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AES 17 – Infectologia Jamille Ponte PADRÕES CLÁSSICOS DE FEBRE CONTÍNUO INTERMITENTE REMITENTE RECORRENTE OU RECIDIVANTE CARACTERÍSTICAS Início súbito, sofrendo pequenas flutuações de valores, mas sem ter atingido qualquer valor normal Ocorre durante um determinado número de horas e regressa a valores fisiológicos pelo menos 1x a cada 24h Flutuações de valores >1º C sem que se atinjam valores normais no período de tempo avaliado, pode ter duração muito longa Alternância entre períodos febris e afebris com semanas de intervalo DOENÇAS Febre tifóide, gripe, pneumonia, endocardite infecciosa, meningite bacteriana Malária, tuberculose miliar, leptospirose, esquistossomose e leishmaniose visceral Endocardite infecciosa, tuberculose Malária, brucelose, doença de Hodking COMPLICAÇÕES Hipertermia maligna, convulsões febris BANDEIRAS VERMELHAS Alteração do estado mental, cefaleia, rigidez de nuca, petéquias, hipotensão, dispneia, taquicardia ou taquipneia, temp>40º C ou <35º C, viagem recente para área endêmica de doenças infectocontagiosas, uso recente de imunossupressores LEPTOSPIROSE MALÁRIA DENGUE ETIOLOGIA Espiroquetas patogênicas do gênero leptospira, do gênero L. interrogans e L. biflexa Protozoário do gênero Plasmodium, espécies: Falciparum, vivax, malariae, ovale DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV4 RESERVATÓRIO Rato Homem Homem TRANSMISSÃO Contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados Picada da fêmea do mosquito anopholes quando infectada pelo plasmodium spp Picada da fêmea aedes aegypti PERÍODO DE INCUBAÇÃO 1-30 dias Falciparum: 8-12 dias Vivax: 13-17 dias Malariae: 18-30 dias 4-10 dias PATOGÊNESE Lesão direta do endotélio vascular (“capilarite generalizada”) Esporozoítos invadem os hepatócitos, multiplicam-se e formam os merozoítos, que rompem os hepatócitos e caem na circulação, invadindo as hemácias e dando início aos sintomas O vírus entra e se replica nas celulas dos linfonodos locais e nas celulas musculares esqueléticas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Leptospirêmica: febre, cefaleia, mialgia (lombar e panturrilhas), anorexia, vômitos, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, exantema Malária não complicada: calafrio, febre (terçã), sudorese, cefaleia, náuseas, mialgia e vômitos vivax e malariae: curso benigno fase febril: febre alta com duração de 2-7 dias; diarreia; exantema maculopapular; adinamia; cefaleia; dor retrorbitária, mialgia e artralgia Fase imune: desfervencência da febre e dos sintomas. Anticorpos já podem ser detectados. malária complicada: dor abdominal intensa; icterícia; mucosa hipocorada; redução do volume urinário; vômitos persistentes; sangramento; falta de ar; cianose; aumento da FC; convulsão; prostração; comorbidades descompensadas e hepatoesplenomegalia Fase crítica (sinais de alarme): Dor abdominal intensa; vômitos persistentes; acúmulo de líquidos; letargia; irritabilidade; hipotensão postural; hepatomegalia; sangramento de mucosa; aumento de hematócrito; Síndrome de Weil: icterícia rubinica, insuficiência renal e hemorragia Hepato e esplenomegalia Fase de recuperação: melhora dos sinais de alarme AES 17 – Infectologia Jamille Ponte COMPLICAÇÕES Síndrome multissistêmica (Síndrome de Weil) Sinais de colestase IRA não oligúrica e hipocalêmica Insuficiência cardíaca e miosite Ruptura do baço Forma grave DIAGNÓSTICO Visualização direta da L. interrogans em campo escuro Isolamento em cultura PCR A partir do 7º dia: ELISA- IgM e teste de microaglutinação (padrão ouro) Padrão ouro: gota espessa Testes diagnósticos rápidos (TDR) Prova do laço Até 5 dias: pesquisa de antígeno viral (NS1); teste de amplificação gênica (RT- PCR); cultura; imuno- histoquímica tecidual a partir do 6º: sorologia (ELISA) pesquisa de IgM LABORATÓRIO Leucocitose com desvio à esquerda; plaquetopenia; hematócrito pode aumentar; VHS aumentado; aumento de bilirrubina direta; aumento de TGO e TGP; tempo de protrombina elevado ou normal; proteinúria; hematúria e leucocitúria Anemia normocítica e normocromica; hipoglicemia; acidose metabólica; hiperlactatemia; hiperparasitemia; leucopenia e trombocitopenia Aumento do hematócrito RADIOLOGIA RX: Opacidades intersticiais e alveolares interpostas no terço médio inferior; TC: vidro fosco, bilateral, mais central, difuso, padrão de pavimentação em mosaico SNC na RSM: vasculite, áreas de hemorragia (pontos pretos) Nefropatia parenquimatosa aguda: aumento da ecogenicidade do parênquima renal. Fundo de olho: alterações hemorrágicas e exsudato e edema Vasculite que acomete o SNC, focos de micro-hemorragias, áreas de edema, bem vistos na RSM na sequência de difusão elevação da cúpula diafragmática a direita, sugestivo de derrame pleural infrapulmonar. HISTOLOGIA Disfunção celular desproporcional aos achados histopatológicos Falciparum: formato de banana Vivax: formato de anel Infiltrado linfocitário com predomínio de alveolite focal, presença de celulas mononucleares com núcleos grandes, lobulados. EXAMES COMPLEMENTARES RX: infiltrado nodular ou alveolar com predomínio em base ECG alterado - Depende do estadiamento: A: exames específicos e hemograma a critério do médico B: exames específico obrigatório apenas em área não endêmica e hemograma é obrigatório C e D: exames especificos + hemograma + glicose + gasometria arterial + eletrólitos + aminotransferases + albumina serica + RX tórax + USG abdominal + ecocardiograma AES 17 – Infectologia Jamille Ponte TRATAMENTO Doença leve: amoxicilina 500mg 8/8h 5-7 dias Doença grave: Penicilina cristalina 1,5 milhões de UI IV de 6/6h ou ceftriaxone 1-2g IV a cada 24h 7 dias Vivax e ovale: (tratamento para forma dormente – hipnozoítos) Cloroquina por 3 dias + Primaquina por 7 dias Malariae: Cloroquina por 3 dias Falciparum: Artemeter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina Malária complicada: Artesunato IV ou IM + Clindamicina por 7 dias A: hidratação oral → 1/3 solução salina e 2/3 com líquidos caseiros B: regime ambulatorial e hidratação oral C: reposição volêmica intravenosa D: internação em UTI + reposição volêmica e transfusão de concentrado de hemácias QUIMIOPROFILAXIA Indicação controversa: Doxicilina 200mg uma vez por semana - - ESQUISTOSSOMOSE DOENÇA DE CHAGAS LEISHMANIOSE ETIOLOGIA Schistosoma mansoni Helminto da classe Trematoda Trypanosoma cruzi Protozoário do gênero Leishmania RESERVATÓRIO Intermediário: caramujo Definitivo: ser humano Intermediário: barbeiro Definitivo: homem Homem TRANSMISSÃO Contato com a água que possui as larvas cercarias Contato com fezes ou urina do barbeiro Picada do mosquito flebótomo PERÍODO DE INCUBAÇÃO 24-48h dermatite cercariana 4-8 semanas febre de Katayama 1 a 2 semanas 2-3 meses PATOGÊNESE Ovo entra em contato com a água, libera o miracídio, penetra no molusco, transformam-se em esporocistos primário, depois em larvas cercarianas que penetram a pele, perde sua cauda e se transforma em esquistossômulo, entrando na corrente sanguínea e desenvolvem o granuloma esquistossomático t. cruzi penetra nos macrófagos, fibroblastos, celulas de Schawann e miocitos estriados e lisos e rapidamente escapam para o citoplasma, replicando-se e transformando-se em amastigotas e depois tripomastigotas, rompendo a célula e liberando os organismos no sangue e induzindo a inflamação Promastigotas transmitidos no repasto sanguíneo se dirigem aos órgãos linfoidessecundários, infectam o sistema mononuclear, transformam-se em amastigotas, se multiplicam e rompem a célula do hospedeiro, disseminando-se pelas vias hematogênicas e linfáticas, iniciando uma resposta inflamatória. O sistema reticuloendotelial exibe hipertrofia e hiperplasia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Aguda: Dermatite cercariana; febre intermitente; anorexia e perda ponderal; icterícia. Crônica: sintomas dispépticos, hipertensão portal; circulação colateral; proteinúria Sintomatologia inespecífica (fase aguda): febre prolongada, mal-estar, astenia, cefaleia, hiporexia Sinal de Romanã: edema elástico das pálpebras unilateral, indolor, com linfonodo satélite Chagoma de inoculação Fase crônica: Indeterminada; cardíaca, com miocardite crônica progressiva e fibrosante Síndrome hepatoesplenica; febre intermitente; alteração do estado geral. Oligossiintomática: febrícula, tosse seca, diarreia, sudorese, adinamia e discreta visceromegalia. Calazar clássico: febre alta persistente ou intermitente, adinamia, sonolência, caquexia, manifestações hemorrágicas, dispneia. Grave: <6mese e >65 anos; desnutrição grave; icterícia; hemorragias; edema generalizado e sinais de toxemia. AES 17 – Infectologia Jamille Ponte RADIOLOGIA Espessamento da parede do sistema venoso portal, de vesícula biliar, redução do lobo direito do fígado, aumento do lobo esquerdo, esplenomegalia (micro-hemorragias → corpúsculos de Gamna-Gandu), dilatação das veias do sistema porta, sinal do beijo Hepatomegalia e/ou esplenomegalia Miopericardite Encefalite Cirrose de Rogers; Pneumonite intersticial; Esplenomegalia HISTOLOGIA Ovo do parasita com processo granulomatoso ao redor, circundadas por células linfoplasmocitárias Celulas epitelioides, linfócitos, celulas gigantes multinucleadas de Langhans, halo linfocitário, predomínio de mononucleares Achado desproporcional do numero de parasitas nos tecidos e a resposta inflamatória. Fibrose lenta e progressiva, com áreas de neoformação colágena. Predomínio de linfócitos e macrófagos Célula fagocítica mononuclear com a forma amastigota presente. Celulas de Kupffer revelam hipertrofia e hiperplasia. Em casos graves: cirrose de Rogers; nefrite intersticial LABORATÓRIO Eosinofilia intensa; leucocitose; VHS aumentado; hipergamaglobulinemia; hipoalbuminemia Anemia, presença de linfócitos atípicos, plasmocitose e neutropenia relativa; aminotransferases elevadas; bilirrubina alterada; tempo de protrombina prolongado Pancitopenia, hipoalbuminemia, hipergamaglobulinemia, leucopenia DIAGNÓSTICO Parasitológico de fezes pela técnica de Lutz e Kato-Katz Pesquisa direta no sangue: exame a fresco de tripanossomatídeos, métodos de concentração; gota espessa ou esfregaço sanguíneo Aspirado do baço anticorpos anti-Leishmania por métodos sorológicos ou detecção do parasito por pesquisa direta, reação em cadeia da polimerase ou cultura COMPLICAÇÕES Forma hepatointestinal; forma hepatoesplênica; forma pulmonar; forma renal Fibrose Hemorragia; fibrose EXAMES COMPLEMENTARES RX de tórax; Ecocardiograma; USG abdominal; EDA; colonoscopia ECG: diminuição do QRS, bloqueio atrioventricular, alteração na repolarização ventricular e sístole elétrica RX tórax; EDA; ecocardiograma; LCR USG abdominal; RX tórax TRATAMENTO Praziquantel dose única + oxaminiquine dose única 1ª linha: benznidazol 2ª linha: nifurtimox antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime): 28 dias IV ou IM anfotericina B lipossomal (Ambisome): 14-21 dias AES 17 – Infectologia Jamille Ponte HIV/AIDS INFECÇÃO AGUDA PELO HIV Quando o vírus está sendo replicado intensivamente nos tecidos linfoides. CV-HIV elevada e níveis decrescentes de linfócitos T CD4+ Manifestações clínicas Febre alta, sudorese e linfadenomegalia; Cefaleia e dor ocular; Autolimitada (3-4 semanas) LATÊNCIA CLÍNICA E FASE SINTOMÁTICA Latência: linfadenopatia Progressão: sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna e fadiga); diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas e lesões orais. LT-CD4+ entre 200-300 cél/mm3 Controladores de elite: níveis de RNA viral<50 copias/mm sem tratamento. SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA - AIDS CDC ADAPTADO CRITÉRIO RIO DE JANEIRO CARACAS Na ficha de notificação o LT- CD4+ para diagnosticar AIDS tem que ser <350cél/mm3; porém, os infectologistas utilizam <200cél/mm3 como padrão A presença de uma das doenças fecha diagnostico para AIDS • Síndrome consumptiva associada ao HIV, associada a diarreia crônica ou fadiga crônica e febre ≥ 1 mês • Pneumonia por Pneumocystis jiroveci • Pneumonia bacteriana recorrente (dois ou mais episódios em um ano) • Herpes simples com úlceras mucocutâneas (duração>1mês) ou visceral em qualquer localização • Candidíase esofágica ou de traqueia, brônquios ou pulmões • TB pulmonar e extrapulmonar • Sarcoma de Kaposi • Doença por CMV (retinite ou outros órgãos, exceto fígado, baço ou linfonodos) • Neurotoxoplasmose • Encefalopatia pelo HIV • Criptococose extrapulmonar • Infecção disseminada por micobactérias não M. tuberculosis • Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) • Criptosporidiose intestinal crônico (duração > 1 mês) • Isosporiase intestinal crônica (duração > 1 mês) • Micoses disseminadas (Histoplasmose, coccidiomicose) • Septicemia recorrente por Salmonella não thyphi • Linfoma não Hodgkin de celulas B ou primaria do sistema nervoso central • Carcinoma cervical invasivo • Reativação de doença de Chagas (meningoencefalite e/ou miocardite) • Leishmaniose atípica disseminada • Nefropatia ou cardiomiopatia sintomática associada ao HIV Todo indivíduo com 13 anos de idade ou mais que apresentar evidencia laboratorial de infecção pelo HIV e pelo menos um somatório de 10 pontos, de acordo com a seguinte escala de sinais, sintomas e doenças: • Sarcoma de Kaposi (10) • Tuberculose disseminada/extrapulmonar/pulmonar não cavitária (10) • Candidíase oral ou leucoplasia pilosa (5) • Tuberculose pulmonar cavitária ou não especificada (5) • Herpes zoster em indivíduos com até 60 anos de idade (5) • Disfunção do sistema nervoso central (5) • Diarreia por um período igual ou superior a 1 mês (2) • Febre igual ou superior a 38º C, por um período igual ou superior a 1 mês (2) • Caquexia ou perda de peso corporal superior a 10% (2) • Dermatite persistente (2) • Anemia e/ou linfopenia e/ou trombocitopenia (2) • Tosse persistente ou qualquer pneumonia (exceto TB) (2) • Linfadenopatia maior ou igual a 1 cm, maior ou igual a 2 sítios extra- inguinais, por período igual ou superior a 1 mês (2) IMUNIZAÇÕES Podem receber vacina do calendário, desde que não apresentem deficiência imunológica importante. Adiar: sintomáticos ou com imunodeficiência grave (LT-CD4+<200cél/mm3) Obs: administração de vacinas com vírus vivos atenuados está indicada sob analise individual risco-benefício AES 17 – Infectologia Jamille Ponte PREVENÇÃO COMBINADA PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO Uso preventivo Indicada: gays e HSH, pessoas trans, trabalhadores do sexo e parcerias sorodiscordantes Truvada, uso diário PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO Até 72h após a exposição Indicações: violência sexual, relação sexual desprotegida, acidente ocupacional Lamivudina + tenofovir, 28 dias DIAGNÓSTICO Precisa de pelo menos dois, um inicial e outro específico Teste de fluído oral: 1-3 meses Imunoensaio de 1ª geração: 35-45 dias Imunoensaio de 2ª geração: 25-35 dias Imunoensaio de 3ª geração: 3 semanas Imunoensaio de 4ª geração: 2 semanas Teste rápido: se negativo, repetirem 30 dias. Dois testes rápidos de fabricantes diferentes fecham diagnóstico. Testes complementares: western Blot; imunoblot; imunofluorescência indireta AVALIAÇÃO INICIAL Anamnese + exame físico; Exames complementares: hemograma; contagem de LT-CD4+ e carga viral do HIV; avaliação hepática e renal (TGO, TGO, bilirrubina total e frações, albumina, TAP, TPPA; exame parasitológico de fezes; testes não treponêmicos (VDRL ou RPR); testes para hepatites virais (anti HBC, anti-HBs, HBsAg Anti HCV, anti HAV); IgG para toxoplasma; sorologia para HTLV I e II e Chagas; dosagem de lipídios (colesterol total e frações, triglicérides); glicemia de jejum; prova tuberculínica; radiografia de tórax. Se contagem de CD4> 350 em 2 exames consecutivos → NÃO precisa mais solicitar Se CD4 <350 → solicitar a cada 6 meses A carga viral deve ser solicitada a cada 6 semanas→ paciente em seguimento clínico para confirmar a adesão ao tratamento: Após 8 semanas do início da TARV Após 4 semanas da 1ª carga viral detectável em pacientes com falha virológica AES 17 – Infectologia Jamille Ponte FISIOPATOLOGIA Entrada do vírus na célula através da fusão do vírus com a membrana da célula → mediada por gp41→ após entrar precisa desarmar a proteína → a proteína viral Vif se liga a APOBEC3a degradando-a→ as enzimas da transcriptase reversa e ribonucleases→ convertem o RNA viral em DNA→ a dupla fita formada é integrada pela enzima integrase ao genoma do hospedeiro. As proteínas e celulas virais controlam a expressão do HIV. ANTIRRETROVIRAIS o Inibidores da transcriptase reversa (ITRN -ITRNN) o Inibidores da protease (IP): atuam no final do ciclo impedindo a maturação da partícula viral o Inibidores de fusão: impedem a fusão da membrana viral com a celular, impedindo a entrada do vírus o Inibidores da entrada: impedem a ligação do vírus ao receptor ou aos correceptores o Inibidores da integrase: impedem que o provírus recém produzido pela RT integre-se ao genoma da célula hospedeira o Inibidores da maturação viral: ligam-se a regiões especificas da proteína precursora do gene gag impedindo a sua clivagem ESQUEMA INICIAL Inibidores da transcriptase reversa: lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF) 1cp 1x/dia+ inibidor da integrase: dolutegravir (DTG) 1cp 1x/dia Gestantes: substituir dolutegravir por raltegravir Coinfecção TB-HIV: substituir dolutegravir por efavirenz SÍNDROME INFLAMATÓRIA DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE Piora paradoxal de doenças preexistentes, geralmente autolimitada, mas podem assumir formas graves; Reações inflamatórias relacionadas a infecções fúngicas, virais e bacterianas, além de neoplasias e fenômenos autoimunes. Início da TARV em pacientes com baixas contagens de LT-CD4+ é um fator preditor para ocorrência de SIR, especialmente havendo histórico pregresso ou atual de coinfecções ou de IO. DIAGNÓSTICO Quando sinais e sintomas inflamatórios ocorrem entre 4 e 8 após o início da TARV, na reintrodução de um esquema interrompido ou na modificação para um esquema mais eficaz após falha virológica. Aumento na contagem de LT-CD4+ e redução da CV-HIV TRATAMENTO Priorizar o tratamento da doença oportunista A maioria tem resolução espontânea e a TARV não deve ser interrompida. AES 17 – Infectologia Jamille Ponte TUBERCULOSE ETIOLOGIA Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), bacilo álcool-ácido-resistente (BAAR) TRANSMISSÃO Por via aérea de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente, contaminando outras pessoas por exalação de aerossóis oriundos da tosse, fala, espirro. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TB PULMONAR: tosse vespertina, sudorese noturna, emagrecimento TB PULMONAR PRIMÁRIA: Primeiro contato do indivíduo; Início insidioso, paciente irritadiço, febre baixa, sudorese noturna e inapetência Radiologia: opacidade parenquimatosa (nódulo ou consolidação, denominada de nódulo de Ghon; apresenta cavidades, massas, opacidades retículo-nodulares, acometendo mais os lobos superiores Histologia: processo inflamatório granulomatoso, com necrose caseosa TB PULMONAR PÓS-PRIMÁRIA: Tosse seca ou produtiva, expectoração purulenta ou mucoide, com ou sem sangue, sudorese noturna, anorexia, febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar 38,5º C Radiologia: presença de múltiplos nódulos (granulomas) coalescentes e, imagens radiológicas como nódulos, massas e consolidações; espessamento da parede brônquica (arvore em brotamento) TB MILIAR: Refere-se a um aspecto radiológico específico Febre, astenia, emagrecimento, tosse, hepatomegalia, alterações do SNC e alterações cutâneas Grave→ mais comum em pacientes imunocomprometidos Radiologia: opacidades retículo-micronodulares difusas de distribuição randômica TB EXTRAPULMONAR TB PLEURAL: Dor torácica do tipo pleurítica Tríade: astenia, emagrecimento e anorexia Febre com tosse seca, pode evoluir para dispneia Líquido pleural tem característica de exsudato, predomínio de linfócitos Níveis elevados de ADA no líquido pleural Radiologia: derrame pleural EMPIEMA PLEURAL TUBERCULOSO Consequência da ruptura de uma cavidade tuberculosa para espaço pleural TB GANGLIONAR PERIFÉRICA Aumento subagudo, indolor e assimetrico das cadeias ganglionares cervicais anterior e posterior e supraclavicular Diagnóstico: aspirado por agulha ou ressecção ganglionar para exames bacteriológicos e histopatológicos TB MENINGOENCEFÁLICA Aguda: cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associada à febre, fotofobia, rigidez de nuca >2 semanas Crônica: >4 semanas, com cefaleia e acometimento de pares cranianos TB PERICÁRDICA Dor torácica, tosse seca, dispneia, febre, emagrecimento, astenia, tontura, edema de membros inferiores, dor no hipocôndrio direito (congestão hepática e aumento do volume abdominal (ascite) TB ÓSSEA Mal de Pott: acometimento da coluna vertebral Tríade: dor lombar, dor à palpação local e sudorese noturna AES 17 – Infectologia Jamille Ponte DIAGNÓSTICO Baciloscopia direta TRM-TB Cultura (padrão ouro) TRATAMENTO fase intensiva: rifampicina + isoniazida + pirazinamida + etambutol por dois meses OBS: crianças< 10 anos não utilizam etambutol Fase de manutenção: Rifampicina + isoniazida por 4 meses para todas as apresentações clínicas, exceto meningoencefalica e osteoarticular, que deve ser feita por 10 meses. MENINGITES BACTERIANA VIRAL FÚNGICA PERÍODO DE INCUBAÇÃO 3-4 dias 7-14 dias - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Síndrome toxêmica; síndrome de irritação meníngea; síndrome de hipertensão intracraniana. Febre, mal-estar geral, náusea, dor abdominal, sinais de irritação meníngea, rigidez de nuca, manifestações gastrointestinais Cefaleia, febre, demência progressiva, confusão mental, vômitos, alterações visuais, rigidez de nuca. DIAGNÓSTICO – CULTURA DO LCR ASPECTO Turvo Límpido Límpido COR Branco leitoso ou ligeiramente xantocrômico Incolor Incolor CLORETOS Diminuídos Normal Normal GLICOSE Hipoglicorraquia Normal Normal PROTEÍNAS Hiperproteinorraquia Levemente aumentada Hiperproteinorraquia GLOBULINAS Positiva Negativa ou positiva Positiva LEUCÓCITOS 200 a milhares (neutrófilos) 5 a 500 linfocitos Acima de 10céls/mm3 (linfócitos e monócitos) CITOLOGIA Polimorfonucleares Mononucleares Mononucleares MICROSCOPIA Ex: cocos gram+ - Presença do ...(fungo) CONTRAINDICAÇÕES Déficit neurológico focal; Nova crise convulsiva; Rebaixamento do nível de consciência; Pacientes imunocomprometidos; Sinais de hipertensão intracraniana. TRATAMENTO Crianças (5-7 dias): Penicilina 4/4h Ampicilina 6/6h Ceftriaxone (12/12h) Adultos (7 dias): Ceftriaxone12/12h Suporte Indução: Anfotericina B EV + flucitosina VO 6/6h por 14 dias Consolidação: Fluconazol 6-10 semanas Manutenção: Fluconazol 12-24 meses PROFILAXIA DE CONTACTANTES Rifampicina 12/12h por 2 dias Grávidas: ceftriaxona dose única - - AES 17 – Infectologia Jamille Ponte SEPSE Disfunção orgânica potencialmente fatal causada por uma resposta imune desregulada a uma infecção SOFA A sepse é o aumento agudo de 2pontos ou mais no SOFA em resposta a uma infecção O SOFA é uma avaliação de órgão alvo relacionada a sepse frente a uma suspeita de sepse, em pacientes já com algum processo infeccioso Avalia: SNC: gasglow S.respiratório: gasometria arterial S. cardiovascular: PAM Coagulação: contagem plaquetária/hemograma Bilirrubina total S. renal: dosagem de creatinina e debito urinário QUICK SOFA É um definidor de gravidade Gasglow <15 FR≥22 irpm PAS≤100mmHg
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