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Livro Eletrônico
Aula 08
Gabaritando Provas de Direito Eleitoral - Com Videoaulas - 2020
Fabiano Pereira
07473743414 - Joselly
 
 
 
 
 2 
 
Sumário 
Apresentação ......................................................................................................................................... 4 
1. DA PROPAGANDA POLÍTICA ................................................................................................................ 5 
1.1. Propaganda institucional ............................................................................................................................ 6 
1.2. Propaganda intrapartidária ........................................................................................................................ 7 
1.3. Propaganda eleitoral ................................................................................................................................... 8 
2. DA PROPAGANDA ELEITORAL EM GERAL ............................................................................................. 9 
2.1. Não caracterização de propaganda eleitoral antecipada ........................................................................ 11 
3. DA PROPAGANDA ELEITORAL EM ESPÉCIE ......................................................................................... 13 
3.1. Propaganda em bens particulares ............................................................................................................ 15 
3.2. Desnecessidade de licença ou autorização ............................................................................................... 16 
3.2.1. Poder de polícia na fiscalização de propaganda eleitoral ................................................................................ 16 
3.3. Material impresso de campanha .............................................................................................................. 17 
3.4. Alto-falantes ou amplificadores de som ................................................................................................... 18 
3.5. Propaganda eleitoral mediante outdoor .................................................................................................. 19 
3.6. Propaganda no dia da eleição ................................................................................................................... 20 
3.7. Propaganda eleitoral na imprensa escrita ................................................................................................ 22 
4. DOS DEBATES .................................................................................................................................... 23 
5. DA PROPAGANDA ELEITORAL NO RÁDIO E TELEVISÃO ....................................................................... 24 
5.1. Peculiaridades sobre a propaganda eleitoral gratuita ............................................................................. 26 
5.2. Horários de divulgação – Propaganda eleitoral em rede (1º turno) ......................................................... 27 
5.2.1. Horários de divulgação – Propaganda eleitoral em rede (2º turno) ................................................................ 30 
5.3. Horários de divulgação – Inserções de trinta e sessenta segundos (1º turno) ......................................... 30 
5.3.1. Horários de divulgação – Inserções de trinta e sessenta segundos (2º turno) ................................................. 31 
5.4. Distribuição do horário eleitoral gratuito ................................................................................................. 32 
5.5. Entrega das mídias com gravações às emissoras ..................................................................................... 32 
5.6. Gravações externas ................................................................................................................................... 33 
5.7. Sanções pelo descumprimento das regras de veiculação de propaganda eleitoral ................................. 34 
6. DA PROPAGANDA NA INTERNET ....................................................................................................... 35 
6.1. Do impulsionamento de conteúdo ............................................................................................................ 36 
6.2. Das sanções ............................................................................................................................................... 38 
7. DO DIREITO DE RESPOSTA ................................................................................................................. 39 
8. REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR ............................................................ 43 
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9. DAS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS .......................................................................... 43 
10. DO SISTEMA ELETRÔNICO DE VOTAÇÃO E TOTALIZAÇÃO ................................................................. 49 
10.1. Da ordem e sequência da votação .......................................................................................................... 50 
10.2. Da segurança das urnas eletrônicas ....................................................................................................... 51 
10.3. Impressão do comprovante de votação .................................................................................................. 51 
10.4. Da votação nas seções eleitorais ............................................................................................................ 52 
11. DAS MESAS RECEPTORAS ................................................................................................................ 52 
12. DA FISCALIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES ..................................................................................................... 53 
12.1. Da carga na urna e conferência dos respectivos programas .................................................................. 54 
12.2. Dos boletins de urna ................................................................................................................................ 55 
13. DAS IMPUGNAÇÕES REALIZADAS PERANTE AS JUNTAS .................................................................... 56 
14. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 57 
15. DA PRIORIDADE DOS FEITOS ELEITORAIS ......................................................................................... 58 
16. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 59 
16.1. Dispensa do trabalho para atuação perante a Justiça Eleitoral ............................................................. 61 
16.2. Compensação fiscal para divulgação de propaganda eleitoral .............................................................. 61 
16.3. Contratação de pessoal para atuação nas campanhas eleitorais .......................................................... 62 
Lista de Questões de Concursos Anteriores ........................................................................................... 64 
Gabarito ............................................................................................................................................... 91 
Questões de Concursos Anteriores Resolvidas e Comentadas ................................................................ 92 
Resumo Direcionado ............................................................................................................................ 140 
 
 
 
Fabiano Pereira
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APRESENTAÇÃO 
Olá! 
 
Na presente aula finalizaremos o estudo da Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições), abordando os 
institutos da propaganda política e condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas 
eleitorais. Ambos os temas são muito cobrados em provas, portanto, torna-se imprescindível que a 
atenção seja redobrada, principalmente para os detalhes legais. 
As bancas não costumam se aprofundar nesses assuntos, limitando-se a exigir o 
conhecimento das informações previstas em lei. Diante disso, procurarei ser o mais objetivo 
possível, detalhando mais a fundo o conteúdo apenas quando for extremamente necessário. 
 
No mais, precisando de qualquer auxílio, lembre-se de que estou à disposição! 
Até a próxima aula! 
 
 
Prof. Fabiano Pereira 
 
Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique à 
vontade para esclarecê-las por meio das minhas redes sociais ou do fórum do aluno: 
 
 https://www.youtube.com/channel/UC1YEcia-RD3icTwWx5ZBjzw 
 
 https://www.instagram.com/professorfp 
 
 
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1. DA PROPAGANDA POLÍTICA 
 A propaganda pode ser estudada como um dos meios de anunciar determinado produto ou 
serviço, demonstrando, em curto período tempo ou de espaço – em jornais, revistas, comerciais de 
televisão ou rádio -, os atributos e qualidades que justificam a respectiva aquisição pelo público alvo. 
 De forma neutra, propaganda é definida como “forma propositada e sistemática de 
persuasão que visa influenciar com fins ideológicos, políticos ou comerciais, as emoções, atitudes, 
opiniões e ações de públicos-alvo através da transmissão controlada de informação parcial (que 
pode ou não ser factual) através de canais diretos e de mídia1." 
 Para entender a abrangência da expressão propaganda política, nada melhor do que partir 
do conceito genérico de propaganda, que, em sentido amplo, tem a finalidade de convencer um 
determinado público-alvo de que um produto ou serviço é o melhor entre os seus concorrentes e, 
portanto, deve ser adquirido. 
 Não restam dúvidas de que situação semelhante acontece quando um cidadão decide 
disputar cargos eletivos, a exemplo dos cargos de vereador, deputado, senador, entre outros. 
 Como são vários os candidatos que disputam uma reduzida quantidade de cargos eletivos, 
torna-se essencial que o cidadão demonstre para os eleitores que é o mais preparado para 
representá-los no Poder Executivo ou Poder Legislativo, divulgando as suas qualidades e 
experiências anteriores. Após analisar as informações divulgadas pelos candidatos, os eleitores 
poderão avaliar quais deles se enquadram no perfil desejado e lhes atribuir o voto de confiança, 
escolhendo-os para representá-los nas decisões políticas e administrativas estatais. 
 Ao responder às questões de prova, tenha sempre em mente que a expressão “propaganda 
política” é um gênero, do qual se extraem 3 (três) espécies: propaganda institucional, propaganda 
intrapartidária e propaganda eleitoral. 
 Todas as espécies são cobradas em provas de concursos públicos, porém, a propaganda 
institucional é mais cobrada em questões de Direito Administrativo, pois o tema é estudado com 
mais profundidade em princípios da Administração Pública. 
 
 
1 Nelson, Richard Alan. A Chronology and Glossary of Propaganda in the United States, 1996. 
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Propaganda#cite_note-1. Acesso em 10/06/2019. 
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A Lei 13.487, publicada no DOU em 06/10/2017, extinguiu a propaganda partidária prevista 
na Lei 9.096/1995, que também era considerada uma espécie de propaganda política. A 
extinção ocorreu porque os representantes dos partidos políticos decidiram utilizar os recursos 
públicos que eram investidos na propaganda partidária para compor o Fundo Especial de 
Financiamento de Campanhas – FEFC, que, como o próprio nome indica, é utilizado para 
financiar as campanhas de candidatos a cargos eletivos. 
A propaganda partidária - que era veiculada gratuitamente no rádio e na televisão -, tinha por 
finalidade difundir os programas partidários; transmitir mensagens aos filiados sobre a 
execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades 
congressuais do partido; divulgar a posição do partido em relação a temas político-
comunitários; promover e difundir a participação política feminina, entre outras. 
 
1.1. PROPAGANDA INSTITUCIONAL 
 A CF/1988, em seu art. 37, § 1º, dispõe que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços 
e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, 
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos”. 
 Ao realizar a divulgação dos atos, programas, obras e serviços executados pela 
Administração Pública, o gestor público não pode se valer da oportunidade para promover o seu 
nome ou imagem perante a sociedade, apresentando-se como se fosse o único responsável pelos 
feitos administrativos. Também não pode ser aproveitar do fato de exercer função pública (o que 
lhe garante respeito e prestígio perante outras autoridades) para pedir votos aos eleitores, 
desequilibrando o pleito eleitoral. 
 Não restam dúvidas de que um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, que 
decida disputar o cargo eletivo de vereador, possuirá muito mais chances de êxito caso utilize o 
cargo público ocupado na autarquia para influenciar os eleitores. Da mesma forma, o Prefeito que 
disputa a reeleição para o cargo sairá na frente caso possa divulgar campanhas publicitárias de sua 
administração nos três meses que antecedem as eleições, pois levará ao conhecimento dos 
eleitores apenas os feitos positivos, ficando muito mais fácil conquistar a simpatia e a imagem de 
bom administrador. 
 É justamente por isso que, em seu art. 73, a Lei 9.504/1997 estabelece que, nos três meses 
que antecedem o pleito, com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham 
concorrência no mercado, é vedado aos agentes públicos autorizar publicidade institucional dos 
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou 
municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e 
urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral. 
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 Perceba que o próprio dispositivo legal prevê exceção: “propaganda de produtos e serviços 
que tenham concorrência no mercado”. Em regra, o Poder Público se utiliza de empresas públicas 
(Caixa Econômica Federal, por exemplo) e sociedades de economia mista (Banco do Brasil e 
Petrobras, por exemplo) para explorar atividades econômicas e comercializar produtos e serviços 
no mercado. Nesse caso, mesmo nos três meses que antecedem as eleições, essas empresas 
governamentais poderão continuar realizando a propaganda de seus produtos e serviços, sob pena 
de redução de vendas e prejuízos aos seus acionistas e ao próprio Poder Público. 
 
Em 2020, o primeiro turno das eleições acontecerá em 04/10/2020. Sendo assim, o Ministério 
da Educação está proibido de veicular propaganda institucional (divulgação dos benefícios e 
vantagens) sobre o Fundo de Financiamento Estudantil – FIES em rádios, emissoras de televisão 
e até mesmono próprio site do órgão, nos três meses anteriores à data do pleito. Por sua vez, 
o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal – mesmo nos três meses que antecedem o pleito 
– podem continuar fazendo propaganda de seus produtos e serviços para os consumidores, pois 
disputam o mercado com várias outras empresas da iniciativa privada (o que não acontece com 
o Ministério da Educação), a exemplo do Bradesco, Banco Itaú e Banco Santander. 
Perceba que o dispositivo legal também menciona outra exceção para a veiculação de 
propaganda institucional: salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim 
reconhecida pela Justiça Eleitoral. Se o Brasil estiver enfrentando uma epidemia nacional de 
sarampo, por exemplo, o Poder Executivo Federal pode requerer autorização ao Tribunal 
Superior Eleitoral para veicular campanha de vacinação, ainda que nos três meses anteriores 
ao pleito eleitoral. 
 
1.2. PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA 
 Os nomes dos cidadãos que serão lançados candidatos pelos partidos políticos são 
escolhidos oficialmente nas convenções partidárias. Todavia, pode ocorrer de dois ou mais 
cidadãos desejarem disputar o cargo eletivo de Prefeito, por exemplo, sendo que apenas um deles 
pode ser escolhido no âmbito da agremiação. Nesse caso, o art. 36, § 1º, da Lei 9.504/1997, assegura 
ao postulante a candidatura a cargo eletivo, na quinzena anterior à escolha pelo partido, de 
propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome, vedado o uso de rádio, televisão e 
outdoor. 
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Suponhamos que Doquinha e Coxinha tenham o interesse em disputar o cargo eletivo de Prefeito, na 
cidade de Fabianópolis/MG, pelo PARTIDO X. Como a agremiação pode lançar apenas um candidato a 
Prefeito no mencionado município, os dois deverão participar de uma disputa interna, demonstrando 
para os demais filiados ao partido político (e que serão os responsáveis pela escolha, na votação que 
ocorrerá na convenção partidária), que são os mais bem preparados para representá-los. 
A propaganda intrapartidária pode ser realizada nos quinze dias anteriores à data da convenção, 
possuindo como destinatários, exclusivamente, os demais filiados ao partido político. Não pode o “pré-
candidato”, sob a alegação de que deseja alcançar apenas os filiados à agremiação, divulgar um 
outdoor com o seu nome pedindo o voto dos filiados ao PARTIDO X. Nesse caso, não restam dúvidas de 
que o outdoor alcançaria também vários cidadãos que não são filiados ao partido político, portanto, 
configurando propaganda eleitoral extemporânea (propaganda eleitoral antecipada). 
Doquinha e Coxinha poderiam enviar e-mails aos filiados à agremiação, postar nos grupos de whatsapp 
de afiliados, realizar ligações telefônicas, entre outras. O que não se admite é que realizem ações que 
atinjam pessoas que não participarão da convenção partidária, sob pena de caracterização de 
propaganda eleitoral antecipada e aplicação de multa no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) a 
R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ou ao equivalente ao custo da propaganda, se este for maior. 
 
No julgamento do AI nº 3815, que ocorreu em 04/02/2014, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu 
que “outdoor fixado em caminhão, em via pública, em frente ao local de convenção partidária, 
de forma ostensiva e com potencial para atingir eleitores ultrapassa os limites da propaganda 
intrapartidária”. 
 
1.3. PROPAGANDA ELEITORAL 
 No julgamento do agravo regimental no recurso especial nº 16.734, que ocorreu em 
20/03/2014, o Tribunal Superior Eleitoral ratificou o entendimento de que “propaganda eleitoral é 
aquela que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que 
apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou razões que induzam a concluir que o 
beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública”. 
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 Em outras palavras, pode-se afirmar que a finalidade da propaganda eleitoral é permitir que 
partidos políticos, candidatos e coligações, por meio de instrumentos publicitários permitidos pela 
legislação eleitoral, levem ao conhecimento dos eleitores a mensagem de que são os mais bem 
preparados para o exercício do cargo eletivo em disputa, merecendo, portanto, o respectivo voto 
de confiança para representá-los. 
 A Lei 9.504/1997, entre os artigos 36 e 58, prevê várias modalidades de propaganda eleitoral 
que podem ser utilizadas durante o período denominado de “campanha eleitoral”. 
 
Não será permitido qualquer tipo de propaganda política paga no rádio e na televisão, sob pena 
de caracterização de propaganda eleitoral irregular e aplicação das respectivas sanções. 
 
2. DA PROPAGANDA ELEITORAL EM GERAL 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 36, dispõe que a propaganda eleitoral somente é permitida 
após o dia 15 de agosto do ano da eleição. Em outras palavras, conclui-se que a propaganda 
eleitoral apenas é admitida a partir do dia 16 de agosto do ano eleitoral. 
 De início, parece que a afirmativa é muito clara, não suscitando qualquer dificuldade de 
interpretação. Todavia, tenha muita atenção para não cair em “pegadinhas” de prova! Afirmar que 
a propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto (dia 16, portanto) é diferente 
de afirmar que a propaganda eleitoral somente é permitida a partir do dia 15 de agosto (dia 15, 
inclusive). 
 Em resumo, se a propaganda eleitoral apenas é permitida a partir do dia 16 de agosto, 
significa que qualquer propaganda eleitoral realizada antes dessa data será realizada 
extemporânea ou antecipada, sujeitando o infrator à aplicação de multa no valor de R$5.000,00 
(cinco mil reais) a R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ou ao equivalente ao custo da propaganda, 
se este for maior. 
 
No julgamento da representação 1.406, que ocorreu em 06/04/2010, o Tribunal Superior 
Eleitoral decidiu que "a configuração de propaganda eleitoral antecipada independe da 
distância temporal entre o ato impugnado e a data das eleições ou das convenções partidárias 
de escolha dos candidatos". 
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==14aec6==
 
 
 
 
 10 
 
 
Suponhamos que, no dia 20/12/2019, Coxinha – que atualmente ocupa o cargo de vereador no 
município de Fabianolândia/MG - tenha divulgado 8 (oito) outdoors pela cidade com os 
seguintes dizeres: “Amigos, sei que este Natal não está como desejam, mas, em 2020, tudo será 
diferente! Conto com o voto de vocês para mudarmos a realidade de nossa cidade no próximo 
ano! Feliz Natal e um próspero ano novo. Do amigo, Coxinha! 😉” 
Ora, não restam dúvidas de que Coxinha realizou propaganda eleitoral antecipada. Perceba 
que foi realizado pedido expresso de voto, independentemente de não mencionar qual cargo 
eletivo pretende disputar em 2020. Provavelmente, ao ser questionamento judicialmente por 
meio de representação por propaganda eleitoral irregular, Coxinha apresentará como “defesa” 
o argumento de que deseja apenas realizar a “autopromoção” de seu nome e não realizar 
propaganda eleitoral irregular. Todavia, se houve pedido expresso de voto e a referência à 
pretensa candidatura, fica caracterizada propaganda eleitoral extemporânea. 
No julgamento do agravo regimento no agravo de instrumento nº 26.055, que ocorreu em 
16/04/2015, o Tribunal Superior Eleitoral ratificou o entendimento de que, para a configuração da 
propaganda eleitoral extemporânea, exige-se “que seja levado ao conhecimento geral, ainda que de 
forma dissimulada, referência à pretensa candidatura, pedido de voto, ações políticas que se pretendedesenvolver ou a ideia de que o beneficiário é o mais apto para o desempenho da função pública eletiva 
[...]”, o que se vislumbra no exemplo em análise. 
 
Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário deverão constar, também, os nomes dos 
candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior 
a 30% (trinta por cento) do nome do titular. 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 40, dispõe que o uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, 
frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa 
pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um 
ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no 
valor de dez mil a vinte mil Ufirs. 
 
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2.1. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA 
 O art. 36-A, da Lei 9.504/1997, dispõe que não configuram propaganda eleitoral 
antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, 
a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter 
cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via Internet: 
I – a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, 
programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na Internet, inclusive com a 
exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de 
televisão o dever de conferir tratamento isonômico; 
 O simples fato de pré-candidato participar de programa de televisão e, durante a entrevista, 
apresentar ou fazer referência aos seus projetos políticos, por exemplo, não configura propaganda 
eleitoral antecipada, desde que não ocorra pedido explícito de votos. 
 
No julgamento da representação nº 134.631, que ocorreu em 05/08/2010, o Tribunal Superior 
Eleitoral firmou entendimento de que “entrevista de natureza jornalística com político de realce 
no estado não caracteriza propaganda eleitoral antecipada, ainda que nela existam 
referências aos planos para a eleição presidencial; a regra deste inciso se aplica especialmente 
quando a mesma emissora realiza programas semelhantes com diversos políticos, 
demonstrando tratamento isonômico”. Por sua vez, no julgamento do recurso especial nº 
251.287, que ocorreu em 31/05/2011, o Tribunal Superior Eleitora decidiu que “entrevista 
concedida em programa de televisão com promoção pessoal e enaltecimento de realizações 
pessoais em detrimento dos possíveis adversários no pleito e com expresso pedido de votos 
caracteriza propaganda eleitoral antecipada”. 
II – a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a 
expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, 
discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às 
eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação 
intrapartidária; 
 Antes da realização das convenções partidárias é comum que os partidos políticos realizem 
encontros, seminários ou congressos para debater o processo eleitoral vindouro, analisando as 
diversas perspectivas sobre a escolha de candidatos e formalização de coligações. Esses eventos 
não podem ser classificados como propaganda eleitoral antecipada, principalmente porque são 
realizados em ambientes fechados e com despesas pagas pela própria agremiação. 
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No julgamento da representação nº 259.954, que ocorreu em 16/11/2010, o Tribunal Superior 
Eleitoral firmou entendimento de que “discurso realizado em encontro partidário, em ambiente 
fechado, no qual filiado manifesta apoio à candidatura de outro não caracteriza propaganda 
eleitoral antecipada; a sua posterior divulgação pela Internet, contudo, extrapola os limites da 
exceção prevista neste inciso, respondendo pela divulgação do discurso proferido no âmbito 
intrapartidário o provedor de conteúdo da página da Internet”. 
III – a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material 
informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a 
realização de debates entre os pré-candidatos; 
 As prévias partidárias são reuniões e/ou encontros realizados pelos partidos políticos - antes 
das convenções -, com a finalidade de antecipar o debate sobre a escolha dos futuros candidatos 
que serão lançados pelas agremiações. Ao responder às questões de prova, lembre-se de que as 
prévias partidárias não substituem as convenções partidárias, que devem obrigatoriamente 
ocorrer entre os dias 20 de julho e 05 de agosto, com o propósito de formalizar oficialmente a 
escolha de candidatos e a realização (ou não) de coligações. 
 Deve ficar claro que o art. 23-A, § 1º, dispõe que é vedada a transmissão ao vivo por 
emissoras de rádio e de televisão das prévias partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de 
comunicação social. 
IV – a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se faça 
pedido de votos; 
Não pode ser considerada propaganda eleitoral antecipada, por exemplo, boletim periódico 
divulgado por Deputado Federal e que divulgue as ações parlamentares desenvolvidas durante o 
seu mandato. A propósito, é bastante comum que em anos anteriores ao pleito eleitoral os 
ocupantes de cargos no Poder Legislativos criem boletins (uma espécie de mini jornal) com essa 
finalidade, distribuindo-os tanto no meio físico (em residências) quanto no meio virtual, 
observando-se a proibição de que ocorra pedido de votos. 
V – a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes 
sociais; 
 A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, IV, dispõe que “é livre a manifestação do 
pensamento, sendo vedado o anonimato”. Sendo assim, todos podem divulgar e manifestar o 
posicionamento pessoal sobre questões políticas que estão em debate no cenário nacional ou local, 
inclusive no Facebook, Twiter, Instagram, entre outras redes sociais. O que não se admite, segundo 
a Constituição Federal, é o anonimato. 
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VI – a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade 
civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, 
para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias; 
 O simples fato de partido político custear reunião ou evento realizado por iniciativa da 
sociedade civil, para a divulgação de ideias, objetivos e propostas partidárias, não configura 
propaganda eleitoral antecipada. O que não se admite é que durante esses eventos as agremiações 
realizem pedido explícito de votos. 
VII – campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade prevista no inciso IV 
do § 4º do art. 23 desta lei. 
 Desde o dia 15 de maio do ano eleitoral é facultada aos pré-candidatos a arrecadação prévia 
de recursos na modalidade de crowndfunding (vaquinha virtual). Todavia, a liberação de recursos 
por parte das entidades arrecadadoras fica condicionada ao registro da candidatura, e a realização 
de despesas de campanha deverá observar o calendário eleitoral. Esse tipo de ação não caracteriza 
propaganda eleitoral antecipada. 
 
Será considerada propaganda eleitoral antecipada a convocação, por parte do presidente da 
República, dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo 
Tribunal Federal, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propagandapolítica ou ataques a partidos políticos e seus filiados ou instituições. Ademais, nos casos 
permitidos de convocação das redes de radiodifusão, é vedada a utilização de símbolos ou 
imagens, exceto aqueles previstos no § 1º do art. 13 da Constituição Federal. 
 
3. DA PROPAGANDA ELEITORAL EM ESPÉCIE 
 O art. 37 da Lei 9.504/1997 afirma que nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão 
do poder público (um Parque de Exposição de propriedade do município, por exemplo), ou que a ele 
pertençam, e nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de 
tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada 
a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição 
de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados. 
 
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 É importante esclarecer que os bens privados abertos ao público estão compreendidos entre 
os bens de uso comum, portanto, não se admite a realização de propaganda eleitoral em 
supermercados, estádios de futebol, igrejas, bares, cinemas, restaurantes e demais 
estabelecimentos comerciais em geral. 
 Além das vedações contidas no caput do art. 37, pode-se afirmar também que são 
consideradas propagandas eleitorais irregulares, segundo o entendimento do Tribunal Superior 
Eleitoral: 
▪ O derramamento de santinhos nas vias públicas próximas aos locais de votação na 
madrugada do dia da eleição” (Ac.-TSE, de 15.10.2015, no REspe nº 379823); 
▪ A divulgação de propaganda eleitoral em estabelecimentos prisionais e em unidades de 
internação de adolescentes (Ac.-TSE, de 12.8.2010, no PA nº 107267); 
▪ A distribuição de panfletos com propaganda eleitoral em escola pública (Ac.-TSE, de 
14.8.2007, no REspe nº 25682); 
▪ A divulgação de propaganda eleitoral em veículos automotores prestadores de serviços 
públicos, tais como ônibus de transporte coletivo urbano e táxi, nos termos da Resolução TSE 
nº 22303/2006; 
▪ A distribuição de propaganda eleitoral em templos religiosos (Ac.-TSE, de 17.11.2016, no 
AgR-AI nº 781963). 
 
A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no art. 37 da Lei 9.504/1997 sujeita 
o responsável, após a notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida 
no prazo, a multa no valor de R$2.000,00 (dois mil reais) a R$8.000,00 (oito mil reais). 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 39, § 6º, afirma que é vedada na campanha eleitoral a 
confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, 
chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que 
possam proporcionar vantagem ao eleitor. 
 
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3.1. PROPAGANDA EM BENS PARTICULARES 
 Em regra, não é permitida a veiculação de material de propaganda eleitoral em bens 
públicos ou particulares, exceto de: 
I – a colocação de mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo 
de vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de 
pessoas e veículos; 
 A mobilidade ocorrerá se as mesas e bandeiras utilizadas para a realização de propaganda 
eleitoral permanecerem apenas entre 6h e 22h. Caso as mesas e bandeiras sejam localizadas ao 
longo das vias públicas após esse período, caracterizar-se-á propaganda eleitoral irregular. 
II – adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e janelas 
residenciais, desde que não exceda a 0,5m2 (meio metro quadrado). 
 
A veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares deve ser espontânea e gratuita, 
sendo vedado qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para esta finalidade. 
 O art. 37, § 3º, da Lei 9.504/1997, dispõe que nas dependências do Poder Legislativo, a 
veiculação de propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora. Em regra, o que se percebe é 
que a propaganda eleitoral geralmente é liberada nos gabinetes dos parlamentares, mas não nas 
áreas comuns da instituição. 
 
Nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas e tapumes 
divisórios, não é permitida a colocação de propaganda eleitoral de qualquer natureza, mesmo 
que não lhes cause dano. 
 
 
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3.2. DESNECESSIDADE DE LICENÇA OU AUTORIZAÇÃO 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 38, afirma que independe da obtenção de licença municipal e 
de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral pela distribuição de 
folhetos, adesivos, volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a responsabilidade 
do partido, coligação ou candidato. 
 Ademais, a realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto 
aberto ou fechado, também não depende de licença da polícia. O que exige, para assegurar a 
preservação da segurança pública, é que o candidato, partido ou coligação promotora do ato faça a 
devida comunicação (não se trata de pedido de autorização) à autoridade policial em, no mínimo, 
vinte e quatro horas antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a prioridade 
do aviso, o direito contra quem tencione usar o local no mesmo dia e horário. 
 
Se Doquinha comunicar à Polícia Militar que irá realizar um comício na Praça da Árvore, no dia 
20/09/2020, às 20h, por exemplo, outros candidatos ficaram impedidos de agendar eventos 
para o mesmo lugar, no mesmo horário. A comunicação prévia é exigida para que a autoridade 
policial tome as providências necessárias à garantia da realização do ato e ao funcionamento 
do tráfego e dos serviços públicos que o evento possa afetar. 
Ao responder às questões de prova, lembre-se de que a propaganda exercida nos termos da 
legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada sob alegação do exercício do 
poder de polícia ou de violação de postura municipal. 
 
3.2.1. Poder de polícia na fiscalização de propaganda eleitoral 
 O poder de polícia, conforme preceitua a doutrina majoritária, abrange atividades do Poder 
Legislativo e do Poder Executivo, cabendo ao primeiro a edição de normas gerais e abstratas, e, 
ao segundo, as ações repressivas e preventivas de aplicação de tais limitações. 
 Apesar de muitos autores não fazerem referência expressa à possibilidade de exercício do 
poder de polícia pelo Poder Judiciário, destaca-se que essa hipótese é prevista legalmente (com 
suas respectivas peculiaridades), a exemplo do que ocorre no âmbito da Justiça Eleitoral. 
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 O art. 41, § 1º, da Lei 9.504/1997, por exemplo, dispõe que “o poder de polícia sobre a 
propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais 
Regionais Eleitorais”. 
 O poder de polícia encontra fundamento na supremacia do interesse público sobre o 
interesse privado, permitindo à Justiça Eleitoral adotar providências concretas (recolhimento de 
propaganda eleitoral irregular, por exemplo), independentemente de instauração de processo 
judicial. Nesse caso, a apreensão e recolhimento da propaganda eleitoral ocorrem no âmbito 
administrativo. 
 De qualquer forma, o poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir 
práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, 
no rádio ou na Internet. 
 
A súmula nº 18 do TribunalSuperior Eleitoral dispõe que “conquanto investido de poder de 
polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a 
finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei nº 
9.504/1997”. 
Em outras palavras, caso o Juiz Eleitoral determine a apreensão e o recolhimento de 
propaganda eleitoral irregula com fundamento no poder de polícia administrativa (de ofício), 
deverá posteriormente encaminhar cópia dos autos para o Ministério Público Eleitoral a fim de 
que, caso se convença da prática de conduta violadora da legislação, apresente a respectiva 
representação judicial por propaganda eleitoral irregular, requerendo a aplicação de multa. 
 
3.3. MATERIAL IMPRESSO DE CAMPANHA 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 38, § 1º, afirma que todo material impresso de campanha 
eleitoral deverá conter o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção (da 
gráfica, por exemplo), bem como de quem a contratou (do candidato, por exemplo), e a respectiva 
tiragem. 
 Essas informações são muito importantes para que a Justiça Eleitoral possa realizar o 
controle de gastos dos candidatos, comparando o conteúdo do material impresso distribuído para 
os eleitores com aqueles que foram fornecidos nas respectivas prestações de contas de campanha. 
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 A propósito, quando o material impresso veicular propaganda conjunta de diversos 
candidatos, os gastos relativos a cada um deles deverão constar na respectiva prestação de contas, 
ou apenas naquela relativa ao que houver arcado com os custos. 
 Ao responder às questões de prova, lembre-se de que é proibido colar propaganda eleitoral 
em veículos, exceto adesivos microperfurados até a extensão total do para-brisa traseiro e, em 
outras posições, adesivos até a dimensão máxima de 50 (cinquenta) centímetros por 40 (quarenta) 
centímetros. Em suma, é possível que o veículo tenha dois adesivos: o primeiro, cobrindo a extensão 
total do para-brisa traseiro (ainda que superior a 40cm X 50cm); e, o segundo, inserido em qualquer 
outra parte do veículo (máximo de 40 cm X 50 cm). 
 
3.4. ALTO-FALANTES OU AMPLIFICADORES DE SOM 
 A Resolução TSE nº 23.551/17, em seu art. 11, § 3º, dispõe que é permitida a circulação de 
carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde que observado o limite de 
80dB (oitenta decibéis) de nível de pressão sonora, medido a 7m (sete metros) de distância do 
veículo, e respeitadas as vedações previstas na legislação, apenas em carreatas, caminhadas e 
passeatas ou durante reuniões e comícios. 
 
Os carros de som e minitrios não foram proibidos pela legislação eleitoral, apenas tiveram a 
utilização limitada pela legislação eleitoral. Desde as eleições de 2018 somente podem ser 
utilizados em carreatas, caminhadas, passeatas ou durante reuniões e comícios. Por sua vez, 
os trios elétricos apenas podem ser utilizados para a sonorização de comícios. 
Para efeitos da Lei 9.504/1997, considera-se: 
I – carro de som: veículo automotor que usa equipamento de som com potência nominal de 
amplificação de, no máximo, 10.000 (dez mil) watts; 
II – minitrio: veículo automotor que usa equipamento de som com potência nominal de 
amplificação maior que 10.000 (dez mil) watts e até 20.000 (vinte mil) watts; 
III – trio elétrico: veículo automotor que usa equipamento de som com potência nominal de 
amplificação maior que 20.000 (vinte mil) watts. 
 Em termos gerais, considera-se carro de som qualquer veículo, motorizado ou não, ou ainda 
tracionado por animais (inclusive o “jegue elétrico”) que transite divulgando jingles ou mensagens 
de candidatos. 
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 O art. 39, § 3º, da Lei 9.504/97, afirma que o funcionamento de alto-falantes ou 
amplificadores de som somente é permitido entre as oito e as vinte e duas horas, sendo vedados a 
instalação e o uso daqueles equipamentos em distância inferior a duzentos metros: 
I – das sedes dos poderes Executivo e Legislativo da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios, das sedes dos tribunais judiciais, e dos quartéis e outros 
estabelecimentos militares; 
II – dos hospitais e casas de saúde; 
III – das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento. 
 Por sua vez, o § 4º dispõe que a realização de comícios e a utilização de aparelhagens de 
sonorização fixas são permitidas no horário compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) 
horas, com exceção do comício de encerramento da campanha, que poderá ser prorrogado por 
mais 2 (duas) horas, isto é, se estender até às 2h da manhã. 
 
É proibida a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos, 
bem como a apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício 
e reunião eleitoral. A Resolução TSE nº 22274/2006 dispõe que não é permitida, em eventos 
fechados em propriedade privada, a presença de artistas ou de animadores nem a utilização de 
camisas e outros materiais que possam proporcionar alguma vantagem ao eleitor. 
 
3.5. PROPAGANDA ELEITORAL MEDIANTE OUTDOOR 
 O texto original da Lei 9.504/1997, em seu art. 42, permitia a propaganda por meio de 
outdoors após a realização de sorteio pela Justiça Eleitoral, com o respectivo pagamento às 
empresas responsáveis pela veiculação. Todavia, essa possibilidade foi revogada pela Lei 
11.300/2006. 
 Atualmente não se permite qualquer tipo de propaganda eleitoral por meio de outdoor, 
nem mesmo propagandas que se equiparem ou produzam efeitos de outdoor. No julgamento do 
agravo de instrumento nº 768.451, por exemplo, que ocorreu em 25/08/2016, o Tribunal Superior 
Eleitoral ratificou o entendimento de que “para configuração de outdoor, basta que o engenho ou 
o artefato, dadas suas características e/ou impacto visual, a ele se equipare”. 
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A Lei 9.504/97, em seu art. 39, 8º, afirma que é vedada a propaganda eleitoral mediante 
outdoors, inclusive eletrônicos, sujeitando-se a empresa responsável, os partidos, as coligações 
e os candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor 
de R$5.000,00 (cinco mil reais) a R$15.000,00 (quinze mil reais). 
3.6. PROPAGANDA NO DIA DA ELEIÇÃO 
 O art. 39-A da Lei 9.504/1997 afirma que é permitida, no dia das eleições, a manifestação 
individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, 
revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos. 
 Em outras palavras, o eleitor pode se deslocar sozinho até o local de votação, vestindo uma 
camisa de seu candidato (que ele mesmo mandou confeccionar, por exemplo), com adesivos e 
broches afixados - ainda que esteja carregando uma bandeira -, sem que essa conduta tipifique 
crime eleitoral (boca de urna). O que não se admite é que esse mesmo eleitor se desloque com 
outras pessoas, simultaneamente, com vestimentas, bandeiras e outros utensílios de manifestação 
de sua preferência, pois, nesse caso, o caráter individual deixa de existir. 
 É por isso que a lei dispõe ser vedada, no dia do pleito, até o término do horário de votação, 
a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado, bem como os instrumentos de 
propaganda, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem utilização de veículos. 
 A propósito, no recinto das seções eleitorais e juntas apuradoras, é proibidoaos servidores 
da Justiça Eleitoral, aos mesários e aos escrutinadores o uso de vestuário ou objeto que contenha 
qualquer propaganda de partido político, de coligação ou de candidato. Aos fiscais partidários, nos 
trabalhos de votação, só é permitido que, em seus crachás, constem o nome e a sigla do partido 
político ou coligação a que sirvam, vedada a padronização do vestuário (não é possível que todos 
se vistam de vermelho ou de azul, por exemplo). 
 
Até as vinte e duas horas do dia que antecede a eleição, serão permitidos distribuição de 
material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade 
divulgando jingles ou mensagens de candidatos. 
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 A Lei 9.504/1997, em seu art. 39, § 5º, afirma que constituem crimes, no dia da eleição, 
puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à 
comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil Ufirs: 
I – o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata; 
 No dia da eleição, não se admite qualquer tipo de veiculação de aparelhagem de som, nem 
mesmo em comícios ou carreatas, que também estão proibidos. 
 
II – a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna; 
 José Jairo Gomes afirma que “arregimentar significa reunir, ajuntar. No presente contexto, 
expressa a aproximação que se faz ao eleitor com vistas a conquistar-lhe o voto. Trata-se, portanto, 
de uma tentativa de obtenção de apoio eleitoral pouco antes de o cidadão ingressar na seção 
eleitoral pouco antes de o cidadão ingressar na seção eleitoral para votar. 
 Por sua vez, a expressão boca de urna remete às imediações da seção eleitoral em que ocorre 
a votação. Portanto, a propaganda de boca de urna é a realizada nas proximidades desse local. Não 
é estabelecida uma distância exata, numérica; mas o emprego de expressão vaga ou indeterminada 
tem a vantagem de permitir que a regra legal seja ajustada à realidade das circunstâncias do lugar 
em que a seção eleitoral é instalada. 
 Na boca de urna, a propaganda ocorre de forma pessoal, direta, por exemplo: mediante 
ostentação de bandeiras e estandartes, distribuição de santinhos e panfletos aos eleitores que se 
apresentam para votar”2. 
III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus 
candidatos. 
 Nenhuma espécie de propaganda eleitoral é admitida no dia da eleição, seja por meio de 
material impresso, aparelhagem de som ou pedido de voto expresso ou implícito a eleitores. A 
propósito, destaca-se que o Tribunal Superior Eleitoral, no julgamento do recurso especial nº 
1.011, que ocorreu em 04/12/2018, decidiu que o envio de mensagens por SMS, no dia das eleições, 
é alcançado por este tipo penal. 
IV – a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nas aplicações 
de Internet de que trata o art. 57-B desta lei, podendo ser mantidos em funcionamento 
as aplicações e os conteúdos publicados anteriormente. 
 
2 GOMES, José Jairo. Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral. São Paulo: Atlas, 2016, 2ª ed. p. 238. 
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 No dia da eleição, fica vedada a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de 
novos conteúdos pela internet (Facebook, por exemplo). A propósito, o impulsionamento de 
conteúdo ocorre quando o candidato e/ou partido político contrata o Facebook, Google ou outra 
rede social qualquer para mostrar o seu “post” para o maior número possível de pessoas, pagando 
para isso o respectivo valor cobrado pelas empresas. 
 
3.7. PROPAGANDA ELEITORAL NA IMPRENSA ESCRITA 
 A Lei 9.504/97, em seu art. 43, dispõe que são permitidas, até a antevéspera das eleições 
(sexta-feira anterior ao pleito), a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na Internet 
do jornal impresso, de até 10 (dez) anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas 
diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal 
padrão e de 1/4 (um quarto) de página de revista ou tabloide. 
 Levando-se em consideração que o dispositivo é bastante cobrado em provas de concursos 
públicos, penso que é interessante relacionar as informações de forma concatenada: 
 1ª – A propaganda eleitoral na imprensa escrita (Jornal “Estado de Minas”, “Folha de São 
Paulo” etc.) pode ser realizada até a antevéspera das eleições (sexta-feira); 
 2ª – É possível que a página do jornal impresso no qual conste a propaganda eleitoral seja 
reproduzida na internet (no site do jornal, por exemplo). O que não se admite é que o candidato 
realize propaganda eleitoral diretamente no site de propriedade ou mantido por pessoa jurídica; 
 3ª – A quantidade de anúncios está legalmente limitada em 10 (dez); 
 4ª – O tamanho máximo da propaganda eleitoral será de, no máximo, 1/8 (um oitavo) de 
página de jornal padrão (Jornal “Folha de São Paulo”, por exemplo) e de 1/4 (um quarto) de página 
de revista ou tabloide (no formato da Revista Veja, por exemplo). 
 Em cada anúncio divulgado deverá constar, de forma visível, o valor pago pela inserção. 
Ademais, a inobservância dessa imposição sujeita os responsáveis pelos veículos de divulgação e os 
partidos, coligações ou candidatos beneficiados a multa no valor de R$1.000,00 (mil reais) a 
R$10.000,00 (dez mil reais) ou equivalente ao da divulgação da propaganda paga, se este for maior. 
 
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4. DOS DEBATES 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 46, afirma que independentemente da veiculação de 
propaganda eleitoral gratuita no horário definido em lei, é facultada a transmissão por emissora de 
rádio ou televisão de debates sobre as eleições majoritária ou proporcional, assegurada a 
participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional, de, no 
mínimo, cinco parlamentares, e facultada a dos demais, observado o seguinte: 
I – nas eleições majoritárias, a apresentação dos debates poderá ser feita: 
a) em conjunto, estando presentes todos os candidatos a um mesmo cargo eletivo; 
b) em grupos, estando presentes, no mínimo, três candidatos; 
II – nas eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo que 
assegurem a presença de número equivalente de candidatos de todos os partidos e 
coligações a um mesmo cargo eletivo, podendo desdobrar-se em mais de um dia; 
 
É vedada a presença de um mesmo candidato a eleição proporcional em mais de um debate 
da mesma emissora. 
III – os debates deverão ser parte de programação previamente estabelecida e divulgada 
pela emissora, fazendo-se mediante sorteio a escolha do dia e da ordem de fala de cada 
candidato, salvo se celebrado acordo em outro sentido entre os partidos e coligações 
interessados. 
 
Será admitida a realização de debate sem a presença de candidato de algum partido, desde 
que o veículo de comunicação responsável comprove havê-lo convidado com a antecedência 
mínima de setenta e duas horas da realização do debate. Essa mesma regra se aplica também 
quando apenas dois candidatos disputam a eleição, salvo se a marcação do debate é feita 
unilateralmente ou com o propósito de favorecer um deles. 
 Nos termos do art. 46, § 4º, da Lei 9.504/1997, o debate será realizado segundo as regras 
estabelecidas em acordo celebrado entre os partidos políticos e a pessoa jurídica interessada na 
realização do evento, dando-se ciência à Justiça Eleitoral. 
 
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 Para os debates que se realizarem no primeiro turno das eleições, serão consideradas 
aprovadas as regras, inclusive as que definam o número de participantes, que obtiverem a 
concordância de pelo menos 2/3 (dois terços) dos candidatos aptos, no caso de eleição majoritária, 
e de pelo menos 2/3 (dois terços) dos partidos ou coligações com candidatos aptos, no caso de 
eleição proporcional. 
 
São considerados aptos os candidatos filiados a partido político com representação no 
Congresso Nacional, de, no mínimo, cinco parlamentares e que tenham requerido o registro de 
candidatura na Justiça Eleitoral 
5. DA PROPAGANDA ELEITORAL NO RÁDIO E TELEVISÃO 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 44, dispõe que a propaganda eleitoral no rádio e na televisão 
restringe-se ao horário gratuito definido em seu texto, vedada a veiculação de propaganda paga, 
sendo obrigatória a utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou o recurso de legenda, que 
deverão constar necessariamente do material entregue às emissoras. 
 No horário reservado para a propaganda eleitoral, não se permitirá utilização comercial ou 
propaganda realizada com a intenção, ainda que disfarçada ou subliminar, de promover marca ou 
produto. 
 O art. 45 da Lei 9.504/97 prevê que, encerrado o prazo para a realização das convenções no 
ano das eleições (05 de agosto), é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação 
normal e em seu noticiário (sob pena de pagamento de multa no valor de vinte mil a cem mil Ufirs, 
duplicada em caso de reincidência): 
I – transmitir, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, imagens de realização de pesquisa 
ou qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível identificar o 
entrevistado ou em que haja manipulação de dados; 
II – usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, 
degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com 
esse efeito; 
 
 
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Entende-se por trucagem todo e qualquer efeito realizado em áudio ou vídeo que degradar ou 
ridicularizar candidato, partido político ou coligação, ou que desvirtuar a realidade e beneficiar 
ou prejudicar qualquer candidato, partido político ou coligação. Por sua vez, entende-se por 
montagem toda e qualquer junção de registros de áudio ou vídeo que degradar ou ridicularizar 
candidato, partido político ou coligação, ou que desvirtuar a realidade e beneficiar ou 
prejudicar qualquer candidato, partido político ou coligação. 
III – veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, 
partido, coligação, a seus órgãos ou representantes; 
 
No julgamento do AgR-REspe nº 121.028, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que não 
constitui ofensa a este inciso o enaltecimento de candidatos em entrevista proferida em 
programa de rádio, assim como transmissão ao vivo de missa na qual o sacerdote veicule ideias 
contrárias a certo partido ( Ac.-TSE, de 21.2.2013, na Rp nº 412556). Ademais, é importante 
esclarecer que os incisos II e III tiveram a eficácia suspensa, pelo Supremo Tribunal Federal, 
em 21/06/2018, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4451-DF. Para fins 
de concursos públicos, os dois incisos não são mais aplicáveis! 
IV – dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação; 
 
No julgamento da representação nº 103.246, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que este 
dispositivo não garante espaço idêntico na mídia a todos os candidatos, mas tratamento 
proporcional à participação de cada um no cenário político. 
V – veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com 
alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente, exceto 
programas jornalísticos ou debates políticos; 
VI – divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em convenção, ainda 
quando preexistente, inclusive se coincidente com o nome do candidato ou com a 
variação nominal por ele adotada. Sendo o nome do programa o mesmo que o do 
candidato, fica proibida a sua divulgação, sob pena de cancelamento do respectivo 
registro. 
 
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A partir de 30 de junho do ano da eleição, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa 
apresentado ou comentado por pré-candidato, sob pena, no caso de sua escolha na convenção 
partidária, de imposição da multa no valor de vinte mil a cem mil Ufirs, duplicada em caso de 
reincidência, além de cancelamento do registro da candidatura do beneficiário. 
A propósito, destaca-se que no julgamento do recurso especial nº 27.743, que ocorreu em 03/06/2008, 
o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que a transmissão de programa apresentado ou comentado por 
pré-candidato não enseja a aplicação de multa ao jornalista, pois a vedação legal recai apenas sobre 
as emissoras de rádio e televisão. 
. 
5.1. PECULIARIDADES SOBRE A PROPAGANDA ELEITORAL GRATUITA 
 A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, IX, dispõe que “é livre a expressão da 
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou 
licença”. Sendo assim, não serão admitidos cortes instantâneos ou qualquer tipo de censura prévia 
nos programas eleitorais gratuitos. 
 É de responsabilidade dos partidos políticos e/ou candidatos o conteúdo que será 
transmitido no horário eleitoral gratuito no rádio e televisão. Diante disso, caso se constate que o 
conteúdo violou a legislação vigente, causando danos a terceiros, ensejar-se-á o direito de 
resposta, previsto no art. 58 da Lei 9.504/1997, além da possibilidade de responsabilização do 
infrator na esfera cível e penal, caso cabível. 
 
A Lei 9.504/1997, em seu art. 53, afirma que é vedada a veiculação de propaganda ou inserções que 
possam degradar ou ridicularizar candidatos, sujeitando-se o partido ou coligação infratores à perda 
do direito à veiculação de propaganda no horário eleitoral gratuito do dia seguinte. 
Perceba que a legislação utiliza a expressão “degradar” e não “desagradar”. Em regra, as propagandas 
eleitorais de candidatos concorrentes desagradam os demais que estão na disputa, porém, isso faz 
parte do processo eleitoral não ensejando qualquer tipo de responsabilização, desde que observados 
os demais limites legais. 
 O art. 53-A da Lei 9.504/1997 afirma que é vedado aos partidos políticos e às coligações 
incluir no horário destinado aos candidatos às eleições proporcionais propaganda das candidaturas 
a eleições majoritárias ou vice-versa, ressalvada a utilização, durante a exibição do programa, de 
legendas com referência aos candidatos majoritários ou, ao fundo, de cartazes ou fotografias 
desses candidatos, ficando autorizada a menção ao nome e ao número de qualquer candidato do 
partido ou da coligação. 
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 Por sua vez, é facultada a inserção de depoimento de candidatos a eleições proporcionais no 
horário da propaganda das candidaturas majoritárias e vice-versa, registrados sob o mesmo partido 
ou coligação, desde que o depoimento consista exclusivamente em pedido de voto ao candidato 
que cedeu o tempo. 
 
O partido político ou a coligação que não observar essas regras perderá, em seu horário de 
propaganda gratuita, tempo equivalente no horário reservado à propaganda da eleição 
disputada pelo candidato beneficiado.5.2. HORÁRIOS DE DIVULGAÇÃO – PROPAGANDA ELEITORAL EM REDE (1º TURNO) 
 Nos termos do art. 47 da Lei 9.504/1997, as emissoras de rádio e de televisão e os canais de 
televisão por assinatura reservarão, nos trinta e cinco dias anteriores à antevéspera das eleições 
(a transmissão finaliza na quinta-feira anterior à eleição), horário destinado à divulgação, em 
rede, da propaganda eleitoral gratuita. 
 Deve ficar claro que a propaganda eleitoral gratuita a que faz referência o art. 47 é a 
propaganda em rede, com períodos mais longos e que variam em razão do candidato e/ou partido 
político. 
 A propaganda será feita: 
I – na eleição para presidente da República, às terças e quintas-feiras e aos sábados: 
 a) das sete horas às sete horas e doze minutos e trinta segundos e das doze horas às doze horas 
e doze minutos e trinta segundos, no rádio; 
 b) das treze horas às treze horas e doze minutos e trinta segundos e das vinte horas e trinta 
minutos às vinte horas e quarenta e dois minutos e trinta segundos, na televisão; 
 II – nas eleições para deputado federal, às terças e quintas-feiras e aos sábados: 
 a) das sete horas e doze minutos e trinta segundos às sete horas e vinte e cinco minutos e das 
doze horas e doze minutos e trinta segundos às doze horas e vinte e cinco minutos, no rádio; 
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 b) das treze horas e doze minutos e trinta segundos às treze horas e vinte e cinco minutos e das 
vinte horas e quarenta e dois minutos e trinta segundos às vinte horas e cinquenta e cinco minutos, na 
televisão; 
 III – nas eleições para senador, às segundas, quartas e sextas-feiras: 
 a) das sete horas às sete horas e cinco minutos e das doze horas às doze horas e cinco minutos, 
no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por um terço; 
 b) das treze horas às treze horas e cinco minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas 
e trinta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por um 
terço; 
 c) das sete horas às sete horas e sete minutos e das doze horas às doze horas e sete minutos, no 
rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por dois terços; 
 d) das treze horas às treze horas e sete minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas 
e trinta e sete minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por dois 
terços; 
 IV – nas eleições para deputado estadual e deputado distrital, às segundas, quartas e 
sextas-feiras: 
 a) das sete horas e cinco minutos às sete horas e quinze minutos e das doze horas e cinco minutos 
às doze horas e quinze minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por 
um terço; 
 b) das treze horas e cinco minutos às treze horas e quinze minutos e das vinte horas e trinta e 
cinco minutos às vinte horas e quarenta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do 
Senado Federal se der por um terço; 
 c) das sete horas e sete minutos às sete horas e dezesseis minutos e das doze horas e sete 
minutos às doze horas e dezesseis minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal 
se der por dois terços; 
 d) das treze horas e sete minutos às treze horas e dezesseis minutos e das vinte horas e trinta e 
sete minutos às vinte horas e quarenta e seis minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do 
Senado Federal se der por dois terços; 
 V – na eleição para governador de estado e do Distrito Federal, às segundas, quartas e 
sextas-feiras: 
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 a) das sete horas e quinze minutos às sete horas e vinte e cinco minutos e das doze horas e quinze 
minutos às doze horas e vinte e cinco minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado 
Federal se der por um terço; 
 b) das treze horas e quinze minutos às treze horas e vinte e cinco minutos e das vinte horas e 
quarenta e cinco minutos às vinte horas e cinquenta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a 
renovação do Senado Federal se der por um terço; 
 c) das sete horas e dezesseis minutos às sete horas e vinte e cinco minutos e das doze horas e 
dezesseis minutos às doze horas e vinte e cinco minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do 
Senado Federal se der por dois terços; 
 d) das treze horas e dezesseis minutos às treze horas e vinte e cinco minutos e das vinte horas e 
quarenta e seis minutos às vinte horas e cinquenta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a 
renovação do Senado Federal se der por dois terços; 
 VI – nas eleições para prefeito, de segunda a sábado: 
 a) das sete horas às sete horas e dez minutos e das doze horas às doze horas e dez minutos, no 
rádio; 
 b) das treze horas às treze horas e dez minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas 
e quarenta minutos, na televisão; 
VII – ainda nas eleições para prefeito, e também nas de vereador, mediante inserções de 
trinta e sessenta segundos, no rádio e na televisão, totalizando setenta minutos diários, 
de segunda-feira a domingo, distribuídas ao longo da programação veiculada entre as 
cinco e as vinte e quatro horas, na proporção de 60% (sessenta por cento) para prefeito 
e 40% (quarenta por cento) para vereador. 
 
Somente serão exibidas as inserções de televisão a que se refere o inciso VII nos municípios em que 
houver estação geradora de serviços de radiodifusão de sons e imagens. Deve ficar claro que as 
emissoras de televisão geralmente cobrem uma determinada região, portanto, nem toda cidade possui 
estação geradora de serviços de radiodifusão de sons e imagens. 
Na cidade de Montes Claros/MG, por exemplo, existe uma afiliada da Rede Globo de televisão: a 
InterTv. Essa emissora possui sede na cidade de Montes Claros/MG e a sua programação é 
retransmitida para mais de 150 municípios no Estado de Minas Gerais. Como a sede fica na cidade de 
Montes Claros/MG, nas eleições municipais são divulgadas inserções de trinta e sessenta segundos 
apenas dos candidatos de Montes Claros. Assim, eleitores que estiverem nas cidades que recebem a 
transmissão da InterTV de Montes Claros também terão acesso às inserções dos candidatos dessa 
cidade e não dos municípios onde residem. 
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 Dispõe o art. 48 da Lei 9.504/1997 que nas eleições para prefeitos e vereadores, nos 
municípios em que não haja emissora de rádio e televisão, a Justiça Eleitoral garantirá aos partidos 
políticos participantes do pleito a veiculação de propaganda eleitoral gratuita nas localidades aptas 
à realização de segundo turno de eleições e nas quais seja operacionalmente viável realizar a 
retransmissão. 
 Todavia, deve ficar claro que no julgamento da representação 85.298, que ocorreu em 
02/10/2012, o Tribunal Superior Eleitoral firmou o entendimento de que a propaganda eleitoral 
gratuita em televisão, mencionada nesse dispositivo, pressupõe não só a viabilidade técnica da 
transmissão como também que os municípios tenham mais de 200 mil eleitores. 
 
5.2.1. Horários de divulgação – Propaganda eleitoral em rede (2º turno) 
 A Lei 9.504/1997, em seu art. 49, afirma que se houver segundo turno, as emissoras de rádio 
e televisão reservarão, a partir da sexta-feira seguinte à realização do primeiro turno e até a 
antevéspera da eleição (sexta-feira), horário destinado à divulgação da propaganda eleitoral 
gratuita, dividida em dois blocos diários de dez minutos para cada eleição, e os blocos terão início 
às sete e às doze horas, no rádio, e às treze e às vinte horas e trinta minutos, na televisão. 
 Em circunscriçãoonde houver segundo turno para presidente e governador, o horário 
reservado à propaganda deste iniciar-se-á imediatamente após o término do horário reservado ao 
primeiro. 
 
O tempo de cada período diário será dividido igualitariamente entre os candidatos. 
 O art. 50 menciona que a Justiça Eleitoral efetuará sorteio para a escolha da ordem de 
veiculação da propaganda de cada partido ou coligação no primeiro dia do horário eleitoral gratuito; 
a cada dia que se seguir, a propaganda veiculada por último, na véspera, será a primeira, 
apresentando-se as demais na ordem do sorteio. 
 
5.3. HORÁRIOS DE DIVULGAÇÃO – INSERÇÕES DE TRINTA E SESSENTA SEGUNDOS (1º TURNO) 
 
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 A Lei 9.504/1997, em seu art. 51, afirma que nos trinta e cinco dias anteriores à antevéspera 
das eleições (a transmissão finaliza na quinta-feira anterior à eleição), as emissoras de rádio e 
televisão e os canais por assinatura reservarão setenta minutos diários para a propaganda eleitoral 
gratuita, a serem usados em inserções de trinta e de sessenta segundos, a critério do respectivo 
partido ou coligação, assinadas obrigatoriamente pelo partido ou coligação, e distribuídas, ao longo 
da programação veiculada entre as cinco e as vinte quatro horas, obedecido o seguinte: 
I – o tempo será dividido em partes iguais para a utilização nas campanhas dos 
candidatos às eleições majoritárias e proporcionais, bem como de suas legendas 
partidárias ou das que componham a coligação, quando for o caso; 
II – (Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.165/2015); 
III – a distribuição levará em conta os blocos de audiência entre as cinco e as onze horas, 
as onze e as dezoito horas, e as dezoito e as vinte e quatro horas; 
IV – na veiculação das inserções, é vedada a divulgação de mensagens que possam 
degradar ou ridicularizar candidato, partido ou coligação, aplicando-se-lhes, ainda, todas 
as demais regras aplicadas ao horário de propaganda eleitoral, previstas no art. 47. 
 
Apenas para reforçar, perceba que neste item estamos diante da propaganda eleitoral por meio 
de inserções de propaganda eleitoral de trinta e sessenta segundos (muito parecidas com os 
próprios comerciais de rádio e televisão). Esse formato é distinto da propaganda eleitoral 
gratuita em rede, que possui tempo mais longo (um, dois, três ou mais minutos sequenciais, 
por exemplo). 
 É vedada a veiculação de inserções idênticas no mesmo intervalo de programação, exceto 
se o número de inserções de que dispuser o partido exceder os intervalos disponíveis, sendo vedada 
a transmissão em sequência para o mesmo partido político. 
 
5.3.1. Horários de divulgação – Inserções de trinta e sessenta segundos (2º turno) 
 A partir da sexta-feira seguinte à realização do primeiro turno e até a antevéspera da 
eleição (sexta-feira), onde houver segundo turno, as emissoras de rádio e televisão e os canais de 
televisão por assinatura reservarão, por cada cargo em disputa, vinte e cinco minutos para serem 
usados em inserções de trinta e de sessenta segundos. 
 
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5.4. DISTRIBUIÇÃO DO HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO 
 Os horários reservados à propaganda de cada eleição serão distribuídos entre todos os 
partidos e coligações que tenham candidato, observados os seguintes critérios: 
 I – 90% (noventa por cento) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes 
na Câmara dos Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o 
resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos 
casos de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do número de representantes 
de todos os partidos que a integrem; 
 II – 10% (dez por cento) distribuídos igualitariamente. 
 
Aos partidos e coligações que, após a aplicação dos critérios de distribuição, obtiverem direito 
a parcela do horário eleitoral inferior a trinta segundos, será assegurado o direito de acumulá-
lo para uso em tempo equivalente. 
 
5.5. ENTREGA DAS MÍDIAS COM GRAVAÇÕES ÀS EMISSORAS 
 O art. 52 da Lei 9.504/1997 dispõe que a partir do dia 15 de agosto do ano da eleição, a Justiça 
Eleitoral convocará os partidos e a representação das emissoras de televisão para elaborarem plano 
de mídia, para o uso da parcela do horário eleitoral gratuito a que tenham direito, garantida a todos 
participação nos horários de maior e menor audiência. 
 Essa convocação é realizada a fim de que todos os partidos e candidatos possam se 
manifestar e ter a ciência de que os “horários nobres” do rádio e televisão serão utilizados por todos, 
proporcionalmente à distribuição do tempo a que tiverem direito. 
 A Lei 9.504/97, em seu art. 47, § 8º, afirma que as mídias com as gravações da propaganda 
eleitoral no rádio e na televisão serão entregues às emissoras, inclusive nos sábados, domingos e 
feriados, com a antecedência mínima: 
I – de 6 (seis) horas do horário previsto para o início da transmissão, no caso dos programas em 
rede; 
II – de 12 (doze) horas do horário previsto para o início da transmissão, no caso das inserções. 
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Somente serão exibidas as inserções de televisão a que se refere o inciso VII nos municípios em 
que houver estação geradora de serviços de radiodifusão de sons e imagens. Deve ficar claro 
que as emissoras de televisão geralmente cobrem uma determinada região, portanto, nem 
toda cidade possui estação geradora de serviços de radiodifusão de sons e imagens. 
Na cidade de Montes Claros/MG, por exemplo, existe uma afiliada da Rede Globo de televisão: 
a InterTv. Essa emissora possui sede na cidade de Montes Claros/MG e a sua programação é 
retransmitida para mais de 150 municípios no Estado de Minas Gerais. Como a sede fica na 
cidade de Montes Claros/MG, nas eleições municipais são divulgadas inserções de trinta e 
sessenta segundos apenas dos candidatos de Montes Claros. Assim, eleitores que estiverem nas 
cidades que recebem a transmissão da InterTV de Montes Claros também terão acesso às 
inserções dos candidatos dessa cidade e não dos municípios onde residem. 
 
5.6. GRAVAÇÕES EXTERNAS 
 O art. 54 da Lei 9.504/1997 afirma que nos programas e inserções de rádio e televisão 
destinados à propaganda eleitoral gratuita de cada partido ou coligação só poderão aparecer, em 
gravações internas e externas, observado o disposto no § 2º, candidatos, caracteres com 
propostas, fotos, jingles, clipes com música ou vinhetas, inclusive de passagem, com indicação do 
número do candidato ou do partido, bem como seus apoiadores, inclusive os candidatos de que 
trata o § 1º do art. 53-A, que poderão dispor de até 25% (vinte e cinco por cento) do tempo de cada 
programa ou inserção, sendo vedadas montagens, trucagens, computação gráfica, desenhos 
animados e efeitos especiais. 
 No segundo turno das eleições não será permitida a participação de filiados a partidos que 
tenham formalizado o apoio a outros candidatos. 
 O art. 54, § 2º, permite a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas 
quais ele, pessoalmente, exponha: 
I – realizações de governo ou da administração pública; 
II – falhas administrativas e deficiências verificadas em obras e serviços públicos em 
geral; 
III – atos parlamentares e debates legislativos. 
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Gravações ou cenas externas são aquelas realizadas

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