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Geografia_II

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37
Geografia
local em que o rio deságua. Os rios e lagos represen-
tam 0,3% de toda água doce do planeta. 
A foz de um rio pode ser em delta (várias ilhas e 
canais, intensos processos de deposição) ou estuário 
(sem ilhas e geralmente profundas).
Clima, vazão e regime dos rios
A vazão dos rios de uma bacia relaciona-se ao clima 
da região. A variação na quantidade de água no leito do 
rio ao longo do ano recebe o nome de regime.
Vazão Características
Perenes Nunca secam.
Caudalosos Possuem um grande volume 
de água.
Temporários ou 
Intermitentes
Secam no período em que 
não chove.
Regimes Características 
Pluvial Dependem exclusivamente 
da chuva.
Nival Dependem do derretimento 
de neve.
Glacial Dependem de geleiras.
Misto Dependem de mais de um 
fator.
No Brasil, com exceção do Sertão Nordestino, to-
dos os rios são perenes. No Sertão Nordestino, devi-
do ao clima semiárido, a maioria dos rios são inter-
mitentes.
Os lagos
Os lagos são depressões do terreno preenchidas 
por água. Os lagos se dividem em:
Lagos de barragem • : resultantes do fechamen-
to de um vale pela queda de uma barreira, re-
tendo nele as águas de um rio ou das chuvas. 
Lagos de depressão • : são de vários tipos: tec-
tônicos, vulcânicos, de erosão e mistos.
Lagos tectônicos • : ocupam fendas existentes na 
crosta terrestre, produzidas por abalos sísmi-
cos. Apresentam, geralmente, grande profun-
didade e alongamento no sentido da fratura. 
Ex.: Lago Tanganica, na África;
Lago vulcânico • : ocupa a cratera de um vul-
cão inativo. Ex.: Lago Pavin, na França;
Lago de erosão • : ocupa uma cavidade feita 
pela erosão do vento, das águas das chuvas 
ou por geleiras. São pouco profundos. Ex.: 
lagos do NE do Brasil e Finlândia;
Lagos mistos • : os maiores lagos de água doce 
existentes no planeta. São originários de de-
pressões tectônicas e do trabalho das gelei-
ras. Ex.: Grandes Lagos, nos EUA.
Lagos residuais • : são o que restou de antigos 
mares em processo de desaparecimento. São ex-
cessivamente salgados, muito profundos e ge-
ralmente extensos. Ex.: Cáspio, Aral e o Balcash.
Bacias hidrográficas
Bacias hidrográficas são áreas caracterizadas pela 
existência de uma rede hidrográfica ou fluvial. É 
composta por um rio principal e seus afluentes.
As bacias hidrográficas podem ser:
exorreica • : quando deságuam no oceano.
endorreica • : quando deságuam no interior de 
um continente, em um lago ou mar interior.
arreicas • : não possuem um padrão de drenagem 
definido. Estão associadas a regiões desérticas.
criptorreicas • : quando as bacias são subter-
râneas.
Hidrografia brasileira
A rede hidrográfica brasileira é uma das maiores 
do globo, devido à grande extensão territorial do 
país e ao clima úmido que predomina na maior parte 
do território brasileiro. Todos os rios brasileiros desá-
guam no oceano atlântico, sendo exorreicos.
Algumas características específicas da rede hidro-
gráfica brasileira:
é a mais extensa bacia fluvial do mundo. •
existe o predomínio de rios planálticos, que lhe •
conferem grande potencial hidrelétrico.
predomínio do regime fluvial, isto é, a maior •
parte dos rios brasileiros são abastecidos por 
águas provenientes de chuvas.
predominância de rios perenes, com exceção •
do Sertão Nordestino.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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38
Geografia
a maioria dos rios brasileiros desembocam em •
forma de estuário.
o Brasil apresenta pequeno número de lagos. •
As principais Bacias Hidrográficas brasileiras são:
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Bacias hidrográficas do Brasil
Bacia Amazônica: localiza-se no Norte do país. 
O principal rio é o Amazonas, maior rio do mundo. 
Possui o maior potencial hidráulico, navegável, re-
gime misto (pluvio-nival) e foz mista. Compreende 
46% do território brasileiro, apresentando o maior 
potencial hidrelétrico do país. É a maior bacia hidro-
gráfica do globo. 
Bacia do Araguaia-Tocantins: ocupa 9,5% do 
território nacional. Por apresentar longos trechos na-
vegáveis, é utilizada para escoar parte da produção 
agrícola do Centro-Oeste. A usina hidrelétrica de Tu-
curuí, maior hidrelérica totalmente brasileira, atende 
às necessidades de consumo de energia do Projeto 
Carajás, no Pará.
Bacia do São Francisco: é constituída pelo rio 
São Francisco (maior rio totalmente brasileiro) e um 
grande número de afluentes, a maioria temporários. 
Compreende 7,5% do território brasileiro, possuindo 
várias hidrelétricas: Paulo Afonso, Três Marias, Sobra-
dinho e Xingó. 
Bacia Platina: é formada pelo conjunto das bacias 
dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, cujas nascentes 
estão no território brasileiro e deságuam em territó-
rio argentino, no estuário do Prata.
Bacia do Paraguai • : o rio Paraguai nasce na ser-
ra de Araporé, no MT e percorre a planície do 
Pantanal. Rio típico de planície, destacando-se 
pelo seu aproveitamento como hidrovia. 
Bacia do Paraná • : o Paraná, o mais importante 
rio da bacia platina, é formado pela confluência 
dos rios Paranaíba e Grande, está localizado na 
parte central do planalto meridional, o que o 
torna um rio de planalto e, consequentemente, 
com significativo potencial hidrelétrico. Apre-
senta o maior potencial hidrelétrico instalado 
do país, com as hidrelétricas de Furnas, Xavan-
tes, Complexo Urubupungá (Jupiá e Ilha Soltei-
ra) e Itaipu.
Bacia do Uruguai • : apresenta um trecho de pla-
nalto e outro de planície. Nasce da junção dos 
rios Canoas (SC) e Pelotas (RS). Apresenta pou-
cos trechos navegáveis e pequeno potencial hi-
drelétrico, com destaque para as hidrelétricas 
de Itá e Machadinho. 
Bacias Secundárias: o Brasil apresenta três con-
juntos de bacias secundárias: Bacia do Atlântico Nor-
deste, Atlântico Leste e Atlântico Sul-Sudeste.
Problemas e 
questões ambientais
Efeito estufa: O efeito estufa é um fenômeno na-
tural que consiste na retenção de calor irradiado pela 
superfície terrestre. Assim, o problema não é a sua 
existência, mas sim sua intensificação, principalmen-
te após o processo de industrialização, com o aumen-
to da concentração de gases diversos, como metano, 
clorofluorcarbonos (CFCs) e dióxido de carbono.
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Geografia
CANADÁ
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO )2
ESTADOS UNIDOS
MÉXICO
REINO
UNIDO
PAÍSES
BAIXOS
FRANÇA
ESPANHA
ÁFRICA
DO SUL
BRASIL
VENEZUELA
Emissões de dióxido de carbono em 1996
(em milhões de toneladas)
Toneladas de dióxido de carbono emitidas
por habitante, em 1996
15 ou mais
De 7 a 14,9
De 3 a 6,9
De 1 a 2,9
Menos de 1
1000
500
100
1
EGITO
NIGÉRIA
ARGÉLIACOLÔMBIA
ARGENTINA
ALEMANHA
DINAMARCA
NORUEGA FINLÂNDIA
SUÉCIA
ÁUSTRIA
BULGÁRIA
CASAQUISTÃO
USBEQUISTÃO
PAQUISTÃO
TAILÂNDIA
CINGAPURA
FILIPINAS
MALAÍSIA
GRÉCIA
ITÁLIA
POLÔNIA
BELARUS
RÚSSIA
TURQUIA
IS
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EL
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IT
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IRÃ
CHINA
INDONÉSIA
AUSTRÁLIA
JAPÃO
ÍNDIA
COREIA DO SUL
REP. TCHECA
U
C
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IA
HUNGRIA
ROMÊNIA
BÉLGICA
Principais emissores de dióxido de carbono.
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Chuva ácida: é o resultado de poluentes gerados pela queima de carvão e combustíveis fósseis, e de poluen-
tes industriais como dióxido de enxofre e nitrogênio. É um fenômeno atmosférico de escala local e regional.
Distribuição das chuvas ácidas
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Geografia
Buraco da camada de ozônio: o ozônio é um 
gás que se concentra na estratosfera (segunda ca-
mada da atmosfera), numa região situada entre 
20km a 40km. A camada de ozônio possui a fun-
ção de proteger o planeta da radiação ultravioleta 
emitida pelo Sol.
Porém, com a emissão de poluentes, os cloroflu-
orcarbonos (CFCs), usados em aparelhos de refrige-
ração e ar condicionados, embalagens plásticas e sol-
ventes, tem destruído a camada de ozônioatravés de 
reações químicas, permitindo que a intensidade dos 
raios ultravioletas seja maior.
1992
América do Sul
Antártida
buraco na 
camada 
de ozônio
2010 2030 2050
América do Sul América do Sul América do Sul
Antártida Antártida Antártida
buraco na 
camada 
de ozônio
buraco na 
camada 
de ozônio
O buraco na camada de ozônio.
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.Diminuição do buraco da camada de ozônio
Inversão térmica: fenômeno que ocorre princi-
palmente em metrópoles e centros urbanos. As ca-
madas mais baixas da atmosfera, junto à superfície, 
estão mais aquecidas pelo processo de irradiação 
solar. O ar mais quente e menos denso tende a subir, 
formando células de convecção. Dessa forma, mas-
sas de ar movimentam-se verticalmente. Esse movi-
mento constante do ar ajuda a dispersar poluentes 
das camadas mais baixas. Com a inversão térmica, a 
camada de ar mais frio se sobrepõe a uma camada 
de ar quente, impedindo o movimento ascendente 
do ar atmosférico. Principalmente em locais indus-
trializados, a inversão térmica leva à retenção dos 
poluentes nas camadas mais baixas, podendo oca-
sionar problemas de saúde. Nas madrugadas muito 
frias, as temperaturas próximas ao solo tendem a se 
resfriar mais que as camadas mais altas, ocorrendo a 
inversão térmica.
Fluxo Normal
Ar mais frio
Ar frio
Inversão 
Térmica
Ar quente Ar frio
Ar quente
Ar frio
Ilustração da inversão térmica. 
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Geografia
Ilhas de Calor: Ocorre em grandes centros urbanos. A temperatura nas áreas urbanas são mais altas que 
nas regiões periféricas ou circunvizinhas, devido à alta concentração de prédios e poluentes. 
Esquema de ilha de calor
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zona rural zona ruralsubúrbio subúrbiozona urbana 
(centro comercial)
zona urbana 
(centro residencial)
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Ilustração das Ilhas de calor. 
El Niño e La Niña: aquecimento e resfriamento 
anormal das águas do oceano Pacífico.
El Niño: caracterizado pelo aquecimento das águas 
do oceano Pacífico, junto ao litoral do Peru.
La Niña: caracterizado pelo resfriamento das águas 
do oceano Pacífico, junto ao litoral do Peru.
A maior ou menor intensidade dos ventos alísios é 
responsável por esse fenômeno. 
Efeitos do El Niño e La Niña no Brasil
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Amazônia: dimi-
nuição das preci-
pitações e seca. Nordeste:secas severas.
Sudeste: moderado
aumento das tem-
peraturas médias.
Centro-Oeste: tendên-
cia de chuva acima da
média e aumento de
temperatura em Mato
Grosso do Sul
Sul: chuvas intensas de
maio a junho e na prima-
vera. Enchentes. Tempe-
raturas mais altas.
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Efeitos do El Niño no Brasil
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Sul: secas
muito fortes.
Baixas
temperaturas
Amazônia:
chuvas
abundantes. Nordeste:
muitas
chuvas e
enchentes. IE
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Efeitos do La Niña no Brasil
Aquecimento Global: refere-se ao aumento da 
temperatura média dos oceanos e do ar perto da su-
perfície da Terra que se tem verificado nas últimas 
décadas e a possibilidade da sua continuação duran-
te o corrente século. Entre os motivos responsáveis 
para o aumento da temperatura está o aumento na 
emissão de poluentes na atmosfera, principalmente 
após a revolução industrial. 
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Cli-
máticas (IPCC), em seu relatório mais recente diz que 
grande parte do aquecimento observado nas últimas 
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42
Geografia
décadas se deve muito provavelmente a um aumento 
do efeito estufa, causado pelo aumento nas concentra-
ções de gases estufa de origem antrópica.
Organização do 
espaço mundial
A velha ordem
A Segunda Guerra Mundial 
Dizer que em algum momento determinado fato 
na história da humanidade deixa de ser decisivo para 
o estudo de Geografia é bastante difícil, mas, pode-
mos dizer que de certa forma a atual situação político-
econômica se configurou a partir da Segunda Guerra 
Mundial. Já naquela época, início do século XX, o im-
perialismo mantinha-se e era mantido pela indústria 
bélica.
Configurava o cenário a multipolaridade, ou seja, 
a supremacia de um conjunto de nações. Entre os 
aliados vencedores da guerra, surgem os EUA como a 
nova potência mundial, rapidamente a URSS se recu-
pera configurando assim a situação geopolítica que 
tomaria conta do cenário mundial na segunda meta-
de do século XX, a bipolaridade e a Guerra Fria. 
A Guerra Fria 
A bipolaridade formada pela URSS e pelos EUA se-
gue por algum tempo como uma disputa por áreas de 
influência entre os capitalistas e os socialistas. Diante 
disto o prestígio do socialismo cresce bastante e a he-
gemonia norte-americana é abalada. Inicia-se então a 
corrida armamentista criando uma nova situação geo-
política da Velha Ordem Mundial. 
O fim da Guerra Fria inicia com a crise do socialis-
mo soviético, que causou o afrouxamento dos laços 
políticos que mantinham o Leste Europeu sob hege-
monia soviética, acompanhado de um significativo 
corte de gastos, ajuda militar e econômica. A queda 
do Muro de Berlim marca o fim da Guerra Fria e o 
deslocamento das tensões entre o socialismo e o ca-
pitalismo para as desigualdades econômicas entre 
os países ricos do Norte e os pobres do Sul. 
A divisão internacional do trabalho
É uma forma de cooperação social que exige es-
pecialização e interdependência de funções, além 
do aprimoramento de ferramentas para cada seção 
de trabalho.
Divisão técnica de trabalho – de 1920 a 1970 
verifica-se a predominância do Fordismo, criado nos 
EUA baseando-se na linha de montagem para aten-
der à incipiente sociedade de consumo em massa. 
Mais tarde surge o Taylorismo com produção espe-
cializada em seções interdependentes onde cada 
operário faz uma tarefa limitada, rígida e cronome-
trada num certo tempo. Este último vai influenciar o 
modelo japonês Toyotismo, que se caracteriza pela 
especialização das tarefas e o just-in-time ou “tem-
po justo”, método criado pelos japoneses após crises 
petrolíferas (década de 1970) para diminuir custos. 
Divisão espacial de trabalho – divisão local de 
trabalho feita entre o campo (cuja função é a de 
fabricar produtos primários) e a cidade (que fabri-
ca produtos secundários e presta serviços). Divisão 
regional de trabalho: entre regiões do mercado in-
terno de um país. Divisão internacional de trabalho 
(hierarquização de produção entre países) feita pelo 
comércio exterior (também chamado de transações 
correntes ou balanço de pagamentos). Nesta última, 
temos de modo simplificado, de um lado as nações 
pobres ou pouco desenvolvidas fornecendo os pro-
dutos de menor valor agregado em contrapartida 
com os produtos mais sofisticados fornecidos pelas 
nações ricas ou desenvolvidas.
A nova ordem 
Pode-se dizer que com a mundialização do capi-
talismo e da economia, com as novas tecnologias de 
telecomunicações, com a revolução na agricultura 
e indústria (informática, robótica, biogenética) e na 
circulação e consumo (novos meios de transportes), 
bem como pela ação das transnacionais e bancos in-
ternacionais, surge uma nova configuração mundial, 
uma Nova Ordem substitui a antiga bipolaridade de 
rivalidade entre socialistas e capitalistas. 
A Nova Ordem Mundial criada pela multipolaridade 
da tríade formada pela Europa Ocidental, os Estados 
Unidos e o Japão, vai figurar uma Nova Divisão Inter-
nacional de Trabalho, com a industrialização de alguns 
países da América Latina e dos “Tigres Asiáticos”. 
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43
Geografia
A nova divisão internacional do trabalho
Com a Nova Ordem Mundial temos uma Nova 
Divisão Internacional do Trabalho, os países sub-
desenvolvidos (ou em vias de desenvolvimento) 
além de serem exportadores de matérias-primas, 
passama exportar produtos manufaturados como 
calçados, tecidos, alimentos enlatados e, em alguns 
casos, eletrodomésticos e carros. Tais produtos co-
meçaram a ser produzidos nos países em desenvol-
vimento, principalmente pela mão-de-obra barata, 
diminuindo assim, os custos de produção.
Entretanto, os países desenvolvidos ainda man-
têm as indústrias de alta tecnologia em seus respec-
tivos territórios. E nessa balança comercial quem sai 
perdendo são os países em desenvolvimento, pois 
seus produtos exportados não agregam tanto valor 
quanto aqueles que o mundo desenvolvido exporta. 
É o caso do México na América do Norte, do Brasil e 
Argentina na América do Sul e dos Tigres Asiáticos. 
Países que iniciaram sua industrialização tardiamen-
te, hoje pagam pelo atraso tecnológico de suas in-
dústrias.
A mundialização: globalização e 
regionalização dos mercados
Paradoxalmente, a Guerra Fria contribuiu para a 
mundialização da economia, visto que com ela ger-
minaram as bases das novas tecnologias nas áreas 
da informação, transporte, informática, espacial etc. 
Mas ela atinge o estágio do que denominamos de 
Globalização somente após o surgimento da Nova 
Ordem Mundial.
A Globalização é então a terceira etapa de um pro-
cesso ainda maior chamado de Mundialização. Podemos 
considerar as três etapas da seguinte forma:
Primeira Etapa • : a internacionalização que 
está anexada ao desenvolvimento dos fluxos 
de exportação. 
Segunda etapa • : a transnacionalização, que 
se liga aos fluxos de investimentos e das im-
plantações no estrangeiro. 
Terceira etapa • : a globalização, que corres-
ponde à instalação das sedes mundiais de pro-
dução e de informação. 
Ao domínio territorial, militar e político-econômi-
co típico do imperialismo da Velha Ordem, sucede, 
hoje, o domínio tecnológico, econômico-financeiro 
e ideológico (este através da mídia) do neocolonia-
lismo nesta Nova Ordem Mundial. Nesse contexto 
atual, assistimos a um processo cada vez maior de 
regionalização e globalização. 
A globalização reestruturou o espaço em função dos 
países centrais e se tornou um flagelo para uma parte 
significativa dos povos em desenvolvimento.
Regionalização do mundo em países do Norte e países do Sul
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44
Geografia
A concentração de renda atual de 20% dos países 
mais ricos é de mais de 60 vezes a dos mais pobres; 
surge uma nova divisão internacional de trabalho, 
com os países centrais investindo em pesquisa cien-
tífica e tecnológica; diminui a autonomia dos Esta-
dos em suas políticas internas, já que estão cada vez 
mais inseridas neste processo de internacionalização 
da economia e submetidas à ação do capital espe-
culativo; a revolução tecno-científica protagoniza a 
Terceira Revolução Industrial, aumentando a produ-
tividade das empresas e globalizando a economia, 
mas criando novos desafios: dificuldades de acesso 
ao mercado de trabalho, aumento do desemprego 
e pobreza.
Ocorre a padronização de formas de consumo 
(ex.: moda, hábitos de consumo e de alimentação, 
como do jeans, do fast-food) e de critérios tecnológi-
cos (como o ISO 9000). Tais fatos ampliam o merca-
do mundial, mas também a dependência em relação 
às transnacionais e a identidade cultural (tradições e 
costumes) são rapidamente transformadas. 
Regionalização dos mercados
A regionalização dos países consiste na eliminação 
de tarifas alfandegárias entre os países membros, di-
minuindo os custos de comercialização dos produtos 
e aumentando o poder de competição internacional 
das empresas daquele mercado regional. 
Já a globalização é um processo posterior, em que 
estas empresas, já fortalecidas internamente no blo-
co regional, aumentam os fluxos mercantis de seus 
produtos e capitais com outros blocos. Como exem-
plo desse processo, citamos os bancos internacionais 
e as transnacionais dos Estados Unidos, Canadá, Eu-
ropa Ocidental (União Europeia) e do Japão.
Os blocos econômicos
Os polos de poder da economia globalizada atual 
são os três megablocos regionais: a União Europeia; 
a APEC (Cooperação Econômica da Ásia e Pacífico, 
sob influência do Japão e EUA, no Oriente) e o NAFTA 
(Acordo Norte-Americano de Livre-Comércio, englo-
bando a América Anglo-Saxônica e o México). Há, ain-
da, pequenos blocos regionais como o MERCOSUL, a 
ASEAN (no Sudeste Asiático – integrante da APEC), o 
Pacto Andino – desses menores o mais conceituado, 
pelo tamanho do mercado, é o MERCOSUL.
Etapas do processo de integração econômica
Um processo de integração econômica caracteri-
za-se por um conjunto de medidas de caráter econô-
mico, que têm por objetivo promover a aproximação 
e a união entre as economias de dois ou mais países. 
A teoria do comércio internacional registra a clas-
sificação de cinco tipos de associação entre países 
que decidem integrar suas economias:
a a) Zona de Preferência Tarifária é o mais elemen-
tar dos processos de integração, apenas assegura 
níveis tarifários preferenciais para o grupo de países 
que conformam a Zona. 
uma segunda modalidade, a b) Zona de Livre Co-
mércio (ZLC), consiste na eliminação das bar-
reiras tarifárias e não-tarifárias que incidem so-
bre o comércio entre os países que constituem 
a ZLC. Ex.: NAFTA.
a c) União Aduaneira é uma Zona de Livre Co-
mércio que adota também uma Tarifa Externa 
Comum (TEC). Nessa fase do processo de inte-
gração, um conjunto de países aplica uma tarifa 
para suas importações provenientes de países 
não pertencentes ao grupo, qualquer que seja 
o produto, e, por fim, prevê a livre circulação de 
bens entre si com tarifa zero. Ex.: MERCOSUL.
o d) Mercado Comum, além da livre circulação de 
mercadorias, requer a circulação de serviços e 
fatores de produção, ou seja, de capitais e pes-
soas. Porém, deve-se ressaltar que, além da livre 
circulação de bens, serviços e fatores de produ-
ção, todos os países membros de um Mercado 
Comum devem seguir os mesmos parâmetros 
para fixar a política monetária (fixação de taxas 
de juros), a política cambial (taxa de câmbio da 
moeda nacional) e a política fiscal (tributação e 
controle de gastos pelo Estado), ou seja, os pa-
íses membros devem concordar com o avanço 
integrado da coordenação das suas políticas 
macroeconômicas. Ex.: UE (até 1992).
a e) União Econômica Monetária é a etapa 
mais avançada dos processos de integração 
econômica, até agora alcançada apenas pela 
União Europeia. 
 A União Econômica e Monetária ocorre quan-
do existe uma moeda comum e uma política 
monetária com metas unificadas e reguladas 
por um Banco Central comunitário. 
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45
Geografia
Atualmente a UE busca uma integração político- 
-social. A aceitação de uma constituição comum 
entre as nações seria uma etapa importante neste 
processo. Na última consulta popular alguns países 
foram terminantemente contra, como a França, por 
exemplo.
União Europeia
A União Europeia (UE) é formada, atualmente, por 
27 Estados. É o bloco econômico de maior expressão 
e avanço na integração que existe. Ela tem três sedes 
principais, a da Comissão Europeia (braço executivo 
da UE), que fica em Bruxelas (Bélgica), a do Parlamen-
to, que fica em Estrasburgo (França) e a do Banco 
Central, em Frankfurt (Alemanha).
As origens da UE encontram-se no Plano Schu-
man, de 1950, que conduziu o Tratado da Comuni-
dade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), em 1953. 
Formalmente, a organização surgiu com o Tratado 
de Roma, de 1957. A Comunidade Europeia consoli-
dou-se, objetivamente, como espaço estratégico oci-
dental no contexto bipolar da Guerra Fria.
União Europeia e seus 27 Estados
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O Tratado de Maastricht, de 1992, rebatizou a co-
munidade como União Europeia. Esse tratado, que 
substituiu o de Roma, deflagrou a União Econômica e 
Monetária (UEM) e estabeleceu a metade definição de 
políticas externas e de defesas comuns. Atualmente não 
só tem livre circulação de mercadorias e pessoas (entre 
os países membros da Comunidade Europeia) como há 
uma integração política (o Parlamento Europeu), militar 
(a OTAN com a participação dos EUA) e monetária com 
a adoção de uma moeda única, o euro. 
A maioria de seus Estados-Membros adotou uma 
moeda única, o euro, a partir de 1999. Suécia e Dina-
marca optaram por não aderir ao euro. O Reino Unido 
está revendo sua posição, mas por enquanto ainda não 
aderiu à moeda.
Foi um longo processo de integração da Europa, 
iniciado em 1945, após o término da Segunda Guerra 
Mundial, com o Plano Marshall para evitar a propa-
gação do socialismo e criar condições políticas e eco-
nômicas para eliminar taxas aduaneiras (para tal era 
preciso atenuar a rivalidade franco-germânica). 
Em 2007 ingressaram no bloco mais sete nações. 
Turquia, Macedônia e Croácia ainda são candidatas, 
mas sem previsão de data de adesão. 
NAFTA
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Países integrantes do NAFTA
Em 1994 – com os EUA querendo fazer frente à 
UE e ao Japão, com os quais têm déficits comerciais, 
tentando concretizar o velho sonho expansionista 
na América e resolver problemas imigratórios – foi 
criado o NAFTA. Vamos assinalar algumas de suas 
características. 
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46
Geografia
De um lado a América Anglo-Saxônica (EUA e 
Canadá), países com alto padrão de vida e alto grau 
de industrialização e de outro o México (país em de-
senvolvimento, como a América Latina, África e sul 
da Ásia), que vai fornecer matérias-primas, principal-
mente o petróleo e mão-de-obra barata. Com isso os 
EUA vão fortalecer seu papel junto a América Latina 
através de superávits. 
Em dezembro de 1994 o México entrou em crise 
com sua política neoliberal, abalando profundamente 
a convicção norte-americana de estender um mercado 
comum sob sua influência por toda América (iniciativa 
para as Américas, hoje se fala na zona de livre comér-
cio da ALCA, ou Área de Livre Comércio das Améri-
cas). Contudo, em virtude da eleição de presidentes 
de esquerda em vários países da America Latina, as 
negociações da ALCA estão estagnadas.
Mercosul
Bloco econômico criado em 1991 pela Argentina, 
Brasil, Paraguai e Uruguai, baseado no Mercado Co-
mum Europeu, com o objetivo de reduzir ou eliminar 
impostos, proibições e restrições entre seus produtos. 
Atualmente está no estágio de União Aduaneira.
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Países do MERCOSUL
 Datas importantes:
1995 – eliminação das tarifas de importação de •
90% das mercadorias. Boa parte das mercadorias 
importadas entre os países membros foi taxada 
de maneira comum. 
1999 – desvalorização do real (a Argentina impõe •
barreiras) – intercâmbio trava em 15 bilhões;
2001 – crise Argentina (diminuem as trocas co- •
merciais);
2003 – retomada Argentina, retorno do cres- •
cimento;
2004 – os países chamados andinos, como o •
Chile, Bolívia, Equador, Colômbia e Peru, se as-
sociam ao bloco;
2005 – a Venezuela buscou sua adesão ao acordo, •
mas teve que cumprir algumas exigências, como 
adotar a TEC – Tarifa Externa Comum. Apenas em 
2007 os acordos foram assinados. 
O Brasil possui a liderança do bloco econômico e 
a Argentina a segunda colocação. O Brasil exporta, 
principalmente para os países parceiros, automóveis, 
bem como suas peças de manutenção e reposição, 
bebidas, cigarros, café, açúcar, aparelhos eletrôni-
cos, óleos e calçados etc. 
Tigres ou Dragões Asiáticos
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Países que formam os Tigres Asiáticos
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Geografia
A expressão “Tigres Asiáticos” é usada para se re-
ferir aos quatro países asiáticos: Hong Kong, Cinga-
pura, Coreia do Sul e Taiwan (Formosa). A denomina-
ção de “tigre” é dada em referência à agressividade 
das economias desses países, que a partir da década 
de 1960 tem um crescimento vertiginoso.
Entre suas características econômicas estão o seu 
caráter totalmente exportador, oferta de mão-de- 
-obra barata, atração de investimentos externos. 
Entre as reformas realizadas podemos citar: a re-
forma agrária, subsídios agrícolas, investimento na 
educação, desestímulo ao consumo interno. É um 
modelo extremamente dependente das oscilações 
econômicas externas.
Membros antigos: Coreia do Sul, Taiwan, Hong 
Kong e Cingapura; novos membros: Tailândia, Indo-
nésia e Malásia.
APEC
A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico 
(APEC) foi criada no ano de 1989 na Austrália, como 
um fórum de conversação entre os países membros 
da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASE-
AN) e seis parceiros econômicos da região do Pací-
fico, como EUA e Japão. Em 1994 adquiriu caracte-
rísticas de um bloco econômico na Conferência de 
Seattle. 
A criação da APEC surgiu em decorrência de um 
intenso desenvolvimento econômico ocorrido na 
região da Ásia e do Pacífico. O bloco responde por 
46% das exportações mundiais, além da aproxima-
ção entre a economia norte-americana e os países 
do Pacífico.
Países membros da APEC
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Geografia
A China
A China ainda é socialista, mas desde 1978 (com 
Deng Xiaoping) começou a organizar o “socialismo 
de mercado” com reformas econômicas no campo 
e na cidade e com a abertura das Zonas Econômicas 
Especiais (ZEE) para atrair transnacionais e sua tecno-
logia; estabeleceu, ainda, a política das Quatro Gran-
des Modernizações: indústria, agricultura, pesquisas 
científicas e tecnológicas e aprimoramento das forças 
armadas. Em consequência deu-se um crescimento 
econômico de 9% na década de 1990 e a invasão 
mundial de produtos chineses. Como ponto interme-
diário para este comércio eles utilizam especialmente 
Hong Kong, incorporado desde julho de 1997. 
Embora colocada por muitos autores como per-
tencente aos países do Sul, devemos destacar que a 
China nesse momento histórico, não pertenceria a 
nenhum grupo, ela pode ser considerada como em 
estágio de transição, pois combina áreas de livre co-
mércio com a maior parte do país que vive sob uma 
economia planificada. É importante destacar o papel 
da China nesse novo momento econômico-político 
mundial, já que a mesma se mantém no discurso 
como um país comunista, entretanto criou as zonas 
de comércio, onde são feitas as transações com o 
mundo capitalista (áreas como, por exemplo, Hong 
Kong, Xangai, onde temos grandes empresas e ban-
cos). A grande capacidade produtiva, e o grande 
mercado consumidor existente atraem grandes in-
vestimentos vindos do exterior. Com a abertura da 
China, acredita-se que a mesma possa assumir o pa-
pel de superpotência em poucos anos.
Tipos de conflitos 
e suas principais razões
Recursos Naturais: são conflitos que ocorrem pela 
disputa de territórios contendo recursos minerais im-
portantes, como por exemplo, água, petróleo, ouro, dia-
mantes, cobre, carvão, ferro, entre outros. Exemplos: 
Israel x Palestina – água; •
Rússia x Chechênia – petróleo. •
Separatismo e nacionalismo: são conflitos que 
ocorrem quando um grupo étnico nacionalista obje-
tiva constituir seu próprio Estado-Nação. Exemplos: 
Chechênia. A questão da Palestina, onde os palesti-
nos lutam com os israelenses para configurar o seu 
próprio país. 
Conflitos regionais: chamados assim quando 
ocorrem em função da definição de fronteiras ou pela 
posse de territórios (aos quais se atribui um domínio 
histórico). Exemplo: 
Índia x Paquistão – que disputam a região da •
Caxemira, no Noroeste indiano; 
Israel x Palestina – disputa por territórios. •
Lutas em favor da democracia: são lutas resul-
tantes de um ideal anticolonialista, reivindicações 
democráticas ou de reconhecimento de identidades 
(indígena). Exemplo:Exército Zapatista de Libertação 
Nacional (EZLN) em Chiapas, no México.
Guerras revolucionárias ou conflitos funda-
mentalistas: ocorrem quando grupos tentam impor 
sua própria ideologia ou visão de mundo a todos os 
cidadãos. Exemplo: os conflitos na Argélia entre fun-
damentalistas religiosos que pretendem um Estado 
Islâmico e o governo pró-ocidente. 
Lutas étnicas ou religiosas: ocorrem quando 
grupos de diferentes identidades (conflitos identi-
tários ou étnicos) lutam pela posse de territórios. 
Nestes casos, etnia e religião ficam bastante “pró-
ximas” e a religião, muitas vezes, é o aspecto mais 
marcante da diferença. Por vezes caracteriza-se 
pela chamada “limpeza étnica”. Exemplo: Ruanda e 
Burundi (África) – entre as etnias tútsis e hútus; Os 
conflitos entre os croatas (católicos), bósnios (mu-
çulmanos) e os sérvios (cristãos ortodoxos) na ex- 
-Iugoslávia (Bálcãs). 
Conflitos irredentistas: quando grupos étnico- 
-nacionalistas pretendem estender as fronteiras de 
seu Estado para anexar outro território dentro do 
qual vivem comunidades pertencentes ao seu grupo, 
ou seja, qualquer movimento que objetive a unifica-
ção de povos da mesma origem étnica, ainda que po-
liticamente ou territorialmente separados. Exemplo: 
Projetos da Grande Sérvia e Grande Albânia.
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Geografia
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Terrorismo e conflitos pelo mundo
Agricultura
O desenvolvimento da agricultura
É no período Neolítico, a partir da descoberta 
da Agricultura, que o homem torna-se sedentário. 
Desde então, a agricultura é o principal meio de sua 
subsistência, e cada vez mais importante para a so-
brevivência da humanidade.
Principal atividade do setor primário, a agricultura 
está fortemente dependente de fatores como clima e 
solo; é responsável por graves problemas ambientais 
e principalmente aqueles relacionados ao mau uso 
da água.
Produtos de Climas Tropicais: arroz, milho, 
sorgo, mandioca, batata-doce, inhame, feijão, 
algodão, cana, fumo, amendoim, papoula, café, 
cacau, banana, abacaxi, coco etc.
Produtos de Climas Temperados: trigo, cen-
teio, cevada, aveia, batatinha, cenoura, rabanete, 
soja, ervilha, beterraba, azeitona, linho, girassol, 
vinha, maçã, uva, pêssego etc. 
Do ponto de vista do desenvolvimento técnico 
e científico da agricultura, podemos distinguir três 
fases que atuam, muitas vezes, concomitantemente. 
São elas:
Agricultura tradicional: consiste na forma ru-
dimentar de produção de alimentos, caracteriza-se 
pelo emprego de força humana e animal, e técnicas 
atrasadas como a queimada, uso da enxada e arado 
de tração animal.
Agricultura moderna: a partir da Revolução Indus-
trial no final do século XIX, há uma modernização na 
produção de alimentos como o uso de máquinas, adu-
bos, rotação de culturas em associação à pecuária, ele-
vando a produtividade, é a chamada Revolução Verde.
Agricultura contemporânea: a agricultura atual, 
praticada principalmente nos países desenvolvidos, 
com elevada mecanização, seleção de sementes, uso 
intenso de defensivos e adubos químicos, alta produ-
tividade, grande investimento de capitais e de pesqui-
sas científicas (transgenia).
O que foi a Revolução Verde?
Foi uma grande mudança do modo de pro-
duzir alimentos e de praticar a agricultura: Ini-
cia no século XX (trigo, arroz e milho):
Em áreas experimentais na América Lati- •
na e a Ásia (1950); 
Sementes selecionadas, fertilizantes, de- •
fensivos (agrotóxicos), irrigação, mecani-
zação etc.
Nos países desenvolvidos que possuem •
estrutura para implementar a revolu-
ção, ocorre um aumento da produção.
Nos países subdesenvolvidos serviu para •
manter a estrutura fundiária baseada na 
grande propriedade de exportação.
O campo na atualidade
Os países desenvolvidos e industrializados inten-
sificaram a produção agrícola por meio da moder-
nização das técnicas empregadas, utilizando cada 
vez menos mão-de-obra. Nos países pouco desen-
volvidos, em contrapartida, houve o êxodo rural, 
que promoveu o drástico empobrecimento dos tra-
balhadores agrícolas, concentrados na periferia das 
grandes cidades. Estas tecnologias permitiram que 
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Geografia
nações mais ricas conseguissem produzir mais em 
um espaço menor e mesmo em áreas que antes não 
serviam para práticas agrícolas. Um exemplo disso é 
o cultivo de soja – um grão de origem temperada –, 
em áreas tropicais. 
Por outro lado, as regiões pobres e tecnicamente 
atrasadas estão muito mais sensíveis aos rigores im-
postos pelas condições naturais (solo, água, clima) 
e econômicas (barreiras fiscais), nem sempre favo-
ráveis à produção agrícola. Uma das consequências 
dessa situação é a fome. 
Atualmente, observa-se a tendência à grande pe-
netração do capital agroindustrial no campo, tanto 
nos setores voltados ao mercado externo quanto ao 
mercado interno. A produção agrícola tradicional ten-
de a especializar, não para concorrer contra as mais 
fortes, mas para produzir a matéria-prima utilizada 
pela agroindústria, é a industrialização do campo. 
Sistemas agrícolas
Em relação ao grau de capitalização e o índice de 
produtividade:
Sistema Intensivo: é caracterizado pela menor 
dependência do agricultor às condições naturais, 
pois quanto menor a dependência, mais intensivo 
será o sistema agrícola.
Características:
uso permanente do solo, rotação de culturas e •
uso de fertilizantes e defensivos;
seleção de espécies, seleção de sementes, •
transgênicos;
mecanização, produção elevada por hectare e •
grande rendimento;
alta produtividade da terra e mão-de-obra qua- •
lificada.
Sistema Extensivo: caracteriza-se por técnicas 
rudimentares de produção, onde a “roça” é exemplo 
deste sistema. É utilizado pouco ou nenhum adu-
bo ou qualquer outro tipo de corretivo do solo, o 
que acarreta o esgotamento do solo e seu posterior 
abandono.
Características:
desmatamento, queimada, coivara; •
mão-de-obra não qualificada; •
esgotamento e rotação de solos; •
baixa produtividade da terra. •
Agricultura no mundo e geopolítica 
Cereais – produção mundial.
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Maiores Produtores de Cereais – 2002
Produção mundial de cereais: 
2 bilhões (em %)
Brasil 
2,5
Indonésia 2,8
Outros países 
41,6
China 
19,8
EUA 
14,7
França 3,4
Federação 
Russsa 4,2
Índia 
11,0
No ano de 2001 temos uma desaceleração da eco-
nomia mundial e uma desaceleração nos mercados 
agrícolas. Ao mesmo tempo ocorre um aumento da 
produção mundial. 
Isso fez com que o preço dos alimentos sofresse 
uma grande queda nos últimos anos. Mas no primeiro 
semestre de 2007 a ONU anuncia a possibilidade de 
aumento da pobreza e desnutrição no mundo em vir-
tude do crescente aumento do preço dos alimentos, 
podendo causar o retrocesso no combate à pobreza e 
aos Objetivos do Milênio. 
Sérias críticas são feitas aos países que deixam de 
produzir alimentos para produzir outras lavouras co-
merciais como a de cana-de-açúcar (biodiesel e álco-
ol), por exemplo. 
Atualmente, somando agropecuária, extrati-
vismo, pesca, obtém-se apenas 6% da riqueza 
produzida no mundo. 
Contudo, nos países em desenvolvimento este 
setor absorve a maioria da força de trabalho e che-
ga a representar até 20% da riqueza produzida 
por estes países.
Quanto mais desenvolvido o país, menor é a im-
portância da agricultura na sua economia e na ab-
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51
Geografia
sorção de mão-de-obra. Em países subdesenvolvidos 
a agropecuária chega a significar até 20% do PIB e 
absorve a maior parcela do mercado de trabalho.
Os produtos agrícolas mais cultivados e negocia-
dos são a cana-de-açúcar, o milho, o arroz e a carne 
bovina. 
Se bem distribuídos, o total de alimentos pro-
duzidos no mundo, hoje, seria suficiente para 
não existirnenhum faminto.
Entenda:
G-20
O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento 
criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da prepa-
ração para a V Conferência Ministerial da Organização 
Mundial do Comércio (OMC), realizada em Cancun.
O Grupo concentra sua atuação na agricultura e 
tem uma vasta e equilibrada representação geográ-
fica, são cerca de 22 nações, sendo que possuem al-
guns “membros flutuantes”. 
Localização dos países do G-20 (países em desenvolvimento)
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Destacam-se a importância dos seus membros na 
produção e comércio agrícolas, representando quase 
60% da população mundial, 70% da população rural 
em todo o mundo e 26% das exportações agrícolas 
mundiais.
Há também o G-20 dos países industriais, este é um 
fórum econômico criado em 1999, que reúne as maio-
res potências econômicas mundiais.
Protecionismo: são impostos ou sobretaxações 
cobrados sobre produtos importados, geralmente 
bens alimentícios e maquinário.
Subsídios: uma série de medidas econômicas 
(financiamento ou mesmo doação) praticado pelos 
governos para produzir determinados produtos ou 
mesmo para manter os trabalhadores no campo, em 
última análise para manter aquecida a economia. 
Transgênicos: plantas que têm suas estruturas 
geneticamente modificadas para resistirem a pragas 
e a intempéries, além de potencializar seus poderes 
nutritivos.
Polêmicas: os alimentos transgênicos não são to-
lerados pela União Europeia por ainda não existirem 
pesquisas que comprovem que esses alimentos não 
provocam males ao ambiente e ao consumidor em 
longo prazo. Outro ponto, talvez o que realmente 
esteja em jogo, é o direito de propriedade de quem 
fabricar a semente, ou seja, não pode trocar com o 
vizinho e se trocar tem que pagar.
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Geografia
Barreiras Sanitárias: é o controle de fluxo numa 
determinada área afetada por alguma moléstia ani-
mal ou vegetal, no intuito de controlar sua dissemi-
nação. Ex.: surto de Aftosa no Brasil, a Vaca Louca na 
Europa e a Doença de Aujesszky (suínos). 
Agricultura em países desenvolvidos
Agricultura na Europa: este continente também 
passou pelo processo de concentração de terras de-
vido à mecanização. Aumentou-se assim a produtivi-
dade, entretanto, a agricultura europeia não conse-
gue se manter sem os subsídios dados pelos governos 
desse continente, além da taxação imposta aos pro-
dutos agrícolas oriundos dos mercados estrangeiros. 
Essas medidas constituem aquilo que chamamos de 
medidas protecionistas. Embora haja um alto nível de 
mecanização da agricultura (com exceção de áreas do 
Mar Mediterrâneo), há rotação de culturas e a associa-
ção agricultura-pecuária.
Agricultura dos EUA: também sofreu intensa 
mecanização. O uso de fertilizantes, agrotóxicos e 
de mecanização, promovem na agricultura america-
na uma concentração de terras aliada à formação de 
grandes cinturões agrícolas, os belts (grandes áreas 
monocultoras). A agricultura americana é altamente 
capitalizada, gerenciada de maneira empresarial. 
Os EUA estão entre os maiores produtores e ex-
portadores de alimentos no mundo, de forma que 
qualquer mudança na política agrícola americana 
tem reflexos mundiais. Boa parte da força de sua 
agricultura está baseada em subsídios aos seus pro-
dutores e de medidas protecionistas. Ex.: Dairy Belt 
– leite e hortigranjeiros; Green Belt – frutas, legumes 
e verduras; Corn Belt – milho, soja, aveia, alfafa e por-
cos; Wheat Belt – trigo; Cotton Belt – algodão.
Atividades econômicas
A economia mundial está baseada em três atividades 
distintas, que estão relacionadas entre si e, dependen-
do do grau de desenvolvimento destes setores, pode- 
-se dizer qual o grau de desenvolvimento de um país.
Setor primário: é a base da economia de uma 
nação. Constituída por toda a atividade extrativista 
(vegetal, animal e mineral), pela produção agrícola 
e pecuária. É o setor responsável pela produção de 
alimentos e de produção de matérias-primas para o 
abastecimento do setor secundário.
D
om
ín
io
 p
úb
lic
o.
Coleta de látex. 
Setor secundário: faz parte desse setor toda a ati-
vidade industrial que processa ou transforma a maté-
ria-prima em bens de consumo, máquinas e equipa-
mentos, construção civil e geração de energia. 
C
re
at
iv
e 
Su
ít
e.
Exemplo de indústria. 
Setor terciário: é formado pela atividade comer-
cial e prestação de serviços. (Fazem parte deste setor 
professores, médicos, dentistas, e profissionais libe-
rais em geral).
C
om
st
oc
k 
C
om
pl
et
e.
Exemplo de ramo do setor terciário. 
Como veremos nos capítulos seguintes, a popu-
lação urbana é cada vez maior, com isso a tendência 
mundial é a concentração da população economica-
mente ativa (PEA), ou seja, aquela em idade de traba-
lhar, nos setores primário, secundário e terciário. 
Assim, a concentração da população economica-
mente ativa inserida em um determinado setor da 
economia releva o desenvolvimento econômico e o 
índice de urbanização de um país. Da mesma forma, 
quanto mais desenvolvida a economia, maior é a par-
ticipação da mulher no mercado de trabalho. 
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53
Geografia
A atual possibilidade oferecida pelas telecomunica-
ções, a revolução técnico-científico-informacional, ma-
ximizam as relações comercias. Essa interligação glo-
bal promove o crescimento de setores sofisticados e 
especializados como o turismo, telecomunicação etc. 
Mas, em alguns países de economias mais frágeis 
e países emergentes, está ocorrendo um crescimento 
desordenado do setor terciário, principalmente em vir-
tude do capital de aposentadoria e de funcionalismo 
público. São, portanto, municípios ou áreas que conso-
mem mais do que produzem, que estão em déficit.
Recursos naturais
A natureza é a origem de todos os recursos neces-
sários à sobrevivência da humanidade. Mas a partir 
da revolução industrial, a natureza começou a ser ex-
plorada de maneirara intensa e predatória, causando 
sérios problemas ambientais e, consequentemente, 
podendo colocar em risco a própria vida na terra. Os 
recursos naturais podem ser divididos em:
Renováveis: são os recursos que podem se re-
compor em um período de tempo condizente com a 
escala de tempo humana. 
Não-renováveis: são os recursos que após serem uti-
lizados pelo homem, não se recompõem em uma escala 
de tempo condizente com a escala de tempo humana. 
Também podemos dividir os recursos naturais em 
dois grandes grupos conforme a sua finalidade e origem, 
teremos, assim, os recursos energéticos (podem ser re-
nováveis) e os recursos minerais (são não-renováveis).
Um exemplo de recurso mineral não-renovável é o 
carvão. Para classificarmos a qualidade do carvão, pre-
cisamos saber em que estágio ele se encontra. Nesse 
sentido, o carvão apresenta quatro fases de formação: 
turfa (fase com menor teor de carbono), o linhito, a 
hulha (mais consumido e mais abundante no mundo), 
e o antracito (muito raro, apenas 5% das reservas).
Os recursos energéticos
Para o desenvolvimento de um país são neces-
sários fortes investimentos visando a sua indus-
trialização. No entanto, para que esta indústria se 
desenvolva, os investimentos em fontes de energia 
também são fundamentais, pois sem uma matriz 
energética eficiente o país não conseguirá alcançar 
o desenvolvimento.
Os combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis são as fontes energéticas 
geradas pela fossilização de material orgânico. Entre 
os mais importantes estão o carvão, o petróleo e o 
gás natural.
Carvão mineral: hidrocarboneto formado pela 
decomposição de restos vegetais que sofreram lento 
processo de solidificação. É importante lembrar que 
a matéria orgânica que formou o carvão e o petróleo 
difere. O carvão é formado a partir do acúmulo de 
grandes formações florestais do passado geológico 
da Terra. Já o petróleo e o gás natural,têm formação 
marinha, com base no plâncton.
Atualmente as melhores jazidas do mundo estão 
localizadas nos Montes Urais na Rússia, no Vale do 
Ruhr na Alemanha, nas Montanhas Rochosas e nos 
Apalaches nos Estados Unidos, no norte da França, no 
oeste da China e na região de Yorkshire na Inglaterra. 
Área analisada Petróleo (%) Carvão (%) Nuclear (%) Hidro (%) Gás (%)
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América do Norte 40 23 7 4 26
Europa Ocidental 46 22 12 2 18
CEI e Europa Oriental 30 25 4 2 39
Ásia 38 49 5 2 6
Oceania 36 41 – 3 20
África e Oriente Médio 49 33 1 2 15
América Latina 38 26 2 10 24
Total Global 40 28 7 3 22
Cenário mundial dos mercados das fontes de energia.
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Geografia
Produtores mundiais de carvão
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 2
00
4.
País % mundial
China 32,1
Estados Unidos 19,1
Rússia 6,9
Índia 6,7
África do Sul 5,9
Austrália 5,7
Polônia 4,1
Produção de carvão no mundo.
O carvão mineral no Brasil
O carvão brasileiro é considerado de baixa quali-
dade, principalmente em função do seu baixo teor 
calorífico. Isso ocorre em função do pouco tempo 
geológico em que as florestas foram decompostas 
no Brasil, quando comparado com as principais re-
giões carboníferas do mundo. No Brasil, as princi-
pais jazidas de carvão estão na Região Sul, no Vale 
do Rio Tubarão, em Santa Catarina (maior produ-
ção) e no Vale do Rio Jacuí no Rio Grande do Sul 
(maiores reservas). No entanto, a nossa produção 
é insuficiente para o consumo, levando à importa-
ção do produto. 
Localização das principais jazidas
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Principais jazidas de carvão no Brasil
O Petróleo
Seu surgimento está associado à Era Paleozoica, 
na deposição de plâncton (animais e vegetais minús-
culos marinhos), ao morrer, no fundo das águas mari-
nhas. Mas o processo de acumulação do petróleo em 
jazidas deu-se através dos movimentos tectônicos. 
As maiores jazidas mundiais de petróleo locali-
zam-se entre os escudos cristalinos Pré-Cambrianos 
e os dobramentos modernos do final do Mesozoico. 
Nessa sequência, podemos observar:
Oriente Médio: localizado entre os terrenos anti-
gos da África e os recentes do Cáucaso.
Venezuela: as jazidas da Bacia do Orinoco, entre o 
Escudo Guiano e os Andes.
Canadá: entre o Escudo Canadense e as Monta-
nhas Rochosas.
Brasil: as principais jazidas estão situadas na bacia 
de Campos (Rio de Janeiro), na plataforma continental.
Também é encontrado nos anticlinais (áreas mais 
baixas e côncavas) dos dobramentos modernos, 
como no Alasca e no Equador. 
No ano de 2006 o Brasil anuncia o marco histórico 
da autossuficiência em produção de petróleo, pondo 
em operação a plataforma P-50. As novas descober-
tas de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de San-
tos, anunciadas em 2007, colocam o Brasil em um 
novo patamar na indústria do petróleo, possibilitan-
do listar entre as 10 maiores reservas mundiais.
A OPEP: A Organização dos Países Exportadores de 
Petróleo foi criada em 1960, por meio do Acordo de 
Bagdá, por cinco dos principais países exportadores 
de petróleo (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Ve-
nezuela), em represália à redução dos preços imposta 
pelo cartel das sete irmãs (cartel formado em 1928 por 
cinco empresas norte-americanas, uma holandesa e 
uma inglesa). 
A OPEP criou uma nova base de relacionamento 
entre os países produtores e o cartel formado pelas 
grandes empresas de petróleo. A partir dela, os go-
vernos assumiram muitas das funções que anterior-
mente estavam sob o controle das empresas, pelo 
menos no que diz respeito à produção do petróleo. 
Países membros: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Emi-
rados Árabes Unidos, Indonésia (sob revisão), Irã, Ira-
que, Kuwait, Líbia, Nigéria, Venezuela e o Equador 
(retomou em 2007).
Energia nuclear
Podemos dizer que entre as principais finalidades 
do desenvolvimento desta tecnologia energética, uma 
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Geografia
delas diz respeito às questões geopolíticas, pois toda 
nação que detém equipamentos nucleares, pode vir a 
desenvolver armamentos, como bombas atômicas. En-
tre os grandes problemas da energia nuclear, inserem- 
-se os altos custos para a construção da usina e tam-
bém a possibilidade de vazamentos. 
Gás natural
Apresenta muito mais vantagens que o carvão e 
o petróleo, pois, seu custo é mais barato, seu trans-
porte por dutos é mais facilitado, além de ser me-
nos poluente. É utilizado amplamente pela indústria 
e cresce no uso veicular. Assinado com a Bolívia, o 
acordo do gasoduto Bolívia-Brasil já opera no seu li-
mite desde 2006.
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Gasoduto Bolívia-Brasil
Fontes renováveis
Termoeletricidade
Tecnicamente falando, é uma tecnologia para con-
versão de energia térmica em eletricidade por meio 
da queima de combustíveis, geralmente sólidos: le-
nha, carvão mineral, gás natural, urânio etc. A ener-
gia termelétrica ainda possui grande importância no 
cenário mundial, principalmente se considerarmos 
dentro dela a energia nuclear. No Brasil é cada vez 
mais atrativa pela iniciativa privada, visto que os po-
tenciais hidrelétricos das Regiões Sul e Sudeste já es-
tão esgotados.
Hidroeletricidade
Em países com grandes e volumosos rios, como o 
Brasil, a energia hidráulica representa grande parte 
da energia gerada, e os investimentos na construção 
de novas usinas continuam, principalmente em fun-
ção da expansão de algumas áreas econômicas. 
O Brasil possui hoje o terceiro maior potencial hi-
droelétrico do mundo, tem na hidroeletricidade sua 
maior riqueza energética (85% da eletricidade pro-
duzida). No entanto, as construções de usinas hidro-
elétricas acabam acarretando uma série de proble-
mas ambientais, tais como a destruição de espécies 
vegetais e animais.
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Vista parcial da Hidroelétrica de Itaipu. 
A energia solar
Uma das energias mais limpas e menos perigosas, 
a energia solar é gerada a partir do calor provindo 
do Sol, que é captado por baterias solares. No Brasil, 
ainda não existe um aproveitamento racional dessa 
fonte. Contrariando sua característica natural de es-
tar localizado na região tropical, com bastante inci-
dência de energia solar ao longo do ano.
Energia eólica
O principal entrave brasileiro era a carência de es-
tudos confiáveis do potencial desta fonte de energia. 
Hoje o Brasil já consegue produzir energia eólica a 
preços competitivos com as formas tradicionais de 
energia termoelétrica e hidroelétrica. Boa parte dos 
investimentos vem da iniciativa privada, e o maior 
potencial instalado está no Nordeste, em especial 
nos projetos do estado do Ceará.
Biomassa
É a energia obtida do gás produzido pela matéria 
orgânica em decomposição. No Brasil, apenas recen-
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Geografia
temente os biodigestores começaram a ser instala-
dos, e vêm obtendo resultados satisfatórios onde são 
utilizados. 
São mais comuns o uso do carvão vegetal, da le-
nha e produção do etanol. Colocando o nosso país 
em uma posição de destaque neste setor, comportan-
do não apenas as condições naturais necessárias para 
isso, mas também, um dos maiores programas de pro-
dução de energia renovável do planeta. 
Outra frente importante deste setor é a produção 
do biodiesel. Sua importância está alicerçada em al-
guns fundamentos: substitui total ou parcialmente o 
óleo diesel de petróleo em motores, é um óleo bio-
degradável e menos poluente, e pode ser extraído de 
vários vegetais ou óleos já utilizados. 
Recursos minerais
Minério de ferro
Explorado, principalmente, no Quadrilátero Cen-
tral ou Ferrífero, em Minas Gerais, e na Serra dos 
Carajás, no Pará. A maior parte do minério de ferro 
explorado no Quadrilátero Central (MG) e na Ser-
ra dos Carajás (PA) é exportada especialmentepara 
a União Europeia, Estados Unidos, Japão e China. 
Dentre as empresas atuantes no processo explo-
ratório desse minério destaca-se a Cia. Vale do Rio 
Doce, e dentre os portos exportadores, o de Tu-
barão, em Vitória, no Espírito Santo, e o de Ponta 
da Madeira, em São Luiz do Maranhão.
Bauxita
Minério utilizado na produção do alumínio, as 
principais jazidas estão no estado do Pará (Parago-
minas e Vale do Rio Trombetas). Grandes projetos 
de mineração foram planejados nessa área, como 
o Projeto Carajás. O Brasil detém 1/6 das reservas 
mundiais.
Minérios de manganês
De grande importância para as indústrias siderúr-
gicas, química, cerâmica entre outras.
O Brasil possui a terceira maior reserva do mundo, 
superado apenas pela Rússia e pelo Gabão. 
As principais áreas de ocorrência são Minas Gerais, 
Mato Grosso do Sul e Pará.
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Brasil – recursos minerais
Industrialização
A localização da indústria
O processo industrial surge de forma dispersa e 
pontualmente aglomerada. Inicialmente são os fa-
tores de produção que irão ditar onde nascerão as 
indústrias. Foram estes fatores que tornaram a dis-
tribuição desigual no planeta, pois, a tendência foi a 
concentração nos lugares onde há fatores favoráveis 
à sua instalação. São considerados fatores de loca-
lização desta primeira fase: as matérias-primas, as 
fontes de energia, a mão-de-obra e a proximidade 
do mercado consumidor. 
Com o desenvolvimento científico e industrial 
outros fatores começaram a ser valorizados, como 
a infraestrutura de transporte (permitindo alcançar 
novos mercados), a rede de comunicações (promove-
ram o contato fácil e a comunicação). Este momento 
histórico é responsável pela instalação de grandes 
empresas multinacionais em países em desenvolvi-
mento como o Brasil e o México, logo após a Segun-
da Guerra Mundial. Quer dizer, em ambos os países 
já existia uma indústria de base forte, uma malha de 
transportes e telecomunicações mais ampla, capazes 
de garantir esse empreendimento. 
No período atual, o que atrai mais as indústrias e 
investimentos é justamente a circulação de capital, 
ou seja, o velho paradigma da localização perde aos 
poucos a sua influência. Certamente muitas indús-
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Geografia
trias ainda dependem de fatores locacionais, como 
abundância em matéria-prima, para sua instalação. 
Mas, com a intensificação do processo de globali-
zação, através do desenvolvimento dos meios de 
transporte e telecomunicações, o mundo inteiro é, 
atualmente, um mercado em potencial. Um exemplo 
desse processo seria a fabricação de um veículo auto-
motor no Brasil, em uma empresa com donos norte- 
-americanos, por um empregado de descendência 
asiática, utilizando tinta de petróleo árabe, para ser 
exportado para países europeus.
Incentivos fiscais, robotização, desregulamenta-
ção trabalhista, desemprego, capitais voláteis etc., 
são a face da Terceira Revolução Industrial, ou revo-
lução técnico-científica.
A classificação das indústrias
As indústrias podem ser classificadas com bases em 
vários critérios, o mais utilizado é o que leva em consi-
deração o tipo e destino do bem produzido:
Indústrias de bens de produção: destinam suas 
mercadorias para a produção ou o transporte de outras 
mercadorias e não para o consumo final. Ex.: produtos 
químicos, celulose, aço, máquinas e implementos. 
Conhecidas como indústrias de base, requerem a 
utilização de quantidades expressivas de matérias- 
-primas e combustíveis apresentando consumo in-
tensivo de energia. Por isso, são também denomina-
das indústrias pesadas.
Indústrias de bens de capital ou intermediárias: 
produzem equipamentos necessários para o funciona-
mento de outras indústrias, como as de máquinas.
Indústrias de bens de consumo: produzem bens 
para o consumidor final, a população comum, elas 
subdividem-se em:
Indústrias de • bens duráveis: as que produzem 
bens para consumo a longo prazo, como auto-
móveis, refrigeradores. 
Indústrias de • bens não duráveis: as que pro-
duzem bens para consumo em geral imediato, 
como as de alimentos.
Porém, outros critérios podem ser levados em 
consideração, como o modo de produzir:
A indústria artesanal • : é o estágio mais primiti-
vo de indústria, onde o artesão executa todo o 
processo produtivo de forma manual.
A indústria manufatureira • : surge com o de-
senvolvimento mercantil e capitalista. Nesse 
estágio, inicia-se a divisão do trabalho e o tra-
balho assalariado. Os meios de produção con-
centram-se nas mãos do dono da manufatura.
A indústria maquinofatureira • : nesse modelo, 
dá-se uma intensa divisão do trabalho, resulta-
do da revolução industrial com a utilização de 
máquinas.
A indústria tecnológica ou de ponta • : é a in-
dústria moderna, onde há uma redução drástica 
do número de trabalhadores em decorrência da 
grande automação nas linhas de montagem.
Quanto a sua natureza as indústrias podem ser:
Horizontal • : quando a mesma corporação expan-
de suas atividades a outros setores. 
Vertical • : quando uma mesma companhia atua 
em todas as etapas do processo de produção.
As principais áreas 
industrializadas do planeta
Como relatado, as indústrias se instalam, preferen-
cialmente, próximas aos centros consumidores, das 
fontes de matéria-prima, oferta de energia, de água, de 
mão-de-obra, incentivos fiscais etc. 
Concentração das indústrias
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Concentração das indústrias
Complexo Industrial: é o conjunto de fábricas 
diversificadas de grande dimensão e com extensão 
regional. Os mais importantes são:
região dos Grandes Lagos dos EUA; •
Vale do Rio Ruhr, na Alemanha; •
nos Montes Urais e arredores de Moscou, na Rússia; •
a região do ABCD paulista no Brasil. •
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Geografia
Distrito industrial: ou centro industrial é um parque 
industrial localizado em uma área ou zona reservada 
para as indústrias, afastado dos centros urbanos.
A industrialização no Brasil
O processo de expansão industrial no Brasil se 
iniciou com as mudanças sociais, políticas e econô-
micas que caracterizaram as últimas três décadas do 
século XIX. 
A distribuição espacial da indústria brasileira, com 
acentuada concentração em São Paulo, foi determi-
nada pelo processo histórico, já que no momento 
do início da efetiva industrialização, o estado tinha, 
devido à cafeicultura, os principais fatores para ins-
talação das indústrias, a saber: capital, mercado con-
sumidor, mão-de-obra e transportes. Além disso, a 
atuação estatal através de diversos planos governa-
mentais acentuou essa concentração no Sudeste. 
A evolução histórica da indústria no Brasil pode ser 
dividida em quatro fases:
1.a fase: 1922 a 1930
Período de reduzida atividade industrial, dado a 
característica agrário-exportadora do país. 
2.a fase: 1930 a 1956
O ano de 1930 é considerado por alguns autores 
como o da “Revolução Industrial” no Brasil. Efetiva-
mente é o ano que marca o início da industrialização 
(processo através do qual a atividade industrial vai se 
tornar a mais importante do país). 
A Crise de 1929 determinou a decadência da cafei-
cultura e a transferência do capital para a indústria, o 
que, associado à presença de mão-de-obra e mercado 
consumidor, vai justificar a concentração industrial no 
Sudeste, especificamente em São Paulo. No entanto, a 
ação do Estado começa a alterar o quadro, com o Go-
verno de Getúlio Vargas criando as empresas estatais 
do setor de base, como a CSN (siderurgia), PETRO-
BRÁS e a CVRD (mineração).
3.a fase: 1956 a 1989
Compõe-se do período de maior crescimento in-
dustrial do país em todos os tipos de indústria, tendo 
como base a aliança entre o capital estatal e o capital 
estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início 
à chamada “Internacionalização da Economia”, com a 
entrada de empresastransnacionais, notadamente do 
setor automotivo.
4.a fase: 1989 até os dias atuais
Essa fase marca o avanço do neoliberalismo no 
país, com sérias repercussões no setor secundário da 
economia. 
O modelo neoliberal adotado determinou a priva-
tização de quase todas as empresas estatais, tanto 
no setor produtivo, como as siderúrgicas e a Com-
panhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje apenas Vale, 
quanto no setor da infraestrutura e serviços, como o 
caso do sistema Telebrás. 
Houve brutal aumento do desemprego, devido 
à falência de empresas e às inovações tecnológicas 
adotadas, como a utilização de máquinas e equipa-
mentos industriais de última geração, necessários 
para aumentar a competitividade e resistir à concor-
rência internacional. 
A realidade regional
Região Sudeste
A mais industrializada das regiões brasileiras, com 
as maiores concentrações industriais no estado de 
São Paulo, no qual a atividade se expandiu a partir 
do polo industrial da Grande São Paulo. 
No Sudeste ainda se destacam os polos industriais 
do Rio de Janeiro, principalmente os localizados na Bai-
xada Fluminense, no Grande Rio, no Vale do Paraíba, na 
Região Serrana (Petrópolis e Nova Friburgo), os polos 
industriais de Minas Gerais, como o da Grande Belo Ho-
rizonte, onde identificamos a presença de dois impor-
tantes distritos industriais, os de Betim e Contagem.
Dentre as inúmeras produções das áreas indus-
triais paulistas, pode-se destacar a automobilística 
(no ABCD), a siderurgia (na Baixada Santista) e a pro-
dução têxtil (em Sorocaba).
E dentre as inúmeras produções industriais presen-
tes nos polos industriais do Rio de Janeiro e Belo Hori-
zonte pode-se destacar a têxtil e a siderúrgica. 
Região Sul
A segunda mais industrializada do país apresen-
ta sua atividade industrial ainda bastante vinculada 
ao setor agropecuário. Isso quer dizer que no Sul as 
produções agroindustriais, como a frigorífica e a de 
óleos vegetais, apresentam, ainda hoje, elevada par-
ticipação relativa no total do valor industrial produ-
zido nessa região.
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Geografia
No estado do Rio Grande do Sul, destaca-se, como 
a mais importante de suas áreas industriais, a Gran-
de Porto Alegre seguida pela região de Caxias do Sul, 
localizada na região planáltica do estado. Dentre as 
produções desenvolvidas nesses domínios pode-se 
citar: no caso da Grande Porto Alegre, a indústria pe-
troquímica (Canoas) e de calçados (São Leopoldo e 
Novo Hamburgo). Quanto à região de Caixas do Sul, 
destacam-se as indústrias de metalurgia.
No estado de Santa Catarina, destacam-se como 
importantes áreas industriais o Vale do Itajaí, com forte 
presença do setor têxtil e a zona carbonífera do estado. 
No estado do Paraná, ocorre a concentração indus-
trial na região metropolitana de Curitiba, com desta-
que para os setores de mecânica, siderurgia e auto-
motores. No interior do estado o destaque fica para a 
região de Ponta Grossa, que concentra indústrias be-
neficiadoras de grãos. No norte do estado, como em 
Londrina e Maringá, destaca-se a produção industrial 
baseada nas indústrias alimentares e químicas.
Região Nordeste
A terceira região mais industrializada do país (9% da 
produção industrial brasileira), destacam-se as produ-
ções vinculadas ao processo de transformação indus-
trial das matérias-primas regionais. 
Entre os mais importantes centros industriais do 
Nordeste podemos mencionar as três grandes áreas 
metropolitanas – Recife, Salvador e Fortaleza – com 
destaque para as produções têxteis e alimentícias, 
seguidas pela metalúrgica, química e de eletrodo-
méstico.
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Indústrias no Brasil
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Geografia
Sistemas de transporte
O transporte corresponde à atividade que permite 
a circulação de pessoas e mercadorias. É vinculado 
ao setor terciário da economia, como atividade pres-
tadora de serviços. 
A evolução humana foi acompanhada pela evolu-
ção do sistema de transporte. Primeiramente, o ho-
mem só podia contar com o próprio corpo, ao longo 
do tempo começou a usar a tração animal, para pu-
xar carroças, arado ou mover roda de moinho. 
Com a Revolução Industrial, o sistema de trans-
porte também foi modificado. A invenção de loco-
motivas e barcos a vapor acelerou o desenvolvimen-
to dos transportes, estando estreitamente associado 
com a evolução tecnológica.
Os tipos de transportes mais utilizados em grande 
escala são os terrestres, compostos por ferrovias e 
rodovias; os aquáticos, representados pela navega-
ção fluvial e marítima e o aéreo. As características, a 
importância e o desenvolvimento de cada um deles 
estão diretamente associados à escala de desenvol-
vimento econômico que se encontra o país. Sendo o 
ferroviário e rodoviário os mais utilizados. 
O uso de rodovias data de muito tempo, pois se ori-
ginaram com as trilhas abertas por povos primitivos e 
que posteriormente, transformaram-se em estradas. 
O início do século XX é marcado pela implantação 
da indústria automobilística e consequentemente, 
pela valorização do transporte rodoviário. 
A respeito do transporte ferroviário, sua expan-
são pelo mundo foi muito rápida. A partir da Se-
gunda Guerra Mundial o sistema começou a ser ne-
gligenciado em prol do rodoviário, que era reflexo 
do boom do automóvel. Atualmente, as vantagens 
do transporte ferroviário estão sendo colocadas em 
pauta novamente – como a capacidade de carga, o 
baixo consumo de energia e a segurança no tráfe-
go. Está sendo visto como opção para o transporte 
de grandes centros urbanos, através dos metrôs e 
dos trens metropolitanos.
A navegação marítima e a fluvial são bastante uti-
lizadas em áreas onde, por diversos motivos, a malha 
ferroviária e rodoviária não se desenvolveu.
O transporte aéreo, se comparado com os outros ti-
pos, tem uma história bastante recente. Mas, desde que 
começou a ser empregado para transportes de passa-
geiros, seu uso aumentou consideravelmente. Isso prin-
cipalmente pela velocidade e segurança dos voos.
O transporte no Brasil
O Brasil é um país de grandes dimensões, ou seja, 
grandes distâncias necessitam ser percorridas para 
que seu abastecimento seja realizado. 
Devido a essas características e, também pelo 
fato de ainda perseguir a autossuficiência em rela-
ção ao petróleo – de onde derivam a gasolina e o 
diesel – o sistema de transporte mais adequado à 
realidade do país seria o ferroviário. Foi o binômio 
porto-ferrovia que desempenhou papel importante 
para o surgimento e a expansão dos principais cen-
tros regionais.
Transporte ferroviário
Historicamente o Brasil construiu uma grande ma-
lha ferroviária tanto por motivo de ocupação do ter-
ritório como também de mobilidade pelo mesmo. 
Ferrovias
Parecia que o país estaria seguindo o caminho que 
a maioria dos países europeus traçou. Mas, com a 
aceleração da industrialização, começa a denominada 
“cultura do automóvel”, que foi, e ainda é, intensa. 
Fortemente influenciada pelos EUA, essa “cultura” 
acelerou a indústria automobilística – quase inexis-
tente – e consequentemente, a construção de grande 
malha rodoviária.
O transporte ferroviário foi gradativamente sen-
do abandonado, ficando apenas em funcionamen-
to alguns trens (principalmente para transporte de 
cargas) e metrôs – estes, por sua tecnologia, foram 
implantados para suprir a demanda dos grandes cen-
tros urbanos do mundo. 
O país possui cerca de 30 000km de ferrovias para 
tráfego, uma densidade ferroviária de aproximada-
mente 3 metros por km2; bem inferior a dos EUA 
(150m/km2) e Argentina (15m/km2). A sua distribui-
ção, como mostra a figura, é bastante desigual, com 
cerca de 52% situada no Sudeste. 
Na Região Sul brasileira a malha foi privatizada, fun-
cionando como uma binacional, onde se verifica um ex-
celente desempenho das ferrovias, com concentraçãono transporte de: grãos, produtos siderúrgicos, vinho, 
pedra e cimento.
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Geografia
Transporte rodoviário
Com o processo de industrialização (posterior a 
1950) inserira-se no país a era dos transportes ro-
doviários, desenhando assim, um novo perfil para a 
expansão e o plano físico das cidades. Este é o princi-
pal sistema de transporte no Brasil. Representa 56% 
das cargas movimentadas, contra 21% por ferrovia 
e 18% por hidrovia. A predominância desse tipo de 
transporte deve-se ao modelo de desenvolvimento 
implantado desde o período do governo JK. A falta 
de investimentos em infraestrutura, como um todo, 
e a ausência de uma política de intermodalidade são 
algumas das dificuldades do setor.
As rodovias sob o controle direto do Governo Fe-
deral dividem-se em:
Rodovias radiais • – partem de Brasília e têm 
numeração de 001 a 100;
Rodovias longitudinais • – seguem sentido 
norte-sul, a numeração aumenta de leste para 
oeste e varia de 101 a 200;
Rodovias transversais • – seguem no sentido 
leste-oeste e a numeração vai de 201 a 300; 
Rodovias diagonais • – cortam as anteriores em 
diagonal e variam de 301 a 400, aumentando 
para sul.
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Rodovias, ferrovias e hidrovias
Outras formas de transporte
A navegação fluvial e a marítima são pouco ex-
pressivas no contexto nacional – devido à adoção de 
políticas de transporte que privilegiaram primeira-
mente o ferroviário, e em um segundo momento, o 
rodoviário – ficando responsável por pequena parti-
cipação no transporte de cargas e um pouco mais de 
destaque no transporte de passageiros. 
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Geografia
Quanto ao transporte aéreo, é quase que exclusi-
vamente para transbordo de pessoas. As construções 
de estruturas aeroportuárias necessitam de enormes 
espaços e complicadas instalações. Também a manu-
tenção das aeronaves, que é bastante cara. Apesar 
de os acidentes serem, geralmente, letais, é de longe 
o transporte mais seguro existente. 
Estudos de população
É através dos estudos populacionais que se pode 
conhecer o grau de desenvolvimento de estados, re-
giões ou países. 
Os dados sobre a população mundial são sempre 
aproximados, pois, muitas nações não fazem conta-
gem populacional.
São considerados fatores do povoamento aqueles 
de caráter: físico, histórico-culturais e econômicos.
Em relação à possibilidade de povoamento po-
demos dividir a superfície do planeta em ecúmenos 
(áreas que favorecem a ocupação humana) e anecú-
menos. Esses, são áreas menos povoadas, são áreas 
frias, desérticas, florestais ou economicamente pou-
co desenvolvidas.
Demografia
É a ciência que estuda a dinâmica populacional 
humana por meio de estatísticas de natalidade, fe-
cundidade e migrações etc.
Taxa de Natalidade (TN): é o número de nasci-
mentos para um grupo de mil habitantes ao longo 
de um ano. 
TN = n.º de nasc. 1 ano
1 000 hab.
Taxa de Mortalidade (TM): é o número de óbitos 
para um grupo de 1 000 habitantes no período de 
um ano.
TM= n.º de óbitos 1 ano
1 000 hab.
Taxa de Mortalidade Infantil (TMI): 
TMI = razão entre o número de óbitos anuais de 
menores de um ano de idade e o número de nascidos 
vivos no ano, expresso em 1 000 nascidos vivos.
Crescimento Vegetativo (CV): 
CV ou Natural = TN – TM
Crescimento Demográfico ou Absoluto: 
CV + saldo migratório.
População absoluta
É o número total de habitantes de um lugar. Atu-
almente a população absoluta do planeta é de 6,7 
bilhões de pessoas.
Os mais populosos do mundo
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 A
br
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 2
00
7.
China 1 331
Índia 1 136
EUA 303,9
Indonésia 228,1
Brasil 190
Paquistão 164,6
Bangladesh 147,1
Rússia 141,9
População relativa ou 
densidade demográfica
É a relação entre o número de habitantes e a ex-
tensão territorial de determinada área. É expressa, 
geralmente, em hab./km2. Os pequenos países da 
Europa (Vaticano, Mônaco, Luxemburgo etc.), estão 
entre as nações com maior densidade demográfica.
País TN 0/0 TM 
0/0 CV
0/0
A
lm
an
aq
ue
 A
br
il,
 2
00
7.
África 36,9 15,6 21,3
Am. do Sul 20,4 6,5 13,9
Ásia 18,7 7,0 11,7
Oceania 16,9 7,5 9,4
Am. do Norte 14,7 7,2 7,5
Europa 10,3 11,3 -1
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Geografia
Crescimento populacional mundial
O crescimento populacional mundial foi lento até 
primeira metade do século XIX e aumentou gradati-
vamente à medida que nos aproximamos do século 
XX, mas, foi a partir de 1950, que o mundo passou 
por uma verdadeira revolução populacional. 
Crescimento populacional em bilhões.
1650
0
2
4
6
8
10
1750 1850 1950 2000 2007 2050 A
lm
an
aq
ue
 A
br
il,
 2
00
8.
Assim, podemos considerar três diferentes fases:
Primeira Fase (até 1750): é a chamada fase do 
equilíbrio primitivo. Onde a natalidade era alta e a 
mortalidade também, resultando num baixo cres-
cimento vegetativo. Principalmente em virtude de 
guerras e epidemias.
Segunda Fase (1950): é a fase da explosão de-
mográfica. Isso já ocorria na Europa desde o final do 
século XIX, mas, no restante do mundo, apenas no 
século XX. Ocorre um controle de mortalidade em 
virtude da Revolução Sanitária, contudo, a natalida-
de continua elevada.
Revolução Sanitária?
Foi um grande salto de melhoria na saúde 
mundial a partir de 1950. Foi baseada em:
vacinação; •
saneamento básico; •
ampliação de ambulatórios; •
ação médica; •
distribuição de alimentos. •
Terceira Fase (2000): com as políticas de melhoria 
das condições sanitárias, das políticas de controle de 
natalidade, das condições econômicas e educacio-
nais mais elevadas, a natalidade tende a diminuir. É 
conhecida também como a fase da estabilização ou 
estagnação. Ou seja, baixa natalidade e baixa morta-
lidade, igual a baixo crescimento.
Teorias demográficas
Com a explosão demográfica surgiram muitas 
ideias de controle populacional, cada uma com uma 
filosofia e um método próprios, veja:
Malthusiana: entende que o crescimento popula-
cional gera fome e miséria das grandes massas, por 
isso, a alternativa é o controle artificial da natalidade.
Neomalthusiana: entende que o crescimento po-
pulacional gera atraso ao desenvolvimento econômi-
co. Defende o controle artificial da natalidade, sem 
reformas sociais.
Reformistas: com princípios nos ideais socialistas, 
defendem a melhoria do padrão de vida e reformas 
sociais, que naturalmente iriam promover o controle 
natural do crescimento da população.
Transição democrática: considerada “mais cientí-
fica”, esta teoria entende que a população evolui em 
direção ao equilíbrio populacional, passando pelas 
três fases que já vimos anteriormente. 
Superpopulação ou explosão demográfica
Essa situação dependerá da situação econômica 
do lugar. Só ocorre quando a economia não consegue 
suprir as necessidades da população, ou seja, quando 
a população cresce mais rápido que a economia pode 
sustentar.
Subpovoamento
Ocorre quando uma área apresenta um pequeno 
número de habitantes. São, portanto, áreas de baixa 
densidade demográfica.
Lembre-se:
Um país • populoso é aquele com grande nú-
mero de habitantes.
Um país • povoado é aquele que tem uma alta 
densidade demográfica.
Áreas de maior concentração populacional:
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Geografia
América do Sul América do Norte Ásia África
A
tl
as
 E
sc
ol
ar
 d
o 
IB
G
E.
Brasil: RJ, SP. EUA: Chicago, 
Nova Iorque, Oeste.
Tóquio, Xangai, Seul, 
Bancoc.
África do Sul: 
Joanesburgo.
Argentina: Buenos Aires. México: Cidade do 
México.
Índia: Bombaim, 
Nova Delhi, Calcutá.
Nigéria: Lagos.
Chile: Santiago. Indonésia:Jacarta. Egito: Cairo.
IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educa-
ção,

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