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Roteiro 12 - Teoria Geral do Delito - Dos Crimes Omissivos

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Prévia do material em texto

NOME DO ALUNO
	CAMILA FRAGOZO E 
RADHARANI BERTAZZO DA SILVA
	2020
	ESTUDO DIRIGIDO
	DIREITO PENAL 1
	TEORIA GERAL DO DELITO:
DOS CRIMES OMISSIVOS
	DIRETRIZES PARA CONFECÇÃO E FORMATAÇÃO DO TRABALHO:
1. Preencha os tópicos abaixo, (a) utilizando ao menos TRÊS autores diferentes; (b) fazendo as devidas citações dos autores utilizados, em notas de rodapé, a cada ponto; (c) escrevendo, por fim, um parágrafo, com suas próprias palavras sobre cada tópico; e, (d) referindo exemplos esclarecedores (se tirados dos autores, deve haver a competente nota de rodapé.
2. Ao final, CRIE UMA questão objetiva, que abranja todo o conteúdo do presente estudo, e UMA questão objetiva sobre cada conteúdo específico, destacando-as com a resposta correta. O critério para avaliação deste item será a ORIGINALIDADE (e o não envolvimento do nome do Professor.).
3. Coloque os nomes da dupla, mantendo o destaque em amarelo, e obedecendo a ordem alfabética. Ambos devem postar o seu trabalho. Não serão aceitos trabalhos em trincas ou grupos. As mesmas regras valem para os trabalhos individuais.
4. Ao final, cole ao menos uma jurisprudência sobre cada o tema tratado, explicando, na sequência os motivos que o levaram a escolher o julgado e sua relação com a matéria em estudo. Atentem à formatação exigida para a colagem da jurisprudência.
5. O trabalho deverá ser entregue em formato PDF, com o corpo do texto em fonte Calibri, tamanho 12, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e recuo de 1,25cm na primeira linha. As notas de rodapé em fonte Calibri, tamanho 9, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e Hanging de 0,5cm. O documento deverá ter margem direita em 1,5cm e as demais em 2,0cm. O nome do arquivo deverá ser: NOME.SOBRENOME – Roteiro 12.pdf
6. Além disto, o documento deve conter as referências completas dos autores utilizados, nos moldes descritos no item Bibliografia. Atenção: Segue um modelo de como fazer a correta referência bibliográfica. As informações entre colchetes “[]” não devem constar da versão final, por óbvio. DE TAL, Fulano. Nome do livro. [número da edição] 2.ed. Vol. X [se houver] Cidade: Editora, ano. XXp. [número total de páginas]. DE TAL, Fulano. Nome do artigo. In: TRANO, BEL. (Org.) Nome do livro em que está o artigo consultado. 2.ed. [número da edição] Cidade: Editora, ano. XXp. [número total de páginas]. DE TAL, Fulano. Nome do artigo. Nome da Revista. Cidade da Publicação, ano [de vida da revista] XX, n. XX, p. XX-XX [página inicial-página final], mês.-mês., [jan.-fev.,] ano de publicação. DE TAL, Fulano. Nome do artigo. Nome do Sítio Virtual. Disponível em <http://www.copie o endereço url>, acesso em XX-XX-XXX [data o acesso]. Por fim, nas notas de rodapé, por fim, deve haver a indicação da página que consta o texto referido; nas referências bibliográficas, o total de páginas do livro.
7. A única citação direta permitida é a da(s) ementa(s) dos acórdãos, que devem ter a seguinte formatação: a fonte deve ser Calibri, tamanho 10, o parágrafo justificado com recuo à direita de 3,5cm, e 18 pontos “antes” e “depois”. (Coloque na sequência da ementa e entre parênteses, os dados fundamentais, como no modelo que segue: [Nome do Tribunal destacado em negrito] TJRS. [Nome do Recurso] HCnº 123234. [Indicação do Desembargador Relator] Rel. Des. Fulano de Tal. [Indicação do órgão julgador] Primeira Câmara Criminal. [Data do julgamento] Julgado em XX-XX-XXXX. [Indicação da veiculação da publicação do acórdão] DJ de XX-XX-XXXX, p. XXX. Disponível em (endereço simplificado – www. tjrs.gov.br). Acesso em XX-XX-XXXX).
8. Não esqueçam que CADA PONTO DEVE SER SUCEDIDO POR UMA NOTA DE NOTA DE RODAPÉ COM A REFERÊNCIA COMPLETA DA OBRA UTILIZADA E A PÁGINA CORRESPONDENTE À IDEIA TRABALHADA, NAS DEVIDAS NORMAS DA ABNT (sugeridas para a bibliografia nos moldes do item 6).
9. Bom trabalho!!
DIFERENÇAS ENTRE CRIMES OMISSIVOS E COMISSIVOS
Conforme as palavras de Rogério Greco : “A conduta do agente pode consistir num fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Quando o agente faz alguma coisa de que estava proibido, fala-se em crime comissivo; quando deixa de fazer alguma coisa a que estava obrigado, temos um crime omissivo. As normas existentes nos	crimes comissivos são chamadas de proibitivas, visto que o tipo penal proíbe o agente de praticar a conduta nele prevista; aquelas correspondentes aos crimes omissivos são reconhecidas como mandamentais,	uma vez que o tipo penal visa, justamente, a compelir o agente a	praticar determinada conduta. Os crimes omissivos se bipartem em próprios (puros ou simples) ou impróprios (comissivos por omissão ou omissivos qualificados).”[footnoteRef:1] [1: GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 19ª. ed. Vol. 1. Niterói-RJ: Impetus. 2017. P 604.] 
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “O Direito Penal contém normas proibitivas e normas imperativas (mandamentais). A infração das normas imperativas constitui a essência do crime omissivo. A conduta que infringe uma norma mandamental consiste em não fazer a ação ordenada pela referida norma. Logo, a omissão em si mesma não existe, juridicamente, pois somente a omissão de uma ação determinada pela norma configurará a essência da omissão. Tipifica-se o crime omissivo quando o agente não faz o que pode e deve fazer, que lhe é juridicamente ordenado. Portanto, o crime omissivo consiste sempre na omissão de uma determinada ação que o sujeito tinha obrigação de realizar e que podia fazê-lo1. O crime omissivo divide-se em omissivo próprio e omissivo impróprio.”[footnoteRef:2] [2: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. P 118. ] 
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “Nos crimes comissivos estamos diante de uma norma proibitiva. Sempre que um determinado desenvolvimento causal for favorável, o Direito, em virtude dos fins a que se propõe, ordena que o homem não interfira nesse processo causal para, com a sua interferência, não vir a ocasionar um resultado indesejável, um resultado socialmente danoso. O direito ordena-lhe, portanto, uma abstenção, proíbe que aja, para não causar um prejuízo. Já nos crimes comissivos por omissão, existe uma norma, que Novoa Monreal chama de norma de dever de segundo grau, dirigida a um grupo restrito de sujeitos. Norma esta que impõe um dever de agir, para impedir que processos alheios ao sujeito, estranhos a ele, venham a ocasionar um resultado lesivo. Essa norma, mandamental, é dirigida a um grupo restrito, enquanto a norma proibitiva dirige-se a todos aqueles que podem ser sujeitos ativos do crime. Enfim, a norma de mandado de segundo grau dirige-se apenas àquelas pessoas que têm uma especial relação de proteção com o bem juridicamente tutelado.”[footnoteRef:3] [3: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. P 119.] 
Conforme as palavras de Damásio de Jesus: “Crimes omissivos próprios ou de pura omissão se denominam os que se perfazem com a simples abstenção da realização de um ato, independentemente de um resultado posterior. O resultado é imputado ao sujeito pela simples omissão normativa. Ex.: omissão de socorro (art. 135), que se consuma com a abstenção de prestação de assistência ao necessitado, não se condicionando a forma simples a qualquer evento posterior. Crimes omissivos impróprios (ou comissivos por omissão) são aqueles em que o sujeito, mediante omissão, permite a produção de um resultado posterior, que os condiciona. Nesses crimes, em regra, a simples omissão não constitui crime. É o exemplo da mãe que deixa de alimentar o filho, causando-lhe a morte.”[footnoteRef:4] [4: JESUS, Damásio de. Direito Penal: Parte Geral. 32ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2011. P. 233. ] 
Deste modo compreendemos que, a diferença entre crimes omissivos e comissivos é a seguinte, os crimes comissivos exigem uma atividade concreta do agente, uma ação, isto é, o agente faz o quea norma proíbe. Já os crimes omissivos distinguem-se em próprio e impróprio (ou impuro). Crime omissivo próprio é o que descreve a simples omissão de quem tinha o dever de agir. Crime omissivo impróprio (ou comissivo por omissão) é o que exige do sujeito uma concreta atuação para impedir o resultado que ele devia (e podia) evitar.
 EX: Crime comissivo: matar alguém mediante disparos.
 Crime omissivo próprio: O agente não faz o que a norma manda. Exemplo: omissão de socorro – CP, art. 135. 
Crime omissivo impróprio: O guia de cego que no exercício de sua profissão se descuida e não evita a morte da vítima que está diante de uma situação de perigo. O agente responde pelo crime omissivo impróprio porque não evitou o resultado que devia e podia ter evitado.
Jurisprudência: AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PRISÃO PREVENTIVA. PROCESSO CRIMINAL. ABUSO DE AUTORIDADE E ILEGALIDADE NÃO COMPROVADOS. DANOS MORAIS. INOCORRÊNCIA. I. A responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano causado a alguém. A responsabilidade dos entes da administração pública, em regra, é objetiva, ou seja, independe de culpa, bastando a comprovação do prejuízo e do nexo de causalidade entre a ação (comissiva ou omissiva) e o dano. Inteligência do art. 37, § 6°, da Constituição Federal. Contudo, em se tratando de responsabilidade civil por erro judiciário, faz-se necessária a prova da culpa, dolo ou erro grosseiro para a sua configuração, em razão da natureza da prestação jurisdicional. II. No caso, as decisões proferidas no inquérito policial e no processo criminal em questão estão devidamente fundamentadas, sobretudo ante a suspeita de envolvimento do autor no crime de roubo, ao menos com base nas provas produzidas à época. A par disso, não foi comprovada qualquer ilegalidade ou abuso de autoridade no inquérito ou no processo instaurados contra o autor, os quais seguiram os trâmites normais. O ônus da prova era do demandante, nos termos do art. 373, I, do CPC. IV. Inclusive, eventual absolvição do autor no processo criminal não tem o condão de demonstrar eventual erro ou ilegalidade no procedimento da prisão ou no próprio processo criminal. Precedentes desta Corte. Improcedência da demandada. VIII. Redimensionamento da sucumbência, considerando o integral decaimento do autor em suas pretensões. APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70083317362, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge André Pereira Gailhard, Julgado em: 27-05-2020).
Observa-se que nesta jurisprudência foi levado em consideração a questão de omissão ou comissão da ação efetuada pelo agente. 
Questão. Os crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão são aqueles 
A) cuja consumação se protrai no tempo, enquanto perdurar a conduta. 
B) em que a relação de causalidade é normativa. (CERTA)
C) praticados mediante o “não fazer” o que a lei manda, sem dependência de qualquer resultado naturalístico. 
D) que se consumam antecipadamente, sem dependência de ocorrer ou não o resultado desejado pelo agente. 
Crimes omissivos próprios
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “Os crimes omissivos próprios ou puros, enfatizando, consistem numa desobediência a uma norma mandamental, norma esta que determina a prática de uma conduta, que não é realizada. Há, portanto, a omissão de um dever de agir imposto normativamente, quando possível cumpri-lo, sem risco pessoal. Nesses crimes omissivos basta a abstenção, é suficiente a desobediência ao dever de agir para que o delito se consuma. O resultado que eventualmente surgir dessa omissão será irrelevante para a consumação do crime, podendo representar somente o seu exaurimento, pois responderá pelo resultado quem lhe deu causa, que, na hipótese, não foi o omitente; pode em alguns casos, quando houver previsão legal, configurar uma majorante ou uma qualificadora. Exemplo típico é o da omissão de socorro, quando o agente deixa de prestar assistência nas condições previstas no art. 135: com a simples abstenção consuma-se o crime de omissão de socorro. Pode acontecer, porém , que a pessoa em perigo, à qual foi omitido socorro, venha a sofrer uma lesão grave ou até morrer, concretizando uma consequência danosa, produzida por um processo causal estranho ao agente, no qual se negou a interferir. Nesse caso, o agente continua responsabilizado por crime omissivo próprio, isto é, pela simples omissão, pela mera inatividade. O eventual resultado morte ou lesão grave, nessa hipótese, constituirá somente uma majorante da pena do crime de omissão de socorro, como prevê excepcionalmente o dispositivo específico (art. 135, parágrafo único, do CP); pelo crime de homicídio ou de lesão grave responderá o seu causador, que, na hipótese em exame, não pode ser o omitente. Embora, via de regra, os delitos omissivos próprios dispensem a investigação sobre a relação de causalidade, porque são delitos de mera conduta, em relação a essa majorante, nesses crimes, também é indispensável que se analise o nexo causal entre a conduta omissiva e o resultado determinante da majoração de pena. Enfim , devemos indagar: a ação omitida teria evitado o resultado? Resultado que, diga-se de passagem , não tinha obrigação de impedir, mas que ocorreu em virtude de sua abstenção, por não ter desviado ou obstruído o processo causal em andamento. A sua obrigação era de agir, e não de evitar o resultado, mas, nesse caso, atribui-se, por previsão legal específica, uma majorante pelo desvalor do resultado. No entanto, como essa majorante decorre de um resultado material, é indispensável comprovar a relação de causalidade (de não impedimento) entre a omissão e o resultado ocorrido. Em outros termos, deve-se fazer o juízo hipotético de acréscimo, isto é, se o agente não tivesse se omitido, ou seja, se houvesse prestado socorro o resultado ainda assim teria ocorrido? Em caso positivo, constata-se que a conduta omissiva do agente foi irrelevante, pois se tivesse agido não teria obtido êxito, não se podendo atribuir a ocorrência do resultado à omissão praticada, não havendo, portanto, relação de causa e efeito entre resultado e omissão; em caso negativo, ou seja, se o agente não se houvesse omitido, o resultado morte ou lesão grave não teria ocorrido; nessa hipótese, a omissão realmente concorreu para o não impedimento de dito resultado, ficando claro, por conseguinte, a “relação de causalidade” (ficção jurídica), justificando-se, politicamente, a majoração legal.”[footnoteRef:5] [5: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. P 118.] 
Conforme as palavras de Paulo César Busato : “Nos casos de omissão própria, ou seja, nos casos em que o dever é um dever genérico de atuação (dirigido a todos), tal dever há de estar explícito na descrição do tipo penal específico. Isso se deve a uma exigência do princípio de legalidade, eis que somente pode ser responsabilizado o autor por algo descrito em lei. Uma vez que os crimes de omissão própria não preveem a existência de um resultado naturalístico, resulta necessária a previsão exata da conduta que se exige do autor. O mesmo não se dá nos casos de omissão imprópria, onde figuram delitos de resultado e o resultado efetivamente ocorre, sendo que a descrição da conduta exigida é inferida e não explícita na norma. O exemplo clássico de omissão própria é a omissão de socorro descrita pelo art. 135 do Código Penal brasileiro.75 Restará consumado o delito omissivo próprio sempre que descumprido o dever geral de atuação de proteção a determinado bem jurídico. Eventual resultado naturalístico posterior é irrelevante para efeito de incriminação, podendo ou não existir uma majorante derivada do exaurimento. Bitencourt77 o demonstra utilizando exatamente o art. 135 do Código Penal, pois, segundo tal previsão, o crime encontra-se realizado pelo simples ato de deixar de prestar assistência podendo fazê-lo sem risco pessoal. Caso a pessoa a ser socorrida sofra uma lesão grave ou morte, isso não altera a consumação do ilícito,representando o resultado um mero plus de pena derivado da agravação pelo resultado.78 Convém ressaltar que não é a omissão em si que configura o crime omissivo, mas sua realização no contexto de uma determinada situação em que se expresse o sentido ou significado de uma aflição material a um bem jurídico digno de proteção penal. Em resumo, são requisitos da omissão própria: o perigo a um bem jurídico, a existência de um comando normativo determinando a atuação, a possibilidade concreta de agir e a conduta omissiva do autor.”[footnoteRef:6] [6: BUSATO, Paulo César. Direito penal: parte geral / Paulo César Busato. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2015. P 291.] 
Conforme as palavras de Rogério Greco: “Os crimes omissivos próprios preveem uma conduta negativa do agente. No tipo penal vem descrita uma inação. A norma existente nos crimes omissivos próprios é mandamental, pois determina ao agente que faça alguma coisa explicitada pelo próprio tipo penal.”[footnoteRef:7] [7: GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 19ª. ed. Vol. 1. Niterói-RJ: Impetus. 2017. P 605.] 
Deste modo compreendemos que, os crimes omissivos próprios se constituem em não fazer o que a lei determina, ou seja, a lei é imperativa em dizer "faça isso", no entanto, o sujeito se abstém de agir (nada faz). 
 EX: O caso de Omissão de Socorro, capitulado no art. 135 do Código Penal, quando o agente se abstém de prestar socorro à vitima.
Jurisprudência: APELAÇÃO CRIME. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA. ABANDONO MATERIAL. REFORMA DA SENTENÇA. ABSOLVIÇÃO DECRETADA. O crime previsto no artigo 244 do Código Penal tem como objeto jurídico a proteção do organismo familiar, no que toca ao suporte assistencial devido reciprocamente pelas pessoas ligadas pelo parentesco. Apresenta como núcleo do tipo o ato omissivo, sem justa causa, daquele que tem o dever de prestar a assistência a outrem. Caso em que os inadimplementos de pensão alimentícia havidos ao longo do período em que devida a obrigação não determinam, por si só, a ocorrência de crime do artigo 244 do Código Penal. Desídia ocasional por parte do inculpado, por desemprego ou dificuldade financeira, passível de apuração na esfera cível e com a aplicação das penalidades correlatas. Acusado que, em certa medida, procurou auxiliar no sustento daqueles que dele dependiam, o que impede concluir tenha agido imbuído do animus exigido pela respectiva norma incriminadora. Precedentes. Reversão do comando sentencial. Aplicação do postulado da proporcionalidade. Absolvição decretada com base no inciso III do artigo 386 do CPP decretada. APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Criminal, Nº 70083174367, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Naele Ochoa Piazzeta, Julgado em: 29-01-2020) PELAÇÃO CRIME. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA. ABANDONO MATERIAL. REFORMA DA SENTENÇA. ABSOLVIÇÃO DECRETADA. O crime previsto no artigo 244 do Código Penal tem como objeto jurídico a proteção do organismo familiar, no que toca ao suporte assistencial devido reciprocamente pelas pessoas ligadas pelo parentesco. Apresenta como núcleo do tipo o ato omissivo, sem justa causa, daquele que tem o dever de prestar a assistência a outrem. Caso em que os inadimplementos de pensão alimentícia havidos ao longo do período em que devida a obrigação não determinam, por si só, a ocorrência de crime do artigo 244 do Código Penal. Desídia ocasional por parte do inculpado, por desemprego ou dificuldade financeira, passível de apuração na esfera cível e com a aplicação das penalidades correlatas. Acusado que, em certa medida, procurou auxiliar no sustento daqueles que dele dependiam, o que impede concluir tenha agido imbuído do animus exigido pela respectiva norma incriminadora. Precedentes. Reversão do comando sentencial. Aplicação do postulado da proporcionalidade. Absolvição decretada com base no inciso III do artigo 386 do CPP decretada. APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Criminal, Nº 70083174367, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Naele Ochoa Piazzeta, Julgado em: 29-01-2020)
Observa-se que o TJRS julgou conforme a relação do crime omissivo próprio. 
Questão. Assinale a alternativa correta: 
a) No crime comissivo por omissão ou omissivo impróprio inexiste o dever jurídico de agir, não respondendo o omitente pelo resultado, mas pela própria prática da conduta omissiva, podendo ser citado, como exemplo, o crime de omissão de socorro. Já no crime omissivo próprio o omitente devia e podia agir para evitar o resultado; 
b) No crime omissivo próprio o agente responde pelo resultado que deu causa. Já no caso do crime omissivo impróprio este se aperfeiçoa com a simples omissão; 
c) Os denominados delitos omissivos próprios, como os omissivos impróprios ou comissivos por omissão, são considerados crimes de mera conduta, posto que a omissão não pode dar causa a qualquer resultado;
d) Os denominados crimes omissivos próprios admitem tentativa; 
e) O crime omissivo próprio o omitente não responde pelo resultado, perfazendo-se o crime com a simples omissão do agente, podendo ser citado, como exemplo, o crime de omissão de socorro. Já no crime comissivo por omissão ou omissivo impróprio o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. (CERTA)
Conceito
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “Os crimes omissivos próprios ou puros, enfatizando, consistem numa desobediência a uma norma mandamental, norma esta que determina a prática de uma conduta, que não é realizada. Há, portanto, a omissão de um dever de agir imposto normativamente, quando possível cumpri-lo, sem risco pessoal. Nesses crimes omissivos basta a abstenção, é suficiente a desobediência ao dever de agir para que o delito se consuma. O resultado que eventualmente surgir dessa omissão será irrelevante para a consumação do crime, podendo representar somente o seu exaurimento, pois responderá pelo resultado quem lhe deu causa, que, na hipótese, não foi o omitente; pode em alguns casos, quando houver previsão legal, configurar uma majorante ou uma qualificadora.”[footnoteRef:8] [8: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. P 118.] 
Conforme as palavras de Rogério Greco: “Em regra, os crimes omissivos próprios não exigem qualquer resultado naturalístico à sua configuração, a exemplo do art. 135 do Código Penal, em que a lei pune somente a inação do agente, independentemente da produção de qualquer resultado que cause uma modificação no mundo exterior.”[footnoteRef:9] [9: GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 19ª. ed. Vol. 1. Niterói-RJ: Impetus. 2017. P 604.] 
Conforme as palavras de Francisco de Assis Toledo: “Note-se que os crimes omissivos próprios são necessariamente previstos em tipos específicos (arts. 135, 244, 246, 269 etc.), ao passo que os omissivos impróprios, ao contrário, se inserem na tipificação comum dos crimes de resultado, de que são exemplos o homicídio (art. 121), a lesão corporal (art. 129) etc., passíveis em bom número de serem cometidos por omissão.”[footnoteRef:10] [10: TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal. 5ª. Ed. Vol.1. São Paulo: Saraiva. 1994. P 128. ] 
Deste modo compreendemos que, o conceito de crime comissivo próprio é quando há somente a omissão de um dever de agir, imposto normativamente, dispensando, via de regra, a investigação sobre a relação de causalidade naturalística (são delitos de mera conduta).
 EX: É o crime que se perfaz pela simples abstenção do agente, independentemente de um resultado posterior, como acontece no crime de omissão de socorro, previsto no artigo 135 do Código Penal, que resta consumado pela simples ausência de socorro. O agente se omite quando deve e pode agir. Fundamentação: Arts. 13 e 135 do CP.
Jurisprudência: JÚRI. PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO FUNDAMENTADA NAS LETRAS "C" E "D" DO DISPOSITIVO LEGAL PERTINENTE, MAS AMPLIADA NAS RAZÕES QUE INVOCAM, TAMBÉM. A LETRA "A". As apelações contra as decisões do Tribunal do Júri são sempre limitadas, não devolvendo ao juízo ad quem o conhecimentopleno da causa decidida pelos Juízes Leigos. Os limites do inconformismo são fixados no momento da interposição do apelo , não podendo a parte amplia-lo depois do qüinqüídeo legal, como no caso. , DECISÃO CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS. A) NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE A AÇÃO DO ACUSADO E O RESULTADO MORTE. Consoante a regra insculpida no art.13 do CP, segundo a qual " o resultado de que depende a existência do crime, só é imputável a quem lhe deu causa", compreendendo-se como tal "a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”, afigura-se presente no caso dos autos o nexo de causalidade entre a ação criminosa do acusado e o resultado morte decorrente de tal conduta delituosa. B) NÃO-ACOLHIMENTO, PELOS JUÍZES DE FATO, DO LAUDO DO IPF QUE CONCLUI PELA SEMI-IMPUTABILIDADE DO ACUSADO. Segundo estabelece o art.182 do CPP, não está o juiz adstrito as conclusões dos exames periciais, por ser o peritus peritorum. Com efeito, se o Juiz pode repelir o laudo pericial, também podem fazê-lo os jurados, nos crimes de sua competência. C) NÃO-ACOLHIMENTO DA TESE DO HOMICÍDIO PRIVILEGIADO. Para configurar-se a privilegiadora , além da violenta emoção e imediata reação, é necessária a injusta provocação , requisito ausente, na hipótese. D) RECONHECIMENTO DA QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE. A confissão do acusado, afirmando que matou a vítima porque ela se recusou a manter com ele relações sexuais, basta, por si só, para caracterizar dita qualificadora. APELO MINISTERIAL. REGIME INTEGRALMENTE FECHADO. Se o crime foi cometido na vigência da Lei n° 8930/94, que alterou a Lei n°8072/90, catalogando como hediondo o homicídio qualificado, o regime de cumprimento da pena deve ser o integral fechado. Apelo defensivo não conhecido pela letra "a" e improvido pelas letras "c" e "d" do dispositivo legal pertinente. Apelo ministerial provido para modificar-se o regime de cumprimento da pena para o integral fechado. (Apelação-Crime, Nº 699241725, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Eugênio Tedesco, Julgado em: 26-08-1999). Referência legislativa: CP-13. CPP-182. LF-8930 DE 1994. LF-8072 DE 1990.
Observa-se que o TJRS julgou conforme a relação do crime omissivo próprio levando em consideração todo o artigo 13 do Código Penal. 
QUESTÃO. Julgue as assertivas sobre a omissão penalmente relevante e os crimes culposos, marcando a alternativa correta:
a) O ordenamento jurídico brasileiro admite a punibilidade dos crimes omissivos próprios e impróprios praticados com dolo ou culpa. (CERTA)
b) Na omissão imprópria, a ingerência corresponde à obrigação legal de cuidado, proteção ou vigilância, caracterizando a figura do garante.
c) A culpa inconsciente diferencia-se do dolo eventual na medida em que o agente, embora represente a possível produção do resultado típico lesivo, acredita na sua não ocorrência.
d) São elementos objetivos necessários dos tipos penais omissivos próprios e impróprios: situação de perigo para o bem jurídico, produção do resultado naturalístico típico, poder concreto de ação, omissão da ação mandada e posição de garante.
e) Na omissão é possível caracterizar-se a participação em qualquer de suas formas, a saber, a determinação, a instigação e o auxílio.
Causalidade na omissão própria: crime de mera conduta
Conforme as palavras de Guilherme de Souza Nucci: “O sujeito se abstém de praticar um movimento tendente a obter determinado efeito útil ou deixa de impedir a atuação de forças modificadoras da realidade, possibilitando o surgimento do mal”. Exemplo: deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada configura o delito de omissão de socorro – art. 135, CP –, porque o não fazer é previsto no tipo penal, como modelo de comportamento proibido.”[footnoteRef:11] [11: NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal : Parte Geral: Arts. 1º a 120 do Código. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p.499.] 
Conforme as palavras de ... : “O nexo causal só tem relevância nos crimes cuja consumação depende do resultado naturalístico. Nos delitos em que este é impossível (crimes de mera conduta) e naqueles em que, embora possível, é irrelevante a consumação que se produz antes e independentemente dele (crimes formais), não há que se falar em nexo causal, mas apenas em nexo normativo entre o agente e a conduta. Exemplo: no ato obsceno não existe resultado naturalístico: logo, para a existência do crime basta a conduta e o dolo por parte do agente, não havendo que se falar em nexo causal."[footnoteRef:12] [12: CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 147 – 148.] 
Deste modo compreendemos que, a causalidade na omissão própria: crime de mera conduta não há a existência do nexo causal, já que não há o resultado naturalístico; nos crimes formais o nexo de causalidade não tem relevância para o Direito Penal, pois o resultado naturalístico não tem importância para a consumação típica; nos crimes materiais, diferentemente, há a presença deste nexo, visto que também há o resultado naturalístico; já nos crimes omissivos impróprios, "não há nexo causal físico, pois a omissão é um nada e o nada não causa coisa alguma". Entretanto, para fins de responsabilização penal, por uma ficção jurídica, a lei considera existir um elo entre o omitente e o resultado naturalístico sempre que estiver presente o dever jurídico de agir, de modo que, havendo dolo ou culpa, responderá pelo evento.
 EX: Um exemplo de crime de mera conduta é o porte ilegal de armas, pois o mero ato de portar a arma em si não gera nenhuma consequência, nenhum resultado material, porém a Lei o repudia pela potencialidade de que esse ato tem de gerar maiores danos, como o disparo da arma contra outra pessoa.
Jurisprudência: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE PENHORA. BACENJUD. INDISPONIBILIDADE DE ATIVOS FINANCEIROS. INDEFERIMENTO EM RAZÃO DE POSSÍVEL TIPIFICAÇÃO DE CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE. DESCABIMENTO. CRIME DE CONDUTA MISTA E ESPECIAL FINALIDADE DE AGIR. AUSÊNCIA DE JUSTO RECEIO. PRECEDENTES - Nos termos do disposto no art. 36 da Lei nº 13.869/2019, constitui crime de abuso de autoridade decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la. - Conforme se extrai da simples leitura do dispositivo incriminador, o enquadramento do agente na tipologia do art. 36 da Lei de Abuso de Autoridade pressupõe duas condutas distintas: uma comissiva (decretar a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte), outra omissiva (ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la). Tratando-se de crime de conduta mista, ambos os comportamentos são necessários para configuração do tipo penal. Com efeito, não obstante as respeitáveis críticas à inovação legislativa, não prospera o receio de que a decretação da indisponibilidade de bens por intermédio da CNIB possa, em abstrato, ser enquadrada no art. 36 da Lei 13.869/2019. - Para além das condutas comissiva (decretar) e omissiva (deixar de corrigir), é necessário destacar que o agente público apenas será considerado como incurso no tipo penal caso fique comprovada, ainda, a especial finalidade de “prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal” (art. 1º, §1º, da Lei 13.869/2019). AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 70083903120, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini, Julgado em: 09-06-2020). 
Observa-se que o TJRS julgou levando em consideração a causalidade na omissão própria: crime de mera conduta. 
Questão. A Lei de Licitações e Contratos — Lei n.º 8.666/1993 — impõe pena de detenção de três anos a cinco anos e multa ao agente quedispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade. Em situação concreta, conforme a jurisprudência dos tribunais superiores, a dispensa indevida de licitação constitui :
A) crime de mera conduta, que, portanto, não admite a modalidade tentada. 
B) crime material cujo resultado é a própria celebração do contrato licitatório. 
C) crime para cuja configuração é exigido o dolo específico de auferir vantagem indevida para si ou para outrem. 
D) crime de concurso necessário entre servidor público e particular que celebre o contrato licitatório. 
E) crime material para cuja configuração é exigida a demonstração do prejuízo à administração pública. (CERTA)
Agravação pelo resultado
Conforme as palavras do site penalemresumo.com.br: “Art. 19 - Agravação pelo resultado Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. Atos cujo resultado extrapola a vontade do agente só o responsabilizam penalmente quando forem praticados ao menos culposamente, ao menos quando ele agiu sem observar um dever de cuidado, atuando com imprudência, negligência ou imperícia. Uma responsabilização que extrapola a órbita do dolo e da culpa, por sua vez, torna-se objetiva, por escapar, inclusive, da previsibilidade do resultado, que na hipótese de culpa não é almejado, muito embora previsível. A responsabilidade objetiva, contudo, é rejeitada pela norma penal, que aceita apenas o dolo ou a culpa. O dispositivo penal em análise contempla tal entendimento. Sobre os crimes preterdolosos, encontrados de forma esparsa no Código Penal, caracterizam-se eles por preverem uma conduta inicial dolosa e um resultado adicional culposo, que justifica o agravamento da sanção. Um exemplo clássico é a lesão corporal seguida de morte (art. 129, §.3.º, do Código Penal), na qual se pode falar em dolo na lesão corporal e culpa no evento morte. Ainda que este último não tenha sido o objetivo pretendido pelo autor, está previsto como resultado culposo, razão pela qual incide responsabilidade penal sobre ele. À luz do art. 19 do Código Penal, a responsabilidade do autor não poderia ir além da culpa, justamente porque se tornaria objetiva. Pode se dizer, então, que a lesão corporal seguida de morte, assim como outros delitos preterdolosos, versa sobre hipótese na qual o dolo e a culpa estão previstos no tipo penal, sendo o resultado plenamente oponível ao autor, porque previsto também a título de culpa.”[footnoteRef:13] [13: Disponível em: ] 
Conforme as palavras da página direito penal atualizado, do facebook: “AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO: refere-se à figura prevista pelo art. 19 do Código Penal, determinando que, pelo resultado que agrava especialmente a pena, somente responde o autor que o houver causado ao menos culposamente. Nos crimes qualificados pelo resultado, o evento qualificador somente pode ser imputado ao agente se este agir com dolo ou culpa em face de sua realização.”[footnoteRef:14] [14: Disponível em:] 
Conforme as palavras do site cp.indexjuridico.com: “Agravação pelo resultado Art. 19 – Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. A lógica por trás do Código Penal é simples: o agente responde pelos eventos a que deu causa dolosa ou culposamente. Se o resultado da conduta determina uma agravação da pena, esta só será aplicável ao agente se ele houver causado o resultado dolosa ou culposamente. Essa discussão é especialmente comum no âmbito dos crimes preterdolosos (ou preterintencionais), onde a execução do delito se inicia com uma conduta dolosa direcionada a um resultado menos gravoso, mas o deslinde do iter criminis se dá com um resultado mais grave que deriva de culpa do agente.”[footnoteRef:15] [15: Disponível em:] 
Deste modo compreendemos que, a agravação pelo resultado que muitas vezes uma ação que conduz a resultados que são manifestamente mais graves do desejados à partida. No que diz respeito ao Direito Penal, o próprio código trata de prever em vários artigos essa possibilidade, conferindo-lhe um grau de punibilidade superior. Ou seja, mesmo que o resultado mais grave se produz “sem querer”, a censurabilidade do acto, e, por contaminação, do agente que lhe deu origem, será superior. 
 EX: B bate com a cabeça numa pedra e morre, porque A, que apenas o queria ferir, lhe dá um murro. 
Jurisprudência: LATROCÍNIO - EXAME DA PROVA - P ARTICIPAÇÃO - AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO - PROVAS SUFICIENTES. 1. A PROVA TESTEMUNHAL, DESDE QUE SEGURA E COERENTE, É SUFICIENTE PARA ENSEJAR A CONDENAÇÃO DOS ACUSADOS. 2. A P ARTICIPAÇÃO NO CRIME TAMBÉM DEVE SER IMPUTADA ÀQUELE QUE SE ALIA A QUEM SE ENCONTRA ARMADO, PARA O COMETIMENTO DE ROUBO, AINDA QUE SUA CONDUTA SE CIRCUNSCREVA A PERMANECER AO LADO DO COMPARSA, INCUTINDO MAIOR TEMOR NA VÍTIMA, POIS O CONHECIMENTO DE QUE O COMPARSA UTILIZARIA ARMA NO COMETIMENTO DO ROUBO INDUZ A PREVISIBILIDADE DO RESULTADO MORTE DA VÍTIMA, DEVENDO O P ARTÍCIPE SER RESPONSABILIZADO PELO ROUBO AGRAVADO PELO RESULTADO MORTE, NA EXATA DICÇÃO DO ARTIGO 19 , DO CP .( Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF - APR : APR 0003270-09.2004.807.0006 DF 0003270-09.2004.807.0006). 
Observa-se que o TJRS julgou conforme ... 
Questão. O Código Penal, em seu art. 19, prevê que pelo resultado que agrava especialmente a pena só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. NÃO se verifica a existência de crime agravado pelo resultado quando:
a) o agente mata intencionalmente a vítima com a finalidade de subtrair seus bens.
b) a ação que redundar no fato-base for culposa e o evento qualificador culposo.
c) a ação que redundar no fato-base for dolosa e o evento qualificador doloso.
d) a ação que redundar no fato-base for dolosa e o evento qualificador culposo.
e) a ação que redundar no fato-base for culposa e o evento qualificador doloso. (CERTA)
Crimes omissivos impróprios
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “Pressupostos fundamentais do crime omissivo impróprio: a) Poder agir: o poder agir é um pressuposto básico de todo comportamento humano. Também na omissão, evidentemente, é necessário que o sujeito tenha a possibilidade física de agir, para que se possa afirmar que não agiu voluntariamente8. É insuficiente, pois, o dever de agir. É necessário que, além do dever, haja também a possibilidade física de agir, ainda que com risco pessoal. Essa possibilidade física falta, por exemplo, na hipótese de coação física irresistível, não se podendo falar em omissão penalmente relevante, porque o omitente não tinha a possibilidade física de agir. Aliás, a rigor, nem poderia ser chamado de omitente, porque lhe faltou a própria vontade, e sem vontade não há ação, ativa ou passiva. b) Evitabilidade do resultado: mas, ainda que o omitente tivesse a possibilidade de agir, fazendo-se um juízo hipotético de eliminação — seria um juízo hipotético de acréscimo —, imaginando-se que a conduta devida foi realizada, precisamos verificar se o resultado teria ocorrido ou não. Ora, se a realização da conduta devida impede o resultado, considera-se a sua omissão causa desse resultado. No entanto, se a realização da conduta devida não impediria a ocorrência do resultado, que, a despeito da ação do agente, ainda assim se verificasse, deve-se concluir que a omissão não deu “causa” a tal resultado. E a ausência dessa relação de causalidade, ou melhor, no caso, relação de não impedimento, desautoriza que se atribua o resultado ao omitente, sob pena de consagrar-se uma odiosa responsabilidade objetiva, como acabou fazendo o Código de Trânsito Brasileiro (art. 304, parágrafo único). c) Dever de impedir o resultado: mas, se o agente podia agir e se o resultado desapareceria com a conduta omitida, ainda assim não se pode imputar o resultado ao sujeito que se absteve. É necessária uma terceira condição, ou seja, é preciso que o sujeito tivesse o dever de evitar o resultado, istoé, o especial dever de impedi-lo ou, em outros termos, que ele fosse garantidor da sua não ocorrência. Até a vigência, inclusive, de nosso Código Penal de 1940, não dispúnhamos de nenhuma determinação legal clara nesse sentido. A Reforma Penal de 1984 (parte geral), cedendo à antiga elaboração doutrinária, ao regular a figura do garantidor, determina que o dever de agir , para evitar o resultado, incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado (art. 13, § 2º).”[footnoteRef:16] [16: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. P 119.] 
Conforme as palavras de Johannes Wessels: “Os delitos omissivos impróprios são os fatos nos quais quem se omite está obrigado, como ‘garante’, a evitar o resultado,	correspondendo a omissão, valorativamente, à realização do tipo legal mediante uma	ação ativa. Os	delitos	omissivos impróprios são um	reflexo	dos delitos de comissão e correspondem aos delitos de resultado. Aqui, a produção do resultado reprovado pertence ao tipo de injusto. O garante, que lesiona	o dever que o	incumbe de evitar o resultado, realiza um tipo penal, que está construído na lei como um delito comissivo,	no qual se baseia	principalmente uma norma proibitiva.”[footnoteRef:17] [17: WESSELS, Johannes. Derecho penal – Parte general, p. 208-209.] 
Conforme as palavras de André Estefam: “Nos crimes comissivos por omissão, o tipo penal incriminador descreve uma conduta positiva, é dizer, uma ação. O sujeito, no entanto, responde pelo crime porque estava juridicamente obrigado a impedir a ocorrência do resultado e, mesmo podendo fazê-lo, omitiu-se. Para que alguém responda por um crime comissivo por omissão, é necessário que, nos termos do art. 13, § 2º, do CP, tenha o dever jurídico de evitar o resultado. As hipóteses em que há o citado dever jurídico são as seguintes: Dever legal ou imposição legal: quando o agente tiver, por lei, obrigação de proteção, cuidado e vigilância (ex.: mãe com relação aos filhos; diretor do presídio no tocante aos presos). Dever de garantidor ou “garante”: quando o agente, de qualquer forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (não apenas contratualmente​). É o caso do médico plantonista; do guia de alpinistas; do salva-vidas, com relação aos banhistas; da babá, para com a criança. Ingerência na norma: quando o agente criou, com seu comportamento anterior, o risco da ocorrência do resultado (ex.: o nadador exímio que convida para a travessia de um rio pessoa que não sabe nadar torna-se obrigado a evitar seu afogamento; a pessoa que joga um cigarro aceso em matagal obriga-se a evitar eventual incêndio).”[footnoteRef:18] [18: ESTEFAM, André. Direito Penal Parte Geral (art. 1º ao 120). 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. P 444.] 
Deste modo compreendemos que, o crime omissivo impróprio que consiste na transgressão do dever jurídico de impedir o resultado. Paulo Queiroz complementa: "Na omissão imprópria, portanto, a omissão equivale jurídico-penalmente à ação, desde que o agente/garante não aja de modo a evitar um resultado concretamente evitável. Note-se que, para a caracterização de um crime omisso impróprio, é necessário que, além de um dever de agir, o agente tenha o dever de evitar o resultado, nos termos do art. 13 § 2º do Código, por garantidor.”[footnoteRef:19] Nas palavras do autor a relevância na omissão imprópria consiste em não agir para evitar um resultado possivel concretamente, devendo o dever jurídico de agir ser somado com o dever de evitar o resultado na posição de garantidor. Sendo estas as singelas considerações que teço acerca desta temática. [19: Queiroz, Paulo, Curso de Direito Penal parte Geral 11ºedição, revista,ampliada e atualizada, Editora JusPODIVM, pág.410.] 
 EX: São exemplos da ocorrência do delito de omissão: o carcereiro que deixa de prestar assistência ao preso, e este vem a morrer de inanição (a); a enfermeira contratada para cuidar de doente e que deixa de aplicar a medicação necessária à sua sobrevivência (b); quem espontaneamente encarrega-se de conduzir um ébrio (cego ou ferido) a determinado lugar e acaba por abandona-lo (c).
Jurisprudência: APELAÇÃO. CÓDIGO PENAL. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. ART. 217-A, C/C ART. 226, INC. I, C/C ART. 13, § 2º, ‘A’. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. EXISTÊNCIA DO FATO E AUTORIA. Depreende-se com contexto probatório que a ré, genitora da ofendida, se omitiu de sua obrigação de proteção, afinal, mesmo sabendo que a filha, criança de apenas quatro anos de idade, estava sendo abusada sexualmente na casa de um vizinho, continuava a permitir que a filha, atraída por doces e comida, frequentasse o local, concorrendo, dessa forma, efetivamente, para a prática do crime de estupro de vulnerável. Autoria plenamente demonstrada, não sendo caso de absolvição por falta de provas. OMISSÃO IMPRÓPRIA. Trata-se de crime omissivo impróprio, estando comprovada que dita omissão foi fundamental para produção do resultado naturalístico, uma vez que por ser mãe da ofendida tinha o dever de, pelo menos, tentar evitar a ocorrência dos abusos sexuais. Ainda, irrelevante o fato de a acusada ser pessoa com baixo grau de instrução. PENA PRIVATIVA LIDE LIBERDADE. Basilar fixada no mínimo legal, sem causas de modificação na segunda fase. Presente a majorante do concurso de pessoas, obrigatório aumento de quarta parte. CONTINUIDADE DELITIVA. Em que pese os abusos tenham ocorrido em mais de uma oportunidade, não restou exatamente comprovado o número, nem quantas vezes houve o efetivo consentimento da ré, embora inegável que tenha ocorrido. Redimensionado o aumento para 1/6 pela continuidade delitiva. Pena definitiva reduzida para ‘onze anos e oito meses de reclusão’. REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA. Segue o fechado, diante do quantum. PENAS SUBSTITUTIVAS. A quantidade de pena impede a substituição, e também o sursis. APELO DEFENSIVO PROVIDO, EM PARTE. UNÂNIME.(Apelação Criminal, Nº 70081236697, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em: 20-11-2019) 
Observa-se que o TJRS julgou levando em consideração o fato de que o crime cometido era omissivo impróprio. 
QUESTÃO. JOÃO e JOSÉ estão na praia e resolveram entrar no mar. Em determinado momento eles começam a se afogar. Havia naquele local um salva-vidas que, ao avistar apenas JOÃO, notou que ele era seu desafeto e se recusou a salvá-lo; próximo a eles havia também um surfista, este avistou apenas JOSÉ pedindo socorro, mas, por ser seu inimigo, não atendeu aos pedidos dele, resolvendo sair do local. As duas pessoas acabam se afogando e morrendo. Em relação ao caso, qual das alternativas abaixo está CORRETA? 
a) O salva-vidas responde por homicídio doloso por omissão. (CERTA)
b) O salva-vidas responde por omissão de socorro.
c) O surfista responde por homicídio doloso por omissão.
d) A conduta do surfista é atípica.
e) O surfista responde por homicídio culposo. 
Conceito
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “No crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão, a omissão é o meio através do qual o agente produz um resultado. Nestes crimes, o agente responde não pela omissão simplesmente, mas pelo resultado decorrente desta, a que estava, juridicamente, obrigado a impedir (art. 13, § 2º, do CP).”[footnoteRef:20] [20: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. P 107.] 
Conforme as palavras de Rogério Greco: “Já os crimes omissivos impróprios, em razão do disposto no § 2º do art. 13 do Código Penal, exigem a produção do resultado naturalístico, uma vez que o mencionado artigo, expressamente, determina que a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Tal resultado, mencionado pelo § 2º do art. 13 do Código Penal, não é aquele meramente jurídico, que ocorre em toda e qualquerinfração penal, mas sim o naturalístico, perceptível pelos sentidos, que causa uma modificação visível no mundo exterior.”[footnoteRef:21] [21: GRECO. Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 19ª. ed. Vol. 1. Niterói-RJ: Impetus. 2017. P 604.] 
Conforme as palavras de Francisco de Assis Toledo: “Nos crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão, há sempre um resultado em consideração, atribuível à conduta do omitente, surgindo a questão de saber se se deve, ou não, exigir algum nexo causai — e de que tipo — entre essa conduta omissiva e o resultado.”[footnoteRef:22] [22: TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal. 5ª. Ed. Vol.1. São Paulo: Saraiva. 1994. P 128.] 
Deste modo compreendemos que, o crime omissivo impróprio (também chamado de comissivo por omissão) consiste na omissão ou não execução de uma atividade predeterminada e juridicamente exigida do agente. São tidos como crimes de evento, isto porque o sujeito que deveria evitar o injusto é punido com o tipo penal correspondente ao resultado.
 EX: Uma salva-vidas que, tendo o dever legal de agir, deixa de prestar socorro àquele que se afogava, porque o reconhecera como seu inimigo, desejando, outrossim, a sua morte.	Se houver o resultado morte, será	a salva-vidas responsabilizada penalmente pelo delito de homicídio doloso.
Jurisprudência: APELAÇÃO CRIME. MAUS-TRATOS SEGUIDO DE MORTE. IMPUTAÇÃO DE CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO. RELAÇÃO DE PARENTESCO COLATERAL. DEVER DE GARANTE. INOCORRÊNCIA. OMISSÃO DE SOCORRO NÃO DESCRITA. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO. SUBSTRATO PROBATÓRIO INSUFICIENTE. ABSOLVIÇÃO. Os réus (mãe e irmão) foram denunciados pela prática do crime de maus-tratos seguido de morte, pois, desde data indeterminada até as 23h do dia 23 de junho de 2014, expuseram a perigo a vida e a saúde da vítima, que estava sob suas vigilâncias e era pessoa com Síndrome de Down e dificuldade de locomoção, privando-a de alimentação e cuidados indispensáveis à saúde (higiene e medicação). No curso do feito, sobreveio a morte da mãe. O réu foi condenado por maus-tratos com resultado morte (decorrente de choque séptico, broncopneumonia e escaras infectadas) em face da omissão de dever de agir imposto por lei. Entretanto, o apelante não era garante, nem geral nem específico, do seu irmão. Primeiro, porque nenhuma lei, sequer penal, impunha-lhe o dever jurídico de evitar eventual delito de maus-tratos que a mãe tenha acaso cometido contra o ofendido. Ainda, a denúncia não mencionou o elemento típico “para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia.”. Também não há adminículo de prova da conduta privação de alimentos. A par disso, o réu, não tendo sido acusado por omissão de socorro, não pode responder pela suposta omissão própria. Ademais, não há como superar dúvida sobre o momento em que deveria ter agido (certo que, na noite de 23 de junho de 2014, pediu socorro aos vizinhos), conforme o substrato fático demonstrado pela prova produzida, menos ainda afirmar que decidiu dolosamente pela inação por falta de solidariedade à vítima. Num contexto amplo e evidente de disfuncionalidade, e no quadro concreto da família engolfada pela tragédia, não é de todo incrível que as coisas tenham ocorrido de forma infausta e paulatina, quase naturalizando o horror que se aprofundava. Não necessariamente por crueldade. Talvez, com o que for possível de alteridade, por essas vicissitudes da vida que incapacitam as pessoas, insensibilizam, restringem percepção e resolução. Tampouco, para além de razoável dúvida, seria certo concluir que juridicamente exigível ação diversa do réu, a considerar o papel social e familiar exercido até o desfecho e mesmo a sua capacidade pessoal de compreender a situação (mais uma etapa de uma vida toda, como a viveu até então) e de determinar sua vontade de modo eficaz, ele que parece movimentar-se, ao menos, em zona fronteiriça de imputabilidade. RECURSO PROVIDO, POR MAIORIA.(Apelação-Crime, Nº 70080999709, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Redator: Jayme Weingartner Neto, Julgado em: 10-07-2019). Assunto: Direito Criminal. Maus-tratos seguido de morte. Vítima. Pessoa com Síndrome de Down. Réu. Irmão. Garante. Dever. Ausência. Conduta. Tipicidade. Congruência. Não configuração. Omissão de socorro. Acusação. Não ocorrência. Desclassificação. Não possibilidade. Crime omissivo impróprio. Imputação. Absolvição. Determinação. Assunto: Direito Criminal. Maus-tratos seguido de morte. Vítima. Pessoa com Síndrome de Down. Réu. Irmão. Garante. Dever. Ausência. Conduta. Tipicidade. Congruência. Não configuração. Omissão de socorro. Acusação. Não ocorrência. Desclassificação. Não possibilidade. Crime omissivo impróprio. Imputação. Absolvição. Determinação.
Observa-se que o TJRS julgou levando em consideração o fato de que o crime cometido era omissivo impróprio. 
QUESTÃO. A babá que, distraída com o último capítulo da novela, observa impassível o sufocamento da criança sob os seus cuidados comete crime: 
a) omissivo impróprio. (CERTA)
b) omissivo próprio.
c) omissivo por comissão. 
d) comissivo impróprio. 
e) comissivo próprio.
Causalidade na omissão imprópria
Teoria naturalista ou causal
Teoria finalista
Teoria social
Teoria jurídico-penal
Relevância da omissão
QUESTÕES
Questão sobre TODO o conteúdo
Questão sobre conteúdo ESPECÍFICO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Atenção: Segue um modelo de como fazer a correta referência bibliográfica. As informações entre colchetes “[]” não devem constar da versão final, por óbvio.
DE TAL, Fulano. Nome do livro. [número da edição] 2.ed. Vol. X [se houver] Cidade: Editora, ano. XXp. [número total de páginas]
DE TAL, Fulano. Nome do artigo. In: TRANO, BEL. (Org.) Nome do livro em que está o artigo consultado. 2.ed. [número da edição] Cidade: Editora, ano. XXp. [número total de páginas]
DE TAL, Fulano. Nome do artigo. Nome da Revista. Cidade da Publicação, ano [de vida da revista] XX, n. XX, p. XX-XX [página inicial-página final], mês.-mês., [jan.-fev.,] ano de publicação.
DE TAL, Fulano. Nome do artigo. Nome do Sítio Virtual. Disponível em <http://www.copie o endereço url>, acesso em XX-XX-XXX [data o acesso].
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