Buscar

Trabalho N1 - Processo Administrativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Processo Administrativo
Direito Administrativo – Licitações, contratos e parcerias público-privadas
Trabalho para composição da nota N1 da disciplina “Direito Administrativo – Licitações, contratos e parcerias público-privadas”
Giovanna de Castro Zamparo – RA 002202005171
Laura Andreo e Silva – RA 002202025539
Letícia Maria Gouveia de Oliveira – RA 202114517
Rafael Luiz Bueno da Cunha - RA 002201701177
Vitoria Marques Zanirato – RA 202106424
Profª. Viviane Pessoa
ITATIBA
2021
Introdução
O presente trabalho tem por escopo apresentar um estudo sobre o tema processo administrativo. Para tanto, serão apresentados, inicialmente, alguns conceitos doutrinários e depois se discorrerá, principalmente, sobre a Lei nº 9.784/1999, principal norma regulamentadora dos processos administrativos no Brasil.
Conceituação
Processo é sempre “forma, instrumento, modo de proceder” (DI PIETRO, 2020, p. 807). Segundo a autora:
... pode-se falar em processo num sentido muito amplo, de modo a abranger os instrumentos de que se utilizam os três Poderes do Estado – Judiciário, Legislativo e Executivo para a consecução de seus fins. (...)
Partindo-se do processo, nesse sentido amplo, em que se apresenta como uma série de atos coordenados para a realização dos fins estatais, pode-se fazer uma primeira classificação, separando-se, de um lado, o processo legislativo, pelo qual o Estado elabora a lei, e, de outro, os processos judicial e administrativo, pelos quais o Estado aplica a lei.
O processo administrativo, escopo deste trabalho, tem o condão de estabelecer uma relação bilateral entre o administrado e a Administração Pública, que atua no próprio interesse e nos limites que lhe impõe a lei. Diferentemente do processo judicial, que só se inicia mediante provocação de uma das partes, o processo administrativo também pode ser iniciado por iniciativa da Administração Pública.
Processo Administrativo, segundo Oliveira (2020, p. 345), vem a ser a “relação jurídica que envolve uma sucessão dinâmica e encadeada de atos instrumentais para obtenção da decisão administrativa”. A competência para legislar sobre o tema é de todos os entes federados, de maneira que há Estados que possuem legislação própria, como São Paulo (lei 10.177/1998) e Bahia (lei 12.209/2011).
Lei nº 9.784/1999
A lei 9.784/1999, sobre a qual nos debruçamos neste trabalho, é uma lei federal e constitui a principal legislação de regência dos processos administrativos no âmbito federal, não se estendendo, em princípio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Apesar disso, o STJ admite sua aplicação, por analogia, nos Entes federados que não possuem legislação específica[footnoteRef:1]. [1: Verificar Informativo de Jurisprudência do STJ n. 416, tema: “DECADÊNCIA. LEI ESTADUAL. EXTENSÃO. GRATIFICAÇÃO.”. RMS 21.070-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, DJe 14.12.2009. Publicado em novembro 2009. Disponível em: <https://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/informjurisdata/article/view/4485/4685>. Acesso em 11 abril 2021. ] 
No âmbito federal, ela se aplica subsidiariamente aos processos administrativos especiais existentes, conforme previsão de seu art. 69. Por exemplo, o processo disciplinar federal é regido pela lei 8.112/1990, com aplicação subsidiaria da lei 9.784/1999. 
A regulamentação do processo administrativo no âmbito federal foi importante pois trouxe maior legitimidade ao poder estatal, maior garantia aos administrados e eficiência ao processo, bem como sua publicidade pois as regras para os atos estão claras. 
Princípios
O processo administrativo segue os princípios constitucionais aqui elencados: princípio do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, CF); princípio da publicidade (art. 5º, XXXIII, e art. 37, CF); princípio da duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, CF); princípio da segurança jurídica (art. 5º, XXXVI, CF). Além destes princípios trazidos pela Carta Magna, o art. 2º, caput, da lei 9.784/1999, relaciona outros princípios exemplificativos que a Administração Púbica obedecerá: princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, interesse público e eficiência. Por exemplo, o princípio da motivação estabelece que os agentes públicos devem indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão administrativa.
Aplicação concreta dos princípios
Deixando a abstração normativa de lado e buscando sua aplicação concreta, no âmbito federal é possível encontrar medidas da administração pública que buscam a melhoria da eficiência dos processos administrativos, tal como a utilização do Sistema Eletrônico de Informações (SEI)[footnoteRef:2], desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por outros órgãos federais com a cessão de direitos de forma gratuita. O SEI tem a função de construir uma infraestrutura pública de processos e documentos administrativos eletrônicos, num mesmo ambiente virtual. Estas ações buscam trazer para a prática os princípios norteadores do processo administrativo acima, como a eficiência e o interesse público, e outros, como a publicidade e a sustentabilidade. [2: Para saber mais sobre o SEI, consultar o sítio eletrônico: < https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/processo-eletronico-nacional/conteudo/sistema-eletronico-de-informacoes-sei>. Acesso em: 13 abril 2021. 
Notícia “Ancine inicia informatização dos procedimentos administrativos”, sobre início da implantação do SEI na ANCINE, de 2015, do Governo Federal. Disponível em: < http://cultura.gov.br/ancine-inicia-informatizacao-dos-procedimentos-administrativos/>. Acesso em 13 abril 2021.] 
Interessante ressaltar que o dispositivo legal reflete o momento político pós-Ditadura onde a sociedade brasileira busca mecanismos de democratização da Administração Pública e consagra instrumentos de participação popular em processos administrativos por meio de consultas e audiências públicas (art. 31 a 34, lei 9.784/1999).
Fases do processo administrativo
O processo administrativo é dividido em três fases, conforme classificado por Oliveira (2020, p. 350):
- fase introdutória ou inicial: o processo administrativo pode ser iniciado de ofício ou por provocação do interessado;
- fase preparatória ou instrutória: etapa da produção de provas, de apresentação da defesa e outras alegações pelos interessados, elaboração de relatórios e outros atos necessários à formulação da decisão final; e 
- fase decisória ou de julgamento: a autoridade competente (unipessoal ou colegiado) emite a decisão administrativa e os atos necessários à eficácia da decisão (publicação, notificação etc.).
Dispositivos da Lei nº 9.784/1999
Grupos com prioridade na tramitação do processo administrativo
Os processos administrativos do âmbito federal em que figurem como interessado ou parte pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, portadora de deficiência física ou mental, de doenças graves terão prioridade em sua tramitação (art. 69-A, lei 9.784/1999).
Defesa no processo administrativo
O interessado terá direito a recurso administrativo, em face de razões de legalidade e de mérito (art. 56, lei 9.784/1999), que é o meio formal de impugnação da decisão administrativa que lhe for desfavorável. Tem legitimidade para interpor recurso administrativo (art. 58, lei 9.784/1999): I) titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III – as organizações e associações representativas, cidadãos ou associações, no tocante a direitos e interesses coletivos. 
Em regra, o prazo para interposição de recursos é de dez dias, iniciando-se a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida, salvo disposição legal em sentido contrário (art. 59, caput, lei 9.784/1999), inclui-se da contagem o dia do vencimento e exclui-se o dia do começo (art. 66, lei 9.784/1999). A autoridade deverá decidir o recurso no prazo máximo de 30 dias, contatos do recebimento dos autos, admitindo-sea prorrogação justificada do prazo (art. 59, § 1º e 2º, lei 9.784/1999). O recurso tem, em regra, efeito devolutivo sem efeito suspensivo, este último só ocorrerá em casos excepcionais para evitar prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso (art. 61, lei 9.784/1999). 
O recurso não será conhecido pela Administração quando interposto: I- fora do prazo; II – perante órgão incompetente; III – por quem não seja legitimado; IV – após exaurida a esfera administrativa (art. 63, lei 9.784/1999). No caso de remeter o recurso à órgão incompetente será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
Importante citar que nossas câmaras superiores consagraram jurisprudência no sentido de que é inconstitucional condicionar a admissibilidade do recurso administrativo a algum depósito prévio de valores ou ao arrolamento de bens por parte do recorrente (Súmula Vinculante 21 do STF e Súmula 373 do STJ), pois contraria os incisos LV e XXXIV, “a”, do art. 5º da CF. 
Diferentemente do recurso que é interposto pela parte interessada após a decisão administrativa, existe a possibilidade de o órgão competente rever sua decisão, a chamada revisão. Nesta a autoridade, de ofício ou a pedido do agente, pode rever, a qualquer tempo, a sanção administrativa aplicada em processo administrativo encerrado, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção (art. 65, lei 9.784/1999). A lei especial em tela proibiu a reformatio in pejus, ou seja, a revisão não poderá resultar no agravamento da sanção anteriormente imposta (art. 65, parágrafo único, lei 9.784/1999).
Decadência
No âmbito federal, o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. (art. 54, lei 9.784/1999). Sobre o prazo decadencial o STJ solidificou duas teses que foram publicadas na edição 132 de Jurisprudência em Teses, em setembro de 2019[footnoteRef:3]: a) em situações flagrantemente inconstitucionais não se submetem a prazo decadencial de cinco anos, não havendo que se falar em convalidação pelo mero decurso do tempo; b) o prazo de cinco anos para a administração rever seus atos não pode ser aplicado de forma retroativa, devendo incidir após a vigência do referido diploma legal. [3: STJ, Jurisprudência em TESES: Do Processo Administrativo – Lei n. 9.784/1999 – nr. 132, publicado em 06/09/2019. Brasília: STJ. Disponível em: < https://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprudencia%20em%20Teses%20132%20-%20Do%20Processo%20Administrativo.pdf>. Acesso em 11 abril 2021.] 
Também a jurisprudência entende ser possível interromper o prazo decadencial desde que haja ato concreto, produzido por autoridade competente, em prol da revisão do ato administrativo identificado como ilegal, cujo prazo será fixado a partir da cientificação do interessado.
Como todo processo as partes deverão observar os prazos processuais legais, sob pena de decadência ou preclusão. Acima foi abordado o primeiro instituto, o segundo é a perda de uma faculdade processual, tendo vista a inércia do interessado que deixa de praticar determinado ato dentro do prazo legal, como não interpor o recurso administrativo no prazo legal. Neste caso perde-se a faculdade processual. Na decadência extingue-se o próprio direito. 
No âmbito administrativo a coisa julgada é relativa pois restringe-se à esfera administrativa, uma vez que a decisão pode ser revista no âmbito jurisdicional. 
Conclusão
Como visto, o assunto “processo administrativo” é tema do direito com princípios, regras e normas próprias. Trata-se de um importante instrumento para efetivação do direito dos administrados junto à Administração Pública, assim como de uma ferramenta para que a Administração Pública atinja suas finalidades.
Por fim, nota-se que, apesar de todos os entes federados possuírem competência para legislar sobre o assunto, a regulamentação do processo administrativo se encontra mais avançada na Administração Pública Federal.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei 9.784, de 29 de Janeiro de 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 1, Fev. de 1999. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm> Acesso em: 14 abr. 2021.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo – 33. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo – 8ª Edição. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo, Método, 2020.

Continue navegando