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Anemi� megaloblástic� (anemi� macrocític� normocrômic�) Causas da deficiência de vitamina B12 ● Dieta inadequada (rara) já que o estoque é alto e facilmente encontrado em proteína animal. ● Aumento das necessidades: gravidez, crescimento, lactação, doenças neoplásicas (neoplasias malignas tende a absorver os nutrientes do nosso organismo) hipertireoidismo. ● Absorção intestinal deficiente - Deficiência do fator intrínseco funcional (fi): A absorção de vitamina B12 depende de sua ligação com uma glicoproteína produzida pelas células parietais da mucosa gástrica denominada de "fator intrínseco". Após a ligação, o complexo se une a receptores específicos no íleo onde a vitamina B12 é absorvida. ● Produção inadequada de fator intrínseco (FI) → tanto pode ser qualitativamente quanto quantitativamente, ou seja pode haver a produção ideal do fator intrínseco, porém não na qualidade correta e vice-versa. Anemia perniciosa, gastrectomia Total, ausência congênita ou anormalidade funcional do fator intrínseco ● Defeito na liberação de cobalamina dos alimentos → acloridria gástrica, gastrectomia parcial. A cobalamina chega ao nosso organismo unida a proteínas alimentares e essa ligação precisa ser desfeita para que ela possa na sequência se ligar a proteína R, que vai estar presente tanto na saliva, quanto na mucosa intestinal para facilitar uma futura complexação com fator intrínseco, e para que isso aconteça é necessário a acidez estomacal e as enzimas digestivas, presentes na própria saliva, por isso pacientes que possuem acloridria, com a redução da acidez do suco gástrico tem absorção da vitamina B12 diminuída. Exemplo: pessoas que fazem uso contínuo de antiácidos. Ressecção íleal; etc. Observar que alterações que comprometam o TGI são importantes para a deficiência de B12. Anemia perniciosa A principal anemia megaloblástica por deficiência de B12. Doença provavelmente autoimune, que dificilmente se manifesta em adultos, abaixo de 30 anos, mais principalmente em idosos. ● Ocorre diminuição do fator por: - Anticorpos anti fator intrínseco - Gastrite atrófica (atrofia inflamação crônica da mucosa gástrica) e presença de anticorpos anti células parietais. Dessa forma o nosso organismo disponibiliza uma redução na quantidade de fator intrínseco, ou porque há uma produção de autoanticorpos direcionadas contra as células produtoras do fator ou contra o próprio fator. O paciente pode ter um ou ambos. ● Geralmente associada a outras doenças autoimunes, como diabetes, artrites reumatóide e lúpus. Outras causas: ● Inibidores da síntese de Dna: - antagonistas das purinas → 6-mercaptopurina, azatioprina - antagonistas das pirimidinas → arabinosídeo-C - outros → hidroxiuréia, AZT ● Megaloblastose idiopática: Anemia diseritropoética congênita Consequências da deficiência de vitamina B12 ● Aumento da homocisteína: evento tóxico ao endotélio, acelerando a arteriosclerose e podendo causar tromboembolismo venoso. Esse aumento se dá porque a vitamina B12 atua como cofator para transformação da homocisteína em metionina. O aumento da homocisteína gera efeito tóxico de arteriosclerose e é indutor de tromboembolismo venoso. O aumento da homocisteína é o indício da deficiência de vitamina B12. ● Diminuição de metionina: papel importante na neuropatia da deficiência da B12 ● Diminuição da formação de tetra-hidrofolato (THF): alteração na síntese de DNA, ocorrendo eritropoiese ineficaz. O paciente com esse tipo de deficiência compromete a produção da bainha de mielina e pode desenvolver condições de neuropatia, formigamento nas extremidades principalmente dedos e ainda pode chegar a um quadro sintomático mais graves da chamada "loucura megaloblástica", com sintomas de um distúrbio neurológico que se não observado com atenção pode levar ao diagnóstico de transtorno neurológico grave, com tratamento psiquiátrico mas que na realidade se tratava de uma deficiente de B12. Favorece cardiopatias e trombos. Manifestações clínicas da deficiência de vitamina B12 - Hematológicas: anemia (palpitações, astenia, sopros cardíacos) trombocitopenia (petéquias e equimoses) - Digestivas: anorexia, diarreia e perda ponderal (absorção), e queilite angular ( pele do canto da boca). Em tecidos de rápida regeneração. - Degeneração subaguda combinada da medula espinhal: Neuropatia progressiva que afeta os nervos sensitivos periféricos e os cordões posterior e lateral da medula espinhal, provavelmente resultante da diminuição de metionina e consequentemente comprometimento da mielina. Na deficiência de ácido fólico pode haver comprometimento neurológico, mas não tão exacerbado quanto o da deficiência de B12. Associar perfil neuropático a deficiência de vitamina b12. - Neuropsiquiátricas: parestesia de extremidades, formigamento dos pés, de sensibilidade profunda, déficit cognitivos, dificuldade da marcha (andar de lado, ao invés de linear), depressão, déficit de memória, disfunção cognitiva, demência e psicoses. Manifestações clínicas da deficiência de ácido fólico - Características clínicas bastante semelhantes às observadas nos casos de carência de vitamina B12. - Manifestações digestivas mais exuberantes - Não há sintomas neuropsiquiátricos claramente associados a deficiência de ácido fólico (dados científicos conflitantes) Manifestações clínicas da deficiência de vitamina B12 ou de folato - Defeito do tubo neural (DTN): a deficiência materna de folato ou de B12 predispõe a um defeito no tubo neural fetal (anencefalia espinha bífida ou encefalocele). Importância da suplementação quando se tem pretensão de engravidar. - O mecanismo exato é incerto, mas acredita-se está relacionado com defeito na formação de homocisteína, o que pode diminuir a metilação de várias proteínas e lipídios. Quando ocorre uma eritropoiese ineficaz, ocorre um grau de hemólise e também por que os macrófagos do baço percebe alteração e fagocita, e consequentemente vai acarretar o aumento de dois parâmetros bioquímicos a bilirrubina indireta ( marcador de hemólise) e do de DHL (marcador de destruição/lise celular) e os dois parâmetros indica aumento da eritropoiese ineficaz. Comum a pancitopenia. O Indivíduo pode ter defeito em todas as linhagens ou nas linhagens de forma separada. ● A hiperplasia na medula óssea ocorre devido a tentativa compensatória, mas que ao mesmo tempo é ineficaz pois as células não são normais sendo rapidamente retiradas de circulação, levando, consequentemente, pancitopenia no sangue periférico. Anisocitose, poiquilocitose, policromatofilia, hemácias macrocíticas, neutrófilos hipersegmentados. Pontilhado basófilo, é uma inclusão eritrocitária e é resíduo de material nuclear que não foi removido das hemácias. Corpúsculo de howell jolly também é resto de material nuclear. ● Todos esses aspectos revelam imaturidade. Diagnóstico laboratorial das Anemias megaloblásticas ● DHL elevado (marcador de destruição celular) ● ìndice de reticulócitos baixo ● concentração de folato sérico - Valor normal → 2,5 a 20 ng/mL - < 2ng/mL → muito provável ● Concentração de cobalamina sérica Valor normal → 200 a 900 pg/mol < 200 pg/mol →confirma diagnóstico ● Concentração Homocisteína sérica - VN → 5 a 14 nmol/L - > 50 nmol/L ● Concentração de ácido metilmalônico urinário ( exclusivo de def. de vitamina. B12) -VN → 70 a 270 nmol/L - 3.500 a 2.000.000 nmol/L Achado laboratorial Carência de vitamina B12 Carência de ácido fólico Homocisteína aumentada aumentada Ácido metilmalônico aumentada normal Diagnóstico diferencial: Lembrar que o ácido metilmalônico estará aumentado apenas na deficiência de B12, uma vez que na transformação do ácido metilmalônico em succinil é necessária a presença da vitamina B12. Tratamento das anemias megaloblásticas ● Deficiência de cobalamina: - Reposição parenteral: A reposição parenteral com 1000 mcgde vitamina B12 por semana, durante quatro semanas, por via intramuscular, seguido de injeções mensais, é o mais prático. O tratamento deve permanecer ao longo da vida quando a causa base não puder ser removida, como é o caso da anemia perniciosa. - Reposição por via oral - Teste terapêutico como forma de investigação: A resposta ótima a doses terapêuticas de vitamina B12 confirma o diagnóstico de deficiência. É importante notar que o tratamento com 5 mg de ácido fólico diário pode causar resposta hematológica ótima na anemia megaloblástica por deficiência de B12, mas que a neuropatia ou recaída hematológica ou ambas se desenvolvem após alguns meses. Por que o ácido fólico disponibiliza radical metil que se complexa a vitamina B12 e dessa forma a metilcobalamina vai ser importante para as reações bioquímicas que envolvem o complexo B12, mas também participa de outras reações independentes do ácido fólico, e consequentemente estarão presentes em sua deficiência. Então, por exemplo, os sintomas de neuropatias continuaram presentes. Muitas vezes a reposição de ácido fólico na anemia megaloblástica pode mascarar uma resposta hematológica e, a médio e longo prazo estimular uma descompensação de outras situações orgânicas do paciente. Por isso, é essencial a dosagem dos dois parâmetros. ● Deficiência de folato: - Ácido fólico → 5mg/dia 4 meses * Hemólise crônica, hemodiálise→ toda a vida
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