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Resumo - Contabilidade de custos Aula1 A contabilidade se caracteriza como uma ciência social que controla o patrimônio de uma entidade, o que é feito por meio da identificação, classificação, registro e mensuração econômica dos fatos contábeis. (aula1-pag3) O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações úteis para subsidiar a tomada de decisões dos diversos usuários, sejam eles internos ou externos, o que é possibilitado pelos sistemas de informações contábeis. (aula1-pag3) O sistema de informações contábeis pode ser justificado por três objetivos principais: relatórios internos (Planejar e controlar, Decisões rotineiras/ planos e politicas) e relatórios externos (acionistas governos e outros). (aula1-pag3) Os usuários internos usam a informação contábil para fins de tomada de decisão interna, ou seja, informações que são usadas para fins administrativos, para gerir a entidade, voltada para os processos de gestão. (aula1-pag3) Os usuários externos visam a atender pessoas de fora da entidade, mas que possuem algum interesse nela. (aula1-pag3) As três maiores e principais áreas da contabilidade são: Contabilidade financeira; Contabilidade de custos e Contabilidade gerencial (aula1-pag4) Origem da contabilidade financeira: A contabilidade financeira foi desenvolvida na era mercantilista, e servia basicamente para atender as entidades comerciais. (aula1- pag4) Origem da contabilidade de custos: De acordo com Martins (2010), o contador teve que adaptar as técnicas utilizadas na empresa comercial para uso na empresa industrial, e começou então a fazer a distinção entre os gastos com insumos utilizados diretamente na fabricação dos produtos e aqueles utilizados com as atividades de apoio, dando origem à contabilidade de custos. (aula1-pag4) Origem da contabilidade gerencial: Conforme as empresas iam se desenvolvendo, o seu processo produtivo tornava-se mais complexo, e constatou-se que as informações fornecidas pela contabilidade de custos eram de extrema utilidade para os processos gerenciais, e por esse motivo, começaram a ser utilizadas no processo de tomada de decisões. Dessa forma, surgiu a contabilidade gerencial. (aula1-pag5) Conceito de Contabilidade financeira caracteriza-se como o processo de produzir demonstrativos financeiros para entidades e usuários externos, como acionistas, credores e governo. O processo utilizado por essa área para a produção dos relatórios é norteado por padrões regulatórios oficiais e autoridades fiscais, e por requisitos de auditoria de instituições de contadores. (aula1-pag5) Conceito de Contabilidade de custos “É o ramo da contabilidade que mede, registra e relata informações sobre custos” (Maher, 2001, p. 38). “A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação e desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões” (Leoni, 2006, p. 19). (aula1-pag5) Conceito de Contabilidade gerencial Trata a informação contábil, com enfoque no planejamento, controle e tomada de decisão, e tem caráter integrativo dentro de um sistema de informação contábil. Esta área da contabilidade é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores (Padoveze, 2010). (aula1-pag6) As principais terminologias utilizadas na área de custos são: Gasto, investimento, Custo, despesa, desembolso e perda. (aula1-pag7) Gasto: compra de um produto qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso). (aula1-pag7) Investimento: Investimentos são gastos ativados em função de sua vida útil ou benefícios futuros. (aula1-pag8) - investimentos circulantes itens adquiridos pela empresa e que são ativados e utilizados ou consumidos no curto prazo. Ex: Matéria prima, material de expediente, material de limpeza, mercadoria para revenda e aplicações financeiras de curto prazo. - investimentos permanentes aqueles adquiridos para uso no longo prazo. Ex: maquinas, instalações, imobilizados, ações em outras cias e aplicações financeiras de longo prazo. (aula1-pag8/9) Custo: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. (aula1-pag9) Despesa: Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. (aula1-pag9) As despesas operacionais subdividem-se em três grupos: (aula1-pag10) Despesas administrativas: são aquelas despesas relacionadas com as áreas administrativas da empresa, envolve todo o setor administrativo. Exemplos: salários da administração, depreciação dos equipamentos da área administrativa, salários da diretoria, etc. Despesas de vendas (comerciais): são as despesas incorridas pela área de vendas da empresa. Exemplos: salários dos vendedores, comissão dos vendedores, fretes na venda do produto, etc. Despesas financeiras: são despesas incorridas sobre a captação de recursos de terceiros, ou mesmo sobre negociações da empresa com seus fornecedores. Exemplos: juros sobre empréstimos, juros sobre financiamentos, encargos financeiros sobre compras a prazo, juros por atraso no pagamento de fornecedores etc. Desembolso É o ato do pagamento, podendo ocorrer em momento diferente do gasto. (aula1-pag10) Perda Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. (aula1-pag10) Custos diretos Podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo, que pode ser dada por meio de quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão- de-obra ou mesmo a quantidade de energia elétrica consumida. Podem ser facilmente identificados com o objeto de Custeio. (aula1-pag11/12) Custos indiretos São classificados como aqueles que não são facilmente identificados com o objeto de custeio, e que necessitam de uma base de rateio para serem alocados aos produtos. Não possuem uma medida correta de total a ser atribuídos a cada produto (aula1-pag11/12) Custos fixos São aqueles valores diretamente relacionados com a produção, mas que a empresa irá incorrer independentemente de oscilações no volume produzido. São aqueles custos necessários para manter um nível mínimo de atividade operacional e independem da quantidade produzida dentro do limite da capacidade instalada Ex: Aluguel do imóvel (aula1-pag13) Custo variável São aqueles cujos valores variam na proporção direta das variações do nível de atividade. Ex: Matéria-prima, embalagem, energia elétrica. (aula1-pag14) Custo total Se dá pela somatória dos custos fixos com as variáveis (aula1-pag14) Princípios contábeis aplicados a custos Representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional. Os princípios mais relevantes para contabilidade são: (aula1-pag15) Princípio da realização da receita determina que a receita será reconhecida somente no momento de transferência do bem elaborado para o adquirente, ou seja, por esse princípio, a receita será registrada no momento da venda do item, em que ocorre a sua baixa no estoque da entidade e sua posse é transferida para terceiros. (aula1-pag15/16) Princípio da competência: também conhecido como princípio da confrontação entre despesas e receitas, determina que as despesas incorridas no processo produtivo devem ser reconhecidas no período em que ocorreram (aula1-pag16) Princípio do custo histórico como base de valor: Os ativos devem ser reconhecidos pelo custo de aquisição, ou seja, o valor de entrada, também chamado de custo histórico (aula1-pag16) Princípio da consistência ou uniformidade: preza que a entidade mantenha ao longo do tempo a alternativa escolhida, e esta não poderá ser alterada em cada período. Esse princípio quando voltado para a contabilização dos custos, torna-seextremamente relevante, visto que os critérios adotados para pela entidade podem ser utilizados para alterar os resultados em períodos diferentes. Por exemplo: se a empresa adotar uma determinada base de rateio para mensurar os custos coma manutenção dentro de um período, e subsequentemente mudar essa base, os resultados podem ser influenciados por essa mudança. (aula1-pag17) Princípio do conservadorismo ou prudência: Determina que o contador deve ser conservador em seu julgamento, no sentido de que quando houver duas ou mais opções, adotar sempre o menor valor para ativos e o maior para passivos. No que tange à contabilidade de custos, esse princípio deve ser levado em conta principalmente na avaliação dos estoques, em que, caso constatado que os produtos tenham valor líquido de venda mais baixos que os da produção, indicando que aqueles perderam valor, pelo princípio da prudência, mesmo que ferindo o princípio do custo histórico, esse item do ativo deve ser registrado pelo valor mais baixo. (aula1- pag17/18) Princípio da materialidade ou relevância: Leva em consideração o custo benefício na geração de informações contábeis. Nesse sentido, por esse princípio o contador tem autonomia para fazer o julgamento e somente se preocupar em registrar e controlar nas ocasiões oportunas as informações relevantes. Aquelas informações que geram mais ônus do que benefícios para serem registradas, poderão ser realizadas de acordo com o melhor critério estabelecido pelo contador. (aula1-pag18) Esquema básico da contabilidade de custos: (aula1-pag18/19) Também conhecido como mapa de rateio. Esquema proposto por Martins é dado por 3 passos: 1.Separação entre custos e despesas; 2. Apropriação dos custos diretos aos produtos ou serviços; 3. Rateio dos custos indiretos. Custeio por Absorção: (aula1-pag19) Ele o método que a legislação brasileira permite que seja utilizado na apuração dos custos. Todos os custos incorridos no processo devem ser alocados aos produtos, sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos. Dessa forma, o esquema começa fazendo a separação entre custos e despesas, uma vez que os produtos só recebem carga daquilo que foi consumido durante o seu processo de produção (custos) e os demais gastos advindos de atividades de suporte (despesas) são lançados diretamente contra o resultado. Após essa classificação, separa-se os custos diretos dos indiretos, sendo os primeiros apropriados diretamente aos produtos, enquanto os outros, indiretos, são alocados por meio de uma base de rateio. (aula1-pag26) A influencia da legislação sobre a contabilidade de custos: Se por um lado ela visa o fornecimento de informações gerencias para a tomada de decisões dos usuários internos objetivando principalmente maior eficiência no processo produtivo, por outro lado ela também tem a função de atender a contabilidade societária e o fisco, uma vez que a atividade contábil é regulamentada e deve seguir as normas e leis a ela aplicadas. (aula1-pag28) as empresas precisam atender as exigências legais no que tange aos métodos de apuração dos custos, estando em conformidade com as normas e legislações vigentes. No que se refere à apuração dos custos, embora existam vários métodos de custeio, a legislação atua no sentido de nortear as empresas no método que deve ser empregado. A lei determina que sejam alocados aos produtos todos os custos incorridos no processo de fabricação (fixos, variáveis, diretos e indiretos), o que nos leva ao método de custeio por absorção, também conhecido como Custeio Integral, tornando-se dessa forma, o método aceito pela legislação fiscal do Brasil. (aula1-pag28) A legislação impõe o uso do custo médio ou do método PEPS (“Primeiro que Entra, Primeiro que Sai”) para valoração dos estoques, não sendo admitido o método UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) Aula2 (aula2-pag2) Na composição dos custos dos produtos fabricados, um dos fatores mais importantes é o tratamento dado aos materiais, que são os itens físicos utilizados no processo de fabricação. (aula2-pag3) os insumos industriais responsáveis pela formação dos estoques são: Materiais consumidos no processo industrial Mão de obra dos operários da indústria Gastos gerais de fabricação Depreciação das instalações e equipamentos industriais (aula2-pag3) O que são materiais dentro do processo produtivo? Em contabilidade de custos, “material é o mais importante elemento do custo industrial” (Schier, 2013, p. 148) e constitui todos os componentes adquiridos prontos, utilizados no processo de produção e apropriados aos produtos ou serviços. Nesse sentido, consideram-se materiais todos os itens tangíveis adquiridos pela empresa para serem utilizados durante alguma fase do processo produtivo. (aula2-pag3/4) os materiais podem ser classificados em Diretos e indiretos, sendo: Materiais diretos: sua aplicação ao produto pode ser identificada de forma direta, não necessitando de uma base de rateio. Constituem parte do produto, são itens que podem ser identificados no produto fabricado. Representam as matérias-primas, embalagens e demais itens que são facilmente identificados com os produtos e, assim, podem ser apropriados diretamente a eles. (aula2-pag4/5) Materiais diretos são componentes físicos que integram o produto e podem ser visivelmente identificados. No entanto, esses materiais podem ser divididos em duas categorias: Matéria-prima: material que entra em maior quantidade na fabricação do produto. Material secundário: embora aplicado diretamente no produto, as quantidades aplicadas representam uma pequena parte do custo do material. Materiais indiretos: seu consumo só pode ser medido em conjunto, pois não existe a possibilidade de sua determinação em cada unidade fabricada. São aqueles usados no processo, mas que não constituem parte do produto, ou seja, são itens consumidos durante o processo de fabricação. (aula2-pag7/8) Os tributos podem ser classificados de duas maneiras: Tributos recuperáveis ou não cumulativos A legislação permite que alguns impostos pagos na aquisição de materiais sejam compensados na venda dos produtos, o chamado “tributos a recuperar”. Esses tributos, quando recuperáveis, não fazem parte do custo de aquisição dos estoques da compradora. Não fazem parte, também, da receita líquida da vendedora. Os tributos recuperáveis não podem ser classificados como custo, tampouco como receita, pois a empresa não estará desembolsando o valor pago por eles nem ganhando com a cobrança deles, funcionando ela, simplesmente, como uma intermediária entre o ente recolhedor e o ente pagador. Tributos não recuperáveis ou cumulativos Esses tributos, por não serem compensados na venda dos produtos, podem ser alocados a eles como parte do custo de aquisição. Quando o tributo é cumulativo para a empresa, ele deve fazer parte do custo para fins de formação do preço de venda, pois o valor dos tributos dentro das compras não pode ser recuperado via tributação, devendo ser recuperado via preços de venda. (aula2-pag8/11) Dois principais tributos que incidem sobre a compra de mercadorias: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) É um tributo de competência federal e tem seu fato gerador caracterizado pela entrega ao comprador dos produtos adquiridos por ele, que foram industrializados ou equiparados a industrializados. Esse imposto é pago por ocasião da aquisição da matéria-prima, materiais de embalagens e outros itens necessários para a industrialização ou a fabricação de produtos finais Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) É um imposto estadual cujo saldo é evidenciado por meio de conta gráfica, em que, por ocasião da compra, há crédito de ICMS a ser compensado com o ICMS gerado pela venda de mercadorias. ICMS é um imposto recuperável, e que o pagamento do imposto na aquisição deestoques (matéria-prima ou mercadorias para revenda) pode ser compensado quando da venda destes, seja na forma de produto acabado (no caso da indústria, quando transformou a matéria-prima em outro produto) ou da própria mercadoria conforme adquirida (no caso do comércio, que compra para revender). O valor do ICMS pago ao fornecedor por ocasião da compra corresponde a um direito da empresa (ICMS a Recuperar). O Valor do ICMS que a empresa recebe de Um cliente por ocasião da venda de mercadorias representa uma obrigação (ICMS a Recolher). (aula2-pag11) Os métodos de avaliação de estoques visam: exclusivamente, separar o custo dos materiais, mercadorias e produtos entre o que foi consumido ou vendido e o que permaneceu em estoque. (aula2-pag11) Os métodos de avaliação de estoques mais conhecidos são: o Custo Médio, o Primeiro que Entra Primeiro que Sai (PEPS) e o Último que Entra Primeiro que Sai (UEPS). (aula2-pag11) Entre os métodos de avaliação de estoques, no Brasil, o mais utilizado é: o custo médio. Esse método não usa como base os custos efetivamente incorridos no processo produtivo, mas usa a média ponderada destes para a avaliação dos custos dos estoques, tornando mais fácil o processo de inventário, uma vez que a sua aplicação é mais rápida e prática que a dos dois outros métodos. (aula2-pag13) Para calcular o custo médio, basta fazer a soma das unidades e dos totais em valores e, em seguida, dividir o valor total pela quantidade de unidades em estoque. (aula2-pag11/12) O método do Custo Médio Ponderado Móvel é assim chamado porque realiza o controle constante dos estoques, atualizando o custo médio dos produtos a cada aquisição de materiais. A lógica desse método é que o valor de cada unidade em estoque altera-se cada vez que a empresa compra outras unidades do mesmo produto por preço diferente. (aula2-pag15) A baixa das mercadorias pelo custo médio ponderado móvel é dada sempre se fazendo a média ponderada das entradas, ou seja, cada vez que a empresa adquire mercadorias, o preço médio dos produtos em estoques é alterado, influenciado pelo preço de entrada dos novos produtos. (aula2-pag15/16) PEPS (FIFO) Esse método de avaliação estabelece que as primeiras unidades que entram no estoque devem ser as primeiras a sair, por isso o nome Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS), ou, na sua nomenclatura em inglês, First In, First Out (FIFO). Quando da saída de produtos, a baixa do estoque é feita sempre pelo custo mais antigo, o custo de aquisição das mercadorias que entraram primeiro, considerando-se dessa forma que são vendidas primeiro as mercadorias adquiridas antes no estoque. (aula2-pag19/20) UEPS (LIFO) O próximo método a ser apresentado é o Último a Entrar e Primeiro a Sair (UEPS) ou no termo em inglês Last In, First Out (LIFO). De acordo com Martins (2010), a adoção desse método tende a reduzir o lucro contábil, uma vez que se faz a apropriação dos custos mais recentes aos produtos vendidos, e a tendência natural é que os custos de aquisição aumentem a cada período, ficando os mais atuais com valores mais altos, sendo que provavelmente essa seja a razão de esse método não ser aceito pelo imposto de renda brasileiro, provocando efeitos contrários ao PEPS. Aula3 (aula3-pag3) SEPARAÇÃO ENTRE MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA É necessário fazer distinção entre folha de pagamento do setor produtivo e folha de pagamento do setor administrativo, pois a primeira se configura em custos, e a segunda, em despesas. Quando a folha de pagamento é tratada como custo, podemos classificá-la como mão de obra, pois diz respeito ao trabalho manual dos funcionários no processo produtivo, tanto de produtos quanto de serviços. (aula3-pag3) A mão de obra pode ser classificada de duas formas: mão de obra direta (MOD) e mão de obra indireta (MOI). (aula3-pag3) Mão de obra direta, deve ser mensurada de forma que seja possível atribuir a cada produto o custo exato decorrente do trabalho despendido na sua elaboração. a mão de obra direta tem relação apenas com o pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, e ainda assim, deve haver uma forma de controle que possibilite a mensuração do tempo despendido e a identificação do funcionário que executou o trabalho, sem que haja a necessidade uma base de rateio para a apropriação. (aula3-pag4) Os materiais diretos são o primeiro componente dos custos, a mão de obra direta MOD consiste no segundo grande componente de custos contábeis. Correspondem aos esforços produtivos as equipes relacionadas à produção dos bens comercializados ou dos serviços prestados. (aula3-pag4/5) Mão de obra indireta Quando se tem um mesmo funcionário executando serviços em várias linhas de produção sem a possibilidade de medição de tempo despendido em cada um deles, temos a configuração da mão de obra indireta (MOI). A MOI passa a existir no momento em que a empresa não consegue controlar o tempo que cada produto consome da mão de obra operária durante o processo de fabricação e, dessa forma, a alocação desse custo só pode ser realizada por meio de uma base de rateio. (aula3-pag6) A configuração da mão de obra em direta somente se dá quando a empresa faz algum tipo de medição, visando atribuir a cada produto o tempo exato de mão de obra despendido por cada funcionário no processo de fabricação. A essa medição damos o nome de apontamento de mão de obra direta. (aula3-pag7) “quando o apontamento define onde os operários trabalharam (em que produtos), o valor da mão de obra será considerado mão de obra direta e será debitado diretamente à conta estoque de produtos em processamento”. (aula3-pag7) quando os operários trabalham em vários serviços ou produtos e não é possível identificar o consumidor do recurso de mão de obra, ou se trabalham na fábrica, como pessoal de manutenção de equipamentos, de limpeza, de supervisão e outros serviços dessa natureza, a contabilidade de custos considera a aplicação como mão de obra indireta, sendo esses gastos considerados como custos indiretos de fabricação, devendo, dessa forma, ser apropriados a todos os produtos por meio de alguma forma de rateio. (aula3-pag8) O cálculo da mão de obra deve levar em consideração fatores internos (decorrentes das próprias atividades operacionais da empresa) e externos (como variáveis externas, estamos considerando as obrigações sociais e trabalhistas impostas pela legislação pertinente). As análises de custos de mão e obra direta no Brasil devem considerar fundamentalmente os gastos associados aos encargos trabalhistas sociais, que incidem sobre as folhas de pagamento. (aula3-pag11) Integram o custo de MOD os salários e encargos sociais. (aula3-pag12) a mão de obra direta é um custo alocado aos produtos de forma variável, ou seja, quanto mais eu fabrico, mais mão de obra direta é utilizada nesse processo, e consequentemente maior o custo com esse insumo. (aula3-pag12) É importante observar que, embora a mão de obra direta seja tratada como variável – que está associada aos volumes produzidos – no Brasil, em função das restrições legais, os salários e encargos devem ser considerados como fixos. A eventual diferença entre o gasto total com mão de obra e a mão de obra direta, alocada ao produto, representa a ociosidade ou perda do trabalho pago, porém, não utilizado – podendo ser agrupado genericamente na categoria de mão de obra indireta. (aula3-pag12/13) Podemos considerar a mão de obra de um funcionário como direta mesmo que ele trabalhe numa única linha de produção? Não! O sentido de “os salários e encargos devem ser considerados como fixos” é que Esses gastos irão incorrer todos os meses, independentemente de haver produção ou não. Ou seja, se a empresa produzir, ela vai incorrer em pagamento de salários, mas uma parte ou a totalidade desse pagamento poderá ser classificadacomo MOD, e o que não se caracterizar como tal, deverá ser tratado como custo indireto. Se, por outro lado, por algum motivo a empresa deixar de produzir durante certo período, o salário dos seus funcionários deverá ser pago normalmente. Nesse caso, como não houve produção, será tratado como custo indireto, não podendo ser classificado como MOD. (aula3-pag13) O tempo ocioso corresponde às horas não trabalhadas em decorrência de motivos que fogem à normalidade da empresa, como falta de produção, greves ou acidentes que paralisem a produção. O custo correspondente a esse tempo deve ser tratado como custo do período, indo diretamente para o resultado do exercício. (aula3-pag14) A ociosidade aumenta os custos dos produtos e não agrega valor, visto que essas horas são perdidas – praticamente um desperdício de mão de obra. (aula3-pag15) Podemos dizer que, para a apropriação dos custos com mão de obra, a empresa tem que levar em consideração não somente os salários – os quais saltam à vista como um custo incorrido – mas também todos os outros gastos em que a empresa incorre em decorrência dos funcionários que trabalham no setor produtivo, inclusive os gastos com benefícios oferecidos ao trabalhador. Aula4 (aula4-pag3) Os custos indiretos de fabricação são aqueles que não têm forma de medição que seja 100% eficaz, possibilitando a apropriação aos produtos de forma objetiva e eliminando toda a arbitrariedade na alocação. (aula4-pag3/4) custos indiretos de produção (CIP) necessitam de algum critério para serem alocados aos produtos, e a esse critério chamamos de base de rateio. (aula4-pag4) A principal característica dos custos indiretos é a impossibilidade da mensuração, ou seja, a ausência de formas de medição das quantidades dos insumos utilizados pelos produtos que os consumiram. Classifica-se como indireto “todo custo que não está vinculado diretamente a cada unidade do produto, mas ao processo de fabricação”. “Com exceção da matéria prima e da mão de obra direta, quase todos os demais custos são tratados como indiretos”. (aula4-pag4) Exemplos custos indiretos: aluguel da área ocupada pela fábrica (setor produtivo); depreciação das máquinas e ferramentas industriais; energia elétrica consumida pela fábrica; mão de obra indireta (demais funcionários da fábrica); materiais indiretos (lubrificantes, lixas, cola); demais custos fabris. (aula4-pag4) Os custos indiretos são gastos comuns no processo produtivo e, por esse motivo, “são chamados também custos gerais de fabricação”. (aula4-pag4) Os materiais diretos não podem possuir outra classificação senão aquela já encontrada na sua própria nomenclatura como a de custo direto, pois eles são diretamente relacionados aos produtos, pode ser mensurados na sua utilização e também são identificáveis nos itens produzidos. Entretanto, podemos algumas vezes ter custos que podem ser classificados tanto como diretos quanto indiretos, dependendo da situação em que o custo foi incorrido e das formas como a empresa conduz o seu processo produtivo. (aula4-pag4/5) Temos que levar em conta que um determinado insumo ou item de custo pode assumir duas classificações distintas em contextos diferentes e, nesse momento, a identificação desse custo torna-se algo de maior atenção por parte do profissional de custos. Por exemplo, a energia elétrica geralmente é consumida por toda a fábrica e o seu custo total é alocado por meio de estimativas. Nessa circunstância, a energia elétrica realmente é um custo indireto. Mas e se a fábrica resolver instalar medidores em cada máquina e, indo mais além, decidir que cada máquina seja utilizada somente na fabricação de um produto específico? Nesse caso, podemos dizer que a energia elétrica passa a ser um custo direto, pois o seu gasto é controlado e pode ser apropriado diretamente ao objeto de custeio. (aula4-pag5) Uma das técnicas oferecidas para a alocação dos custos indiretos é a departamentalização. (aula4-pag5) “Como os produtos que estão sendo fabricados passam por diversas fases de fabricação, e essas fases normalmente são setores especializados dentro da empresa, faz-se necessária a apuração setorizada dos gastos para cada fase dos processos de fabricação”. Esses setores são chamados, pela contabilidade de custos, de departamentos, e são atribuídas a eles a responsabilidade pelos custos incorridos durante determinado período, para posterior alocação aos produtos fabricados. (aula4-pag6) “departamento é a unidade mínima administrativa para a contabilidade de custos, representada por pessoas e máquinas (na maioria dos casos), em que se desenvolvem atividades homogenias”. (aula4-pag6) Cada departamento é uma das partes que compõem a fábrica como um todo, e cada um desses setores deve ter um responsável por administrá-lo. As atividades devem ser únicas em cada departamento, os setores devem desenvolver atividades homogêneas. (aula4-pag6) Uma das atribuições da contabilidade de custos é o controle, a uma forma prática de controlar os custos, visto que divisão da fábrica em departamentos faz com que o controle se torne algo visível e mais fácil de ser obtido, uma vez que a segregação mostra de forma mais clara em que área os recursos estão sendo consumidos e a forma desse consumo. Outra vantagem é a atribuição de responsabilidades a um sujeito específico, o qual deverá responder pelos gastos do seu departamento. De acordo com Schier (2013) “esse conceito, que liga a atribuição de cada departamento à responsabilidade de uma pessoa, dá origem ao uso da contabilidade de custos como forma de controle”. (aula4-pag6) A divisão da fábrica em departamentos aumenta o controle sobre os custos indiretos de produção, mas esse controle pode ser aumentado ainda mais com a divisão dos próprios departamentos. (aula4-pag6) Os departamentos podem ser divididos em dois grandes grupos: os que promovem qualquer tipo de movimentação sobre o produto diretamente e os que nem recebem produto. (aula4-pag6/7) A divisão dos departamentos é classificada em: Departamentos de produção: são aqueles que atuam sobre os produtos e tem seus custos apropriados diretamente a estes. Exemplos: Corte, Aplainamento, Montagem, Tapeçaria, Acabamento, Usinagem, Moagem, Pintura, Perfuração, Galvanização, Malharia, Mistura, Refinaria, Engarrafamento. Departamentos de serviços: Os departamentos de serviços não atuam diretamente na produção e sua finalidade é prestar serviços aos departamentos de produção. Seus custos não são apropriados diretamente aos produtos, pois estes não transitam por eles, mas são transferidos para os departamentos de produção, que se beneficiam dos serviços deles. Diferentemente dos departamentos de produção, não têm ligação direta com o produto. Exemplos: Manutenção, Almoxarifado, Administração Geral da fábrica, Limpeza, Expedição, Controle de qualidade. (aula4-pag7) Porque os custos acumulados pelos departamentos de serviços não são diretamente alocados aos produtos. Se não são alocados aos produtos, de que forma é feita a apropriação? Como esses departamentos são de apoio às unidades de produção, os custos são transferidos primeiramente para eles e, posteriormente, por meio de critérios de rateio, são alocados aos produtos. (aula4-pag8) As vantagens da departamentalização poderiam ser expressas sob dois aspectos principais: melhoria dos controles internos e redução dos problemas decorrentes dos rateios dos custos indiretos. A melhoria dos controles internos associados a custos deve-se ao fato de cada centro de custos ou departamento possuir um responsável. Por sua vez, este exerce uma ação direta sobre os resultados de seu departamento, podendo, através de sua gestão, aumentar ou diminuir seus gastos. (aula4-pag8) Os departamentos por si só já tendem a diminuir a subjetividade da alocação dos custos indiretos aos produtos,e auxiliam os gestores no que tange a maior eficiência dos controles internos, mas os departamentos ainda podem ter outra classificação que torna a unidade administrativa ainda mais eficaz no rateio dos custos indiretos, a qual é conhecida como centros de custos. (aula4-pag8) Cada departamento corresponda a um centro de custos, pelo fato de que nele são acumulados os gastos incorridos para posterior transferência aos produtos ou outros departamentos, em algumas ocasiões ele pode ser dividido em diversos centros de custos. O centro de custos pode ser o próprio departamento, ou pode ser uma unidade dentro dele. (aula4-pag8) Em alguns casos, podem existir mais de um centro de custos num departamento. É o caso em que neste, apesar de desenvolver atividades homogêneas, são usadas máquinas de diversas capacidades produtivas e operadas por pessoal especializado. (aula4-pag9) Centro de custos é a unidade mínima de acumulação de custos indiretos. Mas não é necessariamente uma unidade administrativa, só ocorrendo quando coincide com o próprio departamento. (aula4-pag10) Uma das principais características dos custos indiretos é a inexistência de um critério que possibilite a apropriação desses gastos de forma confiável e 100% justa aos produtos, uma vez que não é possível mensurar o total de custo incorrido dos insumos a cada unidade produzida. São conhecidos também como gastos gerais de fabricação, devendo ser rateados a todos os produtos que consomem esses recursos. (aula4-pag10) Todos os custos indiretos só podem ser apropriados por sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos etc. Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau, certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que às vezes, ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores. (aula4-pag10) Nenhum método possa ser considerado 100% eficaz, a tendência é que parte do problema seja minimizada. Um desses métodos é a departamentalização. (aula4-pag11) O rateio é o critério que será utilizado para a divisão dos CIF, e a escolha da base utilizada deve ser feita em função do recurso mais utilizado na produção. (aula4-pag13) O objetivo dos critérios estabelecidos para os rateios dos custos indiretos é minimizar a subjetividade que existe na apropriação dos custos indiretos e, por mais que se desenvolvam novas técnicas e ferramentas que auxiliem nesse processo, o fator que ainda tem maior peso é o julgamento e o conhecimento do profissional da área de custos. (aula4-pag13) A divisão da empresa em departamentos tende a minimizar a subjetividade na alocação dos custos indiretos, uma vez que a segregação aumenta o controle sobre os gastos incorridos num determinado setor. No entanto, a divisão faz com que os departamentos sofram duas formas de classificação, sendo elas em departamentos de serviços e departamentos de produção. Os departamentos de produção são aqueles em que efetivamente os produtos sofrem algum tipo de transformação, ao passo que os departamentos de serviços funcionam como setores de apoio aos primeiros. Nesse sentido, a alocação dos custos dos departamentos de serviço não pode ser realizada diretamente aos produtos, pois esses gastos incorridos não dizem respeito aos recursos consumidos pelos itens em processo de fabricação, mas, sim, pelos departamentos de produção. Nesse sentido, os custos dos departamentos de serviços devem primeiramente ser alocados aos departamentos de produção que consumiram esses recursos, para posteriormente serem apropriados aos produtos. (aula4-pag15) Problema da alocação dos custos indiretos dos departamentos de serviços. Conforme destacado pelos autores, uma vez que os produtos não se utilizaram de forma direta desses departamentos, os custos incorridos nesses setores não devem ser alocados diretamente aos produtos. Mas como proceder, então, para a apropriação desses valores? De acordo com os autores supracitados, “como esses departamentos prestam serviços aos demais, devem ter seus custos transferidos para os departamentos que recebem esses serviços; depois, os custos desses departamentos são apropriados aos produtos”. (aula4-pag16/17) O rateio deve começar por um departamento de serviços distribuindo seus custos por todos os outros que dele se utilizaram, inclusive podendo ser outro departamento de serviços, ficando no final somente os departamentos de produção. Assim, os custos originados no próprio departamento são os custos primários, e aqueles recebidos de outro departamento por meio de rateio são chamados de secundários. (aula4-pag19/20) Para garantir a comparabilidade das demonstrações contábeis de diferentes períodos, o princípio da consistência ou uniformidade preza que a entidade mantenha, ao longo do tempo, a alternativa escolhida, não podendo ser alterada em cada período. (aula4-pag20) Quando a empresa adota uma base para ratear os custos, é importante que o critério escolhido seja mantido, visando não apenas atender ao princípio da consistência, mas também que os produtos não apresentem variação de custos e, consequentemente, haja também impacto no resultado da empresa. (aula4-pag20) É importante frisar que a empresa pode até alterar os critérios de alocação dos custos indiretos, principalmente se for encontrada uma base que reduza mais a subjetividade desses gastos, mas ela terá que colocar isso em notas explicativas, principalmente a mudança impactar de forma significativa o resultado no período em que ocorreu. Aula5 (aula5-pag2) Custear significa “acumular, determinar custos”. Custeio ou custeamento são métodos de apuração de custos, maneiras segundo as quais procedimentos a acumulação e a apuração dos custos. A aplicação desses sistemas deverá ser coerente com o tipo de empresa, as características de suas atividades, suas necessidades gerenciais e, evidentemente, o custo benefício resultante do sistema adotado. “custeamento do produto é o processo de identificar o custo unitário de um produto ou serviço ou de todos os produtos e serviços de uma empresa, partindo do total de custos diretos e indiretos”. (aula5-pag3) Esses métodos surgiram com o intuito de ajudar nos processos, principalmente na mensuração dos fatores de produção e na avaliação dos estoques. Conforme Souza e Clemente (2011, p. 56) “os sistemas de custeio continuam orientados pelos mesmos objetivos que lhes deram origem: mensurar custos de produtos, avaliar estoques e avaliar resultados operacionais”. (aula5-pag3) O sistema de custeio direto é assim chamado pelo fato de tomar dos produtos somente os custos diretamente relacionados a eles, ou seja, somente os gastos classificados como custos diretos de produção. Nesse sentido, considerando as características dos custos diretos, que podem ser diretamente associados às unidades produzidas, entre os principais itens podemos citar matéria-prima, embalagens e mão de obra direta. Portanto, os custos diretos também variam de acordo com a produção. Por esse motivo, o custeio direto é também conhecido como custeio variável. Stark (2007, p. 167) afirma que “por esse critério, então, apenas entrarão na composição do custo aqueles componentes relacionados exclusivamente quando e enquanto a empresa estiver em atividade, isto é, os custos variáveis”. (aula5-pag3) O termo gastos variáveis designa os custos que, em valor absoluto, são proporcionais ao volume da produção, isto é, oscilam na razão direta dos aumentos ou reduções das quantidades produzidas. O termo gastos fixos designa os custos que, em valor absoluto, são estáveis, isto é, não sofrem oscilações proporcionais ao volume da produção, dentro de certos limites. (aula5-pag4)um dos motivos que contribuem para que os custos fixos não sejam apropriados aos produtos é o fato de eles serem decorrentes de recursos necessários para manter a estrutura da produção, não sendo decorrentes de recursos consumidos por produtos em fabricação. (aula5-pag4) A defesa do custeio variável repousa nos seguintes argumentos principais: Os custos fixos, por sua própria natureza, existem independentemente da fabricação ou não de determinado produto ou do aumento ou redução (dentro de certa faixa) da quantidade produzida. Os custos fixos podem ser encarados como encargos necessários pra que a empresa tenha condições de produzir e não como encargo de um produto específico; por não estarem vinculados a nenhum produto específico ou a uma unidade de produção eles sempre são distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateio, que contêm em maior ou menor grau, a arbitrariedade. (aula5-pag4) a justificativa para que o critério de custeio direto trate como custo de período somente os custos diretos é o fato de os custos indiretos estarem relacionados à estrutura produtiva – a empresa nestes incorre em tais gastos mesmo que não haja produção. (aula5-pag4) Mas se os custos fixos não são tratados como custos, como são classificados? De acordo com Martins (2010), os custos fixos são separados e considerados como despesas do período; dessa forma, eles não são ativados pela composição dos custos de formação de estoques. Pelo contrário: são lançados diretamente contra o resultado. (aula5-pag5/6 ) um ponto importante a ser mencionado sobre o custeio variável é que ele não é aceito para fins fiscais. A Lei das Sociedades por Ações e o Regulamento do Imposto de Renda – obrigam explicitamente as empresas a usar o custo por absorção, ainda que de forma parcial. A lei determina que sejam alocados aos produtos todos os custos incorridos no processo de fabricação (fixos, variáveis, diretos e indiretos), o que nos leva ao método de custeio por absorção, também conhecido como custeio integral. Trata-se do método aceito pela legislação fiscal do Brasil. (aula5-pag6) Se há métodos não aceitos pela legislação, para que servem então? podemos dizer que o custeio variável está relacionado principalmente com a utilização de custos para o apoio a decisões de curto prazo, quando os custos variáveis tornam-se relevantes e os custos fixos, não. (aula5-pag6) Custo Volume Lucro (CVL), que tem origem no custeio variável. A CVL aborda alguns conceitos, sendo os principais: Margem de contribuição (MC) e Ponto de equilíbrio (PE). (aula5-pag6) O conceito de MC é utilizado como um dos principais instrumentos da tomada de decisão na análise CVL (aula5-pag6) Do ponto de vista da análise da margem de contribuição, as despesas são classificadas como fixas ou variáveis. Os custos variáveis são deduzidos das vendas para obter a margem de contribuição. Os custos fixos são subtraídos da margem de contribuição para obter a renda líquida. (aula5-pag6) A análise da margem de contribuição indica como melhorar a utilização da capacidade da empresa, como formular o preço para uma concorrência e se deve aceitar um pedido mesmo que o preço de venda seja menor do que o preço menor. (aula5-pag7) O custeio direto somente apropria aos produtos os custos variáveis; como é feita a apuração dos custos pelo método do custeio variável? De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2018 p. 158), “nesse método, o custo unitário de produção do período será o custo total variável dividido pela quantidade produzida”. Assim, fica fácil calcular o custo do produto, pois não é necessário ratear os custos indiretos, uma vez que são tratados como despesas, bastando dividir o custo variável total pela quantidade de unidades produzidas para encontrar o custo unitário. (aula5-pag7) os custos indiretos seriam lançados contra o resultado não passando pelos estoques. Por conta disso, o custeio variável não é aceito pelo fisco brasileiro; está limitado unicamente para fins gerenciais. (aula5-pag8) A contabilidade de custos encontra-se na interseção da financeira com a gerencial, devendo em certo momento se preocupar com as imposições legais da contabilidade financeira, e em outros momentos atender a demanda de informações requeridas pela contabilidade gerencial para subsidiar a tomada de decisão. Nesse sentido, chegamos no ponto em que a contabilidade de custos deve atender à contabilidade financeira no que tange ao fornecimento de informações sobre a apropriação dos custos aos produtos, tendo como principal objetivo o atendimento ao fisco, no que se refere às normas impostas à formação dos estoques. (aula5-pag8) A contabilidade de custos, como uma ramificação da contabilidade, também sofre influências da legislação. Um dos pontos abordados pelo fisco no que tange às práticas contábeis é a forma de custeio que as empresas devem utilizar para apuração dos custos. A lei determina que sejam alocados aos produtos todos os custos incorridos no processo de fabricação (fixos, variáveis, diretos e indiretos). (aula5-pag9) As exigências legais para a apuração dos custos nos remetem às características do sistema de custeio conhecido como absorção. (aula5-pag9) Contabilidade de custos está na fronteira entre financeira e gerencial, sendo aquela a principal área que fornece informações para usuários externos. (aula5-pag9) Custeio por absorção: Este é o único método de custeio aceito pela Contabilidade Financeira que atende aos princípios contábeis. De fato, o custeio por absorção, que alguns denominam de “custeio integral”, indica que cada unidade produzida “absorveu” todos os gastos necessários para obtê-la, sejam diretos, isto é, próprios do produto, ou indiretos, que são aqueles que auxiliam a produção. (aula5-pag9) A contabilidade de custos, analisada sob a ótica da contabilidade financeira, preocupa-se com o registro formal e legal das informações sobre os custos. Neste processo, caracteriza-se pelo uso do método de custeio por absorção, que estabelece que todos os gastos produtivos, inclusive os indiretos, devem ser incorporados ao valor dos estoques. (aula5-pag9) O Custeio por Absorção (Integral) A lei determina que todos os gastos produtivos (custos) incorridos no processo sejam alocados aos produtos. (aula5-pag10) ao fazermos a classificação dos gastos em custos e despesas, estamos direcionando esses valores para o contexto que os geraram, visto que custos fazem parte do processo produtivo, independentemente da sua classificação, ao passo que as despesas fazem parte das atividades de apoio. Independentemente da classificação dos custos, sabemos que, se eles existem, é porque os insumos que os geraram foram necessários no processo produtivo. (aula5-pag10) O custeio por absorção é o método de custeio mais usado em quase todo o mundo, pois incorpora todos os tipos de custos aos produtos, possibilitando a extração do custo unitário de cada um deles. Além disso, com base no custo total, é possível a formação do preço de venda de cada produto a partir do seu custo, que servirá de referência para a atuação no mercado. (aula5-pag10) Por ser um método voltado para atender o fisco, diferentemente do custeio por variável, a absorção é o mais indicado para a parte de contabilização dos estoques do que para o fornecimento de informações que subsidiem o processo de tomada de decisão. (aula5-pag10) Esse método tem mais relação com a avaliação dos estoques no sentido de atender a contabilidade financeira, tendo como principal objetivo gerar informações para os usuários externos. (aula5-pag10/11) As principais características do custeio por absorção são: 1. utilizar os custos diretos industriais; 2. utilizar os custos indiretos industriais, por meio de critérios de apropriação ou rateio; 3. não utilizar os gastos administrativos; 4. não utilizar os gastos comerciais,sejam diretos ou indiretos; 5. o somatório do custo dos produtos e serviços vendidos no período dá origem à rubrica custo dos produtos e serviços, na demonstração de resultados do período; 6. o somatório do custo dos produtos e serviços ainda não vendidos dá origem ao valor dos estoques industriais no balanço patrimonial do fim do período (estoques em processo e estoque de produtos acabados). (aula5-pag12) O cálculo do custeio por absorção envolve todos os custos, fixos e variáveis (os fixos e variáveis são classificados em diretos e indiretos). Os diretos são alocados diretamente aos produtos enquanto os indiretos são apropriados por meio de uma base de rateio. (aula5-pag13) Um dos principais problemas encontrados em contabilidade de custos é a questão da alocação dos custos indiretos aos produtos, visto que essa alocação é feita de forma arbitrária, o que ocasiona em subjetividade na distribuição dos gastos. (aula5-pag14) “o Custeio Baseado em Atividades, conhecido como ABC (ActivityBasedCosting), é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos”. Nela, não são os produtos que efetivamente consomem os recursos, e sim as atividades. Nesse sentido, Souza e Clemente (2011) afirmam que o ABC entende o negócio como um conjunto de processos, cada um dos quais envolvendo uma série de atividades. Segundo os autores, o objeto de custeio, na visão do ABC, deixa de ser o produto e passa a ser a atividade, pois são elas que consomem os recursos. (aula5-pag14) Os procedimentos do ABC consistem em seccionar a empresa em atividades, supondo-se que as mesmas gerarão os custos, calcular os custos de cada atividade, compreender o comportamento dessas atividades, identificando as causas dos custos relacionados com elas e, em seguida, alocar os custos aos produtos de acordo com as intensidades de uso. (aula5-pag15) De acordo com Bornia (2017), podemos fixar quatro fases para o cálculo dos custos de produtos pelo ABC: 1. Mapeamento das atividades 2. Distribuição dos custos às atividades 3. Distribuição dos custos das atividades indiretas até as diretas 4. Distribuição dos custos dos produtos (aula5-pag15) Mapeamento das atividades. são identificadas as atividades que compõem cada um dos processos. O detalhamento do mapeamento das atividades é de importância crucial ao processo, além de ser uma das etapas mais complexas na implementação do ABC. Afinal, é com base no detalhamento e conhecimento que se dará o controle dos fatores que geram custos, pois aqui conhecemos o caminho que esses gastos traçam até que sejam alocados aos produtos (aula5-pag15) Distribuição dos custos às atividades. Nessa segunda etapa, tem-se uma semelhança do ABC com a departamentalização, visto que a distribuição dos custos indiretos às atividades deve ser realizada por meio do critério que se acredita representar a forma mais justa de alocação, com base na forma como os recursos foram consumidos em cada atividade. Dessa forma, a empresa estabelece um critério de rateio que deverá ser utilizado como base na alocação. (aula5-pag16) Distribuição dos custos das atividades indiretas até as diretas. Quando se fala em atividades indiretas, refere-se àquelas atividades que não estão diretamente ligadas à fabricação dos produtos, mas que servem de apoio às atividades diretas – que são de fato aquelas que têm ligação com o processo de fabricação. Nesse sentido, o ABC considera que as atividades indiretas, por servirem de apoio às diretas, devem ter seus custos distribuídos primeiramente a elas, para depois serem alocados aos produtos. (aula5-pag15/16) Distribuição dos custos dos produtos. Quando chegamos à última fase do ABC, estamos falando da distribuição dos custos das atividades diretas aos produtos. Nessa fase, temos um conceito muito utilizado, o qual possibilita a distribuição dos custos aos produtos; são os chamados direcionadores de custos. Os direcionadores de custos são formas de controle utilizadas pela empresa para determinar os custos das atividades. Nesse sentido, cada atividade deve possuir algum direcionador que possibilite saber exatamente quanto cada produto consumiu do total dos custos incorridos na sua execução. Como exemplos de direcionadores, podemos citar as ordens de serviços, requisições e faturas. (aula5-pag19) SISTEMA DE CUSTEIO RKW: objetivo principal não é a alocação dos custos indiretos, mas sim a formação do preço de venda. Consiste no rateio não só dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos. Por essa característica de alocar todos os gastos aos produtos, o RKW também é conhecido como “Custeio Pleno”, pois o seu produto passa a ser o custo pleno, o qual se forma a partir de custos e despesas alocados às unidades produzidas. (aula5-pag19) O método de custeio RKW apropria ao objeto de custeio todos os custos e despesas de uma entidade. O método de custeio integral é sinônimo do método de custeio pleno e é aquele em que todas as despesas e custos de uma organização são levados em conta. (aula5-pag19/20) A lógica por trás do RKW é que o preço de venda deve cobrir tanto os custos quanto as despesas, mesmo que elas não estejam diretamente relacionadas com os processos de fabricação. Por esse motivo, devem ser tratadas como um custo e alocadas a todos os produtos. Esse método nasceu no início do século XX na Alemanha, e tinha como fundamento o uso de custos para fixar preços. Com a sua forma de rateio, chega- se ao custo de produzir e vender, incluindo administrar e financiar. No contexto do autor, chamamos a atenção para o uso dos termos produzir e vender, administrar e financiar. Produzir, nos remete aos fatores utilizados na produção, conforme vimos em todos os métodos de custeio estudados anteriormente, os quais apresentam os sistemas de custeio com o principal objetivo de distribuição dos custos aos produtos – especialmente os indiretos, os quais devem ser alocados por meio de uma base de rateio. Vender, nos remete às despesas relacionadas à área de vendas da empresa, as chamadas despesas comerciais. Por exemplo: salários dos vendedores, comissão dos vendedores e fretes na venda do produto. Administrar também está relacionado a despesas, mais precisamente às administrativas, que são aquelas despesas relacionadas com as áreas administrativas da empresa e que envolvem todo o setor administrativo. Como exemplos, temos salários da administração, depreciação dos equipamentos da área administrativa e salários da diretoria. Financiar, que nos leva às despesas financeiras, que são aquelas incorridas sobre a captação de recursos de terceiros, ou mesmo sobre negociações da empresa com seus fornecedores. Como exemplo, temos juros sobre empréstimos, juros sobre financiamentos, encargos financeiros sobre compras a prazo e juros por atraso no pagamento de fornecedores. (aula5-pag20) Pelo RKW, todos os gastos, independentemente de sua classificação, são alocados aos produtos. As despesas, que pelos sistemas de custeamento normais são lançadas contra o resultado, por esse método são rateadas aos produtos, assim como os custos. (aula5-pag20) O RKW não é aceito pelo fisco brasileiro. Embora ele englobe todos os custos incorridos no processo conforme determina a legislação, ele deixa de atender o fisco ao incorporar também as despesas aos produtos. RKW também não é aceito para avaliação dos estoques por incluir gastos que não são vinculados ao processo de fabricação. É uma variação do custeio por absorção, que aloca tanto os custos quanto as despesas aos produtos. Este método pode ser usado quando a empresa quer a informação de custos pleno dos produtos. É recomendado para decisões de preços e pode ser empregado sem departamentalização ou com departamentalização,da mesma forma que o custeio por absorção. Esse método serve unicamente a fins gerenciais, sendo especialmente utilizado no monitoramento da eficiência dos processos fabris e na avaliação da rentabilidade desses processos, bem como na formação do preço de venda. (aula5-pag20) Em contabilidade de custos, as empresas podem ser classificadas em Indústria, Comércio e Serviços. (aula5-pag21) As empresas comerciais diferenciam-se das industriais pelo fato de comprarem as mercadorias já prontas de seus fornecedores e revende- las também prontas, caracterizando-se como intermediárias, sem ampliar nem modificar sua utilidade, ao passo que as empresas industriais adquirem matérias primas e modificam sua utilidade após realizar nelas determinadas operações caracterizando-se como transformadoras. (aula5-pag21) Na empresa comercial, o custo está relacionado às mercadorias revendidas. Sua determinação obedece os mesmos cálculos utilizados para o custo da matéria prima na empresa industrial [...] com uma diferença relativa ao IPI, que, destacado na nota fiscal de venda das empresas industriais, é considerado agregado ao valor da mercadoria na empresa comercial, consistindo, portanto, seu custo. De um modo geral, os custos das mercadorias compreende todos os gastos com a aquisição, deduzidos os tributos passíveis de recuperação [...]. (aula5-pag22) Os gastos a serem considerados como custos nas empresas comerciais são, em alguns aspectos, os mesmos das industriais, mas tendem a ser divergentes em alguns pontos, tais como impostos que não são passíveis de recuperação, dentre outros pontos omissos no CPC, mas que são encontrados na literatura pertinente. (aula5-pag22) Para as empresas prestadoras de serviços, temos também alguns pontos em comum com as indústrias, visto que esse tipo de atividade se aproxima muito da industrial, uma vez que os serviços são o “produto” dessas empresas, o qual é realizado com base em alguns fatores que compõem os custos industriais. Temos três tipos de custos que incorrem na indústria e que também são comuns em algumas empresas de serviços: Custo do material aplicado nos serviços Custo da mão de obra aplicada nos serviços Custos indiretos apropriados aos serviços (aula5-pag22/23) são considerados como custos aqueles insumos que realmente são relacionados na realização dos serviços, ao passo que os outros são classificados como despesas. (aula5-pag23) O tipo de atividade gera diferentes tipos de objetos de custeio: Indústria: produto Comércio: mercadoria Prestadoras de Serviços: serviços Aula6 (aula6-pag3) Custeamento por ordem. Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. 109):Neste sistema, cada produto é elaborado sob as especificações dos clientes, o que torna cada ordem de produção ou lote diferente dos demais. Na área de serviços isto é típico, pois cada um deles será realizado de acordo com as necessidades do cliente. [...] Para cada encomenda recebida dos clientes, abrir-se-á uma ordem de produção (ou de serviço), em que cada elemento do custo é acumulado separadamente, ou, ainda, sob as instruções específicas de produção ditadas pelo Departamento de Programação e Controle de Produção(PCP). (aula6-pag3) No sistema de ordem de produção, a empresa somente produz o que lhe é encomendado. Por esse método de custeamento “se produz atendendo encomendas dos clientes ou, então, produz também para venda posterior, mas de acordo com determinações internas especiais, não de forma contínua, já se terá incluído entre as de produção por ordem”. (aula6-pag3/4) Na produção por ordem, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem ou encomenda. Essa conta só para de receber custos quando a ordem estiver encerrada. Se terminar um período contábil e o produto estiver ainda em processamento, não há encerramento, permanecendo os custos até então incorridos na forma de bens em elaboração, no ativo, quando a ordem for encerrada, será transferida para estoque de produtos acabados ou para Custo dos Produtos vendidos, conforme a situação. (aula6-pag4) As ordens de produção são contas que, além de dar início à produção, também devem representar uma conta específica na qual os custos são alocados, sendo esses gastos todos aqueles que incorrerem durante o processo de fabricação. Tais ordens de produção são emitidas para o início da execução da encomenda ou serviço. São necessárias para que a empresa consiga produzir com eficiência o que for designado, e ainda servirão de base para o custeio. O objetivo é a determinação do custo da OP, pois cada ordem de produção é um produto (aula6-pag4) A forma de apropriação dos custos segue basicamente o mesmo método da departamentalização, com a diferença de que, no custeamento por ordem, quem primeiro recebe os custos são as ordens de produção. Primeiro, são apropriados os custos diretos em relação à ordem de produção, e, depois, os custos indiretos são alocados por meio de algum critério de rateio. (aula6-pag5) O custeio por ordem se apresenta como uma forma de se estimarem custos quando se fala de precificação por encomenda, uma vez que não se tem o custo exato do produto que ainda não foi elaborado. (aula6-pag5) Quando a empresa trabalha com produtos padronizados, os quais não são fabricados por meio de ordens de produção e não atendem a especificações de um determinado cliente em particular, dizemos que ela trabalha na forma de produção contínua, ou custeamento por processo. (aula6-pag6) na produção contínua “a apuração dos custos visa principalmente a identificação do custo por departamento ou centro de custo, apurando o valor dos bens ou serviços consumidos em cada centro de atividade durante um período considerado” (Stark, 2007, p. 243). (aula6-pag6) As características da produção em massa, foco da produção contínua, possibilitam que os custos sejam alocados aos departamentos, justamente pelo fato de os produtos serem padronizados, não exigindo processamentos que demandem maiores gastos em decorrência de especificações dos clientes, como acontece na produção por ordem. (aula6-pag8) Conceito de produção equivalente ou equivalente de produção é utilizado quando a produção é contínua e, ao final do período, a indústria apresenta estoques de produtos acabados e estoques de produtos em processo ou em elaboração. A solução consiste em determinar o nível equivalente de produção dos produtos em elaboração para, a partir de então, estimar o custo médio dos produtos acabados. (aula6-pag10) De acordo com Martins (2010, p. 162), a produção conjunta “é o aparecimento de diversos produtos a partir, normalmente, da mesma matéria- prima, como é o caso do tratamento industrial da quase totalidade dos produtos naturais da agroindústria”. (aula6-pag11) Decorrem de um mesmo material diversos produtos conjuntos normalmente classificados em co-produtos e subprodutos. A produção conjunta não é uma característica própria somente da produção contínua; é apenas muito mais comum nesse tipo de empresa. Pode também ocorrer na produção por ordem em alguns tipos de indústrias, como a de móveis de madeira por encomenda. (aula6-pag11) “os coprodutos são os próprios produtos principais, só que assim chamados porque nascidos de uma mesma matéria-prima. São os que substancialmente respondem pelo faturamento da empresa” (Martins, 2010, p. 162). (aula6-pag11) os subprodutos, à medida que são produzidos, têm seu valor líquido de realização considerado como redução do custo de elaboração dos produtos principais, mediante débito aos estoques e crédito aos custos de produção (Martins, 2010). (aula6-pag13) O objetivo deste Pronunciamento (Pronunciamento Técnico CPC 16(R1)) é estabelecer o tratamento contábil para os estoques. A questão fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativoe mantido nos registros ate que as respectivas receitas sejam reconhecidas. Este Pronunciamento proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. Também proporciona orientação sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques. (aula6-pag13) O CPC 16 determina a forma como as empresas devem fazer a contabilização de seus custos, quais fatores devem ser ativados como estoques e qual o momento de reconhecimento destes como despesa na demonstração de resultado do exercício. (aula6-pag13/14) no contexto do CPC, é determinada a forma como os estoques são formados, considerando as empresas de serviços, indústria e comercio. No contexto do comercio, segundo o CPC,“os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda”. Para a indústria, o CPC determina que “os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais, aguardando utilização no processo de produção”. O texto do pronunciamento apresenta alguns exemplos de itens a serem considerados como custos, sendo eles: componentes, embalagens e material de consumo. Uma vez adquiridas as mercadorias ou os materiais, o CPC determina que, na mensuração dos estoques, esses itens devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. (aula6-pag14) “Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curs normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda” (CPC 16, 2009). (aula6-pag14) O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. (CPC 16, 2009) (aula6-pag14) Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão de obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquina e equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta. (CPC 16,2009) (aula6-pag14/15) o pronunciamento técnico CPC 16 visa fazer com que as entidades façam o tratamento contábil de seus estoques de acordo com as normas internacionais de contabilidade, atendendo dessa forma, ao que determina o fisco e a legislação do imposto de renda, bem como aos princípios contábeis aplicados a custos. (aula6-pag15) “a perda na produção ocorre porque as pessoas não se encontram bem treinadas, utilizam materiais de baixa qualidade ou trabalham com equipamentos defeituosos”. Maher (2001, p. 205 (aula6-pag15) Os administradores deparam-se com os seguintes problemas principais, referentes a perdas na produção: 1. Identificação da existência do problema. 2. Análise da possibilidade de eliminação do problema. Muitas vezes a perda na produção pode ser reduzida com maior treinamento dos empregados. 3. Decisão se vale a pena eliminar a perda na produção. Por exemplo, a eliminação da perda compensa o gasto com treinamento dos empregados? (aula6-pag16) A qualidade tem-se tornado um fator cada vez mais importante na mensuração da satisfação do cliente. Quando compram produtos de baixa qualidade, os clientes muitas vezes mudam de marca. Baixa qualidade de produção implica não somente custo de perder clientes, mas também custos de materiais perdidos no processo de produção – as chamadas perdas na produção. Aperfeiçoamento da produção em seu início, a qualidade melhora e os custos caem, como resultado da eliminação ou redução de produtos defeituosos, em estágios posteriores. (aula6-pag16) “administração da qualidade total”, a qual se caracteriza por ser uma estratégia voltada para a prática da qualidade em todos os processos operacionais, visando entre outros fatores, à redução ou eliminação das perdas. Nas palavras de Maher (2001, p. 205) As companhias que implantam administração da qualidade total focalizam a atenção no conceito de aperfeiçoamento contínuo. O aperfeiçoamento contínuo É aplicável à produtos e suas características; cada faceta da cadeia de valor, inclusive o processo de produção, é continuamente aperfeiçoada.
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