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ANEURISMAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
-
CAPS 16 E 26 CAPS 11 E 28
endotélio
Subendotélio (tecido conjuntivo frouxo
contendo fibras elásticas e células
Lâmina elástica interna
Lâminas elásticas 
Nas de médio/pequeno calibre,
Poucas destas lâminas são 
Visualizadas!
Túnica média 
músculo liso +
(fibras colágenas I e III), 
Lâminas do sistema elástico, 
Proteoglicanos e proteínas
de adesão (ex: laminina e 
fibronectina)
Vasa vasorum
Lâmina elástica externa
HISTOLOGIA DAS ARTÉRIAS 
ELÁSTICAS
HISTOLOGIA DAS ARTÉRIAS 
MUSCULARES (MÉDIO E PEQUENO
CALIBRE)
HISTOLOGIA DAS ARTERÍOLAS
INTRODUÇÃO ÀS DOENÇAS DOS VASOS SANGUÍNEOS 
-
- Doenças dos vasos (em particular das artérias)  principal causa de morte no mundo todo  Hipertensão arterial sistêmica e
aterosclerose são as responsáveis principais pela morbidade e mortalidade.
- A aterosclerose é a principal causa de infartos do miocárdio e do encéfalo, além de causar lesões isquêmicas em vários outros
órgãos. A hipertensão arterial sistêmica tem enorme impacto, pois associa-se a outras condições patológicas importantes, como
aterosclerose, insuficiência cardíaca, lesões renais e hemorragia cerebral.
- Depois dessas, as doenças arteriais mais importantes são aneurismas, dissecções e arterites (inflamações arteriais) 
Essas doenças não são isoladas!
- Aterosclerose e arterites são causas importantes de aneurismas; existe grande inter-relação entre aneurismas
e dissecções; artéria inflamada por qualquer causa muitas vezes desenvolve aterosclerose, mesmo na ausência de outros fatores
de risco. 
- Doenças arteriais podem causar tanto obstrução, parcial ou total (como na aterosclerose e em algumas arterites), quanto
dilatação (aneurismas e dissecções). 
“ENFRAQUECIMENTO DOS VASOS”
- Aneurisma:
1- dilatação localizada e irreversível de vasos (inclusive do vaso modificado que é o coração) envolvendo as três camadas 
segmento de um vaso tem seu diâmetro normal presumido, para a idade e altura do paciente, aumentado de 50%. 
2- Exemplos de locais  aorta e encéfalo (caso rompam  elevado índice de mortalidade!)
3- Incomuns nas artérias coronárias 
4- Quadro clínico varia conforme a sua localização. Nos da aorta ascendente, por exemplo, a manifestação principal é 
insuficiência aórtica.
Os da aorta descendente podem causar dor, mas muitas vezes permanecem assintomáticos até a ruptura;
5- Muitas vezes, são diagnosticados durante estudo radiológico ou palpação de abdome por outros motivos; por último, boa 
parte dos aneurismas é achado de necrópsia.
- Pseudoaneurisma: ruptura da parede vascular que acarreta em hematoma extravascular, que se comunica com o espaço 
intravascular
- Dissecção (separação das camadas internas e externas da parede do vaso)  ocorre quando o sangue vasa para o meio da 
parede através de uma laceração no seu revestimento interno  parede do vaso encontra-se enfraquecida
ANEURISMAS, PSEUDOANEURISMA E DISSECÇÃO
ANEURISMAS
- Aneurismas:
1- Aspecto macroscópico  dilatação localizada da luz vascular
2- pode ser fusiforme, quando todo o vaso se dilata, ou sacular, quando somente uma parte dele sofre dilatação. 
3- aneurismas da aorta ascendente e os das coronárias  geralmente fusiformes
4- aorta descendente  variáveis
5- polígono de Willis  quase sempre saculares. 
- Etiopatogênese:
1- Evidências científicas  dilatação arterial resulta de algum grau de destruição ou enfraquecimento da camada média, em 
particular das lâminas e fibras da MEC (ex: Síndrome de Marfan defeito na fibrilina-1; Síndrome de Loeys-Dietz
 defeito na elastina e colágenos I e II)  tendem a romper-se com mais facilidade!
2- Inflamação de qualquer origem  causa mais comum dos aneurismas  células inflamatórias contêm enzimas proteolíticas
capazes de clivar componentes da matriz extracelular. 
ANEURISMAS
PATOGÊNESE
- Mecanismos que poderiam explicar a fragilidade da parede (não há modelo experimental deste tipo de lesão):
1- diminuição do número de células musculares lisas  isquemia da média interna (espessamento da íntima na 
aterosclerose) ou da média externa (por vasoconstrição das arteríolas da vasa vasorum, devido à hipertensão)
 acarreta formação de cicatrizes, perda de fibras elásticas e síntese inadequada da matriz extracelular (produção de 
quantidades cada vez maiores de substância fundamental amorfa). Histologicamente, essas alterações são 
reconhecidas coletivamente como degeneração cística da média
2- liberação de enzimas proteolíticas por células inflamatórias:
2.1- as próprias células musculares lisas podem liberar enzimas (elastases, colagenases, matrilisina e estromelisina) 
capazes de hidrolizar macromoléculas extracelulares (estas enzimas estão presentes em aortas com aneurisma ou 
dissecção)
2.2- aumento da expressão de metaloproteases de matriz, por macrófagos na placa aterosclerótica ou vasculites
2.3- diminuição da expressão de inibidores teciduais de metaloproteases
2.4- A própria resposta inflamatória local, estimulando a liberação de MMPs pelos macrófagos
3- Fatores genéticos  na síndrome de Marfan, por exemplo, há defeito na fibrilina-1 (componente das fibras elásticas) 
que resulta em enfraquecimento da parede vascular e maior suscetibilidade a dissecções.
ANEURISMAS
-
AORTA ABDOMINAL COM 
ANEURISMA FUSIFORME
Degeneração cística da média. A, Corte transversal da 
camada média aórtica em paciente com síndrome de 
Marfan, mostrando fragmentação da elastina e áreas 
desprovidas de elastina que lembram espaços císticos, 
mas são, na verdade, preenchidas com 
proteoglicanas (asteriscos). B, Média normal para 
comparação, exibindo o padrão de camada regular do 
tecido elástico. Tanto em A quanto em B, a elastina tem 
coloração preta.
ANEURISMAS DA AORTA
ANEURISMAS DA AORTA
- Os aneurismas de aorta abdominal (AAA) são os mais comuns, e considera-se um AAA quando o diâmetro do segmento 
comprometido tiver pelo menos três centímetros. 
- Geralmente resulta de uma degeneração da túnica média arterial, gerando um aumento lento e contínuo do lúmen do vaso. 
- Fator principal: Aterosclerose (OBS: nos aneurismas da aorta torácica, o principal fator é a hipertensão)
- EXEMPLOS DE DEMAIS FATORES: histórico de outro aneurisma vascular, doença arterial coronariana, doença cerebrovascular, 
hipercolesterolemia, hipertensão, fatores genéticos
- SINAIS E SINTOMAS: Dor abdominal atípica ou “dor nas costas” podem estar presentes em casos de AAA, mas não são 
sintomas específicos, uma vez que a maioria dos casos é silenciosa, e em geral são achados ocasionais durante exames de 
imagem para outras finalidades diagnósticas
- FATORES DE RISCO: 
1- Idade avançada
2- Gênero masculino 
3- Tabagismo 
4- Histórico familiar positivo para AAA, principalmente diagnóstico em familiares de primeiro grau. 
ANEURISMAS DA AORTA
- Risco de ruptura do AAA está associado a seu diâmetro:
OBS: Diâmetro do aneurisma maior que 6 centímetros no momento do diagnóstico é um fator de risco significante e 
independente para ruptura de AAA
SINAIS E SINTOMAS
- EXAME CLÍNICO  Palpação clínica da massa abdominal pulsátil pode ser alerta da presença de AAA  não é recomendada 
como método único de rastreamento ou planejamento terapêutico
- EXAMES DE IMAGEM:
1- fundamentais para o rastreamento, diagnóstico e seguimento do AAA. 
2- Para pacientes assintomáticos, os mais utilizados são:
2.1- Ultrassonografia (USG) 
2.2- Tomografia Computadorizada (TC) 
2.3- Ressonância Nuclear Magnética (RNM)
OBS: Recomenda-se para homens fumantes, com idade de 65 a 75 anos, realizar o rastreamento anual do AAA com USG.
ANEURISMAS CEREBRAIS
Quem é esse professor? https://www.youtube.com/watch?v=bM_0j2aHKtk
REGIÕES DE HEMORRAGIAS CEREBRAIS
ANEURISMAS CEREBRAIS
- Principal tipo de aneurisma: sacular  seu rompimento é a principal causa de hemorragia subaracnóidea não 
traumática
1- Artérias intracranianas diferem das demais artérias por terem paredes mais finas e serem desprovidas de lâmina 
elástica externae de tecido perivascular. 
2- Bifurcação dos vasos, onde a parede é mais fina e são comuns fendas ou interrupções na túnica média e na lâmina 
elástica interna aneurismas saculares tendem a se formar nesta região  nas paredes dos aneurismas (ausência de 
músculo liso e lâmina elástica, na íntima; além de espessamento da íntima)
3- Além disso, modificações na parede ou estresse hemodinâmico deixam vasos menos elásticos
- A maior parte dos aneurismas cerebrais ocorre em artérias que constituem o Polígono de Willis (artérias da base do 
cérebro):
1- artéria comunicante anterior (30-35%), geralmente em homens
2- bifurcação da carótida interna e artéria comunicante posterior (30-35%)
3- a bifurcação da artéria cerebral média (20%)
4- bifurcação da artéria basilar e as outras artérias que fazem a circulação posterior (5%).
- FATORES DE RISCO: 
1- Fatores genéticos 
2- doenças do tecido conjuntivo (síndrome de Marfan e síndrome de Ehlers-Danlos tipo IV, por exemplo). 
3- Demais fatores  hipertensão arterial, malformação arteriovenosa, tabagismo, alcoolismo, adenoma da hipófise e 
arterites infecciosas e não infecciosas
POLÍGONO DE WILLIS
Aneurisma sacular da junção das artérias carótida interna e comunicante posterior (seta).
ANEURISMA CEREBRAL
- SINAIS E SINTOMAS:
1- A maioria dos aneurismas saculares permanece assintomática ao longo da vida até o momento da ruptura, a qual 
resulta em hemorragia subaracnóidea. Menos frequentemente, a ruptura resulta em hemorragia intracerebral.
2- Em casos de hemorragia subaracnóidea:
2.1- cefaleia, vômitos, náuseas e sinais de irritação meníngea, por causa do aumento súbito da pressão intracraniana e 
da irritação das raízes nervosas pelo sangue. 
2.2- A ruptura do aneurisma pode ser precedida, cerca de 1 a 3 semanas antes, por cefaleia, paralisia de nervo craniano 
ou déficit visual, provocados por efeito local do aumento do aneurisma.
2.3- Embora menos fatal do que a hemorragia intracerebral, 50% dos pacientes com hemorragia subaracnóidea morrem 
nos três primeiros meses após o sangramento, e a maioria dos sobreviventes permanece com algum déficit neurológico
- O índice de ruptura está diretamente relacionado com o tamanho do aneurisma: o risco de ruptura de aneurisma 
com 5 mm diâmetro é de 2%, enquanto aneurisma com 6 a 10 mm tem risco de 40%.
ANEURISMAS CEREBRAIS
ANEURISMA CEREBRAL
- Microaneurisma de Charcot-Bouchard: 
1- relacionado à hipertensão arterial sistêmica
2- consiste em dilatação sacular microscópica da luz de pequenas artérias e arteríolas, com destruição da limitante 
elástica interna e da camada muscular lisa da média, substituída por fibrose hialina
3- Com certa frequência, encontra-se trombo na luz do microaneurisma.
4- Encontrados nos núcleos da base, substância branca subcortical, ponte e cerebelo em ordem decrescente
5- Quando se rompem, geralmente causam hemorragia intracerebral
Hipertensão arterial. Microaneurisma de Charcot-
Bouchard, parcialmente preenchido por trombo
IMAGENS ANEURISMAS CEREBRAIS
IMAGENS ANEURISMAS CEREBRAIS
DISSECÇÃO ARTERIAL
- Dissecção de uma artéria:
1- delaminação da sua parede no sentido longitudinal. 
2- dissecções de maior importância clínica  aorta (podendo se estender para seus ramos) e artérias coronárias (nas coronárias, 
muitas vezes devido a manipulações  cirurgia cardíaca ou cateterismo coronário, por exemplo)
4- Com a dissecção, cria-se uma falsa luz, paralela à verdadeira
5- Externamente, a artéria fica mais calibrosa, mas sem que as três camadas estejam envolvidas. 
- Risco de rompimento da parede e extravasamento de grande quantidade de sangue é grande
- Letalidade altíssima sem tratamento (eminentemente cirúrgico), a mortalidade é em torno de 1% por hora nos
primeiros dois dias, 80% ou mais em duas semanas. OBS: caso não haja rompimento da parede  doença é diagnosticada
somente na fase crônica.
- Associadas à hipertensão arterial (presente em 70 a 90% dos pacientes)  constrição dos vasa vasorum, levando à isquemia
da túnica média
DISSECÇÕES ARTERIAIS
- A dissecção (separação das camadas internas e externas da parede do vaso) ocorre quando o sangue “vasa” para o meio 
da parede através de uma laceração na parede vaso encontra-se enfraquecida
- Geralmente se inicia com uma laceração na íntima, adentrando a camada média (na maioria das vezes, a dissecção 
espontânea ocorre na aorta ascendente o “rasgo” inicial geralmente está a 100 mm da valva aórtica)
- O risco da dissecção da aorta é de que a aorta possa romper, levando a uma perda massiva de sangue, resultando na 
morte do paciente. 
- Causa mais comum  hipertensão arterial (presente em mais de dois terços dos pacientes que apresentam dissecção da 
aorta).
- Demais causas:
1- distúrbios hereditários do tecido conjuntivo (especialmente as síndromes de Marfan e de Ehlers-Danlos), 
2- defeitos congênitos do coração e dos vasos sangüíneos como a coarctação da aorta 
3- válvula aórtica bicúspide
4- aterosclerose 
5- lesões traumáticas
DISSECÇÃO ARTERIAL
- SINAIS E SINTOMAS: 
1- Teoricamente, qualquer indivíduo que apresenta uma dissecção aórtica aguda sente dor, a qual geralmente é de forte 
intensidade e de início súbito. 
2- Em geral, os pacientes sentem uma dor torácica, geralmente descrita como "dilacerante". 
3- Também é freqüente a dor na região dorsal (parte posterior do tórax), entre as escápulas.
DISSECÇÃO ARTERIAL
- CLASSIFICAÇÕES DE DISSECÇÃO DE AORTA importantes para a abordagem cirúrgica:
1- Classificação de DeBakey  divide as dissecções em tipos I (acomete a aorta ascendente e a descendente), II (só a
ascendente) e III (só a descendente).
2- Classificação de Stanford tem por base o orifício de dissecção, separa os casos em A (orifício na aorta ascendente,
reunindo os tipos I e II de DeBakey) e em B, orifício na aorta descendente (tipo III de DeBakey).
OBS: O tipo I é o mais comum.
DISSECÇÕES AÓRTICAS
Tipos de dissecção da aorta, segundo as classificações 
de DeBakey (tipos I, II e III) e de Stanford (tipos A e B). 
No tipo A ou proximal, a lesão intimal localiza-se na aorta 
ascendente; no tipo B ou distal, a origem está abaixo da 
emergência da artéria subclávia.
DISSECÇÃO ARTERIAL
-
Aorta. A. Região normal. B. Local de aneurisma. C. Mesmo 
vaso de B, fora da área do aneurisma. Notar destruição das 
fibras elásticas, coradas em negro, na região do aneurisma.
DISSECÇÃO ARTERIAL
-
Dissecação da aorta. Acúmulo de material mucoide (azulado), 
fragmentação de fibras elásticas (em preto) e poucas células 
musculares na camada média da artéria
ESTUDO DE CASO 
Uma mulher de 45 anos estava jantando quando foi acometida por cefaleia súbita e intensa, diferente de tudo
que ela já havia sentido antes. Ela vomitou várias vezes antes que o marido a levasse para obter atendimento
médico. Ao chegar, ela precisou de estimulação para manter a consciência e apresentava leve rigidez da nuca.
Sua pressão arterial estava elevada, mas os demais exames estavam normais. Uma tomografia
computadorizada (TC) cranioencefálica revelou sangramento subaracnóide na fissura inter-hemisférica
anterior. A angiografia revelou dilatação de 7 mm na artéria comunicante anterior.
1- Qual é o principal tipo de aneurisma que, quando rompido, acarreta hemorragia na região mencionada?
2- A artéria mencionada faz parte de qual circuito de artérias que irrigam o cérebro?
3- Histologicamente, o que ocorre com as túnicas íntima e média no saco aneurismático?
DESAFIOS!
- DIFERENCIE ANEURISMAS, PSEUDOANEURISMAS E DISSECÇÕES AÓRTICAS!
- QUAL É A RELAÇÃO ENTRE ANEURISMAS E ATEROSCLEROSE?
- QUAL É A RELAÇÃO ENTRE ANEURISMAS E HIPERTENSÃO?
- DIFERENCIE ANEURISMAS NAS ARTÉRIAS QUE COMPÕEM O POLÍGONO DE WILLIS E
MICROANEURISMAS DE CHARCOT-BOUCHARD!

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