquele que 
introduz um novo método de produção ou prestação de serviços – como Henry Ford, com 
sua inovadora linha de montagem que passou a ser utilizada pelo Mc Donald’s, e os pet shops 
delivery de uma forma geral, respectivamente. 
Uma outra maneira muito difundida de empreender é criando um novo mercado, 
gerando novos hábitos e incorporando o produto no dia a dia das pessoas.
Figura 1 – Empreendedores e um novo mercado
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Também é possível criar novas formas de fornecimento, como a Dell computadores, que 
realiza vendas diretas personalizadas, as quais possibilitam ao cliente montar seu computador 
do seu jeito. Outro exemplo são os chefs que vão até a casa dos clientes transformar sua 
cozinha em um espaço gourmet sofisticado. 
Finalmente, ainda dentro dos conceitos de Schumpeter, também são considerados 
empreendedores os novos tipos de empresas, com estruturas1 para propiciar atividades 
inovadoras, que se adaptam às exigências de determinados ambientes com flexibilidade e 
velocidade. Pense, por exemplo, nas organizações que trabalham com horários flexíveis e 
home office,2 dispondo de estruturas em rede que permitem que todos estejam conectados 
à empresa de qualquer lugar do mundo.
Figura 2 – Olhando para o futuro 
No livro de Birley e Muzyka (apud NAKAGAWA, 2013, p. 41), encontramos esta definição:
Empreendedor é a pessoa que pensa e age sobre oportunidades com criatividade e 
inovação para gerar valor individual e coletivo. Empreendedor não é apenas aquele 
que começa o seu próprio negócio. O comportamento empreendedor existe em todos 
os setores, em todos os níveis de carreira, em todos os momentos da vida.
Outro autor que ajuda a consolidar o termo “empreendedor” é Drucker (1986, p. 20):
O casal que abre uma confeitaria, ou mais, um restaurante de comida mexicana no 
subúrbio americano, certamente estará assumindo riscos. Mas será que eles são 
1 Entenda-se a estrutura como o formato do organograma de uma empresa, suas interações internas e os recursos utilizados para um bom 
funcionamento.
2 Home office – nada mais é do que trabalhar de casa. As atividades podem ser executadas on-line, com o funcionário conectado à empresa. 
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empreendedores? Tudo que fazem já foi feito muitas vezes antes. Eles apostam na 
popularidade crescente de se comer fora, na vizinhança.
E as pessoas que têm empresas que não inovam ou empreendem, o que são? Se usarmos os 
conceitos de Drucker, são apenas donas de um negócio, proprietárias ou empresárias.
Normalmente, atuamos em empresas públicas ou privadas, de pequeno, médio ou 
grande porte, nos mais diferentes níveis e cargos, onde a rotina e a burocracia imperam. 
Entretanto, no contexto atual turbulento, com concorrência predatória e um mercado cheio 
de incertezas, temos apenas uma saída para sermos sustentáveis ao longo dos anos: buscar 
funcionários empreendedores, tornar a empresa empreendedora e, com isso, obter maior 
competitividade.
Ao mesmo tempo, várias pessoas empreendedoras estão buscando a carreira 
solo, realizando o sonho de ser “dono” do próprio negócio e agindo para isso. Será que 
empreender seria uma saída para a falta de emprego? Você verá a seguir que pessoas com 
perfil e comportamento empreendedor têm oportunidade de trabalho em diferentes áreas 
e carreiras. 
2 Perfil empreendedor
Para Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999), quando falamos de perfil empreendedor 
estamos nos referindo ao conjunto de características de uma pessoa, que pode ser influenciado 
por suas crenças e valores e está diretamente ligado com sua personalidade e predisposição 
para reagir de determinada maneira.
A sociedade, de uma forma geral, acreditava que os empreendedores recebiam umaherança genética, nasciam prontos. Entretanto, principalmente pelos estudos e trabalhos 
acadêmicos de Filion (1991) e Drucker (1986), começaram a ser levantadas evidências que 
confirmavam que, se tivéssemos um sistema adequado de aprendizagem e envolvimento, 
poderíamos transformar qualquer pessoa em um empreendedor. De acordo com esse 
contexto, o que existe são famílias mais empreendedoras que outras, empresas mais 
empreendedoras que outras, cidades e regiões mais empreendedoras que outras: essa 
lógica vale para o mundo todo!
Veja o exemplo do conhecido Vale do Silício e do que os sociólogos Rogers e Larsen (1984) 
chamam de “febre do Vale do Silício”. Atribui-se à presença da Universidade de Stanford, 
aos processos facilitados pelos governantes, aos fundos de investimentos propiciados pelos 
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bancos, à valorização da propriedade intelectual e às leis que a protegem3 o fato de as pessoas 
que residem por lá, mais cedo ou mais tarde, quererem ter um negócio.
Esse exemplo ratifica o conceito desenvolvido por Filion (1991, p. 18) segundo o qual “[...] 
um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões; com isso podemos 
ter como hipótese que o empreendedor é um ser social, produto do meio em que vive. Se este 
ambiente valoriza o empreendedor, então este terá motivação para criar um negócio”. 
Filion (1991 apud DONABELA, 2006, p. 36) afirma que o empreendedor tem um modelo 
a seguir, alguém que ele admira e imita. O meio no qual está inserido exerce grande influência 
sobre sua conduta. Tal influência se divide em diferentes níveis:
• Nível primário: família e conhecidos representativos são a maior fonte de 
inspiração e, consequentemente, de geração de empreendedores.
• Nível secundário: outra fonte de inspiração são os amigos, as redes sociais, a 
participação em clubes e associações. Aqui podem ser incluídas também a 
participação em comunidades, como igrejas e clubes de escoteiros. 
• Nível terciário: a última fonte de inspiração são os meios educacionais e de 
aprendizagem, como cursos, livros, viagens, feiras, simpósios e congressos, 
principalmente ligados às áreas de interesse.
De volta ao perfil dos empreendedores, vamos comparar as características e competências 
citadas por alguns autores: 
• TIMMONS e SPINELLI (2007): comprometimento e determinação; orientação 
para a oportunidade; motivação para superar-se; criatividade, autoconfiança e 
adaptabilidade; e liderança. 
• KURATKO e HODGETTS (2004): comprometimento, determinação e perseverança; 
foco em resultados; orientação para oportunidades; iniciativa e responsabilidade; 
capacidade de resolução de problemas; capacidade de rápido aprendizado; controle, 
equilíbrio interno; tolerância à ambiguidade (riscos e incertezas); percepção de 
riscos; integridade e responsabilidade; tolerância a falhas; motivação; criatividade e 
inovação; visionário; autoconfiança e otimismo; independência e desenvolvimento 
de equipes.
• DONABELA (2006): comprometimento e persistência; orientação para resultados; 
identificação de oportunidades; iniciativa; resolução de problemas; gestão de riscos 
e incertezas; ética e responsabilidade social; criatividade e inovação; trabalho em 
equipe; liderança; comunicação; negociação; autoavaliação e crescimento pessoal.
Vamos listar as características e competências que são comuns à visão dos diferentes autores:
3 As patentes dão o direito de propriedade sobre uma invenção e garantem a proteção intelectual. 
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Quadro 1 – Características e competências comuns à visão dos diferentes autores
TIMMONS e SPINELLI (2007) KURATKO e HODGETTS (2004) DONABELA (2006)
• Comprometimento, determinação e perseverança.
• Foco em resultados.
• Orientação a oportunidades.
• Iniciativa.
• Resolução de problemas.
• Tolerância ao risco e a incertezas.
• Ética e responsabilidade social.
• Criatividade, inovação.
• Desenvolvimento de equipes.
• Liderança.
Veja o anúncio exibido no site da Unilever recrutando trainees para 2014:
A Unilever procura por pessoas que tenham paixão em gerar novas ideias, disposição 
para enfrentar desafios grandes, inclusive fora de seu território geográfico e habilidade 
para superar pressões e adversidades com otimismo.
Os êxitos acadêmicos são importantes, mas o candidato também precisará demonstrar 
outros aspectos como pensamento criativo e analítico, liderança, capacidade de 
trabalho em equipe e, acima de tudo, paixão por desafio. (UNILEVER, [s. d.]) 
Se compararmos as características e competências estudadas e a descrição da vaga para 
trainee da Unilever, perceberemos que grandes empresas estão buscando, além da formação 
acadêmica, características pessoais específicas que possam agregar talento criativo e postura 
empreendedora ao seu corpo funcional, visando tornar-se cada vez mais inovadoras e, 
consequentemente, extremamente competitivas.
3 Comportamento empreendedor
O comportamento empreendedor é um conjunto de ações e reações com certo dinamismo 
que são motivadas ou surgem como resultado de crenças e valores (perfil empreendedor) 
criando sentimentos (atitude empreendedora) que influenciam a busca por um resultado 
pretendido (comportamento empreendedor). Tudo começa porque alguém inquieto em 
relação a algo (por exemplo, desejando mudar algo na empresa em que trabalha) coloca a 
criatividade em ação, altera a trajetória das coisas. O processo não se dá de forma automática. 
Precisa-se de um agente que o inicie. 
Se a pessoa tiver uma inquietação ligada a um sonho de buscar algo diferente para si 
própria, pensará em abrir um negócio, associar-se com alguém, fazendo articulações um 
pouco mais abrangentes.
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Mas existe um caminho para sair da intangibilidade4 e caminhar para a tangibilidade.5 
Veja o quadro 2:
Quadro 2 – Tangibilidade × captura de valor
Tangibilidade
Comportamento
Atitude
Plano
Oportunidades
Sonho
Captura de valor6
Fonte: adaptado de Nakagawa, Bouer e Paiva (2006). 
Entendendo o quadro 2: o empreendedor tem uma visão, um sonho de como poderia 
ser algo no futuro, do que poderia mudar no destino e, o mais importante: tem a habilidade 
de associar a oportunidade a essa visão. Ele mentaliza, articula seus saberes, vai na direção 
das oportunidades e rabisca um plano; em determinado momento, teoriza esse plano 
com os possíveis parceiros, identificando os obstáculos que poderiam surgir pelo caminho, 
preocupando-se com o ambiente externo e, principalmente, com os clientes ou com outros 
públicos a quem este “algo” se destina.
Nesse momento, os sentimentos do empreendedor estão canalizados, estão totalmente 
dedicados à sua missão: ele ama o que está fazendo, é detalhista e crítico. Podemos comparar 
este momento com um hobby que temos. Quando o estamos praticando, o tempo passa 
rápido, gostamos do que fazemos, os detalhes surgem, há uma imersão, a busca da perfeição 
é inerente.
Então, à medida que o processo progride, o sonho vai se tangibilizando, e as atitudes 
empreendedoras direcionam o indivíduo rumo ao comportamento empreendedor. É comum 
que nessa fase o empreendedor passe horas e dias aperfeiçoando os detalhes, testando a 
ideia com familiares e amigos. Muitas vezes, a parte financeira não é a motivação principal do 
empreendedor. Ela é apenas uma medida de sucesso.
4 Intangibilidade – característica dos ativos não monetários, sem substância física, como o conhecimento.
5 Tangibilidade – característica de ativos palpáveis, como bens ou mercadorias.
6 Captura de valor – ocorre quando articulamos nossos saberes para oferecer benefícios a outrem. Também podemos dizer “agregar valor”.
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A cada etapa desse processo, o resultadovai ficando mais concreto e mensurável. A 
captura de valor é mais fácil de ser percebida, o que deixa o empreendedor cada vez mais 
motivado. 
É importante esclarecer que o valor tanto pode ser a resposta a uma oportunidade (oferta 
de produto ou serviço para um cliente) ou a entrega de um resultado ou meta esperada (se o 
empreendedor for funcionário de uma empresa). 
O processo descrito está muito bem ilustrado no filme O céu de outubro (1999), que 
conta a história verídica de quatro garotos que decidem construir modelos de foguetes em 
1957, mesmo ano de lançamento do satélite soviético Sputnik. Os temas trabalhados até 
aqui podem ser claramente identificados na história e nos personagens, que, depois de 
muitas dificuldades e lançamentos fracassados, finalmente conseguem fazer os modelos 
experimentais funcionarem.
Pensando em empreendedores brasileiros, podemos listar alguns exemplos, com suas 
ideias ousadas que transformaram sonhos em grandes negócios. Eles acreditaram que estavam 
resolvendo algum problema, que sua empresa ia crescer e gerar empregos e misturaram 
paixão com razão. Os sete exemplos de empreendedores escolhidos são:
• Acredite em você, sempre! – Robinson Shiba (China in Box).
• As conexões que movem a vida – Marcelo Sales (21212.com).
• A fórmula da autoestima – Zica e Leila Velez (Beleza Natural).
• A loja de brinquedos que vende felicidade – Ricardo Sayon (Ri Happy).
• Acredite no impossível – Romero Rodrigues (Buscapé).
• Uma história de empreendedorismo – Alexandre Costa (Cacau Show).
• Do caixa da loja à bolsa de valores – Luiza Trajano (Magazine Luiza).
Quer saber mais sobre as histórias de empreendedores brasileiros de sucesso? Visite a 
Midiateca da disciplina para ter acesso ao site da Endeavor.
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10
Pense no seu hobby ou naquilo que gosta de fazer: você vai atrás de informações, lê 
tudo a respeito, participa de encontros, competições, dorme pensando naquilo. É fácil se 
sobressair, inovar, criar a partir do que aprendeu. Seus amigos te elogiam e querem comprar 
o que você faz, mesmo que não seja essa a sua intenção. Por que não colocar no papel o que 
gosta de fazer e já começar a pensar no assunto?
Agora, estudaremos o posicionamento brasileiro quanto ao empreendedorismo, 
segundo o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) (2013); o posicionamento 
dos jovens brasileiros quanto ao empreendedorismo, segundo a Cia de Talentos (2015); e a 
busca de profissionais empreendedores pelas empresas brasileiras, segundo Costa e Avediani 
(2009). 
Caso você queira saber mais sobre os empreendedores brasileiros, visite a Midiateca 
da disciplina para ter acesso ao link da revista Exame com a matéria “Os 20 maiores 
empreendedores do Brasil”.
De acordo com o IBQP (2013), os brasileiros se posicionam quanto ao empreendedorismo 
da seguinte forma:
• 43,5% sonham em ter o próprio negócio, e só 24,7% almejam seguir carreira como 
empregado em uma empresa. 
• 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos, estava envolvida na criação ou admi-
nistração de um negócio. Em 2002, esse índice era de 20,9% da população brasileira. 
• 88% dos brasileiros adultos concordam que o empreendedorismo é uma boa opção 
de carreira. 
• 70% dos empreendedores brasileiros abrem um negócio por oportunidade. Em 2002, 
menos da metade (42,4%) abriam o negócio em função de oportunidade. 
• 49,6% dos que iniciam a carreira empresarial são do sexo feminino. 
Já segundo a Cia de Talentos (2015), o posicionamento dos jovens brasileiros quanto ao 
empreendedorismo apresenta-se assim:
• 46% disseram que em algum momento de sua carreira abrirão um negócio próprio, 
na pesquisa Empresas dos Sonhos dos Jovens 2015. 
• As três primeiras “empresas dos sonhos” em que esses jovens querem trabalhar são, 
na ordem: Google, Petrobras e Odebrecht. Ter um negócio próprio ocupa a quarta 
posição nesse ranking.
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Quanto à busca de profissionais empreendedores pelas empresas brasileiras, Costa e 
Avediani (2009) fazem as seguintes considerações:
• Esses profissionais têm habilidade de dar vida aos próprios projetos, tirando-os do 
papel e transformando-os em novos produtos, processos ou serviços, atualmente 
uma das qualidades mais valorizadas pelo mercado. 
• As empresas querem, mais do que nunca, saber que funcionários, em todos os níveis, 
têm a veia empreendedora à flor da pele. Esse movimento é também percebido nas 
organizações mais tradicionais. 
• “A busca por profissionais com esse perfil tem sido uma constante, dos estagiários 
aos executivos”, diz Sofia Esteves, sócia-diretora do Grupo DMRH, consultoria que 
atende clientes como Unilever, Nivea, Whirlpool, Siemens e Natura.
Se você quiser saber mais sobre o empreendedorismo no mundo, visite a Midiateca da 
disciplina e acesse o site do Global Entrepreneurship Monitor; para saber a respeito das empresas 
brasileiras, acesse o site do Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
4 Avalie seu perfil
Você está curioso para saber como é seu perfil em relação a empreender e ao 
empreendedorismo? Para isso, existem vários testes no mercado. Esses testes se originaram 
em levantamentos feitos junto a empreendedores considerando o que eles têm em comum, 
os quais depois foram transformados em critérios e questões para serem respondidas por 
pessoas interessadas.
Visite a Midiateca da disciplina para conhecer algumas opções de teste on-line, com 
resultados em tempo real. Aproveite para acessar os testes elaborados pelo Sebrae e pela 
revista Você S/A.
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12
Considerações finais
Nesta aula apresentamos elementos conceituais e metodológicos para uma análise do 
perfil e do comportamento do empreendedor na visão de alguns autores referência neste 
assunto. Os pontos mais discutidos pelo mercado ainda hoje são os apresentados por Filion 
(1991): o empreendedor nasce pronto ou um indivíduo pode ser preparado para empreender? 
Como vimos, principalmente apoiados por Drucker (1986), o empreendedorismo não é uma 
ciência, tampouco uma arte – é uma disciplina. Então, pode ser ensinado.
As empresas deste milênio sabem que, para sobreviver, vão ter que evoluir sempre, 
adotando uma postura inovadora. Como vimos no caso da Unilever e seus trainees, não 
existem produtos e serviços inovadores sem funcionários criativos e de comportamento 
empreendedor. Por isso, mesmo que você decida ser funcionário de uma empresa, agir como 
dono do negócio é um diferencial que é avaliado positivamente pelo seu empregador.
Negócios, produtos e serviços de sucesso surgiram porque existiram, na sua concepção, 
pessoas determinadas e comprometidas, que conseguiram identificar uma oportunidade e 
buscaram, com soluções criativas e inovadoras, solucionar um problema do cliente potencial. 
Focadas em resultados, essas pessoas superaram riscos e incertezas, desenvolveram e 
lideraram equipes capazes de desenvolver e implantar empresas que entregaram produtos 
e serviços inovadores e de qualidade; geraram resultados financeiros; e tinham na ética e na 
responsabilidade social o alicerce de sua estrutura. 
Por fim, é difícil dissociar a imagem de um empresário bem-sucedido da de um 
empreendedor, qualquer que seja a área na qual ele atue. Se você realizou os testes de 
perfil empreendedor e o seu desempenho não foi tão bom quanto esperava, reflita sobre o 
seu resultado, identifique os pontos que precisam ser melhorados e trabalhe neles. 
Referências 
CIA DE TALENTOS. Empresa dos Sonhos dos Jovens 2012. Disponível em: http://www.
ciadetalentos.com.br/esj/brasil.html. Acesso em: 10 set. 2015.
COSTA, J. E.; AVEDIANI, R. Libere seu potencial empreendedor. Você S/A, p. 15-19, out. 2009.
DRUCKER, P. Innovation and entrepreneurship. New York:HarperCollins, 1986.
FILION, L. J. O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial: identifique uma 
visão e avalie o seu sistema de relações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 
jul.-set. 1991. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE (IBQP). Empreendedorismo no 
Brasil: 2012. Curitiba: IBQP, 2013.
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13
KURATKO, D.; HODGETTS, R. Entrepreneurship: theory, process and practice. 6. ed. USA: 
Harcourt College Publishers, 2004.
NAKAGAWA, M. H. Faça diferente, faça a diferença. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.
NAKAGAWA, M. H.; BOUER, G.; PAIVA, Pedro Paulo Borges Prata. Bottom-up: lessons from 
an entrepreneurship course turnaround. In: GLOBAL INTERNATIONALIZING EDUCATION AND 
TRAINING CONFERENCE, 16., 2006, São Paulo. Proceedings [...]. São Paulo, 2006. 
PESCE, B. A menina do vale: como o empreendedorismo pode mudar a sua vida. Rio de Janeiro: 
Casa da Palavra, 2012. Disponível em: http://www.ameninadovale.com/AMeninadoVale-
BelPesce.pdf. Acesso em: 17 set. 2015. 
ROGERS, E. M.; LARSEN, J. K. Silicon valley fever: growth of high-technology culture. New York: 
Basic Books, 1984. 
SCHERMERHORN, John; HUNT, James G.; OSBORN, Richard N. Fundamentos de comportamento 
organizacional. Porto Alegre: Bookman, 1999.
SCHUMPETER, Joseph. Entrepreneurship as innovation In: SWEDBERG, Richard. 
Entrepreneurship: the social science view. Oxford: Oxford University Press, 2000.
SEBRAE. O que é empreendedorismo? 4 nov. 2008. Disponível em: http://www.mundosebrae.
com.br/2008/11/o-que-e-empreendedorismo. Acesso em: 2 dez. 2015.
SIQUEIRA, M. M. M. Medidas do comportamento organizacional. Estudos de Psicologia, v. 7, 
(número especial), p. 11-18, 2002.
UNILEVER. Programa de trainee da Unilever. [s. d.]. Disponível em: http://www.unilever.com.
br/unilever-carreiras/graduates/uflp/index.aspx. Acesso em: 27 nov. 2015.
http://www.unilever.com.br/unilever-carreiras/graduates/uflp/index.aspx
http://www.unilever.com.br/unilever-carreiras/graduates/uflp/index.aspx
Empreendedorismo, Inovação e Economia 
Criativa
Aula 03
Os diferentes empreendedores
Objetivos Específicos
• Apresentar os principais tipos de empreendedores e a relação com as 
diversas carreiras.
Temas
Introdução
1 O empreendedor por necessidade
2 O empreendedor por oportunidade
3 O empreendedor social
4 O intraempreendedor
5 Empreendendo sua carreira
Considerações finais
Referências 
Nelson Nogueira
Professor Autor
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2
Introdução
Ser um empreendedor, para Schumpeter (2000) e Drucker (2003), é ser uma pessoa 
visionária, que tem iniciativa e sabe apresentar propostas inovadoras que solucionam 
problemas de clientes potenciais. Por isso, empreender não significa necessariamente abrir 
seu próprio negócio. O comportamento empreendedor existe em todos os setores, em todos 
os níveis de carreira, em todos os momentos da vida. As pessoas não nascem empreendedoras, 
elas sofrem influência do ambiente externo e também se preparam ao longo da vida para ter 
atitudes e comportamentos que irão auxiliá-las a alcançar seus objetivos. 
As regras do jogo corporativo mudaram, e três ondas de mudanças sobrepõem-
se, gerando um grande contexto de turbulência: a passagem de um regime de mercado 
vendedor para um mercado comprador, a globalização dos mercados e da produção e o 
advento da economia baseada em conhecimento. 
Esses fatores levam a novas formas de organizar as empresas, seja em termos de 
estratégia, de arranjos interempresariais, de gestão, seja em termos de quem deve, nesse 
novo desafio, trabalhar nesses novos formatos.
Como resultado dessas transformações, temos:
• Estruturas enxutas, células de trabalho multidepartamentais.
• A função planejamento e desenvolvimento assumindo papel estratégico em termos 
de inovação de produtos e processo.
• A função RH assumindo papel significativo para atrair, reter e desenvolver novos 
talentos.
• A elevação do nível educacional do corpo de funcionários, mais comprometidos e 
com competências que agregam valor ao negócio.
Diante desse cenário, as condições para permanecer no mercado ficaram mais 
difíceis, tanto para a empresa (que precisa absorver essas novas mudanças para não 
perder competitividade) como para o funcionário (que precisa desenvolver habilidades e 
conhecimentos para continuar trabalhando).
Ser empreendedor é, sem dúvida, um diferencial para quem quer se inserir no mercado 
mesmo diante de tantos desafios. Cada tipo de empreendedor, tema desta aula, tem sua 
particularidade; o importante é notar que cada perfil constitui um modelo de profissional 
cobiçado e no qual muitos se inspiram. Vamos conhecê-los?
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3
E agora, para onde vamos? 
Quais as suas expectativas em relação à sua carreira profissional?
1 O empreendedor por necessidade
Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) (2014), o Brasil continua sendo o 
primeiro país em empreendedores por necessidade, sendo normalmente o estopim a perda 
do emprego. Este desempregado, que na maioria das vezes não encontra opções de um novo 
trabalho para continuar o sustento de sua família, aventura-se a abrir seu próprio negócio. O 
problema é que este novo negócio nasce, na maioria das vezes, sem nenhum planejamento, 
inclusive de mão de obra, que passa a ser a da própria família. Em 2002, os relatórios do 
GEM mostravam que este era o tipo mais comum de empreendedorismo existente no Brasil 
– um tipo muito característico em países em desenvolvimento. Como, a priori, inexiste 
planejamento e inovação nesse modelo, este tipo de negócio tende a fechar ou não consegue 
ser lucrativo, acarretando dívidas e a falência dos seus sócios.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 
2010 a 2014, metade dessas empresas teve uma vida útil de apenas três anos. Fatores que 
contribuem para isso são a não atualização de seus dirigentes, a falta de inovações na busca 
de soluções para os clientes e o não entendimento das práticas dos concorrentes.
“Quando não se consegue um emprego, você abre seu próprio negócio.”
Walt Disney, em 1923, ao criar a Disney Brothers.
Para Nakagawa (2013, p. 39), “[...] o exemplo comum de empreendedorismo por 
necessidade é aquele sujeito que não conseguiu um emprego e virou um vendedor ambulante, 
que escolheu balas e doces para vender, mas vislumbrou nessas balas e doces uma oportunidade 
de negócio”.
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4
2 O empreendedor por oportunidade
Collins e Moore (1970, p. 134) apresentaram um quadro fascinante do empreendedor por 
oportunidade, com base no estudo de 150 deles. Os autores acompanharam suas vidas desde 
a infância, através da educação formal e informal, até a criação de seus empreendimentos. 
O que emergiu foi um retrato de pessoas duras e pragmáticas, levadas desde a infância 
por poderosas necessidades de realização e independência. Em algum ponto de sua vida, 
cada um dos empreendedores enfrentou um rompimento e transformou seus dilemas na 
projeção de um negócio próprio. Em momentos de crise, eles não buscam uma situação de 
segurança. Eles mergulham na insegurança mais profunda e acreditam que podem obter 
altos ganhos em ambientes de incerteza.
A motivação para o empreendedor por oportunidade é a falta de disposição para 
submeter-se à autoridade, a busca pela liberdade, pela independência, pela flexibilidade e 
pelo poder.
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2005) afirmam que a estratégia do empreendedor por 
oportunidade é a busca ativa de novas oportunidades, os problemas são secundários. Como 
escreveu Drucker (1970, p. 10): “O espírito empreendedor requer que as poucas pessoas boas 
disponíveis sejam alocadas para oportunidadese não desperdiçadas na solução de problemas”. 
Além disso, segundo Stevenson e Gumpert (1985 apud MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 
2005), os empreendedores passam “rapidamente da identificação da oportunidade para a sua 
perseguição. Eles são como os camelôs com guarda-chuvas que surgem do nada [...]”. “Assim, 
suas ações tendem a ser ‘revolucionárias, visando ao curto prazo’, em comparação com as 
ações ‘evolucionárias’ dos administradores, ‘com longa duração’” (MINTZBERG; AHLSTRAND; 
LAMPEL, 2005). 
Palich e Ray Bagby (1995) também constataram que “[...] os empreendedores 
categorizavam cenários de forma muito mais positiva que outras pessoas, isto é, eles 
identificavam mais forças versus fraquezas, oportunidades versus ameaças e potencial para 
melhoria de desempenho versus deterioração”.
A geração de estratégia na empresa empreendedora é caracterizada por grandes 
saltos para a frente diante da incerteza. Nesses ambientes, a estratégia move-se adiante 
pela tomada de grandes decisões – os “golpes ousados”. O executivo principal procura 
condições de incerteza pois acredita que dando esses tais “golpes ousados” sairá na frente 
dos concorrentes e obterá consideráveis ganhos.
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5
“Em sua maioria, os jovens presidentes têm a necessidade de construir em vez de manipular. 
‘A expansão é uma espécie de doença nossa’, disse um presidente. ‘Reconhecemos o fato’, disse 
outro. ‘Somos construtores de impérios. A tremenda compulsão e obsessão não é de ganhar 
dinheiro, mas construir um império’” (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2005, p. 106).
Como as metas da organização são simplesmente a extensão daquelas do 
empreendedor, a meta dominante da organização que opera de modo empreendedor 
parece ser o crescimento, a mais tangível manifestação de realização.
Bird (1992, p. 207) associou a personalidade do empreendedor à do deus Mercúrio. 
Vejamos a analogia:
Seriam os empreendedores mercuriais? A essência do deus Mercúrio é a transição... 
de “flutuar livremente... delírio associativo... percepção instantânea... retrocessos e 
repetições retóricas e... ações secretas e roubo. Brainstorms, critérios, descobertas 
por sorte, intuições, o jogo dos sonhos... [são domínio de Mercúrio]” (STEIN, 1983, 
p. 52). Seu estilo é a ligação, simultânea ou instantânea, de lugares, pessoas e ideias. 
Através da sua atividade, partes conflitantes chegam ao acordo, recursos são trocados, 
transições ocorrem. 
Mercúrio também possui os atributos de ser astucioso, enganador, engenhoso e 
presente de forma súbita e mágica. É conhecido por sua desenvoltura, agilidade, 
esperteza sutil e, em seu papel como mensageiro, é articulado e importante para a 
condução dos negócios. Sua atitude é irônica e destituída de sentimentos. 
Atribuímos muitas dessas qualidades aos empreendedores. Nós os vemos como 
espíritos criativos, oportunistas, persuasivos e mais livres que o homem ou a mulher 
“organizacional”. Estudos empíricos têm constatado que muitos empreendedores 
possuem as características de Mercúrio, sendo indivíduos socialmente hábeis e 
autônomos com necessidades de afiliação, conformidade, ajuda e afeto interpessoal 
menores que a média. 
2.1 Reflexões de um empreendedor
Vamos agora analisar algumas reflexões de Branson (1986, p. 13-18) sobre o pensamento 
de muitos empreendedores. 
“O maior risco que qualquer um de nós pode assumir é investir dinheiro em um 
negócio que não conhece.” Este é um equívoco muito comum entre os pretendentes a 
empreendedores. Gerir um negócio de sucesso será mais fácil se o empreendedor conhecer 
profundamente todas as etapas do processo de produção do bem ou serviço que ele vende. 
Gostar de comer pizzas não qualifica o empreendedor a abrir uma pizzaria. Abrir uma pizzaria 
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significa ter um negócio, e não apenas fazer um produto. Para ter um negócio, é preciso 
administrar a área financeira, de compras, vendas, atendimento, pensar o desenvolvimento 
de um produto inovador, etc.
“Não dependo dos outros para fazer levantamentos ou pesquisas de mercado ou 
para desenvolver grandes estratégias. Sou da opinião de que os riscos são reduzidos pelo 
meu próprio envolvimento nos detalhes do novo negócio.” Os detalhes são importantes, 
entretanto, o conhecimento do mercado em que se está inserido é fundamental para o 
sucesso; o conhecimento profundo de todos os aspectos do negócio serve como um guia 
para tomar decisões.
“Sempre existe outro negócio.” Focar e insistir em determinado segmento de negócio 
limita suas ações e dificulta o processo de inovação. Verifique possibilidades de ampliar, 
modernizar o negócio ou, de repente, de atuar dentro do mesmo segmento com um foco 
diferente. Por exemplo: se você gosta de cozinhar, há várias oportunidades de negócio, como 
um restaurante, uma cozinha industrial, uma fábrica de congelados, etc.
“À medida que as empresas crescem, cuidado para que a gerência não perca 
contato com o básico – normalmente o cliente.” Se focarmos no negócio, no produto ou 
serviço, podemos perder o cliente ou nos distanciar dele. Produtos e serviços são criados e 
aperfeiçoados a partir de dados que chegam da clientela, a maior fonte de informações para 
ajustarmos nosso negócio.
“Nossa regra – ‘mantenha simples’ – possibilita a um número de gestores o desafio 
e a excitação de dirigir seus próprios negócios.” Simplicidade parece fácil, mas as pessoas 
complicam muito as coisas. Retire toda a burocracia, as operações repetitivas, a papelada, 
faça fluírem os processos; o cliente também não gosta de encontrar dificuldades, ele quer 
agilidade. 
“Siga a estratégia do ‘compre, não faça’.” Uma tendência do mercado é terceirizar ao 
máximo aquilo que não é sua especialidade. Você deve se concentrar naquilo que faz de 
melhor. Quando uma empresa decide fazer tudo, perde o foco e acaba não fazendo nada 
direito. Existem vários fornecedores que podem ajudar no negócio. 
“Depois de avaliar um investimento e tendo decidido fazê-lo, não hesite. Vá em 
frente!” São características do empreendedor: iniciativa, perseverança, determinação e 
coragem para correr riscos. Não fique parado. Se esperar muito, a oportunidade passa.
Estima-se, segundo dados do GEM (2014, p. 6), que há, no Brasil, 45 milhões de 
empreendedores iniciais e estabelecidos entre 18 e 64 anos. Isso representa 34,5% da 
população brasileira nesta faixa etária, estimada em 130,7 milhões de indivíduos.1
1 Projeção da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNDA) para 2014. 
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Do total de empreendedores brasileiros, 70,6% tornaram-se por oportunidade. A razão 
entre oportunidade e necessidade alcançou 2,4. Isso indica que, para cada empreendedor 
que iniciou suas atividades por necessidade, 2,4 o fizeram por oportunidade. 
Vejamos um comparativo das características de um empreendedor iniciante e de um já 
estabelecido:
De um lado, temos os empreendedores iniciais: em termos de atividade empreendedora 
inicial, homens e mulheres são igualmente ativos; indivíduos na faixa etária de 25 a 34 anos 
são mais ativos; indivíduos com primeiro grau incompleto e nível superior completo são 
igualmente ativos; indivíduos com escolaridade inferior ao primeiro grau incompleto são 
os menos ativos; indivíduos com renda familiar acima de três salários mínimos são os que 
apresentam maior atividade (GEM, 2014).
Do outro lado, temos os empreendedores já estabelecidos: em termos de atividade 
empreendedora em estágio estabelecido, os homens são mais ativos do que as mulheres; 
indivíduos com escolaridade até o segundo grau incompleto são os mais ativos; indivíduos com 
escolaridade superior ao segundo grau completo são os que apresentam menor atividade; 
indivíduos com renda familiar acima de seis salários mínimos apresentam maior atividade.Percebeu as diferenças?
Para conhecer o relatório completo sobre o empreendedorismo no Brasil, visite a Midiateca 
da disciplina.
Em todos os segmentos ou áreas, temos exemplos de empreendedores. Alguns são 
conhecidos pelo público, através da mídia, em razão de seus serviços ou produtos inovadores. 
Há outros, porém, que não têm grande repercussão pública, mas desenvolvem um trabalho 
bastante interessante, que vale ser destacado.
Seguem alguns exemplos:
• Caio Maia, aos 36 anos, comanda uma rede de 130 pontos de venda, da rede 
Chili Beans. “Percebi que as pessoas usavam óculos, cada um ao seu estilo, e 
geralmente compravam de vendedores de praia, em quiosques, a um preço bem 
baixo. Foi quando senti que podia trazer o conceito para cá.”
• Mesiara desenvolve o projeto Quadros Vivos. Criou técnicas de plantio vertical, 
com fibra de coco, com um sistema especial de impermeabilização e de irrigação. 
“Quando criei os quadros vivos, sabia que poderia vendê-los no mundo inteiro 
– todos querem ter plantas e não ter trabalho. Por ter nascido pobre e ter 
conhecido o outro lado da moeda, quero ajudar outras pessoas a romper com 
sua realidade.” (SAMPAIO, 2007) 
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3 O empreendedor social
O conceito e o termo “empreendedorismo social” foram desenvolvidos por Bill Drayton, 
fundador da Ashoka,2 ao estudar indivíduos que combinam pragmatismo, compromisso, 
resultados e visão de futuro com a intenção de realizar profundas transformações sociais. 
Segundo Sampaio (2014), o empreendedor social é uma pessoa visionária, criativa, prática 
e pragmática, que sabe como ultrapassar obstáculos para criar mudanças sociais significativas 
e sistêmicas. Possui uma proposta verdadeiramente inovadora, já com resultados de impacto 
social positivo na região onde atua, e demonstra estratégias concretas para disseminação 
dessa ideia nacionalmente e/ou internacionalmente.
O empreendedor social não tem a intenção de ajudar os mais sensíveis e vulneráveis em 
recursos com a doação de materiais e até dinheiro. Ele acredita que isso não resolve nada, é 
apenas uma ação de curto prazo. Como é visionário, aponta tendências e fornece soluções 
inovadoras para os problemas sociais e ambientais sob uma ótica diferenciada. Com isso, 
acelera o processo de mudanças e inspira outros atores a se engajarem em torno de uma 
causa comum. 
Para entender melhor, precisamos falar um pouco de negócios sociais. De acordo com 
o documento Métricas em negócios de impacto social (ICE-MOVE, 2013, p. 5), dois grandes 
conceitos levam à definição de negócios sociais, marcados por uma distinção da distribuição 
dos dividendos: 
Primeiro: de acordo com a proposta de Muhammad Yunnus, prêmio Nobel da Paz e 
fundador do Grameen Bank, iniciativa pioneira de investimentos dessa natureza, os 
negócios sociais devem gerar impacto para populações de baixa renda, e excedentes 
financeiros (dividendos) reinvestidos na organização, sem possibilidade de distribuição 
de lucros para os sócios.
Segundo: outro segmento dos fundos de investimento de impacto defende que os 
dividendos podem ser remetidos para os responsáveis pela iniciativa. Entende-se que 
articular apenas uma definição para negócios sociais não se torna uma barreira para 
o desenvolvimento desse campo. Entretanto, é importante construir mecanismos 
capazes de informar o impacto social gerado. Conhecer a capacidade de um negócio 
gerar impacto social é aspecto determinante para a constituição de sua identidade. 
Para além das tradicionais categorias de análise de um portfólio de um fundo, que 
se centram no “retorno” e no “risco”, os negócios sociais incorporam uma terceira 
dimensão que exige atenção e apresentação de resultados: impacto. 
2 A Ashoka é uma organização mundial sem fins lucrativos pioneira no campo da inovação social, trabalho e apoio aos empreendedores sociais 
– pessoas com ideias criativas e inovadoras capazes de provocar transformações com amplo impacto social. Saiba mais no link: http://brasil.
ashoka.org/conceito.
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Alguns exemplos de empreendedores sociais são:
• Criadora do Projeto Recicla Jeans, que forma artesãos para a reciclagem de jeans. 
“São 40 artesãos da favela que, através da orientação de estilistas, redesenham, 
transformam, põem apliques e retrabalham roupas produzidas com jeans e 
resíduos têxteis, que a entidade recebe como doação de fabricantes, lojas e 
pessoas físicas.”
• Rodrigo Baggio, fundador e diretor executivo do Comitê para Democratização da 
Informática. Iniciou uma campanha junto a empresas de computadores para criar 
escolas de informática em favelas. Após uma palestra em Seattle, Estados Unidos, 
conseguiu o apoio do pai de Bill Gates. Um dos seus lemas define suas ideias 
inovadoras: “É preciso diminuir o apartheid digital”. (SAMPAIO,2007)
O empreendedor social, como pessoa ou empresa, não é uma instituição de caridade, 
uma ONG; o conceito é mais abrangente. 
Para entender melhor e se aprofundar na temática dos negócios sociais, existe o manual 
Métricas em negócios de impacto social. Para acessar o link, visite a Midiateca da disciplina.
Um caso que repercutiu pelo mundo é de Muhammad Yunus, ganhador do prêmio Nobel 
da Paz em 2006. A esse respeito, sugerimos o vídeo Empresas sociais – Danone-Grameen, que 
narra uma história interessante. 
4 O intraempreendedor
Segundo o Instituto Brasileiro de Empreendedorismo (IBIE), “intraempreeendedores ou 
empreendedores corporativos são funcionários e/ou colaboradores que se comportam como 
empreendedores em benefício próprio e da empresa”.
Nenhuma empresa ostenta alto desempenho perpétuo: a mesma empresa pode brilhar 
hoje e ser desastrosa amanhã; os setores se encontram em processo de constante recriação 
e expansão ao longo do tempo.
Os trabalhos de Fleury e Plonski (2004) explicam o porquê da necessidade de um 
intraempreendedor. 
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Figura 1 – Evolução da competição
Inovação
Flexibilidade
Rapidez
Qualidade
Custo
Por que empresas apoiam o intraempreendedorismo?
Ev
ol
uç
ão
 d
a 
co
m
pe
tiç
ão
Fonte: adaptado de Fleury e Plonski (2004).
A resposta pode ser percebida pela evolução da competição. Ainda há muitas empresas 
que competem por custo, com produtos baratos. Entretanto, sempre teremos aqueles mais 
baratos, como os dos concorrentes desleais que não pagam impostos ou que trazem produtos 
de outros países em que a mão de obra é duvidosa, sempre no sentido de baratear os custos. 
No segundo degrau, temos a qualidade. Podemos enxergar esta palavra sob vários 
pontos de vista, mas o mais importante é aquele expresso pelo cliente: qualidade não pode 
ser um diferencial, ela é obrigação. Se compro algo, quero que funcione e que as promessas 
do fabricante sejam cumpridas. O próprio mercado vai eliminando as empresas que não 
produzem qualidade; há uma seleção natural, ficam os bons.
No terceiro degrau, temos a rapidez – empresas rápidas, com tecnologias de entrega de 
ponta. Nisso há uma limitação, pela própria logística e administração de materiais. Em prol 
da maior rapidez possível, os custos podem subir e ser repassados aos clientes. É preciso 
também tomar cuidado, pois a qualidade pode ser comprometida pela rapidez.
No quarto degrau, temos a flexibilidade. Produtos personalizados, customizados para 
cada tipo de cliente, dificultam a administração da produção e dos estoques e o custeamento. 
Será que todos são lucrativos? E os tempos de fabricação, como ficam?
Imagine-se fazendo um pedido na pizzaria: meia muçarela com massa fina e meia 
portuguesa com massa grossa, além de borda de catupiry apenas na metade portuguesa! 
Será que as empresas podem oferecer tamanha flexibilidade em seus produtos e serviços?
E, por último, no quinto degrau, temos a inovação.As empresas competem através da 
inovação – parece uma febre: todos na atualidade dizem que seus produtos e serviços são 
inovadores, que seus processos são mais eficientes e sustentáveis, exclusivos. Entretanto, 
para ter isso, é necessário ter funcionários com comportamento empreendedor, ou seja, 
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visionários, com iniciativa, que identifiquem oportunidades, arrisquem e ofereçam soluções 
inovadoras.
Veja, em detalhes, no quadro 1, o comparativo entre um empreendedor e um 
intraempreendedor atuando em empresas com foco em inovação:
Quadro 1 – Comparativo do empreendedor × intraempreendedor
Empreendedor 
Usa capital próprio ou de terceiros.
Cria toda a estrutura operacional. 
Tem maior poder de ação sobre o ambiente. 
Fracasso parcial significa perda de $$. 
Fracasso total significa falência.
É o chefe. 
Monta sua própria equipe.
99 “não” e 1 “sim”: oportunidade de sucesso!
Salário? Depende. 
Intraempreendedor
Usa o capital da empresa.
Usa a estrutura operacional da empresa.
Atua com maior dependência das características 
da cultura corporativa. 
Fracasso parcial significa apenas erro e 
realinhamento do projeto.
Fracasso total significa aborto do projeto e, no 
máximo, demissão.
Reporta-se a um (ou mais!) chefe(s).
É obrigado a se relacionar com quem já
está na empresa.
99 “sim” e 1 “não”: fracasso!
Salário? Depende. 
Fonte: adaptado de IBIE (2013).
Alguns exemplos de intraempreendedores são:
• José Eduardo Querido, primeiro brasileiro a presidir a Singer do Brasil. Foi contratado 
para gerente de engenharia na Singer, depois foi encarregado da montagem da 
manufatura da Singer Xangai, na China. Retornou ao Brasil para dirigir a área 
industrial do grupo em 2005, depois assumiu a presidência. A reforma que duplicou 
a unidade nordestina foi concluída e fixaram a meta de aumentar a produção em 
50%. “Sou um empreendedor, não nos moldes tradicionais, sou o que se chama de 
intraempreendedor.”
• Antonio Maciel Neto, engenheiro paranaense, dirigiu o Grupo Itamarati, a Ferronorte, 
a Ferropasa e a Cecrisa. Foi contratado para dirigir a filial brasileira da Ford em um 
momento em que a marca definhava no país. Ele foi responsável pela reestruturação 
da companhia, que teve um aumento de 178% em relação ao resultado de 2004. Em 
2006, deixa a Ford para se tornar CEO da Suzano Papel e Celulose. “Eu vim à Ford para 
fazer parte de uma das mais exitosas viradas da indústria automotiva brasileira, que 
está concluída.” (SAMPAIO, 2007)
• Chieko Aoki, fundadora e presidente da rede Blue Tree Hotels. Hoje, ela é uma das 
empresárias mais respeitadas do país – em 2013 foi eleita pela revista Forbes a segunda 
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mulher de negócios mais poderosa do Brasil. Seus 22 hotéis estão distribuídos por 17 
cidades e empregam mais de 2.300 pessoas. (FUNDAÇÃO ESTUDAR, 2015)
Visite a Midiateca da disciplina e conheça as dicas de Chieko Aoki para oportunidades na 
carreira!
5 Empreendendo sua carreira
A Empreender Endeavor (2010, p. 3) afirma que atualmente existem alguns motivos 
limitantes quando o assunto é a escolha do futuro caminho profissional: 
• Não há tantos bons empregos com ótimos salários assim – com certeza existem 
muitos bons empregos com ótimas remunerações, mas em número limitado.
• As condições de emprego estão se alterando rapidamente – lealdade e tempo de 
casa continuam importantes para os empregadores, mas desempenho individual 
torna-se cada vez mais relevante na manutenção do emprego.
• A competição pelas melhores ocupações sempre aumenta – há cada vez mais 
candidatos por vaga; isto acontece não só no momento da conquista do emprego, 
mas durante o crescimento profissional dentro da empresa. As novas gerações 
chegam ao mercado mais preparadas, desafiando os funcionários antigos que 
muitas vezes são os mais caros da empresa. 
Por isso não importa a sua área de formação e atuação; a essência do seu sucesso é a 
criatividade, o espírito empreendedor, o desejo de mudança, a aceitação de desafios e riscos. 
O mais interessante disso tudo é que as empresas inovadoras ou aquelas constituídas de 
intraempreendedores sabem como lidar com eles e motivá-los. 
Veja a figura 2, que mostra os fatores que motivam o desempenho de intraem-
preendedores. Observe que os três fatores que mais motivam o intraempreendedor são: 
satisfação pessoal; contribuição para a imagem e crescimento da empresa; e intenção de 
melhorar ou facilitar a execução do próprio trabalho. 
Vamos explicar um pouco melhor. A satisfação pessoal vem em primeiro lugar – trabalhar 
no que se gosta é imprescindível, faz com que a ida ao trabalho seja prazerosa e envolvente. 
Em segundo lugar, aparece a contribuição para a imagem e o crescimento da empresa – como 
o intraempreendedor se sente em casa e a empresa possui características como as de uma 
grande família, ele luta para que ela vá bem no mercado, cresça, pois sabe que, se a empresa 
crescer, ele cresce junto. Em terceiro lugar, está a intenção de melhorar ou facilitar a execução 
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do próprio trabalho, ter autonomia para mudar – as mudanças no processo não só ajudam 
o próprio intraempreendedor, mas podem agilizar e flexiblizar as atividades operacionais, 
reduzindo custos e tempos de execução. 
Figura 2 – Motivação do intraempreendedor
Satisfação pessoal
Reconhecimento moral por parte
da empresa e dos colegas
Intenção de melhorar ou facilitar
a execução do próprio trabalho
Promoção de cargo
Contribuição para a imagem
e crescimento da empresa
Aumento de salário
–
–
–
–
–
–
34%
12%
17%
6%
9%
22%
Fonte: Costa e Avediani (2009 apud NAKAGAWA, 2013). 
Onde estão as suas oportunidades para desenvolver uma carreira de sucesso?
Muitos profissionais de sucesso vão além da consolidação da carreira profissional, 
associando-a à realização pessoal e à criação de um mundo melhor. Eles querem fazer mais 
e melhor. Existe um teste de realidade desenvolvido pela metodologia Empreender Endeavor 
(2010, p. 6) que propõe que você liste suas paixões pessoais, seus conhecimentos e as 
necessidades do mercado que você pode suprir para descobrir oportunidades de negócios.
Figura 3 – Teste de realidade
Paixões Mercado
Conhecimento
Carreira / Negócio
Quais são as suas paixões pessoais?
Quais são os seus conhecimentos?
Quais são as necessidades do mercado que você pode suprir?
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Por exemplo: uma pessoa tem paixão por elaborar comidas e pesquisar temperos 
surpreendentes. Ela possui conhecimentos apreendidos por meio de um curso de gastronomia 
e da participação em eventos internacionais. A partir dessas duas variáveis, vamos descobrir 
quais negócios podem satisfazer sua paixão e utilizar seus conhecimentos. 
Temos algumas opções: abrir um restaurante; dar consultorias a restaurantes; ser um 
distribuidor de temperos; fabricar refeições e distribuir no mercado; associar-se a uma 
padaria e ficar com a parte das refeições; dar aulas sobre o assunto, tendo sempre em mente 
o mercado e as oportunidades que surgem no dia a dia.
Howard Schultz, empreendedor da Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo, afirma: 
“Eu não posso dar nenhuma receita de sucesso, nenhum plano perfeito para o mundo dos 
negócios. Mas minha própria experiência sugere que é possível começar do nada e chegar além 
daquilo que você sonhava” (SCHULTZ, 2009, p. 19).
Você concorda?
Considerações finais
Nesta aula, discutimos os empreendedores por necessidade e por oportunidade, além 
do empreendedor social, o

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