Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM COMUNICAÇÃO E MARKETING EM MÍDIAS DIGITAIS Resenha Crítica de Caso Vanessa Matos de Paiva Trabalho da disciplina Direito do Consumidor e Propriedade Intelectual Tutor: Prof. Ana Cristina Augusto Pinheiro Belo Horizonte 2020 http://portal.estacio.br/ 2 SOPA (Lei de Combate à Pirataria Online): A INDÚSTRIA MIDIÁTICA COMBATE A VIOLAÇÃO ONLINE DOS DIREITOS AUTORAIS Referência: HOYT, David; CALLANDER, Steven. SOPA (Lei de Combate à Pirataria Online): a indústria midiática combate a violação online dos direitos autorais. Harvard Business School, janeiro 2013. Disponível em: http: http://pos.estacio.webaula.com.br/Biblioteca/downloadArquivo.asp?CodAnexo =51635&NomeArquivoSistema=Biblioteca_51635&NomeArquivo=Caso%20de% 20Harvard-DCPI.docx&IdCurso=POS570. Acesso em: 13 outubro 2020 O presente trabalho trata-se de uma Resenha Crítica sobre o Estudo de Caso SOPA (Lei de Combate à Pirataria Online): a indústria midiática combate a violação online dos direitos autorais. A metodologia utilizada foi a leitura e análise do caso juntamente com a aplicação do conteúdo estudado na disciplina Direito do Consumidor e Propriedade Intelectual, os objetivos principais deste trabalho consistem na avaliação crítica sobre o conteúdo, com base nos conceitos estudados e no entendimento pessoal, nele são apresentadas discussões e conclusões acerca do Combate à Pirataria Online e a preocupação enfrentada pela Walt Disney Company com relação aos seus direitos autorais e violação online dos mesmos. Ao longo da resenha são sequenciados fatos que relatam a inquietação da Disney a acerca dos seus direitos autorais e o desafio em sua busca de proteção de direitos autorais junto a Constituição dos Estados Unidos. O Estudo de Caso SOPA (Lei de Combate à Pirataria Online): a indústria midiática combate a violação online dos direitos autorais preparado por David Hoyt e Professor Steven Callander aborda o combate a violação virtual dos direitos autorais, a internet trouxe inúmeras facilidades para as nossas vidas, contudo também novos desafios e problemas que antes não existiam, como a violação online dos direitos autorais, visto que a todo momento usuários baixam músicas, livros, filmes, entre outros conteúdos de forma ilegal e sem permissão dos devidos autores, 3 a era da internet e o mundo digital proporcionam infinitas possibilidades e acaba sendo difícil de se fazer um controle eficiente contra as violações e crimes virtuais. Acreditando ser vítima de violação de seus direitos autorais devido as novas tecnologias, a Disney entrou com pedido de ajuda junto ao Governo dos Estados Unidos com propósito de obter proteção aos seus direitos sobre a autoria de seus conteúdos que estavam sendo transmitidos sem sua permissão ao redor do mundo por meio da internet. A Disney juntamente com outros detentores de direitos autorais, tinham a intenção o estabelecimento de dois projetos de lei conhecidos como SOPA e PIPA – siglas de “Stop Online Piracy Act” (tradução: Pare com Atos de Pirataria) e “Protect Intellectual Property Act” (tradução: Lei de Proteção à Propriedade Intelectual) onde segundo relato do caso seria permitido “ao governo ou empresas privadas de requerer ordens judiciais que iriam barrar qualquer empresa americana de “possibilitar” sites suspeitos de violação”. A lei americana de direito autoral tem como finalidade declarada na Constituição, “Promover o progresso da Ciência e das Artes uteis” e visa alcançar este fim concedendo aos autores/criadores de obras artísticas e descobertas cientificas domínio temporário sobre suas criações, provendo direitos exclusivos por tempo pré-determinado, passado este tempo as obras passam a ser de domínio público. Sendo o direito autoral uma lei nacional cada pais fica responsável pela sua abordagem, no caso dos Estados Unidos a forma desta proteção e a aprovação de projetos de lei dependente da assinatura do presidente. A Lei do Direito Autoral americana passou por diversas mudanças ao longo dos anos sofrendo modificações, inclusões e mudanças em seu prazo de validade que foi prorrogado de 14 anos de duração para 28 anos ficando estabelecido também que os direitos podiam se estender por mais 50 anos após morte do autor e entre perdurar entre 75 e 100 anos para trabalhos de empresas dependendo de seu tipo. No ano de 1990 a Disney viu seus direitos sobre o personagem Mickey Mouse enfrentar a expiração pendente, o personagem na época um dos mais famosos tinha seus direitos autorais com expiração prevista para depois de 2003, na lista seguiam outros personagens como Branca de Neve e os Sete Anões, Dumbo e 4 Bambi, caso os direitos expirassem não seria mais possível coletar os royalties quando seus filmes fossem exibidos/vendidos isto também incluía a venda de mercadorias baseadas nos personagens como brinquedos, sendo esta uma grande ameaça financeira para a empresa que poderia ver qualquer um usando seus personagens sem a sua permissão e ainda sem precisar pagar por este privilégio, a Disney a buscou a extensão do prazo de proteção junto ao Congresso americano, que mesmo com a discordância de vários grupos como o dos consumidores e até mesmo de bibliotecas que afirmavam que em domínio público seriam bem mais acessíveis os trabalhos e que os maiores beneficiados com a extensão do prazo seriam as grandes empresas, enfatizando que o adiamento estaria fugindo do princípio fundamental da lei americana de direito autoral de “fornecer benefícios aos criadores humanos de trabalhos culturais e alimentar a produção de mais trabalhos” estava sendo perdido o congresso acabou concedendo a prorrogação dos prazos e o presidente assinou a “Lei de Proteção do Mickey Mouse” dando a Disney a proteção do direito autoral por mais 20 anos. Relata-se que conforme a proteção do Direito Autoral se desenvolvia, também se tinham os avanços tecnológicos, começava ali o impasse entre a pirataria e liberdade de expressão e a inovação na internet, muitos filmes, sons e programas de computadores eram compartilhados gratuitamente na internet de forma ilegal e pirata, violando os direitos autorais de seus produtores/criadores, frente a este problema os Estados Unidos assina e implementa uma lei denominada Lei dos Direitos Autorais do Milênio Digital (Digital Millennium Copyright Act – DMCA) que passou a vigorar nos anos 2000, esta lei determinava a proibição a cópia online em violação do direito autoral e sites de compartilhamento de arquivos de materiais sem pagamento foram fechados nos Estados Unidos apesar disso sites piratas continuavam aparecendo em outros países, as copias de arquivos digitais se tornavam cada vez mais comuns devido a seu baixo custo e fácil acesso, e a pirataria ia além de conteúdos digitais falsificando até mesmo remédios. Conforme relatado no caso a Disney possuía aliados na indústria de filmes e gravação e pessoas manipulando as negociações nas instâncias dos poderes da 5 esfera pública para avançar com sua causa tendo acesso a boa parte dos legisladores, no ano de 2011 dois projetos similares ao DMCA foram implantados com grande apoio dos partidos, estes projetos eram – a Lei de Combate à Pirataria Online (SOPA) introduzida na Câmara dos Deputados e a Protect IP [Intellectual Property] Act (Lei de Proteção da Propriedade Intelectual- PIPA) introduzido no Senado, como a DMCA não obrigava empresas a prevenir que materiais de direitos autorais fossem publicados em sites nem dos Estados Unidos nem em sites estrangeiros, não se podia barrar sites diretamente, a lei DMCA apenas deixava os sites responsáveis por retirar o material ofensivo assim que notificado pelo dono do conteúdo, os novos projetos de lei antipiratariaSOPA e PIPA tinham como pretexto combater violações online dentro e fora dos Estados Unidos focando na interação entre empresas americanas e o site infringente, com estes dois projetos de lei era permitido aos donos de direitos pedirem ajuda judicial caso suspeitarem de violação de direito autoral, fazendo com que todas as empresas americanas como provedores de serviço de internet e rede de anunciantes cortassem o vínculo com os sites acusados, tirando-os de circulação/exibição e caso não o fizessem seriam subjugados a ação legal. Tais projetos possuíam questões que poderiam causar oposição como afirma o estudo de caso, sendo algumas destas questões, a ameaça aos sites legais visto que em seu decreto a SOPA define um site como “dedicado ao roubo da propriedade americana”, se ele (ou qualquer outro site) “possibilitar ou facilitar” atividade ilegal “ tal afirmação englobaria sites como YouTube, Twitter, Facebook, Wikipedia onde é permitido aos seus usuários de transferir dados, postagens ou comentários, isso causando conflito com a SOPA, pois um usuário poderia comentar em uma página de internet e incluir por exemplo um link contendo material protegido por direitos autorais sendo ser classificado como “dedicado ao roubo da propriedade americana”, ou seja um único comentário de um usuário poderia colocar todo um site em risco, a presunção de culpa já que os projetos previam fechamento do site antes mesmo de se provar a culpa ou se apresentar defesa tudo era baseado apenas na queixa se fosse entendido que site não cometeu nenhuma violação o 6 dono do site poderia apenas buscar reparação, se o acusador tivesse feito falta acusação então seria um transtorno para o dono do site que teria seu site suspenso sem ter culpa alguma outro problema seria a liberdade de expressão e invasão de privacidade visto que o fechamento dos sites sem que se houvesse provas de sua culpa poderia ser considerada a violação dos direitos de liberdade de expressão tal medida afetaria até mesmo o trabalho de ativistas visto que SOPA “tornaria ilegal projetar um site de uma maneira que dificultasse para o governo atestar se o site estava fazendo alguma atividade ilegal” tornando assim fora da lei ferramentas utilizadas por ativistas em países opressores para evitar a censura afetando negativamente os direitos humanos e dissidentes, a SOPA também era considerada ameaça a inovação por expor “empresas a responsabilidades legais duvidosas, e potencialmente opressivas e caras” empresas grandes como o Google poderiam se defender das ameaças legais surgidas de alegações de material ofensivo em seus sites mas empresas pequenas não teriam o mesmo sucesso, por fim a SOPA poderia permitir “tribunais remover ou redirecionar entradas da base de dados interconectada em servidores de nome de domínio do mundo todo” retirando um ponto fundamental para o funcionamento da internet, não mais “assegurando que sempre que um endereço de Internet fosse requisitado, seria direcionado para o mesmo local” o princípio da internet de interconectividade não mais existiria. Frente a todos estes questionamentos ao longo da aula 05 de noções de direito autoral encontra-se o desfecho desta história onde vemos o governo americano se opor a implementação da SOPA com a seguinte afirmativa feita por Obama que declara que não podia apoiar; “um projeto de lei que reduz a liberdade de expressão, amplia os riscos de segurança na computação ou prejudica o dinamismo e a inovação da internet global". Portanto a Disney que havia obtido sucesso nos anos 1990 ao estender os direitos autorais, viu a situação mudar com SOPA, percebe-se que com a oposição a SOPA afetam as decisões que acabam sendo diferentes em consequência de ter mais envolvidos, infere-se que negócios e interesses políticos, jurídicos, econômicos e financeiros estão associados, tendo alto poder de influência em todos os 7 segmentos, os projetos de lei antipirataria SOPA e PIPA foram retirados de pauta devido a sua grande repercussão mundial negativa e realmente o funcionamento da SOPA era uma grande dúvida já que ela poderia acabar prejudicando sites gigantes, talvez alguns pontos tivessem que ser revistos para não lesar nem os donos de sites nem os detentores de direitos autorais, mas a decisão no fim foi de acabar com o projeto já que muitas empresas e pessoas se sentiram lesadas argumentando que o interesse real seria o controle da internet, é importante frisar que em determinadas situações grupos de pessoas ou empresas que sejam diretamente interessados ou afetados por aprovações de leis podem apoiar ou se opor a ações que uma organização quer tomar em relação à aprovação de uma lei. Como vimos a pirataria ainda é um grande problema e um enorme desafio, ela não ocorre só na internet com compartilhamento de conteúdo não autorizado, ela está presente na falsificação de itens de moda, DVD´s, CD´s e até mesmo medicamentos. Com relação aos sites e plataformas sabe-se hoje por exemplo que o Youtube dá muita importância ao tema de direito autorais e possui o copyright strike que cumpre a Lei dos Direitos Autorais do Milênio Digital (Digital Millennium Copyright Act – DMCA), onde o usuário que usar conteúdo protegido por direitos autorais recebe um aviso tendo que tomar alguma atitude dentro de um espaço de tempo para não ser punido legalmente, é recomendável que seja feita a exclusão do conteúdo ou dependendo do caso a entrada na “disputa de direitos”, de qualquer forma esta é uma maneira encontrada para fazer o policiamento de direitos autorais e gerenciar violações de direitos autorais que funciona muito bem e combate ao uso indevido de conteúdo alheio. Conclui-se que a propriedade intelectual protege e garante por meio de leis a marcas, empresas, inventores, escritores e todo aquele detentor da criação de serviço ou produto o direito de possuir por determinado período de tempo “ganhos” pelas suas “criações”, ainda que seja um desafio fazer um controle preciso sobre as violações, tem-se buscado formas de se combater a pirataria, a mesma tecnologia que facilita a violação pode ser usada para combate- la, todavia mais eficiente do a repressão, a prevenção a pirataria conscientizando a população buscando uma mudança cultural pode ser a melhor tática.
Compartilhar