AGRAVO DE INSTRUMENTO III - MELHORAR

Prévia do material em texto

EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO 
MARCOS BEZERRA DE CARVALHO, brasileiro, solteiro, operador de caldeira, RG:315975 - SSP/TO, CPF: 846.173.811-04, residente e domiciliado à Rua JC-7, Qd.07, Lt. 20, Setor Jardim Canedo 2, Senador Canedo-GO;
ADAILTON BEZERRA DE CARVALHO, brasileiro, unido estavelmente, RG: 863.514 / SSP-TO, CPF: 030.169.581-47, residente e domiciliado PV Bacaba, s/n, Piacaba Maravilha, CEP: 65.964-000, Fernando Falcão – MA - cf. art. 319, II, do CPC/2015), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu procurador que esta subscreve (ut instrumento procuratório em anexo, Doc. 01), o qual recebe intimações na Av. Perimetral nº: 2554, Qd.03, Lt. 164, Setor Coimbra, Goiânia-GO, CEP: 74.533-020, com fulcro nos arts. 1.016 e ss. do CPC/2015, interpor:
AGRAVO DE INSTRUMENTO, em razão dos seguintes fatos e fundamentos que passa a expor:
O provimento deste recurso é questão premente da lei e do direito, visto que o r. despacho agravado (doc. 02), contrariou as melhores normas de direito.
De fato, nos autos da ação de INTERDIÇÃO DE SUA MÃE, COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, COM FULCRO NO ARTIGO 747, INCISO II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Que os agravantes movem contra MARIA DA PAZ BEZERRA DE CARVALHO e que tramita pela Comarca de BARRA DO CORDA-MA, Processo nº 0801612-05.2020.8.10.0027, o Meritíssimo Juiz a quo proferiu o seguinte despacho:
" Vistos. 
A concessão da liminar implica a concessão de medida eminentemente satisfativa. Outrossim, a comprovação da probabilidade do direito requer, ao menos, a realização de interrogatório da interditanda. 
Assim, postergo a análise da medida para após a realização da audiência. 
Publique-se e intimem-se. 
Após, remetam-se os autos à 2ª Vara da Comarca de Barra do Corda(MA), ante a sua competência privativa nos termos do art. 14, II, do Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado. 
Barra do Corda (MA), Sábado, 30 de maio de 2020. 
Juiz Antônio Elias de Queiroga Filho
Titular da 1ª Vara de Barra do Corda - Plantonista "
Ora, tal decisão deve ser reformado urgentemente, como medida do mais lídimo Direito e da mais pura Justiça.
Os agravantes são filhos da requerida e ANTÔNIA DEJANE ALMEIDA DOS SANTOS é nora da agravada, unida estavelmente com ADAILTON BEZERRA DE CARVALHO, o casal vem a algum tempo cuidando da Sra. MARIA DA PAZ BEZERRA DE CARVALHO que acometida por um acidente vascular cerebral deixou de ser independente para as tarefas mais básicas da vida como alimentação e higiene pessoal, dependendo de seu filho e de sua nora para tudo, sem exceção.
Conforme o relatório socioeconômico juntado aos autos, a condição da requerida é precária, não dispondo sua residência nem ou menos de banheiro adequado com o mínimo de condições sanitárias. 
Maria da Paz sofre com sequelas de um acidente vascular cerebral, o qual resultou em demência cerebral e síndrome de imobilidade, ou seja, ela não fala e não ada, não se locomove. E se não bastasse, ainda fora acometida por um câncer de pele gerando mais sofrimento e dor a requerida, que convivi com tumores expostos e saltados em sua pele (fotos anexas), sendo necessário uma intervenção cirúrgica de urgência para voltar a dar o mínimo de dignidade humana e expectativa do direito à manutenção da vida e da saúde.
A situação a envolver a idosa começou no dia 16 de junho de 2014 quando ela e seus filhos fizeram negócio com GILDEAN FERREIRA DA SILVA ALMEIDA, venderam a ela uma gleba de terras no tamanho de 30.37,50 hectares, oriunda de inventário de seu falecido marido. 
Acertaram que, o pagamento iria ocorrer em quatro etapas, sendo: a) R$: 15.000,00 (quinze mil reais) de entrada, em 26/06/2014; b) R$ 30.000,00 (trinta mil reais), com a transferência de um lote situado no Loteamento Jardim, nº16, Qd. 21, com área total de 250 m²; c) R$35.000,00(trinta e cinco mil reais), em espécie a ser pago no dia 26/07/2014; c) R$50.000,00 (cinquenta mil reais), a ser pago na conclusão do inventário.
 
Porém, a Gildean até a data atual, 20 de abril de 2020, não cumpriu com o seu compromisso, qual seja, não transferiu para o nome da agravada o lote citado acima, fato que deveria ter sido concretizado na data de assinatura do compromisso de compra e venda (em anexo), ou seja, em 24 de junho de 2014. 
Transcorrido quase 6 (seis) anos da assinatura do referido contrato, Maria da Paz teve sua condição de saúde agravada pela idade, sofreu um AVC e desenvolveu câncer de pele. Hoje, conta com ajuda de familiares para fazer suas necessidades básicas como banho e alimentação, não possuindo, inclusive, condições de fala e locomoção. Passa seus dias em uma rede ou em sua cama, convivendo com tumores em sua pele como pode ser visto na última foto, alguns nódulos cobertos com curativo e um bem visível em seu ombro.
Portanto, para poder representar e defender os interesses da idosa nos atos da vida civil, entre eles requerer direito seu junto ao juízo de Guaraí-TO a onde possui um imóvel e negócio inacabado, seus filhos e nora não têm outra solução senão recorrer à justiça para a interdição da Sra. MARIA DA PAZ BEZERRA DE CARVALHO, a qual terá como curadores ADAILTON BEZERRA DE CARVALHO e ANTÔNIA DEJANE ALMEIDA DOS SANTOS, casal que cuida da agravada e residem com ela em PV Bacaba, s/n, Piacaba Maravilha, CEP: 65.954-000, Fernando Falcão – MA, conforme TERMO DE DECLARAÇÃO E CONCORDÂNCIA em anexo, no qual MARCOS BEZERRA DE CARVALHO concorda que a mãe fique sobre os cuidados de seu irmão e de sua cunhada.
Isto posto, foi requerida a concessão da antecipação de tutela, concedendo-se, em caráter urgente, a curatela provisória, até o julgamento final da ação, nos termos do artigo 305 do Código de Processo Civil de 2015, porém o pedido foi negado pelo juízo a quo na decisão supracitada.
Os agravantes juntam ao presente recurso, a respectiva cópia petição inicial que ensejou a decisão agravada, da decisão agravada, a certidão de sua intimação, bem como as procurações outorgadas ao advogado dos agravantes e do agravado, junta-se também comprovantes de pagamentos das respectivas custas e porte de retorno.
Isso Posto, requer:
Que o presente recurso seja recebido e distribuído "incontinenti" ao relator;
Pede-se a antecipação da tutela, conforme permite o art. 1.019, I, do CPC/2015, visto que não há necessidade de realizar audiência para comprovar o estado de saúde da agrada, uma vez que, os documentos juntados aos autos já são suficientes, comunicando-se tal decisão ao Meritíssimo Juiz de Direito da Comarca de BARRA DO CORDA – MA;
Determine-se a oitiva do digníssimo representante do Ministério Público sobre o presente recurso;
Requer-se ainda, que seja dado TOTAL provimento ao presente recurso, que tem o fito último a reforma da decisão do juízo singular, para que seja deferida a antecipação de tutela, concedendo-se, em caráter urgente, a curatela provisória, até o julgamento final da ação, nos termos do artigo 305 do Código de Processo Civil de 2015, por ser de direito e merecida JUSTIÇA!!! 
BARRA DO CORDA – MA, 04 de junho de 2020.
 
Alexandre Veloso Martins Rodrigues 
OAB/GO - 43.574.