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Pâncreas Exócrino e Endócrino

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Gabriela Veras | Medicina Veterinária - UECE
PÂNCREAS:
ENDÓCRINO E EXÓCRINO
INTRODUÇÃO
O pâncreas contém dois tipos de glândulas: (1) as glândulas
exócrinas, que secretam enzimas digestivas para o lúmen intestinal e
HCO3 – para neutralizar o ácido gástrico, e (2) as glândulas
endócrinas, denominadas ilhotas de Langerhans.
Glândulas exócrinas
As enzimas digestivas são produzidas pelo pâncreas, de acordo com a
estimulação feita pelo hormônio colescistocinina (CCK), que é
produzido quando há presença de gorduras e aminoácidos no
duodeno. As enzimas tem como função digestão dos amidos
(amilase), triglicerídeos (lipase) e proteínas (enzimas proteolíticas: tripsinogênio,
quimiotripsinogênio, proelastase,carboxipeptidase e as profosfolipases). Essas enzimas são
produzidas nos ácinos pancreáticos. Muitas dessas enzimas são secretadas de forma inativa, para
evitar autodigestão do pâncreas a nível celular e tubular, dessa forma sendo ativadas quando estão
no duodeno, como o tripsinogênio. Através da enzima enteroquinase, liberada na mucosa
instestinal duodenal, há ativação da enzima tripsina, que ativa as outras enzimas proteolíticas
Ilhotas de Langerhans
1. Glucagon
O fígado constitui o principal tecido-alvo do glucagon. O principal efeito fisiológico do
glucagon consiste em aumentar as concentrações plasmáticas de glicose, estimulando a
produção hepática de novo de glicose pela gliconeogênese e pela degradação do glicogênio.
O glucagon antagoniza os efeitos da insulina ao estimular a liberação hepática de glicose. O
glucagon promove a oxidação de gordura no fígado, o que pode levar à formação de corpos
cetônicos. Na adaptação ao jejum, o glucagon, por conseguinte, desempenha o importante
papel de estimular a conversão de ácidos graxos a cetonas e fornece ao SNC o combustível
necessário para permitir a manutenção da função durante o jejum.
2. Insulina
As células β do pâncreas atuam como sensor de glicose no processo de liberação da
insulina. A captação de glicose pelos miócitos e adipócitos é mediada pelo transportador de
glicose denominado GLUT4. Entre as refeições, alguns GLUT4 estão presentes na
membrana plasmática, mas a maioria encontra-se sequestrada nas membranas de pequenas
vesículas intracelulares. A insulina, liberada pelo pâncreas em resposta à alta concentração
de glicose sanguínea, desencadeia o movimento dessas vesículas intracelulares à membrana
plasmática, com as quais se fundem, levando as moléculas de GLUT4 para a membrana
plasmática. Com mais moléculas de GLUT4 em ação, a taxa de captação de glicose aumenta
em 15 vezes ou mais. Quando os níveis de glicose sanguínea retornam ao normal, a
liberação de insulina torna-se lenta e a maioria das moléculas de GLUT4 é removida da
membrana plasmática e armazenada em vesículas.
DIABETES MELLITUS EM CÃES
Diabetes mellitus é considerada a principal doença do pâncreas endócrino em cães. Trata-se de
uma doença crônica sem cura , representada como um grupo de doenças metabólicas de múltiplas
origens e caracterizada por hiperglicemia crônica, glicosúria e distúrbios no metabolismo de
carboidratos, gorduras e proteínas, que surge como resultado de defeitos na secreção da insulina,
defeitos na ação da insulina ou ambos.
As lesões patológicas mais comuns em cães com DM são uma redução no número e tamanho das
ilhotas pancreáticas. Uma vez iniciado o ataque autoimune, gradualmente, o paciente vai
perdendo massa de células beta funcionais até que, a partir de determinado ponto, não há mais
capacidade por reserva secretória de insulina capaz de manter a glicemia sob controle.
No entanto, observa-se que em nosso meio (Brasil), grande parte dos pacientes diabéticos é
composta de fêmeas não castradas apresentadas para diagnóstico inicial durante o diestro. Essa
perspectiva evidencia um forte papel do excesso de secreção de hormônio do crescimento – GH no
tecido mamário induzido pela progesterona na patogenia destas pacientes. Como o GH é
extremamente antagônico às ações da insulina, há uma necessidade de maior secreção do
hormônio produzido pelas células beta pancreáticas para vencer a resistência insulínica, podendo
acarretar exaustão da capacidade secretória das células beta pancreáticas, especialmente nos
casos em que outros mecanismos predisponentes estiverem presentes. Este é o principal
mecanismo diabetogênico identificado em fêmeas não castradas, enquanto em fêmeas castradas e
em machos, o mecanismo autoimune é mais comum. Esta forma de diabetes no cão remete à
diabetes mellitus gestacional em humanos, onde diversos fatores nutricionais, raciais, genéticos e
imunológicos podem aumentar o risco de diabetes durante o predomínio da progesterona.
Uma vez que a insulina não está conseguindo agir de forma adequada, a glicemia do paciente
passa a ficar mais elevada, induzindo ainda mais secreção de insulina pelas células beta. Contudo,
em cães e gatos, já foi demonstrado que a exposição continuada a glicemias elevadas (superiores a
200 mg/ dL) induz morte das células beta por glicotoxicidade em poucas semanas, reduzindo
drasticamente a capacidade secretora, de forma que a maior parte dos pacientes diabéticos no
momento do diagnóstico apresenta hipoinsulinemia, mesmo nos casos em que o mecanismo
patogênico envolve resistência periférica às ações da insulina, e não diretamente patologias das
células beta.

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