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GABRIELLA PACHECO – MED102 18/02/2020 EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório é formado pelo trato digestório da boca ao ânus com todas as suas glândulas e órgãos associados. O intestino primitivo se forma durante a quarta semana, quando a cabeça, a eminência caudal e as pregas laterais incorporam a parte dorsal da vesícula umbilical (saco vitelínico). O intestino primitivo é fechado inicialmente na sua extremidade cranial pela membrana orofaríngea e na sua extremidade caudal pela membrana cloacal. E é dividido em três partes: Tubo digestivo anterior, tubo digestivo médio e tubo digestivo posterior. O endoderma do intestino primitivo dá origem à maior parte do intestino, epitélio e glândulas. O epitélio das extremidades cranial e caudal do trato digestório é derivado do ectoderma do estomodeu e da fosseta anal (proctodeu). TUBO DIGESTIVO ANTERIOR: Os provenientes do intestino anterior são: → Faringe primitiva e seus derivados; → Sistema respiratório inferior; → Esôfago e estômago; → Duodeno distal à abertura do ducto biliar; → Fígado, sistema biliar (ductos hepáticos, vesícula biliar e ducto biliar); → Pâncreas. Desenvolvimento do Esôfago: O esôfago se desenvolve imediatamente caudal à faringe. Inicialmente, o o esôfago é curto, mas ele se alonga rapidamente devido ao crescimento e ao reposicionamento do coração e dos pulmões, alcança o seu comprimento final relativo por volta da sétima semana. Desenvolvimento do Diafragma: O diafragma é uma partição musculotendinosa em forma de cúpula que separa as cavidades torácica e abdominal. É uma estrutura composta que se desenvolve a partir de quatro componentes embrionários: → Septo transverso; → Membranas pleuroperinoteais; → Mesentério dorsal do esôfago; → Crescimento muscular a partir das paredes laterais do corpo. Durante o desenvolvimento inicial, uma grande parte do fígado está incorporada ao septo transverso. Existem grandes aberturas, os canais pericardioperitoneais, ao longo dos lados do esôfago. O septo se expande e se funde com o mesentério dorsal do esôfago e com as membranas pleuroperitoneais, completando assim a partição entre as cavidades torácica e abdominal e forma o diafragma primordial. O septo transverso e as membranas pleuroperitoneais se fundem com o mesentério dorsal do esôfago. Esse mesentério constitui a porção mediana do diafragma. Crescimento Muscular das Paredes Laterais do Corpo: Ao longo da 9ª à 12ª semana os pulmões e as cavidades pleurais aumentam, alojando-se nas paredes laterais do corpo. Durante esse processo o tecido da parede do corpo é dividido em duas camadas: Camada externa: Se torna a parede abdominal definitiva. Camada interna: Contribui para as partes periféricas do diafragma, externas às partes derivadas das membranas pleuroperitoneais. Gabriella Pacheco GABRIELLA PACHECO – MED102� O tubo digestivo cresce tanto que não cabe mais na cavidade abdominal, então ele é jogado para dentro do pedúnculo embrionário (que vai virar cordão umbilical). Ou seja, uma parte do tubo digestivo sai pelo pedúnculo embrionário e quando o embrião crescer e esse tubo digestivo, que está dentro do pedúnculo embrionário, vai voltar para dentro do embrião. A saída do tubo digestivo e a volta são momentos importantes nas patologias embrionárias. Desenvolvimento do Estômago: Inicialmente, a parte distal do intestino anterior é uma estrutura tubular. Durante a 4ª semana, uma ligeira dilatação (primeiramente como um alargamento fusiforme da parte caudal do intestino anterior e inicialmente encontra-se orientada no plano mediano) indica o local do estômago primitivo. Logo, o estômago primitivo aumenta e se alarga ventrodorsalmente. Durante as duas semanas seguintes, a margem dorsal do estômago cresce mais rapidamente do que a sua margem ventral, isto demarca a curvatura maior do estômago em desenvolvimento. Rotação do Estômago: O alargamento do mesentério e dos órgãos adjacentes, bem como o crescimento das paredes do estômago contribuem para a rotação do estômago. À medida que o estômago aumenta e adquire a sua forma final, ele fira lentamente 90 graus no sentido horário (visto pela extremidade cranial) em torno do seu eixo longitudinal. Os efeitos da rotação sobre o estômago são: → A margem ventral (pequena curvatura) se move para a direita e a margem dorsal (grande curvatura) se move para a esquerda (C e F); → O lado esquerdo original torna-se a superfície ventral e o lado direito original torna-se a superfície dorsal; → Antes da rotação, as extremidades cranial e caudal do estômago estão no plano mediano (B). Durante a rotação e o crescimento do estômago, sua região cranial se move para a esquerda e ligeiramente para baixo, já a região caudal se move para a direita e para cima; → Após a rotação o estômago assume sua posição final, com seu eixo maior quase transverso ao maior eixo do corpo (E). Gabriella Pacheco GABRIELLA PACHECO – MED102� Mesentérios do Estômago: O estômago está suspenso na parede dorsal da cavidade abdominal pelo mesentério dorsal, o mesogástrio dorsal primitivo (11-2B e 11-3A). Esse mesentério, originalmente localizado no plano mediano, é levado para a esquerda durante a rotação do estômago e a formação da bolsa omental ou saco peritoneal menor (11-3 A-E). O mesentério também contém o baço e a artéria celíaca. O mesogástrio ventral primitivo se junta ao estômago; ele também liga o duodeno ao fígado e à parede abdominal ventral. Desenvolvimento do Baço: O baço é derivado de uma massa de células mesenquimais localizadas entre as camadas do mesogástrio dorsal. é um órgão linfático vascular que começa a se desenvolver durante a quinta semana, mas não adquire seu formato característico até o início do período fetal. Funciona como um centro hematopoiético até a vida fetal tardia; entretanto, ele retém o seu potencial para a formação de células sanguíneas mesmo durante a vida adulta. Desenvolvimento do Duodeno: No início da quarta semana o duodeno começa a se desenvolver a partir da parte caudal do intestino anterior, da parte cranial do intestino médio e do mesênquima esplâncnico associado a essas partes do intestino primitivo (11-5A). A junção das duas porções do duodeno ocorre imediatamente distal à origem do ducto biliar (11-5D). O duodeno em desenvolvimento cresce rapidamente, formando uma alça em forma de “C” que se projeta ventralmente. Com a rotação do estômago, a alça duodenal gira para a direita e é pressionada contra a parede posterior da cavidade abdominal, ou em uma posição retroperitoneal. Durante a quinta e sexta semanas, a luz do duodeno diminui progressivamente e fica temporariamente obstruída devido à proliferação das suas células epiteliais. Gabriella Pacheco GABRIELLA PACHECO – MED102� Normalmente ocorre a vacuolização à medida que as células epiteliais se degeneram; como resultado o duodeno geralmente se torna recanalizado ao final do período embrionário. Nesse momento, a maior parte do mesentério ventral do duodeno terá desaparecido. Estágios progressivos no desenvolvimento de duodeno, fígado, pâncreas e sistema biliar extra-hepático: Gabriella Pacheco GABRIELLA PACHECO – MED102� Desenvolvimento do Fígado e do Aparelho Biliar: O fígado, a vesícula biliar e o sistema de ductos biliares surgem como um crescimento ventral - o divertículo hepático - a partir da porção distal do intestino anterior no início da quarta semana (11-5A). O divertículo hepático se estende para o septo transverso, uma massa de mesoderma esplâncnico que separa as cavidades pericárdica e peritoneal. O septo forma o mesogástrio ventral nessa região. O divertículo hepático aumenta rapidamente de tamanho e se divideem duas partes enquanto cresce entre as camadas do mesogástrio ventral, ou o mesentério da porção dilatada do intestino anterior e do futuro estômago (11-5A). A porção cranial maior do divertículo hepático é o primórdio do fígado (11-10A e B). A porção caudal menor torna-se o primórdio da vesícula biliar. O fígado cresce rapidamente da quinta até a décima semanas e preenche uma grande parte da cavidade abdominal superior. A quantidade de sangue oxigenado que flui da veia umbilical para o fígado determina o desenvolvimento e a segmentação funcional do fígado. Inicialmente, os lobos direito e esquerdo têm, aproximadamente, o mesmo tamanho, mas logo o direito se torna maior. A hematopoiese (formação e desenvolvimento de vários tipos de células sanguíneas) começa no fígado durante a sexta semana, conferindo a ele um aspecto avermelhado brilhante. Por volta da nona semana, o fígado é responsável por aproximadamente 10% do peso total do feto. A formação da bile pelas células hepáticas começa durante a 12ª semana. A pequena porção caudal do divertículo hepático se torna a vesícula biliar e o pedúnculo do divertículo forma o ducto cístico (11-5C). O pedúnculo do divertículo que liga os ductos hepático e cístico ao duodeno se torna o ducto biliar. Inicialmente, esse ducto liga-se à face ventral da alça duodenal; entretanto, à medida que o duodeno cresce e gira, a entrada do ducto biliar é levada para a face dorsal do duodeno (11-5C e D). A entrada da bile no duodeno através do ducto biliar após a 13ª semana confere uma cor verde-escura ao mecônio (conteúdo intestinal do feto). Gabriella Pacheco GABRIELLA PACHECO – MED102� Desenvolvimento do Pâncreas: O pâncreas se desenvolve entre as camadas do mesentério a partir dos brotos pancreáticos dorsal e ventral de células endodérmicas, que surgem da porção caudal do intestino anterior (11-10A e B, 11-9). A maior parte do pâncreas deriva do broto pancreático dorsal maior, que aparece primeiro e se desenvolve a uma pequena distância cranial ao broto ventral. O broto pancreático ventral menor se desenvolve próximo à entrda do ducto biliar no duodeno e cresce entre as camadas do mesentério ventral. O broto pancreático ventral forma o processo uncinado e parte da cabeça do pâncreas. O ducto pancreático se forma a partir do ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal (11-10G), a parte proximal do ducto do broto dorsal em geral persiste como um ducto pancreático acessório que se abre na papila duodenal menor, localizada aproximadamente 2 cm cranial ao ducto principal (11-10G). *Ele deixou tubo digestivo médio e tubo digestivo posterior para a próxima aula Gabriella Pacheco GABRIELLA PACHECO – MED102�
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