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Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital Autor: Antonio Daud Aula 04 12 de Março de 2020 1 Sumário Introdução ........................................................................................................................................................ 2 Aplicação da Lei 14.141/2006 ....................................................................................................................... 3 Princípios do Processo Administrativo ......................................................................................................... 5 Critérios de atuação ...................................................................................................................................... 10 Direitos dos Administrados ......................................................................................................................... 10 Deveres do Administrado ............................................................................................................................ 11 O Processo Administrativo regulamentado pela Lei municipal 14.141/2006 ..................................... 11 Conclusão ....................................................................................................................................................... 34 Resumo ........................................................................................................................................................... 35 Questões Comentadas ................................................................................................................................. 39 Lista das Questões Comentadas ................................................................................................................ 73 Gabaritos ........................................................................................................................................................ 90 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 2 INTRODUÇÃO Olá amigos! A aula de hoje é mais light! Estudaremos, de maneira mais detida, regras relacionadas ao processo administrativo, tomando por base as disposições contidas na Lei municipal 14.141/2006, que regulamenta o processo administrativo no âmbito do município de SP (PAM)1. Além das regras específicas, iremos traçar algumas distinções com a Lei federal 9.784/1999. Vocês perceberão que a lei municipal possui uma fortíssima similaridade com a lei federal sobre o processo administrativo. Além disso, vocês irão notar que algumas das regras e princípios aqui comentados guardam forte correlação com os assuntos “atos administrativos” e “princípios do direito administrativo”. Apesar de curta, a lei do processo administrativo tem sua importância em provas. Assim, além desta aula, sugiro que façam a leitura da “lei seca”, pois muitas de questões de prova, como vocês perceberão, se resumem a transcrever detalhes do texto legal. Vamos lá!!! 1 Apesar de o edital do TCM-SP não ter especificado um diploma normativo específico. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 3 APLICAÇÃO DA LEI 14.141/2006 A Lei municipal 14.141, de 27 de março de 2006, foi editada com o propósito de regular o processo administrativo no âmbito da Administração Pública municipal, também chamado de PAM (Processo Administrativo Municipal). Estivéssemos no âmbito da União, estaríamos estudando detidamente a Lei federal 9.784/1999, que é a norma congênere no plano federal. Bem, mas retornando ao âmbito federal, surge uma primeira dúvida: Os preceitos da Lei municipal 14.141 se aplicam aos órgãos do Legislativo e Tribunais de Contas? A resposta é um notório SIM! Quando o tribunal de contas municipal estiver desempenhando, em caráter atípico, a função administrativa, estarão obrigadas a seguir as disposições da Lei municipal 14.141/2006 em seus processos (art. 50). Mas tal regra se restringe aos processos administrativos destes órgãos (como a realização de uma licitação, concurso público, a venda de determinado bem, uma desapropriação etc). Assim, seus preceitos não serão aplicados diante de um processo de controle externo, que possuem regras próprias (previstas na Constituição Federal, na Lei Orgânica, Regimento Interno etc). Mais uma dúvida... Em âmbito municipal, os preceitos da Lei 14.141 se aplicam aos processos administrativos de todo e qualquer assunto? A resposta é negativa! Mesmo em âmbito municipal, há determinados assuntos cujos processos administrativos são regulados por leis específicas. É o caso por exemplo do processo administrativo disciplinar (PAD) ou do processo administrativo tributário (PAT), definido no Código Tributário Nacional (CTN). Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 4 Existindo lei própria para regulamentar processos administrativos específicos, as disposições da Lei municipal 14.141/2002 serão aplicadas apenas subsidiariamente. É isto que prevê seu art. 9º: Art. 9º Os processos especiais são aqueles disciplinados por normas próprias distintas das aplicáveis nos processos comuns, aplicando-se-lhes subsidiariamente os demais preceitos desta lei. A este respeito, a lei municipal divide os processos administrativos em comuns (regramento dado pela própria Lei 14.141) e especiais (regras próprias) e chega a elencar quais seriam considerados especiais: Art. 9º, parágrafo único. Enquadram-se, dentre outros, na categoria de especiais, os processos referentes às seguintes matérias: I - licenciamento ambiental, edilício, sanitário e urbanístico; II - licitação; III - disciplinar; IV - administrativo-tributário; V - tomada de contas; VI - tombamento. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 5 PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO Logo no início do seu texto, a Lei municipal 14.141 enumera princípios que devem ser observados pelo agente público federal: O rol acima contém os princípios expressos na Lei municipal 14.141. A doutrina infere, a partir do texto da lei, outros princípios, considerados implícitos. Examinando os dez princípios expressos no caput do art. 2º, acima, percebemos que alguns repetem aqueles enumerados no texto constitucional (art. 37, caput) – como a legalidade, a moralidade e a eficiência – e outros consistem na positivação de princípios constitucionais implícitos – a exemplo da razoabilidade e proporcionalidade. Comparando os princípios expressos da Lei municipal 14.141 com aqueles expressos no texto constitucional, chegamos à seguinte tabela: Princípios expressos na Lei municipal 14.141 Princípios expressos no art. 37 da Constituição Federal Legalidade Legalidade princípios expressos na Lei municipal 14.141 primazia no atendiment o ao interesse público economicida de eficiência legalidade motivação razoabilidad e proporcionalid ade moralidad e impessoalidad e publicidad e Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 6 Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência primazia no atendimento ao interesse público economicidade motivaçãorazoabilidade proporcionalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Adiante questão de prova quanto ao rol de princípios da Lei municipal 14.141/2006 (adaptada da Lei 9.784/1999): CESPE/ ABIN – Agente de Inteligência O processo administrativo será regido por normas básicas que visem ao cumprimento dos fins da administração e obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade, da moralidade, da ampla defesa e do contraditório, excluindo-se desse rol o princípio da razoabilidade, por se tratar, no caso, de ato discricionário do agente público. Gabarito (E), pois o princípio da razoabilidade encontra-se expresso na lei do processo administrativo. Além dos princípios expressos, a doutrina em geral aponta a existência de princípios implícitos na Lei municipal 14.141/2006. Vamos adiante tratar dos principais para fins de prova! ➢ Princípio da legalidade O princípio da legalidade, basilar no nosso Estado de Direito, consiste no império da lei, prescrevendo que o gestor público deve atuar apenas segundo a lei. Reforçando a importância do princípio da legalidade, a Lei municipal prevê que: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 7 Art. 4º Somente a lei poderá: I - criar condicionamento aos direitos dos particulares ou impor-lhes deveres de qualquer espécie; II - prever infrações ou prescrever sanções. Em relação à interpretação e aplicação das normas, vale a pena conhecer o que dispõe seu artigo 3º: Art. 3º A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige. ➢ Princípio da publicidade O princípio da publicidade rege a atividade administrativa de modo geral. Assim, como boa parte dela é conduzida por meio de processos, o princípio da publicidade, de sede constitucional, também será aplicável a eles. Dessa forma, os interessados deverão ter acesso amplo aos processos administrativos. O acesso só poderá ser restringido por razões dispostas no próprio texto constitucional, a saber: (i) quando a segurança da sociedade e do Estado - CF, art. 5º, XXXIII - e (ii) quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem - CF, art. 5º, LX. Uma regra que materializa o princípio da publicidade no âmbito dos processos administrativos é a seguinte: Lei municipal 14.141/2006, art. 5º, II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; ➢ Princípio da verdade material Nos processos judiciais, como regra, vigora o princípio da verdade formal, uma vez que o juiz se limita a julgar tomando por base as provas produzidas no processo2. Já no PAM, aplica-se a verdade material, em que o administrador poderá ir além das provas existentes no processo com objetivo de buscar a “verdade incontestável”. 2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 587. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 8 ➢ Princípio do Informalismo O princípio do informalismo ou do formalismo moderado é extraído dos seguintes critérios de atuação: Lei municipal 14.141/2006, art. 2º, IV - observância das formalidades essenciais com a adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos interessados; Muito embora os atos do processo administrativo sejam necessariamente escritos, documentados, o PAM não está sujeito a formas rígidas. Assim, o princípio do informalismo preceitua que o PAM será pautado pela simplicidade das formas, de sorte que “os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir” (art. 21). Carvalho Filho3 traz esclarecedora definição a este respeito: O princípio do informalismo significa que, no silêncio da lei ou de atos regulamentares, não há para o administrador a obrigação de adotar excessivo rigor na tramitação dos processos administrativos, tal como ocorre, por exemplo, nos processos judiciais. Este princípio reduz a exigência de reconhecimentos de firma, de autenticação de documentos em cartório e demais formalidades que são comuns em outras espécies de processos. Podemos citar, ainda, como decorrência do informalismo, a possibilidade, como regra geral, de o administrado atuar no processo administrativo sem advogado. Por oportuno, destaco entendimento do STF quanto à não obrigatoriedade de o administrado atuar por meio de advogado em processos administrativos de cunho disciplinar4: Súmula Vinculante 5 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. ➢ Princípio da Gratuidade 3 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1015 4 Tal entendimento, no entanto, é aplicável apenas processos de natureza cível. Se o procedimento administrativo disciplinar tiver sido instaurado para apurar cometimento de falta grave por réu condenado criminalmente, tendo em vista estar em jogo a liberdade de ir e vir, aí torna-se obrigatória a presença de advogado constituído ou defensor público nomeado - STF/RE 398.269, Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 15/12/2009. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 9 O princípio da gratuidade é derivado do seguinte critério de atuação administrativa: Lei municipal 14.141/2006, art. 2º, parágrafo único, V - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei ou decreto; [princ. da gratuidade] Percebam, portanto, que, diferentemente de um processo judicial (em que o jurisdicionado deve pagar custas e emolumentos, como regra geral), no PAM o administrado, como regra geral, não deve pagar despesas processuais. Elas são gratuitas! ➢ Princípio da Oficialidade Como bem destaca Di Pietro, o princípio da oficialidade possui três principais repercussões no PAM. Primeiramente, permite que a própria Administração, de ofício, instaure um processo administrativo – diferentemente do que ocorre no processo judicial. Além disso, uma vez iniciado o processo administrativo, seja a requerimento do administrado ou pela própria Administração, a Administração ficará encarregada de impulsioná-lo e movimentá-lo até que se chegue à decisão final. Uma terceira repercussão da oficialidade consiste na possibilidade da revisão de ofício da decisão que resultou do processo. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 10 CRITÉRIOS DE ATUAÇÃO Além dos princípios da Lei municipal 14.141/2006 (expressos e implícitos), o parágrafo único do art. 2º da Lei municipal 14.141 prevê critérios gerais que deverão ser observados nos processos administrativos. Estes critérios são considerados padrõesde conduta dos agentes federais e encontram-se assim indicados no texto legal: DIREITOS DOS ADMINISTRADOS O art. 4º da Lei municipal 14.141/2006 traz uma lista exemplificativa de direitos que os administrados possuem perante a Administração no bojo dos processos administrativos. Art. 5º. São direitos do munícipe, entre outros: I - receber do agente público tratamento respeitoso; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; cr it é ri o s a se re m o b se rv ad o s n o P A M atuação conforme à lei e ao Direito (princ. legalidade ou juridicidade) objetividade no atendimento ao interesse público (princ. impessoalidade) vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão (princ. motivação) observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados proibição de cobrança de despesas processuais ressalvadas as previstas em lei ou decreto impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 11 III - ser representado por mandatário, que deverá ser advogado quando a lei assim o exigir. Além destes comentados acima, a legislação traz outros direitos aos administrados em geral e àqueles que ostentam a condição de “interessados” em processos perante o Estado. Assim, podemos destacar o direito à razoável duração do processo administrativo e os meios para a celeridade em sua tramitação, previstos na Constituição Federal, art. 5º, LXXVIII. DEVERES DO ADMINISTRADO Por simetria, além dos direitos, a Lei municipal 14.141/2006 lista, também em caráter exemplificativo, deveres do administrado: Art. 6º São deveres do munícipe: I - expor os fatos conforme a verdade, prestando as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o seu esclarecimento; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário. O PROCESSO ADMINISTRATIVO REGULAMENTADO PELA LEI MUNICIPAL 14.141/2006 José dos Santos Carvalho Filho5 conceitua o processo administrativo como “o instrumento que formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares a fim de ser produzida uma vontade final da Administração”. Tal conceito não se confunde com o de procedimento, que consiste no instrumento do processo. Para o autor, a noção de processo implica objetivo, fim a ser alcançado; é noção teleológica. A de procedimento, por outro lado, importa meio, instrumento, dinâmica, tudo que seja necessário para se alcançar o fim do processo. 5 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1008 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 12 Maria Sylvia Zanella Di Pietro6, de forma bastante semelhante, traça o seguinte paralelo entre os dois conceitos: Não se confunde processo com procedimento. O primeiro [processo] existe sempre como instrumento indispensável para o exercício de função administrativa; tudo o que a Administração Pública faz, operações materiais ou atos jurídicos, fica documentado em um processo; cada vez que ela for tomar uma decisão, executar uma obra, celebrar um contrato, editar um regulamento, o ato final é sempre precedido de uma série de atos materiais ou jurídicos, consistentes em estudos, pareceres, informações, laudos, audiências, enfim, tudo o que for necessário para instruir, preparar e fundamentar o ato final objetivado pela Administração. O procedimento é o conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prática de certos atos administrativos; equivale a rito, a forma de proceder; o procedimento se desenvolve dentro de um processo administrativo. Em síntese: Processo »» Sequência ordenada de atos para a produção de uma vontade final »» “tudo o que for necessário para instruir, preparar e fundamentar o ato final objetivado” Procedimento »» Modo de proceder »» procedimento se desenvolve dentro do processo administrativo Início do Processo Estudada a diferença conceitual entre processo e procedimento, vamos retornar ao estudo do regramento que a Lei municipal 14.141/2006 deu ao processo administrativo em âmbito federal. O processo administrativo é composto por 3 fases: 6 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Item 14.3 Instauração Instrução Decisão Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 13 Neste tópico, iremos nos concentrar na instauração (ou início do processo administrativo), que pode se dar de ofício (por força do princípio da oficialidade) ou a pedido de interessado (isto é, mediante provocação) – art. 7º da Lei municipal 14.141/2006. Tratando-se deste segundo caso (a pedido do interessado), será aplicado o disposto no art. 10 da Lei municipal 14.141/2006: Art. 10. O requerimento inicial do interessado deverá conter os seguintes dados: I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - identificação do interessado ou de quem o represente; III - endereço e telefone do requerente e local para recebimento de comunicações; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. No entanto, na falta de um ou outro destes elementos, o servidor público deverá orientar o interessado a supri-la. Tendo isso em vista, o legislador vedou a recusa imotivada de recebimento de documentos. Vejam a questão abaixo a respeito do início do processo: CESPE/STJ – Técnico Judiciário – Administrativo O processo administrativo pode ser iniciado de ofício ou a requerimento do interessado, devendo tal requerimento ser formulado por escrito, ressalvados os casos em que se admitir a solicitação oral. Gabarito (C) - - - - Há outras duas regras legais, quanto à provocação por parte dos interessados, que buscam conferir eficiência e racionalidade aos processos administrativos: 1) Havendo múltiplos interessados com requerimentos com conteúdo e fundamento idênticos, como regra geral, eles poderão se unir e formular um único requerimento (art. 11), salvo preceito legal em contrário. 2) Havendo múltiplos interessados, com requerimentos diversos para pretensões equivalentes, os entes públicos deverão criar modelos ou formulários padronizados (art. 10, §2º). Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 ==9c45== FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO RealceFABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 14 Vejam a questão abaixo a este respeito: CESPE/ TCU – Técnico de Controle Externo Pedidos de vários interessados com conteúdo e fundamentos idênticos devem ser formulados em requerimentos separados, com vistas à maior agilidade dos processos administrativos e à diminuição dos seus volumes. Gabarito (E) Interessados Diferentemente do processo judicial (que possui “partes”), o processo administrativo possui “interessados”. Nesse sentido, o art. 14 da Lei municipal 14.141/2006 estabelece quem pode ser considerado interessado nos processos administrativos em âmbito federal. Em outras palavras, o art. 9º estabelece os legitimados a interessados, da seguinte forma: Competência A competência, de modo geral, consiste na atribuição que a lei confere a determinado agente ou órgão/entidade público para a prática de determinado ato administrativo. in te re ss ad os pessoas físicas ou jurídicas que iniciaram o processo ou nele figurem aqueles que não iniciaram o processo tenham direito/interesse que possa ser afetado pessoas, organizações ou associações regularmente constituídas direitos ou interesses difusos ou coletivos Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 15 Embora esclareça que a competência é irrenunciável, a Lei municipal 14.141/2006 deixa claro que é possível sua delegação e avocação (transferência do exercício da competência a outros órgãos ou agentes): Lei municipal 14.141/2006, art. 15. A competência é irrenunciável e exercida pelo agente público a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Mas, antes de passar ao estudo da delegação e da avocação, vejam a questão a seguir: CESPE/TJ-CE – Juiz Substituto (adaptada) A competência administrativa pode ser renunciada em hipótese de acordo entre os órgãos públicos envolvidos. Gabarito (E) Delegação Relembro que a delegação consiste na transferência do exercício da competência a outro órgão ou agente. Nesse sentido, a legislação municipal prevê que o ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. Além disso, como é um ato discricionário, a delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. A regra geral é a possibilidade de delegação, sendo vedada nas seguintes situações: Art. 15, parágrafo único. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade; IV - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização expressa e na forma por ela determinada; V - as funções dos órgãos colegiados. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 16 A analisando as vedações dispositivos acima, percebemos o seguinte: ✓ As três primeiras vedações constam da Lei federal 9.784/1999 ✓ A vedação do inciso IV prevê que a regra geral é a impossibilidade de subdelegação ✓ Órgãos colegiados não podem delegar o exercício de suas funções Em síntese: Vejam um exemplo de questão de prova exigindo os casos de competência indelegável do art. 13: CESPE/ PGM - João Pessoa – PB – Procurador do Município (adaptada) Autoridade competente para apreciar recursos administrativos poderá, em seu período de férias, delegar essa atribuição ao órgão colegiado hierarquicamente superior, em atenção aos princípios da eficiência e da impessoalidade. Gabarito (E) É importante destacar, por fim, que o ato que delegar competências e o que revogar a delegação deverão ser publicados em meio oficial: Lei municipal 14.141/2006, art. 16. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no Diário Oficial do Município. Avocação Já na avocação, uma autoridade hierarquicamente superior chama para si o exercício de determinada competência, que originalmente pertencia a uma outra unidade. In de le gá ve is edição de atos de caráter normativo decisão de recursos administrativos matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade competências recebidas por delegação (regra) órgãos colegiados Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 17 A legislação municipal regula a avocação da seguinte forma: Lei municipal 14.141/2006, art. 17. Será permitida ao Prefeito, Secretários Municipais e Subprefeitos, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão ou autoridade hierarquicamente inferior. Percebam que, diferentemente da delegação, a avocação é medida temporária, excepcional e fundamentada (devidamente justificada). Apesar de constituir medida de exceção, não se exige que as competências passíveis de avocação estejam enumeradas em lei. Não se admite, no entanto, avocação por qualquer autoridade municipal, mas apenas pelas seguintes: - prefeito - secretários municipais - subprefeitos Impedimento e Suspeição Os institutos do impedimento e da suspeição materializam, no processo administrativo municipal, o princípio da impessoalidade. De modo geral, objetivam assegurar a atuação imparcial do agente público, impedindo que sua decisão seja influenciada, positiva ou negativamente, por vínculos que ele possua com o administrado ou seus parentes próximos. Verificando-se situações de impedimento ou suspeição, o agente público ficará afastado daquele processo. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 18 De modo geral, o impedimento consiste em vínculos que podem ser aferidos objetivamente, enumerados no art. 18 da Lei municipal 14.141. Como se trata de proibiçãoabsoluta de atuação, o agente público deverá, obrigatoriamente, se declarar impedido, quando identificar uma daquelas situações. Caso não seja alegado e, posteriormente, se constate a prática de ato por servidor impedido, o ato será considerado nulo, pois refere-se a uma presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade do servidor. Já a suspeição diz respeito a situações em que se permite análise subjetiva, por parte do agente, o qual poderá ou não se declarar suspeito para atuar em determinado processo. Além disso, como trata-se de presunção relativa de parcialidade (juris tantum) do agente público, caso não se alegue a suspeição no momento adequado, considera-se que o defeito é sanado. Feita esta breve comparação, passemos aos casos de impedimento! Lei municipal 14.141/2006, art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse pessoal, direto ou indireto, na matéria; II - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com seu cônjuge ou companheiro. Caso o servidor identifique que está impedido de atuar, tem o dever legal de comunicar o fato à autoridade competente e se abster de atuar (art. 19, caput). Dado o caráter obrigatório do impedimento, a omissão quanto a esta comunicação constitui falta grave, para efeitos disciplinares (art. 19, parágrafo único). Em síntese: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 19 A suspeição, a seu turno, pode ser caracterizada quando houver “amizade íntima” ou “inimizade notória” com o interessado do processo seu cônjuge, companheiro ou seus parentes de até 3º grau: Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Tratando-se de suspeição, a legislação não estabelece obrigatoriedade de o agente público comunicar a autoridade competente – diferentemente do impedimento. Se o interessado arguir a suspeição do agente público que irá atuar no processo e esta não for acatada, ele poderá recorrer, porém, sem efeito suspensivo (art. 20, parágrafo único). Adiante uma questão sobre os efeitos do referido recurso: CESPE/ TCU – Técnico de Controle Externo O indeferimento da alegação de suspeição pode ser objeto de recurso, cujos efeitos serão devolutivos e suspensivos. Gabarito (E) Em síntese: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 20 Para finalizar este tópico, reforço a importância de conhecermos as diferenças entre as causas de impedimento e suspeição: Impedimento Suspeição 1) interesse pessoal na matéria (direto ou indireto) 2) litigando judicial ou administrativamente com: - interessado ou - respectivo cônjuge ou companheiro 1) amizade íntima ou inimizade notória com: - interessado - cônjuge / companheiro - parente até 3º grau A questão abaixo buscou confundir os candidatos a este respeito: FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Técnico Legislativo – Administrador (adaptada) Considere que no curso de processo administrativo instaurado para revisão de benefício previdenciário a particular, a autoridade encarregada da decisão administrativa tenha percebido que o cônjuge do interessado é seu amigo íntimo de longa data. De acordo com as disposições da Lei federal nº 9.784, de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração federal, aplicável também ao Distrito Federal, por força da Lei distrital nº 2.834, de 7 de dezembro de 2001, referida autoridade está impedida de atuar no processo, devendo comunicar o fato à autoridade superior, configurando a omissão de tal comunicação falta grave. Gabarito (E), uma vez que é caso de “suspeição” – e não “impedimento” Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 21 Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo Os arts. 21 a 25 da Lei municipal 14.141/2006 dispõem sobre a forma dos atos processuais, o tempo e lugar em que devem ser praticados e o respectivo prazo. Quanto à forma dos atos processuais, os §§ 1º e 4º do art. 22 estabelecem as seguintes exigências: a) produzidos por escrito b) em língua portuguesa (vernáculo) c) contenham a data e o local de sua realização d) contenham a assinatura da autoridade responsável e) as páginas do processo devem ser numeradas sequencialmente e rubricadas Além disso, por força do princípio do formalismo moderado, o legislador buscou facilitar o acesso do administrado aos processos administrativos ao restringir exigências de autenticação de documentos em cartório (art. 21, §2º). A autenticação de documentos pode ser feita pelo servidor do próprio órgão administrativo (não necessariamente pelo cartório) ou por advogado constituído No que diz respeito ao tempo dos atos contidos no PAM, o art. 22 prevê, como regra geral, que os atos sejam praticados em dias úteis e no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Em caráter excepcional, no entanto, o legislador admite que sejam praticados aqueles em dias de plantão. Já no que se refere ao prazo, não havendo previsão de prazo específico, aplica-se o prazo de 5 dias úteis, salvo motivo de força maior. Além disso, tal prazo poderá ser prorrogado por mais 5 dias (isto é, prorrogado até o dobro), mediante justificativa comprovada: Lei municipal 14.141/2006, art. 23. Inexistindo disposição específica, os atos do processo devem ser praticados no prazo de 5 (cinco) dias úteis, podendo, mediante justificativa, ser prorrogado. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 22 Intimações A Administração deverá comunicar ao interessado a prática de determinados atos. A esta comunicação dá-se o nome de intimação, tratada entre os artigos 24 a 25 da Lei municipal 14.141/2006. Neste tópico estudaremos os casos em que a intimação é obrigatória, a forma pela qual é realizada, a antecedência mínima e seu conteúdo. O art. 24 lista, de modo abrangente, atos essenciais do processoque, em tese, devem ser objeto de intimação do interessado: Quanto à sua forma, a intimação poderá ocorrer das seguintes formas (art. 24): Tratando-se de despachos decisórios, a ciência do interessado se dará por publicação no diário oficial do município. - - - - intimar o interessado complementação da documentação correção de dados esclarecimentos cumprimento de qualquer ato essencial ao andamento do processo FORMAS da intimação via telefônica correspondência fac similar Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 23 Agora imaginemos a seguinte situação: o administrado fez um requerimento ao município e, posteriormente, deixou de atender a uma intimação recebida. Portanto, embora regularmente comunicado, o interessado deixou de comparecer à repartição ou deixou de se manifestar naquele processo. Neste caso, aplicar-se-á a seguinte regra legal: Art. 24, parágrafo único. Decorridos 10 (dez) dias da convocação sem atendimento, será feita chamada por publicação no Diário Oficial do Município, com prazo de 5 (cinco) dias para cumprimento, sob pena de indeferimento do pedido por abandono. Portanto, será dado um prazo adicional de 5 dias (por meio de publicação no DOM). Caso, ainda assim, o interessado não compareça aos autos do processo, seu pedido será indeferido e arquivado, por ter se considerado que houve abandono. Instrução do Processo e Decisão Neste tópico estudaremos as regras aplicáveis à instrução do processo, bem como detalhes atinentes à decisão proferida no bojo do processo administrativo. Antes, porém, faz-se oportuno definirmos o que seria a “instrução” do processo, bem como diferenciá-la da “instauração”. A instrução do processo consiste nas atividades destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão. Grosso modo, podemos dizer que na fase de instrução a Administração irá colher provas e demais fundamentos para subsidiar sua decisão. Segundo o art. 26 da Lei municipal 14.141, a instrução do processo ocorrerá de ofício, facultando- se ao interessado requerer a realização de atos que auxiliem na instrução do processo. Dessa forma, o interessado poderá propor a realização de perícias e diligências, solicitar pareceres, etc, com objetivo de se chegar à verdade material dos fatos. Não podemos confundir, todavia, a “instrução” processual com sua “instauração”. A instauração consiste no início do processo que, como vimos, poderá ocorrer de ofício ou a requerimento do interessado: Instauração »» Início do processo administrativo »» De ofício ou a pedido Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 24 Instrução »» Produção de provas e fundamentos para a decisão »» De ofício (mas interessado pode requerer a produção de provas) Ônus da prova Como regra geral, é do interessado o dever de provar os fatos que alegar. Em outras palavras, como regra geral, o ônus da prova é do interessado: Art. 30. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução do processo. Por exemplo: um particular tem seu veículo abalroado por veículo oficial da Polícia Federal. Para obter o ressarcimento do prejuízo, o particular opta pela via administrativa e requer a instauração de processo administrativo para responsabilizar a administração. Se aquele administrado alegar que a viatura X se chocou com seu veículo no dia Y, ele mesmo deverá provar tais alegações, fazendo juntar fotos, vídeos, declarações de testemunhas etc. Há, todavia, uma exceção já indicada na parte final do art. 36 acima: Art. 31. Quando necessários à instrução do processo elementos disponíveis na própria Administração Municipal, o órgão competente proverá, de ofício, a sua obtenção. Nesta situação excepcional, a Administração, de ofício, irá se incumbir de obter tais documentos ou cópias. Apesar de simplório, podemos ilustrar esta exceção por meio do exemplo a seguir. Determinado servidor público, após mais de 40 anos de efetivo exercício no mesmo órgão, solicita sua aposentadoria. No entanto, ao realizar seu pedido, não necessita provar todas as contribuições previdenciárias realizadas ou a data de ingresso no órgão. Basta declarar que os referidos comprovantes encontram-se registrados na própria Administração. Seguindo adiante, destaco que, fazendo uso da faculdade legal, o interessado poderá juntar documentos e pareceres ao processo administrativo, requerer diligências e perícias e apresentar Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 25 alegações referentes ao assunto debatido nos autos daquele processo. Tudo isto é franqueado ao interessado antes da tomada de decisão. Tais elementos deverão ser considerados na decisão e no seu relatório motivador, sendo que poderão ser recusadas as provas propostas quando sejam ilícitas: Lei municipal 14.141/2006, art. 27. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. Para finalizar este tópico, faz-se oportuno comentar a respeito das provas ilícitas nos processos administrativos. Muito embora o princípio da verdade material suscite entendimentos doutrinários que defendem a admissão de provas ilícitas no processo administrativo, o entendimento majoritário, calcado no dispositivo da Lei municipal 14.141/2006 transcrito acima e no texto constitucional7, pugna pela não admissão das provas obtidas ilicitamente! Participação do cidadão e de não interessados no processo O legislador previu dois institutos como meio de produzir elementos para subsidiar a decisão que será proferida e que, assim, interessam à instrução do processo. Aqui iremos abordar a audiência pública e a reunião conjunta: Art. 28. Previamente à decisão poderá ser realizada audiência pública para debates sobre matéria de interesse coletivo, sem prejuízo da participação dos munícipes por outros meios legalmente reconhecidos. Art. 29. Sempre que possível, a instrução do processo será realizada mediante reunião conjunta, com a participação dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. A respeito da audiência pública, José dos Santos Carvalho Filho8 destaca que se destina a “obter manifestações orais e provocar debates em sessão pública especificamente designada para o debate acerca de determinada matéria”. 7 Constituição Federal, art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 8 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1019 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIORealce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 26 Tratando-se de reunião conjunta, pode-se inferir que trata-se de reuniões com outros órgãos públicos, cujas competências estejam relacionadas com os assuntos objeto de decisão. Decisão Concluída a instrução processual, a Administração possui o prazo de 15 dias para emitir sua decisão, prazo que pode ser prorrogado, motivadamente (art. 33). Em qualquer caso, deverá haver uma decisão fundamentada: Art. 33, parágrafo único. As decisões serão motivadas, com indicação dos fatos e fundamentos jurídicos. Além disso, é muito comum que o processo seja instruído e analisado por servidores que não possuem a competência para a tomada de decisão. Nestas situações, os servidores incumbidos de instruir o processo irão redigir um relatório, contendo o pedido, a descrição das etapas de instrução e irão propor uma decisão (que poderá ou não ser acatada pela autoridade competente). Processo em meio eletrônico O artigo 49 da Lei 14.141 autoriza o uso de meio eletrônico para formação, instrução e decisão de processos administrativos, bem como para publicação de atos e comunicações, geração de documentos públicos e registro das informações e de documentos de processos encerrados. Para tanto, devem ser assegurados os seguintes pressupostos: I - níveis de acesso às informações; II - segurança de dados e registros; III - sigilo de dados pessoais; IV - identificação do usuário, seja na consulta, seja na alteração de dados; V - armazenamento do histórico das transações eletrônicas; VI - utilização de sistema único para planejar e gerenciar os processos administrativos. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 27 Medida Cautelar O legislador também positivou na Lei municipal 14.141/2006 o poder geral de cautela. Muitas vezes, a Administração está diante de risco iminente e o interesse público clama por uma ação imediata e urgente, materializada em uma medida cautelar. Nestes casos, em razão da necessidade de adoção imediata da medida acautelatória, o legislador autorizou que o interessado se manifeste em momento posterior à prática do ato, o que se denomina de contraditório diferido (adiado). Vejam a literalidade do referido dispositivo legal: Art. 45. Em caso de risco iminente à saúde ou integridade de pessoas e bens, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. Desistência e Extinção do Processo O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. A desistência por parte do interessado, todavia, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige (art. 34). Isto porque, em alguns casos, o poder público poderá entender que o assunto tratado naquele processo tem relevância de magnitude tal que extrapola a esfera de interesse daquela pessoa. Assim, a Administração não fica obrigada a extinguir o processo diante da desistência por parte do interessado. Além disso, havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado (parágrafo único). Adiante questão de prova sobre este assunto: CESPE/ STM – Analista Judiciário – Área Administrativa A desistência do interessado quanto a pedido formulado à administração pública impede o prosseguimento do processo. Gabarito (E) Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 28 Recurso Administrativo Imagine que, após a instauração do processo e sua instrução, o interessado é notificado quanto à decisão tomada pela Administração. Caso o interessado não concorde com a decisão, poderá interpor um recurso ainda na via administrativa. Este recurso será o objeto de estudo nesta seção, um dos temas de processo administrativo mais exigidos em prova! Aspectos gerais A Lei municipal 14.141/2006 assegura aos interessados a possibilidade de que o processo seja analisado por outra autoridade, que seja hierarquicamente superior àquela que decidiu inicialmente o processo. Esta reapreciação do caso é deflagrada por meio da interposição de um recurso administrativo pelo interessado. Marcelo Alexandrino9 chega a afirmar que a Lei municipal 14.141/2006 assegurou aos administrados o “direito ao duplo grau de jurisdição administrativa”, uma vez que estabeleceu, como verdadeiro direito do administrado, o recurso das decisões administrativas. Em regra, não caberá recurso, no entanto, das decisões do prefeito, visto que não haveria instância hierárquica superior. Quanto à tramitação deste recurso, reparem que este recurso será encaminhado à autoridade hierarquicamente superior àquela que houver proferido a decisão. Exigência de depósito prévio de bens ou dinheiro O STF, no âmbito da Súmula Vinculante 21, publicada em 2009, fazendo interpretação ainda mais ampliativa do princípio do contraditório e da ampla defesa, passou a vedar qualquer exigência de caução, depósito prévio de dinheiro ou arrolamento de bens para a interposição de recursos administrativos. Segue a literalidade da SV 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 9 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 26ª ed. p. 1117 – embora o próprio autor ressalte a imprecisão do termo “jurisdição administrativa” no Brasil. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 29 Vejam uma questão abaixo a este respeito: CESPE/ Prefeitura de Fortaleza – CE – Procurador do Município Nos termos da jurisprudência do STF, caso um particular interponha recurso administrativo contra uma multa de trânsito, por se tratar do exercício do poder de polícia pela administração, a admissibilidade do recurso administrativo dependerá de depósito prévio a ser efetuado pelo administrado. Gabarito (E) Competência para decidir o recurso Quanto à competência para apreciar o recurso, lembro que esta é indelegável. Além disso, friso que esta será da autoridadecom nível hierárquico superior àquela que houver tomado a decisão recorrida. Efeito suspensivo do recurso Como regra geral, a interposição de recurso administrativo não suspende automaticamente os efeitos da decisão recorrida. Em outras palavras, o recurso administrativo, como regra geral, não tem efeito suspensivo (art. 36, §1º). Isto porque o recurso administrativo, de modo geral, possui apenas efeito devolutivo (isto é, provoca a reanálise do processo por outra autoridade, sem sustar os efeitos da decisão). Portanto, como regra geral, a mera interposição do recurso não susta os efeitos do ato impugnado mediante recurso. O recurso poderá ter efeito suspensivo, todavia, nos casos previstos na legislação, por exemplo, em que houver “justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação”. Prazos O prazo para interposição do recurso é de 15 dias, contados da publicação da decisão no diário oficial (art. 36). Caso o prazo não seja obedecido, o recurso deixará de ser conhecido, de sorte que este prazo é considerado preclusivo (ou “prazo próprio”). Reparem que tal prazo difere daquele previsto na lei federal 9.784/1999, que é de 10 dias (em regra), contados da ciência ou divulgação oficial. Lei municipal Lei federal 9.784/1999 prazo de 15 dias prazo de 10 dias Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 30 Legitimados O art. 37 da Lei municipal 14.141/2006 prevê que os legitimados para interpor recursos administrativos são os mesmos interessados do processo, a saber (art. 14): Não conhecimento do recurso Nos termos do art. 39, o recurso deixará de ser conhecido nas seguintes situações: O recurso que não é conhecido não é processado pela Administração, havendo um “arquivamento sumário” do recurso interposto. De toda forma, mesmo que o recurso não seja conhecido, em nome do princípio da verdade material e da autotutela, a doutrina tem entendido que a Administração poderá rever de ofício o ato ilegal. le gi tim ad os a re co rr er pessoas físicas ou jurídicas que iniciaram o processo ou nele figurem aqueles que não iniciaram o processo tenham direito/interesse que possa ser afetado pessoas, organizações ou associações regularmente constituídas direitos ou interesses difusos ou coletivos n ão c o n h ec im en to fora do prazo por quem não seja legitimado após o encerramento da instância administrativa Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 31 Mérito do recurso Uma vez conhecido o recurso (ou seja, admitido seu processamento), terá lugar a análise do seu mérito. Nesta etapa, o órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Estas características dos recursos administrativos foram cobradas na seguinte questão: FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo Com relação aos recursos administrativos, considere: I. O recurso administrativo tramitará no máximo por duas instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. II. O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 32 III. Salvo disposição legal específica, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. IV. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Em conformidade com a Lei Federal no 9.784/1999, que regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, está correto o que se afirma em a) II e III, apenas. b) I, II, III e IV. c) I e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. Gabarito (D), pois apenas o item I está incorreto Anulação de atos administrativos à luz da Lei 14.141 A despeito de a Lei 14.141/2006 não ter sido mencionada expressamente no edital, convém ressaltarmos algumas características do procedimento para anulação de atos administrativos previsto entre os artigos 48- A e 48-C. Nesse sentido, a Lei municipal deixa claro que, como regra geral, a Administração, de ofício ou por provocação de pessoa interessada, anulará seus próprios atos, quando eivados de vício que os tornem ilegais. Todavia, os atos deixarão de ser anulados quanto: I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contados de sua produção; II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo; III - forem passíveis de convalidação. Em relação ao item I acima, percebam que tal prazo diverge daquele previsto na legislação federal: Lei municipal Lei federal 9.784/1999 prazo de 10 anos prazo de 5 anos Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 33 Quando a anulação decorrer de procedimento iniciado pelo particular, deverá atender às seguintes formalidades: I - o requerimento deverá ser dirigido à autoridade que praticou o ato (mesmo requisitos para instauração de processo administrativo) II - o pedido será juridicamente analisado pela unidade competente de cada Secretaria ou órgão equivalente, que opinará sobre a sua procedência, sugerindo, se for o caso, a adoção de providências complementares para instrução do processo, além de prestar esclarecimentos quanto aos efeitos da anulação do ato em relação a terceiros; III - quando houver terceiros interessados, a autoridade determinará sua intimação, para manifestar- se a respeito no prazo de 15 (quinze) dias; IV - concluída a instrução, os interessados serão intimados para apresentar suas razões finais no prazo de 5 (cinco) dias; V - a autoridade proferirá, no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, despacho final sobre o pedido, que deverá ser publicado no Diário Oficial da Cidade; VI - da decisão caberá um único recurso, no prazo de 15 dias Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 34 CONCLUSÃO Bem, pessoal, a aula de hoje não é das mais extensas, mas exige a memorização dos vários detalhes da Lei municipal 14.141/2006. Reforço a necessidade da leitura da ‘lei seca’ para gabaritarmos as questões sobre o presente assunto. Adiante teremos, como de costume, nosso resumo e as questões comentadasrelacionadas ao tema da aula de hoje =) Um abraço e bons estudos, Prof. Antonio Daud @professordaud www.facebook.com/professordaud Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 35 RESUMO Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 36 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 37 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 38 Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 39 QUESTÕES COMENTADAS Adiante iremos destacar algumas questões de prova que foram elaboradas, em sua grande maioria, considerando a lei federal 9.784/1999. No entanto, para atender às disposições do presente concurso, iremos aproveitá-las, respondendo-as de acordo com a Lei municipal 14.141, fazendo-se os devidos ajustes, no que couber. Avante! 1. VUNESP – ESEF Jundiaí/2019 À luz da Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública, é correto afirmar que a) a edição de atos de caráter normativo pode ser objeto de delegação. b) o ato de delegação é irrevogável pela autoridade delegante. c) a decisão de recursos administrativos pode ser objeto de delegação. d) um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. e) em hipótese alguma, será permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Comentários: As letras (a) e (c) estão incorretas, uma vez que os atos de caráter normativo e decisões de recurso não podem ser objeto de delegação, conforme art. 15 da Lei municipal 14.141/2006, adiante sintetizado: In de le gá ve is edição de atos de caráter normativo decisão de recursos administrativos matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade competências recebidas por delegação (regra) órgãos colegiados Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 40 A letra (b) está incorreta, visto que o ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo, nos termos do §2º do art. 16 da Lei municipal 14.141/2006: Art. 16, § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. A letra (d) consiste em entendimento doutrinário e transcrição de disposição contida na lei federal 9.784 a respeito da delegação. A letra (e) está incorreta, visto que a avocação temporária será permitida, em caráter excepcional, nos termos do art. 17 da Lei municipal 14.141/2006: Art. 17 Será permitida ao Prefeito, Secretários Municipais e Subprefeitos, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão ou autoridade hierarquicamente inferior. Além disso, apenas as seguintes autoridades podem avocar competências: - prefeito - secretários municipais - subprefeitos Gabarito (D) 2. FGV/MP-RJ - Técnico - 2019 Imagine as situações hipotéticas abaixo em que o Procurador-Geral de Justiça pratica ato administrativo, delegando sua atribuição para o: I. Subprocurador-Geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais ajuizar representação por inconstitucionalidade em relação à lei X do Município Y; II. Diretor de Recursos Humanos decidir recursos administrativos. Em matéria de delegação de competência, de acordo com a Lei nº 9.784/99 e com a doutrina de Direito Administrativo: (A) os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar qualquer tipo de competência; (B) os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar sua competência originária; (C) o ato I é válido e o II está viciado, pois não pode ser objeto de delegação decisão de recursos administrativos por expressa vedação legal; Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 41 (D) o ato II é válido e o I está viciado, pois não pode ser objeto de delegação ato de ajuizamento de medida judicial por expressa vedação legal; (E) os atos I e II estão válidos, pois o Procurador-Geral pode delegar qualquer tipo de competência, mediante ato expresso e formal volitivo de renúncia. Comentários: Tomando por base as disposições da lei municipal, art. 15, sabemos que não é passível de delegação o exercício das seguintes competências: Voltando à questão, percebemos que apenas a competência para o ato II (recurso administrativo) é indelegável e, portanto, o ato resultante é inválido. Com isto, temos a letra (C) como gabarito. Gabarito (C) 3. FGV/TJ-CE – Técnico – Área Administrativa – 2019 (adaptada) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, processo administrativo é uma série concatenada de atos administrativos, obedecendo a uma ordem previamente estabelecida pela lei, com uma finalidade específica que enseja a prática de um ato final. Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, nos processos administrativos serão observados, entre outros, o critério de: (A) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; (B) (..); (C) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo; In de le gá ve is edição de atos de caráter normativo decisão de recursos administrativos matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade competências recebidas por delegação (regra) órgãos colegiados Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 42 (D) impulsão, pelos interessados, do processo administrativo, vedado o andamento de ofício; (E) (..). Comentários: A questão exigiu, especialmente, conhecimento sobre os “critérios de atuação” previstos no parágrafo único do art. 2º da Lei municipal 14.141/2006 (isto é, dos padrões de conduta impostos à Administração municipal). Passemos às alternativas! A letra (A) está correta. A “proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei” ou em decreto é mesmo um critério previsto expressamente no inciso V do parágrafo único do art. 2º da Lei municipal 14.141/2006. A letra (C) está incorreta, pois o sigilo será permitido nas hipóteses previstas na CF: Art. 41. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os protegidos por sigilo, nos termos da Constituição Federal; A letra (D) está incorreta. Aqui também a Banca inverteu os conceitos, pois a impulsão do processo administrativo ocorre de ofício, podendo os interessados provocarem a Administração: VI - impulsão, de ofício, do processo administrativo, pelo agente público, sem prejuízo da atuação dos interessados; Gabarito (A) 4. FGV/ AL-RO - Consultor Legislativo – Assessoramento Legislativo – 2018 Joaquim é servidor público ocupante de cargo efetivo de Consultor na Assembleia Legislativa de Rondônia. Por ter praticado ato tipificado em seu regime jurídico funcional como falta disciplinar, Joaquim respondeu a processo administrativo disciplinar, que culminou com sua demissão. Inconformado, Joaquimaforou ação judicial pleiteando a reforma do ato administrativo, de maneira que a demissão seja substituída por pena disciplinar menos severa, tendo por único argumento a ofensa ao princípio da proporcionalidade do ato sancionatório. No caso em tela, de acordo com a reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em tese, a) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que o ato punitivo disciplinar é discricionário e o controle jurisdicional é restrito e se limita a aspectos formais. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 43 b) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que não há discricionariedade no ato disciplinar e o controle jurisdicional é amplo e não se limita a aspectos formais. c) não é viável a revisão de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, em razão do princípio da separação dos poderes, que são independentes e harmônicos entre si. d) não é viável a revisão da legalidade de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois se trata de ato administrativo vinculado. e) não é viável a revisão da legalidade e do mérito de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois se trata de ato administrativo discricionário. Comentários: O STF tem entendido que é cabível a revisão do PAD com fundamento no princípio da proporcionalidade, que veda a aplicação de penalidade excessiva. Assim, nos termos da Jurisprudência em teses do Superior Tribunal: É viável a revisão de penalidade imposta em Processo Administrativo Disciplinar – PAD, sob o argumento de ofensa ao princípio da proporcionalidade, uma vez que, não havendo discricionariedade no ato disciplinar, o controle jurisdicional é amplo e não se limita a aspectos formais. Gabarito (B) 5. FGV/ TJ-SC - Analista Administrativo – 2018 De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e os ditames da Lei nº 9.784/99, que trata do processo administrativo, a competência para prática dos atos administrativos deve ser definida em lei ou em ato administrativo geral e tem as seguintes características gerais: a) indelegabilidade, irrenunciabilidade e prorrogabilidade; b) renunciabilidade, delegabilidade e prescritibilidade; c) imprescritibilidade, irrenunciabilidade e improrrogabilidade; d) avocabilidade, indelegabilidade e prescritibilidade; e) irrenunciabilidade, avocabilidade e prescritibilidade. Comentários: Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 44 De acordo com o art. 15 da Lei municipal 14.141/2006, a competência é irrenunciável, salvo nos casos de delegação e avocação, legalmente admitidos. Além disso, de acordo com a doutrina, a competência para a prática do ato administrativo é imprescritível, já que mesmo que a competência não seja utilizada, independe do tempo, o agente continuará sendo o competente. E, ainda, ela é improrrogável. Isto significa que se o sujeito competente não exerce a competência, ela não se transfere automaticamente ao órgão incompetente que praticou o ato. Quem confere competência é a lei. Gabarito (C) 6. FGV/ TJ-SC – Oficial da Infância e Juventude – 2018 De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o processo administrativo é regido por postulados gerais inerentes à atuação do Estado, como o princípio: a) da inércia, segundo o qual a Administração Pública deve ser provocada pelo particular interessado ou pelo Ministério Público para poder instaurar o processo administrativo; b) do devido processo legal, segundo o qual o processo administrativo é inquisitorial, e o contraditório e a ampla defesa somente são assegurados no processo judicial; c) da verdade formal, segundo o qual o processo administrativo admite apenas as provas produzidas unilateralmente pela Administração Pública; d) da onerosidade, segundo o qual o particular sucumbente deverá arcar com as custas, emolumentos e ônus sucumbenciais no processo administrativo; e) da instrumentalidade das formas, segundo o qual o vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo, desde que mantido o interesse público. Comentários: A letra (a) está incorreta. A Administração Pública pode atuar de ofício (princípio da oficialidade), não havendo a necessidade de ser provocada para atuar. A letra (b) está incorreta. Os princípios do contraditório e ampla defesa são assegurados também no processo administrativo. Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 45 CF, art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Além da disposição constitucional, a Lei municipal 14.141/2006 prevê, expressamente, o contraditório para processos que possam resultar na aplicação de sanções: Art. 46. Nos processos que possam resultar na aplicação de sanções serão sempre assegurados o contraditório e o exercício do direito à ampla defesa, garantindo-se ao interessado a produção de provas, apresentação de alegações finais e interposição de recurso. A letra (c) está incorreta. O princípio é o da verdade real e, não, verdade formal, em que a Administração Pública deve apurar os fatos que efetivamente ocorreram, ainda que não constem dos autos do processo. A letra (d) está incorreta. Em regra, é proibida a cobrança de despesas processuais, ressalvadas aquelas previstas em lei ou em decreto (princípio da gratuidade). A letra (e) está correta. O princípio da instrumentalidade das formas orienta que a formalidade consiste em mero instrumento para se alcançar determinado fim. Caso haja irregularidades e não houver prejuízos ao interesse público, não haverá nulidade do processo. Uma decorrência de tal princípio pode ser observada a seguir: Art. 48-A A Administração, de ofício ou por provocação de pessoa interessada, anulará seus próprios atos, quando eivados de vício que os tornem ilegais, salvo se: (..) II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo; Gabarito (E) 7. FGV/ TJ-AL - Técnico Judiciário – Área Judiciária – 2018 (adaptada) Os atos administrativos devem ser precedidos de um processo formal que justifica sua prática e serve de base para sua legitimidade, documentando todas as etapas até a formação válida da atuação da Administração Pública. Nesse contexto, a Lei nº 9.784/99 estabelece que, nos processos administrativos, será observado, entre outros, o critério de: a) obrigatoriedade de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar, sob pena de nulidade absoluta por violação à Constituição da República de 1988; Antonio Daud Aula 04 Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 46 b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim privado a que se dirige; c) impulsão procedimental pelos interessados, vedada a atuação de ofício pela própria Administração Pública; d) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo; e) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei ou em decreto. Comentários: A letra (a) está incorreta. O art. 3º, IV da Lei municipal 14.141/2006 informa que o administrado pode fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. Nestes termos, a súmula vinculante 5 do STF pugna que o PAD sem a defesa técnica por advogado não viola a Constituição. A letra (b) está incorreta. Conforme o art. 3º da lei municipal: Art. 3º. A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realização do fim público a que
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