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Aula 04
Direito Administrativo p/ TCM-SP
(Auxiliar Técnico) Com Videoaulas -
Pós-Edital
Autor:
Antonio Daud
Aula 04
12 de Março de 2020
 
 
1 
 
Sumário 
Introdução ........................................................................................................................................................ 2 
Aplicação da Lei 14.141/2006 ....................................................................................................................... 3 
Princípios do Processo Administrativo ......................................................................................................... 5 
Critérios de atuação ...................................................................................................................................... 10 
Direitos dos Administrados ......................................................................................................................... 10 
Deveres do Administrado ............................................................................................................................ 11 
O Processo Administrativo regulamentado pela Lei municipal 14.141/2006 ..................................... 11 
Conclusão ....................................................................................................................................................... 34 
Resumo ........................................................................................................................................................... 35 
Questões Comentadas ................................................................................................................................. 39 
Lista das Questões Comentadas ................................................................................................................ 73 
Gabaritos ........................................................................................................................................................ 90 
 
 
Antonio Daud
Aula 04
Direito Administrativo p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Com Videoaulas - Pós-Edital
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2 
INTRODUÇÃO 
Olá amigos! 
A aula de hoje é mais light! Estudaremos, de maneira mais detida, regras relacionadas ao processo 
administrativo, tomando por base as disposições contidas na Lei municipal 14.141/2006, que 
regulamenta o processo administrativo no âmbito do município de SP (PAM)1. Além das regras 
específicas, iremos traçar algumas distinções com a Lei federal 9.784/1999. 
Vocês perceberão que a lei municipal possui uma fortíssima similaridade com a lei federal sobre o 
processo administrativo. 
Além disso, vocês irão notar que algumas das regras e princípios aqui comentados guardam forte 
correlação com os assuntos “atos administrativos” e “princípios do direito administrativo”. 
Apesar de curta, a lei do processo administrativo tem sua importância em provas. Assim, além 
desta aula, sugiro que façam a leitura da “lei seca”, pois muitas de questões de prova, como vocês 
perceberão, se resumem a transcrever detalhes do texto legal. 
 
Vamos lá!!! 
 
 
 
1 Apesar de o edital do TCM-SP não ter especificado um diploma normativo específico. 
Antonio Daud
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3 
APLICAÇÃO DA LEI 14.141/2006 
A Lei municipal 14.141, de 27 de março de 2006, foi editada com o propósito de regular o 
processo administrativo no âmbito da Administração Pública municipal, também chamado de PAM 
(Processo Administrativo Municipal). 
Estivéssemos no âmbito da União, estaríamos estudando detidamente a Lei federal 9.784/1999, 
que é a norma congênere no plano federal. 
Bem, mas retornando ao âmbito federal, surge uma primeira dúvida: 
Os preceitos da Lei municipal 14.141 se aplicam aos órgãos do Legislativo e Tribunais 
de Contas? 
A resposta é um notório SIM! 
Quando o tribunal de contas municipal estiver desempenhando, em caráter atípico, a função 
administrativa, estarão obrigadas a seguir as disposições da Lei municipal 14.141/2006 em seus 
processos (art. 50). 
Mas tal regra se restringe aos processos administrativos destes órgãos (como a realização de uma 
licitação, concurso público, a venda de determinado bem, uma desapropriação etc). Assim, seus 
preceitos não serão aplicados diante de um processo de controle externo, que possuem regras 
próprias (previstas na Constituição Federal, na Lei Orgânica, Regimento Interno etc). 
 
Mais uma dúvida... 
 
Em âmbito municipal, os preceitos da Lei 14.141 se aplicam aos processos 
administrativos de todo e qualquer assunto? 
A resposta é negativa! 
Mesmo em âmbito municipal, há determinados assuntos cujos processos administrativos são 
regulados por leis específicas. É o caso por exemplo do processo administrativo disciplinar (PAD) 
ou do processo administrativo tributário (PAT), definido no Código Tributário Nacional (CTN). 
Antonio Daud
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4 
Existindo lei própria para regulamentar processos administrativos específicos, as disposições da 
Lei municipal 14.141/2002 serão aplicadas apenas subsidiariamente. É isto que prevê seu art. 9º: 
Art. 9º Os processos especiais são aqueles disciplinados por normas próprias distintas das 
aplicáveis nos processos comuns, aplicando-se-lhes subsidiariamente os demais preceitos 
desta lei. 
A este respeito, a lei municipal divide os processos administrativos em comuns (regramento dado 
pela própria Lei 14.141) e especiais (regras próprias) e chega a elencar quais seriam considerados 
especiais: 
Art. 9º, parágrafo único. Enquadram-se, dentre outros, na categoria de especiais, os 
processos referentes às seguintes matérias: 
I - licenciamento ambiental, edilício, sanitário e urbanístico; 
II - licitação; 
III - disciplinar; 
IV - administrativo-tributário; 
V - tomada de contas; 
VI - tombamento. 
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5 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
Logo no início do seu texto, a Lei municipal 14.141 enumera princípios que devem ser observados 
pelo agente público federal: 
 
O rol acima contém os princípios expressos na Lei municipal 14.141. A doutrina infere, a partir do 
texto da lei, outros princípios, considerados implícitos. 
Examinando os dez princípios expressos no caput do art. 2º, acima, percebemos que alguns 
repetem aqueles enumerados no texto constitucional (art. 37, caput) – como a legalidade, a 
moralidade e a eficiência – e outros consistem na positivação de princípios constitucionais 
implícitos – a exemplo da razoabilidade e proporcionalidade. 
Comparando os princípios expressos da Lei municipal 14.141 com aqueles expressos no texto 
constitucional, chegamos à seguinte tabela: 
Princípios expressos na Lei 
municipal 14.141 
Princípios expressos 
no art. 37 da 
Constituição Federal 
Legalidade Legalidade 
princípios 
expressos na 
Lei municipal 
14.141
primazia 
no 
atendiment
o ao 
interesse 
público
economicida
de
eficiência
legalidade
motivação
razoabilidad
e
proporcionalid
ade
moralidad
e
impessoalidad
e
publicidad
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Impessoalidade 
Moralidade 
Publicidade 
Eficiência 
primazia no atendimento ao 
interesse público 
economicidade 
motivaçãorazoabilidade 
proporcionalidade 
Impessoalidade 
Moralidade 
Publicidade 
Eficiência 
Adiante questão de prova quanto ao rol de princípios da Lei municipal 14.141/2006 (adaptada da 
Lei 9.784/1999): 
CESPE/ ABIN – Agente de Inteligência 
O processo administrativo será regido por normas básicas que visem ao cumprimento dos fins 
da administração e obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade, da moralidade, da 
ampla defesa e do contraditório, excluindo-se desse rol o princípio da razoabilidade, por se 
tratar, no caso, de ato discricionário do agente público. 
Gabarito (E), pois o princípio da razoabilidade encontra-se expresso na lei do processo 
administrativo. 
Além dos princípios expressos, a doutrina em geral aponta a existência de princípios implícitos na 
Lei municipal 14.141/2006. 
Vamos adiante tratar dos principais para fins de prova! 
➢ Princípio da legalidade 
O princípio da legalidade, basilar no nosso Estado de Direito, consiste no império da lei, 
prescrevendo que o gestor público deve atuar apenas segundo a lei. 
Reforçando a importância do princípio da legalidade, a Lei municipal prevê que: 
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Art. 4º Somente a lei poderá: 
I - criar condicionamento aos direitos dos particulares ou impor-lhes deveres de qualquer 
espécie; 
II - prever infrações ou prescrever sanções. 
Em relação à interpretação e aplicação das normas, vale a pena conhecer o que dispõe seu artigo 3º: 
Art. 3º A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realização 
do fim público a que se dirige. 
 
➢ Princípio da publicidade 
O princípio da publicidade rege a atividade administrativa de modo geral. Assim, como boa parte 
dela é conduzida por meio de processos, o princípio da publicidade, de sede constitucional, 
também será aplicável a eles. Dessa forma, os interessados deverão ter acesso amplo aos 
processos administrativos. 
O acesso só poderá ser restringido por razões dispostas no próprio texto constitucional, a saber: 
(i) quando a segurança da sociedade e do Estado - CF, art. 5º, XXXIII - e (ii) quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem - CF, art. 5º, LX. 
Uma regra que materializa o princípio da publicidade no âmbito dos processos administrativos é 
a seguinte: 
Lei municipal 14.141/2006, art. 5º, II - ter ciência da tramitação dos processos 
administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias 
de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
 
➢ Princípio da verdade material 
Nos processos judiciais, como regra, vigora o princípio da verdade formal, uma vez que o juiz se 
limita a julgar tomando por base as provas produzidas no processo2. Já no PAM, aplica-se a 
verdade material, em que o administrador poderá ir além das provas existentes no processo com 
objetivo de buscar a “verdade incontestável”. 
 
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 587. 
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➢ Princípio do Informalismo 
O princípio do informalismo ou do formalismo moderado é extraído dos seguintes critérios de 
atuação: 
Lei municipal 14.141/2006, art. 2º, IV - observância das formalidades essenciais com a 
adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança 
e respeito aos direitos dos interessados; 
Muito embora os atos do processo administrativo sejam necessariamente escritos, documentados, 
o PAM não está sujeito a formas rígidas. Assim, o princípio do informalismo preceitua que o PAM 
será pautado pela simplicidade das formas, de sorte que “os atos do processo administrativo não 
dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir” (art. 21). 
Carvalho Filho3 traz esclarecedora definição a este respeito: 
O princípio do informalismo significa que, no silêncio da lei ou de atos regulamentares, não 
há para o administrador a obrigação de adotar excessivo rigor na tramitação dos 
processos administrativos, tal como ocorre, por exemplo, nos processos judiciais. 
Este princípio reduz a exigência de reconhecimentos de firma, de autenticação de documentos 
em cartório e demais formalidades que são comuns em outras espécies de processos. 
Podemos citar, ainda, como decorrência do informalismo, a possibilidade, como regra geral, de o 
administrado atuar no processo administrativo sem advogado. Por oportuno, destaco 
entendimento do STF quanto à não obrigatoriedade de o administrado atuar por meio de 
advogado em processos administrativos de cunho disciplinar4: 
Súmula Vinculante 5 
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende 
a Constituição. 
➢ Princípio da Gratuidade 
 
3 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1015 
4 Tal entendimento, no entanto, é aplicável apenas processos de natureza cível. Se o procedimento 
administrativo disciplinar tiver sido instaurado para apurar cometimento de falta grave por réu 
condenado criminalmente, tendo em vista estar em jogo a liberdade de ir e vir, aí torna-se obrigatória a 
presença de advogado constituído ou defensor público nomeado - STF/RE 398.269, Rel. Min. Gilmar 
Mendes. Julgamento: 15/12/2009. 
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O princípio da gratuidade é derivado do seguinte critério de atuação administrativa: 
Lei municipal 14.141/2006, art. 2º, parágrafo único, V - proibição de cobrança de despesas 
processuais, ressalvadas as previstas em lei ou decreto; [princ. da gratuidade] 
Percebam, portanto, que, diferentemente de um processo judicial (em que o jurisdicionado deve 
pagar custas e emolumentos, como regra geral), no PAM o administrado, como regra geral, não 
deve pagar despesas processuais. Elas são gratuitas! 
➢ Princípio da Oficialidade 
Como bem destaca Di Pietro, o princípio da oficialidade possui três principais repercussões no 
PAM. Primeiramente, permite que a própria Administração, de ofício, instaure um processo 
administrativo – diferentemente do que ocorre no processo judicial. 
Além disso, uma vez iniciado o processo administrativo, seja a requerimento do administrado ou 
pela própria Administração, a Administração ficará encarregada de impulsioná-lo e movimentá-lo 
até que se chegue à decisão final. 
Uma terceira repercussão da oficialidade consiste na possibilidade da revisão de ofício da decisão 
que resultou do processo. 
 
 
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CRITÉRIOS DE ATUAÇÃO 
Além dos princípios da Lei municipal 14.141/2006 (expressos e implícitos), o parágrafo único do 
art. 2º da Lei municipal 14.141 prevê critérios gerais que deverão ser observados nos processos 
administrativos. 
Estes critérios são considerados padrõesde conduta dos agentes federais e encontram-se assim 
indicados no texto legal: 
 
DIREITOS DOS ADMINISTRADOS 
O art. 4º da Lei municipal 14.141/2006 traz uma lista exemplificativa de direitos que os 
administrados possuem perante a Administração no bojo dos processos administrativos. 
Art. 5º. São direitos do munícipe, entre outros: 
I - receber do agente público tratamento respeitoso; 
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de 
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as 
decisões proferidas; 
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A
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atuação conforme à lei e ao Direito (princ. 
legalidade ou juridicidade)
objetividade no atendimento ao interesse 
público (princ. impessoalidade)
vedada a promoção pessoal de agentes 
ou autoridades
indicação dos pressupostos de fato e de direito 
que determinarem a decisão (princ. motivação)
observância das formalidades essenciais à 
garantia dos direitos dos administrados 
adoção de formas simples, suficientes para 
propiciar adequado grau de certeza, segurança e 
respeito aos direitos dos administrados 
proibição de cobrança de despesas processuais
ressalvadas as previstas em lei ou 
decreto
impulsão, de ofício, do processo administrativo, 
sem prejuízo da atuação dos interessados
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III - ser representado por mandatário, que deverá ser advogado quando a lei assim o exigir. 
Além destes comentados acima, a legislação traz outros direitos aos administrados em geral e 
àqueles que ostentam a condição de “interessados” em processos perante o Estado. 
Assim, podemos destacar o direito à razoável duração do processo administrativo e os meios para 
a celeridade em sua tramitação, previstos na Constituição Federal, art. 5º, LXXVIII. 
DEVERES DO ADMINISTRADO 
Por simetria, além dos direitos, a Lei municipal 14.141/2006 lista, também em caráter 
exemplificativo, deveres do administrado: 
Art. 6º São deveres do munícipe: 
I - expor os fatos conforme a verdade, prestando as informações que lhe forem solicitadas 
e colaborar para o seu esclarecimento; 
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
III - não agir de modo temerário. 
O PROCESSO ADMINISTRATIVO REGULAMENTADO PELA LEI 
MUNICIPAL 14.141/2006 
José dos Santos Carvalho Filho5 conceitua o processo administrativo como “o instrumento que 
formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares a fim de ser 
produzida uma vontade final da Administração”. 
Tal conceito não se confunde com o de procedimento, que consiste no instrumento do processo. 
Para o autor, a noção de processo implica objetivo, fim a ser alcançado; é noção teleológica. A de 
procedimento, por outro lado, importa meio, instrumento, dinâmica, tudo que seja necessário 
para se alcançar o fim do processo. 
 
5 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1008 
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12 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro6, de forma bastante semelhante, traça o seguinte paralelo entre os 
dois conceitos: 
Não se confunde processo com procedimento. O primeiro [processo] existe sempre como 
instrumento indispensável para o exercício de função administrativa; tudo o que a 
Administração Pública faz, operações materiais ou atos jurídicos, fica documentado em um 
processo; cada vez que ela for tomar uma decisão, executar uma obra, celebrar um 
contrato, editar um regulamento, o ato final é sempre precedido de uma série de atos 
materiais ou jurídicos, consistentes em estudos, pareceres, informações, laudos, 
audiências, enfim, tudo o que for necessário para instruir, preparar e fundamentar o ato 
final objetivado pela Administração. 
O procedimento é o conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prática 
de certos atos administrativos; equivale a rito, a forma de proceder; o procedimento se 
desenvolve dentro de um processo administrativo. 
Em síntese: 
Processo »» 
Sequência ordenada de 
atos para a produção de 
uma vontade final 
»» 
“tudo o que for necessário para 
instruir, preparar e fundamentar o 
ato final objetivado” 
 
Procedimento »» Modo de proceder »» 
procedimento se desenvolve 
dentro do processo administrativo 
 
Início do Processo 
Estudada a diferença conceitual entre processo e procedimento, vamos retornar ao estudo do 
regramento que a Lei municipal 14.141/2006 deu ao processo administrativo em âmbito federal. 
O processo administrativo é composto por 3 fases: 
 
 
6 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Item 
14.3 
Instauração Instrução Decisão
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13 
Neste tópico, iremos nos concentrar na instauração (ou início do processo administrativo), que 
pode se dar de ofício (por força do princípio da oficialidade) ou a pedido de interessado (isto é, 
mediante provocação) – art. 7º da Lei municipal 14.141/2006. 
Tratando-se deste segundo caso (a pedido do interessado), será aplicado o disposto no art. 10 da 
Lei municipal 14.141/2006: 
Art. 10. O requerimento inicial do interessado deverá conter os seguintes dados: 
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
II - identificação do interessado ou de quem o represente; 
III - endereço e telefone do requerente e local para recebimento de comunicações; 
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; 
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. 
No entanto, na falta de um ou outro destes elementos, o servidor público deverá orientar o 
interessado a supri-la. Tendo isso em vista, o legislador vedou a recusa imotivada de recebimento 
de documentos. 
Vejam a questão abaixo a respeito do início do processo: 
CESPE/STJ – Técnico Judiciário – Administrativo 
O processo administrativo pode ser iniciado de ofício ou a requerimento do interessado, 
devendo tal requerimento ser formulado por escrito, ressalvados os casos em que se admitir a 
solicitação oral. 
Gabarito (C) 
- - - - 
Há outras duas regras legais, quanto à provocação por parte dos interessados, que buscam 
conferir eficiência e racionalidade aos processos administrativos: 
1) Havendo múltiplos interessados com requerimentos com conteúdo e fundamento 
idênticos, como regra geral, eles poderão se unir e formular um único requerimento (art. 11), salvo 
preceito legal em contrário. 
2) Havendo múltiplos interessados, com requerimentos diversos para pretensões 
equivalentes, os entes públicos deverão criar modelos ou formulários padronizados (art. 10, §2º). 
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14 
 
Vejam a questão abaixo a este respeito: 
CESPE/ TCU – Técnico de Controle Externo 
Pedidos de vários interessados com conteúdo e fundamentos idênticos devem ser formulados 
em requerimentos separados, com vistas à maior agilidade dos processos administrativos e à 
diminuição dos seus volumes. 
Gabarito (E) 
 
Interessados 
Diferentemente do processo judicial (que possui “partes”), o processo administrativo possui 
“interessados”. 
Nesse sentido, o art. 14 da Lei municipal 14.141/2006 estabelece quem pode ser considerado 
interessado nos processos administrativos em âmbito federal. Em outras palavras, o art. 9º 
estabelece os legitimados a interessados, da seguinte forma: 
 
 
Competência 
A competência, de modo geral, consiste na atribuição que a lei confere a determinado agente ou 
órgão/entidade público para a prática de determinado ato administrativo. 
in
te
re
ss
ad
os
pessoas físicas ou jurídicas
que iniciaram o 
processo
ou nele figurem
aqueles que não iniciaram o 
processo
tenham 
direito/interesse que 
possa ser afetado
pessoas, organizações ou 
associações regularmente 
constituídas 
direitos ou interesses 
difusos ou coletivos
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15 
Embora esclareça que a competência é irrenunciável, a Lei municipal 14.141/2006 deixa claro que 
é possível sua delegação e avocação (transferência do exercício da competência a outros órgãos 
ou agentes): 
Lei municipal 14.141/2006, art. 15. A competência é irrenunciável e exercida pelo agente 
público a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação 
legalmente admitidos. 
Mas, antes de passar ao estudo da delegação e da avocação, vejam a questão a seguir: 
CESPE/TJ-CE – Juiz Substituto (adaptada) 
A competência administrativa pode ser renunciada em hipótese de acordo entre os órgãos 
públicos envolvidos. 
Gabarito (E) 
Delegação 
Relembro que a delegação consiste na transferência do exercício da competência a outro órgão 
ou agente. 
Nesse sentido, a legislação municipal prevê que o ato de delegação especificará as matérias e 
poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação, 
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. 
Além disso, como é um ato discricionário, a delegação é revogável a qualquer tempo pela 
autoridade delegante. 
A regra geral é a possibilidade de delegação, sendo vedada nas seguintes situações: 
 Art. 15, parágrafo único. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade; 
IV - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização expressa e na forma por ela 
determinada; 
V - as funções dos órgãos colegiados. 
 
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16 
A analisando as vedações dispositivos acima, percebemos o seguinte: 
✓ As três primeiras vedações constam da Lei federal 9.784/1999 
✓ A vedação do inciso IV prevê que a regra geral é a impossibilidade de subdelegação 
✓ Órgãos colegiados não podem delegar o exercício de suas funções 
 
Em síntese: 
 
Vejam um exemplo de questão de prova exigindo os casos de competência indelegável do art. 
13: 
CESPE/ PGM - João Pessoa – PB – Procurador do Município (adaptada) 
Autoridade competente para apreciar recursos administrativos poderá, em seu período de 
férias, delegar essa atribuição ao órgão colegiado hierarquicamente superior, em atenção aos 
princípios da eficiência e da impessoalidade. 
Gabarito (E) 
É importante destacar, por fim, que o ato que delegar competências e o que revogar a delegação 
deverão ser publicados em meio oficial: 
Lei municipal 14.141/2006, art. 16. O ato de delegação e sua revogação deverão ser 
publicados no Diário Oficial do Município. 
Avocação 
Já na avocação, uma autoridade hierarquicamente superior chama para si o exercício de 
determinada competência, que originalmente pertencia a uma outra unidade. 
In
de
le
gá
ve
is
edição de atos de caráter normativo
decisão de recursos administrativos
matérias de competência exclusiva do 
órgão ou autoridade
competências recebidas por delegação 
(regra)
órgãos colegiados
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A legislação municipal regula a avocação da seguinte forma: 
Lei municipal 14.141/2006, art. 17. Será permitida ao Prefeito, Secretários Municipais e 
Subprefeitos, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária de competência atribuída a órgão ou autoridade hierarquicamente 
inferior. 
Percebam que, diferentemente da delegação, a avocação é medida temporária, excepcional e 
fundamentada (devidamente justificada). 
Apesar de constituir medida de exceção, não se exige que as competências passíveis de avocação 
estejam enumeradas em lei. 
Não se admite, no entanto, avocação por qualquer autoridade municipal, mas apenas pelas 
seguintes: 
- prefeito 
- secretários municipais 
- subprefeitos 
 
Impedimento e Suspeição 
Os institutos do impedimento e da suspeição materializam, no processo administrativo municipal, 
o princípio da impessoalidade. 
De modo geral, objetivam assegurar a atuação imparcial do agente público, impedindo que sua 
decisão seja influenciada, positiva ou negativamente, por vínculos que ele possua com o 
administrado ou seus parentes próximos. 
Verificando-se situações de impedimento ou suspeição, o agente público ficará afastado daquele 
processo. 
 
 
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18 
De modo geral, o impedimento consiste em vínculos que podem ser aferidos objetivamente, 
enumerados no art. 18 da Lei municipal 14.141. Como se trata de proibiçãoabsoluta de atuação, 
o agente público deverá, obrigatoriamente, se declarar impedido, quando identificar uma 
daquelas situações. 
Caso não seja alegado e, posteriormente, se constate a prática de ato por servidor impedido, o 
ato será considerado nulo, pois refere-se a uma presunção absoluta (juris et de jure) de 
parcialidade do servidor. 
Já a suspeição diz respeito a situações em que se permite análise subjetiva, por parte do agente, 
o qual poderá ou não se declarar suspeito para atuar em determinado processo. Além disso, como 
trata-se de presunção relativa de parcialidade (juris tantum) do agente público, caso não se alegue 
a suspeição no momento adequado, considera-se que o defeito é sanado. 
 
Feita esta breve comparação, passemos aos casos de impedimento! 
Lei municipal 14.141/2006, art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o 
servidor ou autoridade que: 
 I - tenha interesse pessoal, direto ou indireto, na matéria; 
II - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com seu cônjuge 
ou companheiro. 
Caso o servidor identifique que está impedido de atuar, tem o dever legal de comunicar o fato à 
autoridade competente e se abster de atuar (art. 19, caput). 
Dado o caráter obrigatório do impedimento, a omissão quanto a esta comunicação constitui falta 
grave, para efeitos disciplinares (art. 19, parágrafo único). 
Em síntese: 
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19 
 
A suspeição, a seu turno, pode ser caracterizada quando houver “amizade íntima” ou “inimizade 
notória” com o interessado do processo seu cônjuge, companheiro ou seus parentes de até 3º 
grau: 
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima 
ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, 
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. 
Tratando-se de suspeição, a legislação não estabelece obrigatoriedade de o agente público 
comunicar a autoridade competente – diferentemente do impedimento. 
Se o interessado arguir a suspeição do agente público que irá atuar no processo e esta não for 
acatada, ele poderá recorrer, porém, sem efeito suspensivo (art. 20, parágrafo único). 
Adiante uma questão sobre os efeitos do referido recurso: 
CESPE/ TCU – Técnico de Controle Externo 
O indeferimento da alegação de suspeição pode ser objeto de recurso, cujos efeitos serão 
devolutivos e suspensivos. 
Gabarito (E) 
Em síntese: 
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Para finalizar este tópico, reforço a importância de conhecermos as diferenças entre as causas de 
impedimento e suspeição: 
Impedimento Suspeição 
1) interesse pessoal na matéria (direto ou indireto) 
2) litigando judicial ou administrativamente com: 
 - interessado ou 
 - respectivo cônjuge ou companheiro 
1) amizade íntima ou inimizade 
notória com: 
- interessado 
- cônjuge / companheiro 
- parente até 3º grau 
 
A questão abaixo buscou confundir os candidatos a este respeito: 
FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Técnico Legislativo – Administrador 
(adaptada) 
Considere que no curso de processo administrativo instaurado para revisão de benefício 
previdenciário a particular, a autoridade encarregada da decisão administrativa tenha 
percebido que o cônjuge do interessado é seu amigo íntimo de longa data. 
De acordo com as disposições da Lei federal nº 9.784, de 1999, que regula o processo 
administrativo no âmbito da Administração federal, aplicável também ao Distrito Federal, por 
força da Lei distrital nº 2.834, de 7 de dezembro de 2001, referida autoridade está impedida 
de atuar no processo, devendo comunicar o fato à autoridade superior, configurando a 
omissão de tal comunicação falta grave. 
Gabarito (E), uma vez que é caso de “suspeição” – e não “impedimento” 
 
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Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo 
Os arts. 21 a 25 da Lei municipal 14.141/2006 dispõem sobre a forma dos atos processuais, o 
tempo e lugar em que devem ser praticados e o respectivo prazo. 
Quanto à forma dos atos processuais, os §§ 1º e 4º do art. 22 estabelecem as seguintes exigências: 
 a) produzidos por escrito 
 b) em língua portuguesa (vernáculo) 
 c) contenham a data e o local de sua realização 
 d) contenham a assinatura da autoridade responsável 
 e) as páginas do processo devem ser numeradas sequencialmente e rubricadas 
 
Além disso, por força do princípio do formalismo moderado, o legislador buscou facilitar o acesso 
do administrado aos processos administrativos ao restringir exigências de autenticação de 
documentos em cartório (art. 21, §2º). A autenticação de documentos pode ser feita pelo servidor 
do próprio órgão administrativo (não necessariamente pelo cartório) ou por advogado constituído 
No que diz respeito ao tempo dos atos contidos no PAM, o art. 22 prevê, como regra geral, que 
os atos sejam praticados em dias úteis e no horário normal de funcionamento da repartição na 
qual tramitar o processo. 
Em caráter excepcional, no entanto, o legislador admite que sejam praticados aqueles em dias de 
plantão. 
Já no que se refere ao prazo, não havendo previsão de prazo específico, aplica-se o prazo de 5 
dias úteis, salvo motivo de força maior. Além disso, tal prazo poderá ser prorrogado por mais 5 
dias (isto é, prorrogado até o dobro), mediante justificativa comprovada: 
Lei municipal 14.141/2006, art. 23. Inexistindo disposição específica, os atos do processo 
devem ser praticados no prazo de 5 (cinco) dias úteis, podendo, mediante justificativa, ser 
prorrogado. 
 
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Intimações 
A Administração deverá comunicar ao interessado a prática de determinados atos. A esta 
comunicação dá-se o nome de intimação, tratada entre os artigos 24 a 25 da Lei municipal 
14.141/2006. 
Neste tópico estudaremos os casos em que a intimação é obrigatória, a forma pela qual é 
realizada, a antecedência mínima e seu conteúdo. 
O art. 24 lista, de modo abrangente, atos essenciais do processoque, em tese, devem ser objeto 
de intimação do interessado: 
 
 
Quanto à sua forma, a intimação poderá ocorrer das seguintes formas (art. 24): 
 
Tratando-se de despachos decisórios, a ciência do interessado se dará por publicação no diário 
oficial do município. 
- - - - 
intimar o 
interessado
complementação da documentação
correção de dados
esclarecimentos 
cumprimento de qualquer ato 
essencial ao andamento do processo
FORMAS da 
intimação
via telefônica
correspondência
fac similar
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Agora imaginemos a seguinte situação: o administrado fez um requerimento ao município e, 
posteriormente, deixou de atender a uma intimação recebida. Portanto, embora regularmente 
comunicado, o interessado deixou de comparecer à repartição ou deixou de se manifestar naquele 
processo. 
Neste caso, aplicar-se-á a seguinte regra legal: 
Art. 24, parágrafo único. Decorridos 10 (dez) dias da convocação sem atendimento, será 
feita chamada por publicação no Diário Oficial do Município, com prazo de 5 (cinco) dias 
para cumprimento, sob pena de indeferimento do pedido por abandono. 
Portanto, será dado um prazo adicional de 5 dias (por meio de publicação no DOM). Caso, ainda 
assim, o interessado não compareça aos autos do processo, seu pedido será indeferido e 
arquivado, por ter se considerado que houve abandono. 
Instrução do Processo e Decisão 
Neste tópico estudaremos as regras aplicáveis à instrução do processo, bem como detalhes 
atinentes à decisão proferida no bojo do processo administrativo. 
Antes, porém, faz-se oportuno definirmos o que seria a “instrução” do processo, bem como 
diferenciá-la da “instauração”. 
A instrução do processo consiste nas atividades destinadas a averiguar e comprovar os dados 
necessários à tomada de decisão. Grosso modo, podemos dizer que na fase de instrução a 
Administração irá colher provas e demais fundamentos para subsidiar sua decisão. 
Segundo o art. 26 da Lei municipal 14.141, a instrução do processo ocorrerá de ofício, facultando-
se ao interessado requerer a realização de atos que auxiliem na instrução do processo. Dessa 
forma, o interessado poderá propor a realização de perícias e diligências, solicitar pareceres, etc, 
com objetivo de se chegar à verdade material dos fatos. 
Não podemos confundir, todavia, a “instrução” processual com sua “instauração”. A instauração 
consiste no início do processo que, como vimos, poderá ocorrer de ofício ou a requerimento do 
interessado: 
Instauração »» 
Início do processo 
administrativo 
»» 
De ofício ou 
a pedido 
 
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Instrução »» 
Produção de provas e 
fundamentos para a 
decisão 
»» 
De ofício 
(mas interessado pode 
requerer a produção de 
provas) 
Ônus da prova 
Como regra geral, é do interessado o dever de provar os fatos que alegar. Em outras palavras, 
como regra geral, o ônus da prova é do interessado: 
Art. 30. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever 
atribuído ao órgão competente para a instrução do processo. 
 
Por exemplo: um particular tem seu veículo abalroado por veículo oficial da Polícia 
Federal. Para obter o ressarcimento do prejuízo, o particular opta pela via administrativa 
e requer a instauração de processo administrativo para responsabilizar a administração. 
Se aquele administrado alegar que a viatura X se chocou com seu veículo no dia Y, ele 
mesmo deverá provar tais alegações, fazendo juntar fotos, vídeos, declarações de 
testemunhas etc. 
Há, todavia, uma exceção já indicada na parte final do art. 36 acima: 
Art. 31. Quando necessários à instrução do processo elementos disponíveis na própria 
Administração Municipal, o órgão competente proverá, de ofício, a sua obtenção. 
Nesta situação excepcional, a Administração, de ofício, irá se incumbir de obter tais documentos 
ou cópias. 
Apesar de simplório, podemos ilustrar esta exceção por meio do exemplo a seguir. 
Determinado servidor público, após mais de 40 anos de efetivo exercício no mesmo 
órgão, solicita sua aposentadoria. No entanto, ao realizar seu pedido, não necessita 
provar todas as contribuições previdenciárias realizadas ou a data de ingresso no órgão. 
Basta declarar que os referidos comprovantes encontram-se registrados na própria 
Administração. 
Seguindo adiante, destaco que, fazendo uso da faculdade legal, o interessado poderá juntar 
documentos e pareceres ao processo administrativo, requerer diligências e perícias e apresentar 
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alegações referentes ao assunto debatido nos autos daquele processo. Tudo isto é franqueado ao 
interessado antes da tomada de decisão. 
Tais elementos deverão ser considerados na decisão e no seu relatório motivador, sendo que 
poderão ser recusadas as provas propostas quando sejam ilícitas: 
Lei municipal 14.141/2006, art. 27. São inadmissíveis no processo administrativo as provas 
obtidas por meios ilícitos. 
Para finalizar este tópico, faz-se oportuno comentar a respeito das provas ilícitas nos processos 
administrativos. Muito embora o princípio da verdade material suscite entendimentos doutrinários 
que defendem a admissão de provas ilícitas no processo administrativo, o entendimento 
majoritário, calcado no dispositivo da Lei municipal 14.141/2006 transcrito acima e no texto 
constitucional7, pugna pela não admissão das provas obtidas ilicitamente! 
Participação do cidadão e de não interessados no processo 
O legislador previu dois institutos como meio de produzir elementos para subsidiar a decisão que 
será proferida e que, assim, interessam à instrução do processo. Aqui iremos abordar a audiência 
pública e a reunião conjunta: 
Art. 28. Previamente à decisão poderá ser realizada audiência pública para debates sobre 
matéria de interesse coletivo, sem prejuízo da participação dos munícipes por outros meios 
legalmente reconhecidos. 
 
Art. 29. Sempre que possível, a instrução do processo será realizada mediante reunião 
conjunta, com a participação dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser 
juntada aos autos. 
 
A respeito da audiência pública, José dos Santos Carvalho Filho8 destaca que se destina a “obter 
manifestações orais e provocar debates em sessão pública especificamente designada para o 
debate acerca de determinada matéria”. 
 
7 Constituição Federal, art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
8 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1019 
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Tratando-se de reunião conjunta, pode-se inferir que trata-se de reuniões com outros órgãos 
públicos, cujas competências estejam relacionadas com os assuntos objeto de decisão. 
Decisão 
Concluída a instrução processual, a Administração possui o prazo de 15 dias para emitir sua 
decisão, prazo que pode ser prorrogado, motivadamente (art. 33). Em qualquer caso, deverá haver 
uma decisão fundamentada: 
Art. 33, parágrafo único. As decisões serão motivadas, com indicação dos fatos e 
fundamentos jurídicos. 
Além disso, é muito comum que o processo seja instruído e analisado por servidores que não 
possuem a competência para a tomada de decisão. Nestas situações, os servidores incumbidos 
de instruir o processo irão redigir um relatório, contendo o pedido, a descrição das etapas de 
instrução e irão propor uma decisão (que poderá ou não ser acatada pela autoridade competente). 
Processo em meio eletrônico 
O artigo 49 da Lei 14.141 autoriza o uso de meio eletrônico para formação, instrução e decisão 
de processos administrativos, bem como para publicação de atos e comunicações, geração de 
documentos públicos e registro das informações e de documentos de processos encerrados. 
Para tanto, devem ser assegurados os seguintes pressupostos: 
I - níveis de acesso às informações; 
II - segurança de dados e registros; 
III - sigilo de dados pessoais; 
IV - identificação do usuário, seja na consulta, seja na alteração de dados; 
V - armazenamento do histórico das transações eletrônicas; 
VI - utilização de sistema único para planejar e gerenciar os processos administrativos. 
 
 
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Medida Cautelar 
O legislador também positivou na Lei municipal 14.141/2006 o poder geral de cautela. Muitas 
vezes, a Administração está diante de risco iminente e o interesse público clama por uma ação 
imediata e urgente, materializada em uma medida cautelar. 
Nestes casos, em razão da necessidade de adoção imediata da medida acautelatória, o legislador 
autorizou que o interessado se manifeste em momento posterior à prática do ato, o que se 
denomina de contraditório diferido (adiado). 
Vejam a literalidade do referido dispositivo legal: 
Art. 45. Em caso de risco iminente à saúde ou integridade de pessoas e bens, a 
Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a 
prévia manifestação do interessado. 
Desistência e Extinção do Processo 
O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido 
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 
A desistência por parte do interessado, todavia, não prejudica o prosseguimento do processo, se 
a Administração considerar que o interesse público assim o exige (art. 34). Isto porque, em alguns 
casos, o poder público poderá entender que o assunto tratado naquele processo tem relevância 
de magnitude tal que extrapola a esfera de interesse daquela pessoa. Assim, a Administração não 
fica obrigada a extinguir o processo diante da desistência por parte do interessado. 
Além disso, havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha 
formulado (parágrafo único). 
Adiante questão de prova sobre este assunto: 
CESPE/ STM – Analista Judiciário – Área Administrativa 
A desistência do interessado quanto a pedido formulado à administração pública impede o 
prosseguimento do processo. 
Gabarito (E) 
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Recurso Administrativo 
Imagine que, após a instauração do processo e sua instrução, o interessado é notificado quanto à 
decisão tomada pela Administração. Caso o interessado não concorde com a decisão, poderá 
interpor um recurso ainda na via administrativa. 
Este recurso será o objeto de estudo nesta seção, um dos temas de processo administrativo mais 
exigidos em prova! 
Aspectos gerais 
A Lei municipal 14.141/2006 assegura aos interessados a possibilidade de que o processo seja 
analisado por outra autoridade, que seja hierarquicamente superior àquela que decidiu 
inicialmente o processo. Esta reapreciação do caso é deflagrada por meio da interposição de um 
recurso administrativo pelo interessado. 
Marcelo Alexandrino9 chega a afirmar que a Lei municipal 14.141/2006 assegurou aos 
administrados o “direito ao duplo grau de jurisdição administrativa”, uma vez que estabeleceu, 
como verdadeiro direito do administrado, o recurso das decisões administrativas. Em regra, não 
caberá recurso, no entanto, das decisões do prefeito, visto que não haveria instância hierárquica 
superior. 
Quanto à tramitação deste recurso, reparem que este recurso será encaminhado à autoridade 
hierarquicamente superior àquela que houver proferido a decisão. 
Exigência de depósito prévio de bens ou dinheiro 
O STF, no âmbito da Súmula Vinculante 21, publicada em 2009, fazendo interpretação ainda mais 
ampliativa do princípio do contraditório e da ampla defesa, passou a vedar qualquer exigência de 
caução, depósito prévio de dinheiro ou arrolamento de bens para a interposição de recursos 
administrativos. 
Segue a literalidade da SV 21: 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens 
para admissibilidade de recurso administrativo. 
 
9 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 26ª ed. p. 1117 – 
embora o próprio autor ressalte a imprecisão do termo “jurisdição administrativa” no Brasil. 
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Vejam uma questão abaixo a este respeito: 
CESPE/ Prefeitura de Fortaleza – CE – Procurador do Município 
Nos termos da jurisprudência do STF, caso um particular interponha recurso administrativo 
contra uma multa de trânsito, por se tratar do exercício do poder de polícia pela administração, 
a admissibilidade do recurso administrativo dependerá de depósito prévio a ser efetuado pelo 
administrado. 
Gabarito (E) 
Competência para decidir o recurso 
Quanto à competência para apreciar o recurso, lembro que esta é indelegável. Além disso, friso 
que esta será da autoridadecom nível hierárquico superior àquela que houver tomado a decisão 
recorrida. 
Efeito suspensivo do recurso 
Como regra geral, a interposição de recurso administrativo não suspende automaticamente os 
efeitos da decisão recorrida. Em outras palavras, o recurso administrativo, como regra geral, não 
tem efeito suspensivo (art. 36, §1º). Isto porque o recurso administrativo, de modo geral, possui 
apenas efeito devolutivo (isto é, provoca a reanálise do processo por outra autoridade, sem sustar 
os efeitos da decisão). 
Portanto, como regra geral, a mera interposição do recurso não susta os efeitos do ato 
impugnado mediante recurso. 
O recurso poderá ter efeito suspensivo, todavia, nos casos previstos na legislação, por exemplo, 
em que houver “justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação”. 
Prazos 
O prazo para interposição do recurso é de 15 dias, contados da publicação da decisão no diário 
oficial (art. 36). Caso o prazo não seja obedecido, o recurso deixará de ser conhecido, de sorte 
que este prazo é considerado preclusivo (ou “prazo próprio”). 
Reparem que tal prazo difere daquele previsto na lei federal 9.784/1999, que é de 10 dias (em 
regra), contados da ciência ou divulgação oficial. 
Lei municipal Lei federal 9.784/1999 
prazo de 15 dias prazo de 10 dias 
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Legitimados 
O art. 37 da Lei municipal 14.141/2006 prevê que os legitimados para interpor recursos 
administrativos são os mesmos interessados do processo, a saber (art. 14): 
 
Não conhecimento do recurso 
Nos termos do art. 39, o recurso deixará de ser conhecido nas seguintes situações: 
 
O recurso que não é conhecido não é processado pela Administração, havendo um “arquivamento 
sumário” do recurso interposto. 
De toda forma, mesmo que o recurso não seja conhecido, em nome do princípio da verdade 
material e da autotutela, a doutrina tem entendido que a Administração poderá rever de ofício o 
ato ilegal. 
le
gi
tim
ad
os
 a
 re
co
rr
er
pessoas físicas ou jurídicas
que iniciaram o 
processo
ou nele figurem
aqueles que não iniciaram o 
processo
tenham 
direito/interesse 
que possa ser 
afetado
pessoas, organizações ou 
associações regularmente 
constituídas 
direitos ou 
interesses difusos 
ou coletivos
n
ão
 c
o
n
h
ec
im
en
to
fora do prazo
por quem não seja 
legitimado
após o encerramento da 
instância administrativa
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Mérito do recurso 
Uma vez conhecido o recurso (ou seja, admitido seu processamento), terá lugar a análise do seu 
mérito. Nesta etapa, o órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, 
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. 
 
 
Estas características dos recursos administrativos foram cobradas na seguinte questão: 
FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo 
Com relação aos recursos administrativos, considere: 
I. O recurso administrativo tramitará no máximo por duas instâncias administrativas, salvo 
disposição legal diversa. 
II. O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no 
prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior. 
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III. Salvo disposição legal específica, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso 
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. 
IV. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. 
Em conformidade com a Lei Federal no 9.784/1999, que regula o Processo Administrativo no 
âmbito da Administração Pública Federal, está correto o que se afirma em 
a) II e III, apenas. 
b) I, II, III e IV. 
c) I e IV, apenas. 
d) II, III e IV, apenas. 
e) I, II e III, apenas. 
Gabarito (D), pois apenas o item I está incorreto 
 
 
Anulação de atos administrativos à luz da Lei 14.141 
A despeito de a Lei 14.141/2006 não ter sido mencionada expressamente no edital, convém ressaltarmos 
algumas características do procedimento para anulação de atos administrativos previsto entre os artigos 48-
A e 48-C. 
Nesse sentido, a Lei municipal deixa claro que, como regra geral, a Administração, de ofício ou por 
provocação de pessoa interessada, anulará seus próprios atos, quando eivados de vício que os tornem 
ilegais. 
Todavia, os atos deixarão de ser anulados quanto: 
I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contados de sua produção; 
II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo; 
III - forem passíveis de convalidação. 
Em relação ao item I acima, percebam que tal prazo diverge daquele previsto na legislação federal: 
Lei municipal Lei federal 9.784/1999 
prazo de 10 anos prazo de 5 anos 
 
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Quando a anulação decorrer de procedimento iniciado pelo particular, deverá atender às seguintes 
formalidades: 
I - o requerimento deverá ser dirigido à autoridade que praticou o ato (mesmo requisitos para 
instauração de processo administrativo) 
II - o pedido será juridicamente analisado pela unidade competente de cada Secretaria ou órgão 
equivalente, que opinará sobre a sua procedência, sugerindo, se for o caso, a adoção de providências 
complementares para instrução do processo, além de prestar esclarecimentos quanto aos efeitos da 
anulação do ato em relação a terceiros; 
III - quando houver terceiros interessados, a autoridade determinará sua intimação, para manifestar-
se a respeito no prazo de 15 (quinze) dias; 
IV - concluída a instrução, os interessados serão intimados para apresentar suas razões finais no prazo 
de 5 (cinco) dias; 
V - a autoridade proferirá, no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, 
despacho final sobre o pedido, que deverá ser publicado no Diário Oficial da Cidade; 
VI - da decisão caberá um único recurso, no prazo de 15 dias 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
Bem, pessoal, a aula de hoje não é das mais extensas, mas exige a memorização dos vários 
detalhes da Lei municipal 14.141/2006. 
Reforço a necessidade da leitura da ‘lei seca’ para gabaritarmos as questões sobre o presente 
assunto. 
Adiante teremos, como de costume, nosso resumo e as questões comentadasrelacionadas ao 
tema da aula de hoje =) 
 
 
Um abraço e bons estudos, 
Prof. Antonio Daud 
 
 
@professordaud 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
Adiante iremos destacar algumas questões de prova que foram elaboradas, em sua grande maioria, 
considerando a lei federal 9.784/1999. No entanto, para atender às disposições do presente concurso, 
iremos aproveitá-las, respondendo-as de acordo com a Lei municipal 14.141, fazendo-se os devidos ajustes, 
no que couber. 
Avante! 
1. VUNESP – ESEF Jundiaí/2019 
À luz da Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública, é correto 
afirmar que 
a) a edição de atos de caráter normativo pode ser objeto de delegação. 
b) o ato de delegação é irrevogável pela autoridade delegante. 
c) a decisão de recursos administrativos pode ser objeto de delegação. 
d) um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua 
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, 
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou 
territorial. 
e) em hipótese alguma, será permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão 
hierarquicamente inferior. 
Comentários: 
As letras (a) e (c) estão incorretas, uma vez que os atos de caráter normativo e decisões de recurso não 
podem ser objeto de delegação, conforme art. 15 da Lei municipal 14.141/2006, adiante sintetizado: 
 
In
de
le
gá
ve
is
edição de atos de caráter normativo
decisão de recursos administrativos
matérias de competência exclusiva do 
órgão ou autoridade
competências recebidas por 
delegação (regra)
órgãos colegiados
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A letra (b) está incorreta, visto que o ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo, nos termos 
do §2º do art. 16 da Lei municipal 14.141/2006: 
Art. 16, § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
A letra (d) consiste em entendimento doutrinário e transcrição de disposição contida na lei federal 9.784 a 
respeito da delegação. 
A letra (e) está incorreta, visto que a avocação temporária será permitida, em caráter excepcional, nos 
termos do art. 17 da Lei municipal 14.141/2006: 
Art. 17 Será permitida ao Prefeito, Secretários Municipais e Subprefeitos, em caráter 
excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de 
competência atribuída a órgão ou autoridade hierarquicamente inferior. 
Além disso, apenas as seguintes autoridades podem avocar competências: 
- prefeito 
- secretários municipais 
- subprefeitos 
Gabarito (D) 
2. FGV/MP-RJ - Técnico - 2019 
Imagine as situações hipotéticas abaixo em que o Procurador-Geral de Justiça pratica ato 
administrativo, delegando sua atribuição para o: I. Subprocurador-Geral de Justiça de Assuntos 
Cíveis e Institucionais ajuizar representação por inconstitucionalidade em relação à lei X do 
Município Y; II. Diretor de Recursos Humanos decidir recursos administrativos. Em matéria de 
delegação de competência, de acordo com a Lei nº 9.784/99 e com a doutrina de Direito 
Administrativo: 
(A) os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar qualquer tipo de 
competência; 
(B) os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar sua competência 
originária; 
(C) o ato I é válido e o II está viciado, pois não pode ser objeto de delegação decisão de recursos 
administrativos por expressa vedação legal; 
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(D) o ato II é válido e o I está viciado, pois não pode ser objeto de delegação ato de ajuizamento 
de medida judicial por expressa vedação legal; 
(E) os atos I e II estão válidos, pois o Procurador-Geral pode delegar qualquer tipo de competência, 
mediante ato expresso e formal volitivo de renúncia. 
Comentários: 
Tomando por base as disposições da lei municipal, art. 15, sabemos que não é passível de 
delegação o exercício das seguintes competências: 
 
Voltando à questão, percebemos que apenas a competência para o ato II (recurso administrativo) 
é indelegável e, portanto, o ato resultante é inválido. Com isto, temos a letra (C) como gabarito. 
Gabarito (C) 
3. FGV/TJ-CE – Técnico – Área Administrativa – 2019 (adaptada) 
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, processo administrativo é uma série 
concatenada de atos administrativos, obedecendo a uma ordem previamente estabelecida pela 
lei, com uma finalidade específica que enseja a prática de um ato final. 
Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
o critério de: 
(A) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
(B) (..); 
(C) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo; 
In
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edição de atos de caráter normativo
decisão de recursos administrativos
matérias de competência exclusiva do 
órgão ou autoridade
competências recebidas por delegação 
(regra)
órgãos colegiados
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(D) impulsão, pelos interessados, do processo administrativo, vedado o andamento de ofício; 
(E) (..). 
Comentários: 
A questão exigiu, especialmente, conhecimento sobre os “critérios de atuação” previstos no 
parágrafo único do art. 2º da Lei municipal 14.141/2006 (isto é, dos padrões de conduta impostos 
à Administração municipal). Passemos às alternativas! 
A letra (A) está correta. A “proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as 
previstas em lei” ou em decreto é mesmo um critério previsto expressamente no inciso V do 
parágrafo único do art. 2º da Lei municipal 14.141/2006. 
A letra (C) está incorreta, pois o sigilo será permitido nas hipóteses previstas na CF: 
Art. 41. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias 
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os protegidos por 
sigilo, nos termos da Constituição Federal; 
A letra (D) está incorreta. Aqui também a Banca inverteu os conceitos, pois a impulsão do processo 
administrativo ocorre de ofício, podendo os interessados provocarem a Administração: 
 VI - impulsão, de ofício, do processo administrativo, pelo agente público, sem prejuízo da 
atuação dos interessados; 
Gabarito (A) 
4. FGV/ AL-RO - Consultor Legislativo – Assessoramento Legislativo – 2018 
Joaquim é servidor público ocupante de cargo efetivo de Consultor na Assembleia Legislativa de 
Rondônia. Por ter praticado ato tipificado em seu regime jurídico funcional como falta disciplinar, 
Joaquim respondeu a processo administrativo disciplinar, que culminou com sua demissão. 
Inconformado, Joaquimaforou ação judicial pleiteando a reforma do ato administrativo, de 
maneira que a demissão seja substituída por pena disciplinar menos severa, tendo por único 
argumento a ofensa ao princípio da proporcionalidade do ato sancionatório. 
No caso em tela, de acordo com a reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em 
tese, 
a) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que o ato punitivo disciplinar é 
discricionário e o controle jurisdicional é restrito e se limita a aspectos formais. 
Antonio Daud
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b) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que não há discricionariedade no 
ato disciplinar e o controle jurisdicional é amplo e não se limita a aspectos formais. 
c) não é viável a revisão de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, em razão do 
princípio da separação dos poderes, que são independentes e harmônicos entre si. 
d) não é viável a revisão da legalidade de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois 
se trata de ato administrativo vinculado. 
e) não é viável a revisão da legalidade e do mérito de penalidade imposta em PAD pelo Poder 
Judiciário, pois se trata de ato administrativo discricionário. 
Comentários: 
O STF tem entendido que é cabível a revisão do PAD com fundamento no princípio da 
proporcionalidade, que veda a aplicação de penalidade excessiva. Assim, nos termos da 
Jurisprudência em teses do Superior Tribunal: 
É viável a revisão de penalidade imposta em Processo Administrativo Disciplinar – PAD, sob 
o argumento de ofensa ao princípio da proporcionalidade, uma vez que, não havendo 
discricionariedade no ato disciplinar, o controle jurisdicional é amplo e não se limita a 
aspectos formais. 
Gabarito (B) 
5. FGV/ TJ-SC - Analista Administrativo – 2018 
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e os ditames da Lei nº 9.784/99, que trata do 
processo administrativo, a competência para prática dos atos administrativos deve ser definida em 
lei ou em ato administrativo geral e tem as seguintes características gerais: 
a) indelegabilidade, irrenunciabilidade e prorrogabilidade; 
b) renunciabilidade, delegabilidade e prescritibilidade; 
c) imprescritibilidade, irrenunciabilidade e improrrogabilidade; 
d) avocabilidade, indelegabilidade e prescritibilidade; 
e) irrenunciabilidade, avocabilidade e prescritibilidade. 
Comentários: 
Antonio Daud
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De acordo com o art. 15 da Lei municipal 14.141/2006, a competência é irrenunciável, salvo nos 
casos de delegação e avocação, legalmente admitidos. 
Além disso, de acordo com a doutrina, a competência para a prática do ato administrativo é 
imprescritível, já que mesmo que a competência não seja utilizada, independe do tempo, o agente 
continuará sendo o competente. 
E, ainda, ela é improrrogável. Isto significa que se o sujeito competente não exerce a competência, 
ela não se transfere automaticamente ao órgão incompetente que praticou o ato. Quem confere 
competência é a lei. 
Gabarito (C) 
6. FGV/ TJ-SC – Oficial da Infância e Juventude – 2018 
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o processo administrativo é regido por 
postulados gerais inerentes à atuação do Estado, como o princípio: 
a) da inércia, segundo o qual a Administração Pública deve ser provocada pelo particular 
interessado ou pelo Ministério Público para poder instaurar o processo administrativo; 
b) do devido processo legal, segundo o qual o processo administrativo é inquisitorial, e o 
contraditório e a ampla defesa somente são assegurados no processo judicial; 
c) da verdade formal, segundo o qual o processo administrativo admite apenas as provas 
produzidas unilateralmente pela Administração Pública; 
d) da onerosidade, segundo o qual o particular sucumbente deverá arcar com as custas, 
emolumentos e ônus sucumbenciais no processo administrativo; 
e) da instrumentalidade das formas, segundo o qual o vício de forma é sanável quando não gerar 
prejuízo, desde que mantido o interesse público. 
Comentários: 
A letra (a) está incorreta. A Administração Pública pode atuar de ofício (princípio da oficialidade), 
não havendo a necessidade de ser provocada para atuar. 
A letra (b) está incorreta. Os princípios do contraditório e ampla defesa são assegurados também 
no processo administrativo. 
Antonio Daud
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CF, art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; 
Além da disposição constitucional, a Lei municipal 14.141/2006 prevê, expressamente, o 
contraditório para processos que possam resultar na aplicação de sanções: 
Art. 46. Nos processos que possam resultar na aplicação de sanções serão sempre 
assegurados o contraditório e o exercício do direito à ampla defesa, garantindo-se ao 
interessado a produção de provas, apresentação de alegações finais e interposição de 
recurso. 
A letra (c) está incorreta. O princípio é o da verdade real e, não, verdade formal, em que a 
Administração Pública deve apurar os fatos que efetivamente ocorreram, ainda que não constem 
dos autos do processo. 
A letra (d) está incorreta. Em regra, é proibida a cobrança de despesas processuais, ressalvadas 
aquelas previstas em lei ou em decreto (princípio da gratuidade). 
A letra (e) está correta. O princípio da instrumentalidade das formas orienta que a formalidade 
consiste em mero instrumento para se alcançar determinado fim. Caso haja irregularidades e não 
houver prejuízos ao interesse público, não haverá nulidade do processo. Uma decorrência de tal 
princípio pode ser observada a seguir: 
Art. 48-A A Administração, de ofício ou por provocação de pessoa interessada, anulará seus 
próprios atos, quando eivados de vício que os tornem ilegais, salvo se: (..) 
II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo; 
Gabarito (E) 
7. FGV/ TJ-AL - Técnico Judiciário – Área Judiciária – 2018 (adaptada) 
Os atos administrativos devem ser precedidos de um processo formal que justifica sua prática e 
serve de base para sua legitimidade, documentando todas as etapas até a formação válida da 
atuação da Administração Pública. 
Nesse contexto, a Lei nº 9.784/99 estabelece que, nos processos administrativos, será observado, 
entre outros, o critério de: 
a) obrigatoriedade de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar, sob 
pena de nulidade absoluta por violação à Constituição da República de 1988; 
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b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
privado a que se dirige; 
c) impulsão procedimental pelos interessados, vedada a atuação de ofício pela própria 
Administração Pública; 
d) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo; 
e) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei ou em decreto. 
Comentários: 
A letra (a) está incorreta. O art. 3º, IV da Lei municipal 14.141/2006 informa que o administrado 
pode fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, 
por força de lei. Nestes termos, a súmula vinculante 5 do STF pugna que o PAD sem a defesa 
técnica por advogado não viola a Constituição. 
A letra (b) está incorreta. Conforme o art. 3º da lei municipal: 
Art. 3º. A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor 
garanta a realização do fim público a que

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