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Arteriosclerose: É um termo genérico que indica o endurecimento das artérias. Ocorre o espessamento das paredes arteriais e a perda da elasticidade arterial. Existem três padrões gerais: Arteriosclerose – afeta pequenas artérias e arteríolas. Causa lesão isquêmica. Apresenta duas variantes morfológicas: o Arteriosclerose hialina estreitamento da luz do vaso das arteríolas, proveniente da hipertrofia da musculatura lisa; extravasamento das proteínas plasmáticas, com aumento da síntese do MEC. o Arteriosclerose hiperplásica aumento do número de células musculares lisas, com espessamento de sua membrana basal. Comum em casos de hipertensão grave. Espessamento “casca de cebola” – laminar e concêntrico. Esclerose média de mönckeberg – comum em indivíduos com mais de 50 anos. Ocorre calcificação da parede das artérias musculares, afetando a lâmina elástica interna. MEDICINA NOVE DE JULHO Espessamento hialino: róseo e homogêneo. Aterosclerose – deposição de placas de ateroma/ateromatosas; espessamento e endurecimento da parede das artérias musculares e elásticas. Aterosclerose É uma doença inflamatória crônica Afeta a túnica íntima das artérias de grande (a. elástica) e médio (a. muscular) calibre. Mais comum na: A. aorta, aa. Coronárias e ramos, a. carótida, aa.femoral e poplítea e aa.renais. Deposição de placas de ateroma: capa fibrosa (neoíntima + células do sistema imune) + centro necrótico (centro mole e grumoso de lipídeos, sobretudo colesterol e ésteres de colesterol) obstrução do lúmen das artérias acometidas. Adendo: a neoíntima pode ser formada por células musculares lisas e células endoteliais circulantes, ocorrendo sua formação com alguma lesão vascular. As aa.coronarianas são as mais acometidas por essa doença, causando a doença cardíaca isquêmica. Porém, as que mais causam mortalidade é o acometimento da A. aorta e a. carótida. Relacionada com patogenias cerebrais, cardíacas e vasculares periféricas (membros inferiores). Fatores de risco Relação com a prevalência e gravidade da aterosclerose e das doenças cardíacas isquêmicas entre indivíduos. Fatores de risco constitucionais/não modificáveis a. Genética – histórico familiar de aterosclerose b. Idade – 5x maiores a taxa de infarto em indivíduos com 40-60 anos c. Gênero – mulheres em pré-menopausa: menos comum Fatores de risco adicionais/modificáveis a. Hipertensão – diminui a resistência e proteção dos vasos; lesão b. Sedentarismo – aumento da hipercolesterolemia e pressão arterial (PA) c. Diabetes mellitus – induz a hipercolesterolemia d. Tabagismo – aumento da frequência cardíaca (FC) e PA; aumento de CO2 que leva ao aumento de LDL e redução de HDL Principais locais Patogenia 1. Lesão do endotélio pelos fatores de risco 2. Disfunção endotelial, com a passagem de LDL (lipídeo) à camada subendotelial para a túnica íntima 3. LDL é oxidado nesse local 4. Músculo liso da artéria entra na túnica íntima e há estímulo à resposta inflamatória, sobretudo, dos macrófagos 5. O LDL é fagocitados e englobado pelos macrófagos, formando as células espumosas (macrófago + conteúdo lipídico) 6. Macrófagos liberam fatores de crescimento plaquetário, promovendo a multiplicação e migração das células lisas musculares que irão produzir mais fibras colágenas. Isso tudo irá resultar na formação de uma placa fibrosa que irá envolver todo o conteúdo lipídico, formando a placa de ateroma 7. Resultado: Aterosclerose Eventos patogênicos e complicações Fase pré-clínica – Geralmente em idade jovem. Formação de estrias lipídicas que nada mais são que macrófagos espumosos cheios de lipídeos, sendo elevadas e amareladas na íntima da artéria. Podem regredir, estacionar ou progredir para ateromas. Fase clínica – Meia-idade ou idade avançada. Obstrução mecânica do fluxo sanguíneo, visto que a placa ateromatosa está obstruindo o lúmen do vaso. - enfraquecimento do vaso - hemorragia - aneurisma e ruptura - estenose crítica prejuízo ao fluxo sanguíneo - Consequências: a. Infarto agudo do miocárdio b. AVC c. Aneurisma da aorta d. doença vascular periférica gangrena de membros inferiores Pode haver dois tipos de placa: a. Vulnerável: capa fibrosa mais fina com centro lipídico mais amplo com colesterol recrutado e mais inflamação b. Estável: capa fibrosa mais grossa com centro lipídico adjacente, menor quantidade de fibras elásticas e inflamação mínima. Placa vulnerável Doença aneurismática/aneurisma É uma dilatação anormal do vaso sanguíneo (envolvendo suas três camadas; não envolve veia) ou do coração Pode ser congênito ou adquirido Pode ser classificado como: Verdadeiro: envolve parede arterial atenuada ou parede ventricular mais fina do coração. Ex.: aneurismas ateroscleróticos, sifílicos e congênitos, aneurismas ventriculares após infartos transmurais. - sacular: bolsas envolvendo apenas uma parede do vaso, ou seja, só uma parte dele se dilata. - fusiforme: dilatações difusas e circunferenciais de um segmento vascular longo, ou seja, todo o vaso se dilata. Falso/pseudoaneurisma: defeito da parede vascular, levando a um hematoma extravascular que se comunica livremente com o espaço intravascular. Resulta em protuberância encapsulada por fibrose, mas sem envolver as três camadas do vaso. Dissecção: devido a um defeito na parede arterial, o sangue penetra entre as camadas do vaso, escavando e separando as camadas. Aneurisma da aorta abdominal Patogenia Constantemente, a parede arterial é remodelada pela síntese, degradação e reparo dos danos aos constituintes da MEC. A ocorrência do aneurisma está associada com a estrutura ou a função do tecido conjuntivo está comprometida. Por exemplo - Síntese anormal ou inadequada do tecido conjuntivo. Ex.: síndrome de Marfan (síntese defeituosa de fibrilina, devido a remoção anormal de TGF- beta); síndrome de Loeys- Dietz (mutações nos receptores do TGF-beta, causando síntese defeituosa de elastina e colágenos tipo I e II); síndrome de Ehlers – Danlos (defeito na síntese de colágeno tipo II). Primeira figura – camada medida da aorta em síndrome de Marfan; Segunda – normal. - Perda de equilíbrio entre a degradação e síntese do colágenos, sobretudo em situações de inflamação e proteases associadas.Ex.: os macrófagos na placa aterosclerótica aumenta a expressão de metaloprotease da matriz (MMP), visto que essa enzima degrada todos os componentes da MEC. Ou mesmo, ocorre a diminuição da expressão das TIMPs. - Perda ou alteração fenotípica na síntese das células musculares lisas ou síntese da MEC não colagenosa ou não elástica que acabam enfraquecendo a parede vascular. Ex.: aterosclerose, visto que o espessamento da íntima pode causar isquemia da camada média. Ou o HAS que causa um estreitamento luminal dos vasa vasorum da aorta, promovendo uma isquemia externa da média. Por fim, a isquemia por si pode causar isso, visto que leva à formação de cicatrizes e perda de fibras elásticas, síntese inadequada da MEC e produção de proteoglicano amorfos. Aneurisma aórtico As suas duas causas mais importantes são a aterosclerose, causada na porção abdominal dessa artéria, e a hipertensão, acometendo a porção ascendente. Porém, outros fatores também podem ser inclusos nessa patologia, como vasculites, defeitos congênitos, trauma e infecções (aneurismas micóticos). Aneurismas nas coronárias são incomuns. Aneurisma da aorta abdominal (AAA) Tem como principal causa a aterosclerose que se forma frequentemente na Artéria Aorta e nas artérias ilíacas comuns. Porém, o arco aórtico e aorta torácica descendentetambém são acometidos. Se a aterosclerose é proveniente de um outro processo inflamatório, a inflamação causou a degradação do MEC e produção de enzimas proteolíticas. Ou, se for proveniente de uma difusão comprometida, visto que o ateroma ficou localizado entre o lúmen vascular e a parede arterial, a túnica média do vaso sofre degeneração e necrose, ocasionando o enfraquecimento da parede arterial. Ocorre com maior frequência em homens e mulheres fumantes com mais de 50 anos. Maioria dos casos é assintomático, mas os sintomáticos tem como manifestações clínicas: a. Hemorragia maciça pela ruptura na cavidade peritoneal ou nos tecidos retroperitoneais b. Obstrução de um ramo de vasos da aorta, causando lesão isquêmica dos tecidos irrigados c. Embolia por pelo ateroma ou pelo trombo mural d. Contato com estrutura adjacente, por exemplo, compressão de um ureter Morfologia: O aspecto macroscópico do aneurisma, se é fusiforme ou sacular, varia mais nessa porção acometida. Está acima da bifurcação da aorta, abaixo das artérias renais, contendo até 1,5 cm de diâmetro e 25 cm de comprimento. Vale lembrar que o risco de ruptura é proporcional ao tamanho do aneurisma. Aneurisma da aorta torácica Sua etiologia comumentemente está relacionada à hipertensão arterial, mas também relacionada a casos de Síndrome de Marfan e de Loeys-Dietz. Suas manifestações clínicas se apresentam como:; a. Dificuldade respiratória causda por invasão pulmonar e das vias aéreas b. Compressão esofágica, que leva à dificuldade de deglutição c. Compressão dos nervos faríngeos, levando à tosse persistente d. Insuficiência da valva aórtica, devido a sua dilatação, que ocasiona a doença cardíaca e. Hemorragia por ruptura da aorta Em suma, as complicações do aneurisma estão relacionadas à trombos, embolização e ruspturas. Dissecção da aorta Em geral, ocorre quando o sangue entra e separa as camadas da parede do vaso. A mais recorente é a separação da túnica média dos planos laminares da túnica íntima, resultando um canal com sangue dentro da parede aórtica. Esse quadro é comum em pacientes com hipertensão arterial, homens, com idade entre 40-60 anos, ou em adultos mais jovens com alterações sistêmicas ou localizadas do tecido conjuntivo. Também pode ocorrer a partir de de cateterismo. Patogenia Considerando um paciente hipertenso, hipertensão leva a hipertrofia da camada média dos vasa vasorum devido a distúrbios degenerativos tal como perda de células musculares lisas da média ou MEC desorganizada, o que contribui à lesão isquêmica. Independentemente da causa, o estímulo para a laceração da íntima e hemorragia aórtica intramural não é conhecido na maioria dos casos. Porém, com a laceração ocorrida, o fluxo sanguíneo adentra na túnica média, o que estimula a formação e progressão do hematoma, ou seja, o canal de sangue dentro da parede aórtica. Manifestações clínicas Suas complicações são provenientes de rupturas ou obstruções dos vasos ramificados da aorta. A causa mais comum de óbitos é a ruptura da dissecção na cavidade pericárdica, pleural ou peritoneal. Dor lancinante com início súbito, geralmente ocorrendo na parte anterior do tórax, irradiando para o dorso entre as escápulas, descendo a medida que progride a dissecção. Tipos de dissecção: A – envolve a aorta ascendente B - localizados depois da saída de grandes vasos
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