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1 OMF 2 | Fisiologia | Lucas Silva Trocas gasosas e Transporte de gases ▪ O fluxo de sangue é igual ao debito cardíaco. ▪ Os vasos pulmonares se dilatam com o aumento da pressão e se contraem com a diminuição da pressão → Auxilia na distribuição do sangue pelo pulmão para as regiões mais arejadas. ▪ A diminuição do oxigênio nos alvéolos reduz o fluxo sanguíneo local (vasoconstricção) e regula a distribuição para outras regiões alveolares (vasodilatação). ▪ A baixa concentração de oxigênio nos alvéolos provoca vasoconstricção das arteríolas adjacentes. ▪ Esse efeito é importante para distribuir o fluxo sanguíneo para os alvéolos que estão mais bem oxigenados → Proporcional a pressão de oxigênio alveolar. ▪ A pressão parcial de oxigênio na atmosfera é cerca de 21% (160mmHg). ▪ O O2 exerce uma maior pressão no sangue devido a sua menor solubilidade, ao contrário do CO2. → Lei de Henry ▪ Devido a baixa solubilidade do O2 no meio sanguíneo, ele precisa ser transportado pela hemoglobina. Concentração e pressão parcial de O2 nos alvéolos: ▪ O oxigênio é continuamente absorvido dos alvéolos pelo sangue e novo oxigênio é respirado pelos alvéolos da atmosfera. ▪ Quanto mais rápido a absorção nos alvéolos menor é a concentração de oxigênio e quanto mais rápido for respirado maior é a contração nos alvéolos. ▪ A concentração e a pressão parcial de oxigênio dependem: 1. Intensidade de absorção de oxigênio pelo sangue 2. Intensidade de entrada de novo oxigênio nos pulmões pela ventilação. → Ventilação alveolar normal = 4,2L/min → Consumo tecidual O2 = 250ml/min → PO2 alveolar = 104mmHg → Se o consumo tecidual de O2 aumentar 4x, a ventilação alveolar precisa aumentar 4x para conseguir suprir as necessidades metabólicas e manter a mesma PO2. → A PO2 nunca vai ultrapassar a pressão parcial da atmosfera (160mmHg). Concentração e pressão parcial de CO2 nos alvéolos: ▪ O CO2 é continuamente formado pelo corpo e excretado pelos alvéolos na ventilação pulmonar. ▪ A PCO2 alveolar aumenta na mesma proporção da sua excreção. ▪ A PCO2 alveolar diminui de forma inversamente proporcional a ventilação alveolar. → A análise gráfica do CO2 é segue o mesmo raciocínio da análise de O2. Unidade respiratória ▪ É a unidade responsável pela troca gasosa → Bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. ▪ As paredes alveolares são extremamente delgadas e entre eles existem muitos capilares sanguíneos. 2 OMF 2 | Fisiologia | Lucas Silva ▪ A troca gasosa nessas unidades ocorre através da membrana respiratória que está presente em todas essas regiões. Membrana respiratória ▪ Apresenta diferentes camadas: 1. Camada de liquido surfactante (tensão). 2. Epitélio alveolar – células delgadas 3. Membrana basal epitelial 4. Espaço intersticial 5. Membrana basal capilar 6. Membrana endotelial dos capilares Obs.: A área superficial da membrana respiratória é cerca de 70m2 enquanto que o volume sanguíneo nos capilares pulmonares é de 60 a 140mL → Explica a rápida e eficiente difusão. Fatores que afetam a difusão dos gases ▪ Espessura da membrana respiratória – A difusão através da MR é inversamente proporcional a sua espessura, logo qualquer alteração na espessura dessa membrana pode prejudicar a difusão dos gases → Edema agudo pulmonar (precisa aumentar a diferença de pressão entre o alvéolo e o capilar fornecendo O2 ao paciente) e Doenças que causam fibrose pulmonar. ▪ Área da superfície da membrana respiratória – A diminuição da superfície total das paredes alveolares prejudica a troca gasosa → Remoção total de um pulmão, enfisema (mtos alvéolos coalescem), pneumonia. ▪ Coeficiente de difusão do gás – Depende da solubilidade do gás na membrana e, inversamente, da raiz quadrada do peso molecular do gás. ▪ Diferença de pressão parcial – Que é a diferença de pressão parcial do gás entre o alvéolo e o sangue dos capilares pulmonares. → A pressão parcial do O2 nos alvéolos é maior que no sangue e isso provoca a difusão efetiva desse gás para o sangue, e vice-versa para o CO2. Capacidade de difusão da MR. ▪ Corresponde a capacidade da membrana respiratória de realizar a troca de gases entre os alvéolos e capilares sanguíneos. ▪ É o volume de gás que se difunde através da membrana a cada minuto, para a diferença de pressão parcial de 1mmHg. Capacidade aumentada de difusão do O2 o No repouso é em média: 21mL/min/mmHg o A diferença de pressão média, na membrana respiratória é cerca de 11mmHg. o O total de difusão do oxigênio através da MR é cerca de 230 mL/min → (21 x 11). o Esse valor é igual a intensidade de utilização do oxigênio pelo corpo em repouso. Obs.: A capacidade de difusão do oxigênio aumenta muito durante o exercício → 65mL/min/mmHg. → Causado pela abertura de novos capilares e dilatação de capilares sanguíneos. Capacidade de difusão do CO2 o Como o coeficiente de difusão do CO2 é 20x maior que o do O2 → A sua capacidade de difusão no repouso é cerca de 450mL/min/mmHg no repouso e cerca de 1300mL/min/mmHg no exercício. Difusão do oxigênio dos alvéolos para o sangue ▪ O oxigênio se difunde dos alvéolos para os capilares devido a diferença de pressão existente entre esses dois ambientes → 64mmHg. ▪ A PO2 do sangue nos capilares aumenta até se igualar com a pressão de oxigênio dos alvéolos. ▪ A pressão de oxigênio na extremidade venosa do capilar pulmonar é menor que na extremidade arterial do capilar pulmonar. 3 OMF 2 | Fisiologia | Lucas Silva → Nos alvéolos a PO2 é 104 mmHg → No sangue venoso a PO2 é 40 mmHg → No sangue arterial a PO2 é 104 mmHg Obs.: Durante exercícios intenso a demanda de oxigênio pelo corpo aumenta cerca de 20x e devido ao aumento do débito cardíaco o tempo que o sangue permanece nos capilares diminui. Porém a capacidade de difusão do O2 também aumenta, cerca de 3x → Vasodilatação dos capilares pulmonares e aumento da ventilação- perfusão. Transporte de oxigênio no sangue arterial O sangue venoso da circulação brônquica não participa da troca gasosa nos pulmões, eles retornam direto para o coração através das veias pulmonares e, portanto, se misturam com o sangue arterial proveniente dos pulmões. Esse volume de sangue não oxigenado é chamado de fluxo da derivação. Essa mistura de sangue venoso com arterial nas veias pulmonares provoca uma discreta redução na pressão parcial de oxigênio (95mmHg) do sangue que chega ao AE. Difusão de oxigênio dos capilares pulmonares para o liquido tecidual ▪ O sangue arterial chega aos tecidos periféricos com a mesma PO2 que saiu do coração. ▪ Porém, a PO2 no liquido intersticial é muito menor que a do sangue, o que provoca a rápida difusão desse gás para os tecidos até as pressões se igualarem. ▪ O aumento da atividade metabólica celular provoca a diminuição da pressão parcial de oxigênio no liquido intersticial ▪ O aumento do fluxo sanguíneo nos tecidos aumenta a pressão parcial de oxigênio no liquido intersticial → Maior transporte de O2. Difusão de oxigênio dos capilares periféricos para as células teciduais ▪ As células teciduais estão sempre usando oxigênio nas atividades metabólicas e, portanto, a PO2 intracelular é sempre menor que a dos capilares periféricos. ▪ A difusão de oxigênio para o meio intracelular é quase sempre constante. ▪ A hemoglobina, ao chegar nos tecidos, perde afinidade com o oxigênio e o oxigênio é transportado do sangue até as células teciduais por difusão simples. → O cátion hidrogênio, proveniente da reação do CO2 com a água se liga a hemoglobina. Difusão de CO2 das células teciduais para os capilares e dos capilares pulmonares para os alvéolos ▪ A atividade metabólica celular utiliza o oxigênio e produz continuamente CO2, aumentando a PCO2 intracelular. ▪ O aumento da pressão parcial de CO2nas células teciduais provoca a rápida difusão desse gás para os capilares teciduais, que apresenta uma pressão menor. ▪ O CO2 é então transportado pelo sangue venoso para os pulmões e nos capilares pulmonares ele se difunde para os alvéolos e é expirado. ▪ O CO2 se difunde sempre na direção oposta à difusão de O2. ▪ O CO2 é difundido 20x mais rápido que o O2. ▪ A diminuição do fluxo sanguíneo provoca um aumento na PCO2 tecidual periférica, enquanto que a seu aumento provoca diminuição dessa pressão. ▪ O aumento da atividade metabólica provoca aumento da pressão de CO2 do liquido intersticial, enquanto que a diminuição dessa atividade provoca diminuição nessa pressão. 4 OMF 2 | Fisiologia | Lucas Silva Hemoglobina e Solubilidade ▪ A saturação de oxigênio corresponde a quantidade de hemoglobina que está transportando oxigênio → Cada hemoglobina carrega 4 moléculas de O2. → A saturação ideal é acima de 96%. ▪ 97% do oxigênio é transportado ligado nas hemoglobinas. ▪ Apenas 3% no oxigênio é transportado dissolvido no plasma → É o oxigênio responsável pela pressão parcial no sangue. ▪ A hemoglobina funciona como um deposito de oxigênio e ele não exerce pressão parcial no sangue. ▪ Saturação da oxiemoglobina → ▪ Nos tecidos a hemoglobina perde afinidade com o oxigênio → Fatores metabólicos teciduais (CO2, alto PCO2, alta temperatura, pH sanguíneo) ▪ A hemoglobina fetal apresenta maior afinidade com o oxigênio em comparação com a hemoglobina materna. → O feto usa preferencialmente o oxigênio materno, uma vez que a afinidade é menor. A hemoglobina fetal funciona como uma reversa e só é usado no caso de óbito da mãe → O feto consegue sobreviver por alguns minutos. ▪ 7% do CO2 é transportado no plasma ▪ 93% do CO2 é transportando ligado à hemoglobina, sendo que desses 70% é transportado como bicarbonato (livre no plasma, mas depende da anidrase carbônico presente nas hemácias) e 23% é transportado como carboxihemoglobina. Após a reação química do CO2 nas hemácias com a anidrase carbônica, com produção de bicarbonato e cátion hidrogênio → O H+ “rouba” o lugar do oxigênio na hemoglobina, liberando O2 nos tecidos.
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