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Funções do Tecido Muscular e cardiovascular

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Funções do Tecido Muscular
De acordo com Tortora e Nielsen (2017), o tecido muscular apresenta quatro funções principais:
1. Produzir movimentos corporais: os movimentos que realizamos com o corpo, como andar e correr, que são movimentos globais; ou movimentos especializados, como costurar e pegar um lápis, dependem da integridade do sistema muscular, esquelético, articular e nervoso.
2. Estabilização da posição corporal: o músculo esquelético, através de contrações musculares, estabiliza as articulações para permitirem um movimento harmônico e controlado, ou ainda, contrações musculares prolongadas permitem a manutenção da postura em ortostase, ou seja, em pé, ou ainda mantém a postura sentada contra a gravidade.
3. Armazenar e movimentar substâncias no interior do corpo: o músculo liso, através de suas contrações e relaxamento nas paredes dos vasos sanguíneos, auxilia no controle da velocidade do fluxo sanguíneo; o peristaltismo auxilia na condução de substâncias no interior do trato gastrointestinal; as contrações prolongadas dos músculos lisos circulares chamados esfíncteres evitam o refluxo de conteúdo do estômago para o esôfago, por exemplo.
4. Produzir calor: à medida que o músculo se contrai, o tecido muscular promove a termogênese, ou seja, o calor liberado pelo músculo durante sua contração mantém a temperatura do corpo normal.
Para melhor compreensão sobre os diferentes tipos de tecido muscular, assista aos vídeos abaixo.
3. Propriedades do Tecido Muscular
Tortora e Nielsen (2017) afirmam que, para que um músculo possa desempenhar de forma adequada suas funções e também contribuir para a homeostasia, são necessárias quatro propriedades:
1. Excitabilidade elétrica: esta propriedade está presente tanto em células musculares quanto nos neurônios. É a capacidade que o tecido muscular possui para responder a estímulos elétricos, chamados de potenciais de ação, que se propagam por toda a membrana plasmática. São desencadeados por sinais elétricos autorrítmicos originados do próprio músculo, ou estímulos químicos, através de neurotransmissores liberados pelos neurônios, hormônios presentes no sangue ou até mesmo alterações de pH.
2. Contratilidade: é a capacidade que o tecido muscular possui de se contrair de forma vigorosa mediante a estimulação de um potencial de ação. O músculo esquelético se contrai, gerando uma tensão muscular que traciona seus pontos de fixação, realizando o movimento.
3. Extensibilidade: é a propriedade que o músculo apresenta de se estender dentro dos limites, proporcionado pelo tecido conjuntivo, sem sofrer lesão. O músculo liso apresenta, conforme dito anteriormente, maior capacidade de extensibilidade, por exemplo, quando o estômago se enche para receber o alimento, o músculo da parede do órgão sofre uma extensão grande.
4. Elasticidade: capacidade que o músculo apresenta em retornar ao seu tamanho e forma originais, após a realização de uma contração ou extensão.
4. Estrutura de um Músculo Esquelético
Para uma maior compreensão do funcionamento do tecido muscular, é necessário conhecer suas estruturas anatômicas. Um músculo esquelético apresenta ventre muscular. Normalmente, é uma porção mais arredondada, avermelhada pela presença de muita vascularização, ligada a um tecido conjuntivo denso, chamado de tendão, que é esbranquiçado, por sua pouca vascularização, não contrátil, composto por feixes de colágeno, e que faz a fixação do músculo aos ossos. O tendão pode ser em forma de cordão ou na forma de lâminas planas, chamadas de aponeuroses, sendo um exemplo a aponeurose epicrânica, que une os músculos frontal e occipital, na cabeça (MOORE et al, 2011; TORTORA, NIELSEN,2017). Em algumas regiões, principalmente punho e tornozelos, por onde passam grupos de tendões, eles estão cobertos por uma fina e resistente camada de tecido conjuntivo, denominada de retináculo, cuja função é ancorar os grupos de tendões para que durante o momento da contração muscular, ele fique fixado, impedindo que saia do seu trajeto.
As fibras musculares de forma isolada não conseguem realizar o movimento; cada fibra está ligada a outras fibras na forma de feixes, estes a outros feixes e aí sim temos a formação de um músculo. Cada fibra individualmente está recoberta por um tecido conjuntivo, que recebe o nome de endomísio. Cada conjunto de fibras musculares, ou seja, o feixe muscular é recoberto pelo perimísio e o músculo todo é recoberto pelo epimísio, que será contínuo com o tendão. 
Recobrindo todo o tecido muscular e fazendo sua união com a pele, temos a fáscia, sendo dividida em superficial, profunda e serosa. A fáscia superficial dá suporte à pele, promove elasticidade à hipoderme e fornece sustentação aos vasos e nervos que vão para a pele. A fáscia profunda promove suporte e liga músculos a estruturas associadas, segue em continuidade com tendões e ligamentos, formado por tecido conjuntivo denso e sustenta vasos e nervos que vão para os músculos e estruturas associadas. A última, a fáscia subserosa, é constituída por tecido conjuntivo frouxo, e une a membrana serosa à fáscia profunda (VAN DE GRAAFF, 2013).
5. Arquitetura Muscular
De acordo com a disposição das suas fibras musculares, os músculos podem ser classificados em paralelos, convergentes, esfinctéricos (ou circulares) ou peniformes. Esta arquitetura proporciona a cada tipo de disposição das fibras uma capacidade diferente de ação muscular (VAN DE GRAAFF, 2013). Os músculos com disposição paralela apresentam uma amplitude longa, com boa resistência, mas não muita força muscular. Ex.: músculo reto do abdome e M. sartório. Os músculos convergentes possuem fibras com aspecto de leque, um único ponto de fixação e são mais fortes que o paralelo. Ex.: músculo deltóide e M. peitoral maior. Os músculos esfinctéricos ou circulares apresentam fibras dispostas em torno de um orifício e apresentam a função de abrir e fechar a abertura. Ex.: m. orbicular dos olhos, esfíncter anal. Os músculos peniformes apresentam muitas fibras em uma mesma área, são músculos fortes, de alta destreza, facilidade para fadiga e podem ser de 3 tipos, de acordo com a sua disposição: semipeniforme, peniforme e multipeniforme.
Quanto à origem, os músculos que tem sua origem em mais de um tendão, ou mais de uma cabeça, são classificados como bíceps; se tem duas cabeças, tríceps, se apresentam três cabeças, e quadríceps se apresentam quatro cabeças; como, por exemplo, o músculo bíceps braquial e o músculo quadríceps femoral. Quanto a sua inserção, podem ser em mais de um tendão, sendo os bicaudados, em três ou mais como policaudados (exemplo músculo extensor longo dos dedos). Quanto ao ventre muscular, podem ser músculos digástricos, quando apresentam dois ventres musculares (exemplo músculo digástrico), e poligástricos, como por exemplo músculo reto do abdome. Em relação à ação executada pelos músculos, eles podem ser flexor, rotador, abdutor, adutor, flexor plantar, levantadores, etc. (DANGELO, J G; FATTINI, C A, 2011).
6. Inervação e Irrigação Sanguínea dos Músculos
As fibras musculares apresentam uma elevada atividade metabólica e, portanto, necessitam de uma extensa rede de capilares sanguíneos que levam oxigênio e nutrientes para a fibra muscular e também removem o calor e produtos residuais. Uma fibra muscular esquelética para realizar a contração necessita de um estímulo nervoso, proporcionado por um neurônio motor (eferente), que é uma célula nervosa que tem a função de conduzir o estímulo nervoso para as fibras musculares. O neurônio motor entra no músculo junto com os vasos sanguíneos, chamado de feixe vasculomotor, penetrando no ventre do músculo, e espalha o estímulo pelo perimísio e endomísio. Além do neurônio motor, também existe o neurônio sensitivo (aferente) que tem a função de mandar as informações do músculo para o sistema nervoso central e, assim, regular a função motora. A área na qual o neurônio entra em contato com a membrana da fibra muscular é chamada de junção neuromuscular (VAN DE GRAAFF, 2013; TORTORA, NIELSEN, 2017).
Inervação domúsculo esquelético- junção neuromuscular.
7. Tipos de Fibras Musculares
Tortora e Nielsen (2017) descrevem a mioglobina, uma proteína vermelha responsável pela ligação das fibras musculares com o oxigênio. Dependendo da quantidade de mioglobina, as fibras musculares esqueléticas são chamadas de fibras musculares vermelhas e fibras musculares brancas. As fibras musculares vermelhas possuem alta concentração de mioglobina, além de apresentarem mais mitocôndrias e capilares sanguíneos; já as fibras musculares brancas possuem baixa concentração de mioglobina dentro do músculo. As fibras musculares esqueléticas também podem ser classificadas de acordo com a velocidade de contração em fibras oxidativas lentas, fibras oxidativas-glicolíticas rápidas e fibras glicolíticas rápidas.
1. Fibras oxidativas lentas: ou fibras tipo I, possuem diâmetro menor, são menos potentes, de coloração vermelho-escuro, apresentam muita mioglobina e muitos capilares sanguíneos, mitocôndrias grandes, geram energia por meio de respiração celular aeróbica, ou seja, necessitam de muito oxigênio, mas são fibras de contração lenta e muito resistentes à fadiga. Estão presentes em músculos responsáveis pela manutenção da postura, em atletas de maratonas.
2. Fibras oxidativas-glicolíticas rápidas: ou fibras tipo IIa, maiores que as fibras anteriores, também possuem quantidade intermediária de mioglobina, de coloração mais clara, metabolismo aeróbico e anaeróbico, resistência moderada à fadiga, estão presentes em atividades como corrida de velocidade,caminhada.
3. Fibras glicolíticas rápidas: ou fibras tipo IIb, capazes de apresentar contrações potentes, baixo nível de mioglobina e aparência esbranquiçada, metabolismo anaeróbico, responsável por movimentos intensos de curta duração como, por exemplo, levantamento de peso, mas entram em fadiga rapidamente.
A maioria dos músculos esqueléticos apresenta os três tipos de fibras musculares, com variações nas proporções dependendo do tipo de treinamento a que este músculo é submetido (TORTORA, NIELSEN, 2017).
Para uma melhor compreensão dos tipos de fibras musculares esqueléticas, assista ao vídeo abaixo.
8. Tônus Muscular
De acordo com Tortora e Nielsen (2017), os músculos esqueléticos, mesmo em repouso, apresentam um grau de tensão no músculo. Todo indivíduo que apresente um sistema nervoso íntegro apresenta este estado de tensão normal, liberado pelos neurônios motores. Esta tensão não é suficiente para gerar movimento, mas nos mantém contra a gravidade.
9. Tipos de Contrações Musculares
Van de Graaff (2013) relata que, para haver contração muscular, as fibras musculares precisam encurtar quando contraídas. A contração muscular pode ser chamada de isométrica ou isotônica. A contração isotônica ocorre quando a tensão realizada pelo músculo se mantém constante enquanto ocorre o encurtamento do músculo e, normalmente, são realizadas durante os movimentos corporais. A contração isotônica pode ser excêntrica ou concêntrica. Na contração isotônica concêntrica, as tensões geradas pelas fibras musculares são suficientes para mover o segmento, o músculo se encurta, tracionando o tendão e reduz o ângulo da articulação. Na contração isotônica excêntrica, a força de tensão é gerada durante o aumento do comprimento do músculo, ou seja, quando ocorre o aumento do ângulo da articulação (TORTORA, NIELSEN, 2017; MOORE et al, 2011).
As contrações musculares também podem ocorrer mesmo quando o músculo não apresenta alteração no comprimento do músculo, sem gerar movimento articular, e incapaz de superar a resistência do objeto, é a contração isométrica. Essas contrações isométricas são importantes para auxiliar no movimento, estabilizando algumas articulações enquanto outras se movem.
Ainda existe a contração reflexa, que é um tipo de contração automática, sem controle voluntário, e um exemplo são os reflexos miotáticos. A existência deste reflexo garante a integridade do sistema nervoso periférico (MOORE et al, 2011).
Para uma melhor compreensão dos tipos de contrações musculares, assista ao vídeo abaixo.
Saiba Mais
O envelhecimento representa um declínio progressivo sobre o sistema muscular. Leia este artigo e entenda um pouco como isso pode ocorrer.
10. Funções Musculares
Moore et al (2011) citam que os músculos apresentam algumas funções específicas, seja executando um movimento ou posicionando o corpo. Um músculo pode exercer mais de uma função, dependendo do movimento a ser realizado. As funções são:
1. Agonista: quando o músculo é o responsável pela realização do movimento específico, por exemplo, quando ele realiza uma contração concêntrica.
2. Antagonista: é o músculo que se opõe ao agonista, ou seja, quando o agonista realiza a contração concêntrica, o antagonista realiza a contração excêntrica.
3. Sinergista: é quando um músculo auxilia e complementa a ação do agonista.
De acordo com Tortora e Nielsen (2017), o sangue mantém uma estreita relação com os outros líquidos corporais, extracelulares, como líquido intersticial, linfa, líquido cérebroespinhal e humor aquoso, que se originam do sangue durante o desenvolvimento e depois são continuadamente abastecidos pelo sangue.
O sangue apresenta duas funções importantes: transporte e proteção. Na função de transporte, as substâncias envolvidas no metabolismo celular são transportadas pelo sangue, por exemplo, transporta oxigênio para as células dos tecidos; nutrientes provenientes do sistema digestório, transporte de resíduos metabólicos, água e íons em excesso que serão filtrados pelos vasos capilares dos rins para os túbulos renais e excretados na urina. Além disso, o sangue carrega também hormônios e outras moléculas reguladoras das glândulas para os tecidos. Na função de proteção, o sangue apresenta a função de coagulação, protegendo contra a perda sanguínea na ocorrência de uma lesão nos vasos e a fagocitose, realizada pelos leucócitos, que protege contra doenças (VAN DE GRAAFF, 2003).
O sangue tem como característica ser mais denso e viscoso em comparação com a água; apresenta uma temperatura em torno de 38°C; pH ligeiramente alcalino, entre 7,35 e 7,45. Quando o sangue está com alta concentração de   oxigênio, sua coloração é vermelho-vivo; quando a concentração de oxigênio é baixa, a coloração é vermelho-escuro. O indivíduo adulto apresenta em torno de 5-6 litros de sangue, variando de 4-5 litros para a mulher adulta (TORTORA, NIELSEN, 2017).
 
Componentes do sangue
Tortora e Nielsen (2017) relatam que o sangue é composto por plasma sanguíneo (55%) e elementos figurados (45%). O plasma sanguíneo é um líquido de cor palha, composto por água (91,5%) e 8,5% de solutos, na maioria proteínas, como a albumina, as globulinas e fibrinogênio. Outros solutos encontrados no plasma são eletrólitos, nutrientes, substâncias reguladoras (como hormônios e enzimas), gases e produtos residuais (como ureia, ácido úrico, creatinina, amônia e bilirrubina).
Os elementos figurados são os eritrócitos (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (fragmentos celulares). Os leucócitos possuem várias funções e existem diferentes tipos de leucócitos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos. A função geral dos leucócitos é realizar o combate aso agentes patógenos que entram no corpo através de fagocitose ou respostas imunes (TORTORA, NIELSEN, 2017).
As plaquetas são, na verdade, fragmentos de células grandes encontradas na medula óssea vermelha, sendo importantes na coagulação do sangue (VAN DE GRAAFF, 2003).
2. Principais Componentes do Sistema Circulatório
Van De Graaff (2003) divide o sistema circulatório em sistema cardiovascular e sistema linfático. O sistema cardiovascular é composto por coração, vasos sanguíneos e sangue. O sistema linfático é composto por capilares e vasos linfáticos, tecidos linfáticos em baço, timo, tonsilas e linfonodos.
O coração é a bomba propulsora do sistema circulatório. No adulto, o coração bombeia 5 litros de sangue por minuto, sendo esse tempo suficiente para distribuir o sangue por todo o corpoe retornar ao coração. Os vasos sanguíneos são uma rede de tubos por onde o sangue circula para chegar às células do corpo e retornar ao coração. Os vasos arteriais carregam sangue rico em oxigênio e veias carregam o sangue que retorna ao coração, pobre em oxigênio, chamado de sangue venoso. As artérias e veias se ramificam, chegando a tamanhos menores, chamadas respectivamente de arteríolas e vênulas (VAN DE GRAAFF, 2003).
2.1. Coração
O coração apresenta um formato coniforme, com tamanho próximo ao de um punho fechado, pesando cerca de 250 g nas mulheres e 300 g nos homens. Está localizado na cavidade torácica, na região chamada de mediastino, atrás do osso esterno e entre os dois pulmões. Dois terços do tamanho do coração está localizado à esquerda da linha mediana. A parte pontiaguda do coração, chamada ápice, à esquerda, apoiada sobre o diafragma. A base do coração é formada pela região onde estão as grandes veias do coração, na parte superior. Também possui a face esternocostal, que fica próxima ao osso esterno e às costelas; a face diafragmática, que é a região em contato com o diafragma, além das margens direita, em contato com pulmão direito e a margem esquerda, em contato com pulmão esquerdo (TORTORA, NEILSEN, 2017).
Envolvendo e protegendo o coração, existe o pericárdio, uma membrana que mantém o coração na região do mediastino, conferindo ao coração liberdade para realizar os movimentos rápidos e vigorosos de suas contrações. O pericárdio é dividido em fibroso e seroso. O pericárdio fibroso é o mais superficial, mais resistente e inelástico, ancorando o coração na região do mediastino. O pericárdio seroso é uma membra mais delicada e profunda, formada por duas outras membranas: a lâmina parietal externa e a lâmina visceral, também chamada de epicárdio, que fica em contato íntimo com o coração. Entre elas, existe a cavidade do pericárdio, com um líquido lubrificante para reduzir o atrito entre essas membranas, enquanto ocorre o movimento do coração (VAN DE GRAAFF, 2017).
2.2. Paredes do coração
O coração é constituído por três camadas: a camada mais externa é chamada de epicárdio, como já vimos anteriormente. A seguir, vem a camada intermediária, mais espessa, chamada de miocárdio, que é a camada responsável pela contração do coração; é formada pelo músculo estriado cardíaco, ou seja, é o responsável pela contração do coração, lembrando que, apesar de ser um músculo estriado, seu controle é involuntário. Por fim, a camada mais interna, chamada de endocárdio, formada por tecido conjuntivo, que recobre as câmaras do coração.
2.3. Câmaras do coração
Tortora e Nielsen (2017) explicam que o coração é dividido internamente em quatro câmaras, sendo duas superiores chamadas de átrios e duas inferiores chamadas de ventrículos. Os átrios são divididos pelo septo interatrial e os ventrículos divididos pelo septo interventricular. Na face anterior de cada átrio, encontra-se as aurículas (direita e esquerda), estruturas em forma de saco, com função de aumentar a capacidade de armazenar um volume maior em cada átrio.
Separando um átrio de um ventrículo, à direita, encontra-se a valva tricúspide; à esquerda, a valva mitral. As valvas permitem que o fluxo sanguíneo seja unidirecional. O lado direito do coração, composto por átrio direito e ventrículo direito, é também chamado de bomba pulmonar, de acordo com Tortora e Nielsen (2017), sendo considerada mais fraca; e o lado esquerdo do coração, formado pelo átrio e ventrículo esquerdos, chamado de bomba sistêmica, mais forte.
O átrio direito recebe o sangue venoso, pobre em oxigênio, da veia cava superior e veia cava inferior, além do seio coronário, por onde chega o sangue venoso do miocárdio. Em seguida, o sangue passa pela valva tricúspide para o ventrículo direito. A valva tricúspide é assim nomeada por possuir três válvulas ou cúspides. O ventrículo direito apresenta em seu interior feixes elevados de fibras musculares, chamados de músculos papilares, que estão conectados à valva tricúspide pelas cordas tendíneas. Do ventrículo direito, o sangue passa para o tronco pulmonar (VANDE GRAAFF, 2003; TORTORA, NIELSEN, 2017).
O átrio esquerdo recebe o sangue que vem do pulmão, através das veias pulmonares, e o sangue segue para o ventrículo esquerdo, passando pela valva mitral (ou bicúspide), que possui somente duas válvulas. O ventrículo esquerdo é a região mais espessa do coração, também possui músculos papilares que estão conectados às cordas tendíneas que se ligam à valva mitral. Do ventrículo esquerdo, o sangue flui para a artéria aorta (VAN DE GRAAFF, 2003).
2.4. Valvas cardíacas
Segundo Tortora e Nielsen (2017), as valvas atrioventriculares, também chamadas de tricúspide e mitral, realizam movimentos de abrir e fechar em reposta às alterações de pressões que ocorrem quando o coração relaxa ou contrai. A função das valvas é permitir a passagem do sangue de uma câmara para outra, em seguida, fechar para evitar o refluxo do sangue. O sangue passa do átrio para o ventrículo pelas valvas, quando a pressão atrial é maior que a ventricular e, nesse momento, as cordas tendíneas estão frouxas e os músculos papilares, relaxados. Quando ocorre a contração dos ventrículos, a pressão sanguínea empurra a valva para cima, as cordas tendíneas se contraem, evitando a eversão das valvas, impedindo o refluxo do coração.
As valvas da artéria aorta e do tronco pulmonar são formadas por três válvulas semilunares que permitemque o sangue flua sem ocorrer o refluxo para os ventrículos (VAN DE GRAAFF, 2003).
3. Circulação do sangue
O coração, a cada contração, realiza o bombeamento do sangue para duas circulações: a circulação pulmonar ou também chamada de pequena circulação e a circulação sistêmica, ou grande circulação. Conforme já foi dito anteriormente, o sangue desoxigenado chega ao coração pelas veias cavas superior e inferior e entra no átrio direito, passando pela valva tricúspide e indo para o ventrículo direito. Do ventrículo direito, o sangue é ejetado para o tronco pulmonar, que se ramifica em artérias pulmonares, levando o sangue para os pulmões direito e esquerdo. Nos pulmões, os capilares pulmonares farão a troca do dióxido de carbono por oxigênio ao nível dos alvéolos. Este processo de troca gasosa é conhecido como hematose. As veias pulmonares originadas dos capilares pulmonares são encarregadas de conduzir o sangue rico em oxigênio para o átrio esquerdo, terminando a circulação pulmonar (TORTORA, NIELSEN, 2017; MOORE et al, 2007).
A circulação sistêmica inicia-se quando o sangue flui do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, passando pela valva mitral. Do ventrículo esquerdo, o sangue é ejetado para a artéria aorta que, no seu percurso, apresenta várias ramificações e levará o sangue oxigenado a todos os órgãos do corpo. A troca de nutrientes e gases ocorre através das paredes das arteríolas, onde o sangue cede oxigênio e faz a captação de dióxido de carbono que flui para uma vênula, levando o sangue desoxigenado para as veias cavas superior e inferior, indo para o átrio direito novamente e todo o ciclo recomeça (TORTORA, NIELSEN, 2017).
Além da circulação sistêmica e pulmonar, o músculo cardíaco (miocárdio e epicárdio) também necessita de suprimentos e oxigênio, sendo esta circulação chamada de circulação coronariana. As artérias coronarianas originam-se da artéria aorta, ramificando-se em artéria coronariana direita e esquerda e, a partir daí, originam-se várias ramificações, que se conectam umas com as outras, formando anastomoses, permitindo que existam vários desvios para o sangue arterial, caso uma artéria principal seja obstruída. Depois que o sangue arterial passa pelas artérias coronarianas, vai para os capilares, onde ocorre a troca de oxigênio pelo dióxido de carbono. Assim, o sangue desoxigenado é drenado para o seio coronário, que termina no átrio direito. O seio coronário recebe as veias cardíaca magna, veia interventricular posterior, veia cardíaca parva e veias anteriores do ventrículo direito 
Para melhor entendimento sobre a circulaçãopulmonar, assista ao vídeo abaixo. Circulação pulmonar ou pequena circulação:
4. Complexo Estimulante do Coração
O músculo cardíaco apresenta uma ritmicidade intrínseca, que possibilita gerar os estímulos para a contração do coração. Isto é possível pela presença de células autorrítmicas, ou seja, são capazes de gerar potenciais de ação de forma rítmica e repetitiva. Este complexo estimulante do coração é que determina o ciclo cardíaco e é composto pelo nó sinoatrial (SA), por onde inicia a excitação cardíaca e está localizado no átrio direito. Esta excitação será propagada até o nó atrioventricular (AV), localizado o septo interatrial. A partir do nó AV, o potencial de ação chega ao fascículo atrioventricular ou também chamado de feixe de His, onde o estímulo passa dos átrios para os ventrículos. O fascículo atrioventricular se ramifica em direito e esquerdo, seguindo pelo septo interventricular, em direção ao ápice do coração, chegando aos ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje), onde o potencial de ação é transmitido para as células do miocárdio ventricular (MOORE et al, 2007; TORTORA, NIELSEN, 2017).
5. Ciclo cardíaco
Tortora e Nielsen (2017) explicam que, no ciclo cardíaco normal, os dois átrios se contraem, enquanto os dois ventrículos relaxam e, depois, ao contrário. É chamada de sístole o período de contração de uma câmara do coração e diástole o período de relaxamento do coração. O ciclo cardíaco pode ser dividido em três fases:
Fase 1: chamado de período de relaxamento, que seria o final de um ciclo cardíaco, onde os ventrículos começam a relaxar e as quatro câmaras estão em diástole.
Fase 2: período de sístole atrial (contração do átrio), quando o ventrículo enche de sangue, as valvas atrioventriculares ainda estão abertas e as semilunares fechadas.
Fase 3: sístole ventricular (contração do ventrículo), que força o sangue contra as valvas atrioventriculares, forçando seu fechamento e, por um período curto da sístole ventricular, as quatro valvas estão fechadas, para logo a seguir as valvas semilunares se abrirem e começarem a ejeção do sangue do coração, durando até o período de relaxamento dos ventrículos, voltando para a fase 1 novamente.
Veja o funcionamento do ciclo cardíaco neste vídeo abaixo.
6. Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos formam uma rede de canais fechados, que permitem que o sangue possa fluir do coração para todas as regiões e células do corpo. De acordo com Tortora e Nielsen (2017), as artérias carregam o sangue para fora do coração e as veias carregam o sangue para o coração. As artérias, ao deixarem o coração, vão gradativamente diminuindo seu diâmetro, passando a chamar-se arteríolas e, os menores, capilares. Os capilares são vasos microscópicos que se encontram com capilares venosos que aumentam progressivamente de tamanho, passando a vênulas e depois veias (MOORE et al, 2007).
6.1. Estrutura básica de um vaso sanguíneo
A parede de um vaso sanguíneo é formada por três camadas também chamadas de túnicas: túnica externa ou adventícia, túnica média e túnica íntima. A túnica íntima forma o revestimento interno do vaso, também chamado de endotélio; mais profundamente, tem a camada basal, composta por fibras colágenas, oferecendo uma boa elasticidade para distensão e retração da parede do vaso. A túnica média é composta por tecido muscular liso e conjuntivo, com função de regular o diâmetro do lúmen do vaso, sendo importante para regular a pressão arterial. A túnica externa é formada por fibras colágenas e elásticas e tem a função de ancorar os vasos nos tecidos adjacentes (TORTORA, NIELSEN, 2017).
6.2. Artérias
A parede das artérias também possui três camadas, mas a túnica média é mais espessa e elástica, tornando-as mais complacentes, ou seja, possuem a capacidade de expansão sem laceração, aumentando quando ocorre a contração ventricular (sístole) e recuando quando ocorre o relaxamento ventricular (diástole). As artérias ditas elásticas são as de maior calibre, como aorta e tronco pulmonar. As artérias de tamanho médio são chamadas de artérias musculares, pois a túnica média tem mais músculo liso e menos fibras elásticas (MOORE et al, 2007).
6.3. Arteríolas
São artérias de calibre microscópico e muito numerosas, com túnica íntima fina, túnica média com células musculares lisas orientadas em forma circular. A constrição das arteríolas aumenta a pressão arterial e a dilatação das arteríolas diminui a pressão arterial. A túnica externa é formada por um tecido conjuntivo areolar (TORTORA, NIELSEN, 2017).
6.4. Capilares
Os capilares são os menores vasos sanguíneos que fazem a ligação do refluxo arterial com o retorno venoso. São encontrados próximos a quase todas as células do corpo, cuja função básica é a troca de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. A parede dos capilares é formada por uma única camada de células endoteliais e de uma membrana basal (MOORE et al, 2007).
6.5. Veias
De forma geral, apresentam as mesmas três camadas das artérias, porém com diferenças em relação à espessura. A túnica íntima das veias é mais fina em relação às artérias; a túnica média apresenta poucas fibras elásticas e de músculo liso e a túnica externa é mais espessa, com fibras elásticas e colágenas. Também apresentam capacidade de se distenderem, porém não resistem às pressões elevadas. O diâmetro do lúmen de uma veia é maior que o diâmetro de uma artéria correspondente. Muitas veias presentam em seu interior válvulas, formadas por pregas na túnica íntima, que tem a função de auxiliar no retorno venoso, principalmente nos membros inferiores. A pressão sanguínea das veias é mais baixa e as válvulas auxiliam o retorno venoso impedindo o refluxo retrógrado do sangue (TORTORA, NIELSEN, 2017). A contração dos músculos esqueléticos é chamada de bomba muscular esquelética e auxilia no retorno do fluxo para o coração; indivíduos sedentários apresentam maior acúmulo de sangue nas veias, dilatando-as e reduzindo o fluxo para o coração (MOORE et al, 2007).
6.6. Vênulas
As vênulas drenam o sangue capilar e iniciam o fluxo retrógrado do sangue para o coração, apresentam paredes finas, o que possibilita que elas se expandam e sirvam como reservatório para acúmulo de grandes volumes de sangue (TORTORA, NIELSEN, 2017).
7. Vias circulatórias
As vias circulatórias são paralelas, na maioria dos casos, uma fração do fluxo sanguíneo flui de forma separada para cada tecido do corpo. A circulação sistêmica, como já foi falado anteriormente, leva o fluxo sanguíneo oxigenado para todos os tecidos e inclui uma rede de artérias e arteríolas que levam o sangue do ventrículo esquerdo para os capilares sistêmicos. As veias e vênulas retornam o sangue com dióxido de carbono para o átrio direito. A circulação sistêmica apresenta subdivisões que são a circulação coronariana (irriga o miocárdio); a circulação cerebral (irriga o encéfalo) e circulação porta-hepática (trato gastrointestinal até o fígado) (TORTORA, NIELSEN, 2017). A principal artéria sistêmica é a artéria aorta (MOORE et al, 2007).
7.1. Artéria aorta
A artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e apresenta uma porção ascendente, arco da aorta, parte torácica da aorta e parte abdominal da aorta. Na parte ascendente da aorta, originam-se as artérias coronárias, que irão irrigar o miocárdio. A seguir, a artéria aorta forma um arco, o arco da aorta, que apresenta as seguintes divisões: a primeira é o tronco braquiocefálico, que por sua vez se dividirá em duas artérias: artéria subclávia direita e artéria carótida comum direita que, respectivamente, irão apresentar outras divisões que irão irrigar o membro superior direito e lado direito do pescoço e cabeça. A segunda divisão é a artéria carótida comum esquerda, que irrigará pescoço e cabeça esquerda; por último, a artéria subclávia esquerda, que irrigará o membro superior esquerdo (TOROTRA, NIELSEN, 2017).
A parte torácica da artéria aorta inicia entre a quarta e quinta vértebra torácica e atravessa o diafragma pelo hiato aórtico, entre a décima segunda vértebra torácica e a primeira vértebralombar. A artéria aorta torácica irriga os tecidos do pericárdio, tecidos da árvore brônquica, esôfago, tecido conjuntivo, diafragma (TORTORA, NIELSEN, 2017).
A parte abdominal da artéria aorta é o segmento entre o diafragma e a quarta vértebra lombar, apresentando várias divisões como tronco celíaco (irriga baço, estômago e fígado); artéria mesentérica superior (irriga o intestino delgado); artérias renais (irrigam os rins); artéria mesentérica inferior (intestino grosso) (MOORE et al, 2007).
Na região da pelve, a artéria aorta divide-se em duas artérias principais: artérias ilíacas comuns direita e esquerda (irrigam músculos da pelve, órgãos pélvicos e genitais internos e externos), que por sua vez se dividirão em artéria ilíaca interna e externa (músculos da parte medial da coxa e ligamento redondo do útero). A seguir, quando entram na coxa, a artéria ilíaca passa a se chamar artéria femoral, depois artéria poplítea, artéria tibial anterior e posterior, irrigando os músculos do membro inferior, direito e esquerdo (TORTORA NIELSEN, 2017).
7.2. Veias
As veias de todas as partes do corpo convergem para as veias cava superior e veia cava inferior. As veias são em maior número que as artérias, podendo ser superficiais (onde se faz a retirada de amostra de sangue), ou profundas, que estão próximas das artérias principais. Geralmente, as veias são denominadas de acordo com a região por onde passam (MOORE et al, 2007).
7.3. Veias da cabeça e pescoço
A drenagem do sangue da cabeça e pescoço é realizada pelas veias jugulares externas, direita e esquerda, descendo pela lateral do pescoço e terminam nas veias subclávias direita e esquerda, logo abaixo das clavículas. Curiosidade: quando é necessário administrar nutrientes e medicação, assim como avaliar a pressão venosa, é realizada a instalação de um cateter venoso central na veia subclávia direita preferencialmente (TORTORA, NIELSEN, 2017).
7.4. Veias dos membros superiores
As veias superficiais e profundas são as responsáveis pela drenagem dos membros superiores, sendo as superficiais as mais calibrosas, que são: cefálica (drena músculos superficiais da região lateral do membro superior) e a basílica (drena a parte medial do membro superior). As veias profundas são as subclávias (drenam os músculos, ossos dos braços, ombros e pescoço); as axilares (drenam pele, músculos, axilas parede superolateral do tórax); as braquiais (drenam músculos e ossos do cotovelo, músculos da parte medial do antebraço); veias ulnares (drenam pele e ossos da mão, músculos da parte medial do antebraço) e as veias radiais (drenam músculos e ossos da parte lateral da mão e antebraço) (TORTORA, NIELSEN, 2017). As veias jugulares e subclávias convergem e formam a veia braquiocefálica, a direita e esquerda e depois desembocam na veia cava superior (MOORE et al, 2007).
7.5. Veias do tórax
A maioria das estruturas localizadas no tórax são drenadas pelo sistema ázigo, que percorre as laterais da coluna vertebral. Este sistema, além de realizar a coleta do sangue da região do tórax, atua como via de drenagem colateral para a veia cava inferior. As veias braquiocefálicas realizam a drenagem da cabeça, pescoço, membros superiores, glândulas mamárias e parte superior do tórax. A veia ázigo drena o lado direito da parede torácica, vísceras torácicas e parede abdominal posterior. A veia hemiázigo é responsável pela drenagem do lado esquerdo da parte inferior do tórax e parede abdominal posterior esquerda. A veia hemiázigo acessória é responsável pela drenagem do lado esquerdo e parte superior da parede torácica e vísceras torácicas (TORTORA, NIELSEN, 2017).
7.6. Veias do abdome e pelve
As veias do abdome e pelve convergem para a veia cava inferior, convergindo para átrio direito. A veia cava inferior localiza-se à direita da artéria aorta, sendo a veia de maior calibre do corpo humano. Recebe a drenagem de veias com os mesmos nomes das artérias da região abdominal, já vistas anteriormente, responsáveis pela drenagem de órgãos, vísceras e parede do abdome (MOORE et al, 2007). As veias tibiais posteriores e anteriores são originadas no pé, tomam a direção ascendente e posterior, chegando atrás do joelho, onde formam a veia poplítea e, logo acima do joelho chama-se veia femoral, e logo acima da virilha recebe a veia safena magna, que passa na parte medial da perna, até chegar à virilha. Depois, a veia femoral, ao passar pelo ligamento inguinal, torna-se a veia ilíaca e depois desemboca na veia cava inferior, chegando ao átrio direito novamente (VAN DE GRAAFF, 2003).
8. Circulação porta-hepática
Esta circulação é formada por veias que drenam o sangue dos capilares do intestino, do pâncreas, do baço, do estômago e da vesícula biliar para o fígado. Esta veia recebe o nome de veia porta do fígado. Isto significa que os produtos absorvidos da digestão necessitam passar antes pelo fígado para só depois, através das veias hepáticas direita e esquerda, irem para a veia cava inferior. O fígado recebe, então, sangue de duas fontes: pela artéria hepática, com sangue rico em oxigênio, e pela veia porta, rica em nutrientes do intestino delgado (VAN DE GRAAFF, 2003).
9. Sistema Linfático
O sistema linfático é intimamente relacionado ao sistema circulatório, auxiliando na circulação de líquidos e participação no processo de defesa do organismo composto por: linfa, vasos linfáticos, órgãos linfoides (baço, timo, tonsilas e medula óssea de ossos longos), linfonodos e tecido linfático (TORTORA, NIELSEN, 2017). O sistema linfático é considerado um sistema de hiperfluxo, que permite a drenagem de líquidos, proteínas plasmáticas, eletrólitos e remoção de resíduos formados na decomposição celular e infecção que estão no meio extracelular que não são absorvidos pelos capilares sanguíneos (MOORE et al, 2003).
9.1. Funções do sistema linfático
De acordo com Tortora e Nielsen (2017), são 3 as funções consideradas primárias do sistema linfático:
· Drenagem do excesso de líquido intersticial: realizada pelos vasos linfáticos, drenam o excesso de líquido intersticial que não é reabsorvido pelos capilares sanguíneos, retornando-o para o sistema venoso, mantendo a homeostase.
· Transporte de lipídios da dieta: vasos linfáticos dispostos na região do trato gastrointestinal, chamados de capilares lácteos, realizam o transporte de lipídios e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) absorvidos pelo intestino até o ducto torácico e daí para o sistema venoso. Este líquido tem a coloração esbranquiçada, chamada “quilo”. Em outras partes, a linfa tem coloração amarelo-claro translúcido.
· Respostas imunes: o tecido linfático inicia uma série de respostas contra micróbios específicos ou células anormais, através da ativação de células específicas, como as células T e B em conjunto com os macrófagos, provocando a resposta imunológica do organis
10. Vasos Linfáticos
O sistema linfático inicia em capilares linfáticos, que são vasos minúsculos, formados por uma única camada de células, fechados em sua extremidade como “dedos de luva”, sendo encontrados em quase todas as regiões onde existe um vaso sanguíneo, exceto dentes, medula óssea vermelha, cartilagem, epiderme, córnea do bulbo ocular, algumas partes do sistema nervoso central. Dos capilares linfáticos, convergem para vasos maiores chamados de vasos linfáticos, que tem aparência semelhante às veias, mas possuem mais válvulas (TORTORA, NIELSEN, 2017).
Os capilares linfáticos, por serem mais permeáveis que os sanguíneos, conseguem absorver moléculas maiores, como proteínas e lipídios. As células dos capilares estão presas a filamentos de ancoragem, chamados de filamentos de Casley-Smith, contendo fibras elásticas, que fixam as células endoteliais dos capilares aos tecidos adjacentes. A partir do momento em que o excesso de líquido intersticial fica acumulado nos tecidos, esses filamentos são tracionados, abrindo as células e permitindo que o líquido intersticial entre para os capilares, passando a chamar-se linfa (TORTORA, NIELSEN, 2017).
Nos vasos linfáticos, existe a presençade válvulas, que realizam o fluxo unidirecional da linfa e o espaço entre as válvulas é chamado de linfangion, sendo considerado o “coração do sistema linfático”; o sistema propulsor da linfa para o sistema venoso, pela sua capacidade de contração dos vasos linfáticos, além da pressão exercida pela contração da musculatura esquelética, movimentos peristálticos do intestino e a respiração (LEDUC, LEDUC, 2000).
Nos vasos linfáticos, ao longo de seu percurso, existem centenas de linfonodos, agrupados em regiões específicas do corpo, sendo os superficiais localizados à frente das articulações flexoras, como pescoço, axilar, inguinal e poplítea. Os linfonodos são chamados também de gânglios linfáticos e popularmente de íngua (observação da autora).
Os linfonodos estão localizados superficialmente e profundamente, assim como os vasos e capilares linfáticos. São estruturas pequenas, com 1 e 25 mm de comprimento, recobertos pela cápsula de tecido conjuntivo, que contém em seu interior tecidos conjuntivos especializados com a função de atuar como um filtro, onde substâncias estranhas ficaram retidas até serem fagocitadas pelos macrófagos e outras pela ativação do sistema imunológico, principalmente linfócitos B e T.
A linfa entra nos linfonodos na face convexa por vasos aferentes e saem na face côncava por vasos eferentes, na região chamada de hilo. Ao longo do trajeto do vaso, ele passa por várias redes de linfonodos, sendo realizadas várias filtragens da linfa até sua entrada no sistema sanguíneo.
Na região da mucosa do trato gastrointestinal, urinário e genital e nas vias respiratórias, os nódulos linfáticos se diferenciam dos linfonodos por não possuírem cápsula ao seu redor e são denominados de tecido linfático associado à mucosa (MALT). Embora a maioria fique dispersa no tecido, existem agrupamentos, como a tonsila faríngea, e na região do intestino delgado (placas de Peyer).
Existem outros órgãos linfoides que participam também do sistema imunológico: são as tonsilas palatinas (popularmente conhecidas como amígdalas), localizadas na região abaixo do palato mole e as tonsilas linguais, localizadas na raiz da língua, que agem principalmente nas respostas imunes contra algumas substâncias inaladas ou ingeridas (TORTORA, NIELSEN, 2017).
Além das tonsilas, tem o baço, localizado à esquerda na cavidade abdominal, entre o estômago e o diafragma, que tem a função de remoção de eritrócitos e plaquetas alteradas;,senescentes ou rompidos; armazenamento de plaquetas e hematopoese (produção de eritrócitos na vida fetal) e produção de linfócitos. O timo também é outro órgão linfoide, localizado atrás do osso esterno, na região do mediastino, com função imunológica importante no feto e criança, entrando em processo de regressão na puberdade (VAN DE GRAAFF, 2003).
11. Formação e Fluxo da Linfa
O líquido intersticial é formado pelo líquido que extravasa dos capilares sanguíneos e que retorna para eles depois, por meio de absorção. Porém, aproximadamente 3 litros de líquido intersticial não é reabsorvido pelos capilares sanguíneos, sendo, então, drenado pelos capilares linfáticos que, a partir do momento que o líquido intersticial entra nos capilares, chama-se linfa. A linfa é composta principalmente por proteínas plasmáticas, e, portanto, uma função importante do sistema linfático é a condução das proteínas plasmáticas de volta para o sistema sanguíneo.
Quando ocorre uma situação onde o processo de filtração dos capilares sanguíneos é muito maior que a capacidade de reabsorção, ocorre um aumento do líquido intersticial, cuja forma clínica de apresentação é o edema. Esta situação pode ocorrer por aumento da pressão sanguínea capilar, causada por agentes químicos e bacterianos, térmicos ou mecânicos nas paredes dos capilares, o que resulta numa filtração excessiva, aumentando a pressão do líquido intersticial, com aumento do escape de proteínas plasmáticas. A diminuição da concentração de proteínas plasmáticas também provoca reabsorção inadequada, como nos casos de subnutrição, hepatopatia, queimaduras (TORTORA, NIELSEN, 2017).
O fluxo da linfa se inicia nos capilares linfáticos, segue pelos vasos linfáticos, ductos linfático direito e ducto torácico, segue na direção da junção das veias subclávias e jugular à direita e esquerda, retornando para o sangue. Isso demonstra a importância do sistema linfático para o sistema cardiovascular.
O retorno da linfa para o sistema venoso depende de duas “bombas” importantes: a bomba muscular esquelética, causada pela contração da musculatura que comprime os vasos linfáticos, auxiliando sua contração, e a bomba respiratória (a alteração da pressão abdominal que acontece durante a inspiração e expiração) que também exerce a pressão sobre os vasos linfáticos que passam pela região do diafragma, na cisterna do quilo, impulsionando a linfa de forma ascendente (TORTORA, NIELSEN, 2017).

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