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Empreendedorismo, Inovação 
e Economia Criativa
Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional Hágara Rosa da Cunha Araújo 
Luiz Francisco de Assis Salgado Janandrea Nelci do Espirito Santo 
Jackeline Duarte Kodaira Superintendente Universitário 
João Francisco Correia de Souza e de Desenvolvimento 
Juliana Quitério Lopez Salvaia Luiz Carlos Dourado
Jussara Cristina Cubbo 
Reitor Kamila Harumi Sakurai Simões 
Sidney Zaganin Latorre Katya Martinez Almeida 
Diretor de Graduação Lilian Brito Santos 
Luciana Marcheze Miguel Eduardo Mazzaferro Ehlers
Mariana Valeria Gulin Melcon 
Diretor de Pós-Graduação e Extensão Mônica Maria Penalber de Menezes 
Daniel Garcia Correa Mônica Rodrigues dos Santos 
Gerentes de Desenvolvimento Nathália Barros de Souza Santos 
Rivia Lima Garcia Claudio Luiz de Souza Silva 
Sueli Brianezi Carvalho Luciana Bon Duarte 
Thiago Martins Navarro Roland Anton Zottele 
Wallace Roberto BernardoSandra Regina Mattos Abreu de Freitas
Equipe de QualidadeCoordenadora de Desenvolvimento 
Tecnologias Aplicadas à Educação Ana Paula Pigossi Papalia 
Josivaldo Petronilo da Silva Regina Helena Ribeiro
Katia Aparecida Nascimento Passos
Coordenador de Operação 
Coordenador Multimídia e AudiovisualEducação a Distância 
Ricardo Regis UntemAlcir Vilela Junior
Equipe de Professores Autores Design Audiovisual 
Adriana Mitsue Matsuda Edna Mara Baars 
Caio Souza Santos Juliane Borges Ferreira 
Camila Lazaresko Madrid Kênia Cristina G. dos Santos 
Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo Nelson Nogueira 
Christian Ratajczyk Puig Schirlei Mari Freder 
Danilo Dos Santos Netto Sirlene S. de Amorim Pereira
Hugo Naoto Takizawa Ferreira 
Revisores Técnicos Inácio de Assis Bento Nehme 
Aline Delmanto Capone Karina de Morais Vaz Bonna 
Donizetti Leonidas de Paiva Marcela Burgarelli Corrente 
Polise Moreira de Marchi Marcio Rodrigo dos Reis 
Técnica de Desenvolvimento Renan Ferreira Alves 
Renata Mendes Ribeiro Carolina Tiemi Sato Komatsu
Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti 
Coordenadoras Pedagógicas Thamires Lopes de Castro 
Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Vandré Luiz dos Santos 
Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Victor Giriotas Marçon 
Nivia Pereira Maseri de Moraes William Mordoch
Otacília da Paz Pereira
Equipe de Design Multimídia 
Equipe de Design Educacional Alexandre Lemes da Silva 
Alexsandra Cristiane Santos da Silva Cristiane Marinho de Souza 
Ana Claudia Neif Sanches Yasuraoka Emília Correa Abreu Angélica Lúcia Kanô Fernando Eduardo Castro da Silva Anny Frida Silva Paula 
Mayra Aoki Aniya Cristina Yurie Takahashi 
Diogo Maxwell Santos Felizardo Michel Iuiti Navarro Moreno 
Flaviana Neri Renan Carlos Nunes De Souza 
Francisco Shoiti Tanaka Rodrigo Benites Gonçalves da Silva 
Gizele Laranjeira de Oliveira Sepulvida Wagner Ferri
Empreendedorismo, Inovação e Economia 
Criativa
Aula 01
Empreendedorismo: uma abordagem introdutória
Objetivos Específicos
• Apresentar os conceitos principais da disciplina iniciando a construção da
base teórica do aluno.
Temas
Introdução
1 Etimologia
2 Contextualização histórica
3 Definições segundo diferentes autores
4 O empreendedorismo social
Considerações finais
Referências
Professor Autor 
Nelson Nogueira
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
3
Introdução
Prezado aluno, iniciamos a nossa disciplina de Empreendedorismo, Inovação e Economia 
Criativa na intenção de estimular seu comportamento empreendedor, munindo-o de 
ferramentas para desenvolver suas habilidades, para que possa criar oportunidades de 
negócio inovadoras que o diferenciarão na construção da sua carreira profissional.
Nesta disciplina você será introduzido aos conceitos sobre empreendedorismo, 
conhecerá o perfil do empreendedor e os diferentes tipos de esferas em que encontramos 
tais iniciativas, assim como as motivações que levam o indivíduo a empreender.
Após conhecer as principais dimensões do empreendedor, partiremos para a compreen-
são do envolvimento deste com o ambiente que o cerca, por meio da análise da relação do 
empreendedor com a sustentabilidade e responsabilidade social. Na sequência conheceremos 
melhor os conceitos de inovação e a relação desta com o processo empreendedor, assim 
como, será introduzida a noção de economia criativa e as oportunidades dela advindas.
Por fim, serão apresentadas a você ferramentas para desenvolvimento de negócios, 
para melhorar sua concepção de ideia e planejamento, como design thinking, modelo 
canvas, plano de negócios e alguns formatos para captação de recursos. Complementando, 
serão apresentadas ideias para aumentar a criatividade e incrementar as habilidades do 
empreendedor.
Nesta primeira aula vamos conduzir o assunto iniciando pela etimologia, o estudo 
gramatical da origem e história da palavra, de onde surgiu e como evoluiu ao longo dos 
anos. Em seguida, vamos para contextualização histórica mostrando a trajetória do conceito 
aplicado no ambiente interno e externo da organização. Posteriormente, abordaremos as 
definições que foram sendo aprimoradas e incorporadas com o passar do tempo e por fim os 
aspectos do empreendedorismo social utilizando a mesma trajetória e tópicos que utilizamos 
para falar do empreendedorismo. 
Ao final desta aula, você terá a sua visão sobre o assunto ampliada, compreendendo o 
empreendedorismo, a sua importância, os novos caminhos que sua carreira profissional pode 
ser conduzida, ou até a abertura de seu próprio negócio, independentemente da área da 
formação que esteja cursando.
Uma sociedade que passa por constantes processos de reinvenção carece de indivíduos 
criativos que possam contribuir com a transformação que a sociedade demanda, seja criando 
uma nova empresa ou inovando nas organizações em que estejam inseridos. E espero que 
você seja esse agente transformador, capaz de contribuir na mudança por meio de soluções 
inovadoras.
Assim, o que se espera é que você, aluno, esteja preparado para abrir seus horizontes 
e perceber soluções inovadoras em suas áreas profissionais. Desejo que esta disciplina 
contribua no seu desabrochar empreendedor. E você, está motivado para fazer a diferença 
em sua carreira profissional ou no seu próprio negócio? Então vamos lá, iniciar a nossa aula.
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
4
1 Etimologia
O termo empreendedorismo tem origem nas palavras entrepreneur e entrepreneurship, 
ambas apresentam problemas de definição em qualquer língua. Assim, entrepreneur poderia 
ser empresário, mas, segundo Drucker (1986) e muitos outros autores, o empresário não é 
necessariamente um empreendedor e o empreendedor nem sempre é um empresário. 
Figura 1 – Entrepreneurship
Em termos gerais entrepreneurship pode ser traduzido como empreendimento, 
destacando a prática de empreender de maneira difícil, criativa e árdua e o resultado dessa 
prática. Em complemento, Maximiano (2006, p. 1) traduz o termo latino empreendere ou 
sua derivação entrepreneur como aquele indivíduo que “realiza tarefa difícil e laborisa” ou 
“coloca em execução”.
É curioso observar que, embora o termo empreendedorismo venha sendo utilizado no 
Brasil desde o final da década de 1990, não se encontram registros do termo nos dicionários 
de português lançados antes de 2010. Esse fato mostra que o empreendedorismo é uma 
atividade recente no país, embora se perceba que a cada ano mais e mais profissionais 
estejam envolvidos com ele (RODRIGUES, 2008. p. 1). 
Em complemento, Maximiano (2006, p. 1) traduz o termo latino empreendere ou sua 
derivação entrepreneur como aquele indivíduo que “realiza tarefa difícil e laborisa” ou 
“coloca em execução”.
2 Contextualização histórica
A evolução do termo empreendedor ao longo da história é compreendida por meio 
dos apontamentos de relatos e estudos que objetivavam entender esse ator no processo de 
criação de novos negócios e desenvolvimento econômico.Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
5
Os primeiros relatos do aparecimento de noções primitivas do empreendedor são 
registrados após o desenvolvimento do capitalismo. Nessa conjuntura econômica, surgia a 
figura dos negociantes, que eram intermediários comerciais que mediavam as transações entre 
os fabricantes de mercadorias e os compradores, recebendo parcela de lucro sobre a venda/
troca dos produtos.
Nesta noção primitiva dos empreendedores, eles apareciam relacionados a atividades 
comerciais. Percebe-se transversalmente na atuação desses questões que envolvem a visão 
de risco e a visualização da oportunidade de ganhos, questões presentes nas teorias mais 
atuais e que caracterizam o empreendedor.
O intermediário dessa época era caracterizado por vislumbrar uma oportunidade ao 
adquirir produto sem ter a certeza da sua venda, incorrendo o risco de não a efetivar por 
não encontrar comprador ou de perder a mercadoria. Porém, como possuía a crença ter uma 
oportunidade concreta tendo alta expectativa da venda, realiza a transação, mesmo havendo 
risco, caracterizando, assim, um empreendedor. 
Como exemplo de um intermediário da época, Degen (2009, p. 7) aponta Marco Polo, 
comerciante e explorador de Veneza, que viveu aproximadamente entre 1254 a 1354. 
Estabeleceu rotas terrestres de comércio com o Oriente trazendo e levando mercadorias 
para revender.
Figura 2 – Marco Polo
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
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Marco Polo desenvolvia novos mercados estabelecendo contratos com comerciantes 
locais e assumia o risco da operação, pois intempéries podiam ocorrer nas viagens causando 
a perda de barcos, suprimentos ou, inclusive, mercadorias, mas a sua atividade era financiada 
pelos contratantes (precursores dos capitalistas de risco da atualidade).
Degen (2009, p. 7) aponta que esses contratos firmados à época previam pagamento 
de juros em torno de 22% sobre o capital investido. Estima-se que ao final do período no 
qual o empreendedor realizou suas viagens, o retorno médio dos investidores chegou a 75%, 
ficando Marco Polo com apenas 25%. 
O início dos estudos acerca da atividade empreendedora propriamente dita, foi marcado 
pela presença dos economistas, que foram influenciados pelo desejo de encontrar explicações 
para o crescimento econômico e formação de riqueza. Destacam-se as teorias de Richard 
Cantillon, Jean-Baptiste Say, Joseph Schumpeter. Influenciados por suas áreas de formação e 
suas perspectivas de mundo voltadas ao desenvolvimento econômico, apresentam posições 
convergentes sobre a figura do empreendedor e já aquela época chamam atenção para esses 
indivíduos que marcaram positivamente suas épocas.
Maximiano (2012, p. 2-3) ressalta que dentre os economistas que se dedicaram aos 
estudos, os principais foram Cantillon, Say e Schumpeter, com destaque para Cantillon que foi 
um dos primeiros a observar a prática de criação de negócios no século XVIII, por volta de 1755. 
O economista é considerado por muitos o criador do termo empreendedor como se conhece 
na atualidade.
Cantillon descrevia o empreendedor como o indivíduo que comprava os insumos ou 
matérias-primas por um preço certo, processava-os e os vendia a outra pessoa, por um preço 
incerto, que cobria despesas e ainda um ganho. Esta definição ressalta o empreendedor 
como um capitalista, visto que aproveitava a oportunidade, assumindo o risco da incerteza, 
na perspectiva de obtenção de lucro, ainda carregando a ideia de intermediário de negócios.
O “empreendedor”, dizia o economista francês J. B. Say por volta de 1800, transfere 
recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade 
mais elevada e de maior rendimento. Porém, a definição de Say não nos diz quem é esse 
“empreendedor”. 
Em 1942, o economista escocês Joseph Schumpeter consolida seus estudos sobre o 
empreendedor e consolida seu conceito abrangendo aqueles que inovam, não somente os 
que criam invenções, mas introduzem não somente novos produtos, mas também meios de 
produção e novas formas de organização. Essa visão de descontinuidade dos processos era 
chamada pelo autor como “destruição criativa”, acrescentada ao processo empreendedor 
sua visão do desenvolvimento econômico, pois esses empreendedores traziam o progresso e 
o contínuo aprimoramento do padrão de vida da sociedade (DEGEN, 2009, p. 2-3).
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
7
A destruição criativa apresentava a descontinuidade de um padrão social, como a caneta 
tinteiro que foi substituída pela caneta esferográfica, revolucionando a forma dos indivíduos 
de escrever.
Para Schumpeter o verdadeiro sentido de desenvolvimento econômico era o rompimento 
desse equilíbrio circular da renda na economia, acionando e colocando em marcha o motor 
da economia por meio da criatividade, como apontado por Degen (1989). O desenvolvimento 
não estava relacionado às mudanças que vinham de dentro desse fluxo, mas das que eram 
impostas de forma revolucionária, trazidas por modificações espontâneas e descontínuas nos 
processos produtivos.
Tendo em vista que a sociedade se modifica, modificam-se também seus hábitos, costumes 
e desejos. Os bens e as tecnologias também precisam ser adaptados às novas necessidades dos 
usuários. Surge, então, no mercado espaço para novas oportunidades serem descobertas e 
exploradas, gerando novos produtos e novos serviços. 
Você acredita que a sociedade forma o empreendedor demandando inovações ou é o 
próprio empreendedor que vem criando essas rupturas econômicas?
Schumpeter, em seu livro Capitalismo, Socialismo e Democracia (1942), trata da 
destruição criativa, trazendo uma noção de inovação, tão fomentada na nossa sociedade 
atual. Como já verificado por esse autor, a inovação trazia rupturas que geravam novas 
oportunidades de crescimento econômico a uma nação, mas também o bem-estar social. A 
destruição criativa promoveria a forma de levar os bens desejados em quantidades e preços 
acessíveis (DEGEN, 1989). Grandes foram as contribuições dos estudos econômicos sobre 
o fenômeno do empreendedorismo, porém, por ser um fenômeno complexo, a abordagem 
econômica isoladamente não se configurou como suficiente para a compreensão do tema. 
Ainda mais por que a sociedade estava mudando, assim como suas concepções estavam 
saindo dos fatores produtivos e buscando, também, a compreensão do fator humano por 
trás desses sistemas.
Assim, os estudos sobre o tema avançam para a análise de outras abordagens 
que auxiliam no melhor entendimento sobre o assunto em discussão, considerando 
o empreendedor por uma perspectiva psicológica, principalmente no que tange ao 
comportamento desse indivíduo. Neste âmbito, surgem os conceitos e análises que 
tratam das características do comportamento empreendedor que estudaremos nas aulas 
a seguir.
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
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3 Definições segundo diferentes autores
Segundo Maximiano (2006, p. 57), o termo empreendedorismo, derivado da palavra 
entrepreneurship, é utilizado para “designar o comportamento do empreendedor” , tal 
comportamento é caracterizado pela ação de iniciar um novo negócio. 
Já Sampaio (2014, p. 57) afirma que o empreendedorismo é caracterizado pela ação 
do indivíduo com disposição ou iniciativa de começar algo novo ou transformar projetos já 
existentes. A autora complementa que os empreendedores “[...] são pessoas com propensão 
e habilidade para criar, renovar, modificar e conduzir projetos inovadores”.
Outra definição é a utilizada pelo Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2013, p. 87), 
que conceitua empreendedorismo como: 
[...] qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, 
como, por exemplo: uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de 
um empreendimento existente.Em qualquer das situações a iniciativa pode ser de um 
indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas. 
O SEBRAE (2008) entende que empreendedorismo é a ação de criar e também gerenciar 
um negócio, responsabilizando-se pelos riscos e visando ao lucro.
Para o SENAC, empreendedorismo é entendido de uma forma mais abrangente, 
incluindo todos os tipos de empreendedores, pois o empreendedorismo seria um 
caminho ou um modo de pensar e agir, considerando as oportunidades e utilizando a 
criatividade e inovação, a fim de gerar valor coletivo e individual.
Esta disciplina segue a abordagem defendida por Schumpeter (2000) e Drucker 
(1986) e define que aquele que empreende é, na verdade, um visionário que age, pois 
tem iniciativa. Além disso, identifica oportunidades e propõe soluções inovadoras. 
Portanto, não se limita ao ato de começar um negócio próprio, mas vai além disso. E 
este comportamento de empreendedor existe nas mais diversas áreas, cargos e em 
diversos momento da vida.
4 O empreendedorismo social
O empreendedorismo pode se dar em distintos âmbitos da sociedade e com propósitos 
diferenciados, como no empreendedorismo convencional, tradicional ou serial, este último 
termo foi introduzido por Arantes e Halicki (2014, p. 36; 85), os quais destacam que a criação 
de novos negócios tem o objetivo de explorar alguma atividade visando ao retorno financeiro 
para os sócios, por vislumbrarem uma oportunidade de mercado.
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
9
Outro âmbito do empreendedorismo é quando esta ação ocorre em esfera social, 
onde surge o empreendedorismo social com suas variações terminológicas como 
empreendedorismo sustentável, empreendedorismo de negócios sociais, empreendedorismo 
de impacto (NAKAGAWA, 2013).
Essa dimensão empreendedora configura-se como forma do processo criativo, sendo 
diferenciada pelo objeto-fim desse novo negócio, que é a transformação social (promovendo 
o bem-estar da população) ou ambiental (que afeta o coletivo). 
Figura 3 – Criatividade!
O empreendedorismo social é caracterizado por envolver uma motivação centrada no 
outro, focando o bem-estar social. Conforme Arantes e Halicki (2014) apontam, é promovido 
por indivíduos que têm como missão construir um mundo melhor. Assim, o empreendedorismo 
social está sempre relacionado a causas humanitárias que almejam mudar o mundo.
Os autores citados acima apontam o movimento crescente nos Estados Unidos de um 
tipo especial que caracteriza o empreendedorismo social, que é o que cria uma Benefit 
Corporation, também chamada B Corporation. Estas são empresas que desenvolvem ativi- 
dades privadas para benefício dos empreendedores ou acionistas, mas que paralelamente 
geram, por meio do seu negócio, benefício social e, por isso, recebem incentivos do governo.
Nesse sentido, qualquer empreendedor pode criar um negócio de impacto não só para 
si, como contribuindo na sustentabilidade para a sociedade e o meio ambiente, explorando 
atividade comercial, mas que nesse contexto possa gerar como resultado melhorias para a 
sociedade ou ambiente.
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
10
Pode-se citar um exemplo fictício de uma empresa de desenvolvimento de tecnologias 
para acessibilidade de pessoas surdas. Essa empresa explora uma atividade comercial, sendo 
remunerada pelos seus clientes e gerando resultados financeiros para os empreendedores. 
Por outro lado, esse segmento de clientes, pessoas surdas, carece de atenção do 
mercado, no sentido da necessidade de que sejam desenvolvidos produtos e serviços que 
possam ser consumidos por esse público. São indivíduos com necessidades comuns a outros 
indivíduos da sua idade e que comprariam tais soluções. 
Esse negócio seria positivo para ambos os lados, gerando a inclusão desse público, que 
tem poder aquisitivo e quer ser incluído no mercado consumidor.
Uma das primeiras organizações voltadas ao empreendedorismo social foi a Ashoka, 
organização mundial sem fins lucrativos que, inclusive, criou esse termo iniciando em 
1980 atividades inovadoras voltadas ao social, principalmente na Índia e no Brasil, e no 
desenvolvimento de empreendedores sociais de impacto, atividade que desempenha até hoje. 
Visite a nossa Midiateca para ter acesso ao link do site da empresa.
Considerações finais
Nesta aula você teve a oportunidade de conhecer mais sobre o tema empreende-
dorismo por meio da sua abordagem introdutória, sendo caracterizado como o processo de 
criação de empresas que promovem a ruptura de padrões sociais e de consumo, gerando 
emprego e renda, o que, consequentemente, promove o crescimento da economia como 
um todo. 
O fenômeno do empreendedorismo foi estudado pela perspectiva econômica, onde é 
caracterizado como propulsor do crescimento econômico e desenvolvinmento de uma região, 
tendo como principais representantes Say, Cantillon e Schumpeter. Sendo este último o autor 
que contribuiu para os estudos inserindo nesse contexto o fator inovação, como causador de 
rupturas no modelo de fazer ou oferecer produtos, modificando a sociedade por meio dos 
padrões culturais e da quebra de paradigmas.
Nesta aula você, ainda, teve a oportunidade de conhecer brevemente o empreende-
dorismo social, que trata da criação de negócios destinados a resolver ou melhorar um 
problema social ou ambiental, motivado pela inquietação do empreendedor em transformar 
o mundo e o ambiente à sua volta.
Em resumo, o empreendedorismo é uma ação sistêmica propiciada pelos negócios que 
vislumbram oportunidades de reconstruir e inovar, levando um novo produto ou serviço ao 
mercado. Esse negócio criado pelo empreendedor pode ter objetivo de causar um impacto 
social, buscando a melhoria de um problema social ou ambiental.
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
11
Espero que este texto tenha inspirado você a conhecer mais sobre empreendedorismo, 
inovação e as oportunidades da economia criativa. 
Convido você a continuar nessa jornada empreendedora!
Referências
ARANTES, E. C.; HALICKI, Z. (Org.). Empreendedorismo e realidade social. Curitiba: Intersaberes, 
2014.
DEGEN, Ronald J. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: Markon 
Books, 1989.
______. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2009.
DRUCKER, Peter F. Inovação e espirito empreendedor: prática e princípios. São Paulo; Thomson 
Pioneira, 1986.
GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo no Brasil: Relatório 
Executivo. IBQP, SEBRAE e FGV: 2014.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e 
da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
______. Empreendedorismo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
NAKAGAWA, M. H. Empreendedorismo: elabore seu plano de negócio e faça a diferença. São 
Paulo: Senac, 2013.
RODRIGUES, F. Empreendedorismo em amplo debate. O Globo. Caderno Boa Chance, 23 de março 
de 2008.
SAMPAIO, M. Atitude empreendedora: descubra com Alice seu País das Maravilhas. São Paulo: 
Senac, 2014.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). O que é 
empreendedorismo? Sebrae: Página web publicada em 04/11/2008. Disponível em: <http://www.
mundosebrae.com.br/2008/11/o-que-e-empreendedorismo>. Acesso em: 2 fev. 2015.
Empreendedorismo, Inovação e Economia 
Criativa
Aula 02
Perfil e Comportamento Empreendedor
Objetivos Específicos
• Entender o comportamento do empreendedor proporcionando a 
autoavaliação do aluno.
Temas
Introdução
1 Definições
2 Perfil empreendedor
3 Comportamento empreendedor
4 Avalie seu perfil
Considerações finais
Referências 
Nelson Nogueira
Professor Autor
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
2
Introdução
A literatura sobre o perfil ecomportamento empreendedor é muito vasta e cresce a 
cada dia. É claro que nem toda ela vem do campo da Administração, mas de outros campos, 
como os da Psicologia, Sociologia e Antropologia. 
Algumas empresas, na busca de melhorar sua competitividade, depositam em seus 
funcionários a esperança de promover grandes mudanças nos seus negócios, indo além de 
suas obrigações e responsabilidades do dia a dia. Elas querem novas ideias e novas soluções. 
Só assim conseguirão capturar as oportunidades do mercado.
Por outro lado, identificam características comuns em pessoas que abandonam suas 
carreiras para perseguir um sonho de possuir um negócio próprio: criatividade, dinamismo, 
automotivações, energia, persistência, capacidade de estabelecer bons relacionados, 
articulações, inteligência, visão de futuro.
Para os empreendedores, o futuro não é visto como uma continuação do passado e sim 
como um desencadeamento de novidades, a partir do funcionário criativo, cheio de ideias ou 
das pessoas que querem se aventurar em ter um negócio. Esta será a trajetória de nossa aula: 
vamos analisar conceitos importantes sobre o perfil do empreendedor sob a ótica de grandes 
autores; uma comparação conceitual entre eles; o desenvolvimento do comportamento do 
empreendedor; algumas dicas para se tornar empreendedor; e por final uma lista de pessoas 
consideradas empreendedores ao longo de décadas?
Segue também, no final de nossa aula, um teste para medir seu potencial empreendedor. 
Ele serve apenas para a sua reflexão e não deve ser encarado como algo definitivo. É 
importante analisar a importância dessas características para a sua carreira e para seu 
negócio, e pensar nas formas de melhorá-las!
1 Definições
Tendo em vista que o foco de nossa aula não é uma revisão profunda acerca das definições 
de perfil e comportamento dos indivíduos fora do contexto de empresa, trabalho e negócio, 
as definições adotadas para comportamento e perfil seguem as linhas organizacionais de 
Siqueira (2002) e considera que esse estudo busca investigar o comportamento e o perfil dos 
indivíduos no contexto do empreendedorismo.
A todo momento lidamos com pessoas, seja no trabalho, na escola, na família, na 
sociedade como um todo. O perfil comportamental de cada uma é essencial, cada pessoa é 
diferente da outra. Todos nós temos cultura, personalidade e criação distintas.
Estes perfis são importantes para as escolhas de carreira, negócios, trabalho, parceiros, 
sócios. Conhecê-los é essencial para sabermos quem e como somos: o porquê de nossos 
hábitos e atitudes e o modo como agimos. Já o conceito de comportamento reflete a maneira 
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
3
de reagir, portar-se, perante aos estímulos externos agindo sobre a pessoa, estas reações 
podem ser conscientes e inconscientes. 
Para Sampaio (2014, p. 33), é importante “[...] ter consciência de que existe 
comportamento espontâneo, ele é sempre uma ação deliberada, a escolha de uma maneira 
de agir diante de um desafio, outro aspecto é em que momento tomar uma decisão de mudar 
algo, já que o empreendedorismo sugere mudanças”. 
Mas, Blaug (2000 apud NAKAGAWA, 2013) comenta que Schumpeter descobriu um papel 
crítico para o desenvolvimento econômico e social dos empreendedores, que chamou de 
“destruição criativa”. O empreendedor criava algo novo que substituía (destruía) a concepção 
antiga. De forma simples, o empreendedor, no seu entendimento, era um inovador. E, ao 
inovar, pensava em novas e melhores soluções para os problemas da sociedade. E essa 
atividade era fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Em linhas gerais, 
Schumpeter acreditava que sem empreendedores não havia desenvolvimento, pois tudo 
ficava do mesmo jeito. De posse desses conceitos de Schumpeter (2000), o empreendedor 
é aquele que introduz um novo bem, que pode ser um produto ou serviço. Um exemplo 
marcante desta modalidade de produtos é a Apple (que foi comandada por Steve Jobs) e de 
serviços, o Facebook (comandado por Mark Zuckerberg). Ou aquele que introduz um novo 
método de produção ou prestação de serviços, como a produção de Henry Ford com sua 
inovadora linha de montagem utilizada pelo Mc Donalds nos dias de hoje, e a prestação de 
serviço como os Pets Shop delivery de uma forma geral. 
Uma maneira muito conhecida também como uma atitude empreendera é a criação de 
um novo mercado, gerando novos hábitos e incorporando o produto no dia a dia das pessoas.
Figura 1 – Empreendedores e um novo mercado
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Outra alternativa para empreender é a criação de novas formas de fornecimento, como 
a Dell computadores com as vendas diretas personalizadas, onde o cliente monta do seu jeito 
o seu computador, ou os Chefs que vão até sua casa transformar sua cozinha em um espaço 
gourmet sofisticado. 
Finalmente, ainda dentro dos conceitos de Schumpeter, as novas formas de organização, 
com estruturas1 para propiciar as atividades inovadoras, que se adaptam às exigências de 
determinados ambientes com flexibilidade e velocidade. Veja, por exemplo, as empresas que 
trabalham com horários flexíveis, home office2, as estruturas em rede com todos conectados 
na empresa estando em qualquer lugar do mundo.
Figura 2 – Olhando para o futuro 
No livro do Birley e Muzyka (apud NAKAGAWA, 2013, p. 41), encontramos esta definição:
Empreendedor é a pessoa que pensa e age sobre oportunidades com criatividade e 
inovação para gerar valor individual e coletivo. Empreendedor não é apenas aquele 
que começa o seu próprio negócio. O comportamento empreendedor existe em todos 
os setores, em todos os níveis de carreira, em todos momentos da vida.
Outro autor que ajuda a consolidar o termo empreendedor é Drucker (1986, p. 20):
O casal que abre uma confeitaria, ou mais um restaurante de comida mexicana no 
subúrbio americano, certamente estará assumindo riscos. Mas será que eles são 
empreendedores? Tudo que fazem já foi feito muitas vezes antes. Eles apostam na 
popularidade crescente de se comer fora, na vizinhança.
1 Entenda-se estrutura de uma empresa como o formato do organograma, suas interações internas e os recursos utilizados para um bom 
funcionamento.
2 Home office – trabalhar em casa, onde pode ser executado atividades on line conectadas à empresa. 
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E as empresas que não inovam ou empreendem, o que são? Se usarmos os conceitos de 
Drucker, as pessoas são apenas donos de um negócio, proprietários ou empresários.
Normalmente, temos trabalhado em empresas públicas ou privadas, de pequeno, médio 
ou grande porte, nos mais diferentes níveis e cargos, onde a rotina e a burocracia imperam. 
Entretanto, no contexto atual turbulento, com concorrência predatória e um mercado cheio 
de incertezas, temos apenas uma saída para sermos sustentáveis ao longo dos anos: buscar 
funcionários empreendedores, tornar a empresa empreendedora, e com isso, seremos mais 
competitivos.
Ao mesmo tempo, várias pessoas empreendedoras estão buscando a carreira solo, 
realizando um sonho e agindo como “dono” do negócio. Será que empreender seria uma 
saída para a falta de empregos? Você verá a seguir que pessoas com perfil e comportamento 
empreendedor têm oportunidade de trabalho em diferentes áreas e carreiras. 
2 Perfil empreendedor
Para Schermerhorn et al. (1999), quando falamos de perfil empreendedor estamos 
relacionando o termo ao conjunto de características de uma pessoa que pode ser influenciado 
por suas crenças e valores e está diretamente ligado com a personalidade e predisposição 
para reagir de determinada maneira.
A sociedade de uma forma geral acredita que os empreendedores recebiam uma 
herança genética, nasciam prontos. Entretanto, principalmente pelos estudos e trabalhos 
acadêmicos de Filion (1991) e Drucker (1986), começarama ser levantados indícios que 
confirmam que se tivermos um sistema adequado de aprendizagem e envolvimento, 
podemos transformar pessoas em futuros empreendedores. De acordo com este contexto, 
existem famílias mais empreendedoras que outras, empresas mais empreendedoras que 
outras, existem cidades e regiões mais empreendedoras que outras: essa lógica vale para 
o mundo todo!
Veja o exemplo do conhecido Vale do Silício e o que os sociólogos Rogers e Larsen (1984) 
chamam de Febre do Vale do Silício. Atribui-se a presença da Universidade de Stanford aos 
processos facilitados pelos governantes, aos bancos propiciarem fundos de investimentos, a 
uma valorização das pessoas para a propriedade intelectual e às 3leis que a protegem o fato 
das pessoas que residem por lá, mais cedo ou mais tarde quererem ter um negócio. 
3 As patentes dão o direito de propriedade sobre uma invenção e a proteção intelectual. 
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O exemplo dado acima ratifica o conceito desenvolvido por Filion (1991, p. 18), segundo 
o qual, “[...] um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões, com 
isso podemos ter como hipótese que o empreendedor é um ser social, produto do meio em 
que vive, se este ambiente valoriza o empreendedor, então este terá motivação para criar um 
negócio”. 
Filion (1991 apud DONABELA, 2006, p. 36) afirma que o empreendedor tem um modelo 
a seguir, alguém que admira e imita. Entretanto, o meio no qual ele está inserido exerce 
grande influência sobre ele. Tal influência se divide em diferentes níveis:
• Nível primário: família e conhecidos representativos são a maior fonte de 
inspiração e, consequentemente, geração de empreendedores.
• Nível secundário: é outra fonte de inspiração, os amigos, as redes sociais, a 
participação em clubes e associações, aqui incluímos também a participação em 
comunidades, como por exemplo igrejas, escoteiros. 
• Nível terciário: e a última fonte de inspiração são os meios educacionais e de 
aprendizagem, como cursos, livros, viagens, feiras, simpósios e congressos, 
principalmente ligados às áreas de interesse.
De volta ao perfil dos empreendedores, comparamos as características e competências 
citadas por três autores: 
• TIMMONS, J. e SPINELLI. S, (2007): comprometimento e determinação; orientado 
para a oportunidade; motivação para superar-se; criatividade, autoconfiança e 
adaptabilidade; e liderança. 
• KURATKO, D. e HODGETTS (2004): comprometimento, determinação e perseverança; 
foco em resultados; orientado para oportunidades; iniciativa e responsabilidade; 
capacidade de resolução de problemas; capacidade de rápido aprendizado; controle, 
equilíbrio interno; tolerância à ambiguidade (riscos e incertezas); percepção de 
riscos; integridade e responsabilidade; tolerância a falhas; motivado; criatividade e 
inovação; visionário; autoconfiança e otimismo; independência e desenvolvimento 
de equipes.
• DONABELA, F. (2006): comprometimento, persistência e comprometimento; 
orientado para resultados; identificação de oportunidades; iniciativa; resolução de 
problemas; gestão de riscos e incertezas; ética e responsabilidade social; criatividade 
e inovação; trabalho em equipe; liderança; comunicação; negociação; autoavaliação 
e crescimento pessoal.
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Quadro 1 – Características e competências são comuns entre os autores
Vamos conhecer algumas características e competências que são comuns entre os autores:
TIMMONS, J e SPINELLI, S. (2007) KURATKO, D. e HODGETTS (2004) DONABELA, F. (2006)
• Comprometimento, determinação e perseverança
• Foco em resultados
• Orientado a oportunidades
• Iniciativa
• Resolução de problemas
• Tolerância ao risco e incertezas
• Ética e responsabilidade social
• Criatividade, inovação
• Desenvolvimento de equipes
• Liderança
Veja o anúncio exibido no site da UNILEVER recrutando trainees para 2014:
A Unilever procura por pessoas que tenham paixão em gerar novas ideias, disposição 
para enfrentar desafios grandes, inclusive fora de seu território geográfico e habilidade 
para superar pressões e adversidades com otimismo.
Os êxitos acadêmicos são importantes, mas o candidato também precisará 
demonstrar outros aspectos como pensamento criativo e analítico, liderança, 
capacidade de trabalho em equipe e, acima de tudo, paixão por desafio.
Fonte: UNILEVER. Programa de Trainee da Unilever. Disponível em: <http://www.
unilever.com.br/unilever-carreiras/graduates/uflp/index.aspx>. Acesso em: 27 nov. 
2015.
Se compararmos as características e competências acima estudadas e a descrição da 
vaga para trainee da UNILEVER, perceberemos que grandes empresas estão buscando além 
da formação acadêmica, características pessoais específicas que possam agregar talento 
criativo e postura empreendedora ao seu corpo funcional buscando tornar-se empresas cada 
vez inovadoras e, consequentemente, extremamente competitivas.
A busca constante por informação e conhecimento é um hábito importante para quem 
quer ser um profissional de sucesso. A leitura de obras que inspiraram empreendedores de 
sucesso serve como um grande fator motivacional para esta jornada que é o empreendedorismo. 
Sugerimos alguns livros recomendados pela Bel Pesce: Perdendo Minha Virgindade (Richard 
Branson); Steve Jobs: A Biografia (Isaac Walterson); Se Eu Soubesse aos 20... Lições Para Ser 
Bem-Sucedido Em Qualquer Idade (Tina Seelig).
http://www.unilever.com.br/unilever-carreiras/graduates/uflp/index.aspx
http://www.unilever.com.br/unilever-carreiras/graduates/uflp/index.aspx
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3 Comportamento empreendedor
O comportamento empreendedor é um conjunto de ações e reações com certo 
dinamismo, que são motivados ou resultado das crenças e valores (perfil empreendedor), 
criando sentimentos (atitude empreendedora) que influenciam a busca por um resultado 
pretendido (comportamento empreendendor). Tudo começa porque “alguém” inquieto em 
relação a algo (por exemplo, o desejo de mudar algo na empresa que trabalha) coloca a 
criatividade em ação, altera a trajetória das coisas. Não é uma “coisa” automática. Precisa de 
um agente que inicie o processo. 
Se a pessoa estiver com uma inquietação ligada a um sonho de buscar algo diferente 
para ele, pensará em abrir um negócio, se associar com alguém, fará articulações um pouco 
mais abrangentes.
Mas, existe um caminho para sair da intangibilidade4 e caminhar para a tangibilidade5. 
Veja o quadro a seguir:
Quadro 2 – A tangibilidade x captura de valor
Tangibilidade
Comportamento
Atitude
Plano
Oportunidades
Sonho
Captura de valor6
Fonte: Adaptado de Nakagawa e Bouer (2006). 
Para entender o Quadro 2, o empreendedor tem uma visão, um sonho de como 
poderia ser algo no futuro, o que poderia mudar o destino e o mais importante: ele tem a 
habilidade de associar a oportunidade a essa visão. Ele mentaliza, articula seus saberes, vai 
na direção da oportunidade e rabisca um plano; teoriza com as possíveis pessoas parceiras 
em determinados momentos este plano, identificando os obstáculos que poderiam surgir 
pelo caminho, preocupando-se com o ambiente externo e principalmente com os clientes ou 
a quem este “algo” se destina .
Nesse momento, os sentimentos do empreendedor estão canalizados, estão totalmente 
dedicados a sua missão: ele ama o que está fazendo, é detalhista e crítico. Podemos comparar 
este momento com um hobby que temos. Quando o estamos praticando o tempo passa 
4 Intangibilidade – são ativos não monetários sem substância física como o conhecimento.
5 Tangíveis – são ativos como bens ou mercadorias, coisas palpáveis.
6 Captura de valor – quando articulamos nossos saberes para obtenção de benefícios a outrem, também podemos dizer agregar valor.
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rápido, gostamos do que fazemos, os detalhes surgem, há uma imersão, a busca da perfeição 
é inerente.
Então, à medida que o processo progride, o sonho vai se tangibilizando, e as atitudes 
empreendedoras direcionam o indivíduo rumo ao comportamento empreendedor. É comum 
que nessa fase o empreendedor passe horas e dias aperfeiçoando os detalhes, testando a 
ideia com familiares e amigos. Muitas vezes, a parte financeira não é a motivação principal do 
empreendedor. Ela é apenas uma medida de sucesso.
A cada etapa desse processo, o resultado vai ficando mais concreto e mensurável. A 
captura de valor é mais fácil de ser percebida, o que deixa o empreendedor cada vez mais 
motivado. 
É importante esclarecer que o valor tanto pode ser a resposta a uma oportunidade 
(oferta de produto ou serviço para um cliente) ou a entrega de um resultado/meta esperado 
(se o empreendedor for funcionário de uma empresa). 
O processo descrito acima está muito bem ilustrado no filme O Céu de Outubro (1999). 
A história verídica de quatro garotos que decidem construir modelos de foguetes em 
1957, o mesmo ano do lançamento do satélite soviético Sputnik. Os temas trabalhados até 
aqui são claramente identificados ao longo da história e nos personagens que, depois de 
muitas dificuldades e lançamentos fracassados, finalmente conseguem fazer os modelos 
experimentais funcionarem.
Agora, vamos falar de empreendedores brasileiros de sucesso: eles acreditaram que 
estavam resolvendo algum problema, que sua empresa vai crescer e gerar empregos, 
misturaram paixão com razão. E aqui com a troca de experiências você pode aprender e 
crescer: escolhemos sete empreendedores brasileiros, com suas ideias ousadas que 
transformam sonhos grandes em negócios. Você vai descobrir que você pode mais do que 
imagina e que seu sonho tem potencial para ir mais longe do que pensa. Os sete exemplos de 
empreendedores escolhidos são:
• Acredite em você, sempre! Robinson Shiba (China in Box)
• As conexões que movem a vida – Marcelo Santos (21212.com)
• A fórmula da autoestima – Zica e Leila Velez (Beleza Natural))
• A loja de brinquedos que vende felicidade – Ricardo Sayon (RiHappy)
• Acredite no impossível – Romero Rodrigues (Buscapé)
• Uma história de empreendedorismo – Alexandre Costa (Cacau Show)
• Do caixa da loja a bolsa de valores – Luiza Trajano (Magazine Luiza)
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Quer saber mais sobre as histórias de empreendedores de sucesso brasileiros? Visite a 
Miditeca da disciplina para ter acesso ao site da ENDEAVOR.
Outra história interessante de empreendedorismo é a da Bel Pesce, uma brasileira 
nascida no Rio de Janeiro que, com atitude e comportamento empreendedores, transformou 
o sonho de estudar no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), uma das mais conceituadas 
universidades de tecnologia do mundo, uma realidade. Depois, ela fez parte de projetos na 
Microsoft e pesquisas para Google. 
Pesce (2012) dá boas dicas para quem quer concretizar sonhos que resumimos aqui:
Se você realmente sonha em empreender, a sua idade não importa. O que importa 
é ser extremamente apaixonado por solucionar problemas e melhorar as vidas das 
pessoas, e estar disposto a trabalhar arduamente para fazer as coisas acontecerem.
Construir uma empresa é como andar em uma montanha-russa: há muitos altos e 
baixos. Ter uma estrutura que o oriente e chame a atenção para as coisas certas pode 
ser extremamente valioso.
Muitas empresas foram fundadas com um produto em mente que era completamente 
diferente do produto que acabou sendo construído.
Errar não tem problema, desde que gere um conhecimento que pode ser aplicado 
para melhorar a companhia e acelerá-la na direção positiva.
Ao lidar com problemas, é crucial compreender como eles foram originados.
E se você tiver uma mente-aberta e uma curiosidade ardente, você pode aprender 
com cada conversa.
É natural mudar de planos para tentar resolver uma necessidade de alguma outra 
maneira.
Você precisa ter a liberdade para expor as suas ideias, mas também ser capaz de 
chegar a decisões quando há discordâncias.
Escolha pessoas com quem você consiga trabalhar dia e noite, sempre com respeito, 
admiração e confiança.
Muitas vezes você vai precisar confiar nos seus instintos, e decidir dentro de 
circunstâncias muito incertas.
Além de estar atento ao que importa para você, esteja aberto a novas experiências. 
Você nunca sabe quando descobrirá uma nova paixão.
A paixão lhe dá coragem para sair de sua zona de conforto e desvendar terrenos 
desconhecidos.
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É fascinante como um grupo de pessoas apaixonadas pelo que faz pode transformar 
ideias em produtos que acabam por mudar o mundo para sempre.
Muitos dos empresários mais bem-sucedidos nunca pensaram no sucesso como um 
trampolim para outros projetos. Sua empresa era a sua vida.
Com paixão, determinação e iniciativa, é possível fazer qualquer sonho acontecer.
Não tenha medo de dar errado. Errar faz parte da vida.
Sair da sua zona de conforto é muito mais fácil do que você imagina.
Você vê que as possibilidades são infinitas quando sai da sua zona de conforto.
Iniciativa é uma das características mais poderosas que você pode ter.
Pense no seu hobby ou naquilo que gosta de fazer: você vai atrás de informações, lê 
tudo a respeito, participa de encontros, competições, dorme pensando. É fácil se sobressair, 
inovar, criar a partir do que aprendeu. Seus amigos te elogiam e querem comprar o que faz. 
Mesmo que não fosse essa a sua intenção. Por que não colocar no papel o que gosta de fazer 
e já começar a pensar no assunto?
O empreendedorismo avançou no Brasil. A seguir estudaremos o posicionamento 
brasileiro quanto ao empreenderismo, segundo IBQP (2013); o posicionamento dos jovens 
brasileiros quanto ao empreendedorismo, segundo CIA de Talentos (2015); e a busca de 
profissionais empreendedores pelas empresas brasileiras, segundo Costa e Avediani (2009). 
Caso você queira saber mais sobre os empreendedores brasileiros, visite a Midiateca 
da disciplina para ter acesso ao link da revista Exame com a matéria Os 20 maiores 
empreendedores do Brasil.
Posicionamento dos brasileiros quanto ao empreendedorismo, segundo IBQP (2013):
• 43,5% dos brasileiros sonham em ter o próprio negócio e só 24,7% almejam seguir 
carreira como empregado em uma empresa. 
• 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos, estava envolvida na criação ou 
administração de um negócio. Em 2002, esse índice era de 20,9% da população 
brasileira. 
• 88% dos brasileiros adultos concordam que o empreendedorismo é uma boa opção 
de carreira. 
• 70% dos empreendedores brasileiros abrem um negócio por oportunidade. Em 2002, 
menos da metade (42,4%) abriam o negócio em função de oportunidade. 
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• 49,6% dos que iniciam a carreira empresarial são do sexo feminino 
Posicionamento dos jovens brasileiros quanto ao empreendedorismo, segundo CIA de 
Talentos (2015):
• 46% dos jovens brasileiros disseram que em algum momento de sua carreira abrirão 
um negócio próprio, na pesquisa Empresas dos Sonhos 2015. 
• As primeiras três Empresas dos Sonhos em que esses jovens querem trabalhar são, 
pela ordem: Google, Petrobras e Odebrecht. Ter um negócio próprio ocuparia a 
quarta posição nesse ranking.
A busca de profissionais empreendedores pelas empresas brasileiras, segundo Costa e 
Avediani (2009):
• A habilidade de dar vida aos próprios projetos, tirando-os do papel e transformando-
os em novos produtos, processos ou serviços, é atualmente uma das qualidades mais 
valorizadas pelo mercado. 
• As empresas querem, mais do que nunca, saber quem são os funcionários, em todos 
os níveis, que têm a veia empreendedora à flor da pele. Esse movimentoé também 
percebido nas organizações mais tradicionais. 
• “A busca por profissionais com esse perfil tem sido uma constante, dos estagiários 
aos executivos”, diz Sofia Esteves, sócia-diretora do Grupo DMRH, consultoria que 
atende clientes como Unilever, Nivea, Whirlpool, Siemens e Natura.
Se você quiser saber mais sobre o empreendedorismo no mundo, visite a Midiateca da 
disciplina e acesse o Global Entrepreneurship Monitor, e no Brasil acessando o Serviço Brasileiro 
de apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
4 Avalie seu perfil
Você está curioso para saber como é seu perfil em relação a empreender e ao 
empreendedorismo? Para isso existem vários testes no mercado. Estes testes se originaram 
em levantamentos junto aos empreendedores e o que eles têm em comum, e depois 
transformados em critérios e questões para serem respondidas por pessoas interessadas.
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Visite a Midiateca da disciplina para conhecer algumas opções online, e com resultados 
em tempo real. Aproveite para acessar os testes elaborados pelo SEBRAE e pela Revista Você 
S/A.
Considerações finais
Nesta aula apresentamos elementos conceituais e metodológicos para uma análise 
do perfil e comportamento do empreendedor na visão de alguns autores referência neste 
assunto. Os pontos mais discutidos pelo mercado ainda hoje são os apresentados por Filion 
(1991), em relação ao empreendedor nascer pronto ou poder ser preparado para empreender. 
Como vimos, principalmente apoiados por Drucker, o empreendedorismo não é uma ciência 
e nem tão pouco uma arte é uma disciplina. Então, pode ser ensinado.
As empresas deste novo milênio sabem que para sobreviver vão ter que evoluir sempre, 
adotando uma postura inovadora. Como vimos no caso da UNILEVER e seus trainees, não 
existem produtos e serviços inovadores com funcionários sem criatividade e comportamento 
empreendedor. Por isso, mesmo que você decida trabalhar em uma empresa, agir como dono 
do negócio é um diferencial que é avaliado positivamente pelo seu empregador.
Negócios, produtos e serviços de sucesso surgiram porque existiram, na sua concepção, 
pessoas determinadas e comprometidas, que conseguiram identificar uma oportunidade e 
buscaram, com soluções criativas e inovadoras, solucionar um problema do cliente potencial. 
Focadas em resultados, essas pessoas superaram riscos e incertezas, desenvolveram e 
lideraram equipes capazes de desenvolver e implantar empresas: que entregaram produtos 
e serviços inovadores e de qualidade; que geraram resultados financeiros ao mesmo tempo; 
que tinham na ética e na responsabilidade social o alicerce de sua estrutura. 
Por fim, é difícil dissociar a imagem de um empresário bem-sucedido de um 
empreendedor, qualquer que seja a área na qual ele atue. Se você realizou os testes de 
perfil empreendedor e o seu desempenho não foi tão bom quanto esperava, reflita sobre o 
seu resultado, identifique os pontos que precisam ser melhorados e trabalhe neles. 
Referências 
CIA DE TALENTOS. Empresa dos sonhos dos jovens 2012. Cia de Talentos: Apresentação. 
Disponível em: <http://www.ciadetalentos.com.br/esj/brasil.html>. Acesso em: 10 set. 2015.
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COSTA, J. E.; AVEDIANI, R. Libere seu potencial empreendedor. Revista Você S.A., p. 15-19. out. 
2009.
DRUCKER, P. Innovation and Entrepreneurship. New York: HarperCollins, 1986.
FILION, L. J. O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial: Identifique uma 
visão e avalie o seu sistema de relações. Revista de Administração de Empresas, FGV, São 
Paulo, jul./set. 1991. 
IBQP. Empreendedorismo no Brasil: 2012. Curitiba: IBQP, 2013.
KURATKO, D.; HODGETTS, R. Entreprenuership: Theory, Process and Practice. 6. ed. USA: 
Harcourt College Publishers, 2004.
NAKAGAWA, M.H. Faça diferente, faça a diferença. São Paulo: Senac, 2013.
NAKAGAWA, M.; BOUER, G.; PAIVA, Pedro Paulo Borges Prata. Bottom-up: Lessons from an 
entrepreneurship course turnaround. In: GLOBAL INTERNATIONALIZING EDUCATION AND 
TRAINING CONFERENCE, 16., 2006, São Paulo. Proceedings of 16th Global Internacionalizing 
Entrepreneurship. 
PESCE, B. A menina do vale: Como o empreendedorismo pode mudar a sua vida. Rio de Janeiro: 
Casa da Palavra, 2012. Disponível em: <http://www.ameninadovale.com/AMeninadoVale-
BelPesce.pdf>. Acesso em: 17 set. 2015. 
ROGERS, E. M.; LARSEN, J. K. Silicon Valley Fever: Growth of High Tecnology Culture. New York, 
NY: Basic Books, 1984. 
SCHERMERHORN, John R. et al. Fundamentos do comportamento organizacional. Porto 
Alegre: Bookman, 1999.
SCHUMPETER, Joseph. Entrepreneurship as Innovation In: SWEDBERG, Richard. 
Entrepreneurship: The Social Science View. Oxford: Oxford University Press, 2000.
SEBRAE. O que é empreendedorismo? 4 nov. 2008. Disponível em: <http://www.mundosebrae.
com.br/2008/11/o-que-e-empreendedorismo>. Acesso em: 2 dez. 2015.
SIQUEIRA, M. M. M. Medidas do comportamento organizacional. Estudos de Psicologia, v. 7, 
(número especial), p. 11-18, 2002.
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Criativa
Aula 03
Os diferentes empreendedores
Objetivos Específicos
• Apresentar os principais tipos de empreendedores e a relação com as 
diversas carreiras.
Temas
Introdução
1 O empreendedor por necesssidade
2 O empreendedor por oportunidade
3 O empreendedor social
4 O intraempreendedor
5 Empreendendo sua carreira
Considerações finais
Referências 
Nelson Nogueira
Professor Autor
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Introdução
Ser um empreendedor, para Schumpeter (2000) e Drucker (2003), é ser uma pessoa 
visionária, que tem iniciativa e sabe apresentar propostas inovadoras que solucionam 
problemas de clientes potenciais. Por isso, empreender não significa ter que abrir seu próprio 
negócio. O comportamento empreendedor existe em todos os setores, em todos os níveis 
de carreira, em todos os momentos da vida. As pessoas não nascem empreendedoras, elas 
sofrem influência do ambiente externo e também se preparam ao longo da vida para ter 
atitudes e comportamentos que irão auxiliá-las a alcançar seus objetivos. 
As regras do jogo corporativo mudaram e três ondas de mudanças sobrepõem-
se, gerando um grande contexto de turbulência: a passagem de um regime de mercado 
vendedor para mercado comprador, a globalização dos mercados e a produção e o advento 
da economia baseada em conhecimento. 
Estes fatores levam a novas formas de organizar as empresas, seja em termos de 
estratégias, de arranjos interempresariais, de gestão ou em termos de quem deve, nesse 
novo desafio, trabalhar nestes novos formatos empresariais.
Como resultado destes fatores, temos:
• Estruturas enxutas, células de trabalho multidepartamentais;
• A função planejamento e desenvolvimento assumindo papel estratégico em termos 
de inovação de produtos e processo;
• A função RH assumindo papel significativo para atrair, reter e desenvolver novos 
talentos;
• Elevação do nível educacional do corpo de funcionários, mais comprometidos e cujas 
competências agreguem valor ao negócio.
Diante desse cenário, as condições para permanecer no mercado ficaram mais difíceis, 
tanto para a empresa (que precisa absorver estas novas mudanças para não perder 
competitividade) como também para o funcionário (que precisa desenvolver habilidades e 
conhecimentos para continuar trabalhando).
Ser empreendedor é sem dúvida um diferencial para quem quer se inserir no mercado 
mesmo frente a tanto desafios. Cada tipo de empreendedor, tema desta aula, tem sua 
particularidade, mas o importante é notar que seu perfil faz dele um modelo de profissional 
cobiçado e no qual muitos se inspiram. Vamos conhece-los?
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E agora para onde vamos? 
Quais as suasexpectativas em relação à sua carreira profissional?
1 O empreendedor por necessidade
Segundo o GEM1 (2014), o Brasil continua sendo o primeiro país em empreendedores por 
necessidade, sendo normalmente o estopim a perda do emprego. Este desempregado que na 
maioria das vezes não encontra opções de um novo emprego, para continuar o sustento de 
suas famílias, se aventura em abrir seu próprio negócio. O problema é que este novo negócio 
nasce, na maioria das vezes, sem nenhum planejamento, incluindo o de mão de obra, que 
passa a ser a da própria família. Em 2002 os relatórios do GEM mostravam que este era o 
tipo mais comum de empreendedorismo existente no Brasil: um tipo muito característico em 
países em desenvolvimento. Como, a priori, inexiste planejamento e inovação nesse modelo, 
este tipo de negócio tende a fechar ou não consegue ser lucrativo, acarretando a falência e 
dívidas aos seus sócios.
Segundo o IBGE2, no período de 2010 a 2014, metade destas empresas tem uma vida 
útil de apenas três anos. Fatores que contribuem para isso são a não atualização de seus 
dirigentes, a falta de inovações na busca de soluções para os clientes e o não entendimento 
das práticas dos seus concorrentes.
“Quando não se consegue um emprego, você abre seu próprio negócio”.
Walt Disney, em 1923, ao criar a Disney Brothers
Para Nakagawa (2013, p. 39), “[...] o exemplo comum de empreendedorismo por 
necessidade é aquele sujeito que não conseguiu um emprego e virou um vendedor ambulante 
que escolheu balas e doces para vender mas vislumbrou nessas balas e doces uma oportunidade 
de negócio”.
1 GEM – Global Entrepreneurship Monitor (estudos de empreendedorismo no mundo).
2 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
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2 O empreendedor por oportunidade
Collins e Moore (1970, p. 134) apresentaram um quadro fascinante do empreendedor 
por oportunidade, com base no estudo de 150 deles. Os autores acompanharam suas vidas 
desde a infância, através da educação formal e informal, até os passos para criarem seus 
empreendimentos. 
O que emergiu é um retrato de pessoas duras e pragmáticas, levadas desde a infância 
por poderosas necessidades de realização e independência. Em algum ponto de sua vida, 
cada um dos empreendedores enfrentou um rompimento e eles transformaram seus dilemas 
na projeção de um negócio por conta própria. Em momentos de crise, eles não buscam uma 
situação de segurança. Eles mergulham em insegurança mais profunda e acreditam que 
podem obter altos ganhos em ambientes de incertezas.
A motivação para o empreendedor por oportunidades é a falta de disposição para 
submeter-se à autoridade, a busca pela liberdade, pela independência, pela flexibilidade e 
pelo poder.
Mintzberg (2005) conceituou que a estratégia do empreendedor por oportunidades é a 
busca ativa de novas oportunidades, os problemas são secundários. Como escreveu Drucker 
(1970, p. 10): “O espírito empreendedor requer que as poucas pessoas boas disponíveis 
sejam alocadas a oportunidades e não desperdiçadas na solução de problemas”. 
Além disso, os empreendedores passam rapidamente da identificação da oportunidade 
para a sua perseguição. Eles são como os camelôs com guarda-chuvas que surgem do nada. 
Assim, suas ações tendem a ser “revolucionárias, visando ao curto prazo”, em comparação 
com as ações “evolucionárias” dos administradores, “com longa duração”.
Palich (1995) também constatou que “[...] os empreendedores categorizavam cenários 
de forma muito mais positiva que outras pessoas, isto é, eles identificavam mais forças versus 
fraquezas, oportunidades versus ameaças e potencial para melhoria de desempenho versus 
deterioração”.
A geração de estratégia na empresa empreendedora é caracterizada por grandes 
saltos para a frente, face à incerteza. A estratégia move-se para adiante na organização 
empreendedora pela tomada de grandes decisões – os “golpes ousados”. O executivo principal 
procura condições de incerteza, pois acredita que dando estes tais “golpes ousados” sairá na 
frente dos concorrentes e obterá consideráveis ganhos.
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Em sua maioria, os jovens presidentes têm a necessidade de construir em vez de manipular. 
“A expansão é uma espécie de doença nossa”, disse um presidente. “Reconhecemos o fato”, 
disse outro. “Somos construtores de impérios. A tremenda compulsão e obsessão não é de 
ganhar dinheiro, mas construir um império” (MINTZBERG, 2005, p. 106).
Como as metas da organização são simplesmente a extensão daquelas do 
empreendedor, a meta dominante da organização que opera de modo empreendedor 
parece ser o crescimento, a mais tangível manifestação de realização.
Seriam os empreendedores mercuriais? A essência do Deus Mercúrio é a transição...de 
“flutuar livremente...delírio associativo...percepção instantânea ...retrocessos e repetições 
retóricas e...ações secretas e roubo. Brainstorms, critérios, descobertas por sorte, intuições 
, o jogo dos sonhos...[são domínio de Mercúrio]”. Seu estilo é a ligação, simultânea ou 
instantânea, de lugares, pessoas e ideias. Através da sua atividade, partes conflitantes 
chegam ao acordo, recursos são trocados, transições ocorrem. Mercúrio também possui os 
atributos de ser astucioso, enganador, engenhoso e presente de forma súbita e mágica. É 
conhecido por sua desenvoltura, agilidade, esperteza sutil e, em seu papel como mensageiro, 
é articulado e importante para a condução dos negócios. Sua atitude é irônica e destituída 
de sentimentos. Atribuímos muitas dessas qualidades aos empreendedores. Nós os vemos 
como espíritos criativos, oportunistas, persuasivos e mais livres que o homem ou a mulher 
“organizacional”. Estudos empíricos têm constatado que muitos empreendedores possuem 
as características de Mercúrio, sendo indivíduos socialmente hábeis e autônomos com 
necessidades de afiliação, conformidade, ajuda e afeto interpessoal menores que a média. 
Fonte: Bird (1992, p. 207).
2.1 Reflexões de um empreendedor
Vamos agora analisar algumas reflexões de Branson (1986, p. 13-18) sobre o pensamento 
de muitos empreendedores. “O maior risco que qualquer um de nós pode assumir é 
investir dinheiro em um negócio que não conhece”. Muito comum entre os pretendentes 
a empreendedor, gerir um negócio de sucesso será mais fácil se o empreendedor conhecer 
profundamente todas as etapas do processo de produção do bem ou serviço que ele vende. 
Gostar de comer pizzas não qualifica o empreendedor a abrir uma pizzaria. Abrir uma 
pizzaria significa ter um negócio e não apenas fazer um produto. Para ter um negócio, é 
preciso administrar a área de compras, vendas, atendimento, a área financeira, pensar o 
desenvolvimento de um produto inovador etc.
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“Não dependo dos outros para fazer levantamentos ou pesquisas de mercado, ou 
para desenvolver grandes estratégias. Sou de opinião que os riscos são reduzidos pelo 
meu próprio envolvimento nos detalhes do novo negócio”. Os detalhes são importantes, 
entretanto, o conhecimento do mercado em que está inserido é fundamental para o sucesso, 
o conhecimento profundo de todos os aspectos do negócio serve como um guia para tomar 
as decisões.
“Sempre existe outro negócio”. Focar e insistir em determinado segmento de negócio 
limita suas ações e dificulta o processo de inovação. Verifique possibilidades de ampliar, 
modernizar o negócio ou de repente atuar dentro do mesmo segmento com um foco 
diferente. Por exemplo: se você gosta de cozinhar, há várias oportunidades de negócio como 
um restaurante, uma cozinha industrial, uma fábrica de congelados etc.
“À medida que as empresas crescem, cuidado para que a gerência não perca contato 
com o básico – normalmente o cliente”. Se focarmos no negócio, no produto ou serviço,podemos perder o cliente ou nos distanciarmos dele. Produtos e serviços são criados e 
aperfeiçoados a partir das informações que chegam deles, a maior fonte de informações para 
ajustarmos nosso negócio.
“Nossa regra – mantenha simples, possibilita a um número de gestores, o desafio e 
a excitação de dirigir seus próprios negócios”. Simplicidade parece fácil, mas as pessoas 
complicam muito as coisas. Retire toda burocracia, as operações repetitivas, a papelada, faça 
fluir os processos, o cliente também não gosta de encontrar dificuldades, ele quer agilidade. 
“Siga a estratégia do compre, não faça”. Uma tendência do mercado é terceirizar ao 
máximo aquilo que não é sua especialidade. Você deve se concentrar naquilo que faz de 
melhor. Quando uma empresa decide fazer tudo, perde o foco e acaba não fazendo nada 
direito. Existem vários fornecedores que podem ajudar no negócio. 
“Depois de avaliar um investimento e tendo decidido fazê-lo, não hesite. Vá em 
frente!”. São características do empreendedor, iniciativa, perseverança, determinação e 
coragem para correr riscos. Não fique parado. Se esperar muito, a oportunidade passa.
Estima-se, segundo dados do GEM (2014, p. 6), que há no Brasil 45 milhões de 
empreendedores iniciais e estabelecidos entre 18 e 64 anos. Isso representa 34,5% da 
população brasileira, nesta faixa etária, estimada em 130,7 milhões de indivíduos3.
Do total de empreendedores brasileiros, 70,6% o foram por oportunidade, a razão entre 
oportunidades e necessidade alcançou 2,4. Isso indica que para cada empreendedor que 
iniciou suas atividades por necessidade 2,4 o fizeram por oportunidade. 
3 Projeção PNDA para 2014. (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
 
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Imagine um comparativo das características de um empreendedor iniciante e o já 
estabelecido (Adaptado de GEM, 2014):
De um lado temos os empreendedores iniciantes: homens e mulheres são igualmente 
ativos em termos de atividade empreendedora inicial; indivíduos na faixa etária de 25 a 
34 anos são mais ativos em termos de atividade empreendedora inicial; indivíduo com 
escolaridade entre o primeiro grau incompleto e o nível superior completo são igualmente 
ativos no que se refere à atividade empreendedora inicial; indivíduo com escolaridade 
inferior ao primeiro grau incompleto são os menos ativos no empreendedorismo inicial; 
indivíduos com renda familiar acima de três salários mínimos são os que apresentam maior 
atividade em termos de empreendedorismo inicial.
Do outro lado, temos os empreendedores já estabelecidos: homens são mais ativos 
do que as mulheres em termos de atividade empreendedora em estágio estabelecido; 
indivíduos com escolaridade até o segundo grau incompleto são os mais ativos no que se 
refere à atividade empreendedora em estágio estabelecido; indivíduos com escolaridade 
superior ao segundo grau completo são os que apresentam menor atividade no que se refere 
ao empreendedorismo estabelecido; indivíduos com renda familiar acima de seis salários 
mínimos apresentam maior atividade empreendedora em estágio estabelecido.
Percebeu as diferenças?
Para conhecer o relatório completo sobre o Empreendedorismo no Brasil, visite a Midiateca 
da disciplina.
Em todos os segmentos ou áreas, temos exemplos de empreendedores, alguns são 
conhecidos pelo público, através da mídia, pelos seus serviços ou produtos inovadores. Há 
outros, porém, que não têm grande repercussão pública, mas desenvolvem um trabalho 
bastante interessante que vale ser destacado.
Seguem alguns exemplos:
• Caio Maia, aos 36 anos comanda uma rede de 130 pontos de venda, da rede 
Chili Beans. “Percebi que as pessoas usavam óculos, cada um ao seu estilo, e 
geralmente compravam de vendedores de praia, em quiosques, a um preço bem 
baixo. Foi quando senti que podia trazer o conceito para cá”.
• Mesiara desenvolve o projeto Quadros Vivos. Criou técnicas de plantio vertical, 
com fibra de coco, com um sistema especial de impermeabilização e de irrigação. 
“Quando criei os quadros vivos, sabia que poderia vendê-los no mundo inteiro 
-todos querem ter plantas e não ter trabalho. Por ter nascido pobre e ter 
conhecido o outro lado da moeda, quero ajudar outras pessoas a romper com 
sua realidade”
Fonte: Adaptado de Sampaio (2007). 
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3 O empreendedor social
Os conceitos e o termo empreendedorismo social foram desenvolvidos por Bill Drayton, 
fundador da Ashoka4, ao estudar indivíduos que combinam pragmatismo, compromisso, 
resultados e visão de futuro com a intenção de profundas transformações sociais. 
Segundo Sampaio (2014), o Empreendedor Social é uma pessoa visionária, criativa, 
prática e pragmática, que sabe como ultrapassar obstáculos para criar mudanças sociais 
significativas e sistêmicas. 
Possui uma proposta verdadeiramente inovadora, já com resultados de impacto social 
positivo na região onde atua, e demonstra estratégias concretas para disseminação desta 
ideia nacionalmente e/ou internacionalmente.
O Empreendedor Social não tem a intenção de ajudar os mais sensíveis e vulneráveis 
em recursos com a doação de materiais e até dinheiro. Ele acredita que isto não resolve 
nada, é apenas uma ação de curto prazo. Como ele é visionário, aponta tendências e fornece 
soluções inovadoras para os problemas sociais e ambientais sob uma ótica diferenciada. Com 
isso, acelera o processo de mudanças e inspira outros atores a se engajarem em torno de uma 
causa comum. 
Para entender melhor precisamos falar um pouco de negócios sociais, segundo ICE-Move 
(2013, p. 5), dois grandes conceitos levam à definição de negócios sociais, marcados por uma 
distinção da distribuição dos dividendos: 
Primeiro: de acordo com a proposta de Muhamed Yunnus, prêmio Nobel da Paz e 
fundador do Grammen Bank, iniciativa pioneira de investimentos dessa natureza, os 
negócios sociais devem gerar impacto para populações de baixa renda, e excedentes 
financeiros (dividendos) reinvestidos na organização, sem possibilidade de distribuição 
de lucros para os sócios.
Segundo: outro segmento dos fundos de investimento de impacto defende que os 
dividendos podem ser remetidos para os responsáveis pela iniciativa. Entende-se que 
articular apenas uma definição para negócios sociais não se torna uma barreira para 
o desenvolvimento desse campo. Entretanto, é importante construir mecanismos 
capazes de informar o impacto social gerado. Conhecer a capacidade de um negócio 
gerar impacto social é aspecto determinante para a constituição de sua identidade. 
Para além das tradicionais categorias de análise de um portfólio de um fundo, que 
se centram no “retorno” e no “risco”, os negócios sociais incorporam uma terceira 
dimensão que exige atenção e apresentação de resultados: impacto. 
4 A Ashoka é uma organização mundial, sem fins lucrativos, pioneira no campo da inovação social, trabalho e apoio aos Empreendedores 
Sociais – pessoas com ideias criativas e inovadoras capazes de provocar transformações com amplo impacto social. Veja http://brasil.ashoka.
org/conceito
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Exemplos de empreendedor social
• Criadora do Projeto “Recicla Jeans”, formando artesãos para a reciclagem 
de jeans. “São 40 artesãos da favela que, através da orientação de estilistas, 
redesenham, transformam, apõem apliques e retrabalham roupas produzidas 
com jeans e resíduos têxteis, que a entidade recebe como doação de fabricantes, 
lojas e pessoas físicas.”
• Rodrigo Baggio, Fundador e diretor executivo do Comitê para a Democratização 
da Informática. Iniciou uma campanha junto a empresas de computadores para 
criar escolas de informática em favelas. Após uma palestra em Seatlle, Estados 
Unidos, conseguiu o apoio do pai de Bill Gates. Um dos seus lemas define suas 
ideias inovadoras:É preciso diminuir o apartheid digital”.
Fonte: Adaptado de Sampaio (2007).
O Empreendedor Social, como pessoa ou empresa, não é uma instituição de caridade, 
uma ONG, o conceito é mais abrangente. 
Para entender melhor e se aprofundar na temática de negócios sociais, existe o manual 
do ICE-MOVE, Métricas em negócios de impacto social. Para acessar o link, visite a Midiateca 
da disciplina.
E um caso que repercutiu pelo mundo é do Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel 
da Paz em 2006. Sugerimos o filme Empresas Sociais – Danone – Grameen, que narra uma 
história interessante. 
4 O intraempreendedor
Segundo a 5IBIE, “Intra-empreeendedores ou empreendedores corporativos são 
funcionários e/ou colaboradores que se comportam como empreendedores em benefício 
próprio e da empresa”.
Nenhuma empresa ostenta alto desempenho perpétuo: a mesma empresa pode brilhar 
hoje e ser desastrosa amanhã, os setores se encontram em processo de constante recriação 
e expansão ao longo do tempo.
Os trabalhos de Fleury e Plonski (2004) explicam o porquê da necessidade de um 
intraempreendedor. 
5 IBIE- Instituto brasileiro de intraempreendedorismo www.ibie.com.br 
http://www.ibie.com.br
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Figura 1 – Evolução da competição
Fonte: Adaptada de Fleury e Pionski (2004).
A resposta pode ser percebida pela evolução da competição. Ainda há muitas empresas 
que competem por custo, com produtos baratos. Entretanto, sempre teremos aqueles mais 
baratos, como os dos concorrentes desleais que não pagam impostos ou aqueles que trazem 
produtos de outros países em que a mão de obra é duvidosa, sempre no sentido de baratear 
os custos. 
No segundo degrau temos a qualidade. Nesta palavra existe vários pontos de vista e 
o mais importante é aquele dito pelo cliente: qualidade não pode ser um diferencial, ela 
é obrigação. Compro algo e quero que funcione e que as promessas do fabricante sejam 
atendidas. O próprio mercado foi limpando as empresas que não produzem qualidade, há 
uma seleção natural, ficam os bons.
No terceiro degrau temos a rapidez. Empresas rápidas, com tecnologias de entrega de 
ponta, isto tem uma limitação, pela própria logística e administração de materiais e os custos 
podem subir e serem repassados aos cliente, inclusive a qualidade pode ficar comprometida 
com toda essa rapidez.
No quarto degrau temos a flexibilidade. Produtos personalizados, customizados para 
cada tipo de cliente, dificultando a administração de produção, estoques, o custeamento, 
será que todos são lucrativos e os tempos de fabricação como ficam?
Imagine você fazendo um pedido na pizzaria: meia mussarela com massa fina e meia 
portuguesa com massa grossa, e borda de catupiry apenas na pizza portuguesa! 
Será que as empresas têm essa capacidade para serem flexíveis em seus produtos e 
serviços?
E por último o quinto degrau é a inovação. As empresas competem através da inovação, 
parece uma febre, todos na atualidade dizem que seus produtos e serviços são inovadores, 
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que seus processos são mais eficientes e sustentáveis, exclusivos. Entretanto, para fazer isso 
é necessário funcionários com comportamento empreendedor, ou seja, visionários, com 
iniciativa, que identifiquem oportunidades, arrisquem e ofereçam soluções inovadoras.
Veja, em detalhes, o comparativo do quadro abaixo entre um empreendedor e um 
intraempreendedor atuando nestas empresas com foco de inovação:
Quadro 1 – Comparativo do empreendedor x intraempreendedor
Empreendedor 
Usa capital próprio ou de terceiros
Cria toda a estrutura operacional 
Maior poder de ação sobre o ambiente 
Fracasso parcial significa perda de $$ 
Fracasso total significa falência
Ele é o chefe 
Monta sua própria equipe
99 não e 1 sim: Oportunidade de sucesso!!! 
Salário? Depende... 
Intraempreendedor
Usa o capital da empresa
Usa a estrutura operacional da empresa
Maior dependência das características da
cultura corporativa 
Fracasso parcial significa apenas erro e 
realinhamento do projeto
Fracasso total significa aborto do projeto e, no 
máximo, demissão
Ele se reporta a um (ou mais!) chefe(s)
É obrigado a se relacionar com quem já
está na empresa
99 sins e 1 não; fracasso!!!
Salário? Depende... 
Fonte: Adaptado de IBIE (2013).
Exemplos de intraempreendedor
• José Eduardo Querido é o primeiro brasileiro a presidir a Singer do Brasil. Foi 
contratado para gerente de engenharia na Singer, foi encarregado da montagem 
da manufatura da Singer Xangai, na China, da montagem da fábrica, retornou 
ao Brasil para dirigir a área industrial do grupo em 2005, assumiu a presidência, 
a reforma que duplicou a unidade nordestina foi concluída e fixaram a meta 
de aumentar a produção em 50%. “Sou um empreendedor, não nos moldes 
tradicionais, sou o que se chama de intra-empreendedor”.
• Antonio Maciel Neto, engenheiro paranaense, dirigiu o Grupo Itamarati, a 
Ferronorte, a Ferropasa e a Cecrisa. Foi contratado para dirigir a filial brasileira 
da Ford em um momento em que a marca definhava no País. Ele foi responsável 
pela reestruturação da companhia que teve um aumento de 178% em relação 
ao resultado de 2004. Em 2006 deixa a Ford para tornar CEO da Suzano Papel 
e Celulose. “Eu vim à Ford para fazer parte de uma das mais exitosas viradas da 
indústria automotiva brasileira, que está concluída”.
Fonte: Sampaio (2007)
• Como exemplo de intraempreendedora temos a Chieko Aoki, fundadora 
e presidente da rede Blue Tree Hotels. Hoje, ela é uma das empresárias mais 
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respeitadas do país – em 2013 foi eleita pela revista Forbes a segunda mulher 
de negócios mais poderosa do Brasil. Seus 22 hotéis estão distribuídos por 17 
cidades e empregam mais de 2.300 pessoas.
Fonte: Adaptado da Fundação Estudar (2015)
Visite a Midiateca da disciplina e conheça a dica de Chieko Aoki para oportunidades na 
carreira!
5 Empreendendo sua carreira
A Empreender Endeavor (2010, p. 3) cita que atualmente existe alguns motivos limitantes 
quando o assunto é a escolha do futuro caminho profissional: 
• Não há tantos bons empregos com ótimos salários assim – com certeza existem 
muitos bons empregos com ótimas remunerações, mas em número limitado,
• As condições de emprego estão se alterando rapidamente – lealdade e tempo de 
casa continuam importantes para os empregadores, mas desempenho individual 
torna-se cada vez mais relevante na manutenção do emprego,
• A competição pelas melhores ocupações sempre aumenta – há cada vez mais 
candidatos por vaga, isto acontece não só no momento da conquista do emprego, 
mas durante o crescimento profissional dentro da empresa. As novas gerações 
chegam ao mercado mais preparadas, desafiando os funcionários antigos que 
muitas vezes são os mais caros da empresa. 
Por isso não importa a sua área de formação e atuação, a essência do seu sucesso é a 
criatividade, o espirito empreendedor, o desejo de mudança, a aceitação de desafios, aceitar 
correr riscos. O mais interessante disso tudo é que as empresas inovadoras ou aquelas 
constituidas de intraempreendedores sabem como lidar com eles e motivá-los. 
Veja o gráfico abaixo que mostra os fatores que motivam o desempenho de 
intraempreendedore. Observe que os três fatores que mais motivam o intraempreendedor 
são: satisfação pessoal, contribuição para a imagem e crescimento da empresa e intenção de 
melhorar ou facilitar a execução do próprio trabalho. 
Vamos explicar um pouco mais: a satisfação pessoal vem em primeiro lugar, trabalhar 
no que gosta é imprescindível, fazer com que a ida ao trabalho seja prazerosa e envolvente.

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