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Teste de conhecimento 8

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1 
 Questão 
 
 
Leia o texto a seguir. (UEL 2011): 
Habermas distingue entre racionalidade instrumental e racionalidade comunicativa. 
A racionalidade comunicativa ocorre quando os seres humanos recorrem à 
linguagem com o intuito de alcançar o entendimento não coagido sobre algo, por 
exemplo, decidir sobre a maneira correta de agir (ação moral). A racionalidade 
instrumental, por sua vez, ocorre quando os seres humanos utilizam as coisas do 
mundo, ou até mesmo outras pessoas, como meio para se alcançar um fim 
(raciocínio meio e fim). 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria da ação comunicativa de 
Habermas, é correto afirmar que: 
 
 Alguém que decide economizar dinheiro durante vários anos a fim de fazer 
uma viagem para os Estados Unidos da América é um exemplo de 
racionalidade instrumental. 
 Realizar um debate entre os alunos de turma da faculdade buscando decidir 
democraticamente a melhor maneira de arrecadar fundos para o baile de 
formatura é um exemplo de racionalidade instrumental. 
 Um grupo de amigos que se reúne para decidir democraticamente o que 
irão fazer com o dinheiro que ganharam em um bolão da Mega Sena é um 
exemplo de racionalidade instrumental. 
 Um adolescente que diz para seu pai que vai dormir na casa de um amigo, 
mas, na verdade, vai para uma festa com amigos, é um exemplo de 
racionalidade comunicativa. 
 Contar uma mentira para outra pessoa buscando obter algo que desejamos 
e que sabemos que não receberíamos se disséssemos a verdade é um 
exemplo de racionalidade comunicativa. 
Respondido em 29/04/2021 11:20:20 
 
 
 
2 
 Questão 
 
 
A Corte Constitucional deve entender a si mesma como protetora de 
um processo legislativo democrático, isto é, como protetora de um 
processo de criação democrática do direito, e não como guardiã de 
uma suposta ordem supra-positiva de valores substanciais. A função 
da Corte é velar para que se respeitem os procedimentos democráticos 
para uma formação da opinião e da vontade políticas de tipo inclusivo, 
ou seja, em que todos possam intervir, sem assumir a mesma o papel 
de legislador político". 
 
(Más Allá del Estado Nacional. Madrid: Trotta, 1997, p. 99) 
O trecho acima citado, acerca da postura de um Tribunal Constitucional 
durante o seu processo de interpretação da Constituição, corresponde 
à obra e concepção 
 
 procedimental de Jürgen Habermas da teoria do discurso. 
 substancial de Ronald Dworkin de proteção dos direitos 
fundamentais. 
 mista de John Hart Ely de democracia. 
 procedimental de John Rawls do fórum público de princípios. 
 procedimental de Robert Alexy da teoria da argumentação e 
princípios. 
Respondido em 29/04/2021 11:20:26 
 
 
 
3 
 Questão 
 
 
Uma moral racional se posiciona criticamente em relação a todas as orientações da ação, sejam 
elas naturais, autoevidentes, institucionalizadas ou ancoradas em motivos através de padrões de 
socialização. No momento em que uma alternativa de ação e seu pano de fundo normativo são 
expostos ao olhar crítico dessa moral, entra em cena a problematização. A moral da razão é 
especializada em questões de justiça e aborda em princípio tudo à luz forte e restrita da 
universalidade.¿ 
(HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. v. I. Trad. Flávio Beno 
Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. p. 149.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a moral em Habermas, é correto afirmar: 
 
 
A formação racional de normas de ação ocorre independentemente da efetivação de 
discursos e da autonomia pública. 
 
A positivação da lei contida nos códigos, mesmo sem o consentimento da participação 
popular, garante a solução moral de conflitos de ação. 
 
A validade universal das normas pauta-se no conteúdo dos valores, costumes e tradições 
praticados no interior das comunidades locais. 
 O discurso moral se estende a todas as normas de ações passíveis de serem justificadas 
sob o ponto de vista da razão. 
 
Os parâmetros de justiça para a avaliação crítica de normas pautam-se no princípio do 
direito divino. 
Respondido em 29/04/2021 11:20:32 
 
 
Explicação: 
 
Para tentar uma ligação, a resolução dessa questão tem como base a ideia de ação comunicativa. A 
moral em Habermas tem orientações racionais. 
 
 
 
4 
 Questão 
 
 
Leia o texto a seguir. 
A utilização da Internet ampliou e fragmentou, simultaneamente, os nexos de comunicação. Isto 
impacta no modo como o diálogo é construído entre os indivíduos numa sociedade democrática. 
(Adaptado de: HABERMAS, J. O caos da esfera pública. Folha de São Paulo, 13 ago. 2006, 
Caderno Mais!, p.4-5.) 
A partir dos conhecimentos sobre a ação comunicativa em Habermas, considere as afirmativas a 
seguir. 
I.A manipulação das opiniões impede o consenso ao usar os interlocutores como meios e 
desconsiderar o ser humano como fim em si mesmo. 
II.A validade do que é decidido consensualmente assenta-se na negociação em que os 
interlocutores se instrumentalizam reciprocamente em prol de interesses particulares. 
III. Como regra do discurso que busca o entendimento, devem-se excluir os interlocutores que, de 
algum modo, são afetados pela norma em questão. 
IV. O projeto emancipatório dos indivíduos é construído a partir do diálogo e da argumentação que 
prima pelo entendimento mútuo. 
Assinale a alternativa correta. 
 
 
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
Somente as afirmativas I, II e III são corretas 
 
Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 Somente as afirmativas I e IV são corretas 
 
Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
Respondido em 29/04/2021 11:20:37 
 
 
Explicação: 
 
Primeiro vamos lembrar que o alicerce da teoria habermasiana é a teoria crítica e o pragmatismo. É 
nessa tradição que ele busca suas bases. O ponto fundamental da teoria é a distinção entre razão 
comunicativa emancipatória e razão estratégica e instrumental. O ponto para emancipação seria a 
comunicação, na liberdade dos discursos entre os indivíduos e cidadãos iguais 
 
 
 
5 
 Questão 
 
 
Marque a alternativa incorreta: 
 
 Quanto às possibilidades e limites da atividade judicial, os 
procedimentalistas separam os discursos de fundamentação dos 
de aplicação. Defendem que uma norma somente pode ser 
aplicada legitimamente, em uma situação concreta, se antes 
forem levadas em consideração todas as características 
relevantes desta situação, a fim de assegurar uma interpretação 
coerente de todas as normas aplicáveis. Assim, uma norma 
jurídica particular somente é correta quando se apoia em normas 
válidas e sua aplicação é adequada; isto é, quando a norma 
aplicada foi fundamentada em um processo discursivo anterior, 
em que tenham participado todos os possíveis afetados e tenham 
sido levadas em conta todas as circunstâncias do caso; 
 Para John Rawls, dois princípios de justiça emergem na posição 
original através de um acordo unânime: 1) Cada pessoa tem um 
direito igual a um esquema plenamente adequado de liberdades 
básicas iguais que seja compatível com um esquema similar de 
liberdade para todos; 2) As desigualdades sociais e econômicas 
devem satisfazer duas condições. Primeira, elas devem estar 
associadas a cargos e posições abertos a todos em condições de 
igualdade equitativa de oportunidades. Segunda, elas devem ser 
para o maior benefício dos membros menos favorecidos da 
sociedade; 
 Pelo método concretista da ¿Constituição Aberta¿ de Friedrich 
Müller, reconhece-se a existência de um processo simultâneo de 
complexização e de articulação do Estado com a sociedade: um 
Estado policêntrico, uma sociedade plural. Como a sociedade se 
estruturou em organizações de natureza diversa (econômicas, 
profissionais, feministas, ambientais etc.), tornando-se centros 
de imputação e de agregação de interesses setoriais ou 
corporativos, constitucionalmente protegidos, para promover os 
seus interessesem face aos da maioria, a Constituição deixou de 
ser apenas a Constituição do Estado, para ser a Constituição do 
Estado e da sociedade (a ordem jurídica fundamental da 
comunidade); 
 As exigências de objetividade ética, na teoria desenvolvida por 
Amartya Sen, relacionam-se estreitamente com a capacidade de 
enfrentar a argumentação pública aberta, a qual tem ligações 
estreitas com o caráter imparcial das posições propostas e dos 
argumentos que as apoiam; 
 Um princípio não implica a obrigação de que os destinatários se 
adequem totalmente a ele, realizando uma atividade específica, 
mas equivale a estabelecer uma razão que, prima facie, suporta 
qualquer comportamento que contribui com a efetivação daquele 
princípio; logo, sua esfera de aplicabilidade é relativamente 
indeterminada, sendo suscetíveis de expansão e de compressão: 
para saber qual o alcance efetivo do princípio é preciso não 
apenas observar seu teor literal, mas também o conteúdo dos 
outros princípios concordantes potencialmente aplicáveis, se 
existentes, bem como as circunstâncias do caso concreto. 
Respondido em 29/04/2021 11:20:44 
 
 
 
6 
 Questão 
 
 
Toda a atividade orientada segundo a ética pode ser subordinada a 
duas máximas inteiramente diversas e irredutivelmente opostas. Esta 
afirmação precede as análises de Max Weber, no ensaio - A Política 
como Vocação-, acerca da oposição entre, de um lado, a atitude 
daquele que, convencido da justeza intrínseca de seus atos, é 
indiferente aos efeitos que estes atos podem acarretar e, de outro 
lado, a atitude daquele que leva em conta as consequências previsíveis 
de seus atos. Segundo a terminologia empregada por Weber no ensaio 
mencionado, estas duas atitudes referem-se, respectivamente, àquilo a 
que o autor denomina 
 
 ética de convicção e ética de responsabilidade. 
 ética de responsabilidade e ética de convicção. 
 ética de justeza e ética de responsabilidade. 
 ética de convicção e ética de consequência. 
 ética de justeza e ética de consequência.

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