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Sônia Regina Victorino Fachini Sô n ia R eg in a V ic to ri n o F ac h in i In cl u sã o S o ci o ed u ca ci o n al Inclusão Socioeducacional Inclusão Socioeducacional Sônia Regina Victorino Fachini Editora Inclusão Socioeducacional 1º Ed. / Outubro / 2013 Impressão em São Paulo - SP Inclusão Socioeducacional Coordenação Geral Nelson Boni Coordenação de Projetos Leandro Lousada Professora Responsável Sônia Regina Victorino Fachini Projeto Gráfico, Diagramação e Capa Glaucia Ferraro Revisão Ortográfica Nádia Fátima de Oliveira Carlos Beltrão Marcela Aparecida de Oliveira 1º Edição: Julho de 2013 Impressão em São Paulo/SP Copyright © EaD KnowHow 2013 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. F139i Fachini, Sônia Regina Victorino. Inclusão socioeducacional. / Sônia Regina Victorino Fachini. - São Paulo: Know How, 2009. 144 p. : 22 cm. Inclui bibliografia ISBN: 978-85-63092-13-7 1. Inclusão socioeducacional. 2. Exclusão social. 3. Escola inclusiva. 4. Portadores de necessidades especiais. II. Título. CDD 371.9 Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 Inclusão Socioeducacional Você está recebendo o livro-texto da disciplina de Inclusão Socioeducacional, que foi construído com a finalidade de ampliar a compreensão a respeito da dí- ade exclusão e delimitar o escopo de utilização desse conceito em educação, elucidando, assim, o contexto em que a inclusão deve fazer-se presente. Buscamos, de forma permanente, a atualização e a melhoria deste material e você pode nos auxiliar, encaminhando sugestões e propostas de melhoria, via monitor, tutor ou professor. Pela sua ajuda, antecipada- mente, ficamos gratos. Entre sempre em contato conosco, quando sur- gir alguma dúvida ou dificuldade, pois a sua passagem por esta disciplina será também acompanhada pelo Sis- tema de Ensino EaD Tupy, seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Participe dos bate-papos (chats) marcados e envie suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas. Toda equipe está à disposição para atendê-lo (a). Seu desenvolvimento intelectual e profissional é a nossa satisfação e o nosso maior objetivo. Acredite no seu sucesso, seja persistente e te- nha bons momentos de estudo! Equipe EaD KnowHow Sumário Plano de Estudo Capítulo 1 Exclusão Social Capítulo 2 Aspectos Legais da Inclusão Capítulo 3 Escola e Diversidade Capítulo 4 Escola Inclusiva Capítulo 5 Portadores de Necessidades Especiais I Capítulo 6 Portadores de Necessidades Especiais II Referências 9 11 29 55 73 95 113 136 9 Plano de Estudos Ementa A análise sociohistórica da estrutura da socie- dade brasileira: as questões relativas à inclusão/exclusão escolar; considerações teóricas sobre o conceito de in- clusão e exclusão sociocultural. Alguns condicionantes da exclusão educacional no contexto escolar; políticas públicas ou projetos não-governamentais de inclusão para uma educação de qualidade; cidadania e inclusão escolar. Objetivo Geral Apresentar e discutir a dialética inclusão/ex- clusão social e sua relação com as políticas de inclusão escolar. Promover reflexões junto aos alunos sobre uma perspectiva mais ampla acerca da inclusão em nossa so- ciedade dentro do paradigma da ética e dos direitos hu- manos. Capítulo 1 Exclusão Social 13 Caro(a) Aluno(a) Seja bem-vindo (a)! A primeira unidade da disciplina Inclusão So- cioeducacional pretende contextualizar o conceito de ex- clusão social ressaltando seu aspecto multidimensional. Estudaremos os fatores responsáveis pela exclusão as- sociados às dimensões em que ela se exprime. Convido vocês a iniciarem a leitura e a refletirem sobre o assunto evidenciado. Boas reflexões! 14 15 Você, com certeza, já percebeu que uma das ter- minologias mais empregadas hoje é o termo “exclusão social”. Na contextualização desse tema, o pressuposto de que exclusão é uma metacategoria, deriva do fato de ser um termo utilizado nas mais variadas áreas do co- nhecimento, portanto serve-se ao objeto de estudo a que se destina. Por adquirir conceitos diversos, discutiremos o assunto partindo de alguns pressupostos e proposições que correspondam a posições conhecidas, e com funda- mento científico já discutido. Nesse sentido, considerar-se-á aqui a exclusão social, essencialmente como: Por esse prisma, a exclusão social pode impli- car privação, falta de recursos ou, de uma forma mais 1. A Exclusão Social e suas Dimensões Uma condição humana de falta de acesso às oportunidades oferecidas pela so- ciedade aos seus membros. 16 abrangente, ausência de cidadania. Cidadania aqui de- fendida como condição inerente ao ser humano de par- ticipação plena na sociedade, aos diferentes níveis em que esta se organiza e se exprime: ambiental, cultural, econômico, político e social. Desse modo, consideramos a exclusão social necessariamente multidimensional, pois se exprime em diferentes níveis – ambiental, cultural, econômico, po- lítico e social, não raramente sendo cumulativa, ou seja, compreendendo vários deles ou até mesmo todos. Aderindo às ideias de AMARO (2.000), pode- se dizer que a exclusão social se exprime em seis dimen- sões principais do quotidiano dos indivíduos, quanto: • ao SER, ou seja, à personalidade, à dignidade e à autoestima e ao autorreconhecimento individual; • ao ESTAR, ou seja, às redes de pertença so- cial, desde a família, às redes de vizinhança, aos grupos de convívio e de interação social e à sociedade mais geral; • ao FAZER, ou seja, às tarefas realizadas e so- cialmente reconhecidas, quer sob a forma de emprego remunerado (uma vez que, a forma dominante de reco- nhecimento social assenta na possibilidade de se aufe- rir um rendimento traduzível em poder de compra e em estatuto de consumidor), quer sob a forma de trabalho voluntário não remunerado; • ao CRIAR, ou seja, à capacidade de empreen- der, de assumir iniciativas, de definir e concretizar proje- tos, de inventar e criar ações, quaisquer que elas sejam; • ao SABER, ou seja, ao acesso à informação (escolar ou não; formal ou informal), necessária à toma- da fundamentada de decisões, e à capacidade crítica face à sociedade e ao ambiente envolvente; 17 • ao TER, ou seja, ao rendimento, do poder de compra, ao acesso a níveis de consumo médios da socie- dade, à capacidade aquisitiva (incluindo a capacidade de estabelecer prioridades de aquisição e consumo). A exclusão social, segundo essa leitura, é uma situação de não realização de algumas ou de todas essas dimensões. Pode-se dizer que é o “não ser”, o “não es- tar”, o “não fazer”, o “não criar”, o “não saber” e/ou o “não ter”. 1.1 Os fatores da exclusão social Como resultado do exposto acima, percebe-se que os fatores da exclusão social estão, inevitavelmente, associados às dimensões em que ela se exprime, ou seja, na origem das diversas formas de exclusão social há marcadores ambientais, culturais, econômicos, políticos e sociais. Quanto à macropolítica global, os países per- tencentes à América Latina, África e parte do continente asiático são considerados excluídos da ordem econômi- ca mundial, em relação aos países centrais, tais como os Estados Unidos da América, países da União Europeia e outros países economicamente desenvolvidos. Dado o peso dominante da dimensão econômi- ca nas sociedades industriais que marcaram a História da Humanidade dos últimos 200 anos, pode-se inferir que os fatores econômicos têm assumido um peso decisivo, embora não seja o único e nem por vezes suficiente, na 18explicação de grande parte das situações de exclusão so- cial que surgiram nessas sociedades. Para melhor entendimento, dividiremos os fato- res de exclusão social em três grandes grupos, seguindo a proposta de AMARO (2000): a) Fatores de ordem macro; b) Fatores de ordem meso; c) Fatores de ordem micro. a) Os fatores de ordem macro são de natureza estrutural, na grande maioria, e estão relacionados com o funcionamento global das sociedades: tipo de sistema econômico, regras e imposições do sistema financeiro, modelo de desenvolvimento, estrutura e característi- cas das relações econômicas internacionais, estratégias transnacionais, valores e princípios sociais e ambientais dominantes, paradigmas culturais, condicionantes do sistema político, atitudes e comportamentos face à natu- reza, modelos de comunicação e de informação, proces- sos de globalização, etc. b) Os fatores de ordem meso são frequente- mente de natureza estrutural. São normalmente de âm- bito mais local, situando-se no quadro das relações e das condições de proximidade que regulam e interferem no quotidiano dos indivíduos. Podem ter origem em áreas tão diversas como: características do mercado local de trabalho, comportamentos e estratégias empresariais lo- cais, preconceitos sociais e culturais, normas e compor- tamentos locais, estratégias de exclusão de atores locais (incluindo as associações e outras organizações), etc. c) Os fatores de ordem micro situam-se no âm- bito individual e familiar, e dependem de lacunas e fra- gilidades experimentadas nos percursos pessoais, de ca- pacidades frustradas ou não valorizadas, de incidências 19 negativas, exemplificadas como: empregos ocupados, situações de desemprego, qualificações profissionais ad- quiridas ou ausentes, níveis de remunerações, capacida- de aquisitiva, modelos de consumo, etc. Percebe-se que os dois primeiros tipos de fato- res se referem às oportunidades oferecidas ou negadas pela sociedade, enquanto o último centra-se nas capaci- dades e competências individuais e familiares. Em todos os níveis, encontramos fatores eco- nômicos, quer os que estão relacionados com o fun- cionamento global da sociedade, quer os que atuam localizadamente, quer os que caracterizam os percursos individuais e familiares. 1.2 Estratégias de inserção e de inclusão Uma vez definida e caracterizada a exclusão social, acreditamos que a sua erradicação implica um duplo processo de interação positiva entre os indivíduos excluídos e a sociedade a que pertencem e que passa im- preterivelmente por dois caminhos: • o dos indivíduos que se tornam cidadãos plenos; • o da sociedade que permite e acolhe a cidadania. A esse duplo processo chamamos integração que envolve dois elementos: a pessoa que quer se in- tegrar e assumir seu papel na sociedade, e a sociedade disposta a aceitá-la e acolhê-la. Muitas vezes, integração confunde-se com 20 “assimilação”, o que, no contexto aqui estudado não se atribui, pois consideramos integração um processo de interação entre uma das partes e as outras partes de um todo e com esse todo. Nessa interação parte-partes-todo ocorre não só a interdependência positiva – solidarieda- de -, mas também a tensão e confronto. Nesse sentido, a integração (social) de que aqui falamos é o processo que viabiliza o acesso às oportuni- dades da sociedade, a quem dele estava excluído, permi- tindo a retomada da relação interativa entre sujeito e so- ciedade a que ele pertence, trazendo-lhe algo de próprio, de específico e de diferente, que o enriquece e mantém a sua individualidade e especificidade. “Integração” sig- nifica que todos os que vivem num país tenham partici- pação no todo. Já “assimilação”, implica uma decisão individual de se adaptar. Nesses termos, a integração é sempre uma oportunidade de mais valia para a sociedade, através do enriquecimento pela diversidade. Como duplo processo que foi referido, a inte- gração associa duas lógicas: • a do indivíduo que passa a ter acesso às opor- tunidades da sociedade, podendo escolher se as utiliza ou não – a esse processo (se a opção for pela positiva) chamaremos de inserção na sociedade; • a da sociedade que se organiza de forma a abrir as suas oportunidades para todos, reforçando-as e tornando-as equitativas – a esse processo chamaremos de inclusão. 21 Inserção e inclusão são assim as duas faces de um processo (duplo) que é o da integração. Quanto aos fatores de exclusão social, seguindo a proposta de AMARO (2000), já referenciados anterior- mente, isso implica: • remoção ou pelo menos, redução dos fatores macro e meso e, por outro lado, reforço e elevação das oportunidades permitidas pela sociedade, o que remete- ria ao conceito de “inclusão” e de “sociedade inclusiva”; • remoção ou pelo menos, redução dos fatores micro e, sobretudo, promoção das capacidades e compe- tências individuais e familiares, o que faz apelo ao con- ceito de “inserção” e de “empowerment”. Quanto a esse último aspecto, caso se retomem as dimensões da exclusão social anteriormente apresen- tadas, estamos falando da promoção e reforço das capa- cidades e competências em seis níveis: • Competências do SER ou competências pes- soais: reforço de autoestima e da dignidade, autorreco- nhecimento, etc.; • Competências do ESTAR ou competências sociais e comunitárias: reativação ou criação das re- des e dos laços familiares, de vizinhança e sociais mais INCLUSÃO INTEGRAÇÃO INSERÇÃO 22 gerais, retomada ou desenvolvimento das interações so- ciais, etc.; • Competências do FAZER ou competências profissionais: qualificações profissionais, aprendizagem de tarefas socialmente úteis, partilha de saberes-fazeres, etc.; • Competências do CRIAR ou competências empresariais: capacidade de sonhar e de concretizar alguns sonhos, assumindo riscos, protagonizando ini- ciativas, liderando projetos (mesmo os mais simples) de qualquer tipo, etc.; • Competências do SABER ou competências informativas: escolarização, outras aprendizagens de saberes formais e informais, desenvolvimento de mode- los de leitura da realidade e de capacidade crítica, funda- mentação das decisões, etc.; • Competências do TER ou competências aquisitivas: acesso a um rendimento e sua tradução em poder de compra, capacidade de priorizar e escolher con- sumos, etc. Nesse sentido, concluímos que os fatores eco- nômicos podem ser decisivos na explicação de grande parte das situações de exclusão social, consequentemen- te, também a dimensão econômica da integração assu- me importância crucial, quer na perspectiva da inserção, quer na da inclusão. 23 Gênero E Exclusão Social Izaura Rufino Fischer Pesquisadora da Fundação J. Nabuco Fernanda Marques Professora da Univers. Estadual de Mossoró/RN O termo exclusão social, de origem francesa, toma vulto a partir do livro Les Exclus (1974), de au- toria de Lenoir, que define os excluídos como aqueles indivíduos concebidos como resíduos dos trinta anos gloriosos de desenvolvimento. Seguindo as ideias de Lenoir, o estudioso brasileiro Hélio Jaguaribe, em mea- dos de 80, prevê a partir da pobreza crescente, a exclu- são de contingentes humanos e a define como resul- tado da crise econômica que se inicia em 1981-83. Para esse autor, a exclusão assume as feições da pobreza. O escritor e político brasileiro Cristovam Buarque (in Nascimento, 1996), seguindo a mesma perspectiva de compreensão, ao analisar a crise econômica, publica escritos (1991, 1993 e 1994) que chamam a atenção para a ameaça à paz social. Segundo Buarque, a ex- clusão social passa a ser vista como um processo presente, visível e que ameaça confinar grande parte da população num apartheid informal, expressão que dá lugar ao termo “apartação social”. Para ele, fica evidente a divisão entre o pobre e o rico, em que o pobre é miserável e ousado enquanto o outro se carac- terizacomo rico, minoritário e temeroso. A exclusão social remonta à antiguidade grega, onde escravos, mulheres e estrangeiros eram excluídos, mas o fenômeno era tido como natural. So- mente, a partir da crise econômica mundial que ocorre na Idade Contemporânea e que dá evidência à pobre- za, é que a exclusão social toma visibilidade e subs- tância. A partir de 1980, os seus efeitos despontam, gerando desemprego prolongado e, parafraseando Castel (1998), os desafiliados do mercado passam a ser denominados de socialmente excluídos. A partir de então, esse tema ganha centralidade nos meios 24 acadêmicos e políticos. A discussão sobre exclusão social, de acordo com Gary Rogers (In Dupas, 1999), apareceu na Euro- pa com o crescimento da pobreza urbana, e sua orien- tação varia de acordo com as conjunturas políticas e econômicas das sociedades. Silver (in Dupas, 1999), tentando entender a problemática da integração so- cial na Europa e nos Estados Unidos, seleciona três paradigmas, ligando cada um deles a uma filosofia política. Assim, o paradigma da “solidariedade” esta- ria associado ao republicanismo, sendo a exclusão vista como quebra de vínculo entre o indivíduo e a sociedade. Nesse paradigma, cabe ao Estado a obri- gação de ajudar na inclusão dos indivíduos. No da “especialização”, associado ao liberalismo, a exclu- são se refere à discriminação. Nesse caso, o Estado deve garantir o trânsito do excluído nas categorias sociais. No paradigma do “monopólio”, ligado à social-democracia, a exclusão seria explicada pela formação de monopólios de grupos sociais. De acordo com Rogers (In Dupas, 1999), a exclusão, em sua essência, é multidimensional, ma- nifesta-se de várias maneiras e atinge as sociedades de formas diferentes, sendo os países pobres afetados com maior profundidade. Os principais aspectos em que a exclusão se apresenta dizem respeito à falta de acesso ao emprego, a bens e serviços, e também à fal- ta de segurança, justiça e cidadania. Assim, observa-se que a exclusão se manifesta no mercado de trabalho (desemprego de longa duração), no acesso à moradia e aos serviços comunitários, a bens e serviços públi- cos, à terra, aos direitos, etc. Silver, ao enumerar várias categorias de excluídos, reúne os velhos desprotegi- dos da legislação, os sem-terra, os analfabetos e as mulheres que, a nosso ver, apesar de excluídas como indivíduos, no espaço privado, devem levar apoio aos demais excluídos no âmbito da sociedade. Para continuar lendo o texto vá à Biblioteca virtual no WEB ENSINO e acesse o link http://www.fundaj.gov.br/tpd/113.html 25 Filme: Crash Trate de preparar a pipoca e o guaraná porque a discussão no fórum da primeira Unidade partirá das intersecções feitas entre o assunto visto e o filme “Crash – no limite”. Sinopse O filme mostra o encontro de vários perso- nagens totalmente diferentes nas ruas de Los Angeles: uma dona-de-casa e seu marido, promotor público, da alta sociedade; um lojista persa; um casal de detetives da polícia - ele afro-americano, ela latina -, que também são amantes; um diretor de televisão afro-americano e sua esposa; um mexicano especialista em chaves; dois ladrões de carros da periferia; um policial novato e um casal coreano de meia-idade. Todos vivem em Los An- geles e cada um tem sua própria história. Nas próximas 36 horas, eles vão se encontrar. Para quem já quer ficar com água na boca, acesse o link http://www.youtube.com/watch?v=fN_U3wqg6Mg que se encontra na Biblioteca do curso na pasta “FILMES”. Nessa unidade definimos o termo “exclusão so- cial” e estudamos o seu caráter multidimensional. Vimos que os fatores da exclusão social estão inevitavelmente associados às dimensões em que ela se exprime, ou seja, na origem das diversas formas de exclusão social há marcadores ambientais, culturais, econômicos, políticos e sociais. Concluímos que sua erradicação implica um duplo processo de interação positiva entre os indivíduos excluídos e a sociedade a que pertencem. Síntese do capítulo 26 Na próxima unidade estudaremos as políticas inclusivas e suas implicações no ambiente escolar. 27 1) AMARO (2.000) diz que a exclusão social se exprime em seis dimensões principais do quotidiano dos indiví- duos. Discorra sobre essas dimensões e aponte exemplos de cada uma delas. 2) Com base nas leituras e discussões feitas sobre o tema dessa unidade, explique a seguinte asserção: “Inserção e inclusão são assim as duas faces de um pro- cesso (duplo) que é o da integração”. 3) O filme “Crash – no limite” aborda várias questões que interceptam a psicologia: preconceitos, classes so- ciais, racismo, fatalidade, violência, etc. O site http:// www.65anosdecinema.pro.br/Crash_no_limite.htm traz uma crítica dizendo que “O filme presume que a maioria das pessoas sente preconceito e ressentimentos contra membros de outros grupos e observa as consequências desses sentimentos”. Que relação você estabeleceria entre a crítica feita e o processo de assimilação e de integração aborda- dos nesta Unidade? Poste sua resposta no fórum da nossa disciplina. Atividades Capítulo 2 Aspectos Legais da Inclusão 31 Caro(a) Aluno(a) Seja bem-vindo (a)! Nesta unidade, teceremos algumas conside- rações sobre políticas de inclusão adotadas na sociedade e suas implicações no ambiente escolar. Apresentaremos os documentos legais que têm a finalidade de garantir o direito de todos ao ensino, inclusive aos “portadores de deficiência”, preferencialmente na rede regular. Bons estudos!!! 32 33 A Declaração Universal dos Direitos Humanos representou um marco na história dos direitos e das ga- rantias individuais e coletivas do homem no Brasil e no mundo. Foi proclamada no dia 10 de dezembro de 1948, na Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada na ci- dade de São Francisco. Significando um compromisso moral de toda a humanidade na realização da paz e do bem-estar social, buscou nos 30 artigos que a compõem, identificar e agru- par os direitos fundamentais ao pleno desenvolvimento dos indivíduos. Tendo como fundamento maior a digni- dade e o valor da pessoa humana, traçou princípios bási- cos para fundamentar a concepção dos direitos humanos, entre eles, a liberdade e a igualdade, expressos logo no artigo primeiro: 1. As Políticas Inclusivas e suas Implicações no Ambiente Escolar “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” 34 Em decorrência da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, foram criados vários organismos internacionais destinados à promoção e ao acompanhamento dos direitos fundamentais, entre os quais se destacam: • OIT – Organização Internacional do Trabalho; • UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura; • UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância. Além disso, foram criados vários instrumentos jurídicos, como tratados e convenções, para dar executi- vidade aos princípios da Declaração. O artigo XXVI da Declaração dos Direitos Hu- manos declara: “1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instru- ção elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no senti- do do pleno desenvolvimento da personali- dade humana e do fortalecimento do respei- to pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a com- preensão, a tolerância e a amizade entre to- das as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Uni- das em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será mi- nistrada a seus filhos.” 35 Embora, porsua natureza, a Declaração Univer- sal dos Direitos Humanos não exija vinculação jurídica em relação aos países signatários, a Constituição Federal (1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio- nal (1996) fazem alusão à inclusão com a finalidade de garantir direito de todos ao ensino. Esses documentos ti- veram como referência documentos e organismos políti- cos, sociais e educacionais mundiais, tais como, além da Declaração dos Direitos Humanos (1948), a Conferência Mundial de Educação para Todos, de Jontien (1990) e a Conferência Mundial sobre Educação Especial, de Sala- manca (1994). O artigo 205 da Constituição dispõe sobre o direi- to à educação e a forma pela qual ela deve ser ministrada: Percebe-se, no artigo apresentado, que o dever de garantir aos cidadãos brasileiros o ensino a que tem direito é de responsabilidade da família e do Estado. O Brasil tem definido políticas públicas e cria- do instrumentos legais que garantem tais direitos. A transformação dos sistemas educacionais tem se efetiva- do para garantir o acesso universal à escolaridade básica e a satisfação das necessidades de aprendizagem para todos os cidadãos. “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da socieda- de, visando ao pleno desenvolvimento da pes- soa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 36 • Constituição Federal (1988) A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, de maneira formal, adota os mesmos princípios proferidos pela Declaração Universal dos Di- reitos Humanos e assim introduz, no país, uma nova prá- tica administrativa, configurada pela descentralização do poder. A partir da vigência desta Constituição, os mu- nicípios passaram a ter autonomia política para tomar decisões e implantar os recursos e processos necessários para garantir a melhor qualidade de vida para os cida- dãos que neles residem. Cabe ao município, mapear as necessidades de seus cidadãos, traçar metas e executar recursos e serviços que se revelam necessários para aten- der ao conjunto de suas necessidades, em todas as áreas da atenção pública. • Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069, promulgada em13 de julho de 1990, dispõe, no Art. 3°, que 1.1 Legislação Brasileira “a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asse- gurando-lhes por lei, todas as oportunidades e facilida- des, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, men- tal, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.” 37 Afirma, também que No que se refere à educação, o ECA estabelece, no Art. 53, que “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pes- soa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”, assegurando: I. Igualdade de condições para o acesso e per- manência na escola; II. Direito de ser respeitado por seus educadores; III. Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. O Art. 54 diz que “é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente”: I. Ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II. Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede re- gular de ensino; III. Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; IV. Atendimento no ensino fundamental, atra- vés de programas suplementares de material didático- escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. “é dever da família, da comunidade, da socie- dade em geral e do poder público assegurar, com ab- soluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comuni- tária. (Art.4°).” 38 No Art. 55, dispõe que “os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. • Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) A Lei de Diretrizes e Bases Nacionais, Lei nº 9.394, de 20.12.1996, determinou aos municípios brasi- leiros a obrigatoriedade de oferecer Educação Infantil e Fundamental para todas as crianças e jovens que neles residem. É também do município a responsabilidade de implementar, em sua realidade sociogeográfica, a educa- ção inclusiva, no âmbito da Educação Infantil e Funda- mental. • Política Nacional para a Integração da Pessoa Por- tadora de Deficiência - Decreto n° 3.298 (1999) A política nacional para a integração da pessoa portadora de deficiência, prevista no Decreto 3298/99, adota os seguintes princípios: I. Desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil, de modo a assegurar a plena inte- gração da pessoa portadora de deficiência no contexto socioeconômico e cultural; II. Estabelecimento de mecanismos e instru- mentos legais e operacionais que assegurem às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direi- tos básicos que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciam o seu bem-estar pessoal, social e econômico; III. Respeito às pessoas portadoras de deficiên- cia, que devem receber igualdade de oportunidades na sociedade, por reconhecimento dos direitos que lhes são assegurados, sem privilégios ou paternalismos. No que se refere especificamente à educação, o Decreto estabelece a matrícula compulsória de pessoas 39 com deficiência, em cursos regulares, a consideração da educação especial como modalidade de educação escolar que permeia transversalmente todos os níveis e modali- dades de ensino, a oferta obrigatória e gratuita da edu- cação especial em estabelecimentos públicos de ensino, dentre outras medidas (Art. 24, I, II, IV). • Plano Nacional de Educação (2001) O Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei nº 10.17/01, estabelece objetivos e metas para a edu- cação das pessoas com necessidades educacionais espe- ciais. Dentre eles, destacam-se os que tratam: • Do desenvolvimento de programas educacio- nais em todos os municípios, em parceria com as áreas de saúde e assistência social, visando à ampliação da oferta de atendimento da educação infantil; • Dos padrões mínimos de infraestrutura das escolas para atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais; • Da formação inicial e continuada dos profes- sores para atendimento às necessidades dos alunos; • Da disponibilização de recursos didáticos es- pecializados de apoio à aprendizagem nas áreas visual e auditiva; • Da articulação das ações de educação especial com a política de educação para o trabalho; • Do incentivo à realização de estudos e pesqui- sas nas diversas áreas relacionadas com as necessidades educacionais dos alunos; • Do sistema de informações sobre a população a ser atendida pela educação especial; • Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas com Deficiência (2001). 40 Em 08 de outubro de 2001, o Brasil, através do Decreto 3.956, promulgou a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Ao instituir esse Decreto, o Brasil comprometeu-se a: • Tomar as medidas de caráter legislativo, social, educacional, trabalhista ou de qualquer outra natureza, que sejam necessárias para eliminar a discriminação con- tra as pessoas portadoras de deficiência e proporcionar a sua plena integração à sociedade (...): a) medidas das autoridades governamentais e/ ou entidades privadas para eliminar progressivamente a discriminação e promover a integração na prestação ou fornecimento de bens, serviços, instalações, programase atividades, tais como o emprego, o transporte, as co- municações, a habitação, o lazer, a educação, o esporte, o acesso à justiça e aos serviços policiais e às atividades políticas e de administração; • Trabalhar prioritariamente nas seguintes áreas: a) prevenção de todas as formas de deficiência; b) detecção e intervenção precoce, tratamento, reabilitação, educação, formação ocupacional e presta- ção de serviços completos para garantir o melhor nível de independência e qualidade de vida para as pessoas portadoras de deficiência; c) sensibilização da população, por meio de campanhas de educação, destinadas a eliminar precon- ceitos, estereótipos e outras atitudes que atentem contra o direito das pessoas a serem iguais, permitindo dessa for- ma o respeito e a convivência com as pessoas portadoras de deficiência. • Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001). 41 A Resolução CNE/CEB n° 02/2001, instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Edu- cação Básica, que manifesta o compromisso do país com “o desafio de construir coletivamente as condições para atender bem à diversidade de seus alunos”. Essa resolução representa um avanço na pers- pectiva da universalização do ensino e um marco da atenção à diversidade, na educação brasileira, quando ratifica a obrigatoriedade da matrícula de todos os alunos e assim declara: Dessa forma, não é o aluno que tem que se adaptar à escola, mas é ela que, consciente da sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando-se um espaço inclusivo. A educação especial é concebida para possi- bilitar que o aluno com necessidades educacionais espe- ciais atinja os objetivos propostos para sua educação. A proposição da política expressa nas Diretri- zes traduz o conceito de escola inclusiva, pois centra seu foco na discussão sobre a função social da escola e no projeto pedagógico. • Documentos Norteadores da Prática Educa- cional para Alunos com Necessidades Educacionais Es- peciais. Em consonância com os instrumentos legais “Os sistemas de ensino devem matricu- lar todos os alunos, cabendo às escolas or- ganizarem-se para o atendimento aos educan- dos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.” 42 acima mencionados, o Brasil elaborou documentos norteadores para a prática educacional, visando espe- cialmente superar a tradição segregatória da atenção ao segmento populacional constituído de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais; a) Saberes e Práticas da Inclusão - O documen- to “Saberes e Práticas da Inclusão na Educação Infan- til”, publicado em 2003, aponta para a necessidade de apoiar as creches e as escolas de educação infantil, a fim de garantir a essa população condições de acessibilidade física e de acessibilidade a recursos materiais e técnicos apropriados para responder a necessidades educacionais especiais. Para tanto, o documento se refere à necessidade de: Orienta, ainda sobre a necessidade de divul- gação “da visão de educação infantil, na perspectiva da inclusão”, para as famílias, a comunidade escolar e a sociedade em geral, bem como do estabelecimento de parcerias com a área da Saúde e da Assistência Social, de forma que “possam constituir-se em recursos de apoio, cooperação e suporte”, no processo de desenvolvimento da criança. O documento “Saberes e Práticas da Inclusão no Ensino Fundamental” publicado em 2003 reconhece que: “disponibilizar recursos humanos capacitados em educação especial/ educação infantil para dar su- porte e apoio ao docente das creches e pré-escolas, ou centros de educação infantil, assim como possibilitar sua capacitação e educação continuada, por intermédio da oferta de cursos ou estágios em instituições compro- metidas com o movimento da inclusão.” 43 • Toda pessoa tem direito à educação, indepen- dentemente de gênero, etnia, deficiência, idade, classe social ou qualquer outra condição; • O acesso à escola extrapola o ato da matrícula, implicando na apropriação do saber, da aprendizagem e na formação do cidadão crítico e participativo; • A população escolar é constituída de grande diversidade e a ação educativa deve atender às maneiras peculiares dos alunos aprenderem. b) Educação Profissional - O documento “Edu- cação Profissional - Indicações para a ação: a interface educação profissional/educação especial” visa estimular o desenvolvimento de ações educacionais que permitam alcançar a qualidade na gestão das escolas, removendo barreiras atitudinais, arquitetônicas e educacionais para a aprendizagem, assegurando melhor formação inicial e continuada aos professores, com a finalidade de lhes pro- piciar uma ligação indispensável entre teoria e prática. Destaca ainda a importância da articulação e parceria entre as instituições de ensino, trabalho e seto- res empresariais para o desenvolvimento do Programa de Educação Profissional. O documento enfatiza as seguin- tes temáticas: • A relação educação e trabalho no Brasil e a emergência da nova legislação da Educação Profissional; • Balizamentos e marcos normativos da Educa- ção Profissional; • Educação Profissional/Educação Especial: fa- ces e formas; • Desdobramentos possíveis no âmbito de uma agenda de capacitação docente; • Desafios para implementação de uma política de Educação Profissional para o aluno da Educação Es- 44 pecial. c) Direito à Educação - O documento “Direito à Educação - Subsídios para a Gestão do Sistema Educa- cional Inclusivo”, apresenta um conjunto de textos que tratam da política educacional no âmbito da Educação Especial - subsídios legais que devem embasar a cons- trução de sistemas educacionais inclusivos. O documento é constituído de duas partes: 1. Orientações Gerais • A política educacional no âmbito da Educação Especial; • Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica - Parecer 17/2001; • Fontes de Recursos e Mecanismos de Finan- ciamentos da Educação Especial; • Evolução Estatística da Educação Especial. 2. Marcos Legais Trata do Ordenamento Jurídico, contendo as leis que regem a educação nacional e os direitos das pes- soas com deficiência, constituindo importantes subsídios para embasamento legal à gestão dos sistemas de ensino. Inclui a seguinte legislação: • Constituição da República Federativa do Bra- sil /88; • Lei 7853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Por- tadora de Deficiência - CORDE, institui a tutela jurisdi- cional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes e dá outras providências. (Alterada pela Lei 8.028/90); • Lei 8069/90 - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências - ECA 45 • Lei 8859/94 - Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 07 de dezembro de1977, estendendo aos alunos de ensino especial o direito à participação em atividades de estágio; • Lei 9394/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN; • Lei 9424/96 - Dispõe sobre o Fundo de Ma- nutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério - FUNDEF; • Lei 10098/00 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade re- duzida e dá outras providências; • Lei 10172/2001 - Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências; • Lei 10216/2001 - Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental; • Lei 10436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasi- leira de Sinais - Libras e dá outras providências; • Lei 10845/2004 - Institui o Programa de Com- plementação ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas portadoras dedeficiência e dá outras provi- dências - PAED. Decretos • Decreto 2.264/97 - Regulamenta a Lei 9424/96 - FUNDEF, no âmbito federal, e determina outras provi- dências; • Decreto 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre a Po- lítica Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências; • Decreto 3030/99 - Dá nova redação ao art.2º 46 do Decreto 1.680/95 que dispõe sobre a competência, a composição e o funcionamento do Conselho Consultivo da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE); • Decreto 3076/99 - Cria no âmbito do Ministé- rio da Justiça o Conselho Nacional dos Direitos da Pes- soa Portadora de Deficiência (CONADE); • Decreto 3631/00 - Regulamenta a Lei 8899/94, que dispõe sobre o transporte de pessoas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. • Decreto 3.952/01 - Dispõe sobre o Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD); • Decreto 3956/01 - Promulga a Convenção In- teramericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiên- cia. (Convenção da Guatemala). Portarias - MEC • Portaria 1793/94 -Recomenda a inclusão da disciplina Aspectos Ético - Político - Educacionais na normalização e integração da pessoa portadora de neces- sidades especiais, prioritariamente, nos cursos de Peda- gogia, Psicologia e em todas as Licenciaturas; • Portaria 319/99 - Institui no Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de Educação Especial/ SEESP a Comissão Brasileira do Braille, de caráter per- manente; • Portaria 554/00 - Aprova o Regulamento In- terno da Comissão Brasileira do Braille; • Portaria 3.284/03 - Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para instruir os processos de autorização e de reconheci- mento de cursos e de credenciamento de instituições; • Portaria do Ministério do Planejamento 47 08/2001 - Atualiza e consolida os procedimentos ope- racionais adotados pelas unidades de recursos humanos para a aceitação, como estagiários, de alunos regular- mente matriculados e que venham frequentando, efeti- vamente, cursos de educação superior, de ensino médio, de educação profissional de nível médio ou de educação especial, vinculados à estrutura do ensino público e par- ticular. Resoluções • Resolução 09/78 - Conselho Federal de Edu- cação - Autoriza, excepcionalmente, a matrícula do alu- no classificado como superdotado nos cursos superiores sem que tenha concluído o curso de 2º grau; • Resolução 02/81 - Conselho Federal de Edu- cação - Autoriza a concessão de dilatação de prazo de conclusão do curso de graduação aos alunos portadores de deficiência física, afecções congênitas ou adquiridas; • Resolução 02/01 - Conselho Nacional de Edu- cação - Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Es- pecial na Educação Básica; • Resolução 01 e 02/02 - Conselho Nacional de Educação - Diretrizes Nacionais para a Formação de Pro- fessores da Educação Básica, em nível superior, gradua- ção plena; • Resolução 01/04 - Conselho Nacional de Edu- cação - Estabelece Diretrizes Nacionais para organização e realização de Estágio de alunos do Ensino Profissio- nalizante e Ensino Médio, inclusive nas modalidades de Ensino Especial e Educação de Jovens e Adultos. Quando tais garantias legais são postas à prova no cotidiano da comunidade, da escola e do aluno, perce- bemos que o direito que garante o acesso escolar não é o mesmo que garante o ensino de qualidade. A garantia de 48 alunos com deficiência a classes regulares, por exemplo, não necessariamente garante seu sucesso escolar. Nes- se sentido, torna-se pertinente averiguar como tem sido o processo de escolarização do aluno com necessidade especial no que se refere ao acesso ao ensino regular, à permanência na escola, bem como a natureza dos ser- viços educacionais oferecidos. Sobre isso falaremos na próxima unidade. Texto Complementar Identidade dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais no Contexto da Política Educacional Brasileira Prof. Dr. Marcos J. S. Mazzotta A complexidade que envolve a questão da iden- tidade pessoal, da identidade social e mesmo das iden- tidades nacionais deve-se, em grande parte, à dualidade determinada pela presença ou ausência de participação ativa, dignidade e respeito. Em outras palavras, deve-se às situações de inclusão e exclusão ou marginalização do ser humano enquanto ser que pensa e age. No mundo ocidental, as últimas décadas do sé- culo XX, configuram-se como destacado momento da globalização da economia, de valores e culturas, bem como momento de fortalecimento dos movimentos so- 49 ciais organizados em defesa da inclusão e eliminação das situações de exclusão. Iniciamos o novo milênio imbuídos da crença na importância da preservação e alargamento dos espa- ços conquistados na luta pela melhoria da qualidade de vida de cada um e de todos os homens, pautando-nos mais pelo desejável do que pelo que nos apresenta como possível . Nesse sentido, é oportuno lembrar o que dizem autores como Giddens para quem: Particularmente no que se refere às identidades culturais, Hall (1997), comenta que: “os processos atuantes em escala global atravessam fronteiras nacionais, integrando e conec- tando comunidades e organizações em novas com- binações de espaço-tempo, tornando o mundo, em realidade e em experiência, mais interconectado. A globalização implica um movimento de distanciamen- to da ideia sociológica clássica da ‘sociedade’ como um sistema bem delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do es- paço” (Giddens, 1990, p.64, apud HALL, 1997, p.72). “...as identificações “globais”, uma vez colocadas acima do nível da cultura nacio- nal, começam a deslocar e, algumas vezes, a apa- gar as identidades nacionais. As identidades na- cionais permanecem fortes, especialmente com respeito a coisas como direitos legais e de cidadania, mas as identidades locais, regionais e comunitárias têm se tornado mais importantes.”(HALL, 1997, p.78) 50 Da mesma maneira, a busca fundamental do homem pela liberdade, no plano individual, e pela igual- dade de direitos e de oportunidades, no espaço social, fortalece a construção de sua identidade pessoal e social. A importância, pois, das comunidades locais e regionais não pode ser ignorada ou diminuída na elaboração, dis- cussão e entendimento das políticas sociais públicas. Partindo desses pressupostos é que registramos nossa leitura crítica da política educacional brasileira, to- mando como referência os principais documentos legais e normativos oficiais a partir da Constituição Federal de 1988. Assim, foram analisados os seguintes documentos: Lei Federal no. 7853/89 (dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), Lei no. 9394/96 (institui a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), Decreto Federal no. 3298/99 (Re- gulamenta a Lei 7853/89 e Institui a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), Lei no. 10.172, de 09 de janeiro de 2001(aprova o Plano Nacional de Educação), Resolução CNE no. 02, de 11 de setembro de 2001 (institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica). Nessa tentativa de síntese, focalizaremos a linguagem política relativa aos educandos com necessi- dades educacionais especiais, a integração e a inclusão escolar, detalhando alguns pontos do Plano Nacional de Educação e da Resolução CNE no. 02/2001. Cabe destacar, de início, que a política edu- cacional é somente uma das áreas das políticas sociais construídas segundo o princípio da igualdade de todos perante a lei. Assim, ainda que diferencialmente, abran- ge igualmente as pessoas de todas as classes sociais. Tem também comopilar outro princípio da democracia social 51 que é a igualdade de oportunidades, cuja concretização demanda referência a situações específicas e historica- mente determinadas. Para continuar lendo esse texto vá até a BibliotecaVirtual no WEB ENSINO e acesse o link http://intervox.nce.ufrj.br/~elizabet/ identidade.htm. Nesta unidade, estudamos as políticas inclusi- vas e suas implicações no ambiente escolar. Estudamos como o Brasil tem definido suas políticas públicas e cria- do instrumentos legais que asseguram os direitos de to- dos, buscando garantir o acesso universal à escolaridade básica e a satisfação das necessidades de aprendizagem para todos os cidadãos. Síntese do capítulo 52 Atividades 1) Qual a importância da Declaração Universal dos Di- reitos Humanos para a humanidade? 2) A Constituição determina que “o dever de garantir aos cidadãos brasileiros o ensino a que tem direito é de responsabilidade da família e do Estado”. Como você vê a participação dessas duas organizações – Estado e família – em relação aos seus deveres expressos na Constituição? 3) Na prática escolar, como ocorre a execução das polí- ticas públicas apresentadas nessa unidade?
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