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37 Geografia local em que o rio deságua. Os rios e lagos represen- tam 0,3% de toda água doce do planeta. A foz de um rio pode ser em delta (várias ilhas e canais, intensos processos de deposição) ou estuário (sem ilhas e geralmente profundas). Clima, vazão e regime dos rios A vazão dos rios de uma bacia relaciona-se ao clima da região. A variação na quantidade de água no leito do rio ao longo do ano recebe o nome de regime. Vazão Características Perenes Nunca secam. Caudalosos Possuem um grande volume de água. Temporários ou Intermitentes Secam no período em que não chove. Regimes Características Pluvial Dependem exclusivamente da chuva. Nival Dependem do derretimento de neve. Glacial Dependem de geleiras. Misto Dependem de mais de um fator. No Brasil, com exceção do Sertão Nordestino, to- dos os rios são perenes. No Sertão Nordestino, devi- do ao clima semiárido, a maioria dos rios são inter- mitentes. Os lagos Os lagos são depressões do terreno preenchidas por água. Os lagos se dividem em: Lagos de barragem • : resultantes do fechamen- to de um vale pela queda de uma barreira, re- tendo nele as águas de um rio ou das chuvas. Lagos de depressão • : são de vários tipos: tec- tônicos, vulcânicos, de erosão e mistos. Lagos tectônicos • : ocupam fendas existentes na crosta terrestre, produzidas por abalos sísmi- cos. Apresentam, geralmente, grande profun- didade e alongamento no sentido da fratura. Ex.: Lago Tanganica, na África; Lago vulcânico • : ocupa a cratera de um vul- cão inativo. Ex.: Lago Pavin, na França; Lago de erosão • : ocupa uma cavidade feita pela erosão do vento, das águas das chuvas ou por geleiras. São pouco profundos. Ex.: lagos do NE do Brasil e Finlândia; Lagos mistos • : os maiores lagos de água doce existentes no planeta. São originários de de- pressões tectônicas e do trabalho das gelei- ras. Ex.: Grandes Lagos, nos EUA. Lagos residuais • : são o que restou de antigos mares em processo de desaparecimento. São ex- cessivamente salgados, muito profundos e ge- ralmente extensos. Ex.: Cáspio, Aral e o Balcash. Bacias hidrográficas Bacias hidrográficas são áreas caracterizadas pela existência de uma rede hidrográfica ou fluvial. É composta por um rio principal e seus afluentes. As bacias hidrográficas podem ser: exorreica • : quando deságuam no oceano. endorreica • : quando deságuam no interior de um continente, em um lago ou mar interior. arreicas • : não possuem um padrão de drenagem definido. Estão associadas a regiões desérticas. criptorreicas • : quando as bacias são subter- râneas. Hidrografia brasileira A rede hidrográfica brasileira é uma das maiores do globo, devido à grande extensão territorial do país e ao clima úmido que predomina na maior parte do território brasileiro. Todos os rios brasileiros desá- guam no oceano atlântico, sendo exorreicos. Algumas características específicas da rede hidro- gráfica brasileira: é a mais extensa bacia fluvial do mundo. • existe o predomínio de rios planálticos, que lhe • conferem grande potencial hidrelétrico. predomínio do regime fluvial, isto é, a maior • parte dos rios brasileiros são abastecidos por águas provenientes de chuvas. predominância de rios perenes, com exceção • do Sertão Nordestino. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 38 Geografia a maioria dos rios brasileiros desembocam em • forma de estuário. o Brasil apresenta pequeno número de lagos. • As principais Bacias Hidrográficas brasileiras são: IE SD E Br as il S. A . Bacias hidrográficas do Brasil Bacia Amazônica: localiza-se no Norte do país. O principal rio é o Amazonas, maior rio do mundo. Possui o maior potencial hidráulico, navegável, re- gime misto (pluvio-nival) e foz mista. Compreende 46% do território brasileiro, apresentando o maior potencial hidrelétrico do país. É a maior bacia hidro- gráfica do globo. Bacia do Araguaia-Tocantins: ocupa 9,5% do território nacional. Por apresentar longos trechos na- vegáveis, é utilizada para escoar parte da produção agrícola do Centro-Oeste. A usina hidrelétrica de Tu- curuí, maior hidrelérica totalmente brasileira, atende às necessidades de consumo de energia do Projeto Carajás, no Pará. Bacia do São Francisco: é constituída pelo rio São Francisco (maior rio totalmente brasileiro) e um grande número de afluentes, a maioria temporários. Compreende 7,5% do território brasileiro, possuindo várias hidrelétricas: Paulo Afonso, Três Marias, Sobra- dinho e Xingó. Bacia Platina: é formada pelo conjunto das bacias dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, cujas nascentes estão no território brasileiro e deságuam em territó- rio argentino, no estuário do Prata. Bacia do Paraguai • : o rio Paraguai nasce na ser- ra de Araporé, no MT e percorre a planície do Pantanal. Rio típico de planície, destacando-se pelo seu aproveitamento como hidrovia. Bacia do Paraná • : o Paraná, o mais importante rio da bacia platina, é formado pela confluência dos rios Paranaíba e Grande, está localizado na parte central do planalto meridional, o que o torna um rio de planalto e, consequentemente, com significativo potencial hidrelétrico. Apre- senta o maior potencial hidrelétrico instalado do país, com as hidrelétricas de Furnas, Xavan- tes, Complexo Urubupungá (Jupiá e Ilha Soltei- ra) e Itaipu. Bacia do Uruguai • : apresenta um trecho de pla- nalto e outro de planície. Nasce da junção dos rios Canoas (SC) e Pelotas (RS). Apresenta pou- cos trechos navegáveis e pequeno potencial hi- drelétrico, com destaque para as hidrelétricas de Itá e Machadinho. Bacias Secundárias: o Brasil apresenta três con- juntos de bacias secundárias: Bacia do Atlântico Nor- deste, Atlântico Leste e Atlântico Sul-Sudeste. Problemas e questões ambientais Efeito estufa: O efeito estufa é um fenômeno na- tural que consiste na retenção de calor irradiado pela superfície terrestre. Assim, o problema não é a sua existência, mas sim sua intensificação, principalmen- te após o processo de industrialização, com o aumen- to da concentração de gases diversos, como metano, clorofluorcarbonos (CFCs) e dióxido de carbono. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 39 Geografia CANADÁ PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO )2 ESTADOS UNIDOS MÉXICO REINO UNIDO PAÍSES BAIXOS FRANÇA ESPANHA ÁFRICA DO SUL BRASIL VENEZUELA Emissões de dióxido de carbono em 1996 (em milhões de toneladas) Toneladas de dióxido de carbono emitidas por habitante, em 1996 15 ou mais De 7 a 14,9 De 3 a 6,9 De 1 a 2,9 Menos de 1 1000 500 100 1 EGITO NIGÉRIA ARGÉLIACOLÔMBIA ARGENTINA ALEMANHA DINAMARCA NORUEGA FINLÂNDIA SUÉCIA ÁUSTRIA BULGÁRIA CASAQUISTÃO USBEQUISTÃO PAQUISTÃO TAILÂNDIA CINGAPURA FILIPINAS MALAÍSIA GRÉCIA ITÁLIA POLÔNIA BELARUS RÚSSIA TURQUIA IS R A EL A R Á BI A SA U D IT A IRÃ CHINA INDONÉSIA AUSTRÁLIA JAPÃO ÍNDIA COREIA DO SUL REP. TCHECA U C R Â N IA HUNGRIA ROMÊNIA BÉLGICA Principais emissores de dióxido de carbono. IE SD E Br as il S. A . Chuva ácida: é o resultado de poluentes gerados pela queima de carvão e combustíveis fósseis, e de poluen- tes industriais como dióxido de enxofre e nitrogênio. É um fenômeno atmosférico de escala local e regional. Distribuição das chuvas ácidas IE SD E Br as il S. A . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 40 Geografia Buraco da camada de ozônio: o ozônio é um gás que se concentra na estratosfera (segunda ca- mada da atmosfera), numa região situada entre 20km a 40km. A camada de ozônio possui a fun- ção de proteger o planeta da radiação ultravioleta emitida pelo Sol. Porém, com a emissão de poluentes, os cloroflu- orcarbonos (CFCs), usados em aparelhos de refrige- ração e ar condicionados, embalagens plásticas e sol- ventes, tem destruído a camada de ozônioatravés de reações químicas, permitindo que a intensidade dos raios ultravioletas seja maior. 1992 América do Sul Antártida buraco na camada de ozônio 2010 2030 2050 América do Sul América do Sul América do Sul Antártida Antártida Antártida buraco na camada de ozônio buraco na camada de ozônio O buraco na camada de ozônio. IE SD E Br as il S. A .Diminuição do buraco da camada de ozônio Inversão térmica: fenômeno que ocorre princi- palmente em metrópoles e centros urbanos. As ca- madas mais baixas da atmosfera, junto à superfície, estão mais aquecidas pelo processo de irradiação solar. O ar mais quente e menos denso tende a subir, formando células de convecção. Dessa forma, mas- sas de ar movimentam-se verticalmente. Esse movi- mento constante do ar ajuda a dispersar poluentes das camadas mais baixas. Com a inversão térmica, a camada de ar mais frio se sobrepõe a uma camada de ar quente, impedindo o movimento ascendente do ar atmosférico. Principalmente em locais indus- trializados, a inversão térmica leva à retenção dos poluentes nas camadas mais baixas, podendo oca- sionar problemas de saúde. Nas madrugadas muito frias, as temperaturas próximas ao solo tendem a se resfriar mais que as camadas mais altas, ocorrendo a inversão térmica. Fluxo Normal Ar mais frio Ar frio Inversão Térmica Ar quente Ar frio Ar quente Ar frio Ilustração da inversão térmica. IE SD E Br as il S. A . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 41 Geografia Ilhas de Calor: Ocorre em grandes centros urbanos. A temperatura nas áreas urbanas são mais altas que nas regiões periféricas ou circunvizinhas, devido à alta concentração de prédios e poluentes. Esquema de ilha de calor 32 28 zona rural zona ruralsubúrbio subúrbiozona urbana (centro comercial) zona urbana (centro residencial) Te m p er at ur a ao m ei o -d ia (º C ) IE SD E Br as il S. A . Ilustração das Ilhas de calor. El Niño e La Niña: aquecimento e resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico. El Niño: caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, junto ao litoral do Peru. La Niña: caracterizado pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico, junto ao litoral do Peru. A maior ou menor intensidade dos ventos alísios é responsável por esse fenômeno. Efeitos do El Niño e La Niña no Brasil S O L N Amazônia: dimi- nuição das preci- pitações e seca. Nordeste:secas severas. Sudeste: moderado aumento das tem- peraturas médias. Centro-Oeste: tendên- cia de chuva acima da média e aumento de temperatura em Mato Grosso do Sul Sul: chuvas intensas de maio a junho e na prima- vera. Enchentes. Tempe- raturas mais altas. IE SD E Br as il S. A . Efeitos do El Niño no Brasil S O L N Sul: secas muito fortes. Baixas temperaturas Amazônia: chuvas abundantes. Nordeste: muitas chuvas e enchentes. IE SD E Br as il S. A . Efeitos do La Niña no Brasil Aquecimento Global: refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da su- perfície da Terra que se tem verificado nas últimas décadas e a possibilidade da sua continuação duran- te o corrente século. Entre os motivos responsáveis para o aumento da temperatura está o aumento na emissão de poluentes na atmosfera, principalmente após a revolução industrial. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Cli- máticas (IPCC), em seu relatório mais recente diz que grande parte do aquecimento observado nas últimas Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 42 Geografia décadas se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa, causado pelo aumento nas concentra- ções de gases estufa de origem antrópica. Organização do espaço mundial A velha ordem A Segunda Guerra Mundial Dizer que em algum momento determinado fato na história da humanidade deixa de ser decisivo para o estudo de Geografia é bastante difícil, mas, pode- mos dizer que de certa forma a atual situação político- econômica se configurou a partir da Segunda Guerra Mundial. Já naquela época, início do século XX, o im- perialismo mantinha-se e era mantido pela indústria bélica. Configurava o cenário a multipolaridade, ou seja, a supremacia de um conjunto de nações. Entre os aliados vencedores da guerra, surgem os EUA como a nova potência mundial, rapidamente a URSS se recu- pera configurando assim a situação geopolítica que tomaria conta do cenário mundial na segunda meta- de do século XX, a bipolaridade e a Guerra Fria. A Guerra Fria A bipolaridade formada pela URSS e pelos EUA se- gue por algum tempo como uma disputa por áreas de influência entre os capitalistas e os socialistas. Diante disto o prestígio do socialismo cresce bastante e a he- gemonia norte-americana é abalada. Inicia-se então a corrida armamentista criando uma nova situação geo- política da Velha Ordem Mundial. O fim da Guerra Fria inicia com a crise do socialis- mo soviético, que causou o afrouxamento dos laços políticos que mantinham o Leste Europeu sob hege- monia soviética, acompanhado de um significativo corte de gastos, ajuda militar e econômica. A queda do Muro de Berlim marca o fim da Guerra Fria e o deslocamento das tensões entre o socialismo e o ca- pitalismo para as desigualdades econômicas entre os países ricos do Norte e os pobres do Sul. A divisão internacional do trabalho É uma forma de cooperação social que exige es- pecialização e interdependência de funções, além do aprimoramento de ferramentas para cada seção de trabalho. Divisão técnica de trabalho – de 1920 a 1970 verifica-se a predominância do Fordismo, criado nos EUA baseando-se na linha de montagem para aten- der à incipiente sociedade de consumo em massa. Mais tarde surge o Taylorismo com produção espe- cializada em seções interdependentes onde cada operário faz uma tarefa limitada, rígida e cronome- trada num certo tempo. Este último vai influenciar o modelo japonês Toyotismo, que se caracteriza pela especialização das tarefas e o just-in-time ou “tem- po justo”, método criado pelos japoneses após crises petrolíferas (década de 1970) para diminuir custos. Divisão espacial de trabalho – divisão local de trabalho feita entre o campo (cuja função é a de fabricar produtos primários) e a cidade (que fabri- ca produtos secundários e presta serviços). Divisão regional de trabalho: entre regiões do mercado in- terno de um país. Divisão internacional de trabalho (hierarquização de produção entre países) feita pelo comércio exterior (também chamado de transações correntes ou balanço de pagamentos). Nesta última, temos de modo simplificado, de um lado as nações pobres ou pouco desenvolvidas fornecendo os pro- dutos de menor valor agregado em contrapartida com os produtos mais sofisticados fornecidos pelas nações ricas ou desenvolvidas. A nova ordem Pode-se dizer que com a mundialização do capi- talismo e da economia, com as novas tecnologias de telecomunicações, com a revolução na agricultura e indústria (informática, robótica, biogenética) e na circulação e consumo (novos meios de transportes), bem como pela ação das transnacionais e bancos in- ternacionais, surge uma nova configuração mundial, uma Nova Ordem substitui a antiga bipolaridade de rivalidade entre socialistas e capitalistas. A Nova Ordem Mundial criada pela multipolaridade da tríade formada pela Europa Ocidental, os Estados Unidos e o Japão, vai figurar uma Nova Divisão Inter- nacional de Trabalho, com a industrialização de alguns países da América Latina e dos “Tigres Asiáticos”. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 43 Geografia A nova divisão internacional do trabalho Com a Nova Ordem Mundial temos uma Nova Divisão Internacional do Trabalho, os países sub- desenvolvidos (ou em vias de desenvolvimento) além de serem exportadores de matérias-primas, passama exportar produtos manufaturados como calçados, tecidos, alimentos enlatados e, em alguns casos, eletrodomésticos e carros. Tais produtos co- meçaram a ser produzidos nos países em desenvol- vimento, principalmente pela mão-de-obra barata, diminuindo assim, os custos de produção. Entretanto, os países desenvolvidos ainda man- têm as indústrias de alta tecnologia em seus respec- tivos territórios. E nessa balança comercial quem sai perdendo são os países em desenvolvimento, pois seus produtos exportados não agregam tanto valor quanto aqueles que o mundo desenvolvido exporta. É o caso do México na América do Norte, do Brasil e Argentina na América do Sul e dos Tigres Asiáticos. Países que iniciaram sua industrialização tardiamen- te, hoje pagam pelo atraso tecnológico de suas in- dústrias. A mundialização: globalização e regionalização dos mercados Paradoxalmente, a Guerra Fria contribuiu para a mundialização da economia, visto que com ela ger- minaram as bases das novas tecnologias nas áreas da informação, transporte, informática, espacial etc. Mas ela atinge o estágio do que denominamos de Globalização somente após o surgimento da Nova Ordem Mundial. A Globalização é então a terceira etapa de um pro- cesso ainda maior chamado de Mundialização. Podemos considerar as três etapas da seguinte forma: Primeira Etapa • : a internacionalização que está anexada ao desenvolvimento dos fluxos de exportação. Segunda etapa • : a transnacionalização, que se liga aos fluxos de investimentos e das im- plantações no estrangeiro. Terceira etapa • : a globalização, que corres- ponde à instalação das sedes mundiais de pro- dução e de informação. Ao domínio territorial, militar e político-econômi- co típico do imperialismo da Velha Ordem, sucede, hoje, o domínio tecnológico, econômico-financeiro e ideológico (este através da mídia) do neocolonia- lismo nesta Nova Ordem Mundial. Nesse contexto atual, assistimos a um processo cada vez maior de regionalização e globalização. A globalização reestruturou o espaço em função dos países centrais e se tornou um flagelo para uma parte significativa dos povos em desenvolvimento. Regionalização do mundo em países do Norte e países do Sul IE SD E Br as il S. A . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 44 Geografia A concentração de renda atual de 20% dos países mais ricos é de mais de 60 vezes a dos mais pobres; surge uma nova divisão internacional de trabalho, com os países centrais investindo em pesquisa cien- tífica e tecnológica; diminui a autonomia dos Esta- dos em suas políticas internas, já que estão cada vez mais inseridas neste processo de internacionalização da economia e submetidas à ação do capital espe- culativo; a revolução tecno-científica protagoniza a Terceira Revolução Industrial, aumentando a produ- tividade das empresas e globalizando a economia, mas criando novos desafios: dificuldades de acesso ao mercado de trabalho, aumento do desemprego e pobreza. Ocorre a padronização de formas de consumo (ex.: moda, hábitos de consumo e de alimentação, como do jeans, do fast-food) e de critérios tecnológi- cos (como o ISO 9000). Tais fatos ampliam o merca- do mundial, mas também a dependência em relação às transnacionais e a identidade cultural (tradições e costumes) são rapidamente transformadas. Regionalização dos mercados A regionalização dos países consiste na eliminação de tarifas alfandegárias entre os países membros, di- minuindo os custos de comercialização dos produtos e aumentando o poder de competição internacional das empresas daquele mercado regional. Já a globalização é um processo posterior, em que estas empresas, já fortalecidas internamente no blo- co regional, aumentam os fluxos mercantis de seus produtos e capitais com outros blocos. Como exem- plo desse processo, citamos os bancos internacionais e as transnacionais dos Estados Unidos, Canadá, Eu- ropa Ocidental (União Europeia) e do Japão. Os blocos econômicos Os polos de poder da economia globalizada atual são os três megablocos regionais: a União Europeia; a APEC (Cooperação Econômica da Ásia e Pacífico, sob influência do Japão e EUA, no Oriente) e o NAFTA (Acordo Norte-Americano de Livre-Comércio, englo- bando a América Anglo-Saxônica e o México). Há, ain- da, pequenos blocos regionais como o MERCOSUL, a ASEAN (no Sudeste Asiático – integrante da APEC), o Pacto Andino – desses menores o mais conceituado, pelo tamanho do mercado, é o MERCOSUL. Etapas do processo de integração econômica Um processo de integração econômica caracteri- za-se por um conjunto de medidas de caráter econô- mico, que têm por objetivo promover a aproximação e a união entre as economias de dois ou mais países. A teoria do comércio internacional registra a clas- sificação de cinco tipos de associação entre países que decidem integrar suas economias: a a) Zona de Preferência Tarifária é o mais elemen- tar dos processos de integração, apenas assegura níveis tarifários preferenciais para o grupo de países que conformam a Zona. uma segunda modalidade, a b) Zona de Livre Co- mércio (ZLC), consiste na eliminação das bar- reiras tarifárias e não-tarifárias que incidem so- bre o comércio entre os países que constituem a ZLC. Ex.: NAFTA. a c) União Aduaneira é uma Zona de Livre Co- mércio que adota também uma Tarifa Externa Comum (TEC). Nessa fase do processo de inte- gração, um conjunto de países aplica uma tarifa para suas importações provenientes de países não pertencentes ao grupo, qualquer que seja o produto, e, por fim, prevê a livre circulação de bens entre si com tarifa zero. Ex.: MERCOSUL. o d) Mercado Comum, além da livre circulação de mercadorias, requer a circulação de serviços e fatores de produção, ou seja, de capitais e pes- soas. Porém, deve-se ressaltar que, além da livre circulação de bens, serviços e fatores de produ- ção, todos os países membros de um Mercado Comum devem seguir os mesmos parâmetros para fixar a política monetária (fixação de taxas de juros), a política cambial (taxa de câmbio da moeda nacional) e a política fiscal (tributação e controle de gastos pelo Estado), ou seja, os pa- íses membros devem concordar com o avanço integrado da coordenação das suas políticas macroeconômicas. Ex.: UE (até 1992). a e) União Econômica Monetária é a etapa mais avançada dos processos de integração econômica, até agora alcançada apenas pela União Europeia. A União Econômica e Monetária ocorre quan- do existe uma moeda comum e uma política monetária com metas unificadas e reguladas por um Banco Central comunitário. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 45 Geografia Atualmente a UE busca uma integração político- -social. A aceitação de uma constituição comum entre as nações seria uma etapa importante neste processo. Na última consulta popular alguns países foram terminantemente contra, como a França, por exemplo. União Europeia A União Europeia (UE) é formada, atualmente, por 27 Estados. É o bloco econômico de maior expressão e avanço na integração que existe. Ela tem três sedes principais, a da Comissão Europeia (braço executivo da UE), que fica em Bruxelas (Bélgica), a do Parlamen- to, que fica em Estrasburgo (França) e a do Banco Central, em Frankfurt (Alemanha). As origens da UE encontram-se no Plano Schu- man, de 1950, que conduziu o Tratado da Comuni- dade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), em 1953. Formalmente, a organização surgiu com o Tratado de Roma, de 1957. A Comunidade Europeia consoli- dou-se, objetivamente, como espaço estratégico oci- dental no contexto bipolar da Guerra Fria. União Europeia e seus 27 Estados Te m át ic a C ar to gr af ia . O Tratado de Maastricht, de 1992, rebatizou a co- munidade como União Europeia. Esse tratado, que substituiu o de Roma, deflagrou a União Econômica e Monetária (UEM) e estabeleceu a metade definição de políticas externas e de defesas comuns. Atualmente não só tem livre circulação de mercadorias e pessoas (entre os países membros da Comunidade Europeia) como há uma integração política (o Parlamento Europeu), militar (a OTAN com a participação dos EUA) e monetária com a adoção de uma moeda única, o euro. A maioria de seus Estados-Membros adotou uma moeda única, o euro, a partir de 1999. Suécia e Dina- marca optaram por não aderir ao euro. O Reino Unido está revendo sua posição, mas por enquanto ainda não aderiu à moeda. Foi um longo processo de integração da Europa, iniciado em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial, com o Plano Marshall para evitar a propa- gação do socialismo e criar condições políticas e eco- nômicas para eliminar taxas aduaneiras (para tal era preciso atenuar a rivalidade franco-germânica). Em 2007 ingressaram no bloco mais sete nações. Turquia, Macedônia e Croácia ainda são candidatas, mas sem previsão de data de adesão. NAFTA Te m át ic a C ar to gr af ia . Países integrantes do NAFTA Em 1994 – com os EUA querendo fazer frente à UE e ao Japão, com os quais têm déficits comerciais, tentando concretizar o velho sonho expansionista na América e resolver problemas imigratórios – foi criado o NAFTA. Vamos assinalar algumas de suas características. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 46 Geografia De um lado a América Anglo-Saxônica (EUA e Canadá), países com alto padrão de vida e alto grau de industrialização e de outro o México (país em de- senvolvimento, como a América Latina, África e sul da Ásia), que vai fornecer matérias-primas, principal- mente o petróleo e mão-de-obra barata. Com isso os EUA vão fortalecer seu papel junto a América Latina através de superávits. Em dezembro de 1994 o México entrou em crise com sua política neoliberal, abalando profundamente a convicção norte-americana de estender um mercado comum sob sua influência por toda América (iniciativa para as Américas, hoje se fala na zona de livre comér- cio da ALCA, ou Área de Livre Comércio das Améri- cas). Contudo, em virtude da eleição de presidentes de esquerda em vários países da America Latina, as negociações da ALCA estão estagnadas. Mercosul Bloco econômico criado em 1991 pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, baseado no Mercado Co- mum Europeu, com o objetivo de reduzir ou eliminar impostos, proibições e restrições entre seus produtos. Atualmente está no estágio de União Aduaneira. IE SD E Br as il S. A . Países do MERCOSUL Datas importantes: 1995 – eliminação das tarifas de importação de • 90% das mercadorias. Boa parte das mercadorias importadas entre os países membros foi taxada de maneira comum. 1999 – desvalorização do real (a Argentina impõe • barreiras) – intercâmbio trava em 15 bilhões; 2001 – crise Argentina (diminuem as trocas co- • merciais); 2003 – retomada Argentina, retorno do cres- • cimento; 2004 – os países chamados andinos, como o • Chile, Bolívia, Equador, Colômbia e Peru, se as- sociam ao bloco; 2005 – a Venezuela buscou sua adesão ao acordo, • mas teve que cumprir algumas exigências, como adotar a TEC – Tarifa Externa Comum. Apenas em 2007 os acordos foram assinados. O Brasil possui a liderança do bloco econômico e a Argentina a segunda colocação. O Brasil exporta, principalmente para os países parceiros, automóveis, bem como suas peças de manutenção e reposição, bebidas, cigarros, café, açúcar, aparelhos eletrôni- cos, óleos e calçados etc. Tigres ou Dragões Asiáticos IE SD E Br as il S. A . Países que formam os Tigres Asiáticos Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 47 Geografia A expressão “Tigres Asiáticos” é usada para se re- ferir aos quatro países asiáticos: Hong Kong, Cinga- pura, Coreia do Sul e Taiwan (Formosa). A denomina- ção de “tigre” é dada em referência à agressividade das economias desses países, que a partir da década de 1960 tem um crescimento vertiginoso. Entre suas características econômicas estão o seu caráter totalmente exportador, oferta de mão-de- -obra barata, atração de investimentos externos. Entre as reformas realizadas podemos citar: a re- forma agrária, subsídios agrícolas, investimento na educação, desestímulo ao consumo interno. É um modelo extremamente dependente das oscilações econômicas externas. Membros antigos: Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura; novos membros: Tailândia, Indo- nésia e Malásia. APEC A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC) foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de conversação entre os países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASE- AN) e seis parceiros econômicos da região do Pací- fico, como EUA e Japão. Em 1994 adquiriu caracte- rísticas de um bloco econômico na Conferência de Seattle. A criação da APEC surgiu em decorrência de um intenso desenvolvimento econômico ocorrido na região da Ásia e do Pacífico. O bloco responde por 46% das exportações mundiais, além da aproxima- ção entre a economia norte-americana e os países do Pacífico. Países membros da APEC Te m át ic a C ar to gr af ia . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 48 Geografia A China A China ainda é socialista, mas desde 1978 (com Deng Xiaoping) começou a organizar o “socialismo de mercado” com reformas econômicas no campo e na cidade e com a abertura das Zonas Econômicas Especiais (ZEE) para atrair transnacionais e sua tecno- logia; estabeleceu, ainda, a política das Quatro Gran- des Modernizações: indústria, agricultura, pesquisas científicas e tecnológicas e aprimoramento das forças armadas. Em consequência deu-se um crescimento econômico de 9% na década de 1990 e a invasão mundial de produtos chineses. Como ponto interme- diário para este comércio eles utilizam especialmente Hong Kong, incorporado desde julho de 1997. Embora colocada por muitos autores como per- tencente aos países do Sul, devemos destacar que a China nesse momento histórico, não pertenceria a nenhum grupo, ela pode ser considerada como em estágio de transição, pois combina áreas de livre co- mércio com a maior parte do país que vive sob uma economia planificada. É importante destacar o papel da China nesse novo momento econômico-político mundial, já que a mesma se mantém no discurso como um país comunista, entretanto criou as zonas de comércio, onde são feitas as transações com o mundo capitalista (áreas como, por exemplo, Hong Kong, Xangai, onde temos grandes empresas e ban- cos). A grande capacidade produtiva, e o grande mercado consumidor existente atraem grandes in- vestimentos vindos do exterior. Com a abertura da China, acredita-se que a mesma possa assumir o pa- pel de superpotência em poucos anos. Tipos de conflitos e suas principais razões Recursos Naturais: são conflitos que ocorrem pela disputa de territórios contendo recursos minerais im- portantes, como por exemplo, água, petróleo, ouro, dia- mantes, cobre, carvão, ferro, entre outros. Exemplos: Israel x Palestina – água; • Rússia x Chechênia – petróleo. • Separatismo e nacionalismo: são conflitos que ocorrem quando um grupo étnico nacionalista obje- tiva constituir seu próprio Estado-Nação. Exemplos: Chechênia. A questão da Palestina, onde os palesti- nos lutam com os israelenses para configurar o seu próprio país. Conflitos regionais: chamados assim quando ocorrem em função da definição de fronteiras ou pela posse de territórios (aos quais se atribui um domínio histórico). Exemplo: Índia x Paquistão – que disputam a região da • Caxemira, no Noroeste indiano; Israel x Palestina – disputa por territórios. • Lutas em favor da democracia: são lutas resul- tantes de um ideal anticolonialista, reivindicações democráticas ou de reconhecimento de identidades (indígena). Exemplo:Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) em Chiapas, no México. Guerras revolucionárias ou conflitos funda- mentalistas: ocorrem quando grupos tentam impor sua própria ideologia ou visão de mundo a todos os cidadãos. Exemplo: os conflitos na Argélia entre fun- damentalistas religiosos que pretendem um Estado Islâmico e o governo pró-ocidente. Lutas étnicas ou religiosas: ocorrem quando grupos de diferentes identidades (conflitos identi- tários ou étnicos) lutam pela posse de territórios. Nestes casos, etnia e religião ficam bastante “pró- ximas” e a religião, muitas vezes, é o aspecto mais marcante da diferença. Por vezes caracteriza-se pela chamada “limpeza étnica”. Exemplo: Ruanda e Burundi (África) – entre as etnias tútsis e hútus; Os conflitos entre os croatas (católicos), bósnios (mu- çulmanos) e os sérvios (cristãos ortodoxos) na ex- -Iugoslávia (Bálcãs). Conflitos irredentistas: quando grupos étnico- -nacionalistas pretendem estender as fronteiras de seu Estado para anexar outro território dentro do qual vivem comunidades pertencentes ao seu grupo, ou seja, qualquer movimento que objetive a unifica- ção de povos da mesma origem étnica, ainda que po- liticamente ou territorialmente separados. Exemplo: Projetos da Grande Sérvia e Grande Albânia. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 49 Geografia IE SD E Br as il S. A . Terrorismo e conflitos pelo mundo Agricultura O desenvolvimento da agricultura É no período Neolítico, a partir da descoberta da Agricultura, que o homem torna-se sedentário. Desde então, a agricultura é o principal meio de sua subsistência, e cada vez mais importante para a so- brevivência da humanidade. Principal atividade do setor primário, a agricultura está fortemente dependente de fatores como clima e solo; é responsável por graves problemas ambientais e principalmente aqueles relacionados ao mau uso da água. Produtos de Climas Tropicais: arroz, milho, sorgo, mandioca, batata-doce, inhame, feijão, algodão, cana, fumo, amendoim, papoula, café, cacau, banana, abacaxi, coco etc. Produtos de Climas Temperados: trigo, cen- teio, cevada, aveia, batatinha, cenoura, rabanete, soja, ervilha, beterraba, azeitona, linho, girassol, vinha, maçã, uva, pêssego etc. Do ponto de vista do desenvolvimento técnico e científico da agricultura, podemos distinguir três fases que atuam, muitas vezes, concomitantemente. São elas: Agricultura tradicional: consiste na forma ru- dimentar de produção de alimentos, caracteriza-se pelo emprego de força humana e animal, e técnicas atrasadas como a queimada, uso da enxada e arado de tração animal. Agricultura moderna: a partir da Revolução Indus- trial no final do século XIX, há uma modernização na produção de alimentos como o uso de máquinas, adu- bos, rotação de culturas em associação à pecuária, ele- vando a produtividade, é a chamada Revolução Verde. Agricultura contemporânea: a agricultura atual, praticada principalmente nos países desenvolvidos, com elevada mecanização, seleção de sementes, uso intenso de defensivos e adubos químicos, alta produ- tividade, grande investimento de capitais e de pesqui- sas científicas (transgenia). O que foi a Revolução Verde? Foi uma grande mudança do modo de pro- duzir alimentos e de praticar a agricultura: Ini- cia no século XX (trigo, arroz e milho): Em áreas experimentais na América Lati- • na e a Ásia (1950); Sementes selecionadas, fertilizantes, de- • fensivos (agrotóxicos), irrigação, mecani- zação etc. Nos países desenvolvidos que possuem • estrutura para implementar a revolu- ção, ocorre um aumento da produção. Nos países subdesenvolvidos serviu para • manter a estrutura fundiária baseada na grande propriedade de exportação. O campo na atualidade Os países desenvolvidos e industrializados inten- sificaram a produção agrícola por meio da moder- nização das técnicas empregadas, utilizando cada vez menos mão-de-obra. Nos países pouco desen- volvidos, em contrapartida, houve o êxodo rural, que promoveu o drástico empobrecimento dos tra- balhadores agrícolas, concentrados na periferia das grandes cidades. Estas tecnologias permitiram que Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 50 Geografia nações mais ricas conseguissem produzir mais em um espaço menor e mesmo em áreas que antes não serviam para práticas agrícolas. Um exemplo disso é o cultivo de soja – um grão de origem temperada –, em áreas tropicais. Por outro lado, as regiões pobres e tecnicamente atrasadas estão muito mais sensíveis aos rigores im- postos pelas condições naturais (solo, água, clima) e econômicas (barreiras fiscais), nem sempre favo- ráveis à produção agrícola. Uma das consequências dessa situação é a fome. Atualmente, observa-se a tendência à grande pe- netração do capital agroindustrial no campo, tanto nos setores voltados ao mercado externo quanto ao mercado interno. A produção agrícola tradicional ten- de a especializar, não para concorrer contra as mais fortes, mas para produzir a matéria-prima utilizada pela agroindústria, é a industrialização do campo. Sistemas agrícolas Em relação ao grau de capitalização e o índice de produtividade: Sistema Intensivo: é caracterizado pela menor dependência do agricultor às condições naturais, pois quanto menor a dependência, mais intensivo será o sistema agrícola. Características: uso permanente do solo, rotação de culturas e • uso de fertilizantes e defensivos; seleção de espécies, seleção de sementes, • transgênicos; mecanização, produção elevada por hectare e • grande rendimento; alta produtividade da terra e mão-de-obra qua- • lificada. Sistema Extensivo: caracteriza-se por técnicas rudimentares de produção, onde a “roça” é exemplo deste sistema. É utilizado pouco ou nenhum adu- bo ou qualquer outro tipo de corretivo do solo, o que acarreta o esgotamento do solo e seu posterior abandono. Características: desmatamento, queimada, coivara; • mão-de-obra não qualificada; • esgotamento e rotação de solos; • baixa produtividade da terra. • Agricultura no mundo e geopolítica Cereais – produção mundial. IE SD E Br as il S. A . Maiores Produtores de Cereais – 2002 Produção mundial de cereais: 2 bilhões (em %) Brasil 2,5 Indonésia 2,8 Outros países 41,6 China 19,8 EUA 14,7 França 3,4 Federação Russsa 4,2 Índia 11,0 No ano de 2001 temos uma desaceleração da eco- nomia mundial e uma desaceleração nos mercados agrícolas. Ao mesmo tempo ocorre um aumento da produção mundial. Isso fez com que o preço dos alimentos sofresse uma grande queda nos últimos anos. Mas no primeiro semestre de 2007 a ONU anuncia a possibilidade de aumento da pobreza e desnutrição no mundo em vir- tude do crescente aumento do preço dos alimentos, podendo causar o retrocesso no combate à pobreza e aos Objetivos do Milênio. Sérias críticas são feitas aos países que deixam de produzir alimentos para produzir outras lavouras co- merciais como a de cana-de-açúcar (biodiesel e álco- ol), por exemplo. Atualmente, somando agropecuária, extrati- vismo, pesca, obtém-se apenas 6% da riqueza produzida no mundo. Contudo, nos países em desenvolvimento este setor absorve a maioria da força de trabalho e che- ga a representar até 20% da riqueza produzida por estes países. Quanto mais desenvolvido o país, menor é a im- portância da agricultura na sua economia e na ab- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 51 Geografia sorção de mão-de-obra. Em países subdesenvolvidos a agropecuária chega a significar até 20% do PIB e absorve a maior parcela do mercado de trabalho. Os produtos agrícolas mais cultivados e negocia- dos são a cana-de-açúcar, o milho, o arroz e a carne bovina. Se bem distribuídos, o total de alimentos pro- duzidos no mundo, hoje, seria suficiente para não existirnenhum faminto. Entenda: G-20 O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da prepa- ração para a V Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Cancun. O Grupo concentra sua atuação na agricultura e tem uma vasta e equilibrada representação geográ- fica, são cerca de 22 nações, sendo que possuem al- guns “membros flutuantes”. Localização dos países do G-20 (países em desenvolvimento) IE SD E Br as il S. A . Destacam-se a importância dos seus membros na produção e comércio agrícolas, representando quase 60% da população mundial, 70% da população rural em todo o mundo e 26% das exportações agrícolas mundiais. Há também o G-20 dos países industriais, este é um fórum econômico criado em 1999, que reúne as maio- res potências econômicas mundiais. Protecionismo: são impostos ou sobretaxações cobrados sobre produtos importados, geralmente bens alimentícios e maquinário. Subsídios: uma série de medidas econômicas (financiamento ou mesmo doação) praticado pelos governos para produzir determinados produtos ou mesmo para manter os trabalhadores no campo, em última análise para manter aquecida a economia. Transgênicos: plantas que têm suas estruturas geneticamente modificadas para resistirem a pragas e a intempéries, além de potencializar seus poderes nutritivos. Polêmicas: os alimentos transgênicos não são to- lerados pela União Europeia por ainda não existirem pesquisas que comprovem que esses alimentos não provocam males ao ambiente e ao consumidor em longo prazo. Outro ponto, talvez o que realmente esteja em jogo, é o direito de propriedade de quem fabricar a semente, ou seja, não pode trocar com o vizinho e se trocar tem que pagar. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 52 Geografia Barreiras Sanitárias: é o controle de fluxo numa determinada área afetada por alguma moléstia ani- mal ou vegetal, no intuito de controlar sua dissemi- nação. Ex.: surto de Aftosa no Brasil, a Vaca Louca na Europa e a Doença de Aujesszky (suínos). Agricultura em países desenvolvidos Agricultura na Europa: este continente também passou pelo processo de concentração de terras de- vido à mecanização. Aumentou-se assim a produtivi- dade, entretanto, a agricultura europeia não conse- gue se manter sem os subsídios dados pelos governos desse continente, além da taxação imposta aos pro- dutos agrícolas oriundos dos mercados estrangeiros. Essas medidas constituem aquilo que chamamos de medidas protecionistas. Embora haja um alto nível de mecanização da agricultura (com exceção de áreas do Mar Mediterrâneo), há rotação de culturas e a associa- ção agricultura-pecuária. Agricultura dos EUA: também sofreu intensa mecanização. O uso de fertilizantes, agrotóxicos e de mecanização, promovem na agricultura america- na uma concentração de terras aliada à formação de grandes cinturões agrícolas, os belts (grandes áreas monocultoras). A agricultura americana é altamente capitalizada, gerenciada de maneira empresarial. Os EUA estão entre os maiores produtores e ex- portadores de alimentos no mundo, de forma que qualquer mudança na política agrícola americana tem reflexos mundiais. Boa parte da força de sua agricultura está baseada em subsídios aos seus pro- dutores e de medidas protecionistas. Ex.: Dairy Belt – leite e hortigranjeiros; Green Belt – frutas, legumes e verduras; Corn Belt – milho, soja, aveia, alfafa e por- cos; Wheat Belt – trigo; Cotton Belt – algodão. Atividades econômicas A economia mundial está baseada em três atividades distintas, que estão relacionadas entre si e, dependen- do do grau de desenvolvimento destes setores, pode- -se dizer qual o grau de desenvolvimento de um país. Setor primário: é a base da economia de uma nação. Constituída por toda a atividade extrativista (vegetal, animal e mineral), pela produção agrícola e pecuária. É o setor responsável pela produção de alimentos e de produção de matérias-primas para o abastecimento do setor secundário. D om ín io p úb lic o. Coleta de látex. Setor secundário: faz parte desse setor toda a ati- vidade industrial que processa ou transforma a maté- ria-prima em bens de consumo, máquinas e equipa- mentos, construção civil e geração de energia. C re at iv e Su ít e. Exemplo de indústria. Setor terciário: é formado pela atividade comer- cial e prestação de serviços. (Fazem parte deste setor professores, médicos, dentistas, e profissionais libe- rais em geral). C om st oc k C om pl et e. Exemplo de ramo do setor terciário. Como veremos nos capítulos seguintes, a popu- lação urbana é cada vez maior, com isso a tendência mundial é a concentração da população economica- mente ativa (PEA), ou seja, aquela em idade de traba- lhar, nos setores primário, secundário e terciário. Assim, a concentração da população economica- mente ativa inserida em um determinado setor da economia releva o desenvolvimento econômico e o índice de urbanização de um país. Da mesma forma, quanto mais desenvolvida a economia, maior é a par- ticipação da mulher no mercado de trabalho. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 53 Geografia A atual possibilidade oferecida pelas telecomunica- ções, a revolução técnico-científico-informacional, ma- ximizam as relações comercias. Essa interligação glo- bal promove o crescimento de setores sofisticados e especializados como o turismo, telecomunicação etc. Mas, em alguns países de economias mais frágeis e países emergentes, está ocorrendo um crescimento desordenado do setor terciário, principalmente em vir- tude do capital de aposentadoria e de funcionalismo público. São, portanto, municípios ou áreas que conso- mem mais do que produzem, que estão em déficit. Recursos naturais A natureza é a origem de todos os recursos neces- sários à sobrevivência da humanidade. Mas a partir da revolução industrial, a natureza começou a ser ex- plorada de maneirara intensa e predatória, causando sérios problemas ambientais e, consequentemente, podendo colocar em risco a própria vida na terra. Os recursos naturais podem ser divididos em: Renováveis: são os recursos que podem se re- compor em um período de tempo condizente com a escala de tempo humana. Não-renováveis: são os recursos que após serem uti- lizados pelo homem, não se recompõem em uma escala de tempo condizente com a escala de tempo humana. Também podemos dividir os recursos naturais em dois grandes grupos conforme a sua finalidade e origem, teremos, assim, os recursos energéticos (podem ser re- nováveis) e os recursos minerais (são não-renováveis). Um exemplo de recurso mineral não-renovável é o carvão. Para classificarmos a qualidade do carvão, pre- cisamos saber em que estágio ele se encontra. Nesse sentido, o carvão apresenta quatro fases de formação: turfa (fase com menor teor de carbono), o linhito, a hulha (mais consumido e mais abundante no mundo), e o antracito (muito raro, apenas 5% das reservas). Os recursos energéticos Para o desenvolvimento de um país são neces- sários fortes investimentos visando a sua indus- trialização. No entanto, para que esta indústria se desenvolva, os investimentos em fontes de energia também são fundamentais, pois sem uma matriz energética eficiente o país não conseguirá alcançar o desenvolvimento. Os combustíveis fósseis Os combustíveis fósseis são as fontes energéticas geradas pela fossilização de material orgânico. Entre os mais importantes estão o carvão, o petróleo e o gás natural. Carvão mineral: hidrocarboneto formado pela decomposição de restos vegetais que sofreram lento processo de solidificação. É importante lembrar que a matéria orgânica que formou o carvão e o petróleo difere. O carvão é formado a partir do acúmulo de grandes formações florestais do passado geológico da Terra. Já o petróleo e o gás natural,têm formação marinha, com base no plâncton. Atualmente as melhores jazidas do mundo estão localizadas nos Montes Urais na Rússia, no Vale do Ruhr na Alemanha, nas Montanhas Rochosas e nos Apalaches nos Estados Unidos, no norte da França, no oeste da China e na região de Yorkshire na Inglaterra. Área analisada Petróleo (%) Carvão (%) Nuclear (%) Hidro (%) Gás (%) M C T/ Br as il. América do Norte 40 23 7 4 26 Europa Ocidental 46 22 12 2 18 CEI e Europa Oriental 30 25 4 2 39 Ásia 38 49 5 2 6 Oceania 36 41 – 3 20 África e Oriente Médio 49 33 1 2 15 América Latina 38 26 2 10 24 Total Global 40 28 7 3 22 Cenário mundial dos mercados das fontes de energia. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 54 Geografia Produtores mundiais de carvão A lm an aq ue A br il, 2 00 4. País % mundial China 32,1 Estados Unidos 19,1 Rússia 6,9 Índia 6,7 África do Sul 5,9 Austrália 5,7 Polônia 4,1 Produção de carvão no mundo. O carvão mineral no Brasil O carvão brasileiro é considerado de baixa quali- dade, principalmente em função do seu baixo teor calorífico. Isso ocorre em função do pouco tempo geológico em que as florestas foram decompostas no Brasil, quando comparado com as principais re- giões carboníferas do mundo. No Brasil, as princi- pais jazidas de carvão estão na Região Sul, no Vale do Rio Tubarão, em Santa Catarina (maior produ- ção) e no Vale do Rio Jacuí no Rio Grande do Sul (maiores reservas). No entanto, a nossa produção é insuficiente para o consumo, levando à importa- ção do produto. Localização das principais jazidas Te m át ic a C ar to gr af ia . Principais jazidas de carvão no Brasil O Petróleo Seu surgimento está associado à Era Paleozoica, na deposição de plâncton (animais e vegetais minús- culos marinhos), ao morrer, no fundo das águas mari- nhas. Mas o processo de acumulação do petróleo em jazidas deu-se através dos movimentos tectônicos. As maiores jazidas mundiais de petróleo locali- zam-se entre os escudos cristalinos Pré-Cambrianos e os dobramentos modernos do final do Mesozoico. Nessa sequência, podemos observar: Oriente Médio: localizado entre os terrenos anti- gos da África e os recentes do Cáucaso. Venezuela: as jazidas da Bacia do Orinoco, entre o Escudo Guiano e os Andes. Canadá: entre o Escudo Canadense e as Monta- nhas Rochosas. Brasil: as principais jazidas estão situadas na bacia de Campos (Rio de Janeiro), na plataforma continental. Também é encontrado nos anticlinais (áreas mais baixas e côncavas) dos dobramentos modernos, como no Alasca e no Equador. No ano de 2006 o Brasil anuncia o marco histórico da autossuficiência em produção de petróleo, pondo em operação a plataforma P-50. As novas descober- tas de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de San- tos, anunciadas em 2007, colocam o Brasil em um novo patamar na indústria do petróleo, possibilitan- do listar entre as 10 maiores reservas mundiais. A OPEP: A Organização dos Países Exportadores de Petróleo foi criada em 1960, por meio do Acordo de Bagdá, por cinco dos principais países exportadores de petróleo (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Ve- nezuela), em represália à redução dos preços imposta pelo cartel das sete irmãs (cartel formado em 1928 por cinco empresas norte-americanas, uma holandesa e uma inglesa). A OPEP criou uma nova base de relacionamento entre os países produtores e o cartel formado pelas grandes empresas de petróleo. A partir dela, os go- vernos assumiram muitas das funções que anterior- mente estavam sob o controle das empresas, pelo menos no que diz respeito à produção do petróleo. Países membros: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Emi- rados Árabes Unidos, Indonésia (sob revisão), Irã, Ira- que, Kuwait, Líbia, Nigéria, Venezuela e o Equador (retomou em 2007). Energia nuclear Podemos dizer que entre as principais finalidades do desenvolvimento desta tecnologia energética, uma Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 55 Geografia delas diz respeito às questões geopolíticas, pois toda nação que detém equipamentos nucleares, pode vir a desenvolver armamentos, como bombas atômicas. En- tre os grandes problemas da energia nuclear, inserem- -se os altos custos para a construção da usina e tam- bém a possibilidade de vazamentos. Gás natural Apresenta muito mais vantagens que o carvão e o petróleo, pois, seu custo é mais barato, seu trans- porte por dutos é mais facilitado, além de ser me- nos poluente. É utilizado amplamente pela indústria e cresce no uso veicular. Assinado com a Bolívia, o acordo do gasoduto Bolívia-Brasil já opera no seu li- mite desde 2006. IE SD E Br as il S. A . Gasoduto Bolívia-Brasil Fontes renováveis Termoeletricidade Tecnicamente falando, é uma tecnologia para con- versão de energia térmica em eletricidade por meio da queima de combustíveis, geralmente sólidos: le- nha, carvão mineral, gás natural, urânio etc. A ener- gia termelétrica ainda possui grande importância no cenário mundial, principalmente se considerarmos dentro dela a energia nuclear. No Brasil é cada vez mais atrativa pela iniciativa privada, visto que os po- tenciais hidrelétricos das Regiões Sul e Sudeste já es- tão esgotados. Hidroeletricidade Em países com grandes e volumosos rios, como o Brasil, a energia hidráulica representa grande parte da energia gerada, e os investimentos na construção de novas usinas continuam, principalmente em fun- ção da expansão de algumas áreas econômicas. O Brasil possui hoje o terceiro maior potencial hi- droelétrico do mundo, tem na hidroeletricidade sua maior riqueza energética (85% da eletricidade pro- duzida). No entanto, as construções de usinas hidro- elétricas acabam acarretando uma série de proble- mas ambientais, tais como a destruição de espécies vegetais e animais. D iv ul ga çã o It ai pu . Vista parcial da Hidroelétrica de Itaipu. A energia solar Uma das energias mais limpas e menos perigosas, a energia solar é gerada a partir do calor provindo do Sol, que é captado por baterias solares. No Brasil, ainda não existe um aproveitamento racional dessa fonte. Contrariando sua característica natural de es- tar localizado na região tropical, com bastante inci- dência de energia solar ao longo do ano. Energia eólica O principal entrave brasileiro era a carência de es- tudos confiáveis do potencial desta fonte de energia. Hoje o Brasil já consegue produzir energia eólica a preços competitivos com as formas tradicionais de energia termoelétrica e hidroelétrica. Boa parte dos investimentos vem da iniciativa privada, e o maior potencial instalado está no Nordeste, em especial nos projetos do estado do Ceará. Biomassa É a energia obtida do gás produzido pela matéria orgânica em decomposição. No Brasil, apenas recen- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 56 Geografia temente os biodigestores começaram a ser instala- dos, e vêm obtendo resultados satisfatórios onde são utilizados. São mais comuns o uso do carvão vegetal, da le- nha e produção do etanol. Colocando o nosso país em uma posição de destaque neste setor, comportan- do não apenas as condições naturais necessárias para isso, mas também, um dos maiores programas de pro- dução de energia renovável do planeta. Outra frente importante deste setor é a produção do biodiesel. Sua importância está alicerçada em al- guns fundamentos: substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores, é um óleo bio- degradável e menos poluente, e pode ser extraído de vários vegetais ou óleos já utilizados. Recursos minerais Minério de ferro Explorado, principalmente, no Quadrilátero Cen- tral ou Ferrífero, em Minas Gerais, e na Serra dos Carajás, no Pará. A maior parte do minério de ferro explorado no Quadrilátero Central (MG) e na Ser- ra dos Carajás (PA) é exportada especialmentepara a União Europeia, Estados Unidos, Japão e China. Dentre as empresas atuantes no processo explo- ratório desse minério destaca-se a Cia. Vale do Rio Doce, e dentre os portos exportadores, o de Tu- barão, em Vitória, no Espírito Santo, e o de Ponta da Madeira, em São Luiz do Maranhão. Bauxita Minério utilizado na produção do alumínio, as principais jazidas estão no estado do Pará (Parago- minas e Vale do Rio Trombetas). Grandes projetos de mineração foram planejados nessa área, como o Projeto Carajás. O Brasil detém 1/6 das reservas mundiais. Minérios de manganês De grande importância para as indústrias siderúr- gicas, química, cerâmica entre outras. O Brasil possui a terceira maior reserva do mundo, superado apenas pela Rússia e pelo Gabão. As principais áreas de ocorrência são Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. IE SD E Br as il S. A . Brasil – recursos minerais Industrialização A localização da indústria O processo industrial surge de forma dispersa e pontualmente aglomerada. Inicialmente são os fa- tores de produção que irão ditar onde nascerão as indústrias. Foram estes fatores que tornaram a dis- tribuição desigual no planeta, pois, a tendência foi a concentração nos lugares onde há fatores favoráveis à sua instalação. São considerados fatores de loca- lização desta primeira fase: as matérias-primas, as fontes de energia, a mão-de-obra e a proximidade do mercado consumidor. Com o desenvolvimento científico e industrial outros fatores começaram a ser valorizados, como a infraestrutura de transporte (permitindo alcançar novos mercados), a rede de comunicações (promove- ram o contato fácil e a comunicação). Este momento histórico é responsável pela instalação de grandes empresas multinacionais em países em desenvolvi- mento como o Brasil e o México, logo após a Segun- da Guerra Mundial. Quer dizer, em ambos os países já existia uma indústria de base forte, uma malha de transportes e telecomunicações mais ampla, capazes de garantir esse empreendimento. No período atual, o que atrai mais as indústrias e investimentos é justamente a circulação de capital, ou seja, o velho paradigma da localização perde aos poucos a sua influência. Certamente muitas indús- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 57 Geografia trias ainda dependem de fatores locacionais, como abundância em matéria-prima, para sua instalação. Mas, com a intensificação do processo de globali- zação, através do desenvolvimento dos meios de transporte e telecomunicações, o mundo inteiro é, atualmente, um mercado em potencial. Um exemplo desse processo seria a fabricação de um veículo auto- motor no Brasil, em uma empresa com donos norte- -americanos, por um empregado de descendência asiática, utilizando tinta de petróleo árabe, para ser exportado para países europeus. Incentivos fiscais, robotização, desregulamenta- ção trabalhista, desemprego, capitais voláteis etc., são a face da Terceira Revolução Industrial, ou revo- lução técnico-científica. A classificação das indústrias As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, o mais utilizado é o que leva em consi- deração o tipo e destino do bem produzido: Indústrias de bens de produção: destinam suas mercadorias para a produção ou o transporte de outras mercadorias e não para o consumo final. Ex.: produtos químicos, celulose, aço, máquinas e implementos. Conhecidas como indústrias de base, requerem a utilização de quantidades expressivas de matérias- -primas e combustíveis apresentando consumo in- tensivo de energia. Por isso, são também denomina- das indústrias pesadas. Indústrias de bens de capital ou intermediárias: produzem equipamentos necessários para o funciona- mento de outras indústrias, como as de máquinas. Indústrias de bens de consumo: produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em: Indústrias de • bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como auto- móveis, refrigeradores. Indústrias de • bens não duráveis: as que pro- duzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos. Porém, outros critérios podem ser levados em consideração, como o modo de produzir: A indústria artesanal • : é o estágio mais primiti- vo de indústria, onde o artesão executa todo o processo produtivo de forma manual. A indústria manufatureira • : surge com o de- senvolvimento mercantil e capitalista. Nesse estágio, inicia-se a divisão do trabalho e o tra- balho assalariado. Os meios de produção con- centram-se nas mãos do dono da manufatura. A indústria maquinofatureira • : nesse modelo, dá-se uma intensa divisão do trabalho, resulta- do da revolução industrial com a utilização de máquinas. A indústria tecnológica ou de ponta • : é a in- dústria moderna, onde há uma redução drástica do número de trabalhadores em decorrência da grande automação nas linhas de montagem. Quanto a sua natureza as indústrias podem ser: Horizontal • : quando a mesma corporação expan- de suas atividades a outros setores. Vertical • : quando uma mesma companhia atua em todas as etapas do processo de produção. As principais áreas industrializadas do planeta Como relatado, as indústrias se instalam, preferen- cialmente, próximas aos centros consumidores, das fontes de matéria-prima, oferta de energia, de água, de mão-de-obra, incentivos fiscais etc. Concentração das indústrias IE SD E Br as il S. A . Concentração das indústrias Complexo Industrial: é o conjunto de fábricas diversificadas de grande dimensão e com extensão regional. Os mais importantes são: região dos Grandes Lagos dos EUA; • Vale do Rio Ruhr, na Alemanha; • nos Montes Urais e arredores de Moscou, na Rússia; • a região do ABCD paulista no Brasil. • Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 58 Geografia Distrito industrial: ou centro industrial é um parque industrial localizado em uma área ou zona reservada para as indústrias, afastado dos centros urbanos. A industrialização no Brasil O processo de expansão industrial no Brasil se iniciou com as mudanças sociais, políticas e econô- micas que caracterizaram as últimas três décadas do século XIX. A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determi- nada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para ins- talação das indústrias, a saber: capital, mercado con- sumidor, mão-de-obra e transportes. Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governa- mentais acentuou essa concentração no Sudeste. A evolução histórica da indústria no Brasil pode ser dividida em quatro fases: 1.a fase: 1922 a 1930 Período de reduzida atividade industrial, dado a característica agrário-exportadora do país. 2.a fase: 1930 a 1956 O ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da “Revolução Industrial” no Brasil. Efetiva- mente é o ano que marca o início da industrialização (processo através do qual a atividade industrial vai se tornar a mais importante do país). A Crise de 1929 determinou a decadência da cafei- cultura e a transferência do capital para a indústria, o que, associado à presença de mão-de-obra e mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no Sudeste, especificamente em São Paulo. No entanto, a ação do Estado começa a alterar o quadro, com o Go- verno de Getúlio Vargas criando as empresas estatais do setor de base, como a CSN (siderurgia), PETRO- BRÁS e a CVRD (mineração). 3.a fase: 1956 a 1989 Compõe-se do período de maior crescimento in- dustrial do país em todos os tipos de indústria, tendo como base a aliança entre o capital estatal e o capital estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início à chamada “Internacionalização da Economia”, com a entrada de empresastransnacionais, notadamente do setor automotivo. 4.a fase: 1989 até os dias atuais Essa fase marca o avanço do neoliberalismo no país, com sérias repercussões no setor secundário da economia. O modelo neoliberal adotado determinou a priva- tização de quase todas as empresas estatais, tanto no setor produtivo, como as siderúrgicas e a Com- panhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje apenas Vale, quanto no setor da infraestrutura e serviços, como o caso do sistema Telebrás. Houve brutal aumento do desemprego, devido à falência de empresas e às inovações tecnológicas adotadas, como a utilização de máquinas e equipa- mentos industriais de última geração, necessários para aumentar a competitividade e resistir à concor- rência internacional. A realidade regional Região Sudeste A mais industrializada das regiões brasileiras, com as maiores concentrações industriais no estado de São Paulo, no qual a atividade se expandiu a partir do polo industrial da Grande São Paulo. No Sudeste ainda se destacam os polos industriais do Rio de Janeiro, principalmente os localizados na Bai- xada Fluminense, no Grande Rio, no Vale do Paraíba, na Região Serrana (Petrópolis e Nova Friburgo), os polos industriais de Minas Gerais, como o da Grande Belo Ho- rizonte, onde identificamos a presença de dois impor- tantes distritos industriais, os de Betim e Contagem. Dentre as inúmeras produções das áreas indus- triais paulistas, pode-se destacar a automobilística (no ABCD), a siderurgia (na Baixada Santista) e a pro- dução têxtil (em Sorocaba). E dentre as inúmeras produções industriais presen- tes nos polos industriais do Rio de Janeiro e Belo Hori- zonte pode-se destacar a têxtil e a siderúrgica. Região Sul A segunda mais industrializada do país apresen- ta sua atividade industrial ainda bastante vinculada ao setor agropecuário. Isso quer dizer que no Sul as produções agroindustriais, como a frigorífica e a de óleos vegetais, apresentam, ainda hoje, elevada par- ticipação relativa no total do valor industrial produ- zido nessa região. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 59 Geografia No estado do Rio Grande do Sul, destaca-se, como a mais importante de suas áreas industriais, a Gran- de Porto Alegre seguida pela região de Caxias do Sul, localizada na região planáltica do estado. Dentre as produções desenvolvidas nesses domínios pode-se citar: no caso da Grande Porto Alegre, a indústria pe- troquímica (Canoas) e de calçados (São Leopoldo e Novo Hamburgo). Quanto à região de Caixas do Sul, destacam-se as indústrias de metalurgia. No estado de Santa Catarina, destacam-se como importantes áreas industriais o Vale do Itajaí, com forte presença do setor têxtil e a zona carbonífera do estado. No estado do Paraná, ocorre a concentração indus- trial na região metropolitana de Curitiba, com desta- que para os setores de mecânica, siderurgia e auto- motores. No interior do estado o destaque fica para a região de Ponta Grossa, que concentra indústrias be- neficiadoras de grãos. No norte do estado, como em Londrina e Maringá, destaca-se a produção industrial baseada nas indústrias alimentares e químicas. Região Nordeste A terceira região mais industrializada do país (9% da produção industrial brasileira), destacam-se as produ- ções vinculadas ao processo de transformação indus- trial das matérias-primas regionais. Entre os mais importantes centros industriais do Nordeste podemos mencionar as três grandes áreas metropolitanas – Recife, Salvador e Fortaleza – com destaque para as produções têxteis e alimentícias, seguidas pela metalúrgica, química e de eletrodo- méstico. IE SD E Br as il S. A . Indústrias no Brasil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 60 Geografia Sistemas de transporte O transporte corresponde à atividade que permite a circulação de pessoas e mercadorias. É vinculado ao setor terciário da economia, como atividade pres- tadora de serviços. A evolução humana foi acompanhada pela evolu- ção do sistema de transporte. Primeiramente, o ho- mem só podia contar com o próprio corpo, ao longo do tempo começou a usar a tração animal, para pu- xar carroças, arado ou mover roda de moinho. Com a Revolução Industrial, o sistema de trans- porte também foi modificado. A invenção de loco- motivas e barcos a vapor acelerou o desenvolvimen- to dos transportes, estando estreitamente associado com a evolução tecnológica. Os tipos de transportes mais utilizados em grande escala são os terrestres, compostos por ferrovias e rodovias; os aquáticos, representados pela navega- ção fluvial e marítima e o aéreo. As características, a importância e o desenvolvimento de cada um deles estão diretamente associados à escala de desenvol- vimento econômico que se encontra o país. Sendo o ferroviário e rodoviário os mais utilizados. O uso de rodovias data de muito tempo, pois se ori- ginaram com as trilhas abertas por povos primitivos e que posteriormente, transformaram-se em estradas. O início do século XX é marcado pela implantação da indústria automobilística e consequentemente, pela valorização do transporte rodoviário. A respeito do transporte ferroviário, sua expan- são pelo mundo foi muito rápida. A partir da Se- gunda Guerra Mundial o sistema começou a ser ne- gligenciado em prol do rodoviário, que era reflexo do boom do automóvel. Atualmente, as vantagens do transporte ferroviário estão sendo colocadas em pauta novamente – como a capacidade de carga, o baixo consumo de energia e a segurança no tráfe- go. Está sendo visto como opção para o transporte de grandes centros urbanos, através dos metrôs e dos trens metropolitanos. A navegação marítima e a fluvial são bastante uti- lizadas em áreas onde, por diversos motivos, a malha ferroviária e rodoviária não se desenvolveu. O transporte aéreo, se comparado com os outros ti- pos, tem uma história bastante recente. Mas, desde que começou a ser empregado para transportes de passa- geiros, seu uso aumentou consideravelmente. Isso prin- cipalmente pela velocidade e segurança dos voos. O transporte no Brasil O Brasil é um país de grandes dimensões, ou seja, grandes distâncias necessitam ser percorridas para que seu abastecimento seja realizado. Devido a essas características e, também pelo fato de ainda perseguir a autossuficiência em rela- ção ao petróleo – de onde derivam a gasolina e o diesel – o sistema de transporte mais adequado à realidade do país seria o ferroviário. Foi o binômio porto-ferrovia que desempenhou papel importante para o surgimento e a expansão dos principais cen- tros regionais. Transporte ferroviário Historicamente o Brasil construiu uma grande ma- lha ferroviária tanto por motivo de ocupação do ter- ritório como também de mobilidade pelo mesmo. Ferrovias Parecia que o país estaria seguindo o caminho que a maioria dos países europeus traçou. Mas, com a aceleração da industrialização, começa a denominada “cultura do automóvel”, que foi, e ainda é, intensa. Fortemente influenciada pelos EUA, essa “cultura” acelerou a indústria automobilística – quase inexis- tente – e consequentemente, a construção de grande malha rodoviária. O transporte ferroviário foi gradativamente sen- do abandonado, ficando apenas em funcionamen- to alguns trens (principalmente para transporte de cargas) e metrôs – estes, por sua tecnologia, foram implantados para suprir a demanda dos grandes cen- tros urbanos do mundo. O país possui cerca de 30 000km de ferrovias para tráfego, uma densidade ferroviária de aproximada- mente 3 metros por km2; bem inferior a dos EUA (150m/km2) e Argentina (15m/km2). A sua distribui- ção, como mostra a figura, é bastante desigual, com cerca de 52% situada no Sudeste. Na Região Sul brasileira a malha foi privatizada, fun- cionando como uma binacional, onde se verifica um ex- celente desempenho das ferrovias, com concentraçãono transporte de: grãos, produtos siderúrgicos, vinho, pedra e cimento. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 61 Geografia Transporte rodoviário Com o processo de industrialização (posterior a 1950) inserira-se no país a era dos transportes ro- doviários, desenhando assim, um novo perfil para a expansão e o plano físico das cidades. Este é o princi- pal sistema de transporte no Brasil. Representa 56% das cargas movimentadas, contra 21% por ferrovia e 18% por hidrovia. A predominância desse tipo de transporte deve-se ao modelo de desenvolvimento implantado desde o período do governo JK. A falta de investimentos em infraestrutura, como um todo, e a ausência de uma política de intermodalidade são algumas das dificuldades do setor. As rodovias sob o controle direto do Governo Fe- deral dividem-se em: Rodovias radiais • – partem de Brasília e têm numeração de 001 a 100; Rodovias longitudinais • – seguem sentido norte-sul, a numeração aumenta de leste para oeste e varia de 101 a 200; Rodovias transversais • – seguem no sentido leste-oeste e a numeração vai de 201 a 300; Rodovias diagonais • – cortam as anteriores em diagonal e variam de 301 a 400, aumentando para sul. D iv ul ga çã o A N TT . Rodovias, ferrovias e hidrovias Outras formas de transporte A navegação fluvial e a marítima são pouco ex- pressivas no contexto nacional – devido à adoção de políticas de transporte que privilegiaram primeira- mente o ferroviário, e em um segundo momento, o rodoviário – ficando responsável por pequena parti- cipação no transporte de cargas e um pouco mais de destaque no transporte de passageiros. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 62 Geografia Quanto ao transporte aéreo, é quase que exclusi- vamente para transbordo de pessoas. As construções de estruturas aeroportuárias necessitam de enormes espaços e complicadas instalações. Também a manu- tenção das aeronaves, que é bastante cara. Apesar de os acidentes serem, geralmente, letais, é de longe o transporte mais seguro existente. Estudos de população É através dos estudos populacionais que se pode conhecer o grau de desenvolvimento de estados, re- giões ou países. Os dados sobre a população mundial são sempre aproximados, pois, muitas nações não fazem conta- gem populacional. São considerados fatores do povoamento aqueles de caráter: físico, histórico-culturais e econômicos. Em relação à possibilidade de povoamento po- demos dividir a superfície do planeta em ecúmenos (áreas que favorecem a ocupação humana) e anecú- menos. Esses, são áreas menos povoadas, são áreas frias, desérticas, florestais ou economicamente pou- co desenvolvidas. Demografia É a ciência que estuda a dinâmica populacional humana por meio de estatísticas de natalidade, fe- cundidade e migrações etc. Taxa de Natalidade (TN): é o número de nasci- mentos para um grupo de mil habitantes ao longo de um ano. TN = n.º de nasc. 1 ano 1 000 hab. Taxa de Mortalidade (TM): é o número de óbitos para um grupo de 1 000 habitantes no período de um ano. TM= n.º de óbitos 1 ano 1 000 hab. Taxa de Mortalidade Infantil (TMI): TMI = razão entre o número de óbitos anuais de menores de um ano de idade e o número de nascidos vivos no ano, expresso em 1 000 nascidos vivos. Crescimento Vegetativo (CV): CV ou Natural = TN – TM Crescimento Demográfico ou Absoluto: CV + saldo migratório. População absoluta É o número total de habitantes de um lugar. Atu- almente a população absoluta do planeta é de 6,7 bilhões de pessoas. Os mais populosos do mundo A lm an aq ue A br il, 2 00 7. China 1 331 Índia 1 136 EUA 303,9 Indonésia 228,1 Brasil 190 Paquistão 164,6 Bangladesh 147,1 Rússia 141,9 População relativa ou densidade demográfica É a relação entre o número de habitantes e a ex- tensão territorial de determinada área. É expressa, geralmente, em hab./km2. Os pequenos países da Europa (Vaticano, Mônaco, Luxemburgo etc.), estão entre as nações com maior densidade demográfica. País TN 0/0 TM 0/0 CV 0/0 A lm an aq ue A br il, 2 00 7. África 36,9 15,6 21,3 Am. do Sul 20,4 6,5 13,9 Ásia 18,7 7,0 11,7 Oceania 16,9 7,5 9,4 Am. do Norte 14,7 7,2 7,5 Europa 10,3 11,3 -1 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 63 Geografia Crescimento populacional mundial O crescimento populacional mundial foi lento até primeira metade do século XIX e aumentou gradati- vamente à medida que nos aproximamos do século XX, mas, foi a partir de 1950, que o mundo passou por uma verdadeira revolução populacional. Crescimento populacional em bilhões. 1650 0 2 4 6 8 10 1750 1850 1950 2000 2007 2050 A lm an aq ue A br il, 2 00 8. Assim, podemos considerar três diferentes fases: Primeira Fase (até 1750): é a chamada fase do equilíbrio primitivo. Onde a natalidade era alta e a mortalidade também, resultando num baixo cres- cimento vegetativo. Principalmente em virtude de guerras e epidemias. Segunda Fase (1950): é a fase da explosão de- mográfica. Isso já ocorria na Europa desde o final do século XIX, mas, no restante do mundo, apenas no século XX. Ocorre um controle de mortalidade em virtude da Revolução Sanitária, contudo, a natalida- de continua elevada. Revolução Sanitária? Foi um grande salto de melhoria na saúde mundial a partir de 1950. Foi baseada em: vacinação; • saneamento básico; • ampliação de ambulatórios; • ação médica; • distribuição de alimentos. • Terceira Fase (2000): com as políticas de melhoria das condições sanitárias, das políticas de controle de natalidade, das condições econômicas e educacio- nais mais elevadas, a natalidade tende a diminuir. É conhecida também como a fase da estabilização ou estagnação. Ou seja, baixa natalidade e baixa morta- lidade, igual a baixo crescimento. Teorias demográficas Com a explosão demográfica surgiram muitas ideias de controle populacional, cada uma com uma filosofia e um método próprios, veja: Malthusiana: entende que o crescimento popula- cional gera fome e miséria das grandes massas, por isso, a alternativa é o controle artificial da natalidade. Neomalthusiana: entende que o crescimento po- pulacional gera atraso ao desenvolvimento econômi- co. Defende o controle artificial da natalidade, sem reformas sociais. Reformistas: com princípios nos ideais socialistas, defendem a melhoria do padrão de vida e reformas sociais, que naturalmente iriam promover o controle natural do crescimento da população. Transição democrática: considerada “mais cientí- fica”, esta teoria entende que a população evolui em direção ao equilíbrio populacional, passando pelas três fases que já vimos anteriormente. Superpopulação ou explosão demográfica Essa situação dependerá da situação econômica do lugar. Só ocorre quando a economia não consegue suprir as necessidades da população, ou seja, quando a população cresce mais rápido que a economia pode sustentar. Subpovoamento Ocorre quando uma área apresenta um pequeno número de habitantes. São, portanto, áreas de baixa densidade demográfica. Lembre-se: Um país • populoso é aquele com grande nú- mero de habitantes. Um país • povoado é aquele que tem uma alta densidade demográfica. Áreas de maior concentração populacional: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 64 Geografia América do Sul América do Norte Ásia África A tl as E sc ol ar d o IB G E. Brasil: RJ, SP. EUA: Chicago, Nova Iorque, Oeste. Tóquio, Xangai, Seul, Bancoc. África do Sul: Joanesburgo. Argentina: Buenos Aires. México: Cidade do México. Índia: Bombaim, Nova Delhi, Calcutá. Nigéria: Lagos. Chile: Santiago. Indonésia:Jacarta. Egito: Cairo. IDH O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educa- ção,
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