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A HISTÓRIA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO SÃO PAULO
 A HISTÓRIA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO	
Lorran de Oliveira Patrocínio-201902335899
Trabalho da disciplina Teoria do Direito Penal
Prof. Douglas Galiazzo
 
São Paulo,2020
O Direito Penal, deu-se início com o surgimento da sociedade, com o intuito de regularizar a convivência entre os indivíduos, não tem como falar em homens livres de delitos. Estiveram em vigor no Brasil Colonial as ordenações Afonsinas (até 1512) e manuelinas (até 1569), sendo estas últimas substituídas pelo código de D. Sebastiao (até 1603). Passou-se então para as Ordenações Filipinas, que refletiam o direito Penal dos tempos medievais.
Foi aí que surgiu o livro V das Ordenações do Rei Filipe II o primeiro código Penal é o código Filipino. A lei da época fundamentava-se nos preceitos religiosos, o crime era confundido com o pecado e com a ofensa moral, sendo punido severamente os hereges, apostatas, feiticeiros e benzedores. Eram aplicadas penas severas e cruéis como (açoites, degredo, mutilação, queimaduras), tinham como objetivo espalhar o temor pelo castigo. Além da cominação da pena de morte, executada pela força, com tortura, e pelo fogo, sendo comum as penas infamantes, o confisco e os galês. Aplicando também a chamada “morte para sempre” em que o corpo do condenado ficava suspenso e putrefazendo-se, vinha ao solo, assim ficando, até que a os amenta fosse recolhida pela Confraria da Misericórdia, o que se dava uma vez por ano. As penas eram desproporcionais as faltas cometidas, não sendo fixadas antecipadamente. Era aplicada de forma desigual e com extrema perversidade. Com a proclamação da Independência, a constituição de 1824, previa a elaboração de uma nova legislação penal, sendo que em 16 de dezembro de 1830 D. Pedro I sancionou o Código Criminal do Império.Tendo um caráter liberal a doutrina utilizada pelo Betham, era inspiradora, bem com o Código Frances de 1810 e o Napolitano de 1819. Sendo fixada nova lei um esboço de individualização da pena, sendo previsto a existência de atenuante e agravantes, e estabelecendo um julgamento especial para os menores de 14 anos. A pena de morte, e a execução pela força, só foi aceita mediantes debates intensos entre liberais e conservadores no congresso, tendo em vista a coibição da pratica de crimes pelos escravos.
A igreja e o Estado não foram separados, pois continham diversas figuras delituosas, que representavam ofensas a religião estatal.Apesar das evidentes qualidades, como indeterminação relativa e individualização da pena, a previsão da menoridade como atenuante, a indenização do dano “ex delicto”, apresentavam defeitos que eram comuns para a época, não sendo definida a culpa, tendo aludido apenas ao dolo, havendo desigualdade no tratamento das pessoas.Em 11 de outubro de 1890 foi editado o Código Criminal da Republica, sendo alvo de duras críticas pelas falhas que apresentava que decorriam, claramente da pressa com que foi elaborado.
A Constituição de 1891 tinha abolido a pena de morte, a de galês e a de banimento judicial, o código Republicano de 1890 completou as seguintes sanções:
a. Prisão;
b. Banimento (o que a Carta Magna punia era o banimento judicial que consistia em pena perpétua, diversa, portanto, desse, que importava apenas em privação temporária);
c. Interdição (suspensão dos direitos políticos, etc.);
d. Suspensão e perda de emprego público e multa.
O código era de orientação clássica, embora aceitasse postulados positivistas, gerando críticas da mesma forma.
Por mais que que o código tenha sido mal sistematizado, o Código Criminal da Republica, teve um avanço na legislação penal da época, tendo abolido a pena de morte, e instalou o regime penitenciário de caráter correcional.
Com o código de 1890 houve a necessidade de modifica-lo, uma vez que não era possível transforma-lo imediatamente, surgindo assim várias leis para remenda-la, pelo grande número, acabaram gerando confusão e incerteza na sua aplicação.
O desembargador Vicente Piragibe, ficou com o encargo de consolidar as leis extravagantes, surgindo portanto o decreto nº 22.213, de 14 de Dezembro de 1932, a denominada Consolidação das Leis Penais de Piragibe, que vigorou até 1940. Sendo composta por quatro livros e quatrocentos e dez artigos, a Consolidação das Leis Penais realizada pelo Desembargador Vicente Piragibe, passou a ser precária ao Estatuto Penal Brasileiro.
Apesar da promulgação de 1940, o novo Código Penal passou a vigorar apenas em 1 de Janeiro de 1942, para que se pudesse conhece-lo melhor, como também para coincidir com sua vigência com o Código de Processo Penal.
Sendo nossa legislação penal fundamental, o código de 1940 teve origem em projeto de Alcantra Machado, sendo submetido ao trabalho de uma comissão revisora composta por Nelson Hugria, Vieira Brga, Marcelio de Queiroz e Roberto Lira.
É uma legislação eclética, não assumia compromissos com qualquer escola ou correntes que disputavam o acerto na solução dos problemas penais. Fazendo uma conciliação entre postulados das Escolas Clássicas e Positivas, sendo aproveitado o que havia de melhor nas legislações modernas de orientação liberal, em especial nos códigos italianos e Suíço.
Por mais que houve imperfeições, o congresso de Santiago do Chile em 1941, declarou que ele representava, um notável progresso jurídico, tanto por sua estrutura, como por sua técnica e avançadas instituições.
Houve várias tentativas de mudança na legislação penal.
Por incumbência do governo federal em 1963, o professor – Ministro Nelson Hungria, apresentou um anteprojeto de sua autoria, sendo submetido a várias comissões revisadoras, o anteprojeto foi convertido em lei pelo Decreto nº 1004 de 21 de outubro de 1969. Tendo a sua vigência adiada pelo código de 1969, ocorrendo várias críticas sendo feita a modificação pela Lei nº 6.016 de 31 de Dezembro de 1973. Após vários adiamentos da data que deveria viger, foi revogado pela Lei nº 6.5778 de 11 de outubro de 1978.
O professor Francisco de Assis Toledo recebeu a incumbência em 1980 da universidade de Brasília, da reforma do Código em vigor, a exemplo da Alemanha houve primeiro a modificação da parte geral. O anteprojeto foi publicado em 1981 para receber sugestões, sendo discutido no Congresso o projeto teve sua aprovação e foi promulgada a Lei nº 7.209 de 11 de Julho de 1984, que teve a alteração substancial a parte geral, adotando o sistema vigorante (pena ou medida de segurança).
A nova lei de execução Penal foi promulgada a partir da nova Parte Geral Lei nº 7.210 de 11 de Julho de 1984. Sendo uma lei especifica para regular a execução das penas e das medidas de segurança, o que era uma suplica geral, tanto que se fala da criação de um novo ramo jurídico, o Direito de execução Penal.
O Estatuto repressivo pátrio teve uma alteração na Lei nº 9.714/98, no que se refere as penas restritivas de direito. Sendo incluído mais dois tipos de penas, a prestação pecuniária e perda de bens e valores. No que se refere a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, ela se dará quando atendido os requisitos específicos, não reincidentes, culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e circunstancias do crime favoráveis, a pena aplicada não for superior a quatro anos. Sendo o crime culposo, haverá a substituição, qualquer que seja a pena aplicada.
Assim sendo percebe-se cada vez mais que o aprisionamento deixa de ser regra para se tornar exceção. O cárcere comprovado esta não está proporcionando a ressocialização, tem se transformado em verdadeira Universidade de delinquência.

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