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A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO NA UTILIZAÇÃO ADEQUADA DE EPI NA PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DAS MÃOS Sheila Borges Da Silva RESUMO Os perigos potenciais para as mãos e braços incluem a absorção pela pele de perigos químicos ou biológicos, queimaduras químicas ou térmicas, choque elétrico, contusões, abrasões, cortes, perfurações, fraturas ou amputações. O equipamento de proteção inclui luvas, protetores de dedo e coberturas de braço. Desse modo, o objetivo do trabalho foi demonstrar a importância da conscientização na utilização adequada de EPI na preservação da integridade das mãos. Para cumprir tal objetivo foram pesquisados trabalhos em sites da internet e nos bancos de dados Scielo, Google Acadêmico, CAPES e ERIC, entre os anos de 2013-2021, referentes as palavras-chave: Desafios. Aprendizagens. Gestão Escolar. Pandemia. Quanto aos objetivos, à pesquisa divide-se em exploratória, descritiva e explicativa. Foi analisado que as luvas de segurança têm como função, proteger as mãos, os pulsos e os braços dos trabalhadores dos mais variados riscos no ambiente de trabalho, nos quais estão: riscos químicos e biológicos, como bactérias e fungos e riscos mecânicos, como cortes, perfurações e queimaduras. O profissional em segurança do trabalho tem a obrigação de adquirir os EPIs da empresa em que trabalha e no caso das luvas de proteção, ele precisará considerar algumas coisas, como o tamanho da mão do trabalhador e o tipo de material, textura e tamanhos das luvas. PALAVRAS-CHAVE: EPI. Luvas. Integridade das mãos. Conscientização de EPI. ABSTRACT Potential hazards to hands and arms include absorption by the skin of chemical or biological hazards, chemical or thermal burns, electric shock, bruises, abrasions, cuts, punctures, fractures or amputations. Protective equipment includes gloves, finger protectors and arm covers. Thus, the objective of the work was to demonstrate the importance of awareness in the proper use of PPE in preserving the integrity of the hands. In order to achieve this objective, research was carried out on websites and in the databases Scielo, Google Scholar, CAPES and ERIC, between the years 2013- 2021, referring to the keywords: Challenges. Learning. School management. Pandemic. As for the objectives, the research is divided into exploratory, descriptive and explanatory. It has been analyzed that safety gloves have the function of protecting workers' hands, wrists and arms from the most varied risks in the work environment, in which they are: chemical and biological risks, such as bacteria and fungi and mechanical risks, such as cuts , perforations and burns. The occupational safety professional has an obligation to purchase PPE from the company he works for and in the case of protective gloves, he will need to consider some things, such as the size of the worker's hand and the type of material, texture and sizes of the gloves . 2 Keywords: PPE. Gloves. Integrity of the hands. PPE awareness. INTRODUÇÃO Atualmente, em qualquer atividade industrial, a segurança é uma questão essencial na indústria, pois visa a manutenção da saúde, integridade e bem-estar dos trabalhadores. Por isso, muitas empresas buscam mostrar a importância do uso de equipamentos de segurança por meio da conscientização (ALMEIDA, QUEVEDO FILHO E SANTOS, 2015). Os perigos potenciais para as mãos e braços incluem a absorção pela pele de perigos químicos ou biológicos, queimaduras químicas ou térmicas, choque elétrico, contusões, abrasões, cortes, perfurações, fraturas ou amputações. O equipamento de proteção inclui luvas, protetores de dedo e coberturas de braço (FARIA, 2017). A seleção deve ser baseada nas características de desempenho da luva em relação às tarefas a serem realizadas. Fornecedores e fabricantes podem fornecer diretrizes de conformidade ou referências para aplicações alimentícias e farmacêuticas (VENDRAME, 2018). Desse modo, o objetivo do trabalho é demonstrar a importância do uso de EPI para manter a integridade das mãos. Será analisado também questões sobre o que é o EPI, CIPA, riscos ambientais, acidente de trabalho, controle de perigos, seleção de EPI, proteção para as mãos, diretrizes de seleção de luvas, uso e cuidado de luvas e dois casos reais de trabalhadores que sofreram lesões. 2 EPI Os fatores de segurança sempre foram um tema importante em todas as atividades industriais, com o objetivo de reduzir o impacto perigoso nas atividades da vida. Em termos de segurança, a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva (EPC) estão diretamente relacionados à segurança individual e coletiva, respectivamente. O problema é que vários trabalhadores estão insatisfeitos com o uso de EPI e não podem exercer sua função 3 de trabalhador, que é obedecer às normas e utilizar EPI e EPC (ABRAHÃO E PINHO, 2013). A Organização Internacional do Trabalho (OIT) determinou que a cada 15 segundos, uma pessoa morre devido a um acidente ou doença diretamente relacionada ao trabalho. Além disso, 153 trabalhadores sofrem acidentes de trabalho a cada 15 segundos. Como se não bastasse, são registradas 6,3 mil mortes todos os dias por acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, totalizando mais de 2,3 milhões de mortes a cada ano (ARAÚJO, 2013). Se apenas as regras básicas de equipamentos de segurança forem usadas, muitos desses acidentes não acontecerão. Segundo Custódio (2016) e a especificação NR-6 de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), trata-se de equipamentos de uso privado que têm a função de minimizar determinados acidentes e prevenir certas doenças que podem causar o ambiente de trabalho. Quando as medidas de proteção coletiva não resolverem o inconveniente, tais equipamentos devem ser utilizados, porém, geralmente ocorre o contrário, e grande parte deles utiliza EPIs como prioridade para a segurança do trabalhador, sem uma análise global da situação. De acordo com Abrahão e Pinho (2013) os empregadores têm a responsabilidade legal de garantir que: • O equipamento de proteção individual adequado conforme prescrito nos regulamentos seja fornecido; • O EPI fornecido seja mantido em boas condições; • O EPI fornecido seja usado conforme prescrito; • Os trabalhadores recebam informações, instruções e supervisão sobre o uso e cuidado de PPE necessário; • Cumpram os regulamentos ou padrões que limitam a exposição de um trabalhador a agentes biológicos, químicos ou físicos conforme prescritos no regulamento; • Todas as precauções razoáveis sejam tomadas para proteger a saúde e a segurança do trabalhador; Segundo Araújo (2013) os supervisores têm a responsabilidade legal de garantir que: 4 • Os trabalhadores usem e vistam adequadamente, o EPI adequado (incluindo roupas de proteção) que o empregador exige para ser usado ou desgastado; • Os trabalhadores sejam treinados no uso e cuidado do EPI necessário antes de vestir ou usar o Equipamento de proteção; • Os registros deste treinamento sejam mantidos e mantidos em local acessível; • Os trabalhadores sejam informados da existência de qualquer perigo potencial ou real para a saúde e segurança da qual o supervisor está ciente; • Todas as precauções razoáveis sejam tomadas para proteger a saúde e a segurança do trabalhador. Para Almeida, Quevedo Filho e Santos (2015) os trabalhadores têm a responsabilidade legal: • Usar ou vestir adequadamente o EPI que o empregador exige para uso ou desgaste; • Inspecionar o EPI regularmente antes de cada uso; • Ausências ou defeitos em qualquer EPI de que o trabalhador tenha conhecimento e possa colocá-lo em perigo ou o outro seja informado ao seu supervisor ou empregador imediatamente; • Não usar EPI de maneira que possa colocar em risco a si próprios ou a terceiros;Os espaços de trabalho com requisitos específicos de EPI devem ter sinalização afixada na entrada da área e / ou perto da fonte de perigos delineando o EPI necessário. Sinais de EPI lembram os usuários de usar equipamentos de proteção no local de trabalho (CUSTÓDIO, 2016). Antes de realizar o trabalho ou estar em uma área prescrita que exija o uso de EPI, trabalhadores / alunos devem ser treinados no seguinte: • Quando o PPE é necessário; • Que tipo é necessário; • Como deve ser usado; • Quais são suas limitações; • Cuidado, manutenção, expectativa de vida e descarte adequados; O supervisor deve fornecer treinamento para garantir que o trabalhador / aluno seja capaz de demonstrar, mediante conclusão do treinamento, as informações acima mencionadas. Qualquer tipo de formato de treinamento pode ser usado desde que 5 uma sessão prática seja incorporada (FARIA, 2017). O Supervisor deve ter documentação deste treinamento e prova de que as informações do treinamento foram compreendidas. Segundo Vendrame (2018) para reduzir o risco de emaranhamento é preciso: • Manter o cabelo comprido preso para trás ou sob um chapéu; • Manter zíperes e botões fechados; • Certificar-se de que as roupas se ajustam ao corpo; • Eliminar cordões e outras peças penduradas nas roupas; • Remover os fios pendurados e rasgos na roupa para evitar emaranhamento; • Remover joias; 2.1 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA De acordo com a regulamentação, as empresas com mais de 20 funcionários devem estabelecer a CIPA, que tem como principal objetivo a prevenção de acidentes e doenças no ambiente ocupacional, e está sempre comprometida com a manutenção da saúde e da vida dos trabalhadores. A composição da CIPA é composta por representantes de empregados e empregadores (FARIA, 2017). Como função da CIPA, o monitoramento é realizado para garantir um ambiente de trabalho seguro. O comitê precisa encorajar o uso de EPI e usá-lo adequadamente. Além disso, vale observar e analisar os equipamentos para descobrir possíveis pontos de risco e contribuir para a melhoria contínua da saúde e segurança no trabalho e a eleição dos membros da CIPA é realizada uma vez ao ano (VENDRAME, 2018). A norma regulamentadora NR-5 estipula que os empregadores têm a responsabilidade de proporcionar aos membros da CIPA os atos necessários ao desempenho efetivo de suas funções, bem como tomar as providências necessárias para os membros da CIPA constantes do plano de trabalho preventivo (FARIA, 2017). 2.2 RISCOS AMBIENTAIS Independentemente do tipo de atividade esportiva que pratiquem, os trabalhadores podem estar expostos a diversos riscos ambientais, que podem colocar em risco sua saúde e integridade física. Os riscos ambientais podem ser divididos em 6 várias categorias, nomeadamente: físicos, químicos, biológicos ergonômicos. Segundo Abrahão e Pinho (2013), o risco pode ser descrito da seguinte forma: • Risco físico: refere-se às características físicas do ambiente, tais como: alterações sonoras (infra-som e ultrassom), radiação ionizante e não ionizante, pressão anormal, temperatura extrema, ruído e vibração; • Risco químico: substâncias que podem ser absorvidas pelo corpo humano seja por contato direto, pelo aparelho respiratório ou mesmo por ingestão; • Risco biológico: destacam-se na forma de microrganismos (fungos, bactérias, protozoários, vírus ou parasitas). Os trabalhadores podem estar expostos a esses microrganismos, tais como: contato com a pele, ingestão ou via respiratória; • Risco ergonômico: riscos físicos ou psicológicos, como não adaptação ao ambiente de trabalho ou devido ao esforço físico, como sobrecarga de peso, postura errada, levantamento de peso, exercícios repetitivos ou outros fatores que produzem estresse mental ou físico. A especificação normativa NR-9 visa regulamentar os riscos ambientais nos planos que as empresas devem implementar por meio do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) para garantir a segurança de toda a equipe de colaboradores. A NR-9 ignora os riscos ergonômicos, mas como medida preventiva, esses riscos devem ser considerados (ALMEIDA, QUEVEDO FILHO E SANTOS, 2015). O Ministério do Trabalho e Emprego estipula que o PPRA deve ser implementado e formulado. Tais regulamentações existem para prever, identificar, avaliar e controlar os riscos para minimizar acidentes e possíveis doenças causadas por riscos ambientais. É necessário que o PPRA seja sempre fornecido às autoridades durante a auditoria. Além disso, os participantes da CIPA devem discutir o conteúdo contido nos respectivos documentos e anexar cópia do PPRA à ata das reuniões do comitê, para fácil acesso quando necessário (ARAÚJO, 2013). 2.3 ACIDENTE DE TRABALHO Considera-se acidente de trabalho qualquer acidente provocado pelo trabalho, que pode causar lesões corporais diretas e indiretas, interferências, podendo levar à morte ou à incapacidade parcial ou total, temporária ou permanente para o trabalho. Os acidentes de transporte já são aqueles que ocorrem em casa ou no trajeto de ida 7 e volta do trabalho, independentemente do meio de transporte utilizado pelos colaboradores para realizar a viagem (CUSTÓDIO, 2016). Nas estatísticas de acidentes de trabalho, também estão incluídos os acidentes de trajeto. Os motivos para o acidente são inúmeros e os funcionários devem ser extremamente cuidadosos porque não estão acostumados com o novo emprego no início. O Brasil acumula em média 700 mil casos de acidentes de trabalho a cada ano. Esse recorde coloca o país atualmente em quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho, atrás da China, Índia e Indonésia (FARIA, 2017). Por conta de acidentes e doenças do trabalho, muitos prejuízos têm sido causados, pois quando os funcionários sofrerem alguma dessas duas lesões, eles serão demitidos, resultando em atrasos na produção e nas despesas. Para os empregados, também há registros de perdas, por exemplo: comprometimento da saúde física e mental ou incapacidade para o trabalho. Para a sociedade, a perda é apurada quando o empregado é transferido para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desde 2012, a economia brasileira gastou 22 bilhões de reais com a desmobilização de feridos após a saída do trabalho (VENDRAME, 2018). Segundo Custódio (2016) os acidentes de trabalho podem ser divididos em: - acidentes sem afastamento; acidentes com afastamento; invalidez temporária; invalidez permanente parcial e invalidez total permanente. As empresas costumam garantir locais seguros e minimizar acidentes, pois a redução do número de acidentes aumentará a produtividade e, além de atender às normas de segurança do ambiente de trabalho propostas, também está diretamente relacionado ao uso correto de EPI e EPC. 2.4 CONTROLE DE PERIGOS A abordagem padrão para lidar com perigos potenciais deve incluir uma avaliação de risco para determinar a necessidade de uso de EPI. Existem cinco maneiras básicas de controlar os perigos, onde a eliminação é sempre o primeiro controle a ser considerado (VENDRAME, 2018). 1. Eliminação (remover o perigo do local de trabalho); 2. Substituição (usar um produto químico menos prejudicial); 3. Engenharia (isolar equipamento / definir proteções); 4. Administração (fornecer treinamento / manutenção); 8 5. Equipamento de proteção individual (fornecer luvas / óculos de proteção); O uso de EPI não previne acidentes nem elimina perigos, porém faz todos os esforços para controlar os perigos na fonte. O treinamento também é importante. PPE não consegue atingir seu potencial de proteção total sem o conhecimento e a cooperação do trabalhador (ABRAHÃO E PINHO, 2013). O uso de EPI não deve aumentar ou criar um novo perigo. Por exemplo, a seleção adequadade luvas pode evitar danos à pele, mas luvas são usadas durante o trabalho de movimentação e o equipamento pode criar risco de emaranhamento. Usando diferentes tipos de proteção ao mesmo o tempo, ou seja, capacete, protetores de ouvido e óculos de proteção, não deve aumentar o risco para o trabalhador (ALMEIDA, QUEVEDO FILHO E SANTOS, 2015). 2.5 SELEÇÃO DE EPI Uma vez que a necessidade de EPI tenha sido estabelecida, a próxima tarefa é selecionar o tipo adequado. Segundo Araújo (2013) dois critérios precisam ser determinados: grau de proteção e o design apropriado. A) Combinar o EPI com o perigo É necessário escolher o EPI certo para corresponder ao perigo. Em alguns trabalhos, os trabalhadores realizam continuamente a mesmo tarefa e em outros empregos, os trabalhadores podem enfrentar perigos diferentes. Por exemplo, um soldador requer proteção contra gases de soldagem (respirador), raios de luz prejudiciais (óculos de soldador) e metal fundido (luvas, capa de soldagem, capacete de soldagem) (CUSTÓDIO, 2016). B) Envolver trabalhadores / usuários Para garantir que o ajuste, o conforto e a aceitabilidade do EPI, é preciso envolver os trabalhadores / usuários nas avaliações de EPI, permitindo preferências pessoais e flexibilidade na escolha do EPI, desde que atenda aos legislação e normas exigidas (FARIA, 2017). C) Verificar o ajuste 9 É importante equipar cada usuário com o EPI individualmente. Certos programas de adaptação exigem qualificação pessoal e alguns tipos de equipamentos, como respiradores, exigem testes de ajuste anuais para garantir que se encaixam o rosto do trabalhador (VENDRAME, 2018). D) Treinamento Os trabalhadores e seus supervisores precisam de treinamento sobre quando, onde, por que e como usar o equipamento para atingir o nível de proteção necessário. Todos os trabalhadores precisam de treinamento, seja exposto de forma regular ou ocasional, por exemplo, em emergências ou com trabalho temporário em áreas perigosas. O treinamento inclui: Como ajustar e usar o EPI; Por que o EPI é necessário; Como ajustá-lo para proteção máxima; e como cuidar do EPI (ABRAHÃO E PINHO, 2013). E) Manutenção Usar um EPI com manutenção insuficiente ou com defeito pode ser tão perigoso do que não usar nenhuma proteção. Sem a manutenção adequada, a eficácia do EPI não pode ser garantida e a maior parte importante da manutenção é a necessidade de inspeção contínua. A manutenção inclui: inspeção, cuidado, limpeza, reparo e armazenamento (ALMEIDA, QUEVEDO FILHO E SANTOS, 2015). F) Revisão É preciso monitorar a eficácia do programa de EPI, inspecionando o equipamento e auditando procedimentos, além de avaliar se o equipamento é usado regularmente e de forma adequada, rever o programa pelo menos anualmente e revisar as áreas críticas com mais frequência (ARAÚJO, 2013). 2.6 PROTEÇÃO PARA AS MÃOS Em circunstâncias onde as mãos podem ser expostas a materiais corrosivos ou tóxicos, materiais de toxicidade desconhecida, objetos pontiagudos e materiais de temperaturas extremas de calor e frio, adequados deve ser usada proteção para as mãos. A proteção para as mãos é projetada para proteger as mãos contra uma variedade de perigos e pode ser fornecida de diferentes maneiras, cremes de barreira, 10 protetores de dedo e luvas (CUSTÓDIO, 2016). Existem diferentes tipos de luvas para diferentes tipos de trabalho, como luvas para manusear produtos químicos, produtos à base de óleo, materiais abrasivos etc. O tipo certo de proteção deve ser usado para o trabalho executado. Luvas devem ser usadas para fornecer proteção contra agentes químicos, radiação ou biológicos, exposição a temperaturas extremas e abrasões ou lacerações (FARIA, 2017). Os supervisores são responsáveis por garantir luvas de proteção adequadas para a tarefa que está sendo realizadas de forma apropriada para a tarefa que está sendo realizada são fornecidas ao trabalhador e esse trabalhador usa as luvas de proteção adequadamente ao trabalhar. A seleção da luva certa deve ser baseada em uma avaliação completa dos materiais manuseados, o perigo envolvido e a duração do trabalho (VENDRAME, 2018). 2.7 DIRETRIZES DE SELEÇÃO DE LUVAS A Tabela 1 fornece uma lista de perigos potenciais, juntamente com o material da luva de proteção recomendada. Tabela 1: Seleção de luvas com base em tipos específicos de riscos. Tipo de Perigo TIPO DE PERIGO GRAU DE PERIGO MATERIAL DE PROTEÇÃO ABRASÕES 1 Forte 2 Moderado 1 Borracha pesada reforçada, couro pesado reforçado com grampo 2 Borracha, plástico, couro, poliéster, náilon, algodão OBJETOS COM ARESTAS AFIADAS 1 Forte 2 Moderado 3 Suave 1 Malha de metal, couro pesado reforçado com grampos, malha de aço Kevlar 2 Couro, pano turco (fibra de aramida) 3 Couro leve, poliéster, náilon, algodão PRODUTOS QUÍMICOS E FLUIDOS O risco varia de acordo com o produto químico, sua concentração e tempo de contato, entre outros fatores Depende de produtos químicos específicos sendo manuseados. Os tipos de luvas comuns incluem borracha natural, 11 neoprene, borracha nitrílica, cloreto de polivinila, álcool polivinílico e borracha butílica. Este link fornece uma ferramenta do Ansell Guardian para ajudar os usuários a selecionar luvas com base em produtos químicos. FRIO Couro, plástico ou borracha com isolamento, lã, algodão, tecidos especiais resistentes ao frio (por exemplo, Zetex). Luvas folgadas para nitrogênio líquido ou dióxido de carbono. CALOR 1 Temperaturas altas (> 350 ° C) 2 Temperaturas médias altas (até 350 ° C) 3 Temperaturas quentes (até 200 ° C) 4 Temperaturas menos quentes (até 100 ° C) 1 Tecidos especiais resistentes ao calor - ZetexTM 2 Nomex, Kevlar, Zetex, couro resistente ao calor com forros 3 Nomex, Kevlar, Zetex, couro resistente ao calor, tecido atoalhado (fibra de aramida) 4 Couro cromo curtido, tecido atoalhado ELETRICIDADE Luvas com isolamento de borracha e luvas testadas para tensão apropriada (CSA Standard Z259.4- M1979) com luva externa de couro DEVER GERAL Baixo Risco Algodão, pano turco, couro, plástico de borracha CONTAMINAÇÃO DE PRODUTO Plástico de filme fino, couro leve, algodão, poliéster, náilon Fonte: Elaboração própria. 2.8 USO E CUIDADO DE LUVAS De acordo com Almeida, Quevedo Filho e Santos (2015) é preciso: 12 • Inspecionar as luvas quanto a descoloração, buracos, rigidez e rasgos antes de cada uso; • Se a luva não estiver em um nível aceitável de qualidade para fornecer proteção de segurança adequada, deve ser descartado e substituído; • Encher as luvas de borracha para testar se há vazamentos; • Certificar-se de que a luva está devidamente ajustada para permitir o máximo de destreza e mobilidade; • A duração da utilização de uma luva depende das características específicas da luva como espessura e taxa de permeação; • Sempre remover as luvas antes de sair do laboratório e entrar em um corredor - a menos que transportar produtos químicos perigosos para outra área designada; • Se transportar produtos químicos, tome cuidado para não tocar em nenhuma maçaneta ou botão de elevador com luvas para evitar contaminação química; • Luvas devem ser usadas apenas para a tarefa para a qual são necessárias (ou seja, não execute tarefas diversas, como atender o telefone com uma luva); • Lavar as mãos diretamente após cada uso de luvas; • Não reutilizar luvas descartáveis; • Armazenar as luvas reutilizáveis de forma a evitar a exposição externa e seguir as instruções do fabricante; • Antes de decidir reutilizar luvas resistentes a produtos químicos, considere a toxicidade dos produtos químicos envolvidos, duração da exposição, armazenamento e temperatura; • Alguns materiais, como o látex, podemcausar reações alérgicas aos usuários - quando possível, alternativas devem estar disponíveis. Em situações em que um item ou produto químico contaminado precisa ser transportado, você pode: colocar o item ou substância contaminada em um recipiente limpo com tampa ou em um carrinho, remova ambas as luvas, em seguida, transportar; solicitar ajuda de outra pessoa para abrir a porta para você enquanto carrega o item ou produto químico contaminado com mãos enluvadas; ou remover a luva de apenas uma mão para abrir as portas e use a outra mão ainda protegido pela luva para transportar o objeto contaminado. 13 Imagem 1: Como retirar corretamente a luva. Fonte: Google. 1. Com as duas mãos enluvadas, segure a parte externa de uma das luvas na parte superior do pulso. 2. Retire a primeira luva, afastando-se de seu corpo e do pulso às pontas dos dedos, girando a luva do avesso. 3. Segure a luva que acabou de remover com a mão enluvada. 4. Com a mão sem luva, retire a segunda luva inserindo os dedos dentro da luva na parte superior do pulso. 5. Vire a segunda luva do avesso enquanto a inclina para longe de seu corpo, deixando a primeira luva dentro do segundo. 6. Descarte as luvas seguindo os procedimentos de trabalho seguros, lave as mãos e não reutilize as luvas. 2.9 RELATOS DE CASO A ocorrência de acidentes de trabalho, dos menores aos mais perigosos, faz parte da realidade de trabalho de inúmeras empresas. No entanto, é importante tomar todas as precauções para minimizar os riscos e se esforçar para aumentar a consciência dos funcionários sobre os processos e equipamentos necessários para realizar as tarefas com o máximo de segurança (ARAÚJO, 2013). Geralmente, em alguns casos, com base na experiência, os trabalhadores 14 acreditam que se o EPI necessário não for utilizado, não haverá acidentes. Porém, além de fornecer os equipamentos, a empresa também precisa investir em treinamento para mostrar sua importância e sempre verificar se todos estão usando e usando corretamente (CUSTÓDIO, 2016). Muitos acidentes ocorrem por negligência dos trabalhadores, por não tomarem todas as medidas preventivas no trabalho ou por tentarem improvisar para economizar tempo na execução do trabalho. Em outros casos, funcionários inexperientes concordarão em seguir um processo que ainda não está totalmente dominado, porque se não o fizerem, se preocuparão em ser demitidos. Tal atitude pode levar a acidentes graves, portanto, a responsabilidade da liderança dos trabalhadores é se concentrar em evitar que isso aconteça, investir no treinamento e na experiência dos funcionários, e sempre mostrar a importância de seguir os procedimentos corretos de segurança (FARIA, 2017). De acordo com Vendrame (2018) para economizar dinheiro, algumas empresas não adquirem ferramentas e máquinas novas e de melhor qualidade, ou nem sempre realizam manutenção preventiva em ferramentas e equipamentos utilizados no trabalho. Reparos prematuros causarão ferimentos graves aos trabalhadores e reparos baratos serão muito caros. Afinal, é necessário investir o máximo possível em novas máquinas de alta qualidade, a saúde dos trabalhadores está sempre em primeiro lugar. Tendo isso em mente, abaixo estarão 2 relatos de caso de trabalhadores que sofreram lesões nos dedos devido ao uso inadequado de luvas em ambiente de trabalho. Olaci Garcia, 45 anos, trabalhava na empresa Altera & Ocyan há 4 anos. No dia 30/01/202, às14:10h sofreu um ferimento de dedo(s) sem lesão da unha. Por volta das 13:30 hrs iniciou o trabalho de movimentação de cargas da área do Convés principal para área de movimentação de cargas de popa. Aproximadamente as 14:00 hrs se deu início a movimentação dos tambores de sucata de aproximadamente 170kg. No momento em que o empregado movimentou o tambor para deixar na posição onde o guindaste iria içá-lo, o pé de apoio direito do colaborador escorregou fazendo com que o tambor retornasse para posição e prensando seu dedo entre o tambor e a estrutura causando um corte contuso na falange distal no 4º quadrilátero (dedo) direito. O trabalho foi interrompido imediatamente e o colaborador ferido se reportou a enfermaria para atendimento médico. O trabalhador deu entrada na enfermaria às 15 14:15 hrs apresentando lesão e edema corto contuso na falange distal no 4º quadrilátero (dedo anelar) direito com presença de saída de uma grossa camada de tecido gorduroso, realizado compressão local para estancamento do sangue. Foi realizado assepsia local, ponto com steri strip, curativo compressivo e oclusivo. O funcionário negou alergias medicamentosa, não fez uso de nenhum tipo de medicamento contínuo, relata que a anti-tetânica está em dia. Figura 1- Colaborador realizando a Figura 2- Momento em que o colaborador prensa movimentação do tambor a mão junto a estrutura Figura 3- Ferimento no Dedo Anelar Direito. Figura 4- Ponto com steri strip . Fonte: Informações de imagens navio FPSO Cidade de Itajaí (2021) 16 Diogo Abreu , 33 anos, trabalha na empresa TKocyan. O Trabalhador acidentado e o líder da tarefa deram início na remoção da válvula de descarga da bomba de suprimentos da SRU. Durante a remoção de um dos parafusos fazendo uso de uma marreta e uma chave de impacto, aproximadamente as 11:15hs no momento em que o colaborador acidentado usou a marreta para bater na chave de impacto, a mesma resvalou na chave e atingiu sua mão esquerda causando um corte. Imediatamente na companhia do Lider do trabalho, o colaborador acidentado se dirigiu a enfermaria para receber atendimento médico. A enfermeira contactou com o médico do IHCare, o Dr Alan orientou realizar ponto com steri strip, curatico compressivo e administrar medicação: Tylenol 750mg –vo / Ibuprofeno 400mg –vo. Figura 5- Ato em que o colaborador resvala Figura 6- Corte devido ao acidente a marreta na mão Fonte: Informações de imagens navio FPSO Cidade de Itajaí (2020) CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo buscou demonstrar de forma clara e objetiva o papel da segurança ocasionado pelo uso de EPI, com ênfase na preservação da integridade de mãos. Como os trabalhadores utilizam principalmente as mãos nos serviços, o ideal é que sejam utilizados os equipamentos de proteção individual para as mãos, as luvas protegem essa parte do corpo que ocupam o primeiro lugar entre as partes mais atingidas nos acidentes. As luvas de segurança têm como função, proteger as mãos, os pulsos e os braços dos trabalhadores dos mais variados riscos no ambiente de trabalho, nos quais 17 estão: riscos químicos e biológicos, como bactérias e fungos e riscos mecânicos, como cortes, perfurações e queimaduras. O profissional em segurança do trabalho tem a obrigação de adquirir os EPIs da empresa em que trabalha e no caso das luvas de proteção, ele precisará considerar algumas coisas, como o tamanho da mão do trabalhador e o tipo de material, textura e tamanhos das luvas. Para os funcionários que já estão na empresa, são exigidas palestras e treinamentos regulares. Para os novos funcionários, é necessário ter uma base sólida para o uso correto dos EPIs e seu uso correto, e sempre ter técnicos ou engenheiros de segurança no canteiro de obras para corrigir o uso de equipamentos de segurança e alertar os colaboradores que recusem o uso de EPI por estar comprovado que podem prevenir grandes tragédias no ambiente de trabalho, inclusive a morte. REFERÊNCIAS ABRAHÃO, Júlia Issy; PINHO, Diana Lúcia Moura.As transformações do trabalho e desafios teóricometodológicos da Ergonomia, 2015. Disponível em: Acesso em: 7 de jan. 2021. ALMEIDA, Cláudio José Campolim de; QUEVEDO FILHO, Antonio Plens de; SANTOS, João Batista Alves dos. As Dificuldade Iniciais para o Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) na Construção Civil – Um Relato de Caso, Tese Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho- Universidade de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2015. Disponível em: Acesso em: 7 de jan. 2021. ARAÚJO, Nelma Miriam Chagas de. Proposta de sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho, baseado na OSHAS 18001, para empresas construtoras de edificações verticais. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. Disponível em: Acesso em: 7 de jan. 2021. CUSTÓDIO, Renata Aparecida Ribeiro. Análise Ergonômica do Trabalho Aplicada à Odontologia – Clínica Geral – Um estudo de caso. Tese Pós Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2016. Disponível em: Acesso em: 7 de jan. 2021. FARIA, A. Nogueira. A Segurança no Trabalho. Rio de Janeiro: Aspecto Editora S.A., 2017. Disponível em: Acesso em: 5 de jan. 2021. VENDRAME, Antônio Carlos. EPI: Não basta fornecer, tem de cumprir a legislação. 2018. Disponível em: Acesso em: 7 de jan. 2021.
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