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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 
CAMPUS CLÓVIS MOURA 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
DISCIPLINA: SEGURIDADE SOCIAL 
PROFESSORA: NAIARA MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
PREVIDÊNCIA SOCIAL: FINANCIAMENTO E REFORMA 
 
AMANDA LIMA DE ARAÚJO 
ANA PAULA FREITAS DE SOUSA 
MARIA HELENA RODRIGUES DE ABREU 
NATHÁLIA CRISTINA LIMA CAVALCANTE 
RENAN MELO RODRIGUES 
SAMUEL DOS SANTOS JUNIOR 
 
 
 
 
TERESINA 
2021 
REFORMA DA PREVIDÊNCIA 
 
 A Reforma da Previdência foi instituída pela PEC n. 06/2019, no governo do 
presidente Jair Bolsonaro. Sua aplicação foi justificada pelo governo, vigente 
atualmente, sob a alegação da falência do sistema previdenciário. A PEC sofreu 
duras críticas, sendo considerada por muitos como uma decisão arbitrária do 
governo, cujas reais intenções seriam beneficiar classes sociais altas, em detrimento 
das classes baixas, que constituem a maior parcela da população brasileira. 
 A Reforma da Previdência altera a aposentadoria urbana. Nos moldes da 
antiga legislação, a aposentadoria seria baseada no tempo de contribuição de seus 
beneficiários: 30 anos de contribuição, para as mulheres, e 35 anos de contribuição, 
para os homens. 
 Nos moldes da Reforma, os requisitos consideram a idade e a carência no 
aspecto contributivo. A idade mínima para aposentadoria dos homens é de 65 anos, 
sendo que se contabilizam 20 anos de carência. Para as mulheres, a idade mínima é 
de 62 anos, contabilizada carência de 15 anos. Nota-se uma rigidez maior nos 
critérios de admissão da aposentadoria. Pela nova determinação, uma mulher de 55 
anos, por exemplo, que tenha o tempo de contribuição de 30 anos, não poderá se 
aposentar, pois, apesar do tempo de contribuição exigido pela legislação, não possui 
idade suficiente para tal. Esse é um dos maiores motivos de queixas à Reforma da 
Previdência. 
 A aposentadoria rural também sofreu alterações consideráveis. Anteriormente 
à supracitada PEC, mulheres rurais podiam se aposentar aos 55 anos, enquanto 
homens podiam aos 60. Nos moldes da nova legislação, a aposentadoria rural teria 
como idade base 60 anos para ambos os sexos, sem contar com os 5 anos 
somados à carência desses contribuintes, totalizando 20 anos de carência. 
 Ainda considerando o âmbito da aposentadoria rural, anteriormente era 
possível a comprovação da atividade rural de um empregado por declaração emitida 
pelo empregador rural ou, em caso de agricultor autônomo, a apresentação de 
comprovantes de pagamento, de compra ou venda, de produtos rurais. Atualmente é 
necessária a contribuição, de fato, para tais fins comprobatórios. 
 Percebe-se que a Reforma da Previdência acentuou a fiscalização em torno 
das aposentadorias, de modo a dificultar qualquer tentativa de burlar a sua aplicação. 
Em forma de “corte de gastos” a Reforma assumiu um inegável papel ríspido frente 
aos seus contribuintes. 
 Uma categoria também afetada pela Reforma da Previdência é a dos 
professores. Foi estipulada uma idade mínima para a aposentadoria desses 
profissionais, o que não existia na legislação anterior. Os professores, antes, podiam 
se aposentar com 30 anos de contribuição, quando homens, e 25 anos de 
contribuição, quando mulheres, a independer de idade mínima. A Reforma trouxe 
aos professores uma idade mínima de 60 anos para alcance do benefício 
previdenciário, além de equiparar os anos de contribuição para homens e mulheres. 
Essa equiparação configurou-se pelo aumento de 5 anos de contribuição para as 
mulheres. 
 No que tange aos servidores públicos, levava-se em consideração a 
aposentadoria por tempo de contribuição. Para os homens era estipulada a idade de 
60 anos para obtenção do benefício, e para as mulheres, 55 anos. Aos homens 
também eram exigidos 35 anos de contribuição, e às mulheres, 30 anos. Além 
desses critérios os beneficiários deveriam ter 10 anos de serviço público e 5 anos na 
ocupação de seus cargos. Pela modificação estabelecida pela Reforma, foi 
aumentada a idade base para o benefício. Aos homens, passaram-se a exigir 65 
anos de idade, e para as mulheres, 62 anos, totalizando um acréscimo de 5 anos e 2 
anos, respectivamente. Em contrapartida, o tempo de contribuição fixado para 
ambos os sexos foi de 25 anos. O critério de 10 anos de serviço público, a 
contabilizar 5 anos na ocupação dos cargos ocupados por esses servidores foi 
mantido. 
Outra mudança designada pela reforma foi a limitação das regras de transição 
de regime, medida que reduziu os direitos previdenciários dos servidores públicos 
que já se encontravam sob a vigência da norma anterior. Conforme as novas regras, 
a reforma da previdência se aplicou não apenas àqueles que viriam a se tornar 
contribuintes futuros, como também atingiu quem já contribuía. 
As regras de transição da reforma previdenciária se aplicam para quem já 
realizava a contribuição junto à Previdência Social, porém não conseguiu reunir 
todos os requisitos necessários para a concessão da aposentadoria até a data da 
aprovação da EC 103/19, ou seja, até 12 de novembro de 2019. No entanto, quem 
conseguiu preencher todas as condições exigidas até lá possui o que os tribunais 
superiores designam de direito adquirido, podendo assim aposentar-se. Para isso, 
basta aplicar a regra dos pontos já mencionada. 
Assim, o servidor que deveria se aposentar uma semana após a reforma da 
previdência, caso esta não tivesse sido aprovada, passou a fazer parte do novo 
regime. Em consequência, adicionou-se o tempo de contribuição conforme as novas 
regras, de modo que o servidor não mais poderia aposentar-se naquela data, mas 
somente depois de cumprido o total estabelecido conforme a reforma. 
A contribuição nesses casos, portanto, se equipara a quem passou a 
contribuir somente após a data de aprovação da reforma previdenciária. Que nesses 
casos, também se necessita, obrigatoriamente, cumprir a regra de pontos conforme 
explicado inicialmente neste trabalho. 
 Desse modo, as novas regras de transição podem ser consideradas abusivas 
e incoerentes, quando se levando em conta o direito à igualdade e à 
proporcionalidade, visto que os servidores anteriores à reforma trabalharam em 
obediência ao regime vigente à época, e em concordância a este deveriam receber 
seus direitos. Não caberia, portanto, submetê-los ao atual regime. 
Conforme entendimento dos tribunais superiores, a norma prevista no art. 7º 
da EC 103/19, sobre a transição para o novo regime, deve resguardar o direito 
adquirido dos servidores que já se enquadravam como beneficiários para a obtenção 
de aposentadoria ou de pensão por morte conforme o Regime Geral de Previdência 
Social. Portanto, garante-se assim, o respeito às gerações respectivas a cada 
regime previdenciário. 
 
QUANTO AO FINANCIAMENTO 
 
Segundo o artigo 195 da Constituição Federal do Brasil, o financiamento da 
seguridade social se dá por contribuição de toda a sociedade, e não somente pelos 
segurados, como se acredita. Além deste dispositivo, outro que corrobora que a 
ideia de financiamento da Seguridade Social apenas pelo segurado é equivocada 
trata-se do artigo 27, da Lei 8.212/91. Dessa forma, depreende-se que toda a 
sociedade arca com os custos da seguridade. 
O sistema da seguridade social é composto pelo trinômio Previdência- 
Assistência-Saúde, isto é, ainda que as contribuições fossem capazes de sustentar 
a previdência como um todo, elas teriam que custear os outros dois elementos da 
tríade. 
As fontes diretas são compreendidas pelas contribuições sociais previstas no 
art. 195 da CF de 1988, arrecadadas dos trabalhadores e empregadores. Nesse 
sistema de financiamento as contribuições suportadas pelas empresas ou pessoa 
física equiparada a ela decorrem de sua função social. Além desta função social, o 
que justifica a contribuição por parte do empregador é o fato de existir uma conexão 
anterior à contribuição que vincula a empresa e o empregado.Verifica-se, portanto, 
que há de se reconhecer de que haja correlação, ainda que indireta, entre os 
beneficiários da ação do estado e os entes que são chamados a contribuir, ou seja, 
a relação entre os efeitos ou causa da ação do Estado (sujeito ativo), custeada pela 
contribuição e seus contribuintes (sujeitos passivos). 
O financiamento indireto se realiza por meio dos orçamentos. A União, os 
estados, distrito federal e os municípios têm a obrigação de destinar parte de seus 
orçamentos para a seguridade social, pois são detentores do poder de tributar 
através da cobrança de impostos (tributos não vinculados). 
Ao analisarmos o sistema jurídico pátrio, por meio da investigação da 
natureza do instituto jurídico, verifica-se que as contribuições sociais possuem 
natureza tributária. A Constituição Federal de 1988 estruturou de maneira rigorosa a 
natureza jurídica tributária das contribuições sociais. Toda exigência coercitiva de 
caráter patrimonial realizada pelo estado que se traduza em dinheiro, então o 
sistema que se lhe aplica é o tributário. 
Existem diversas teorias que informam a natureza jurídica da contribuição 
previdenciária, no entanto, como dito à cima, a Constituição Federal, estruturou de 
maneira rígida a natureza jurídica tributária das contribuições sociais. Atualmente, 
com base na posição do Supremo Tribunal Federal (STF), não se debate mais a 
natureza jurídica das contribuições sociais. 
 Com a reforma da Previdência, o financiamento, a saber, o sistema de 
contribuições dos empregados e servidores públicos foi alterado. A partir da medida, 
o valor da contribuição inicial no RGPS caiu de 8% para 7,5% e a contribuição 
máxima ficou estabelecida em 11,68%. Variando de um salário-mínimo até o teto do 
sistema. 
 No RPPS foi onde houve a mudança mais significativa. A variação de 
contribuição inicial foi a mesma do regime geral, porém a partir é que se notam as 
principais mudanças, uma vez que enquanto a contribuição inicial fica em 7,5%, a 
máxima, atribuída às remunerações que superem os R$39.000,00 (trinta e nove mil 
reais), ficou acima de 16,79%, com a progressão das alíquotas ao longo desse 
espectro. 
 
 Conclui-se, portanto, que a progressividade tem a intenção de aproximar os 
regimes geral e privado, além de garantir que os contribuintes que ganham menos, 
paguem menos, e os que ganham mais, paguem mais. As ressalvas à medida ficam 
a cargo dos servidores públicos, que passam a contribuir mais, para um regime que 
paga menos, levantando as discussões acerca do uso de planos privados de 
Previdência ou a adesão aos fundos de previdência complementar próprios dos 
servidores públicos, como forma complementar às aposentadorias. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
FURTADO, Stela Cristina; NETTO, Leonardo Silveira. Impactos da reforma da 
Previdência na complementação de aposentadorias. Conjur, 2 jul. 2020. Disponível 
em: https://www.conjur.com.br/2020-jul-02/furtado-antoun-netto-consequencias-
reforma-previdencia. Acesso em: 23 abr. 2021. 
 
LUCENA, Sandro. PEC 06/2019: como será financiada a Nova Previdência. SAJ 
ADV, 9 set 2020. Disponível em: https://blog.sajadv.com.br/reforma-da-previdencia-
financiamento/. Acesso em: 23 abr 2021.

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