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Aula 5: Restaurações provisórias: Se fizer uma restauração provisória muito bem adaptada, que vai ser referencial para nossa peça definitiva, ganhamos muito a confiança do paciente. Fases de tratamento: diagnóstico, planejamento, preparo, restauração provisória, moldagem e cimentação. Se errar em qualquer uma das fases, as fases seguintes vão estar erradas também. Restauração provisória: restaurações de uso temporário para serem utilizadas durante um período, compreendido entre o preparo e a cimentação definitiva de uma restauração indireta. Sempre fazemos um provisório! Objetivos: - Proteger o dente preparado (contra aumento de temperatura, saliva,...) - Manter a integridade periodontal; - Manter os contatos proximais e oclusais (provisório não pode realizar nenhum tipo de movimentação); - Avaliar o prognóstico do dente com vitalidade pulpar (observar como o paciente se comporta, muitas vezes, temos que alterar o planejamento e realizar tratamento endodôntico); - Avaliar o desgaste e testar expulsividade do preparo; - Função mastigatória e, muitas vezes, até estética. Precisamos então de: oclusão, contorno, forma e estética em um provisório. Há necessidade de se realizar preparo e provisório na mesma sessão, paciente não pode ir embora sem o provisório. Requisitos para o material do provisório: proteger a polpa de qualquer estímulo, situação estável, função oclusal, facilidade de limpeza, margens bem delimitadas, resistência e retenção e estética. Propriedades: - Biológicas: evitar continuidade de estímulos lesivos, isolante térmico, vedamento de túbulos dentinários, evitar sensibilidade pós-operatória. - Protéticas: Pré-avaliação da peça protética, avaliação da expulsividade do preparo, das caixas e da nitidez dos ângulos e do desgaste/espessura (medir com espessímetro, sempre levar na clínica: para cerâmica tem que ter 1,5-2mm de altura). Medindo o provisório e observando que está com uma espessura menor do que deveria, nos dá a chance de refazer o preparo. - Funcionais: conforto e função, protegendo o periodonto e realizando a estabilidade do dente. O provisório é o referencial para a peça definitiva! Materiais para restauração provisória: Resina Acrílica Quimicamente ativada: mais usada, quando o dente está totalmente destruído, não conseguimos moldar antes. é um material de facilidade de trabalho, com baixo custo, rapidez na obtenção da restauração, bom ajuste das margens, boa resistência, bom polimento e durabilidade. Outros materiais: principalmente as resinas bisacrílicas, já está disponível na clínica, mas vai depender muito da técnica que vamos utilizar. Quando vamos fazer um provisório, que já temos ele pré-moldado, utilizaremos a resina bisacrílica. Na primeira sessão: fazer o enceragem no dente, moldar e utilizar esse molde para realizar o provisório. Materiais necessários para restauração provisória: moldeiras parciais ou totais, pincéis, potes dappen (vidro e silicone), vaselina, material para moldagem, dentes de estoque, brocas minicut, pontas diamantadas de peça reta, pontas de borracha e discos de feltro. Classificação das restaurações indiretas provisórias e técnicas de confecção: Restaurações artesanais: - Indireta: molda o paciente e leva para o laboratório. É um custo muito mais alto. Indicação: quando o paciente vai viajar e tenho uma quantidade grande de dentes para fazer, dentes anteriores para ficar esteticamente mais favorável. - Direta: técnica da pré-moldagem ou modelagem direta. Restaurações pré-fabricadas: para facilitar o procedimento. - Coroas de policarbonato - Dentes de estoque Classificação de acordo com a indicação: de acordo como o dente vem para a gente. A) Dente íntegro, com preenchimento ou quando o dente vem com uma restauração muito grande, mas que ainda não precisa de pino intra-radicular. No caso ao lado: restauração de amálgama que fraturou, retirou a restauração, realizou o preenchimento com resina composta e, muitas vezes, deixamos o dente dessa forma e acompanhar o paciente (principalmente quando o paciente não puder pagar pela peça inicialmente). Técnica direta: com moldagem prévia antes do preparo. 1. Escolha da moldeira e moldagem antes do preparo (alginato, hidrocolóide irreversível ou silicona de condensação), remover as retenções. 2. Proteção do molde para evitar distorções. 3. Preparo protético. 4. Prova do molde pré-operatório sobre o dente preparado, ver se tem alguma interferência (Consigo encaixar perfeitamente?). 5. Isolamento do dente com vaselina 6. Manipulação da resina acrílica na fase plástica e preenchimento do molde. 7. Levar o conjunto molde + resina á boca. 8. Remoção do molde na fase borrachóide. 9. Recorte dos excessos/reposicionamento do provisório 10. Remoção final da peça e acabamento e polimento (pode marcar com o lápis todo o término antes de retirar os excessos). 11. Reembasamento/Acabamento e polimento, quando necessário. Com a técnica de Nealon, usando um pincel. 12. Ajuste oclusal 13. Cimentação provisória. B) Dente com núcleo ou sem integridade na forma: paciente não veio com o provisório. Não temos referência para moldar, então partiremos para a técnica da modelagem direta (da bolinha), técnica de Nealon (pincel) ou utilizar dentes acrílicos pré-fabricados (estoque). Técnica da modelagem direta: normalmente a nossa escolha. 1. Vaselinar o preparo, antagonista e adjacentes. 2. Manipulação da resina acrílica e na fase plástica: fazer a bolinha, levar em posição e pedir para o paciente ocluir. 3. Adaptar a resina com um instrumento. 4. Remoção e colocação do provisório; 5. Remoção dos excessos, fazer a delimitação do término com um lápis. 6. Reembasamento, se necessário. 7. Ajuste proximal (colocar um carbono no espaço interproximal) e oclusal, e término da escultura (minicut). 8. Acabamento e polimento. Técnica de Nealon/ pincel: não utilizamos mais, apenas para reembasamento. Umedecer o pincel com o líquido e encostar a ponta no pó, e ir encostando esse material no local desejado. Ajeitando em porções sucessivamente. Técnica de dentes de estoque: indicada para dentes anteriores, que possuem uma exigência estética. Ou não consigo usar resina bisacrílica (não consegue dar um bom polimento). Nesses casos podemos utilizar esses dentes pré-fabricados que são desgastados até chegarem ao tamanho do preparo. 1. Seleção de cor, tamanho e forma. 2. Desgaste da face lingual. 3. Manipulação da resina e preenchimento do dente de estoque. 4. Levar em posição com o dente isolado 5. Remoção dos excessos, reembasamento, acabamento e polimento. C) Dentes com tratamento endodôntico sem núcleo: reconstruir todo esse dente. 1. Retenção intracanal para o provisório; 2. Regularização do remanescente dental (observar se tem algum degrau que pode reter o provisório); 3. Desobturação do conduto (⅔ do canal ou ½ da inserção óssea); 4. Isolar o conduto 5. Fio de orto, fazer pequenas ranhuras e entorta a ponta (formato de guarda-chuva). Não fazer com clips ou pinjets (vai quebrar), existem alguns pinos que vendem na dental que podem ser utilizados; 6. Moldagem do canal radicular (Colocar a resina dentro do conduto ou no pino) e confecção da parte coronária. 7. Acabamento e polimento das restaurações provisórias SEMPRE. As rugosidades ou excessos deixados podem traumatizar o tecido gengival, não vamos conseguir moldar na próxima consulta. Cimentação provisória: vai depender muito da peça que vou utilizar depois. Se vou realizar uma cimentação adesiva, muitas vezes, não vou utilizar um cimento à base de eugenol, porque ele altera a polimerização de cimento resinoso. Tipos de cimento: com eugenol (Temp Bond Kerr, Provy Herpo), sem eugenol (Temp Bond NE Kerr), Hidróxido de cálcio (Dycal/Hidro C Dentsplay ou Life Kerr) e resinosos provisórios (Provilink Ivoclair, TNE Temrex, Rely X Temp 3MESPE). Os cimentos resinosos provisórios são interessantes para quando o paciente vai ficar muito tempo com o provisório. Quando fazemos uma bateria de dentes anteriores, moldamos o paciente e mandamos para o laboratório,que faz todo o enceramento de como vai ficar e envia também uma muralha feita de silicone (já reproduzindo os dentes que serão confeccionados), que utilizamos para fazer o Mock-up (ensaio de dentes) que serão feitos com cimentos resinosos, mas não será nossa rotina na clínica. Passo a passo: faremos praticamente o mesmo da cimentação definitiva, mas muitas vezes, não precisamos do isolamento absoluto. 1. Isolamento relativo, secar muito bem o campo e o provisório; 2. Manipulação correta do cimento no tempo certo (para isso precisamos saber exatamente qual material estamos trabalhando); 3. Colocação do cimento nas paredes internas do provisório; 4. Assentamento do provisório e pressão digital durante, pelo menos, 1 minuto. E em seguida, pedir para o paciente morder com um algodão, para remover todos os excessos; 5. Observar vedamento das margens, checar oclusão e remover todos os excessos. Conclusão: é necessário caprichar no provisório, porque ele é um passo importante para a qualidade do serviço de prótese. Mantém a gengiva afastada e sadia, dá noção de forma, volume e cor da peça final. Assim, na próxima clínica, é possível colocar o fio retrator sem estresse, sem sangramento, e a probabilidade de ter uma boa moldagem e uma boa peça é muito grande.
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