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Legislação Ambiental
Carla Soares Godinho
Victor Iuri de Castro Alves
Montes Claros/MG - 2012
Carla Soares Godinho
Victor Iuri de Castro Alves
Legislação Ambiental
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089 - Telefone: (38) 3229-8214
www.unimontes.br / editora@unimontes.br 
CATALOGADO PELA DIRETORIA DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES (DDI) - UNIMONTES
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
© - EDITORA UNIMONTES - 2012
Universidade Estadual de Montes Claros
REITOR
João dos Reis Canela
VICE-REITORA
Maria Ivete Soares de Almeida
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Huagner Cardoso da Silva 
EDITORA UNIMONTES
Conselho Editorial
Prof. Silvio Guimarães – Medicina. Unimontes.
Prof. Hercílio Mertelli – Odontologia. Unimontes.
Prof. Humberto Guido – Filosofia. UFU.
Profª Maria Geralda Almeida. UFG
Prof. Luis Jobim – UERJ.
Prof. Manuel Sarmento – Minho – Portugal.
Prof. Fernando Verdú Pascoal. Valencia – Espanha.
Prof. Antônio Alvimar Souza - Unimontes
Prof. Fernando Lolas Stepke. – Univ. Chile.
Prof. José Geraldo de Freitas Drumond – Unimontes.
Profª Rita de Cássia Silva Dionísio. Letras – Unimontes.
Profª Maisa Tavares de Souza Leite. Enfermagem – Unimontes.
Profª Siomara A. Silva – Educação Física. UFOP.
REVISÃO LINGUÍSTICA
Ângela Heloiza Buxton
Arlete Ribeiro Nepomuceno
Aurinete Barbosa Tiago
Carla Roselma Athayde Moraes
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.
Luci Kikuchi Veloso
Maria Cristina Ruas de Abreu Maia
Maria Lêda Clementino Marques
Ubiratan da Silva Meireles
REVISÃO TÉCNICA
Admilson Eustáquio Prates
Cláudia de Jesus Maia
Josiane Santos Brant
Karen Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
Káthia Silva Gomes
Marcos Henrique de Oliveira
DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE 
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Andréia Santos Dias
Camilla Maria Silva Rodrigues
Clésio Robert Almeida Caldeira
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Francielly Sousa e Silva
Hugo Daniel Duarte Silva
Marcos Aurélio de Almeida e Maia
Patrícia Fernanda Heliodoro dos Santos
Sanzio Mendonça Henriques
Tatiane Fernandes Pinheiro
Tátylla Ap. Pimenta Faria
Vinícius Antônio Alencar Batista
Wendell Brito Mineiro
Zilmar Santos Cardoso
Chefe do Departamento de Ciências Biológicas
Guilherme Victor Nippes Pereira
Chefe do Departamento de Ciências Sociais
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Chefe do Departamento de Geociências
Guilherme Augusto Guimarães Oliveira
Chefe do Departamento de História
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Chefe do Departamento de Comunicação e Letras
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Chefe do Departamento de Educação
Andréa Lafetá de Melo Franco
Coordenadora do Curso a Distância de Artes Visuais
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Coordenador do Curso a Distância de Ciências Biológicas
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Coordenadora do Curso a Distância de Ciências Sociais
Cláudia Regina Santos de Almeida
Coordenadora do Curso a Distância de Geografia
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Coordenadora do Curso a Distância de História
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Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Espanhol
Orlanda Miranda Santos
Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Inglês
Hejaine de Oliveira Fonseca
Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Português
Ana Cristina Santos Peixoto
Coordenadora do Curso a Distância de Pedagogia
Maria Narduce da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Presidente Geral da CAPES
Jorge Almeida Guimarães
Diretor de Educação a Distância da CAPES
João Carlos Teatini de Souza Clímaco
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais
Alberto Pinto Coelho Júnior
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Nárcio Rodrigues
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos Reis Canela
Vice-Reitora da Unimontes
Maria Ivete Soares de Almeida
Pró-Reitora de Ensino
Anete Marília Pereira
Diretor do Centro de Educação a Distância
Jânio Marques Dias
Coordenadora da UAB/Unimontes
Maria Ângela Lopes Dumont Macedo
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH
Antônio Wagner Veloso Rocha
Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS
Maria das Mercês Borem Correa Machado
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
Paulo Cesar Mendes Barbosa
Chefe do Departamento de Artes
Maristela Cardoso Freitas
Autores
Carla Soares Godinho
Graduada em Ciências Biológicas Bacharelado pela Universidade Estadual de 
Montes Claros e Mestre em Microbiologia Agrícola pela Universidade Federal de 
Viçosa. Trabalhou como pesquisadora na Fundação Oswaldo Cruz/Farmanguinhos 
e na Universidade de Minnesota (EUA). Possui experiência na área de microbiologia 
industrial, microbiologia do solo, biotecnologia, parasitologia, farmacologia. 
Victor Iuri de Castro Alves
Graduado em Ciências Biológicas Licenciatura e mestre em Ciências Biológicas com 
ênfase em Biologia e Conservação, ambos pela Universidade Estadual de Montes 
Claros. Possui experiência na área de entomologia, insetos vetores de doenças 
e controle biológico, atuando principalmente com Manejo Integrado de pragas. 
Atualmente é consultor e assessor ambiental. 
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
Introdução à legislação ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.1 Movimento ambientalista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.2 Conceitos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
1.3 A Constituição Federal de 1988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
Gestão e licenciamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
2.1 Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
2.2 Licenciamento ambiental e o estudo prévio de impacto ambiental . . . . . . . . . . . . . . .21
2.3 A política nacional de recursos hídricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
Unidades e conservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
3.1 Unidades de conservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
3.2 O sistema nacional de unidades de conservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3 Reserva legal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Área de Preservação Permanente (APP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
3.5 Plano Ambiental de Conservação e uso do entorno de reservatórios artificiais 
(PACUERA) – Art. 4º da ResoluçãoCONAMA 302/02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
3.6 Outros tipos e limites de APP’S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.7 Intervenção autorizada em áreas de preservação permanente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
Crimes e reparo dos danos ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
4.1 A lei de crimes ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
4.2 Reparação dos danos ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
Referências básicas, complementares e suplementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
Atividades de Aprendizagem - AA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55
9
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
Apresentação
Prezado/a acadêmico/a,
Seja bem-vindo à disciplina Legislação Ambiental, do curso de Licenciatura em Ciências Bio-
lógicas da Universidade Aberta do Brasil – UAB – da UNIMONTES. Abordaremos tópicos focali-
zando temas do Direito Ambiental, destacando as principais normas da legislação federal que 
são aplicáveis no dia-a-dia. A legislação ambiental brasileira é bastante rica. Para ser um profissio-
nal preparado e competente, é de suma importância conhecer e interpretar o espírito das leis e 
normas ambientais. Isso constitui uma tarefa das mais difíceis, porém, fascinante. Esta disciplina 
se propõe a ajudá-lo a trilhar esse caminho, solidificando uma importante etapa de preparação 
para sua entrada no mercado de trabalho.
Para melhor aprendizagem dos conteúdos estudados, nunca deixe de tirar as dúvidas com 
os tutores e debater com os colegas. O sucesso só vem com o trabalho! Mãos à obra! 
Os autores.
11
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
UNIDADE 1 
Introdução à legislação ambiental
Carla Soares Godinho
Victor Iuri de Castro Alves 
1.1 Movimento ambientalista
Na Europa e nos Estados Unidos, as raízes 
de um movimento popular mais amplo, vol-
tado para as questões ambientais, podem ser 
identificadas na segunda metade do século 
XIX. O primeiro grupo ambientalista priva-
do do mundo, Commons, Footpaths and Open 
Spaces Preservation Society, fundado em 1865, 
promoveu campanhas bem sucedidas pela 
preservação de espaços para lazer, principal-
mente, em relação às áreas verdes urbanas 
para os trabalhadores das indústrias. 
Entretanto, pesquisas desenvolvidas em 
diversos centros de conhecimento, em parti-
cular pelo historiador Richard Grose, da Uni-
versidade de Cambridge, descobriram que a 
preocupação ambientalista mais profunda e 
consistente, de cunho político, não nasceu, 
originalmente, na Europa e nos Estados Uni-
dos, como geralmente se divulga, mas nas 
periferias, nas áreas coloniais. Assim, pode-se 
dizer que a preocupação ambientalista sur-
giu no Caribe, na Índia, na África do Sul, na 
Austrália e na América Latina, onde estavam 
sendo implantadas práticas de exploração co-
loniais maciças e predatórias. O Brasil foi um 
dos principais focos dessa vertente ambienta-
lista (PHILIPPI et al., 2004), onde a preocupação 
com os efeitos da degradação ambiental de-
senvolveu-se, principalmente, entre os críticos 
do modelo de exploração colonial, ou seja, en-
tre aqueles que tinham uma preocupação po-
lítica, numa perspectiva de rompimento com 
o sistema vigente.
1.1.2 A explosão do movimento ambientalista
Alguns fatores, em particular, desempe-
nharam um papel decisivo para a formação de 
um amplo movimento ambientalista da déca-
da de 1960, ou seja, no pós-guerra, tais como 
os testes atômicos, uma série de desastres am-
bientais e as denúncias de contaminação am-
biental mostradas no livro Primavera Silencio-
sa (PHILIPPI et al., 2004). 
A publicação de Primavera Silenciosa, por 
ter gerado muita indignação, aumentando a 
consciência pública quanto às implicações das 
atividades humanas sobre o meio ambiente e 
seu custo social, e por ter gerado reações por 
parte de governos de vários países, visando 
regulamentar a produção e a utilização de 
pesticidas e inseticidas químicos sintéticos, foi 
um dos acontecimentos apontados como mais 
significativos para o impulso da revolução am-
biental.
Primavera Silenciosa não foi a primeira 
advertência a respeito do impacto dos pes-
ticidas sobre o meio ambiente, pois, desde a 
década de 1940, já haviam sido realizadas vá-
rias pesquisas, cujos dados e conclusões eram 
divulgados em revistas científicas. Seu grande 
diferencial foi ter explicado ao público, em 
linguagem acessível, os mecanismos e efeitos 
adversos da contaminação ambiental, bem 
como os riscos envolvidos. Um movimento 
significativo havia surgido no cenário mundial 
e a evolução dos estudos científicos compro-
vava cada vez mais a existência de problemas 
ambientais que poderiam comprometer a vida 
no planeta.
Se a década de 1960 pode ser considera-
da como período de mobilização, a década de 
1970 marcou a construção de uma nova fase 
no mundo, em que a responsabilidade pela 
sustentabilidade disseminou-se entre diver-
sos atores sociais. Esse foi o período em que 
a educação ambiental foi delineada, e várias 
organizações ambientalistas e “partidos ver-
des” foram formados pelo mundo.
Atendendo a uma das recomendações 
procedentes da Conferência da Biosfera e à so-
licitação da delegação sueca presente à XXIII 
PARA SABER MAIS
Na década de 40, o DDT 
(diclorodifeniltricloro-
etano) era um potente 
pesticida, bastante 
utilizado no combate 
a pragas. Entretanto, 
esse inseticida possuía 
efeitos devastadores, 
podendo causar câncer 
em animais e seres 
humanos. Em seu livro, 
Primavera Silenciosa, 
lançado em 1962, a 
bióloga Rachel Carson 
aplicou um choque 
galvânico na consciên-
cia pública, forçando, 
como resultado, a 
proibição do DDT e 
instigando mudanças 
revolucionárias nas leis 
que dizem respeito ao 
nosso ar, terra e água. 
Além disso, a obra 
infundiu ao movimento 
ambientalista uma nova 
substância e signifi-
cado.
DICA
Leia esta excelente 
obra, Primavera Silen-
ciosa, da autora Rachel 
Carson.
12
UAB/Unimontes - 7º Período
Assembléia Geral da ONU (1969), em favor de 
uma conferência em meio ambiente, a cidade 
de Estocolmo, na Suécia, sediou a Conferên-
cia da Organização das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente Humano, em 1972, reunindo 
representantes de 113 países.
Pela primeira vez, as questões políticas, 
sociais e econômicas geradoras de impactos 
no meio ambiente foram discutidas em um 
fórum intergovernamental, com a perspectiva 
de suscitar medidas corretivas e de controle. 
No caso do Brasil e de outros países 
em desenvolvimento, como a Índia e a Chi-
na, que vislumbravam um desenvolvimento 
agroindustrial acelerado, inspirados no mo-
delo proposto pelos países desenvolvidos, 
as recomendações quanto à necessidade de 
investimentos e medidas relativas à proteção 
ambiental pareciam constituir entraves ao pro-
gresso, além de uma estratégia de ingerência 
na autonomia interna, com vistas ao congela-
mento do status quo das relações internacio-
nais; por isso, os representantes desses países 
resistiram ao conhecimento da problemática 
ambiental como uma realidade que, também, 
deveria ser considerada.Apesar de toda a controvérsia ocorrida 
entre os favoráveis à idéia de crescimento zero 
e os desenvolvimentistas, o evento gerou sal-
dos bastante positivos. O reconhecimento ge-
neralizado da profunda relação entre o meio 
ambiente e o desenvolvimento - no sentido 
em que as preocupações ambientais não de-
veriam constituir uma barreira ao desenvol-
vimento, porém, ser parte do processo -, a 
formulação de uma legislação internacional 
concernente a algumas questões ambientais, 
a recriminação à opressão e ao colonialismo, 
a emergência das ONG’s como fatores sociais 
importantes, o incentivo à implementação de 
políticas públicas, de órgãos ambientais esta-
tais e de cooperação internacional, o incentivo 
à criação do Programa das Nações Unidas para 
o Meio Ambiente (PNUMA), bem como a reco-
mendação de que fosse realizada uma confe-
rência internacional para discutir a Educação 
Ambiental – considerada como elemento fun-
damental para o combate à crise ambiental -, 
foram alguns de seus principais resultados.
Assim, de acordo com as recomendações 
de Estocolmo, em outubro de 1975, um grupo 
de especialistas do mundo inteiro reuniu-se 
em Belgrado (antiga Iugoslávia), no Seminá-
rio Internacional sobre Educação Ambiental, 
também conhecido como Workshop de Bel-
grado, a fim de discutir e delinear referenciais 
teóricos para a educação ambiental e preparar 
a conferência internacional. O evento resultou 
na formulação de um documento muito im-
portante, denominado Carta de Belgrado que, 
entre outras questões, chamava a atenção 
mundial para a necessidade de uma nova ética 
global, bem como de um desenvolvimento ra-
cional, da distribuição equitativa dos recursos 
do mundo, da erradicação das causas da po-
breza, do analfabetismo, da dominação e da 
poluição.
Em Belgrado, foram formulados os obje-
tivos do processo de educação ambiental, a 
saber: a consciência, a aquisição de conheci-
mentos, a formação de atitudes, o desenvol-
vimento de habilidades e de capacidade de 
avaliação e a participação (A Carta de Belgra-
do pode ser encontrada no site do Ministério 
do Meio Ambiente: http://www.mma.gov.br/
port/sdi/ea/deds/pdfs/crt_belgrado.pdf.). É 
importante chamar atenção para o fato de que 
a educação ambiental só se realiza quando to-
dos esses objetivos são contemplados, em um 
processo educativo contínuo e permanente, 
e se transformam em práticas sociais efetivas, 
ou seja, se os objetivos trabalhados não se 
transformarem em ação, não se pode conside-
rar que houve educação ambiental.
Finalmente, em 1977, realizou-se em Tbi-
lisi (Geórgia, antiga União Soviética) a Confe-
rência Intergovernamental sobre Educação 
Ambiental, organizada pela UNESCO em cola-
boração com o Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente. 
1.1.3 O ambientalismo brasileiro 
O governo brasileiro, acompanhando a 
tendência mundial desse período, implan-
tou, em 1973, a Secretaria Especial do Meio 
Ambiente (SEMA), vinculada à Presidência da 
República. Suas atribuições principais recaíam 
sobre o controle da poluição, o uso racional 
dos recursos hídricos e a preservação do esto-
que genético. 
Durante a década de 1970, ocorreu um 
processo de baixíssimo impacto no movi-
mento ambientalista sobre a opinião pública 
brasileira. Entretanto, a partir do início da dé-
cada de 1980, quando o país deixou de ser o 
campeão mundial do crescimento econômico, 
o impacto sobre a sociedade foi grande, mar-
cando o crescimento da consciência ambien-
tal. Assim, o ambientalismo brasileiro deixou 
de ser restrito a pequenos grupos da socie-
dade civil e aos órgãos estatais para tornar-se 
multissetorializado. 
PARA SABER MAIS
A Educação Ambiental 
foi incluída no sistema 
normativo brasileiro, 
inicialmente, através da 
Lei Nº. 6.938/81, que 
trata sobre a Política 
Nacional do Meio 
Ambiente e, mais tarde, 
na Carta Magna (Arti-
go 225, § 1, VI), incubin-
do ao poder público a 
promoção da educação 
ambiental em todos os 
níveis de ensino, assim 
como da conscienti-
zação da coletividade 
para a participação 
ativa na tutela ambien-
tal. Embora o princípio 
da educação ambiental 
esteja previsto no texto 
constitucional desde 
1988, sua regulamen-
tação foi efetuada, 
somente, onze anos 
após, através da Lei 
Nº. 9.795, de 1999, co-
nhecida como “Política 
Nacional de Educação 
Ambiental”, seguida 
pelo Decreto Nº. 4.281, 
de 2002. Nesse sentido, 
a educação ambiental 
é reconhecida pela Lei 
Nº. 9.795/99 como um 
importante, necessário 
e permanente processo 
formal e informal de 
educação, devendo 
este estar presente 
em todos os níveis e 
modalidades educati-
vas. A efetivação desse 
processo educativo 
cabe tanto ao Poder 
Público como aos 
meios de comunicação 
de massa, às entida-
des educacionais, aos 
órgãos integrantes do 
Sistema Nacional de 
Meio Ambiente, às em-
presas, às entidades de 
classe, às instituições 
públicas e privadas e à 
coletividade.
GLOSSÁRIO
ONU – Organização das 
Nações Unidas. 
13
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
GLOSSÁRIO
“Status quo” é uma 
expressão latina que 
significa a condição, 
posição, formação atual 
das coisas; literalmente, 
“o estado em que [se 
encontra]”. 
Exemplo: 
Considerando a situ-
ação vergonhosa da 
política brasileira…
Pode-se substituir 
“situação vergonhosa”, 
ficando assim: 
Considerando o “status 
quo” da política brasi-
leira…
ONG - Organização não 
Governamental.
UNESCO - Organização 
das Nações Unidas para 
a educação, a ciência e 
a cultura.
ATIVIDADE
Leia sobre a Carta de 
Belgrado para saber 
mais sobre suas impli-
cações.
Em 1981, surgiu a primeira grande con-
quista do movimento ambientalista brasileiro, 
com a publicação da Lei Federal Nº. 6.938, de 
31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Polí-
tica Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Seus 
fins e mecanismo de formulação e aplicação 
constituíram-se num importante instrumento 
de amadurecimento e consolidação da políti-
ca ambiental em nosso país.
Em 1992, vinte anos depois da Conferên-
cia de Estocolmo, a ONU promoveu, no Rio de 
Janeiro, um novo encontro internacional, a 
Conferência da Organização das Nações Uni-
das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
para que se pudesse avaliar como os países 
haviam promovido a proteção ambiental des-
de a primeira conferência. O evento reuniu os 
principais representantes de 178 países e con-
tou com a participação maciça da sociedade 
civil, lançando as bases sobre as quais os di-
versos países do mundo deveriam, a partir da-
quela data, empreender ações concretas para 
a melhoria das condições sociais e ambientais, 
tanto no âmbito local quanto planetário. Em-
bora sua importância, a principal crítica que 
se faz à Rio-92 refere-se ao fato de as causas 
estruturais dos problemas ambientais – o 
capitalismo, o modelo de desenvolvimento 
econômico dos países, os valores sociais, as 
relações de poder entre os países – não terem 
sido discutidas em profundidade (NOVAES, 
2002).
Dez anos após a conferência do Rio de 
Janeiro, a ONU promoveu, em Johanesburgo 
(África do Sul), um novo encontro internacio-
nal, intitulado “Cúpula Mundial sobre Desen-
volvimento Sustentável” a fim de debater os 
progressos alcançados na implementação 
dos acordos firmados na Rio-92, fortalecer 
os compromissos assumidos nessa ocasião e 
identificar novas prioridades de ação, além de 
proporcionar trocas de experiências e o for-
talecimento de laços entre pessoas e institui-
ções de diversas nações.
Vimos, até o presente momento, que 
desde a Convenção de Estocolmo, em 1972, 
várias outras convenções aconteceram, objeti-
vando reunir a comunidade cientifica interna-
cional a fim de propor medidas para melhoria 
da qualidade ambiental. 
1.2 Conceitos gerais
A legislação brasileira é considerada uma 
das mais avançadas e completas do mundo 
(Machado, 2004). Nesse contexto, são inúmeras 
as leis e normas brasileiras que tratam do tema 
relacionado à legislação ambiental e, para me-
lhor compreensão dessas leis e normas, é neces-sário, e até fundamental, o entendimento dos 
conceitos que nelas estão embutidos. 
Desse modo, para início de nossos estudos, 
é muito importante o reconhecimento dos con-
ceitos atribuídos a legislação ambiental, o que 
facilitará a compreensão de estudos posteriores. 
A seguir, encontram-se os principais conceitos 
atrelados à legislação ambiental brasileira:
Área de Proteção Ambiental: Área decla-
rada com a finalidade de assegurar o bem-estar 
das populações e conservar, ou melhorar, as 
condições ecológicas locais; área de preserva-
ção ambiental. Dentro dos princípios constitu-
cionais que regem o exercício da propriedade, 
o poder público estabelecerá normas limitando 
ou proibindo: a) implantação e funcionamen-
to de indústrias potencialmente poluidoras, 
capazes de afetar mananciais; b) realização de 
obras de terraplanagem e abertura de canais, 
quando essas iniciativas importarem em sen-
sível alteração das condições ecológicas locais; 
c) exercício de atividades capazes de provocar 
acelerada erosão das terras e/ou acentuado as-
soreamento das coleções hídricas; d) exercício 
de atividades que ameacem extinguir, na área 
protegida, as espécies raras da biota nacional 
(Lei No. 6.902/1981, http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6902.htm).
Área de Relevante Interesse Ecológico: 
A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma 
área, em geral, de pequena extensão, com pou-
ca ou nenhuma ocupação humana, com carac-
terísticas naturais extraordinárias ou que abriga 
exemplares raros da biota regional, que tem 
como objetivo manter os ecossistemas naturais 
de importância regional ou local e regular o uso 
admissível dessas áreas, de modo a compatibili-
zá-lo com os objetivos de conservação da natu-
reza (Lei No. 9.985/00, http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L9985.htm).
Bem Ambiental: Definido, constitucional-
mente, como sendo de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida das presen-
tes e futuras gerações  (Art.225, caput, CF/88, 
http: www.planalto.gov.br/ccivil_03/CF). 
Conservação Ambiental: Manejo dos 
recursos do ambiente, como ar, água, solo, mi-
nerais e espécies vivas, incluindo o homem, de 
modo a conseguir a mais elevada qualidade de 
vida humana com o menor impacto ambiental 
possível. Com isso, busca compatibilizar os ele-
mentos e formas de ação sobre a natureza, ga-
DICA
Assista ao vídeo Movi-
mento Ambientalista, 
que contém várias in-
formações pertinentes 
sobre a trajetória desse 
movimento. Vídeo: 
http://www.youtube.
com/watch?v=S14xtm3
3ncE&feature=fvst.
PARA SABER MAIS
A SEMA foi, também, 
criada com a finalidade 
de atenuar a péssima 
imagem internacional 
assumida pelo Brasil, 
já que em Estocolmo, 
em 1972, na primeira 
conferência da ONU 
sobre o meio ambiente, 
a postura assumida era 
a de que a poluição era 
sinônimo de avanço 
e, por isso, muito bem 
vinda em território 
nacional.
14
UAB/Unimontes - 7º Período
rantindo a sobrevivência e qualidade de vida de 
forma sustentável (Lei Nº. 12.512/11, http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/
Lei/L12512.htm). 
Crime ecológico: Ação isolada, ou ativida-
de continuada, oficial (por interesses comerciais 
e/ou políticos de governos, e por ações bélicas) 
ou privada (de indivíduo ou instituição não go-
vernamental, por qualquer motivo) que resulte 
em dano ao meio ambiente em variada escala 
de extensão, gravidade e duração (lei de crimes 
ambientais – Lei Nº. 9.605/98). 
Dano ambiental: Qualquer ato ou ativi-
dade considerado lesivo ao meio ambiente que 
sujeitará os autores e/ou responsáveis a sanções 
penais, independentemente de terem de repa-
rar os danos causados (conceito extraído da lei 
de crimes ambientais – Lei Nº. 9.605/98).
Degradação da qualidade ambiental: Al-
teração adversa das características do meio am-
biente (conceito extraído da Lei Nº. 6.938/81 da 
Política Nacional do Meio Ambiente).
Desenvolvimento Sustentável: Desen-
volvimento capaz de suprir as necessidades da 
geração atual, sem comprometer a capacidade 
de atender às necessidades das futuras gera-
ções. É o desenvolvimento que não esgota os 
recursos para o futuro (conceito extraído do site 
WWF-Brasil, http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimen-
to_sustentavel/). 
Direito ambiental: Parte do direito que 
estuda o conjunto de leis, costumes e normas 
que protegem o meio ambiente. É uma matéria 
multidisciplinar que busca adequar o comporta-
mento humano ao meio ambiente que o rodeia. 
Outra importante constatação é o fato de ser 
um direito difuso, ou seja, pertence a todos os 
cidadãos e não a uma ou outra pessoa ou con-
junto de pessoas determinadas (MILARÉ, 1991; 
MILARÉ, 2000; MACHADO, 2004).
Estações Ecológicas: São áreas represen-
tativas de ecossistemas brasileiros, destinadas à 
realização de pesquisas básicas e aplicadas de 
Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao 
desenvolvimento da educação conservacionis-
ta (Conceito extraído da  Lei Nº. 6.902/81, http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6902.htm).
Estudo de Impacto Ambiental: Determi-
nado pelo CONAMA, quando julgar necessário, 
a realização de estudos das alternativas e das 
possíveis consequências ambientais de projetos 
públicos ou privados, requisitando aos órgãos 
federais, estaduais e municipais, bem assim a 
entidades privadas, as informações indispen-
sáveis para apreciação dos estudos de impacto 
ambiental e respectivos relatórios, no caso de 
obras ou atividades de significativa degradação 
ambiental, especialmente nas áreas conside-
radas patrimônio nacional (conceito extraído 
da Lei Nº. 6.938/81 da Política Nacional do Meio 
Ambiente).
Floresta Nacional:  A Floresta Nacional é 
uma área com cobertura florestal de espécies, 
predominantemente, nativas e tem como obje-
tivo básico o uso múltiplo sustentável dos recur-
sos florestais e a pesquisa científica, com ênfase 
em métodos para exploração sustentável de 
florestas nativas (Lei Nº.  9.985/00, http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm).
Meio ambiente: Para efeitos jurídicos, o 
art. 3º, I, da Lei Nº. 6.938/ 81, é conceituado como 
“o conjunto de condições, leis, influência e inte-
rações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas”. Esse conceito legal, entretanto, restrin-
ge-se ao chamado ambiente natural. Os tipos de 
ambiente são estudados como:
•	 Natural: Ex. Água, ar;
•	 Artificial: Criado pelo homem, na interação 
com a natureza;
•	 Cultural: Espaço criado, ou utilizado, pelo 
homem, contendo valores especiais para a 
sociedade;
•	 Meio ambiente do trabalho: Onde o ho-
mem exerce atividades laborais.
Parque Nacional: Tem como objetivo bá-
sico a preservação de ecossistemas naturais de 
grande relevância ecológica e beleza cênica, 
possibilitando a realização de pesquisas cien-
tíficas e o desenvolvimento de atividades de 
educação e interpretação ambiental, de recre-
ação em contato com a natureza e de turismo 
ecológico (conceito extraído da  Lei No. 9.985/00, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.
htm).
Poluidor: Pessoa física ou jurídica de di-
reito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de de-
gradação ambiental (Lei No. 6.938/81 da Política 
Nacional do Meio Ambiente).
Poluição: Degradação da qualidade am-
biental resultante de atividades que, direta 
ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a se-
gurança e o bem estar da população; criem 
condições adversas às atividades sociais e eco-
nômicas; afetem, desfavoravelmente, a biota; 
afetem as condições estéticas ou sanitárias do 
meio ambiente; lancem matérias ou energia 
em desacordo com os padrões ambientais es-
tabelecidos (Lei No. 6.938/81 da Política Nacio-
nal do Meio Ambiente).
Recursos Ambientais: A atmosfera, as 
águas interiores, superficiais e subterrâneas, 
os estuários, o mar territorial, o solo, subso-
lo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora 
(Lei No. 6.938/81 da Política Nacional do Meio 
Ambiente).PARA SABER MAIS
Para exemplo de crime 
ecológico, pode-se 
citar o de governos 
que estimulam, ou 
simplesmente toleram, 
atividades predatórias 
da fauna e/ou da flora; 
de nações que, por 
motivos bélicos, usam 
desfolhantes flores-
tais ou incendeiam 
poços de petróleo; o de 
empresários rurais que 
devastam matas pro-
tetoras de mananciais; 
o de frotas pesqueiras 
que não respeitam as 
épocas de reprodução..
O modelo de desenvol-
vimento foi, vastamen-
te, discutido na ECO 
92. O resultado foi o 
documento conhecido 
como Agenda 21, em 
que se busca, basica-
mente, a harmonia 
entre o desenvolvi-
mento econômico e a 
utilização dos recursos 
naturais, de forma 
consciente, equilibrada 
ou sustentável. ECO 92, 
Rio 92 ou Cimeira da 
Terra são nomes pelos 
quais é mais conheci-
da a Conferência das 
Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente e o De-
senvolvimento (CNU-
MAD). A ECO 92 reuniu 
108 chefes de Estado 
para buscar mecanis-
mos que rompessem o 
abismo norte-sul pre-
servando os recursos 
naturais da Terra. Após 
negociações marcadas 
por diferenças de opi-
nião entre o Primeiro 
e o Terceiro mundos, 
a reunião produziu a 
Agenda 21, documento 
com 2.500 recomenda-
ções para implantar a 
sustentabilidade.
GLOSSÁRIO
 Ações bélicas - Ações 
militares/de guerra.
DICA
Na unidade 10 deste 
caderno, encontram-se 
informações completas 
sobre o dano ambien-
tal.
15
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
ATIVIDADE
Leia mais sobre a ECO 
92 e a Agenda 21 para 
saber melhor quais 
foram os resultados 
e metas firmados no 
encontro.
Reserva Biológica: Tem como objetivo 
a preservação integral da biota e demais atri-
butos naturais existentes em seus limites, sem 
interferência humana direta ou modificações 
ambientais, excetuando-se as medidas de re-
cuperação de seus ecossistemas alterados e as 
ações de manejo necessárias para recuperar 
e preservar o equilíbrio natural, a diversidade 
biológica e os processos ecológicos naturais da  
Lei No.  9.985/00, http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/L9985.htm.
Reservas Ecológicas: São as áreas de pre-
servação permanente, mencionadas no artigo 
18 da Lei No. 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
bem como as que forem estabelecidas por 
ato do Poder Público (Decreto Nº. 89.336/84, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-
to/1980-1989/D89336.htm).
1.3 A Constituição Federal de 1988 
Em 1988, a Constituição Federal dedicou o Capítulo VI à proteção ao meio ambiente. O arti-
go 225 contempla o direito ambiental e a manutenção da qualidade ambiental necessária à sa-
dia qualidade de vida. Esse artigo tem, por base, princípios que governam a Constituição. Nota-
-se uma nova definição para bem ambiental, que é de natureza difusa, devendo este bem ser 
conservado, protegido pela “Constituição Cidadã”.
1.3.1 Direito ambiental brasileiro
A Constituição Federal promulgada em outubro de 1988 (FIG.1) dedicou o Capítulo VI à pro-
teção ao meio ambiente (Capítulo VI - Do Meio Ambiente; Título VIII - Da Ordem Social), totalizan-
do 37 artigos relacionados ao Direito Ambiental e outros cinco ao Direito Urbanístico (Estatuto 
da Cidade). Esta foi antecedida pelas Constituições do Equador e do Peru de 1970, Chile e Guia-
na de 1980, Honduras de 1982, Panamá de 1983, Guatemala de 1985, Haiti e Nicarágua de 1987. 
Portugal e Espanha introduziram o tema ambiental nas Constituições em 1976 e 1978 (MACHA-
DO, 2004).
BOX 1 - Estatuto da Cidade
O Brasil se urbanizou rapidamente, levando as cidades a um processo desordenado de 
urbanização, com consequências impactantes ao meio ambiente. Em vista dessa problemá-
tica, em 2001, foi aprovada e sancionada a Lei Federal n.º 10.257, o chamado Estatuto da Ci-
dade, cuja função é traçar as diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano dos municípios 
brasileiros. Caracteriza-se, ainda, pela formulação de políticas de gestão da cidade democrá-
ticas e planejadas, bem como pelo aprofundamento no tema da regularização fundiária, que 
toma a maior parte das preocupações dessa lei urbanística. O estatuto prevê “a garantia do 
direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao sanea-
mento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho 
e ao lazer, para as presentes e futuras gerações” (Artigo 2º, inciso I, Constituição de 1988).[
O Estatuto da Cidade possui como princípios: a gestão democrática; a justa distribuição 
dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização; a recuperação dos investi-
mentos do Poder Público que tenham resultado em valorização de imóveis urbanos e o direi-
to a cidades sustentáveis, à moradia, à infra-estrutura urbana e aos serviços públicos, conferin-
do, aos municípios, novas possibilidades e oportunidades de gestão e financiamento de seu 
desenvolvimento. 
Instituições importantes como a SEDU/PR - Secretaria Especial de Desenvolvimento Ur-
bano da Presidência da República, a CAIXA - Caixa Econômica Federal, e a Câmara de Depu-
tados, por meio da CDUI - Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior, trabalham em 
conjunto, com municípios e estados, dentre outros agentes públicos e privados, para imple-
mentar o Estatuto, objetivando uma melhor qualidade de vida.
16
UAB/Unimontes - 7º Período
Os problemas urbanos se avolumam a cada dia. Periferias longínquas e desprovidas de 
serviços e equipamentos urbanos essenciais, favelas, invasões, vilas e alagados nascem e se 
expandem, além do adensamento e da verticalização, da poluição de águas, do solo e do ar, 
dentre outros agravantes (OLIVEIRA, 2001).
A inserção dos Artigos 182 e 183, compondo o capítulo da Política Urbana, garantem 
princípios que determinam a defesa do direito à cidade, à habitação e ao acesso a melhores 
serviços públicos. O Artigo 182 assegura a política de desenvolvimento urbano, ordenando o 
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade. 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, con-
forme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das fun-
ções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros qua-
drados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de 
sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou 
rural.
A execução da política urbana prevê, também, a proteção, a preservação e a recuperação 
do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagísti-
co e arqueológico, além de determinar a criação de lei municipal específica para reger o par-
celamento, a edificação ou a utilização compulsória do solo urbano não edificado, subutiliza-
do ou não utilizado, dentre outros fatores, com a finalidade de manter a história urbana, seja 
ela local, regional ou nacional (OLIVEIRA, 2001).
Fonte: Constituição Federal de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituição. Acesso em: 23 
mar. 2012.
OLIVEIRA, Isabel Cristina Eiras de. Estatuto da cidade para compreender. Isabel Cristina Eiras Oliveira. - Rio de Janeiro: 
IBAM/DUMA, 2001.
Muitos conceitos e princípios inovadores 
foram apresentados pela Carta Magna, os quais 
direcionam o direito ambiental brasileiro, no ca-
pitulo VI, da Constituição Federal de 1988. 
O texto constitucional traz, ainda, novida-
des no que diz respeito à divisão de responsa-
bilidade pela defesa do meio ambiente entre o 
Poder Público e a coletividade, ampliando, so-
bretudo, a importância da sociedade civil or-
ganizada e, dessa forma, também, reforçando 
o seu título de “Constituição Cidadã”.
A competência legislativa da União, dos 
Estados e Municípios foi outro aspecto que 
mereceu especial atenção do texto. Cabe à 
União e aos Estados legislar sobre a defesa do 
meio ambiente. Dessa forma, a União tem a 
função de estabelecernormas gerais, cabendo 
aos Estados suplementá-las (MILARÉ, 2000).
O texto constitucional estabeleceu uma 
série de obrigações às autoridades públicas, in-
cluindo: 
•	 A preservação e recuperação das espé-
cies e dos ecossistemas;
•	 Preservação da variedade e integridade 
do patrimônio genético, e a supervisão 
das entidades engajadas em pesquisa e 
manipulação genética;
•	 Educação ambiental em todos os níveis es-
colares e a orientação pública quanto à ne-
cessidade de preservar o meio ambiente; 
•	 Definição das áreas territoriais a serem es-
pecialmente protegidas; 
•	 Exigência de estudos de impacto ambien-
tal para a instalação de qualquer ativida-
de que possa causar significativa degra-
dação ao equilíbrio ecológico. 
Figura 1: Constituição 
Federal de 1988. 
Disponível em: http://
www.ipe.rs.gov.
br/80anos/conteudo/332. 
Acesso em: 04 mar. 2012.
►
PARA SABER MAIS
Art. 225 CF/1988 - 
“Todos têm direito ao 
ambiente ecologica-
mente equilibrado, 
bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as atu-
ais e futuras gerações”.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constitui��o
17
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
A vasta legislação ambiental (leis, decre-
tos, resoluções, deliberações normativas e 
portarias) existente atualmente faz uma sé-
rie de limitações aos empreendedores. Com 
isso, procura-se tentar manter a qualidade 
ambiental adequada à sadia qualidade de 
vida que é prevista pela Constituição Federal 
de 1988 em seu artigo 225 (BELTRÃO, 2008; 
MACHADO, 2004).
São metas do direito ambiental brasileiro: 
conciliação à produtividade, à livre concorrên-
cia, à propriedade privada e à busca do pleno 
emprego com a preservação e defesa do meio 
ambiente. No art. 170, a Constituição Federal 
de 1988 propõe essa conciliação, sendo ela 
bem estabelecida no conceito de desenvol-
vimento sustentável. Com isso, o desenvolvi-
mento sustentável é a tentativa de conciliar 
produtividade e proteção ambiental atenden-
do “às necessidades do presente sem com-
prometer a capacidade de as gerações futuras 
atenderem às suas” (MACHADO, 2004).
1.3.3 Princípios da Constituição 
O Direito Ambiental Brasileiro baseia-se em alguns princípios, tais como: 
•	 Acesso equitativo aos recursos naturais: os bens ambientais devem ser usados para o 
bem de todas as pessoas, sendo chave a igualdade de oportunidades e a conservação dos 
mesmos para gerações futuras;
•	 Prevenção: o meio ambiente deve ser conservado e protegido como patrimônio público; 
•	 Reparação: aquele que causar lesão a bens ambientais deve ser responsabilizado por seus 
atos, reparando ou indenizando, de forma adequada, os danos causados;
•	 Qualidade: o meio ambiente deve ter qualidade propícia à vida saudável e ecologicamente 
equilibrada;
•	 Participação popular: necessidade de uma democracia participativa, da mesma forma que 
cuidar do meio ambiente não é tarefa apenas do Estado, mas de toda a sociedade civil; 
•	 Publicidade ou da informação: toda a informação relativa ao meio ambiente é pública, ou 
seja, qualquer cidadão pode ter acesso a ela. 
Todos esses princípios estão firmados no art. 225 e parágrafos da Constituição Federal e na Lei 
Nº. 6938/81, que coloca os objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente e tem sua execução 
regulamentada pelo Decreto Nº. 99.274/90 (MACHADO, 2004; MILARÉ, 2000).
1.3.4 Bens ambientais
A Carta Magna de 1988 mostra uma nova classe de bens, que não estão ligados ao Estado 
nem aos cidadãos: os bens ambientais. Esses bens são de natureza difusa, assim sendo, sem 
um titular especifico ou único, mas sim, de uso comum à população, e essenciais à sadia quali-
dade de vida.
Como dito anteriormente, o fato do bem ser de uso comum do povo pode, inclusive, sig-
nificar uma abstenção do uso. O uso fala, sobretudo, à sua adequação. Segundo Machado 
(2004, p. 49), não basta a vontade de usar esses bens ou a possibilidade tecnológica de explorá-
-los. É preciso estabelecer a razoabilidade dessa utilização devendo-se cautela quando a utilização 
mesmo que os bens não sejam atualmente escassos.
Segundo Fiorillo (2000, p. 6), os bens ambientais indispensáveis à sadia qualidade de vida 
seriam: Os bens essenciais à garantia da dignidade da pessoa humana. Isso vale afirmar que ter 
uma vida sadia é ter uma vida com dignidade. E ter uma vida com dignidade inclui, dentre outras 
coisas, ter educação, saúde, trabalho, segurança e lazer, entre outros direitos básicos necessários 
ao desfrute de uma vida digna.
A Constituição de 1988 mostra uma nova realidade do século XXI, ao romper com a de-
fasada dicotomia entre o bem público e o bem privado. O bem público está dissociado do 
bem difuso, ou seja, do bem ambiental. Este é assegurado como um direito básico, incluído na 
Constituição.
PARA SABER MAIS
A Carta Magna brasi-
leira conferiu ênfase 
especial ao Princípio 
da Sustentabilidade, 
no Artigo 225. Com 
isso, garante o direito 
a um meio ambiente 
equilibrado para todos, 
impõe a co-responsabi-
lidade da coletividade 
em defendê-lo e pre-
servá-lo, possibilitando, 
constitucionalmente, 
uma ativa participação 
dos cidadãos e um tra-
balho conjunto com o 
Poder Público na tutela 
ambiental. 
18
UAB/Unimontes - 7º Período
1.3.5 O sistema federativo e a competência no meio ambiente
A Constituição Federal (CF) diz ser competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios “proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas for-
mas; preservar as florestas, a fauna e a flora” (art. 23). Trata-se da competência de implementar a 
legislação ambiental, pondo em prática o direito e o dever de tomar as medidas administrati-
vas para prevenir e reparar os danos ambientais, exercendo o controle público através do estudo 
prévio de impacto ambiental, licenciamento ambiental, monitoramento e auditoria ambientais e 
aplicação das penalidades administrativas. 
A Constituição Federal repartiu competências entre os entes federados. Essa divisão de po-
deres está presente no título III da Constituição, que trata da Organização do Estado. A legislação 
infraconstitucional não tem a função de criar competências ou inovar nessa matéria, a menos 
que a própria Constituição lhe dê essa possibilidade. Duas possibilidades, somente, foram previs-
tas: no art.  22, parágrafo único, e no art. 23, parágrafo único, da Constituição. Nas duas hipóteses, 
o instrumento que poderá inovar o já disposto na Constituição é a lei complementar, que deve 
ser aprovada por maioria absoluta (art. 69 CF) (MILARÉ, 2000).
Art. 22, Parágrafo único CF: Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre ques-
tões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 23, Parágrafo único: Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União, os 
Estados, o Distrito federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
-estar nacional.
Referências
BELTRÃO, A. F. G.. Manual de Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Editora Método, 2008; 105 p. 
Constituição Federal de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituição. 
Acesso em: 23 mar. 2012.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível em: http://www.ipe.rs.gov.br/80anos/conteu-
do/332. Acesso em: 04 mar. 2012.
FIORILLO, C. A. P. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2000.
MACHADO P. A. L. Direito Ambiental Brasileiro. 7 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2004; 
1038 p.
MILARÉ, E. Legislação ambiental do Brasil. São Paulo: APMP. 1991; 636 p.
MILARÉ, E. Direito do Ambiente. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2000, 687 p. 
NOVAES, W. A década do impasse: da Rio 92 à Rio+10. São Paulo: Estação da Liberdade, 2002.
PHILIPPI JR., A.; ROMERO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de Gestão Ambiental. São Paulo: 
Manole, 2004. 1045p. 
Política nacional do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L6938.htm.Acesso em Fev. 2012.
PARA SABER MAIS
Competência comum 
denota que a prestação 
de serviço por uma 
entidade não elimina 
igual competência de 
outra – até porque aqui 
se está no campo da 
competência-dever, 
porque se trata de cum-
prir a função pública de 
prestação de serviços à 
população.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
19
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
UNIDADE 2 
Gestão e licenciamento
Carla Soares Godinho
Victor Iuri de Castro Alves 
Cada estado ou município possuía autonomia para eleger as suas diretrizes políticas em 
relação ao meio ambiente de forma independente do governo federal, até que foi criada a Lei 
Nº. 6.938/1981 da Política Nacional do Meio Ambiente. Normas, planos e o Sistema Nacional do 
Meio Ambiente foram destinados a orientar os entes públicos da federação (Política Nacional do 
Meio Ambiente, 1981). Esses órgãos competentes são necessários no processo de localização, 
instalação, ampliação e operação de empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos 
ambientais, é necessário um estudo prévio de impacto ambiental e, posteriormente, um relatório 
sobre o impacto ambiental para o empreendedor entrar com o processo em um órgão compe-
tente para obter-se, então, o licenciamento ambiental.
2.1 Política Nacional de Meio 
Ambiente (PNMA)
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) foi criada em 1981 pela Lei Nº. 6.938/81. Des-
de então, o Brasil passou a ter, de maneira formal, uma Política Nacional do Meio Ambiente. Isso 
foi importante, pois, anteriormente, cada estado ou município possuía autonomia para eleger as 
suas diretrizes políticas em relação ao meio ambiente de forma independente ao governo fede-
ral (MACHADO, 2004).
As diretrizes da PNMA foram elaboradas através de normas e planos destinados a orientar 
os entes públicos da federação. Essas normas e planos estão em conformidade com os princípios 
descritos no Art. 2º da Lei Nº. 6.938/81:
I – Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio am-
biente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em 
vista o uso coletivo;
II – Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III – Planejamento e fiscalização do uso dos recursos naturais;
IV – Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V – Controle e zoneamento das atividades, potencial ou efetivamente, poluidoras;
VI – Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a pro-
teção dos recursos ambientais;
VII – Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII – Recuperação de áreas degradadas;
IX – Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X – Educação ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
2.1.1 Objetivos da PNMA
De acordo com os princípios descritos no Art. 2º da Lei Nº. 6.938/81, vistos anteriormente, 
pode-se, também, destacar os objetivos da PNMA (Art 4º). Esses objetivos entram em conformi-
dade com a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visan-
do a assegurar, no país, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segu-
20
UAB/Unimontes - 7º Período
rança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (MILARÉ, 1991; MILARÉ, 2000). Assim, 
os objetivos da PNMA (Lei Nº. 6.938/1981) visam:
I - À compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade 
do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilí-
brio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territó-
rios e dos Municípios;
III - Ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas 
ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - Ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso ra-
cional de recursos ambientais;
V - À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informa-
ções ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação 
da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - À preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização ra-
cional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico 
propício à vida;
VII - À imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os 
danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos.
2.1.2 Instrumentos da PNMA
Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente são mecanismos empregados pela 
administração pública ambiental, com a finalidade de alcançar os objetivos da Política Nacional 
do Meio Ambiente. Os instrumentos da PNMA são apresentados pelo Art. 9º da Lei Nº. 6.938/81:
I - O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - O zoneamento ambiental; 
III - A avaliação de impactos ambientais;
IV - O licenciamento e a revisão de atividades, efetiva ou potencialmente, poluidoras;
V - Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tec-
nologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - A criação de espaços territoriais, especialmente, protegidos pelo Poder Público federal, 
estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e 
reservas extrativistas;
VII - O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
IX - As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas ne-
cessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
X - A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente 
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA;
XI - A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder 
Público a produzi-las, quando inexistentes;   
XII - O Cadastro Técnico Federal de atividades, potencialmente, poluidoras e/ou utilizadoras 
dos recursos ambientais;        
XIII – Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro am-
biental e outros.
Conforme o art. 6º da Lei Nº. 6.938/81, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) é o 
conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de 
fundações constituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade 
ambiental. A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente estruturou o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente com os seguintes órgãos formadores:
Art. 3º. O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), instituído pelos órgãos e entidades da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Públi-
co, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura:
I – Órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da Re-
pública na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambien-
te e os recursos ambientais;
21
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
II – Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), 
com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas 
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua com-
petência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibra-
do e essencial à sadia qualidade de vida;
III – Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente (MMA), com a finalidade de planejar, co-
ordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacionale as diretrizes governa-
mentais fixadas para o meio ambiente;
IV – Órgão executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA), com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a 
política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
V – Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais, responsáveis pela execução de 
programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degra-
dação ambiental;
VI – Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fis-
calização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
2.2 Licenciamento ambiental 
e o estudo prévio de impacto 
ambiental
2.2.1 Licença ambiental
Conforme previsto no art. 1º da Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Am-
biente (CONAMA), que regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos 
na Política Nacional de Meio Ambiente, o licenciamento ambiental é o procedimento ad-
ministrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, am-
pliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais 
consideradas, efetiva ou potencialmente, poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares 
e as normas técnicas aplicáveis ao caso. O artigo, ainda, traz o conceito de licença ambiental 
que é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece condições, 
restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, 
pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou ativi-
dades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluido-
ras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
Para a concessão da licença ambiental, dependendo da atividade, são necessários estu-
dos ambientais, que são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacio-
nados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimen-
to, apresentando como subsídio para a análise da licença requerida, documentos tais como: 
Relatório Ambiental, Plano e Projeto de Controle Ambiental, Relatório Ambiental Preliminar, 
Diagnóstico Ambiental, plano de manejo, Plano de Recuperação de área Degradada e Análise 
Preliminar de Risco (MACHADO, 2004).
O EIA/RIMA é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e foi instituí-
do pela RESOLUÇÃO CONAMA N.º 001/86, de 23/01/1986. As atividades utilizadoras de recur-
sos ambientais consideradas de significativo potencial de degradação ou poluição dependem 
de um Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e um respectivo Relatório de Impacto sobre 
o Meio Ambiente (RIMA) para seu licenciamento ambiental.
A autorização (Licença Ambiental) será concedida através de Licença Prévia (LP), Licença 
de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). 
PARA SABER MAIS
No Estado de Minas 
Gerais, temos o Sistema 
Estadual do Meio Am-
biente – SISEMA que, 
logicamente, faz parte 
do SISNAMA. O SISEMA 
é constituído, basica-
mente, por: Secretaria 
de Estado de Meio 
Ambiente e Desenvol-
vimento Sustentável – 
SEMAD (vinculada a ela, 
temos o Instituto Esta-
dual de Florestas – IEF, 
a Fundação Estadual do 
Meio Ambiente – FEAM, 
o Instituto Mineiro 
de Gestão das Águas 
– IGAM e as Superin-
tendências Regionais 
de Meio Ambiente e 
Desenvolvimento Sus-
tentável – SUPRAMs), o 
Conselho Estadual de 
Políticas Ambientais 
(COPAM), o Conselho 
Estadual de Recursos 
Hídricos (CERH) e a 
Polícia Militar de Meio 
Ambiente (Site do IEF, 
2012).
22
UAB/Unimontes - 7º Período
2.2.2 Tipos de licenças ambientais
Conforme art. 8º da Resolução CONAMA 237/97, o Poder Público, no exercício de sua com-
petência de controle, expedirá as seguintes licenças:
•	 Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou 
atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e esta-
belecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de 
sua implementação;
•	 Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo 
com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as me-
didas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
•	 Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a 
verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas 
de controle ambiental e condicionantes determinados para operação.
2.2.3 Prazo de validade das licenças
I – O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo 
cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou 
atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.
II – O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido 
pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 
(seis) anos.
III – O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de con-
trole ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e no máximo, 10 (dez) anos.
A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorroga-
dos, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II. Na renovação da 
Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental competente 
poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação 
do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, res-
peitados os limites estabelecidos no inciso III. A renovação da Licença de Operação (LO) de uma ati-
vidade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) 
dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automatica-
mente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
Agora que estão esclarecidos quais os tipos de licenças, bem como seus respectivos prazos 
de validade, daremos seguimento ao nosso curso, abordando um ponto interessantíssimo, ou 
seja, quem tem competência para licenciar?
2.2.4 Regularização ambiental de empreendimentos
Regularizar ambientalmente um empreendimento consiste em mantê-lo operando, em 
obediência à legislação ambiental vigente.
Como saber se um determinado empreendimento está adequado?
Para respondermos a essa pergunta, vamos imaginar um empreendimento em zona rural, 
com as características apresentadas no quadro 1 abaixo: 
QUADRO 1 
Características do empreendimento em zona rural
Perguntas sobre o empreendimento Respostas
Possui Reserva Legal? Não
Faz uso de Recursos Hídricos? Sim
Qual a origem dos Recursos Hídricos utilizados? - Captação em poço tubular- Captação em curso d’água
PARA SABER MAIS
O Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) e o 
Relatório de Impacto 
sobre o Meio Ambiente 
(RIMA) são concomi-
tantes. Entretanto, 
existem algumas 
diferenças chaves entre 
esses dois documen-
tos. O RIMA é de livre 
acesso à população, 
em contrapartida, o 
EIA é um documento 
com maior número de 
informações sigilosas a 
respeito da atividade. 
Portanto, o texto do 
RIMA deve ser mais 
acessível ao público, 
devendo ser ilustrado 
por mapas, quadros e 
gráficos, além de outras 
técnicas fundamentais 
ao entendimento claro 
das consequências 
ambientais do projeto. 
O EIA/RIMA é feito por 
uma equipe multidisci-
plinar, pois deve avaliar 
o impacto da atividade 
sobre os diversos meios 
ambientais: natureza, 
patrimônio cultural e 
histórico, o meio am-
biente do trabalho e o 
antrópico. O EIA/RIMA 
exerce o princípio da 
publicidade, permi-
tindo a participaçãopública na admissão 
de um processo de li-
cenciamento ambiental 
que contenha este tipo 
de estudo. Isso ocorre 
através de audiências 
públicas com a comuni-
dade que será compro-
metida pela instalação 
de algum projeto.
PARA SABER MAIS
As licenças ambientais 
podem ser expedidas 
isoladas ou conco-
mitantemente, de 
acordo com a natureza, 
características e fase do 
empreendimento ou 
atividade (http://www.
mma.gov.br/conama).
23
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
DICA
Para responder a essa 
pergunta, lembre-se de 
analisar a Lei 6938/81, 
que dispõe sobre a Polí-
tica Nacional de Meio 
Ambiente (PNMA).
Perguntas sobre o empreendimento Respostas
Possui outorga? Não
Quantas pessoas moram no empreendimento? 40
Qual o destino dos efluentes líquidos gerados no empreendi-
mento? Fossa negra
No empreendimento, há local para abastecimento de veículo? Sim
O local, onde é feito o abastecimento, tem piso impermeabiliza-
do com caneletas direcionando os efluentes para a SAO? Não
No empreendimento, ocorre manutenção de veículos? Sim
A área de manutenção tem piso impermeabilizado? Não
Existe destinação final adequada para os resíduos sólidos gera-
dos no empreendimento? Não
O empreendimento está situado em Unidade de Conservação? Não
O empreendimento está situado no entorno de Unidades de 
Conservação? Sim
O empreendedor possui anuência do órgão gestor da Unidade 
de Conservação? Não
O empreendimento possui áreas degradadas? Sim
A análise do questionário acima representa o diagnóstico do empreendimento proposto, o 
qual, de acordo com o que vimos até agora, está, totalmente, inadequado. Por isso, deverá passar 
pelo processo de regularização ambiental. Isso é muito importante, pois, atualmente, os bancos 
só liberam financiamentos para empreendimentos ambientalmente corretos. Além disso, exis-
tem empresas que conseguem vender seus produtos se tiverem licença ambiental.
Quais as atividades passíveis de licenciamento?
A legislação, tanto do Estado de Minas Gerais (DN COPAM 74/04) quanto federal (Resolução 
CONAMA 237/97), apresenta as atividades passíveis de licenciamento ambiental. Assim, como 
exemplo, citaremos apenas as seguintes: bovinocultura, culturas anuais, produção de aguarden-
te, laticínios, abatedouros, postos de revenda de combustíveis, mineração, beneficiamento de 
minério (siderúrgicas), tratamento químico da madeira, silvicultura (Eucalipto, Pinus etc.), usinas 
de combustíveis (biodiesel, diesel, gasolina, álcool), usinas hidrelétricas (UHEs), pequenas cen-
trais hidrelétricas (PCHs), curtume, indústria de papel e celulose, indústria de condimentos, cons-
trução de estradas, construção de barragens de perenização, abastecimento público, irrigação, 
aterros sanitários etratamento térmico de resíduos, entre muitas outras.
Por que os empreendedores licenciam seus empreendimentos?
De acordo com art. 12 da Lei 6938/81:
As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a apro-
vação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cum-
primento das normas e dos padrões expedidos pelo CONAMA.
Conclusão: Sem licença, os empreendedores não conseguem financiamento e, além disso, 
correm o risco de serem autuados por estarem operando em desconformidade com a legislação 
ambiental vigente.
A licença ambiental é concedida ao empreendedor através do órgão ambiental competen-
te. Não pense você que basta chegar ao órgão e dizer que está precisando de uma licença am-
biental e, em seguida, o órgão a entregará. O procedimento é mais complexo do que você está 
imaginando, ou seja, ao requerer a licença junto ao órgão você deverá apresentar uma vasta do-
cumentação além de vários estudos ambientais relativos à região onde está implantado o em-
preendimento. Depois de analisar toda a documentação e estudos e fazer a vistoria no local, é 
que o órgão verificará se poderá, ou não, conceder a licença. 
GLOSSÁRIO
Fossa negra - É uma 
fossa séptica, ou seja, 
uma escavação sem 
revestimento interno 
onde os dejetos caem 
no terreno, parte se 
infiltrando no solo e 
parte sendo decompos-
ta na superfície de fun-
do. Não existe nenhum 
deflúvio. Assim, essas 
fossas são dispositi-
vos perigosos que só 
devem ser empregados 
em último caso.
Silvicultura - é a 
ciência que se ocupa 
das atividades ligadas à 
implantação e regene-
ração de florestas. Visa, 
dessa forma, o aprovei-
tamento e manutenção 
racional das florestas, 
em função do interesse 
ecológico, científico, 
econômico e social.
Perenização - é o 
conjunto de ações ou 
atitudes capazes de 
tornar perene uma 
determinada situação 
ou condição. Movi-
mento que possibilite 
a sustentabilidade e 
continuidade de um 
sistema em funciona-
mento.
24
UAB/Unimontes - 7º Período
2.2.5 Classificação dos empreendimentos quanto ao porte e 
potencial poluidor
No Estado de Minas Gerais, a DN 74/04 do COPAM lista os empreendimentos da seguinte 
forma:
•	 Listagem A – Atividades Minerárias;
•	 Listagem B - Atividades Industriais / Indústria Metalúrgica e Outras;
•	 Listagem C- Atividades Industriais / Indústria Química;
•	 Listagem D - Atividades Industriais / Indústria Alimentícia;
•	 Listagem E – Atividades de Infra-Estrutura;
•	 Listagem F - Serviços e Comércio Atacadista;
•	 Listagem G – Atividades Agrossilvipastoris.
BOX 2 
Deliberação Normativa n.º 74, de 09 de setembro de 2004 (DN-74/04)
A DN-74/04 é uma norma aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (CO-
PAM), vigente em todo o estado, que estabelece critérios para a classificação de empreendi-
mentos e atividades modificadoras no meio ambiente, segundo o porte e potencial poluidor. 
Também determina as regras para a indenização dos custos de análise dos pedidos de licen-
ciamento a autorização de funcionamento. As principais inovações trazidas pela DN COPAM 
74/04 são:
•	 Definição de nova classificação de empreendimentos;
•	 Inclusão de novos parâmetros para enquadramento de porte do empreendimento;
•	 Possibilidade de requerimento da Autorização de Funcionamento (AtF) para determina-
dos empreendimentos;
•	 Possibilidade de requerimento da Licença Prévia (LP) e de Instalação (LI), concomitante-
mente, para determinados empreendimentos;
•	 Ampliação do número de parcelas dos custos de análise.
Fonte: SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Além de listar, a DN 74/04 classifica os empreendimentos em 6 classes (1,2,3,4,5,6) de acordo 
com o porte e potencial poluidor. É importante salientar que, geralmente, os empreendimentos 
enquadrados nas classes 1 e 2 são regularizados por meio da Autorização Ambiental de Funciona-
mento (AAF) e não da Licença Ambiental propriamente dita. A AAF é um ato por meio do qual o 
órgão ambiental licenciador atesta a regularidade ambiental de um empreendimento com base 
em termo de compromisso assinado pelo empreendedor e Anotação de Responsabilidade Técnica 
(ART) de profissional habilitado.
Na realidade, mais de 90% dos empreendimentos, em função do porte e potencial poluidor, 
são passíveis de AAF e, portanto, é somente a minoria que passa pelo gargalo do licenciamento am-
biental. De certa forma, essa situação é preocupante, pois, para conceder a AAF, o órgão ambiental 
não exige nenhum tipo de estudo ambiental do empreendedor e, além disso, não há vistoria prévia, 
como ocorre no licenciamento ambiental tradicional (LP, LI, LO, LOC). Há, também, empreendimen-
tos que são não-passíveis de licenciamento, conforme classificação da DN 74/04 (TABELA 1).
TABELA 1
Determinação da classe do empreendimento, a partir do potencial poluidor da atividade e do porte.
Potencial poluidor/degradador geral da atividade
P M G
Porte do 
Empreendimento
P 1 1 3
M 2 3 5
G 4 5 6
Fonte: Deliberação Normativa n.º 74, de 09 de setembro de 2004 (http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.
pdf?idNorma=5532).
PARA SABER MAIS
 O Sistema Agrossilvi-
pastoril é uma moda-
lidade dos Sistemas 
Agroflorestais (SAFs), 
em quese combinam 
árvores, cultura agrí-
cola, forrageira e/ou 
animais, numa mesma 
área, ao mesmo tempo, 
ou de forma sequencial, 
sendo manejados de 
forma integrada (Daniel 
et al., 1999).
25
Ciências Biológicas - Legislação Ambiental
O potencial poluidor/degradador da atividade é considerado pequeno (P), médio (M) ou 
grande (G), em função das características intrínsecas da atividade, conforme as listagens A, B, C, 
D, E, F e G. O potencial poluidor é considerado sobre as variáveis ambientais: ar, água e solo. Para 
efeito de simplificação, incluem-se no potencial poluidor sobre o ar os efeitos de poluição sono-
ra, e sobre o solo, os efeitos nos meios biótico e sócio- econômico.
O potencial poluidor/degradador geral é obtido da TABELA 2 abaixo:
TABELA 2 
Determinação de potencial poluidor/degradador geral
Potencial Poluidor/Degradador Variáveis
Variáveis
Ambientais
Ar/Água/Solo
P P P P P P M M M G
P P P M M G M M G G
P M G M G G M G G G
Geral P P M M M G M M G G
Fonte: Deliberação Normativa n.º 74, de 09 de setembro de 2004 (http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.
pdf?idNorma=5532).
2.3 A política nacional de recursos 
hídricos
Na legislação ambiental, muitos são as leis e normas referentes aos recursos hídricos:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo” (art. 225 CF). Logo, esse artigo da Carta Magna se aplica à água, uma vez que esta é um 
elemento do meio ambiente. 
“A água é um bem de domínio público” (Lei 9.433∕97). Entretanto, essa lei não transforma 
o Poder Público federal e estadual em proprietário da água, mas torna-o gestor desse bem, no 
interesse de todos. A Lei 9.433∕97 abrange todo tipo de água, ou seja, não especifica qual água 
a ser considerada, a água de superfície e água subterrânea, a água fluente e a água emergente 
passaram a ser domínio público. Quanto à administração dos recursos hídricos por meio de ba-
cias hidrográficas, a lei acima citada não se aplica. 
“As bacias hidrográficas constituem-se em unidades básicas de planejamento do uso, con-
servação e da recuperação dos recursos naturais” (Lei 8.171∕91). Essa lei antecede a Lei 9.433∕97 e 
continua em vigor.
2.3.1 Outorga de direito de uso dos recursos hídricos
É o instrumento de gestão por meio do qual o órgão ambiental controla o uso dos recursos 
hídricos, qualitativa e quantitativamente, especificando o local, a fonte, a vazão em determinado 
período e a finalidade do uso. A outorga garante, ainda, o efetivo exercício dos direitos de acesso 
aos recursos hídricos por parte dos usuários interessados.
A outorga deve ser solicitada antes da implantação de qualquer intervenção que venha a al-
terar o regime, a quantidade ou a qualidade de um corpo de água. Quando já estiver ocorrendo 
o uso do recurso hídrico, o processo de solicitação de outorga para regularização da intervenção 
é o mesmo, entretanto, o usuário está sujeito às sanções previstas em lei pelo fato de estar utili-
zando os recursos hídricos sem a respectiva outorga.
Os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga são:
•	 Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc.);
•	 Captação em barramento em curso de água;
PARA SABER MAIS
Passo a passo do licen-
ciamento ambiental em 
Minas Gerais
Imaginemos que você 
adquiriu uma proprie-
dade de 12.000 ha, com 
100% de cobertura 
vegetal nativa, e deseja 
implantar nela duas ati-
vidades, bovinocultura e 
silvicultura. 
Pergunta 1: Que tipo de 
licença deverá solicitar?
Resposta 1: Licença 
Prévia – LP, pois, como 
não existe nenhuma 
atividade implantada, o 
órgão expedirá a LP para 
atestar a viabilidade am-
biental e locacional para 
a atividade proposta. 
Pergunta 2: Como deve-
rá iniciar o processo de 
licenciamento?
Resposta 2: Você irá até 
a SUPRAM e preencherá 
o Formulário de Carac-
terização do Empreendi-
mento (FCE). Nele você 
irá informar o nome do 
empreendedor, o nome 
do empreendimento, 
o município onde o 
empreendimento está 
localizado, o CNPJ (se 
for pessoa jurídica) ou o 
CPF (pessoa física), se faz 
ou não uso de recursos 
hídricos, se o empreendi-
mento já possui reserva 
legal averbada, se está 
situado em Área de 
Preservação Permanente 
(APP), se o empreendi-
mento está situado no 
entorno de unidade de 
conservação, se vai haver 
supressão de vegetação 
nativa, entre outras infor-
mações.
Feito isso, o FCE, com 
todas as informações 
prestadas, deverá ser 
protocolado na SUPRAM, 
que, baseada nas 
informações que você 
prestou no FCE, emitirá o 
Formulário de Orienta-
ção Básica (FOB). Este 
descreverá toda a docu-
mentação, bem como os 
estudos ambientais que 
deverão ser entregues ao 
órgão ambiental.
Antes de passarmos à 
próxima pergunta, é im-
portante esclarecermos 
o que é Reserva Legal, 
Área de Preservação 
Permanente (APP) e Ou-
torga de Direito de Uso 
dos Recursos Hídricos.
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UAB/Unimontes - 7º Período
•	 Barramento em curso de água, sem captação;
•	 Perfuração de poço tubular;
•	 Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente ou poço manual (cis-
terna);
•	 Captação de água subterrânea para fins de rebaixamento de nível de água em mineração;
•	 Captação de água em surgência (nascente);
•	 Desvio parcial ou total de curso de água;
•	 Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso de água;
•	 Canalização e/ou retificação de curso de água;
•	 Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros);
•	 Estrutura de transposição de nível (eclusa);
•	 Lançamento de efluente em corpo de água;
•	 Aproveitamento de potencial hidrelétrico;
•	 Outros usos que alterem a qualidade, a quantidade ou o regime de um corpo de água.
A Lei nº. 13.199/99 diz em seu artigo 18, parágrafo primeiro:
“Independem de outorga pelo poder público, conforme definido em regulamento, o uso 
de recursos hídricos para satisfação de pequenos núcleos populacionais distribuídos no meio 
rural, bem como as acumulações, as derivações, as captações e os lançamentos considerados 
insignificantes”. 
2.3.2 Modalidades de outorga
A Portaria nº. 010/98 classifica as outorgas a serem concedidas pelo IGAM nas seguintes 
modalidades:
Autorização: Obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou jurídica de 
direito privado quando não se destinarem à finalidade de utilidade pública (prazo máximo de 
5 anos);
Concessão: Obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou jurídica de di-
reito público quando se destinarem à finalidade de utilidade pública (prazo máximo de 20 anos);
Uma terceira modalidade, a permissão, que se referia aos usos insignificantes e tinha um 
prazo máximo de 3 anos, também era prevista, mas foi revogada com a publicação da DN CERH-
-MG nº. 09/04. Desde então, os usos considerados como insignificantes são cadastrados e rece-
bem a Certidão de Registro de Uso da Água que é válida por prazo indeterminado.
Principais finalidades de uso da água:
•	 Abastecimento público;
•	 Irrigação;
•	 Dessedentação de animais;
•	 Aquicultura;
•	 Consumo industrial;
•	 Extração e pesquisa mineral;
•	 Geração de energia;
•	 Depuração de efluentes. 
Referências
ANA – Agência Nacional Águas. http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx. Acesso em Fev. 
2012.
CONAMA. Disponível em: http://www.mma.gov.br/conama. Acesso em Fev. 2012.
DANIEL, O.; COUTO, L.; GARCIA, R.; PASSOS, C.A.M. Proposta para padronização da terminologia 
empregada em sistemas agroflorestais no Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v.22, n.3, 1999.
GLOSSÁRIO
Bacia hidrográfica - 
área de drenagem de 
um curso de água ou 
lago.
Outorga - ato ou efeito 
de outorgar; consentir; 
podendo ser a conces-
são de um serviço, por 
exemplo, a aprovação, 
ou o beneplácito, de 
consentir algo em favor 
de outrem.
PARA SABER MAIS
De acordo com o inciso 
IV, do art. 4º, da Lei 
Federal nº 9.984, de 
17 de junho de 2000, 
compete à Agência 
Nacional de Águas 
- ANA outorgar, por 
intermédio de autori-
zação, o direito de uso 
de recursos hídricos 
em corpos de água de 
domínio da União, bem 
como emitir outorga 
preventiva.

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