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RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE

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Disciplina: RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE
2
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEl – A organização das nações unidas (onu), estabeleceu uma comissão especial que disponibilizaria um relatório sobre o meio ambiente e a problemática global para o ano 2000 e posteriores, incluindo estratégias propostas para o desenvolvimento sustentável. Esta comissão, posteriormente, adotou o nome Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD). conhecido como Relatório Brundtland, o qual apontava a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes no período. 
O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
São três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável: proteção ambiental, crescimento econômico e equidade social. Representaremos esses três componentes como as dimensões da sustentabilidade: 
· a dimensão econômica, 
· a social 
· a ambiental.
Na prática, a dimensão econômica está inserida na dimensão social e esta, por sua vez, está inserida na dimensão ambiental. Isso porque as políticas econômicas são adotadas por sociedades, as quais têm suas instituições. Já essas sociedades estão inseridas no meio ambiente, o qual tem recursos naturais finitos.
Agenda 21 Global, um programa de ação para promover um novo padrão de desenvolvimento, o chamado desenvolvimento sustentável para o século XXI. A Agenda 21 conciliou métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica a fim de construir sociedades sustentáveis.
Objetivo da Rio+20 era avaliar o progresso obtido até então e as lacunas remanescentes na implementação dos resultados das cúpulas anteriores, abordando novos emergentes desafios. O foco das discussões da Conferência era, principalmente: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável, erradicação da pobreza e o arcabouço institucional para o desenvolvimento sustentável.
A Declaração Final da Conferência Rio+20 — o documento O Futuro que queremos — reconheceu que a formulação de metas poderia ser útil para o lançamento de uma ação global coerente e focada no desenvolvimento sustentável.
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODS e 169 metas como desdobramentos destes objetivos.
Esses objetivos atingem de forma conjunta as três dimensões da sustentabilidade. Dois objetivos, contudo, tratam da cooperação e parcerias entre países e organizações em prol do desenvolvimento sustentável (ODS 16 e 17)
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GOVERNANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Em 2 de julho de 2018, o Comitê Econômico e Social da ONU apresentou um conjunto de 11 princípios elaborados pelo Comitê de Peritos em Administração Pública da ONU (CEPA) e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA).
Estes princípios básicos devem contribuir para o desempenho dos governos e ajudar a construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis, com o objetivo de alcançar a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.
Os princípios básicos devem orientar as políticas públicas e as instituições governamentais, considerando as diferentes estruturas de governança, realidades nacionais, capacidades e níveis de desenvolvimento dos países, respeitando as políticas e prioridades nacionais. Estes princípios básicos são:
Como princípios básicos, eles se aplicam a todas as instituições públicas, incluindo a administração de órgãos executivos e legislativos, os setores de segurança e justiça, órgãos constitucionais independentes e empresas estatais.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GOVERNANÇA EFICAZ PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
PRINCÍPIOS DE EFICÁCIA - Destinando-se, especialmente, ao modo como se elabora políticas públicas.
· COMPETÊNCIA
As instituições governamentais devem ter experiência, recursos e ferramentas suficientes para desempenhar suas funções de maneira eficaz. Como estratégias utilizadas, podemos citar como exemplos o desenvolvimento de liderança e treinamento de funcionários públicos, gerenciamento de desempenho, gerenciamento baseado em resultados, gerenciamento e controle financeiro, administração eficiente e justa da receita.
· FORMULAÇÃO SÓLIDA DE POLÍTICAS
A fim de alcançar as metas propostas, as políticas públicas devem ser coerentes entre si e fundadas em bases verdadeiras ou bem estabelecidas, em total conformidade com o fato, a razão e o bom senso. Para isto, deve haver planejamento estratégico, análise de impacto regulatório, promoção de políticas coerentes, fortalecimento dos sistemas estatísticos nacionais, sistemas de monitoramento e avaliação, estruturas de gerenciamento de riscos e compartilhamento de dados.
· COLABORAÇÃO[footnoteRef:1] [1: O princípio descrito acima é o da Colaboração. O princípio da Integridade trata da importância da honestidade e justiça na promoção de políticas públicas. Já o princípio da Não exclusão destaca que as políticas públicas devem levar em consideração as necessidades e aspirações de todos os segmentos da sociedade. Por fim, o princípio da Equidade intergeracional trata do equilíbrio das necessidades de curto prazo da geração atual com as necessidades de longo prazo das gerações futuras, avaliando o impacto do desenvolvimento sustentável.] 
As instituições de todos os níveis do governo e de todos os setores devem trabalhar em conjunto, além de atuar junto a atores não estatais com o mesmo objetivo ou finalidade. Isso inclui a colaboração, coordenação, integração e diálogo entre os níveis de governo e áreas funcionais.
PRINCÍPIOS DE RESPONSABILIDADE - Indicando de que modo as instituições devem aplicar estas políticas.
· INTEGRIDADE
Para servir ao interesse público, os funcionários públicos devem cumprir com seus deveres oficiais de maneira honesta e justa. Para isso, devem-se promover políticas, práticas e órgãos anticorrupção, códigos de conduta para funcionários públicos, compras públicas competitivas, eliminação de suborno e comércio de influência, políticas de conflito de interesses, proteção a denunciantes e fornecimento de remuneração adequada.
· TRANSPARÊNCIA
Para garantir a prestação de contas, as instituições devem ser transparentes na execução de suas funções e promover o acesso à informação, sujeitas apenas às exceções específicas e limitadas previstas em lei. Exemplos de práticas de acordo com o princípio da transparência são: a divulgação proativa de informações, transparência orçamentária e dados abertos do governo.
· SUPERVISÃO INDEPENDENTE
Para que se tenha confiança no governo, as agências de supervisão precisam agir estritamente de modo profissional e devem ser independentes. Este princípio abrange a promoção da independência das agências reguladoras, acordos para a revisão de decisões administrativas por tribunais ou outros órgãos, auditoria independente e respeito à legalidade.
PRINCÍPIOS DE INCLUSÃO - Enfatizando a importância destas políticas atenderem a todo o público-alvo.
· NÃO EXCLUSÃO
Para garantir que todos os seres humanos possam ter dignidade, as políticas públicas precisam levar em consideração as necessidades e aspirações de todos os segmentos da sociedade, incluindo os mais pobres e vulneráveis e os sujeitos à discriminação. Como exemplos, destaca-se a promoção de políticas fiscais e monetárias equitativas.
· NÃO DISCRIMINAÇÃO
Para respeitar, proteger e promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos, o acesso ao serviço público deve ser concedido em termos gerais de igualdade, sem distinção de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, propriedade, nascimento, incapacidade ou outro status. As estratégias podem incluir a promoção da diversidade da força de trabalho do setor público, proibição de discriminação na prestação de serviços públicos, padrões de acessibilidade, entre outros.
· PARTICIPAÇÃO
Todos os grupos políticos significativosdevem se envolver ativamente em assuntos que os afetem diretamente e tenham a chance de influenciar políticas. Os exemplos são eleições livres e justas, processo regulatório de consulta pública, fóruns com várias partes interessadas, orçamento participativo e desenvolvimento orientado pela comunidade.
· SUBSIDIARIEDADE
Para promover um governo que responda às necessidades e aspirações de todas as pessoas, as autoridades centrais devem executar apenas as tarefas que não podem ser executadas efetivamente em um nível mais intermediário ou local. Os exemplos incluem federalismo fiscal, fortalecimento da governança urbana, fortalecimento das finanças municipais e sistemas financeiros locais, aprimoramento da capacidade local de prevenção.
· EQUIDADE INTERGERACIONAL
Este princípio trata da importância da equidade entre a geração atual e as futuras. Para promover a prosperidade e a qualidade de vida de todos, as necessidades de curto prazo da geração atual devem ser equilibradas com as necessidades de longo prazo das gerações futuras
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES MULTILATERAIS - Juntamente aos governos, as organizações multilaterais, também chamadas de organismos internacionais ou instituições multilaterais, têm um papel crucial no incentivo ao desenvolvimento sustentável, permitindo que diferentes países e instituições contribuam conjuntamente para o melhor a todos.
As ORGANIZAÇÕES MULTILATERAIS podem atuar conjuntamente de diferentes maneiras, por exemplo, adotando normas comuns de comportamento social ou político entre os países-membros, planejando ações comuns, realizando pesquisas conjuntamente e prestando serviços de cooperação, seja ela econômica, cultural ou médica.
	ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) - A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é uma organização internacional formada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela paz e desenvolvimento mundiais.
A ONU tem um papel fundamental na trajetória para o crescimento sustentável publicando o Relatório Brundtland, em 1987, através da Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), a qual é vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Assim, esta organização desempenha um papel imprescindível para alcançarmos tais objetivos de desenvolvimento sustentável. É importante observar que a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) estão vinculadas à ONU, enfatizando seu papel fundamental.
	ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE) - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma instituição econômica intergovernamental para estimular o desenvolvimento econômico e o comércio mundial. Ela discute políticas públicas e econômicas, apoiando-se nos princípios da democracia representativa e nas regras da economia de mercado.
Esta organização tem uma história de envolvimento com os principais processos das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento e bem-estar humano, financiamento para o desenvolvimento, sustentabilidade ambiental e mudanças climáticas.
· Apoiar os países na identificação de onde estão atualmente em relação aos ODS, onde precisam estar e propor caminhos sustentáveis com base em evidências;
· Reafirmar seu papel como fonte de conhecimento, dados, boas práticas e padrões nos setores econômico, social e áreas ambientais de políticas públicas relevantes para os ODS;
· Incentivar políticas melhores e mais coerentes que possam ajudar a entregar os ODS, através do uso das principais abordagens da OCDE, como a avaliação por pares, o monitoramento e elaboração de relatórios estatísticos e o diálogo sobre políticas (OECD, 2016).
	ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) - A Organização Mundial do Comércio pode contribuir para alcançarmos a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e seus ODS.
A OMC identificou etapas que ajudariam a garantir que o comércio internacional contribua para acelerar o progresso na consecução dos ODS. São elas:
	1
	Integrar o comércio nacional e criar estratégias setoriais para alcançar os ODS;
	2
	 Fortalecer o sistema multilateral de comércio, para que possa continuar apoiando o crescimento inclusivo, o emprego e a redução da pobreza;
	3
	 Continuar reduzindo os custos comerciais através da implementação completa do Acordo de Facilitação do Comércio;
	4
	 Desenvolver capacidade do lado da oferta e infraestrutura relacionada ao comércio em países em desenvolvimento;
	5
	 Focar na diversificação das exportações e adição de valor;
	6
	 Melhorar o setor de serviços;
	7
	 Aplicar regras de origem flexíveis e aumentar a utilização de esquemas de preferências;
	8
	 Garantir que medidas não tarifárias não se tornem barreiras ao comércio;
	9
	 Fazer do e-commerce uma força para inclusão;
	10
	 Apoiar as micro, pequenas e médias empresas a se envolverem no comércio internacional.
	BANCO MUNDIAL - Também chamado de Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), O Banco Mundial é uma agência especializada independente do Sistema das Nações Unidas.
O Banco Mundial é a maior fonte global de assistência para o desenvolvimento, proporcionando cerca de US$60 bilhões anuais em empréstimos e doações aos 187 países-membros.
	FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma agência especializada das Nações Unidas que foi concebida na conferência de Bretton Woods, New Hampshire, Estados Unidos, em julho de 1944.
O FMI trabalha para promover a cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover o alto nível de emprego e o crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo.
· PESSOA
· PROSPERIDADE 
· PLANETA 
· PAZ 
· PARCERIAS
	ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) - Única agência tripartida da ONU, desde 1919, a OIT reúne governos, empregadores e trabalhadores de 187 Estados-membros para estabelecer padrões de trabalho, desenvolver políticas e elaborar programas que promovam trabalho decente para todas as mulheres e homens.
O trabalho decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT:
Respeito aos direitos no trabalho, especialmente aqueles definidos como fundamentais (liberdade sindical, direito de negociação coletiva, eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação e erradicação de todas as formas de trabalho forçado e trabalho infantil);
Promoção do emprego produtivo e de qualidade;
Ampliação da proteção social;
Fortalecimento do diálogo social.
ACORDO INTERNACIONAL - é um documento pelo qual um Estado ou uma organização internacional assume obrigações e adquire direitos perante outros no âmbito do direito internacional, servindo para estabelecer uma parceria em áreas específicas.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (2020), são comumente denominados “tratados”, “convenções” ou, mesmo, “acordos” e criam um compromisso jurídico, podendo servir para apontar possíveis formas de cooperação futura. Os acordos internacionais que serão apresentados demonstram a preocupação crescente com a sustentabilidade e, por meio deles, podemos compreender melhor quais iniciativas já foram tomadas em diferentes dimensões da sustentabilidade, sejam elas econômicas, sociais ou ambientais.
· Primeiramente, há as conferências e declarações internacionais diretamente focadas no desenvolvimento sustentável.
· Existem, também, documentos internacionais que tratam de aspectos relevantes da sustentabilidade.
· Por fim, há instrumentos internacionais que, embora tenham por objetivo tratar de outros assuntos, mencionam expressamente o compromisso com o desenvolvimento sustentável.
CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS - destaca-se a Declaração da Conferência de Estocolmo de 1972, que estabeleceu a obrigação de assegurar que o desenvolvimento seja compatível com a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente para benefício da população.
	É importanteobservar que a Rio-92 gerou outros importantes instrumentos internacionais, entre eles a Agenda 21 e a Convenção do Clima
Vale notar que a Convenção do Clima provocou sucessivas declarações por parte dos Estados reforçando seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável nas Conferências Anuais das Partes (COPs). Isto pode ser observado na COP-3, a qual deu origem ao Protocolo de Kyoto de 1997.
	O Acordo de Paris foi aprovado a fim de reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e impactos das mudanças climáticas (Conferência das Partes, 2015).
ACORDOS E TRATADOS INTERNACIONAIS - Uma segunda categoria é a dos acordos que abordam aspectos significativos da sustentabilidade, identificando problemas globais que dependem da cooperação internacional para serem tratados de forma efetiva. Entre estes temas, destacam-se: a defesa dos direitos humanos e a melhoria na qualidade de vida, a garantia de condições satisfatórias de trabalho, o uso racional dos recursos naturais, a defesa da ética e da transparência e a condenação da corrupção, a preservação de diferentes ecossistemas e o controle de diversos tipos de poluição.
· a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948;
· o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966;
· a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar de 1982;
· a Declaração da OIT sobre os princípios e direitos fundamentais no trabalho de 1998;
· a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção de 2005;
· o Protocolo de Montreal sobre as substâncias que prejudicam a Camada de Ozônio de 1987;
· a Convenção de Roterdã sobre o Procedimento de Consentimento Prévio Informado aplicado a certos agrotóxicos e substâncias químicas perigosas de 1998.
	Existem diversos outros instrumentos internacionais que mostram como a sustentabilidade, em suas mais diversas vertentes, é um valor presente na comunidade internacional nos últimos anos. É importante observar que diversos desses documentos mais recentes fazem questão de, além de tratar dos assuntos específicos para os quais foram criados, afirmar explicitamente a necessidade de se alcançar um desenvolvimento sustentável.
EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL --------) RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
Tratava-se de promover a aplicação dos princípios éticos tradicionais nas empresas, tais como confiança, honestidade, integridade e senso de justiça. Percebemos, então, que a responsabilidade ética tinha como foco o indivíduo – neste caso, os gestores das empresas –, e não a empresa como um todo (KREITLON, 2004).
	Bowen (1953) foi o primeiro a tentar teorizar a relação entre corporações e sociedade. O pesquisador norte-americano considerava as empresas como importantes centros de poder e de influência sobre o meio em que estivessem inseridas. Caberia aos denominados “homens de negócio” assumir posturas éticas condizentes com os valores morais e as expectativas da sociedade.
A partir da década de 1970, surgiram novos estudos relativos à Responsabilidade Social Empresarial. A discussão da época se dividia em duas principais correntes que serão explicadas ao longo do conteúdo:
· Defendia a primazia dos interesses dos acionistas como objetivo final das organizações.
· Considerava que as empresas deveriam identificar e incorporar as expectativas e necessidades de todos os grupos de interesse das organizações.
VISÃO DOS STOCKHOLDERS - a empresa está vinculada aos stockholders (sócios e acionistas), e deve priorizá-los, mantendo a busca por maximização dos retornos financeiros.
VISÃO DOS STAKEHOLDERS - á neste esquema, apresenta-se a RSE pela visão dos stakeholders. Assim, a empresa está ligada aos stockholders, mas também a outros atores da sociedade em que está inserida, como gestores, credores, fornecedores, funcionários, clientes, comunidade local e governo. Nessa visão, a ideia básica da RSC é que empresas e sociedade são entidades interligadas, e não distintas.
	A corrente baseada na visão dos stakeholders defende que as atividades empresariais estão inseridas nas sociedades. Portanto, os gestores têm o dever de respeitar e promover todos os afetados pela empresa, como funcionários, fornecedores, clientes, consumidores, investidores, comunidades, governos etc.
· FUNCIONÁRIOS - Têm seus empregos e esperam salários e benefícios em troca de seu trabalho. Os fornecedores ofertam o suprimento de matérias-primas, contribuindo para a determinação da qualidade e do preço final dos produtos.
· ORGANIZAÇÃO - É cliente de seu fornecedor e também seu stakeholder.	
· CONSUMIDORES - Trocam recursos com a organização, recebendo produtos ou serviços e fornecendo recurso monetário.
· COMUNIDADE LOCAL - Garante à organização o direito de construir instalações em troca de taxas e contribuições, e a organização deve atentar-se para atenuar ou não gerar externalidades negativas (MACHADO FILHO, 2006).
	Visão dos stakeholders se baseia na ideia de que o saldo final da atividade de determinada organização empresarial deve levar em consideração os retornos que otimizam os resultados de todos os stakeholders envolvidos, e não apenas os resultados dos acionistas.
Jensen (2000) propôs um novo foco baseado na convergência das visões de stockholders e stakeholders, sendo denominado enlightened stakeholder theory. Neste, as empresas devem ter objetivos claros de criação de valor – parâmetro básico que deve guiar as ações dos gestores. Dessa maneira, o objetivo clássico final da empresa de obter lucros continua vigente.
Contudo, para atender a esse propósito, a empresa leva cada vez mais em consideração a preocupação com o conjunto de stakeholders. Assim, essa contribuição teórica traz pontos de convergência das correntes anteriormente expostas (MACHADO FILHO, 2006).
Friedman (1970) afirmava que a RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL - Para Friedman (1970), os gestores deveriam atuar somente com o objetivo de aumentar os lucros dos acionistas e cotistas da empresa, não se responsabilizando por outros agentes afetados por ela.
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E BUSCA PELO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - problemática ambiental também ganhava força e foi tema de conferências internacionais.
Entre estas, destacamos a Conferência de Estocolmo de 1972, que estabeleceu uma declaração, assegurando que o desenvolvimento fosse compatível com a necessidade de proteger e melhorando o meio ambiente para benefício da população. Assim, uma de suas principais contribuições foi reconhecer a dimensão ambiental como uma das condicionantes do crescimento econômico.
	Eventos como a Conferência de Estocolmo aproximaram o conteúdo da Responsabilidade Social Empresarial das questões ambientais, razão pela qual as abordagens atuais sobre RSE trazem a questão ambiental como um dos temas tratados na gestão organizacional. Afinal, foram evidenciados aspectos prejudiciais da atividade empresarial sobre a qualidade do ambiente, tanto no contexto interno quanto externo à organização.
Entre muitas definições, é comumente utilizado o conceito de desenvolvimento sustentável apresentado no Relatório Brundtland.
São destacados ainda três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável:
· Proteção ambiental;
· Crescimento econômico;
· Equidade social.
Esses três componentes podem ser apresentados como as dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
Entre as várias definições de Responsabilidade Social Empresarial que hoje buscam se estabelecer como gerais e consensuais, podemos citar a formulada pelo Banco Mundial, ao aconselhar governos de países em desenvolvimento sobre o papel das políticas públicas no estímulo à RSE:
	RSE é o compromisso empresarial de contribuir para o desenvolvimentoeconômico sustentável, trabalhando em conjunto com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar sua qualidade de vida, de maneira que sejam boas tanto para as empresas quanto para o desenvolvimento.”
Em 2015, os 193 Estados-membros das Nações Unidas concordaram em um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. O plano ficou conhecido como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas como desdobramentos desses objetivos.
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E FUTURO DAS ORGANIZAÇÕES - Deve ser vista como prática para gerenciar a empresa como um todo, de maneira integrada a seu processo produtivo e à gestão, e não como atitude tomada de modo desarticulado. Assim, a empresa passou a levar em consideração a questão social na sua organização.
DIFERENTES ASPECTOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA -A estratégia da empresa deve levar em consideração os impactos do negócio em toda sua rede de relacionamentos, como sócios e acionistas, funcionários, fornecedores, consumidores, comunidade e governo.
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA - a expressão se refere às decisões de negócios tomadas com base em valores éticos que incorporem as dimensões legais, o respeito pelas pessoas, pelas comunidades e pelo meio ambiente.
· RESPONSABILIDADE ECONÔMICA - Envolve as obrigações da empresa em ser produtiva e rentável. Antes de tudo, a organização é a unidade econômica básica de nossa sociedade. Assim, a Responsabilidade Social da empresa é econômica por natureza.
· RESPONSABILIDADE LEGAL - Corresponde às expectativas, por parte da sociedade, de que as empresas cumpram suas obrigações de acordo com o arcabouço legal existente naquela localidade.
· RESPONSABILIDADE ÉTICA - Refere-se às empresas que, dentro do contexto em que se inserem, tenham um comportamento apropriado de acordo com as expectativas existentes entre os agentes da sociedade.
· RESPONSABILIDADE DISCRICIONÁRIA OU FILANTRÓPICA - Reflete o desejo comum de que as empresas estejam ativamente envolvidas na melhoria do ambiente social. Esta dimensão da Responsabilidade Social atua, portanto, além das funções básicas tradicionalmente esperadas da atividade empresarial e pode ser considerada uma extensão da dimensão ética.
	
Quando tratamos da Responsabilidade Social, devemos abordar a Norma ISO 26000, que determina diretrizes nessa área. Criada em 1º de novembro de 2010, em Genebra, esta foi a primeira norma internacional de Responsabilidade Social Organizacional.
A ISO 26000 é uma norma de diretrizes que funciona como um guia de promoção de boas práticas de gestão nas empresas, sem o propósito de certificação. Pode ser aplicada a todos os tipos e portes de organizações (pequenas, médias e grandes) e de todos os setores (governo, Organizações Não Governamentais e empresas privadas).
	A Norma ISO 26000 visa à criação de incentivos para que as empresas tenham como base ações que respeitem a Responsabilidade Social. A criação da norma permite avaliar diretrizes que norteiam esse processo e criam indicadores para que as empresas possam progredir para uma maior responsabilidade.
De acordo com a Norma ISO 26000, a Responsabilidade Social é a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente.
Esse comportamento ético e transparente deve (BRASIL, 2020):
· Contribuir para o desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e o bem-estar da sociedade;
· Levar em consideração as expectativas das partes interessadas;
· Estar em conformidade com a legislação aplicável;
· Ser consistente com as normas internacionais de comportamento;
· Estar integrado a toda a organização;
· Ser praticado nas relações organizacionais.
A ISO 26000 destaca, ainda, sete princípios da Responsabilidade Social Empresarial (BRASIL, 2020) que correspondem a conceitos gerais que as empresas devem levar em conta. São eles:
1. ACCOUNTABILITY- Ato de responsabilizar-se pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo por seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, prestando contas aos órgãos de governança e às demais partes interessadas, bem como declarando seus erros e as medidas cabíveis para remediá-los.
2. TRANSPARÊNCIA - Fornecer às partes interessadas, de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados, todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las.
3. COMPORTAMENTO ÉTICO - Agir de modo aceito como correto pela sociedade (com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza) e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento.
4. RESPEITO PELOS INTERESSES DOS STAKEHOLDERS - Ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou dos grupos que são partícipes nas atividades da organização ou que por ela possam ser afetados.
5. RESPEITO PELO ESTADO DE DIREITO - O ponto de partida da Responsabilidade Social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando.
6. ESPEITO PELAS NORMAS INTERNACIONAIS DE COMPORTAMENTO - Adotar prescrições de tratados e acordos internacionais favoráveis à Responsabilidade Social, mesmo que não haja obrigação legal.
7. DIREITOS HUMANOS - Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente.
A ISO 26000 também determina sete temas centrais para a Responsabilidade Social nas organizações, que representam aspectos práticos que as empresas devem buscar implementar ativamente. 
· GOVERNANÇA ORGANIZACIONAL - Trata de processos e estruturas de tomada de decisão, delegação de poder e controle. O tema é algo sobre o qual a organização deve agir e uma forma de incorporar os princípios e as práticas da Responsabilidade social a sua forma de atuação cotidiana.
· DIREITOS HUMANOS - Referem-se à resolução de queixas, combate à discriminação e proteção de grupos vulneráveis, direito civis e políticos, direitos econômicos, sociais e culturais, princípios e direitos fundamentais do trabalho.
· PRÁTICAS TRABALHISTAS - Referem-se tanto ao emprego direto quanto ao terceirizado e ao trabalho autônomo. Incluem emprego e relações de trabalho, condições laborais e proteção social, diálogo social, saúde e segurança no trabalho, desenvolvimento humano e treinamento no local de trabalho.
· MEIO AMBIENTE - Inclui prevenção da poluição, uso sustentável de recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, proteção do meio ambiente e da biodiversidade, e restauração de habitats naturais.
· PRÁTICAS LEAIS DE OPERAÇÃO - Compreendem práticas anticorrupção, envolvimento político responsável, concorrência leal, promoção da Responsabilidade Social na cadeia de valor e respeito aos direitos de propriedade.
· DIREITOS DOS CONSUMIDORES - Incluem marketing leal, informações não tendenciosas e práticas contratuais justas, proteção à saúde e à segurança do consumidor, consumo sustentável, atendimento e suporte ao consumidor, bem como solução de reclamações e controvérsias, proteção e privacidade dos dados do consumidor, acesso a serviços essenciais e educação, e conscientização.
· ENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE - Refere-se ao envolvimento da comunidade, à educação e à cultura, à geração de emprego e à capacitação, ao desenvolvimento tecnológico e ao acesso a tecnologias, à geração de riqueza e renda, à saúde e investimento social.
REPUTAÇÃO CORPORATIVA E FUTURO DAS ORGANIZAÇÕES - Em síntese, a reputação é o produto de um processo competitivo, no qual a empresa sinaliza suas características distintas para o público (interno e externo), o que resulta em seu status moral e socioeconômico.
Com a forte concorrência, em muitas situações, o fator determinante para a sobrevivência das empresas pode depender do desenvolvimento e da sustentação de uma reputaçãofavorável.
	Uma reputação favorável pode revelar, aos consumidores, a qualidade dos produtos e serviços da empresa, permitindo que tenham preços diferenciados. Além disso, a boa reputação eleva a autoestima dos funcionários da empresa, o que se pode traduzir em maior produtividade.
Assim, observamos que a construção de uma reputação, a partir de uma conduta socialmente responsável, tem efeitos positivos com diferentes stakeholders, trazendo benefícios às empresas que adotam esse comportamento.
Como já mencionamos, de acordo com o Relatório Brundtland (1987), o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da sociedade no presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras em atender a suas próprias necessidades. No módulo anterior, apresentamos três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável: proteção ambiental, equidade social e crescimento econômico. Aqui, também dividiremos a conduta socialmente responsável das empresas em três faces, de acordo com os três componentes do desenvolvimento sustentável. Essas faces trazem diferentes benefícios para a empresa, como veremos a seguir.
1. A primeira face da conduta socialmente responsável trata da gestão corporativa preocupada com o meio ambiente.
2. A segunda face da conduta socialmente responsável trata da igualdade social por meio da Responsabilidade Social Corporativa, que leva em consideração todas as partes interessadas (stakeholders) nas atividades da organização. A Responsabilidade Social Corporativa demanda que a empresa abrace a expectativa das partes interessadas nos níveis econômico, legal, ético e discricionário, apresentados por Carroll (1979), e envolve três processos (ZUQUETTO, 2019):
· AVALIAÇÃO DO AMBIENTE - Permite que a organização identifique questões sociais, econômicas e ambientais e que responda a elas. Por meio da gestão das partes interessadas, a empresa responde aos indivíduos dentro e fora da organização. 
· GESTÃO DAS PARTES INTERESSADAS - Permite que a empresa desenvolva bons relacionamentos, os quais devem contribuir com o bom desempenho das atividades. Empresas que não compreendem as demandas dos stakeholders podem perder a oportunidade de desenvolver bons relacionamentos e prejudicar sua própria imagem por não estarem abertas a dialogar.
· GESTÃO DAS QUESTÕES SOCIAIS - Envolve as decisões de, por exemplo, não empregar crianças, não usar trabalho escravo, não fabricar produtos ilícitos e não se envolver com parceiros sem ética.
3. A terceira face da conduta socialmente responsável trata da prosperidade econômica por meio da criação de valor. Empresas criam valor com base nos bens e serviços que produzem. Uma organização pode aumentar seu valor por meio de melhorias de eficiência e de qualidade de seus bens e serviços, impactando sua imagem com seus clientes e ampliando seus lucros.
Gestão corporativa preocupada com o meio ambiente, a empresa está preocupada com sua pegada ambiental e, com isso, melhora sua eficiência, obtendo como resultado menores custos, menos gasto e desperdício, e, consequentemente, maior margem de lucro.
Equidade social, uma empresa que se preocupa com as demais partes envolvidas age com ética e compromete as partes interessadas, sejam clientes, fornecedores, sejam governo, sociedade e funcionários. Além disso, pode promover a melhoria de seus processos, produtos e serviços, bem como beneficiar sua imagem com clientes e com a comunidade na qual está inserida.
Prosperidade econômica que envolve a criação de valor, uma empresa deve criar valor para ela e para os outros. Aquela que busca apenas criar valor para si mesma, e não melhorar, não inovar, não criar valor para o cliente, corre o risco de se tornar irrelevante no mercado. A empresa deve buscar um equilíbrio e criar valor para todas as partes interessadas que podem impactar em suas operações atuais e futuras (ZUQUETTO, 2019)
	Os três pilares fundamentais da conduta socialmente responsável associada ao desenvolvimento sustentável são: pegada ambiental, ética e criação de valor para todas as partes. Isso significa que a conduta empresarial esperada deve se preocupar com a redução de sua pegada ambiental a partir da diminuição de desperdícios e da implementação de práticas sustentáveis. Além disso, requer um operar ético, de modo a respeitar todas as partes. Por fim, exige a criação de valores para todos, não apenas visando ao interesse próprio da empresa.
GEE – GASES DO EFEITO ESTUFA
PAINEL INTERGOVERNAMENTAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS - O efeito estufa é um fenômeno natural e necessário para a preservação da vida na Terra, pois mantém o planeta aquecido e habitável ao permitir que parte da radiação solar refletida de volta para o espaço seja absorvida pelo planeta.
	Quando atinge a superfície da Terra, grande parte dessa radiação é refletida como radiação infravermelha, que é capturada por uma camada de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera. Os GEE são conhecidos assim por exercerem a função do vidro de uma estufa, permitindo a passagem da radiação solar, embora evitem a liberação da radiação infravermelha emitida pela Terra.
Portanto, a vida em suas formas atuais se deve a esses gases.
	A mudança climática é um fenômeno natural amplificado pela ação do homem.
	MITIGAÇÃO - Intervenção humana para reduzir as emissões por fontes de gases de efeito estufa e fortalecer as remoções por sumidouros de carbono, como florestas e oceanos. 
ADAPTAÇÃO - Estratégia de resposta de qualquer sistema à mudança do clima no esforço para prevenir-se contra possíveis danos e explorar eventuais oportunidades benéficas. Diferentemente da mitigação, os benefícios resultantes dessa série de ajustes são locais e de curto prazo.
A partir dessa avaliação, o IPCC fornece aos governos, em todos os níveis, informações científicas que lhes permitem desenvolver políticas climáticas. Além disso, seus relatórios também são uma contribuição importante nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas.
RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO - Desde a criação do IPCC, cada relatório de avaliação tem contribuído diretamente para a formulação internacional de políticas climáticas. Estabeleceremos a seguir um histórico sobre os principais relatórios, descrevendo em seguida suas principais características e aplicações.
	IPCC - Avaliar as informações relevantes para uma compreensão das mudanças climáticas, assim como dos impactos, riscos futuros e opções de adaptação e mitigação, fornecendo-as, em seguida, aos governos. O IPCC pretende sugerir maneiras de combater problemas climáticos, como o aquecimento global, apontando suas causas, seus efeitos e os riscos que ele pode gerar para a humanidade.
	1990: PRIMEIRO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO (FAR)
Destacou a importância das mudanças climáticas como um desafio com consequências globais e exigiu uma cooperação internacional. O FAR desempenhou ainda um papel decisivo na criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
1995: SEGUNDO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO (SAR)
O SAR forneceu material importante para que os governos se preparassem para a adoção do Protocolo de Quioto – ele também será apresentado no próximo módulo – dois anos depois.
2001: TERCEIRO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO (TAR)
Concentrou a atenção nos impactos das mudanças climáticas e na necessidade de adaptação
2007: Quarto Relatório de Avaliação (AR4) - A AR4 lançou as bases para um acordo pós-Quioto, concentrando-se em limitar o aquecimento global a 2°C. 
· Dióxido de carbono (CO2): Entre as origens antrópicas das emissões de dióxido de carbono, destacam-se a combustão de combustíveis fósseis e a mudança no uso da terra (incluindo o desmatamento e o cultivo de áreas antes não explorados, pois, ao ará-la, o CO2 do solo é liberado);/li>
· Metano (CH4): Entre suas origens antrópicas, destacam-se a agricultura (por exemplo, o cultivo de arroz), a criação de gado (uma vez que a digestão do gado também gera emissões de metano) e, finalmente, os resíduos, cuja decomposição produz, quando deixada ao ar livre,metano.
2013-2014: Quinto Relatório de Avaliação (AR5) - O AR5 foi finalizado com base na revisão de milhares de pesquisas científicas, servindo de contribuição científica para o Acordo de Paris (que será amplamente analisado no próximo módulo). Fornecendo uma análise das alterações no clima, o AR5 conclui que:
· A mudança climática é real;
· As atividades humanas são sua principal causa.
O relatório fornece ainda uma avaliação abrangente do aumento do nível do mar nas últimas décadas. Além disso, os estudos apresentados também estimam as emissões acumuladas de CO2 desde a época pré-industrial e fornecem um orçamento dele para futuras emissões.
	Com isso, o AR5 busca limitar o aquecimento global a menos de 2°C. Cerca de metade desse valor máximo já foi emitido até 2011.
2018: Relatório Especial do IPCC sobre o Aquecimento Global de 1,5°C (SR15) - Em outubro deste ano, o SR15 abordou os impactos do aquecimento global. Sua conclusão foi a seguinte: limitá-lo a 1,5°C exigiria mudanças rápidas, profundas e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade.
	Este relatório constatou que essa limitação poderia garantir uma sociedade mais sustentável e equitativa. Enquanto as estimativas anteriores se concentravam em estipular os danos se as temperaturas médias subissem 2°C, o SR15 mostrou que muitos dos impactos adversos das mudanças climáticas já surgirão na marca de 1,5°C.
Ele ainda destaca impactos das mudanças climáticas que poderiam ser evitados ao se limitar o aquecimento global a 1,5°C ao invés de 2°C ou mais. Estima-se que as atividades humanas tenham causado o aumento de aproximadamente 1°C desde a era pré-industrial.
Os modelos climáticos projetam diferenças robustas nas características climáticas regionais entre o aquecimento atual e o global de 1,5°C, assim como as existentes entre 1,5°C e 2°C, incluindo as disparidades em relação aos aumentos na temperatura média na maioria das regiões terrestres e oceânicas.
Fonte: (IPCC, 2018)
Em uma projeção para o ano de 2100, por exemplo, a elevação global do nível do mar seria 10cm mais baixa com um aquecimento global de 1,5°C se comparada com o de 2°C. Já os recifes de corais declinariam de 70% a 90% com o aquecimento de 1,5°C, enquanto praticamente todos seriam perdidos com um aumento de 2°C.
O relatório conclui que limitar o aquecimento global a 1,5°C exigiria transições rápidas na terra, na energia, na indústria, nos edifícios, nos transportes e nas cidades.
ATUALMENTE: SEXTO CICLO DE AVALIAÇÃO
	Três relatórios especiais; (Primeiro desses relatórios especiais, o SR15, conforme frisamos, foi solicitado pelos governos participantes do Acordo de Paris.)
	Um relatório de metodologia;
	Sexto relatório de avaliação.
O IPCC é dividido em três grupos de trabalho e uma força-tarefa. Cada um deles lida com:
	Grupo de trabalho I: Base das ciências físicas das mudanças climáticas;
	Grupo de trabalho II: Impactos das mudanças climáticas, a adaptação e a vulnerabilidade;
	Grupo de trabalho III: Mitigação das mudanças climáticas;
	Força-tarefa: Desenvolvimento e refinamento de uma metodologia para o cálculo e o relatório das emissões e remoções nacionais de GEE.
ACORDOS CLIMÁTICOS – 
CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE A MUDANÇA DO CLIMA - Em 1992, a Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro e conhecida como Rio-92, produziu a UNFCCC como primeiro passo no combate à mudança climática. Ela, no entanto, só entrou em vigor em 21 de março de 1994.
	UNFCCC tem como objetivo estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera em um nível que impeça uma interferência humana perigosa no sistema climático.
· A UNFCCC reconhece que a maior parcela das emissões globais históricas e atuais de GEE é originária dos países desenvolvidos. 
· UNFCCC estabeleceu mecanismos operacionais de financiamento aos países em desenvolvimento. 
· UNFCCC assume que a participação dos diferentes países em uma resposta internacional às mudanças climáticas deve ocorrer conforme suas respectivas capacidades e condições sociais e econômicas.
PROTOCOLO DE QUIOTO - A partir das negociações feitas para fortalecer a resposta global às mudanças climáticas, foi criado, em 11 de dezembro de 1997, o Protocolo de Quioto. Contudo, devido a um complexo processo de ratificação, ele só entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. Atualmente, 192 países são considerados partes desse protocolo.
Funcionando de maneira complementar à UNFCCC, o Protocolo de Quioto definia metas de redução de emissões para países:
	Desenvolvidos
	Considerados responsáveis históricos pela mudança atual do clima (ainda que, naquela época, apresentassem uma economia em transição para o Capitalismo).
A própria convenção pede apenas que esses países: 
· Adotem políticas e medidas de mitigação; 
· Apresentem relatórios periodicamente. 
O PROTOCOLO DE QUIOTO é baseado nos princípios e nas disposições da convenção, embora seu diferencial esteja na interligação dos países desenvolvidos e no destaque ao princípio mencionado anteriormente de “responsabilidade comum, mas diferenciada”. Afinal, esses países são reconhecidos como os principais responsáveis pelos altos níveis atuais de emissões de GEE na atmosfera.
	Os países que fazem parte do Protocolo de Quioto devem atingir suas metas, principalmente por meio de medidas nacionais. Ele também estabeleceu um rigoroso sistema de monitoramento, revisão e verificação para garantir a transparência e poder responsabilizar as partes.
ACORDO DE PARIS - Seu objetivo central é fortalecer uma resposta global à ameaça da mudança climática, mantendo a elevação da temperatura global neste século bem abaixo de 2ºC e buscando esforços para limitá-la a 1,5°C.
CONTRIBUIÇÃO NACIONALMENTE DETERMINADA (NDC) - que define os compromissos dos países na redução das emissões de GEE. 
As NDCs estão no cerne do Acordo de Paris e da realização desses objetivos a longo prazo, incorporando os esforços de cada país para reduzir as emissões nacionais e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. 
O Acordo de Paris exige que cada parte prepare, comunique e mantenha sucessivas NDCs. As partes devem adotar medidas domésticas de mitigação para alcançar tais contribuições. Cada plano climático leva em consideração as circunstâncias e capacidades domésticas dos países.
	Quanto ao financiamento, o Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação nos países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito do apoio financeiro é a possibilidade de financiamento entre países em desenvolvimento.
	O Acordo de Paris demonstra, portanto, a preocupação de:
· Formalizar o processo de desenvolvimento de contribuições nacionais;
· Oferecer requisitos obrigatórios para avaliar e revisar o progresso delas.
Esse mecanismo exige que os países atualizem continuamente seus compromissos, permitindo a ampliação de suas ambições e o aumento das metas de redução de emissões, evitando, assim, qualquer retrocesso. A partir do início da vigência do acordo, haverá ciclos de revisão desses objetivos de redução de GEE a cada cinco anos.
DIMENSÕES DOS IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS - As mudanças climáticas ampliarão os riscos existentes e criarão outros para os sistemas naturais e humanos. Eles são desigualmente distribuídos, sendo geralmente maiores para pessoas e comunidades desfavorecidas nos países em desenvolvimento.
Dividiremos os impactos ocasionados pela mudança climática em cinco dimensões.
1. BIODIVERSIDADE - A biodiversidade não indica apenas o número de espécies, mas também a natureza das interações entre elas. É difícil, contudo, avaliar o impacto nas que não são diretamente ameaçadas pelas mudanças climáticas daquelas que o são.
2. RECURSOS HÍDRICOS - Atualmente, o acesso à água potável não é universal, existindo problemas desse porte em muitos países. A mudança climática reforçará essas desigualdades devido a problemas, como, por exemplo, o aumento de episódios de seca. A questão do acesso aosrecursos hídricos será central no futuro, pois ela poderá ocasionar conflitos entre as populações e movimentos de deslocamento em massa das populações.
3. AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR - Os sistemas agrícolas de alguns países terão dificuldade de se adaptar às mudanças climáticas. Nos considerados desenvolvidos que estejam localizados em zonas temperadas, existe, em geral, uma capacidade técnica e econômica para adaptar tais sistemas às mudanças climáticas. Além disso, os sistemas agrícolas desses países podem até se beneficiar do efeito nos rendimentos do aumento da concentração de CO2 da atmosfera. Já os países em desenvolvimento não têm capacidade técnica nem econômica para se adaptar. Portanto, os riscos de uma deterioração nos rendimentos agrícolas são altos.
4. INFRAESTRUTURA - É importante destacarmos os eventuais danos à infraestrutura causados por mudanças climáticas. Eventos ambientais extremos, como deslizamentos de terra e enchentes, podem gerar consequências:
· Imediatas, como, por exemplo, a derrubada de uma ponte);
· Lentas, como, por exemplo, a deformação de trilhos de ferrovias graças ao aumento das temperaturas. Deve-se, portanto, adaptar as infraestruturas às mudanças climáticas.
5. MIGRAÇÃO - O aumento do nível do mar estimulará deslocamentos massivos de populações de:
· Lugares ermos, como as ilhas do Pacífico, que correm o risco de desaparecer;
· Cidades costeiras que não serão capazes de adaptar sua infraestrutura à elevação do nível do mar.
Além disso, outros problemas também podem motivar movimentos migratórios.
A SOCIEDADE E O PAPEL DO BRASIL - O desenvolvimento sustentável e a equidade fornecem uma base para avaliar as políticas climáticas. Afinal, as contribuições passadas e futuras dos países para o acúmulo de GEE na atmosfera são diferentes. Além disso, eles também enfrentam desafios e circunstâncias variadas, possuindo capacidades diferentes para lidar com a mitigação e a adaptação.
	A redução de emissões de GEE requer uma ação conjunta que, em uma escala nunca vista, precisa envolver:
· Governo;
· Sociedade civil;
· Indústria de energia.
Voltaremos a falar agora sobre a adaptação. Seu conceito está estreitamente vinculado ao de vulnerabilidade, que é o grau de suscetibilidade e incapacidade de um sistema em lidar com os efeitos da mudança do clima.
No contexto do Brasil, as medidas de adaptação são normalmente implementadas como uma resposta à ocorrência de eventos extremos (naturais ou não). Listaremos a seguir alguns exemplos de medidas de adaptação:
· Fortalecimento dos sistemas e órgãos de defesa civil;
· Conservação de ecossistemas;
· Gerenciamento de zonas costeiras, vedando o estabelecimento de novas zonas residenciais em áreas sujeitas ao aumento do nível do mar;
· Gerenciamento de riscos na agricultura e pesquisas com grãos mais resistentes ao aumento da temperatura;
· Sistemas de vigilância para o avanço de doenças causadas por vetores beneficiados pelo aumento médio da temperatura, como a dengue;
· Construção de diques, considerando, segundo o 4º relatório do IPCC, o provável aumento do nível do mar em cerca de 50cm até o final do século.
EVOLUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE - Modelos econômicos tradicionais incorporavam as variáveis sociais e ambientais como externas (exógenas) ao desenvolvimento econômico, de modo que não tinham impacto direto na economia.
Entre as três dimensões das questões ASG — ambientais, sociais e de governança corporativa.
	Uma instituição com boas práticas de governança corporativa tem, portanto, uma melhor capacidade de gestão e, por isso, espera-se que ela gere melhores resultados e maior valor para os seus acionistas (IBGC, 2015).
A economia, em muitos casos, consideramos as questões ambientais e sociais como variáveis externas aos modelos, ou seja, que não têm relação com as projeções e análises (PENTEADO, 2010). Este, no entanto, é um falso dilema.
	A atenção para com o meio ambiente é fundamental para que tenhamos recursos, como água e matérias-primas, destinados à produção, assim como os recursos sociais (mão de obra) impactam a produção e o crescimento da economia.
As relações entre as áreas ambiental, social e econômica não dizem respeito apenas ao fornecimento de insumos para a produção de bens e serviços. O resultado dessa produção também gera o que chamamos de EXTERNALIDADES para a sociedade e o meio ambiente.
A poluição, as mudanças climáticas e outros fatores são exemplos dessas externalidades, que podem gerar acidentes, prejuízos à saúde da população ou até mesmo mudanças estruturais que prejudiquem a economia em longo prazo.
Ao analisar esses impactos potenciais, os investidores entendem que as questões ASG podem representar riscos à rentabilidade das suas carteiras e, por isso, aumentam a busca por informações que permitam que estes profissionais consigam incorporar, também, estes riscos aos seus processos de análise de empresas e decisão de alocação em carteira.
INVESTIMENTOS RESPONSÁVEIS - O conceito é mais amplo do que uma responsabilidade moral, já que também trata do dever que os investidores institucionais têm com os seus clientes, de analisar de forma adequada os riscos das empresas e outros ativos em que investem. Se essas questões podem, de fato, impactar a capacidade das empresas de gerar resultados, é dever desses profissionais considerá-las nas suas decisões. A esta responsabilidade, damos o nome de dever fiduciário.
RELEVÂNCIA: QUAIS QUESTÕES ASG SÃO MAIS IMPORTANTES?
Existem várias iniciativas que listam questões ambientais, sociais e de governança corporativa a serem analisadas em um processo de investimento. Entre elas, podemos selecionar como exemplo a do próprio PRI, adequada por se tratar de uma iniciativa orientada especificamente para este mercado.
Diversos fatores ASG devem ser considerados, mas eles vão depender, basicamente, do que estamos analisando. As questões mais relevantes no setor de petróleo, por exemplo, que têm impactos significativos sobre o meio ambiente, não são as mesmas do setor de educação, com um impacto muito maior sobre os aspectos sociais.
Chamamos de materialidade esse olhar setorial específico sobre as atividades de cada empresa para determinar a relevância das questões ASG.
A GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE
· Preservar o valor das empresas, evitando riscos que podem prejudicar a receita, a reputação e gerar passivos trabalhistas e em outras esferas cíveis e judiciais.
· Pode antecipar tendências e aumentar a geração de valor para os colaboradores, clientes, cadeia de fornecedores e, por consequência, os acionistas.
	Com o tempo, as questões ASG passaram a ser vistas pelos investidores como uma forma de avaliar a gestão das companhias. Aquelas que estão preocupadas com a satisfação dos seus colaboradores, a gestão adequada de fornecedores, o olhar para o meio ambiente e para a governança corporativa tendem a realizar uma gestão mais madura de suas atividades.
	A mitigação e a adaptação levantam questões de equidade e justiça. Afinal, muitos dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas contribuíram – e ainda contribuem – pouco para as emissões de GEE.
O desenho da política climática é influenciado pela maneira como indivíduos e organizações percebem riscos e incertezas, levando-os em consideração. Diferentes métodos de avaliação são realizados a partir de análises econômicas, sociais e éticas para auxiliar na tomada de decisões. A mudança climática tem as características de um problema de ação coletiva em escala global, já que as emissões de qualquer agente (por exemplo, indivíduo, comunidade, empresa, país) afetam outros agentes.
A mitigação eficaz não será alcançada se os agentes individuais promoverem os próprios interesses de forma independente. A eficácia na adaptação a essas mudanças climáticas pode ser aprimorada por meio de ações complementares em todos os níveis. Respostas cooperativas, incluindo a cooperação internacional, são necessárias para mitigar efetivamente as emissões de GEE.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)	 - Entreesses objetivos, nota-se a importância da mitigação das mudanças climáticas para a trajetória até o desenvolvimento sustentável tanto de forma direta, como veremos no ODS 13.
OS ÍNDICES DE SUSTENTABILIDADE - A criação de um índice de sustentabilidade tem como principal objetivo conferir a tese que apresentamos neste documento. Se as ações de empresas com boas práticas em sustentabilidade tendem a ter uma rentabilidade maior, poderia se esperar que um índice composto dessas empresas se valorizasse mais do que os tradicionais do mercado. Foi com esta intenção que surgiram os índices de sustentabilidade, que são carteiras teóricas de ações escolhidas por suas iniciativas e indicadores ASG.
	A previsão de que um índice composto dessas empresas se valorizasse mais do que os índices tradicionais do mercado. Destacamos que eles foram criados para indicar a valorização de empresas que respeitam as ASG.
A partir desta referência teórica, gestores de investimentos podem espelhar ou se referenciar nessa carteira e criar fundos de investimento compostos por estas ações. Assim, pessoas físicas ou grandes investidores institucionais que queiram investir em empresas mais sustentáveis podem alocar seus recursos nesses fundos de investimento.
 ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (ISE) - Os índices são uma alternativa para o desenvolvimento de produtos de investimento. Em todo o mundo, aumenta significativamente o número de investidores e o volume de recursos que adota o olhar para os riscos e oportunidades ASG, entre as suas práticas de investimento. Esses investimentos não acontecem somente no mercado de ações, e são adotados até mesmo por investidores globais na compra de títulos públicos, comparando as políticas públicas de sustentabilidade entre os países em que podem investir.
	ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTOS RESPONSÁVEIS DE IMPACTO - Consiste em definir as melhores empresas do setor de sustentabilidade. Existem diversas estratégias de desenvolvimento de investimento responsável. Uma delas é a estratégia de impacto, que envolve a avaliação não só da performance financeira, mas dos indicadores ASG — como emprego, renda e redução de emissões de GEE.
A INDÚSTRIA DE INVESTIMENTOS RESPONSÁVEIS NO MUNDO - À semelhança dos mercados tradicionais, cada investidor tem o seu jeito de escolher os ativos que compõem a sua carteira. Alguns mais conservadores, outros mais arriscados, com diferentes prazos e critérios de escolha. Isso vale para as questões ASG.
	OS PRINCÍPIOS PARA O INVESTIMENTO RESPONSÁVEL (PRI)
O PRI foi uma iniciativa que já começou grande. Lançado oficialmente em 2006, na Bolsa de Valores de Nova Iorque, os princípios foram apoiados pelas Nações Unidas, na época representadas pelo secretário-geral Koffi Annan, e contaram com a organização de 20 dos maiores investidores globais.
A ideia desses investidores foi lançar um conjunto de princípios voluntários, mas que trouxessem o compromisso dessas instituições com a agenda ASG.
Os seis princípios falam da consideração de questões ASG na decisão de investimento, da influência na adoção de melhores práticas pelas empresas, do trabalho colaborativo entre investidores e da transparência ao mercado.
Princípio 1 - Incorporaremos as questões ASG às análises e aos processos de decisão de investimentos.
Princípio 2 - Seremos proprietários ativos e incorporaremos os temas de ASG às nossas políticas e práticas de detenção de ativos.
Princípio 3 - Buscaremos a transparência adequada nas entidades em que investimos quanto às questões ASG.
Princípio 4 - Promoveremos a aceitação de implementação dos princípios dentro da indústria de investimentos.
Princípio 5 - Trabalharemos em conjunto para ampliar a eficácia na implementação dos princípios.
Princípio 6 - Reportaremos nossas atividades e progresso em relação à implementação dos princípios.
PROPRIETÁRIOS DE ATIVOS - Nesta categoria, em geral, estamos falando de grandes investidores institucionais, como fundos de pensão — públicos ou privados —, fundações, famílias com grandes fortunas e outras instituições que são detentoras de recursos de investimentos.
GESTORES DE ATIVOS - Nesta categoria, encaixam-se instituições especializadas na gestão de recursos de terceiros. Esses gestores podem, inclusive, administrar fundos ou produtos que recebam os recursos dos proprietários de ativos. Mas, também, podem criar produtos para o mercado de varejo, recebendo investimentos diretos de pessoas físicas, por exemplo.
PRESTADORES DE SERVIÇOS FINANCEIROS - Consultorias, agências de informação, bolsas de valores e outras instituições ligadas ao mercado de investimentos podem aderir ao PRI nesta categoria.
	E por que o PRI é tão importante?
Além de ter sido um dos primeiros acordos voltados para o setor financeiro, a força dos investidores institucionais que o apoiaram gerou um movimento positivo que ampliou rapidamente o número de signatários do acordo e o volume de recursos que passou a se comprometer com a agenda ASG.
No mercado local, existem algumas regulações no âmbito do Sistema Financeiro Nacional que devem ser destacadas:
RESOLUÇÃO 4.327/2014 DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) - É aplicável a todas as instituições que reportam ao Banco Central, desde os grandes bancos até cooperativas de crédito, bancos de investimento, corretoras de valores etc.
É a principal regulação do Sistema Financeiro Nacional sobre o tema, traz a necessidade de as instituições possuírem uma Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA) e um sistema de gerenciamento do risco socioambiental.
INSTRUÇÃO CVM 552 - Orientada às companhias listadas na B3, coloca entre os itens a serem divulgados em seus documentos regulatórios, especialmente o formulário de referência, questões relacionadas aos riscos socioambientais das companhias, atendimento a regulação socioambiental e instrumentos usados para a divulgação de informações ASG ao mercado.
RESOLUÇÃO 4.661/2018 DO CMN - Orientada às entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), ou fundos de pensão, como são conhecidos no mercado, a resolução orienta que, sempre que possível, as entidades observem as questões ASG em seus processos de investimento.
INSTRUÇÃO 6/2018 DA PREVIC - A superintendência nacional de previdência complementar, responsável pela supervisão das EFPC, emitiu, em complemento à Resolução 4.661/2018, uma instrução que orienta a adoção das questões ASG pelos fundos de pensão, sugerindo que estas adotem um olhar setorial para os riscos desta natureza.
FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA -O formulário de referência é um documento de divulgação obrigatória, exigido pela comissão de valores mobiliários (CVM), no qual a empresa divulga as principais informações sobre suas práticas de gestão, resultados financeiros, fatores de risco, atendimento à regulação e outras políticas relevantes.
TENDÊNCIAS DAS QUESTÕES ASG

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